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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-ARR - 20127-87.2015.5.04.0812

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A C Ó R D Ã O
(2ª Turma)
GMMHM/cto/nt

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO DA PRIMEIRA


RECLAMADA EMS ELETROMECÂNICA
SILVESTRINI LTDA. RECURSO DE REVISTA
INTERPOSTO ANTES DA LEI N.º
13.015/2014. DESERÇÃO DO RECURSO DE
REVISTA. BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA.
EMPRESA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
Inicialmente, registra-se que o recurso
foi interposto antes da vigência da Lei
nº 13.467/2017, de forma que não se
aplica o § 10 do art. 899 da CLT, nos
termos do art. 20 da IN 41 desta Corte.
O entendimento firmado nesta Corte é o
de que o fato de a empresa estar em
recuperação judicial não é suficiente
para que lhe sejam deferidos os
benefícios da justiça gratuita, sendo
necessária a comprovação inequívoca de
sua incapacidade econômica de arcar com
as despesas processuais. Ademais,
prevalece nesta Corte o entendimento de
que o benefício da assistência
judiciária gratuita não compreende o
depósito recursal, que constitui
garantia do juízo e não tem natureza de
despesa processual. Assim, ainda que
fossem concedidos os benefícios da
justiça gratuita à reclamada, o recurso
de revista estaria deserto por ausência
de depósito recursal. Precedentes.
Óbice da Súmula 333 do TST. Não há
contrariedade à Súmula 86 do TST, uma
vez que tal verbete trata tão somente da
massa falida, o que não é o caso dos
autos. Agravo de instrumento a que se
nega provimento.
II - RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA
COMPANHIA DE GERAÇÃO TÉRMICA DE ENERGIA
ELÉTRICA – CGTEE INTERPOSTO SOB A ÉGIDE
DA LEI 13.015/2014 E DA INSTRUÇÃO
NORMATIVA 40 DO TST. RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA POR
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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MEIO DE INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE
INSTRUMENTO. PRECLUSÃO. INSTRUÇÃO
NORMATIVA 40/TST. A decisão de
admissibilidade do presente recurso de
revista é posterior a 15/4/2016,
portanto, segue a nova sistemática
processual estabelecida por esta Corte
Superior a partir do cancelamento da
Súmula 285/TST e da edição da Instrução
Normativa 40/TST. Nessa senda, tem-se
que é ônus da parte impugnar, mediante
a interposição de agravo de
instrumento, os temas constantes do
recurso de revista que não foram
admitidos, sob pena de preclusão. No
caso, o Tribunal Regional não admitiu o
recurso de revista quanto ao tema
"responsabilidade solidária" e a parte
deixou de interpor agravo de
instrumento em face de tal decisão,
razão por que fica inviabilizada a
análise do recurso em relação a tal
matéria, ante a preclusão. Recurso de
revista não conhecido.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AUSÊNCIA DE
CREDENCIAL SINDICAL. Esta Corte já
pacificou a controvérsia acerca da
matéria por meio das Súmulas 219, I, e
329 do TST, segundo as quais a
condenação ao pagamento de honorários
advocatícios não decorre unicamente da
sucumbência, sendo necessária a
ocorrência concomitante de dois
requisitos: a assistência por sindicato
da categoria profissional e a
comprovação da percepção de salário
inferior ao dobro do mínimo legal ou de
situação econômica que não permita ao
empregado demandar sem prejuízo do
próprio sustento ou da respectiva
família. In casu, ausente a credencial
sindical, indevida a condenação em
honorários advocatícios. Recurso de
revista conhecido e provido.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso
de Revista com Agravo n° TST-ARR-20127-87.2015.5.04.0812, em que é
Agravante e Recorrida EMS ELETROMECÂNICA SILVESTRINI LTDA, Agravada e
Recorrente COMPANHIA DE GERAÇÃO TÉRMICA DE ENERGIA ELÉTRICA - CGTEE e
Agravado e Recorrido ANDERSON ALMEIDA DE ALMEIDA.

O TRT da 4ª Região deu parcial provimento ao recurso


ordinário do reclamante.
As reclamadas apresentaram recursos de revista.
O juízo regional de admissibilidade, às fls.
1177/1182, negou seguimento ao recurso de revista da primeira reclamada
(EMS Eletromecânica Silvetrini Ltda) e admitiu o recurso de revista da
segunda reclamada (Companhia de Geração Térmica de Energia
Elétrica-CGTEE) apenas quanto ao tema “honorários advocatícios”.
A primeira reclamada apresenta agravo de instrumento.
O reclamante apresentou contraminuta ao agravo de
instrumento.
É o relatório.

V O T O

I – AGRAVO DE INSTRUMENTO DA PRIMEIRA RECLAMADA EMS


ELETROMECÂNICA SILVESTRINI LTDA.

1 - DESERÇÃO DO RECURSO DE REVISTA. BENEFÍCIO DA


JUSTIÇA GRATUITA. EMPRESA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
A Vice-Presidência do TRT da 4ª Região denegou
seguimento ao recurso de revista da primeira reclamada pelos seguintes
fundamentos:

“Recurso de: EMS ELETROMECANICA SILVESTRINI LTDA


PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
RECURSO DE REVISTA DESERTO.
Observo que a decisão na instância originária foi de procedência
parcial (ID 689cd51), restando as reclamadas condenadas ao pagamento de

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"Custas de R$ 200,00, calculadas sobre o valor arbitrado à condenação, de
R$ 10.000,00".
Apenas o autor recorreu ordinariamente, tendo a 1ª Turma deste
Tribunal provido em parte o seu apelo e consignado: "Valor provisoriamente
arbitrado à condenação majorado para R$ 18.000,00 (dezoito mil reais) e
custas processuais para R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), para os fins
legais". (ID 0aa4200)
Ao interpor o recurso de revista (ID 8948431), a reclamada Ems
Eletromecânica Silvestrini Ltda., não efetuou o pagamento do depósito
recursal e nem o recolhimento das custas. Pede o benefício da justiça
gratuita, alegando não ter condições de arcar com o preparo, visto que se
encontra em recuperação judicial.
A despeito da documentação trazida com as razões recursais, não há
elementos bastantes a configurar a efetiva insuficiência financeira desta
reclamada, capaz de viabilizar o atendimento aos pressupostos objetivos de
admissibilidade recursal e a justificar a concessão do benefício, ainda que a
ora recorrente se encontre em recuperação judicial. Esta condição não se
equipara à falência e a documentação colacionada não é suficiente a
demonstrar a total impossibilidade de garantir o juízo e adimplir as custas
imputadas.
Não aproveita à recorrente o valor depositado pela outra reclamada,
CGTEE, que busca afastar a condenação solidária que lhe foi imposta, a teor
da Súmula 128, inciso III, do TST: "Havendo condenação solidária de duas
ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as
demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão
da lide".
Resta configurada a deserção, em face do entendimento contido na
Súmula 128, I, do TST: "DEPÓSITO RECURSAL. I. É ônus da parte
recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo
recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação,
nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso".
Oportuno referir que não é caso de concessão de prazo, nos termos da
OJ 140 do TST (DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS PROCESSUAIS.
RECOLHIMENTO INSUFICIENTE. DESERÇÃO. Em caso de
recolhimento insuficiente das custas processuais ou do depósito recursal,
somente haverá deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 (cinco) dias
previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC de 2015, o recorrente não
complementar e comprovar o valor devido (nova redação em decorrência do
CPC de 2015 - Resolução nº 217/17 do TST, DEJT em 20, 24 e 25 de abril de
2017), pois não se trata de insuficiência de depósito e/ou custas processuais,
mas da ausência total de preparo recursal.
Assim, o presente recurso não preenche o requisito do preparo, na
forma dos artigos 789, §1º, e 899, §1º, da CLT e da Instrução Normativa
03/93 do TST, não sendo recebido, por deserto.
CONCLUSÃO

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Nego seguimento.”

A primeira reclamada alega que, ao interpor o recurso


de revista, juntou documentação comprovando a sua miserabilidade
jurídica e a sua impossibilidade de arcar com as custas judiciais e
depósito recursal, requerendo a concessão dos benefícios da justiça
gratuita, por estar em recuperação judicial.
Requer que sejam concedidos os benefícios da justiça
gratuita, dando-se provimento ao agravo de instrumento e, por
conseguinte, seja recebido o recurso de revista interposto.
Indica violação dos artigos 5º, XXXV, LV, LXXIV, da
CF e 98 do CPC além de contrariedade à Súmula 86 do TST e 481 do STJ.
Transcreve arestos ao confronto de teses.
Analiso.
O TRT, por concluir ser hipótese de deserção, negou
seguimento ao recurso de revista da reclamada.
Inicialmente, registro que o recurso foi interposto
antes da vigência da Lei nº 13.467/2017, de forma que não se aplica o
§ 10 do art. 899 da CLT, nos termos do art. 20 da IN 41 desta Corte.
O entendimento firmado nesta Corte é o de que o fato
de a empresa estar em recuperação judicial não é suficiente para que lhe
sejam deferidos os benefícios da justiça gratuita, sendo necessária a
comprovação inequívoca de sua incapacidade econômica de arcar com as
despesas processuais.
Por outro lado, esta Corte tem entendido que, ainda
que se conceda o benefício da justiça gratuita às pessoas jurídicas, tal
benefício não abrange o depósito recursal, dada a sua natureza de garantia
do juízo, e não de despesa processual prevista no art. 3º da Lei
1.060/1950.
Nesse sentido, cito os seguintes precedentes
envolvendo a mesma reclamada:

“(...) RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA PRIMEIRA


RECLAMADA EMPRESA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
AUSÊNCIA DE DEPÓSITO RECURSAL. DESERÇÃO DO RECURSO
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DE REVISTA. IMPOSSIBILIDADE DE APROVEITAMENTO DO
DEPÓSITO EFETUADO PELO DEVEDOR PRINCIPAL. 1 . O fato de a
empresa encontrar-se em recuperação judicial não atrai a aplicação analógica
do entendimento contido na Súmula n.º 86 desta Corte superior. 2 .
Constatada a ausência do indispensável recolhimento do depósito recursal
pela reclamada, revela-se deserto o Recurso de Revista. 3. De outro lado, a
jurisprudência deste Tribunal Superior tem-se orientado no sentido de que o
depósito efetuado pelo devedor subsidiário não aproveita ao devedor
principal, ainda que aquele não postule sua exclusão da lide. Não socorre a
primeira reclamada, devedora principal, o entendimento consagrado no item
III da Súmula n.º 128 desta Corte superior, porquanto referido verbete não
contempla a hipótese de depósito efetuado pelo devedor subsidiário.
Precedentes. 4. Recurso de Revista não conhecido"
(ARR-38-43.2015.5.04.0812, 1ª Turma, Relator Ministro Lelio Bentes
Correa, DEJT 06/10/2017).

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. LEI N .


º 13.015/2014. DESERÇÃO DO RECURSO DE REVISTA. BENEFÍCIO
DA JUSTIÇA GRATUITA ÀS PESSOAS JURÍDICAS. ALCANCE .
Prevalece nesta Corte o entendimento de que o benefício da assistência
judiciária gratuita não compreende o depósito recursal, que constitui garantia
do juízo e não tem natureza de despesa processual. Assim, ainda que fossem
concedidos os benefícios da justiça gratuita à reclamada, o recurso de revista
estaria deserto por ausência de depósito recursal. Precedentes. Óbice da
Súmula 333 do TST. Agravo de instrumento a que se nega provimento "
(AIRR-1245-17.2014.5.04.0811, 2ª Turma, Relatora Ministra Maria Helena
Mallmann, DEJT 25/08/2017).

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA DA


EMS ELETROMECÂNICA SILVESTRINI INTERPOSTO SOB A ÉGIDE
DAS LEIS Nº 13.015/2014 E 13.105/2015. PROCESSO ANTERIOR À LEI
Nº 13.467/2017. EMPRESA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
INAPLICABILIDADE DA SÚMULA Nº 86 DO TST. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 128, III, DO TST. DESERÇÃO DO RECURSO DE REVISTA
DECLARADA NO DESPACHO AGRAVADO. O Tribunal Superior do
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Trabalho entende que não se aplicam às empresas em processo de
recuperação judicial os termos da Súmula nº 86 do c. TST, bem como tem
posicionamento no sentido de que, o depósito recursal efetuado pelo
litisconsorte , que pretende a exclusão da lide, não aproveita ao outro, nos
termos da Súmula 128, III, do TST. Precedentes. Hipótese em que não houve
o recolhimento do depósito recursal necessário ao preparo do recurso e a
empresa se encontra em processo de recuperação judicial, não se
beneficiando, portanto, do mesmo privilégio dispensado às massas falidas
pela Súmula nº 86 do c. TST. Não se aproveita também do depósito efetuado
pela segunda ré, que quer se ver eximida da responsabilidade solidária que
lhe foi imputada. De outro lado, a Orientação Jurisprudencial 140 da SBDI-1
do TST estabelece que "em caso de recolhimento insuficiente das custas
processuais ou do depósito recursal, somente haverá deserção do recurso se,
concedido o prazo de 5 (cinco) dias previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC de
2015, o recorrente não complementar e comprovar o valor devido" .
Portanto, como o caso em exame trata de ausência de recolhimento do
depósito recursal, e não de mera insuficiência, não se há falar em concessão
de prazo para a parte sanar o vício, convicção que se mantém após a
Resolução do TST nº 218 de 17/04/2017, que revogou o parágrafo único do
art. 10 da Instrução Normativa nº 39/2016, uma vez que a literalidade do art.
1.007, § 2º, do CPC/2015 é clara no sentido de admitir-se o saneamento
apenas nas hipóteses de insuficiência do valor do preparo, o que não é o caso
destes autos. Estando a decisão regional posta nesse sentido, não merece
reforma. Mantém-se, portanto, a deserção do recurso de revista declarada no
despacho agravado. Agravo de instrumento conhecido e desprovido .(...)
(ARR-20027-35.2015.5.04.0812, 3ª Turma, Relator Ministro Alexandre de
Souza Agra Belmonte, DEJT 17/05/2019).

"RECURSO DE REVISTA DA PRIMEIRA RECLAMADA.


DESERÇÃO DO RECURSO DE REVISTA. EMPRESA EM
RECUPERAÇÃO JUDICIAL. AUSÊNCIA DE PREPARO. NÃO
CONHECIMENTO. A primeira reclamada interpôs recurso de revista,
deixando, contudo, de comprovar o recolhimento de custas e do depósito
recursal, ao pleitear o deferimento de gratuidade de justiça, sob o argumento
de se encontrar em circunstância de recuperação judicial. Embora o apelo
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tenha sido parcialmente admitido pela Vice-Presidência do Tribunal
Regional, constata-se não restarem atendidos os pressupostos extrínsecos de
admissibilidade recursal, em sua integralidade. Com efeito, a Lei nº
13.467/2017 não retroage no sentido de acobertar os eventos ocorridos em
momento anterior à sua vigência, tampouco os recursos interpostos contra
decisões publicadas antes de 11/11/2017, consoante se vislumbra no presente
caso. De fato, por meio de seu artigo 20, a Resolução nº 221 deste Tribunal
Superior, de 21/ 0 6/2018, que editou a Instrução Normativa n° 41 (a qual
dispõe sobre as normas da CLT, com as alterações da Lei nº 13.467/2017 e
sua aplicação ao processo do trabalho), preconiza que " as disposições
contidas nos §§ 4º, 9º, 10 e 11 do artigo 899 da CLT, com a redação dada pela
Lei nº 13.467/2017, serão observadas para os recursos interpostos contra as
decisões proferidas a partir de 11 de novembro de 2017. ". Conforme
certificado no processo, o acórdão regional foi publicado em 25/07/2017,
portanto, antes da vigência do novo diploma legal. De tal sorte, em atenção à
citada data de publicação da decisão regional, revela-se inaplicável ao caso
vertente os ditames do atual artigo 899, § 10, da CLT, à luz do qual " são
isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades
filantrópicas e as empresas em recuperação judicial .". Precedentes.
Esclareça-se, ademais, que a jurisprudência desta Corte Superior perfilha
entendimento de que, não obstante seja possível a concessão do benefício da
justiça gratuita à pessoa jurídica que, de maneira inequívoca, comprove
situação de penúria financeira, tal benefício limita-se às despesas processuais
e não alcança o depósito recursal. Destaca-se, outrossim, que a Subseção I
Especializada em Dissídios Individuais consolidou o entendimento de que o
benefício da justiça gratuita não compreende a isenção do depósito recursal,
na medida em que este não ostenta natureza de taxa judiciária, mas sim de
garantia do juízo. Sendo assim, o conhecimento do recurso de revista resta
obstaculizado, em face do descumprimento do pressuposto de
admissibilidade alusivo ao preparo. Recurso de revista de que não se
conhece. (...)”Recurso de revista de que se conhece e a que se dá
provimento" (ARR-20815-49.2015.5.04.0812, 4ª Turma, Relator Ministro
Guilherme Augusto Caputo Bastos, DEJT 30/08/2019).

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"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO INTERPOSTO SOB A
ÉGIDE DA LEI 13.015/14. EMPRESA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
DESERÇÃO DO RECURSO DE REVISTA . Confirmada a ordem de
obstaculização do recurso de revista, na medida em que não demonstrada a
satisfação dos requisitos de admissibilidade, insculpidos no artigo 896 da
CLT. Agravo de instrumento não provido" (AIRR-62-45.2013.5.04.0811, 6ª
Turma, Relator Ministro Augusto Cesar Leite de Carvalho, DEJT
23/03/2018).

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA


DA PRIMEIRA RECLAMADA - INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI
N° 13.015/2014 E DO NCPC - PESSOA JURÍDICA - JUSTIÇA
GRATUITA - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE RECOLHIMENTO
DE CUSTAS E DEPÓSITO RECURSAL - DESERÇÃO 1. A Agravante
não comprovou o pagamento do depósito referido no art. 899, § 7º, da CLT.
2. Nos termos do art. 20 da Resolução nº 221 do TST, de 21/6/2018, que
editou a Instrução Normativa n°41 do TST: " as disposições contidas nos §§
4º, 9º, 10 e 11 do artigo 899 da CLT, com a redação dada pela Lei nº
13.467/2017, serão observadas para os recursos interpostos contra as
decisões proferidas a partir de 11 de novembro de 2017. " (sublinhei). 3.
Desse modo, inaplicável na presente hipótese o parágrafo 10 do art. 899 da
CLT, acrescentado pela Lei nº 13.467/17 , segundo o qual " são isentos do
depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades
filantrópicas e as empresas em recuperação judicial ", uma vez que o acórdão
recorrido fora publicado em 25/5/2017 , ou seja, antes da vigência da aludida
Lei e sob a égide da antiga sistemática processual. 5. A concessão do
benefício da justiça gratuita não abarca o depósito recursal, que não ostenta a
natureza de taxa judiciária. Julgados. Agravo de Instrumento não conhecido.
(...) (AIRR-20627-59.2015.5.04.0811, 8ª Turma, Relatora Ministra Maria
Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT 29/03/2019).

A decisão regional, portanto, está em consonância com


a jurisprudência pacífica do TST, conforme Súmula 128, III, o que atrai
o óbice da Súmula 333 desta Corte, que afasta as violações legais e
divergências jurisprudenciais apontadas.
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Esclareça-se que não há contrariedade à Súmula 86 do
TST, uma vez que tal verbete trata tão somente da massa falida, o que
não é o caso dos autos.
Desta forma, não há como afastar a deserção do recurso
de revista.
As garantias constitucionais devem ser exercitadas
com o cumprimento das regras legais que regem os recursos. Não constitui
violação dos princípios da inafastabilidade da jurisdição, do
contraditório e da ampla defesa o não processamento de recurso deserto.
Pelo exposto, nego provimento ao agravo de
instrumento.

II - RECURSO DE REVISTA DA SEGUNDA RECLAMADA COMPANHIA


DE GERAÇÃO TÉRMICA DE ENERGIA ELÉTRICA - CGTEE.

1 – RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA


POR MEIO DE INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRECLUSÃO. INSTRUÇÃO
NORMATIVA 40/TST.
1.1-Conhecimento
O primeiro juízo de admissibilidade não admitiu o
recurso de revista quanto ao tema "responsabilidade solidária”.
A decisão de admissibilidade do presente recurso de
revista é posterior a 15/4/2016, portanto, segue a nova sistemática
processual estabelecida por esta Corte Superior a partir do cancelamento
da Súmula 285/TST e da edição da Instrução Normativa 40/TST.
Nessa senda, tem-se que é ônus da parte impugnar,
mediante a interposição de agravo de instrumento, os temas constantes
do recurso de revista que não foram admitidos, sob pena de preclusão.
No caso, verifica-se que a parte deixou de interpor agravo de instrumento
em face da decisão do Tribunal Regional que não admitiu o seu recurso
de revista em relação ao tema "responsabilidade solidária”, razão por
que fica inviabilizada a análise do apelo em relação a tal matéria, ante
a preclusão.
Não conheço.

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2 - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AUSÊNCIA DE CREDENCIAL
SINDICAL.
2.1 - Conhecimento
Ao analisar o recurso ordinário do reclamante quanto
ao tema em destaque, o TRT assim decidiu:

"O magistrado singular indeferiu os honorários de assistência


judiciária pleiteados por não estar o reclamante representado pelo sindicato
da categoria profissional, de acordo com a Súmula nº 219 do TST.
O reclamante não se conforma. Discorre extensamente sobre a matéria,
sustentando, em suma, que faz jus ao benefício, com base na Lei nº 1.060/50.
Prospera a pretensão.
Adoto a orientação vertida na Súmula nº 61 deste E. TRT:
Atendidos os requisitos da Lei 1.060/50, são devidos os
honorários de assistência judiciária gratuita, ainda que o
advogado da parte não esteja credenciado pelo sindicato
representante da categoria profissional.
Refiro que no documento Id c3d8e6d, apresentado juntamente com a
inicial, o reclamante declara não ter condições de demandar em juízo sem
prejuízo de seu próprio sustento e de sua família.
Assim, a despeito da ausência de assistência sindical, são devidos os
honorários postulados, os quais fixo em 15% sobre o valor bruto da
condenação, conforme entendimento consolidado na Súmula nº 37 deste
regional.
Assim, dou provimento ao recurso para acrescer à condenação o
pagamento de honorários assistenciais de 15% sobre o valor bruto da
condenação."

Insurge-se a segunda reclamada contra a condenação ao


pagamento dos honorários advocatícios, pois o reclamante não apresentou
credencial sindical.
Aponta contrariedade às Súmulas 219 e 329 do TST.
Analiso.
O item I da Súmula 219 do TST prescreve: "Na Justiça
do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios não
decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte,
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
Poder Judiciário fls.12
Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-ARR - 20127-87.2015.5.04.0812

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1003F65DEA0996ADF4.
concomitantemente: a) estar assistida por sindicato da categoria
profissional; b) comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do
salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita
demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família".
In casu, ausente a credencial sindical, indevida a
condenação em honorários advocatícios.
Pelo exposto, conheço do recurso de revista por
contrariedade à Súmula 219, I, do TST.

2.2 - Mérito
Conhecido o apelo por contrariedade à Súmula 219, I,
do TST, dou-lhe provimento para excluir da condenação o pagamento dos
honorários advocatícios.

ISTO POSTO
ACORDAM os Ministros da Segunda Turma do Tribunal
Superior do Trabalho, por unanimidade: I – negar provimento ao agravo
de instrumento da primeira reclamada (EMS Eletromecânica Silvetrini
Ltda); II – conhecer do recurso de revista da segunda reclamada (Companhia
de Geração Térmica de Energia Elétrica-CGTEE) apenas quanto ao tema
"Honorários advocatícios. Ausência de credencial sindical", por
contrariedade à Súmula 219, I, do TST, e, no mérito, dar-lhe provimento
para excluir da condenação o pagamento dos honorários advocatícios.
Custas inalteradas.
Brasília, 16 de dezembro de 2020.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)

MARIA HELENA MALLMANN


Ministra Relatora

Firmado por assinatura digital em 17/12/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP
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