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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE


CEZAR MIRANDA DA SILVA

APOSENTADORIA ESPECIAL

SÃO PAULO
2016
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CEZAR MIRANDA DA SILVA

APOSENTADORIA ESPECIAL
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como exigência parcial
para a obtenção de título de Pós-
Graduação do Curso de Direito do
Trabalho da Universidade Presbiteriana
Mackenzie.

Orientador: Prof. Mestre xxxxxxx

SÃO PAULO
3

2016
CEZAR MIRANDA DA SILVA

APOSENTADORIA ESPECIAL
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como exigência parcial
para a obtenção de título de Pós-
Graduação do Curso de Direito do
Trabalho da Universidade Presbiteriana
Mackenzie.

Aprovado em:

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA
MACKENZIE
Prof Ms XXX

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA
MACKENZIE
Prof Ms XXX

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE


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Prof Ms XXX

DEDICATÓRIA

Dedico está monografia a minha família


pela fé e confiança demonstrada durante
o decorrer do curso. Aos meus amigos
pelo apoio.
5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a ti meu DEUS, que é meu porto seguro.

À minha mãe Maria de Lourdes Beatris Scirè [in memoriam], por seu amor
incondicional e por trilhar meu caminho com a sua luz e presença constante em
minha vida mesmo que de uma forma mais elevada, e será para vida inteira
minha fonte de inspiração, pessoa na qual tento me espelhar.

À minha avó Nelsina Scirè, pelo carinho, amor e por sempre estar presente em
minha vida e ser responsável pela minha formação.

À minha tia Mathilde Nelsina Scirè, que nunca mediu esforços para minha
felicidade e quem eu me orgulho muito de ter como minha tia.

Ao meu irmão Victor Scirè Queiróz, por ser meu herói.

Ao meu querido pai, pelo apoio.

Ao meu orientador Ricardo Alves, pela dedicação.


6

"Não basta conquistar a sabedoria, é preciso usa-lá.”

Cícero
7

LISTAS DE TABELAS

INTRODUÇÃO ...........................................................................................................10
CAPÍTULO I –BREVE ANÁLISE SOBRE A SEGURIDADE SOCIAL......................12
8

LISTAS DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CF – Constituição Federal
CLT – Consolidação das Leis do
Trabalho
EC – Emenda Constitucional

EPI – Equipamento de Proteção


Coletivo

EPI – Equipamento de Proteção


Individual
INSS – Instituto Nacional do
Seguro Social

LOPS – Lei Orgânica da Previdência


Social
LTCAT - Laudo Técnico de Condições do
Ambiente de Trabalho
MP – Medida Provisória
NR – Norma
Regulamentadora
OIT - Organização Internacional
do Trabalho
PL – Projeto de Lei
PPP – Perfil Profissiográfico
Previdenciário

PPRA - Programa de Prevenção de


Riscos Ambientais

RGPS – Regime Geral de Previdência


Social
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RMI – Renda Mensal Inicial

RPS - Regulamento da
Previdência Social

RESUMO

A presente Monografia tem como escopo o estudo da aposentadoria especial,


que faz parte, desde a edição da Lei nº 3.807/60, do rol de benefícios
oferecidos pelo regime geral de previdência social. A aposentadoria especial
consiste no benefício concedido por tempo de contribuição, porém com
significativa redução do número de anos necessários à aposentadoria comum.
A aposentadoria especial é um benefício concedido ao trabalhador que
exercesse sua atividade em ambiente de trabalho exposto a agentes nocivos
prejudiciais à saúde e a sua integridade física, de modo habitual e permanente.
Sendo assim, em um primeiro momento, o estudo é dirigido a análise da
Seguridade Social e sua evolução histórica. Logo após, será realizado uma
breve análise da Previdência Social, seu conceito, seus princípios e suas
prestações previdenciárias. Em seqüência, será explanado de forma mais
específica o tema central do estudo, abordaremos para tanto o conceito de
Aposentadoria Especial, sua evolução legislativa e histórica, o custeio e seus
titulares. E por último será analisado seus aspectos gerais e da sua habilitação.

Palavras-chave: Lei 3.807/60. Aposentadoria Especial. Seguridade Social.


Requisitos e características. Aspectos Gerais.
10

RESUMEN

La presente Monografía tiene como objetivo el estudio de la jubilación especial,


que forma parte, desde la edición de la Ley nº 3.807/60, de la lista de
beneficios ofrecidos por el régimen general de previsión social. La jubilación
especial consiste en el beneficio concedido por tiempo de contribución, aunque
con una significativa reducción del número de años necesarios para la
jubilación común. La jubilación especial es un beneficio concedido al trabajador
que haya ejercido su actividad en ambientes de trabajo expuestos a agentes
nocivos y perjudiciales para su salud e integridad física, de modo habitual y
permanente. Siendo así, en un primer momento, el estudio está dirigido al
análisis de la Seguridad Social y su evolución histórica. Luego, se realizará un
breve análisis de la Previsión Social, su concepto, sus principios y sus
prestaciones de seguridad social. A continuación, será explicado de forma más
específica el tema central de estudio, para lo cual abordaremos el concepto de
Jubilación Especial, su evolución legislativa e histórica, su retribución y sus
titulares. Por último serán analizados sus aspectos generales y de habilitación.

Palabras clave: Ley 3.807/60. Jubilación Especial. Seguridad Social.


Requisitos y características. Aspectos Generales.
.
11

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...........................................................................................................10

CAPÍTULO I – BREVE ANÁLISE SOBRE A SEGURIDADE SOCIAL.....................12


1.1EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL.........................................12
1.1.2 A Seguridade Social no Brasil............................................................................22
1.2 CONCEITO DE SEGURIDADE SOCIAL..............................................................12
1.3 PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL............................................................22

CAPÍTULO II – A PREVIDENCIA SOCIAL................................................................12


2.1 CONCEITO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL..............................................................12
2.2 PRINCÍPIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL............................................................22
2.3 AS PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS..............................................................22

CAPÍTULO III – APOSENTADORIA ESPECIAL.......................................................24


3.1 CONCEITO DE APOSENTADORIA ESPECIAL..................................................24
3.2 EVOLUÇÃO LEGISLATIVA E HISTÓRICA DA APOSENTADORIA
ESPECIAL...................................................................................................................24
3.3 O CUSTEIO...........................................................................................................22
3.4 TITULARES...........................................................................................................22

CAPÍTULO IV – ASPECTOS GERAIS DA APOSENTADORIA ESPECIAL ...........24


4.1 INSTITUIÇÃO DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE,
PERICULOSIDADEE PENOSIDADE..........................................................................24
4.2 USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO..........................................................23
4.3 PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO E LAUDO TÉCNICO..........23

CAPÍTULO V – DA HABILITAÇÃO............................................................................24
5.1DA CARÊNCIA.......................................................................................................22
12

5.2 DA CONCESSÃO..................................................................................................23
5.3 DA DATA DO INÍCIO DO BENEFÍCIO (DIB) E RENDA MENSAL INICIAL
(RMI)............................................................................................................................23
5.4 DO CANCELAMENTO..........................................................................................23

CONCLUSÃO.............................................................................................................28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................29

ANEXO
13

INTRODUÇÃO

A presente Monografia tem como escopo o estudo da aposentadoria


especial, que faz parte, desde a edição da Lei nº 3.807/60, do rol de benefícios
oferecidos pelo regime geral de previdência social.

A aposentadoria especial consiste no benefício concedido por tempo de


contribuição, porém com significativa redução do número de anos necessários
à aposentadoria comum, assegurando ao trabalhador que exercer atividades
sob condições perigosas, insalubres ou penosas,um tempo de trabalho
reduzido, 15, 20 ou 25 anos para o implemento do benefício.

A legislação que trata da aposentadoria especial passou por inúmeras


alterações ao decorrer dos anos e, ainda hoje, provoca dúvidas quanto ao
direito daqueles que exercem ou exerceram atividades em condições
especiais.

No Capítulo 1, será realizada uma breve análise sobre a Seguridade


Social, seu conceito, origem e histórico, onde resumidamente foi abordado a
origem da Proteção Social, o conceito da Seguridade Social, sua evolução
histórica e legislativa no mundo e no Brasil e, ainda, os princípios
constitucionais que norteiam a Seguridade Social.

Em seqüência, no Capítulo 2 será abordado de forma resumida a


Previdência Social, seu conceito, os princípios constitucionais e por fim as
prestações previdenciárias.

Já no Capítulo 3, será explanado de forma mais específica o tema


central do estudo, abordaremos para tanto a Aposentadoria Especial, sua
evolução legislativa e histórica, o custeio e seus titulares. Através de uma breve
analise no que tange seu conceito e sua caracterização, será realizado uma
síntese sobre sua evolução histórica legislativa até os dias atuais, seu custeio,
bem como seus titulares.
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No Capítulo 4, serão abordadas as generalidades da aposentadoria


especial, versando da exposição dos segurados aos agentes nocivos, aos
requisitos da habitualidade e permanência e o enquadramento legal da
especialidade desenvolvida, bem como a definições de insalubridade,
penosidade e periculosidade, o perfil profissiográfico profissional e laudo
técnico ambiental, indispensáveis à concessão do benefício nos dias atuais,
bem como a conversão do tempo.

Por fim, no capítulo 5, será abordado sobre a habilitação, através da


análise da carência, do requerimento, da concessão, da data do início do
benefício, da renda mensal e do cancelamento.

CAPÍTULO I BREVE ANALISE SOBRE A SEGURIDADE SOCIAL

1.1 Evolução Histórica da Seguridade Social

Para que melhor se entenda o “status quo” da seguridade social, se faz


mister uma breve análise histórica da sua evolução no mundo.

Na antiguidade, na Grécia e na Roma, encontramos as primeiras


manifestações do homem no que tangem a relação à proteção social.
Caracterizavam-se por meio de instituições de cunho mutualista que tinham o
escopo de oferecer assistência aos seus membros, mediante contribuição, de
modo a se ajudarem, em caso de necessidade.

Nesse molde, podemos destacar a família romana da antiguidade, onde,


o pater famílias, fazia com que os servos e clientes tivessem assistência por
meio de associação, mediante contribuição de seus membros, a fim de
amparar os mais necessitados.
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Já na Idade Média, na Europa, foram constituídas corporações


profissionais visando à administração de fundos, dando forma e consistência a
seguros sociais para seus membros.

Em 1601, na Inglaterra, foi editada a Lei dos Pobres (Poor Relief Act),
que instituiu a contribuição obrigatória para fins sociais, consolidando outras
leis a respeito da assistência pública. Com base na referida lei, o indivíduo
necessitado tinha o direito de ser auxiliado pelo distrito.

No entanto, foi a partir do século XVIII, que surgiu a idéia de Seguridade


Social como forma de proteção social assegurada a todos os indivíduos. Foi na
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1798, que foi registrado o
princípio da Seguridade Social como direito assegurado a todos.

Nessa época, a Europa, influenciada por movimentos de trabalhadores,


c omeçaram a criar sistemas protetivos, mediante contribuição, que garantiam o
direito ao indivíduo vítima de algum infortúnio (incapacidade laborativa
decorrente de acidentes, doenças, velhice) a percepção de alguma renda, o
que acarretou a deflagração da idéia da previdência social.

Não obstante, a Revolução Francesa, com seus ideais de igualdade,


liberdade e fraternidade, intensificam a idéia de liberdade individual plena e a
igualdade absoluta entre os indivíduos, intensificando manifestações por
melhores condições de trabalho e de subsistência, com greves e revoltas,
reprimidas violentamente pelo próprio Poder Constituído.

Apartirde1800, o Estado passou a ter, como mais uma de suas funções,


a prestação de auxílio à sociedade. Na Alemanha, Otto Von Bismark instituiu
uma série de seguros sociais destinados aos trabalhadores.

Assim, em 1883, na Alemanha, Otto Von Bismark instituiu uma série de


seguros sociais destinados aos trabalhadores. Foi instituído o seguro-doença
obrigatório para os trabalhadores da indústria, custeado por contribuições dos
empregados, empregadores e do Estado. Em 1884, criou-se o seguro de
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acidente de trabalho com o custeio a cargo dos empregadores. Já em 1889, foi


promulgado na Alemanha a lei que instituiu o seguro de invalidez e velhice,
igualmente custeada por trabalhadores, empregadores e Estado.

Os seguros instituídos por Bismark tinham como intuito, impedir os


conflitos sociais existentes entre os trabalhadores, através de movimentos
socialistas fortalecidos com a crise industrial da época. As leis instituídas por
Bismark, que instituíram os seguros sociais, foram precursoras para a criação
da previdência social no mundo.

Na fase do Constitucionalismo Social, onde as Constituições dos países


começam a tratar dos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários, a
seguridade ganha importância na hierarquia dos ordenamentos jurídicos,
passando ao nível de Carta Magna. A primeira Constituição a inserir a
previdência social no seu bojo foi a do México (1917), em seguida, tivemos a
alemã de Weimar (1919).

Nesse contexto, devemos destacar também as convenções e


recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), com
substancial repercussão na uniformização e desenvolvimento da legislação
trabalhista e previdenciária dos países signatários.

No entanto, ainda faltava à noção de solidariedade social, princípio


fundamental da Seguridade Social. Somente em 1929, com a crise da bolsa de
valores nos Estados Unidos, que ocorreu o verdadeiro período de adoção
plena da noção de Previdência Social. A resposta do presidente Roosevelt à
crise de 1929, preocupado com o desemprego crescente, adotou o New Deal,
política que inspirou uma doutrina do Bem-Estar Social (Welfare State).

A Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, prescrevia,


entre outros direitos fundamentais da pessoa humana, a proteção
previdenciária. O artigo 85 do citado diploma estabelece que:
17

“Todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de


assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar social,
inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados
médicos e os serviços sociais indispensáveis, o direito à
segurança no caso de desemprego, doença, invalidez,
viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de
subsistência em circunstâncias fora de seu controle”

A Seguridade Social nasceu como uma necessidade da insubstituível

ação do Estado na segurança social, resguardando assim, aquele indivíduo


contra os riscos inerentes à perda da capacidade de trabalho, seja ela

permanente ou temporária, ou a impossibilidade da sua própria subsistência.

Sendo assim, a Seguridade Social quanto direito garantido


constitucionalmente em nosso ordenamento jurídico, constitui um direito social
primordial a dignidade da pessoa humana. Integram a Seguridade Social: a
Saúde, a Assistência Social e a Previdência Social.

No entanto, a idéia de proteção social vem se modificando através dos


tempos, nunca perdendo o seu objetivo principal, adquirindo um consistente
conteúdo, importantíssimo no contexto social.

1.1.2 A Seguridade Social no Brasil

Encontramos em nosso ordenamento jurídico de modo bem peculiar, a


previsão de um esboço de auxílio-doença, através do Código Comercial de
1850 que estabelecia em seu artigo 79 que:

Artigo 79 – “Os acidentes imprevistos e inculpados que


impedirem aos prepostos o exercício de suas funções não
interromperão o vencimento de seu salário, contanto que
a inabilitação não exceda três meses contínuos”.

Porém, somente em 1888 surgiu o primeiro regulamento na área, o qual


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abordava a aposentadoria dos funcionários dos Correios. Não obstante, ainda


em 1888, apareceram normas jurídicas previdenciárias favorecendo os
servidores públicos, exceto os ferroviários.

Nessa esteira, com o advento do Decreto nº. 9.284, de 30 de Dezembro


1911 possibilitou a criação de uma Caixa de Pensões dos Operários da Casa
da Moeda, a Lei nº. 3.724, de 15 de janeiro 1919 tornou compulsório o seguro
contra acidentes de trabalho em certas atividades.

No entanto, foi através do Decreto nº. 4.682, de 24 de janeiro de 1923,


conhecida como a Lei Eloy Chaves, que implantou a Previdência Social no
Brasil e ficou considerado o ponto de partida do nosso sistema previdenciário.
A partir desta Lei definiu-se o conteúdo dos instrumentos legais para a criação
de Caixas de Aposentadorias e Pensões nas empresas ferroviárias existentes
no período, garantindo a aposentadoria aos trabalhadores e pensão a seus
dependentes em caso de morte do segurado, além de garantir assistência
médica e diminuição nos custos na compra de medicamentos.

A nossa Constituição Federal de 1824, contudo, tinha uma única


disposição relacionada à seguridade social no seu artigo 179, XXXI, que
estabelecia:

Artigo 179, XXXI – “A Constituição também garante os


socorros públicos”.

Nesse período a tendência era tomar categorias profissionais como um


todo, iniciando-se com a criação do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos
Marítimos, depois dos comerciários (1934), dos bancários (1934), dos
industriários (1936), dos empregados em transportes e cargas (1938) e da
estiva (1939).

A nossa Constituição Federal de 1934 em seu artigo 121, § 1º, "h", foi a
primeira que disciplinou a forma de custeio dos institutos, no caso tríplice,
prevendo a contribuição dos trabalhadores, dos empregadores e do Poder
19

Público. Não obstante definiu ser competência da União a fixação das regras
de assistência social e competência do Poder Legislativo (Congresso) a
instituição de normas sobre aposentadorias.

A referida Constituição também versou sobre a assistência médica ao


trabalhador e a gestante, bem como da criação de previdência em favor da
velhice, da licença-maternidade, invalidez, acidente de trabalho e morte.

Já a nossa Constituição Federal de 1937, outorgada no Estado Novo,


não originou progressos significativos, apenas empregou a expressão “seguro
social” ao invés de previdência social em seu texto.

No entanto a nossa Constituição Federal de 1946 teve um papel


importante no que tange a proteção previdenciária em nosso país. A referida
Constituição foi responsável por abolir a expressão "seguro social", dando
destaque pela primeira vez na à expressão "previdência social". Foram
estabelecidas normas que versavam sobre direitos sociais, obrigando o
empregador a manter seguro contra acidentes de trabalho para seus
empregados.

Em 1960, foi editada a Lei n°. 3.807 de 26 de agosto de 1960, que


instituiu a Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS, com o intuito de diminuir
a desigualdade existente entre as categorias profissionais e a unificação da
previdência. A referida lei unificou os critérios de concessão dos benefícios dos
diversos institutos existentes no período, expandindo os benefícios, tais como:
auxílio-natalidade, auxílio-funeral, auxílio- reclusão e assistência social.

Ainda na década de 60, foi instituída a Lei nº 4.214, de 02 de março de


1963, que criou o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL).
Não obstante, tivemos a Emenda Constitucional nº 11, de 31 de março de
1965, estabeleceu o princípio da precedência da fonte de custeio e relação à
criação ou majoração de benefícios.
20

Em 1967 com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social


(INPS), através do Decreto-Lei n.º 72, de 21 de novembro de 1966, reuniram-
se em uma única estrutura seis Institutos de Aposentadorias e Pensões até
então existentes, centralizando a organização previdenciária.

A nossa Constituição Federal de 1967 manteve a disciplina


previdenciária nos mesmos moldes que a Constituição Federal de 1946,
trazendo poucas inovações em nosso sistema previdenciário. O § 2º do artigo
158 dispunha que a contribuição da União no custeio da previdência social
seria atendida mediante dotação orçamentária ou com o produto de
contribuições arrecadadas. Não obstante, no referido artigo foi instituído ainda
o salário-família (artigo158,II); o seguro-desemprego (artigo158,XVI);
concessão de aposentadoria integral para mulheres com tempo de serviço de
30 anos (artigo101,I,“a”e158,XX).

Os Decretos-Leis de números 564/69 e 704/69 estenderam a


previdência social ao trabalhador rural, em especial aos empregados do setor
agrário da agroindústria canavieira.

A Lei nº. 6.036, de 01 de maio de 1974, criou o Ministério da Previdência


e Assistência Social, que foi um desmembramento do Ministério do Trabalho e
da Previdência Social. O objetivo do MPAS era trabalhar especificamente com
a Previdência Social.

A Lei Complementar nº 11, de 25 de maio de 1971, criou o Programa de


Assistência ao Trabalhador Rural (Pro-Rural). Com o advento da referida lei, os
trabalhadores rurais passaram a ser segurados da previdência social. Todavia,
mesmo sem a contribuição prévia por parte do trabalhador, os mesmos, tinham
direito à aposentadoria por velhice, invalidez, pensão e auxílio-funeral.

Em 11 de dezembro de 1972, a Lei nº 5.859, introduziu os empregados


domésticos como segurados obrigatórios da previdência social.
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Ainda na década de 70, foi instituído o SINPAS (Sistema Nacional de


Previdência e Assistência Social), através da Lei nº 6.439, de 01 de julho de
1977. O SINPAS foi destinado a integrar as atividades de previdência social, da
assistência social, da assistência médica e de gestão administrativa, financeira
e patrimonial das entidades vinculadas ao Ministério da Previdência e
Assistência Social – (Instituto Nacional de Previdência Social -INPS; Nacional
de Assistência Médica de Previdência Social - INAMPS; Fundação Legião
Brasileira de Assistência - LBA; Fundação do Bem-Estar do Menor -
FUNABEM; Instituto da Administração Financeira da Previdência Social -
IAPAS; Central de Medicamentos CEME e Empresa de Processamento de
Dados da Previdência Social - DATAPREV).

Em 1977 foi instituída a Lei nº. 6.435, que normatizou a possibilidade de


criação de instituições de previdência complementar, matéria regulamentada
pelos Decretos nº. 81.240/78 e 81.402/78, tratando das entidades de caráter
fechado e aberto, respectivamente.

Porém, foi através do Decreto nº 89.312 que em 1984, adveio à


consolidação da legislação previdenciária (CLPS), que coligou toda a
legislação de custeio e benefício em um único documento.

Com o advento da nossa Constituição Federal de 1988, ocasionou uma


estruturação completa da previdência social, saúde e assistência social. Assim,
o SINPAS foi abolido.

Em 1990 foi instituído o Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS), através


da Lei 8.029, de 12 de abril de 1990, que substituiu o INPS e o IAPAS nos
cargos de arrecadação, pagamento de benefícios e prestação de serviços.

O INSS é a autarquia responsável pela arrecadação, fiscalização,


cobrança, aplicação de penalidades (multas) e regulamentação de parte do
custeio do sistema de seguridade social, igualmente de concessão de
benefícios e serviços aos seus segurados e dependentes.
22

A seguridade social foi formada, por meio da publicação da Lei nº 8.080,


de 19 de setembro de 1990 que resguardou a Saúde. Posteriormente, pelas
Leis nºs 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, que instituíram,
respectivamente, o Plano de Organização e Custeio da Seguridade Social e o
Plano de Benefícios da Previdência Social. E por último, pela Lei nº 8.742, de
07 dezembro de 1993, que tratou da Lei Orgânica de Assistência Social –
LOAS.

A publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de


1998, ocasionou significativa modificação ao sistema previdenciário,
especialmente no tange à concessão de aposentadorias, tendo em vista que
conforme estabelecia o texto constitucional, as aposentadorias passaram a ser
concedidas por tempo de contribuição e não mais por tempo de serviço.

Em 2000 foi editada a Emenda Constitucional nº 29, que modificou a


nossa Constituição Federal, assegurando os recursos mínimos para o
financiamento das ações e serviços públicos de saúde.

Em seguida, tivemos uma nova reforma da previdência social, em 2003


com o advento da Emenda Constitucional nº 41, foi modificado principalmente
as regras do regime próprio de previdência social dos servidores públicos, com
o fim da paridade e integralidade para os futuros servidores, a contribuição dos
inativo-pensionistas, redutor da pensão, base de cálculo da aposentadoria com
base da média contributiva, abono permanência, criação de tetos e subtetos.

Atualmente, foi editada a Emenda Constitucional nº 47/2005,


denominada PEC Paralela que procurou reduzir os prejuízos causados aos
servidores públicos pela Emenda nº 41/2003.

Em 2006 o Decreto nº. 5.756 regulamentou os reajustes dos benefícios


mantidos pela Previdência Social, a partir de 01 abril de 2006.
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E por fim, em 2008, foi instituído o Decreto nº.6.417 que aprovou a


estrutura regimental e o quadro demonstrativo dos cargos em comissão e das
funções gratificadas do Ministério da Previdência Social.

1.2 Conceito de Seguridade Social

Em nosso ordenamento jurídico, expandiu-se a idéia de seguridade


social, com o advento da Constituição Federal de 1988.

O artigo 194 da nossa Constituição Federal define a seguridade social


da seguinte forma:

Artigo 194 – “A seguridade social compreende um conjunto


integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, a previdência e a assistência social.”

A nossa Constituição Federal estabeleceu que a seguridade deve ser


financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: do
empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei,
incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos
ou creditados.

Sendo assim, a seguridade social compreende o conjunto de medidas


proporcionado pela sociedade aos seus indivíduos com o intuito de impedir
desequilíbrios econômicos e sociais, através da proteção social constituída de
princípios e ações voltadas ao indivíduo, assegurando meios de subsistência,
assistência e saúde, de responsabilidade dos poderes públicos e da sociedade.

1.3 Princípios da Seguridade Social


24

Os princípios básicos da seguridade social estão previstos no artigo 194


da nossa Constituição Federal, que estabelece que:

Artigo 194 – “A seguridade social compreende um


conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência
social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos
da lei, organizar a seguridade social, com base nos
seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços
às populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos
benefícios e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - eqüidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento;
VII - caráter democrático e descentralizado da
administração, mediante gestão quadripartite, com
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.”

Sendo assim, temos na Seguridade Social um aglomerado de princípios,


de regras e de instituições proposto a estabelecer um sistema de proteção
social as pessoas contra imprevistos que os impeçam de prover as suas
necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, com o intuito de assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

Cristalino, tais princípios são fundamentais para a aplicação de direitos


relativos à seguridade social, contendo conteúdo próprio que dá eficácia ao
direito social assegurado, independentemente, de regras que o estabeleçam,
pois eles mesmos garantem determinados direitos.

CAPÍTULO II – A PREVIDENCIA SOCIAL

2.1 Conceito de Previdência Social


25

A nossa Constituição Federal em seu artigo 201, estabelece que:

Artigo 201:“A previdência social será organizada sob a


forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação
obrigatória, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuaria (..)”.

Temos na Previdência Social um seguro público que tem o objetivo


assegurar que as fontes de renda dos trabalhadores e seus dependentes
continuem no momento em que o mesmo perde a capacidade laboral, podendo
ser por determinado período ou permanente.

Todavia, para ser assegurado pela Previdência Social é preciso


contribuir regularmente para o INSS, que é o caixa da Previdência Social,
responsável pelas arrecadações das contribuições e pelo pagamento dos
benefícios.

Sendo assim, os trabalhadores que possuem registrados com carteira


assinada são obrigatoriamente resguardados pela Previdência Social, todavia,
os que não possuem registro podem de maneira espontânea contribuir.

2.2 Princípios da Previdência Social

A Previdência Social está organizada sob a forma de regime geral, de


caráter contributivo e de filiação obrigatória. Os seus princípios estão
estabelecidos no artigo 201 da nossa Constituição Federal, bem como no
artigo 2.º da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, entre os principais
princípios temos:
26

I – Da filiação obrigatória: tal princípio estabelece que os indivíduos que


desempenham atividades remuneradas são obrigatoriamente filiados à
previdência social. No entanto vale ressaltar que a filiação apenas aos
trabalhadores que desempenham atividades ligadas ao Regime Geral de
Previdência Social. Sendo assim, temos as exceções dos segurados
facultativos e dos servidores públicos vinculados a Regime Próprio de
Previdência Social (RPPS);

II – Da Contributividade: o referido princípio tem como escopo assegurar a


cobertura previdenciária aos segurados, sendo assim, os benéficos e serviços
previdenciários devem ser oferecidos em caráter oneroso. Sendo assim,
somente fará jus aqueles que estiverem filiados ou contribuindo para o RGPS;

III - Universalidade de Participação nos Planos Previdenciários: tal


princípio tem o escopo de assegurar que a previdência social se estenda a
todos, tanto os segurados obrigatórios quanto os segurados facultativos;

IV - Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às


Populações Urbanas e Rurais: tal princípio visa à igualdade igual, tanto para
trabalhadores urbanos, quanto para trabalhadores rurais;

V - Seletividade e Distributividade dos Benefícios e Serviços: tal princípio


visa assegurar a seletividade e a distribuição de renda de modo que ocorra a
redução das desigualdades sociais e econômicas;

VI – Cálculo dos benefícios Corrigidos Monetariamente: com o intuito de


não prejudicar o segurado, tal princípio estabelece que os salários de
contribuição utilizados para o calculo de benefício devem ser atualizados, na
forma da lei;

VII - Irredutibilidade do Valor dos Benefícios de Forma a Preservar-lhes o


Poder Aquisitivo: o referido princípio visa resguardar o valor do benefício, ou
seja, no momento que ocorre o reajuste do salário mínimo, os benefícios
27

também são reajustados, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao


Consumidor - INPC;

VIII – Valor da Renda Mensal dos Benefícios Substitutos do Salário de


contribuição: com o intuito de assegurar a sobrevivência do segurado, o valor
não pode ser inferior ao do salário mínimo;

Sendo assim, temos na previdência social o objetivo de assegura aos


seus contribuintes a proteção de que necessitam para isso tais princípios
norteiam toda a estruturação da instituição.

2.3 As Prestações Previdenciárias

Temos nas prestações previdenciárias as espécies de benefícios e


serviços concedidos aos segurados e aos seus dependentes pela previdência
social.

O artigo 18 da Lei nº 8.213/91, estabelece as prestações


previdenciárias, sendo elas divididas quanto ao segurado, quanto ao
dependente e quanto ao segurado e dependente.

Sendo assim, a aposentadoria por invalidez, aposentadoria por idade,


aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria especial, auxílio-
doença, salário-família, salário-maternidade e auxílio-acidente, Para esta
categoria de beneficiários, são devidas para a categoria dos segurados.

Já a pensão por morte e auxílio-reclusão, são devidas para a categoria


dos dependentes.

E por fim, o serviço social e reabilitação profissional que são serviços da


previdência social, que tanto os segurados como os dependentes podem
usufruir.
28

CAPÍTULO III – APOSENTADORIA ESPECIAL

3.1 Conceito de Aposentadoria Especial

A aposentadoria especial é uma espécie de benefício previdenciário que


visa garantir ao segurado do Regime Geral da Previdência Social uma
compensação pelo desgaste resultante do tempo de serviço prestado em
condições prejudiciais a saúde ou integridade física.

Temos na aposentadoria especial uma espécie de aposentadoria por


tempo de contribuição, com diminuição do tempo de contribuição em razão do
exercício de atividades consideradas prejudiciais à integridade física ou à
saúde do trabalhador, através de agentes perigosos ou nocivos, podendo ser
químicos, físicos ou biológicos.

Sendo assim, a finalidade deste benefício é de proteger o trabalhador


que laborou em condições nocivas e perigosas à sua saúde.

Nessa esteira Castro e Lazzari1 defim a aposentadoria especial como:

“Aposentadoria especial é uma espécie de aposentadoria


por tempo de contribuição, com redução do tempo
necessário a inativação, concedida em razão do exercício
de atividades consideradas prejudiciais a saúde ou a
integridade física. Ou seja, é um benefício de natureza
previdenciária que se presta a reparar financeiramente o
trabalhador sujeito as condições de trabalho
inadequadas.”

1 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, João Batista. Manual de direito


previdenciário. 8. ed. Florianópolis: Conceito editorial, 2007, p. 499.
29

Para tanto, se faz mister que o trabalho em condições especiais, para


que o segurado faça jus ao benefício de aposentadoria especial deve ser em
exposição habitual e permanente, isto é, é aquele cumprido de forma não
ocasional nem intermitente, no qual a exposição do trabalhador seja
indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço.

No entanto, vale ressaltar que, para a aquisição do benefício, não é


preciso a comprovação de qualquer prejuízo físico ou mental do segurado – o
direito ao benefício de aposentadoria especial transcorre do período de
exposição, independente da existência de seqüela, sendo que esta é
presumida.

3.2 Evolução Legislativa e Histórica da Aposentadoria Especial

O benefício da aposentadoria especial foi instituído pela Lei Orgânica da


Previdência Social – LOPS, Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960, a qual já foi
realizada breves considerações. Desde a sua instituição até os dias atuais, o
benefício da aposentadoria especial vem sofrendo inúmeras alterações.

O artigo 31 da referida Lei, estabelecia que:

Artigo 31 –“A aposentadoria especial será concedida ao


segurado que, contando no mínimo 50 (cinquenta) anos
de idade e 15 (quinze) anos de contribuições tenha
trabalhado durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e
cinco) anos pelo menos, conforme a atividade
profissional, em serviços, que, para esse efeito, forem
considerados penosos, insalubres ou perigosos, por
Decreto do Poder Executivo”.

O benefício da aposentadoria especial, conforme preconizava o referido


artigo, inicialmente tinha como pressupostos para a sua concessão os critérios
de possuir no mínimo 50 anos de idade, mínimo de 15 anos de contribuições, e
15, 20 ou 25 anos de atividade profissional pelo menos, em serviços penosos,
insalubres ou perigosos, assim estabelecidos no Quadro II do Decreto 48.959-
30

A/60.
Em seguida, o Decreto nº 53.831, de 25 de março de 1964,
regulamentou também a Lei 3.807/60, que constituiu a relação entre os
serviços e as atividades profissionais consideradas como insalubres, perigosas
ou penosas, em virtude da exposição do segurado a agentes químicos, físicos
ou biológicos, observando o tempo de trabalho mínimo exigido.

Posteriormente, foi promulgada a Lei 5.440-A/68, que modificou o artigo


31 da Lei 3.807/60, extinguindo o requisito idade mínima do texto legal para a
concessão da aposentadoria especial.

Em seqüência, o Decreto 63.230, de 10 de agosto de 1968, revogou o


Decreto nº 53.831, de 1964, estabelecendo que o tempo de carência fosse de
180 contribuições mensais para a concessão da aposentadoria especial e,
segundo a atividade, deveriam ser observados o período mínimo de 15, 20 e
25 anos de atividade profissional em serviço penosos, insalubres ou perigosos,
de modo habitual e permanente, contando o período de auxílio doença ou
aposentadoria por invalidez em virtude do exercício dessas atividades;
conservou os quadros I e II do decreto nº. 53.831/64, inclusive o limite de
idade.

Não obstante, a carência de 180 para 60 contribuições mensais foi


alterada com o advento da Lei 5.890, de 08 de junho de 1973, que revogou o
artigo 31 da Lei 3.807/60, estabelecendo em seu artigo 9º, que a aposentadoria
especial seria concedida ao segurado que contando com 5 anos de
contribuição, tenha trabalhado durante 15, 20 ou 25 anos pelos menos, 
conforme a atividade profissional, em serviço que forem considerados penosos,
insalubres ou perigosos.

Em seguida, o Decreto nº 72.771, de 06 de setembro de 1973, modificou


a Lei 5.890/73, revogou os Decretos nº 60.501/67 e 63.230/68. Nessa esteira, o
segurado precisaria computar o período mínimo de 60 meses de contribuições
e ter exercido atividades profissionais penosas, insalubres ou perigosas pelo
tempo de 15, 20 ou 25 anos.
31

Já o Decreto 83.080, de 24 de janeiro de 1979, estabeleceu novo


regulamento dos Benefícios da Previdência Social, originando expressivas
modificações, tendo em vista que unificou quadros dos Decretos nº. 63.230/68
e 53.831/64, sendo que o dois primeiros anexos dispões da classificação das
atividades profissionais e os agentes nocivos, e os grupos profissionais
respectivamente.

Com o advento da Lei 6.887, de 10 de dezembro de 1980, adicionou o


parágrafo 4° ao artigo 9º da Lei nº 5.890/73 e estabeleceu a conversão do
tempo de serviço especial para o comum.

Sendo assim, foi estabelecido a conversão entre tempo especial e


comum para as aposentadorias, medida aguardada para corroborar o estado
dos indivíduos que tivessem exercido suas atividades em duas ou mais
empresas insalubres, penosas ou periculosas sem ter completado em uma
delas o tempo mínimo que lhe assegurasse o direito ao benefício especial.

Com o advento da nossa Constituição Federal de 05.10.1988, a


aposentadoria integral e a proporcional foram estabelecidas no artigo 202, que
estabelece:

“Artigo 202 - É assegurada aposentadoria, nos termos da


lei, calculando-se o benefício sobre a média dos trinta e
seis últimos salários de contribuição, corrigidos
monetariamente mês a mês, e comprovada a regularidade
dos reajustes dos salários de contribuição de modo a
preservar seus valores reais e obedecidas as seguintes
condições:
I - aos sessenta e cinco anos de idade, para o homem, e
aos sessenta, para a mulher, reduzido em cinco anos o
limite de idade para os trabalhadores rurais de ambos os
sexos e para os que exerçam suas atividades em regime
de economia familiar, neste incluídos o produtor rural, o
garimpeiro e o pescador artesanal;
II - após trinta e cinco anos de trabalho, ao homem, e,
após trinta, à mulher, ou em tempo inferior, se sujeitos a
32

trabalho sob condições especiais, que prejudiquem a


saúde ou a integridade física, definidas em lei;
III - após trinta anos, ao professor, e, após vinte e cinco, à
professora, por efetivo exercício de função de magistério.
§ 1º - É facultada aposentadoria proporcional, após trinta
anos de trabalho, ao homem, e, após vinte e cinco, à
mulher.
§ 2º - Para efeito de aposentadoria, é assegurada a
contagem recíproca do tempo de contribuição na
administração pública e na atividade privada, rural e
urbana, hipótese em que os diversos sistemas de
previdência social se compensarão financeiramente,
segundo critérios estabelecidos em lei.”

Sendo assim, com o advento da nossa Constituição Federal de 1988,


se fez mister a edição das Leis nº. 8.212/91 e nº. 8.213/91, que instituíram o
Plano de Custeio e o Plano da Previdência Social, respectivamente.

A Lei nº. 8.213, de 24.07.1991, estabelece em seu artigo 57 que:

Artigo 57 –“A aposentadoria especial será devida,


uma vez cumprida à carência exigida nesta lei, ao
segurado que tiver trabalhado durante 15, 20 ou 25
anos, conforme a atividade profissional, sujeito a
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física.”

Desta forma, tal artigo previa que o benéfico da aposentadoria especial


era jus ao segurado que, atendida a carência de 180 (cento e oitenta),
corroborasse o período de serviço determinado – 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25
(vinte e cinco) anos –, conforme a atividade exercida.

Não obstante, o § 3º do referido artigo admitiu a conversão do tempo


especial em tempo comum e do tempo comum em tempo especial,
estabelecendo que o período de trabalho exercido nas condições prejudiciais à
saúde ou à integridade física seriam somados, após a respectiva conversão ao
período de trabalho exercido em atividade comum, para efeito de concessão de
qualquer benefício.
33

O artigo 58 da aludida lei estabelecia que:

Artigo 58 – “A relação de atividades profissionais


prejudiciais à saúde ou à integridade física será objeto de
lei específica.”

Sendo assim, as atividades profissionais consideradas prejudiciais à


saúde ou à integridade física, deveriam ser arroladas em lei específica.

O Decreto nº 357, de 07 de dezembro de 1991, que regulamentou a Lei


8.213/91, estabeleceu que, até publicação que dispusesse sobre as atividades
prejudiciais à saúde e à integridade física, seriam utilizados, para efeito de
concessão da aposentadoria especial, os Anexos I e II do Decreto nº
83.080/79, e do Decreto nº 53.831/64.

Com a edição da Lei 9.032, de 28 de abril de 1995, foi alterada a Lei


8.213/91 no que tange ao cumprimento de carência, estabelecendo que o
benefício da aposentadoria especial fosse concedido desde que o segurado
cumprisse a carência de 180 contribuições mensais e tivesse exercido
atividades sob condições especiais que prejudicassem a saúde ou a
integridade física durante 15, 20 ou 25 anos, conforme dispusesse a lei, bem
como, comprovasse o tempo de trabalho constante, não eventual nem
intermitente, em condições especiais que prejudicassem a saúde ou a
integridade física, durante o tempo mínimo fixado, bem como corroborasse a
exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de
agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, pelo tempo equivalente ao
exigido para a concessão do benefício.

Sendo assim, a referida lei proibiu a conversão de tempo de serviço


comum em especial, porém conservou a conversão do período de trabalho
exercido sob condições especiais em comum, vedou ainda, ao segurado
beneficiado com aposentadoria especial continuar ou retornar ao exercício de
34

atividade ou operações que o sujeitem aos agentes nocivos químicos, físicos,


biológicos ou associação de agentes que determinaram o seu benefício.

Já a Media Provisória nº 1.523, de 11 de outubro de 1996, convertida


posteriormente na Lei nº 9.528, de 11 de dezembro de 1997, prévio a figura do
equipamento de proteção coletiva (EPC), e a exigibilidade de Laudos Técnicos
de Condições Ambientais para todos os agentes nocivos oferecidos para
análise, estabeleceu ainda que a empresa tivesse a obrigação de conservar
atualizado o Perfil Profissiográfico.

Não obstante, o decreto nº 2.172, de 05 de março de 1997, revogou o


Decreto nº 611/92, e trouxe o anexo IV, o qual estabeleceu a relação dos
agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associações de agentes.

Com o advento da Lei nº. 9.528, de 10 de dezembro de 1997, foi


realizado importantes alterações, estabeleceu que a relação de atividades
profissionais prejudiciais à saúde ou à integridade física seria objeto de lei
específica, delegando ao Poder Executivo definir e relacionar os agentes
nocivos, a exigência de laudo técnico pericial de condições ambientais de
trabalho, elaborado por médico do trabalho ou engenheiro do trabalho, exaltou
a obrigatoriedade da utilização de EPC (equipamento de proteção coletiva),
além de confirmar o perfil profissiográfico. Sendo assim, a empresa que não
mantivesse laudo técnico atualizado ou que emitisse documento de
comprovação de efetiva exposição aos agentes nocivos em desconformidade
com o respectivo laudo ficaria sujeita à penalidade, a empresa ainda deveria
elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as atividades
desenvolvidas pelo trabalhador e, quando da rescisão do contrato, fornecer a
ele cópia autêntica deste do referido documento.

A Medida Provisória nº 1.663-10, de 28 de maio de 1998, em seu artigo


28, revogou o § 5º do artigo 57 da Lei 8.213/91, que admitia a conversão do
tempo de serviço especial em tempo comum, estabeleceu critérios para a
35

conversão do período de trabalho exercido até 28 de maio de 1998, em


condições especiais que sejam prejudiciais à saúde ou à integridade física, em
tempo de atividade especial em comum.

O Decreto nº 2.782, de 14 de setembro de 1998, normatizou o disposto


no artigo 28 da Medida Provisória nº 1.663-13, de 26 de agosto de 1998,
estabelecendo o percentual de 20 % (vinte por cento) do período indispensável
à obtenção de aposentadoria especial para fins de conversão do tempo de
trabalho exercido até 28 de maio de 1998. Em seqüência tivemos a Lei 9.711,
de 20 de novembro de 1998, que resultou da Medida Provisória nº 1663.

Com o advento da Lei nº 9.732, de 11 de dezembro de 1998, os artigos


22 da Lei nº 8.212, de 1991, e artigos 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 1991
sofreram modificações, foi instituído o financiamento especifico para os
benéficos da aposentadoria especial, o cancelamento automático da
Aposentadoria Especial para o segurado que permaneça ou retorne na mesma
atividade que originou o referido benefício, bem como a obrigatoriedade da
comprovação da exposição aos agentes nocivos por meio de Laudo Técnico de
Condições do Ambiente de Trabalho – LTCAT, emitido por médico do trabalho
ou engenheiro de segurança do trabalho.

Com a promulgação da Emenda Constitucional nº. 20, de 15.12.1998,


alterou o sistema de previdência social, estabelecendo normas de transição e
dando outras providencias. Sendo assim, a referida Emenda Constitucional
vedou a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, tendo
como exceção as atividades, estabelecidas em Lei complementar.

Não obstante, o Decreto 3.048/99 aprovou o Regulamento da


Previdência Social e dispôs sobre a aposentadoria especial admitindo a
concessão do benefício, observando o período da carência exigida, ao
segurado que tenha trabalhado durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e
36

cinco) anos, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a


integridade física.

Com o advento da Lei nº. 10.666, de 08/05/2003, o benefício da


aposentadoria especial foi estendido ao cooperado de cooperativa de trabalho
ou de cooperativa de produção.

Em seqüência, o Decreto nº 4.729, de 9.6.2003, modificou o texto do


artigo 68 do RPS e estabeleceu que a constatação da efetiva exposição do
segurado aos agentes nocivos será realizada através do perfil profissiográfico
previdenciário - PPP, que consiste em um documento com o histórico-laboral
do trabalhador.

3.3 O Custeio

No que tange o custeio do beneficio da aposentadoria especial, a Lei


9732/98 determinou que as empresas com empregados que exercessem
atividades expostos a agentes nocivos que prejudiquem a sua saúde ou a sua
integridade física, são obrigados a recolher um adicional decorrente dos riscos
ambientais do trabalho.

Sendo assim, no caso da aposentadoria especial, o artigo 202 do


Decreto 3.048/99, dispondo que, serão acrescidas de 12% (doze por cento),
09% (nove por cento) ou 06% (seis por cento), que será incidido sobre a
pagamento do segurado que trabalhe em condições especiais que prejudiquem
a saúde ou a integridade física, ressaltando o tempo de 15 (quinze), 20 (vinte)
ou 25 (vinte e cinco) anos de contribuição.

3.4 Titulares
37

Conforme já explanado, a aposentadoria especial é uma espécie de


aposentadoria por tempo de contribuição, com redução do tempo necessário à
inativação, outorgada em razão do exercício de atividades consideradas
prejudiciais à saúde ou à integridade física. Sendo assim, apenas serão
beneficiários deste benefício aqueles que trabalharem de forma habitual e
permanente na presença de agentes nocivos à saúde humana.

A Lei nº 8.213/91 estabelece em seu artigo 11, que entre os segurados


obrigatórios, que exercem atividades vinculadas ao regime geral, somente o
empregado, contribuinte individual e avulso poderão fazer jus ao beneficio.
Sendo assim, o facultativo está excluído, pois não exerce atividade coberta
pelo Regime Geral.

Não obstante, a Medida Provisória nº. 83/02, convertida na Lei nº


10.666, de 8 de maio de 2003, estabelece em seu artigo 1º, que o cooperado
filiado a cooperativa de trabalho e de produção que trabalha sujeito a
condições especiais que prejudiquem a sua saúde ou a sua integridade física,
passam a ter direito de percepção do benefício.

Sendo assim, uma vez cumprida a carência exigida, o benéfico será


devido ao segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual,
este somente quando cooperado filiado à cooperativa de trabalho ou de
produção, que tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos,
conforme o caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física.

Deste modo, a legislação restringe a aposentadoria especial para os


segurados empregado, avulso e contribuinte individual, com a inserção do
cooperado filiado a cooperativa de trabalho e de produção que trabalha sujeito
a condições especiais.
38

Sendo assim, uma vez cumprida a carência exigida, o benéfico será


devido ao segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual,
este somente quando cooperado filiado à cooperativa de trabalho ou de
produção, que tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos,
conforme o caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física.

CAPÍTULO IV – ASPECTOS GERAIS DA APOSENTADORIA


ESPECIAL

4.1 Instituição dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade e


Penosidade

Com o intuito de assegurar o trabalhador, foi instituído o pagamento dos


adicionais, que visam compensar os riscos contra a vida e a integridade física a
que os trabalhadores estão sujeitos nos ambientes insalubres, penosos e
periculosos, no período da vigência do contrato de trabalho.

Instituído pelo Decreto nº 2.162, de 1940 foi estabelecido que o adicional


de insalubridade, seria de 10% (dez por cento), 20%(vinte por cento) ou 40%
(quarenta por cento) do valor do salário mínimo, conforme o grau a que o
trabalhador permanecesse exposto aos agentes nocivos, sendo considerados
respectivamente como mínimo, médio ou máximo.

Todavia, desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, a base


de cálculo do adicional de insalubridade passou a ser a remuneração do
39

empregado e não mais o salário mínimo.

A Consolidação das Leis do Trabalho –(CLT), instituída em 1º de maio


de 1943, recepcionou o adicional de insalubridade e instituiu o adicional de
periculosidade, adicional equivalente a 30% (trinta por cento) do salário do
trabalhador.

É de suma importância diferenciar os adicionais de insalubridade,


periculosidade e penosidade uma vez que versam situações diversas.

A insalubridade está prevista nos artigos 189 a 192 da CLT e pela NR nº


15 do Ministério do Trabalho e Emprego.

A definição de atividade insalubre está estabelecida no artigo 189 da


CLT que prevê:

Artigo 189 – “Serão consideradas atividades ou


operações insalubres aquelas que, por sua natureza,
condições ou métodos de trabalho, exponham os
empregados a agentes nocivos a saúde, acima dos limites
de tolerância fixado sem razão da natureza e da
intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus
efeitos.”

Sendo assim, para que ocorra a caracterização de insalubridade o


trabalhador deve permanecer exposto, em caráter habitual e permanente, a
agentes nocivos à saúde.

Por outro lado, temos na periculosidade o fator “fatalidade” como


característica, sendo assim, para que se configure deve existir a sujeição do
trabalhador ao risco de vida, em conseqüência do trabalho desempenhado por
ele. O valor do adicional é de 30% sobre o salário-base.
40

Por sua vez, as atividades periculosas estão previstas nos artigos 193 a
196 da CLT, bem como na NR nº 16 do MTE.

O artigo 193 da CLT prevê que:

Artigo 193 – “São consideradas atividades ou operações


perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou
métodos de trabalho, impliquem o contato permanente
com inflamáveis ou explosivos em condições de risco
acentuado.”

Por fim, temos as atividades penosas que embora prevista na nossa


Constituição Federal de 88, não possui uma definição legal na CLT.

O artigo 7º, inciso XXIII, da Constituição da Federal estabelece que:

Artigo 7º-“ São direitos dos trabalhadores urbanos e


rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
(...)
XXIII - adicional de remuneração para as atividades
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
(...)”

Por conseguinte, temos nas atividades penosas aquelas que causam


pena, trabalho árduo, que ainda que não cause real dano à saúde do
trabalhador, possa tornar sua atividade profissional mais sofrida.

4.2 Uso de equipamento de proteção

Os equipamento de proteção são de suma importância para proteger os


trabalhadores com o intuito de assegurar o bem estar e a vida do trabalhador.
Temos os EPI’s que são aos equipamentos de proteção individual, e os EPC’s
que são os equipamento de proteção coletiva. O objetivo dos equipamentos
são de eliminar ou minimizar os riscos e a exposição associados à determinada
atividade, seja de forma individual ou coletiva.
41

Sendo assim, os equipamentos visam proteger a saúde do trabalhador,


não descaracterizando a atividade como insalubre ou perigosa.

4.3 Perfil Profissiográfico Previdenciário e Laudo Técnico

Com o intuito de prover informações para o trabalhador no que tange às


condições ambientais de trabalho, contribuindo de base para a concessão de
aposentadorias especiais e benefícios por incapacidade motivado por doenças
ocupacionais e ainda para orientar programas de reabilitação profissional, o
Perfil Profissiográfico Previdenciário-PPP é um documento histórico-laboral do
trabalhador, entre as informações contidas no referido documento, constam os
dados administrativos, registros ambientais e resultados de monitoração
biológica, no período em que este exerceu suas atividades na respectiva
empresa.

O PPP é um documento elaborado de forma individualizada para cada


empregado, que exerçam as suas atividades expostos a agentes nocivos
químicos, físicos, biológicos ou associação desses agentes.

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA é


regulamentado pela NR9, e tem como escopo constituir ações que assegurem
a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores, considerando
possíveis riscos nos ambientes de trabalho, sendo obrigatório que as empresas
elaborarem e implementem o PPRA, bem como que seja mantido um
documento-base de registro dessas ações.

O LTCAT – Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho, se


trata de um laudo que tem como intuito relatar e documentar os agentes
nocivos à saúde ou à integridade física daqueles que exercem suas atividades
expostos.
42

Sendo assim, o PPRA promove a antecipação, ou seja é um documento


que planeja os atos com o intuito de melhorar o ambiente de trabalho, por sua
vez, o LTCAT se trata de um laudo que tem como objetivo relatar a exposição
aos agentes nocivos.

CAPITULO V – DA HABILITAÇÃO

5.1 Da Carência

Uma das requisições para a concessão da aposentadoria e de outros


benefícios previdenciários é a carência. O artigo 24, caput, da Lei nº. 8.213, de
24 de julho de 1991 define o significado de período de carência:

Artigo 24 – “Período de carência é o número mínimo de


contribuições mensais indispensáveis para que o
beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do
transcurso do primeiro dia dos meses de
suas competências.

Sendo assim, uma vez comprovada a exposição ao agente nocivo, a


Autarquia exigirá somente o cumprimento carência, ou seja, o número mínimo
de contribuições previdenciárias para a obtenção do benefício. Vale ressaltar
que a carência é de 180 contribuições mensais para o segurado que se filiou
após a edição da Lei nº. 8.213/91, artigo 29.

Em contrapartida, para o segurado filiado ao Regime Geral de


Previdência Social até 27.07.1991, aplica-se a tabela de transição do artigo 142
da Lei nº. 8.213/91.
43

Vale ressaltar que não existe limite de idade e nem a necessidade do


cumprimento do pedágio para a concessão da aposentadoria especial,
diferente da aposentadoria por tempo de contribuição.

5.2 Da Concessão

O artigo 57, §4º da Lei 8.213/91 estabelece que:

Artigo57 – “(...)

§4º: O segurado deverá comprovar, além do tempo de


trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos
e biológicos ou associação de agentes prejudiciais à
saúde ou a integridade física, pelo período equivalente ao
exigido para a concessão do benefício;
(...)”

Sendo assim, o benefício da aposentadoria especial será devido ao


segurado da Previdência Social que observando o tempo de carência, tenha
comprovadamente trabalhado em exposição a agentes nocivos prejudiciais à
saúde e a sua integridade física, de modo habitual e permanente, durante o
período estabelecido por lei, quinze, vinte ou vinte e cinco anos.
44

Não obstante, vale ressaltar o artigo 3º da Lei n°. 10666/03 que


estabelece:

Artigo 3º: “A perda da qualidade de segurado não será considerada para


a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial.”

Sendo assim, a manutenção da qualidade de segurado, que não era um


requisito obrigatório e sim genérico, foi dispensada pelo artigo 3º da Lei n°.
10.666/03.

5.3 Da Data do Início do Benefício (DIB) e Renda Mensal Inicial (RMI)

A Aposentadoria Especial é devida ao segurado que tiver trabalhado


sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física,
durante quinze anos, vinte anos ou vinte e cinco anos. A data do seu início é
fixada da mesma forma que a da aposentadoria por idade, conforme artigo 49,
da Lei nº. 8.213/91, que estabelece:

Artigo 49 – “A aposentadoria por idade será devida:


I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a
partir:
a) da data do desligamento do emprego, quando
requerida até essa data ou até 90 (noventa) dias depois
dela; ou
b) da data do requerimento, quando não houver
desligamento do emprego ou quando for requerida após o
prazo previsto na alínea "a";
II - para os demais segurados, da data da entrada do
requerimento.”

Sendo assim, a aposentadoria especial tem seu inicio determinado pela


entrada do requerimento administrativo para todos os segurados, exceto o
empregado.

No caso do segurado empregado, a aposentadoria especial será devida


a partir da data do desligamento do emprego, somente quando for solicitada
45

em até 90 dias depois dessa data.

Já para o segurado que permanecer trabalhando ou não solicitar nos


primeiros 90 dias após o desligamento será devido desde a data da entrada do
requerimento administrativo (DIB).

Aos demais segurados, o benefício será concedido a partir da data de


entrada do requerimento, conforme citado, sem exceções.

Não obstante, a Renda Mensal Inicial – RMI nada mais é que o valor que
efetivamente o segurado vai iniciar recebendo em seu benefício.

Com o advento da Lei nº 9.032/95, a renda mensal inicial do benefício de


aposentadoria especial é de 100% do salário de benefício.

Nesse sentido preconizam Rocha e Baltazar 1:

“É necessário esclarecer o sentido buscado pelo


legislador na elaboração da redação original do §1º do
artigo 57, o qual determinava a composição do
coeficiente de calculo. Como era considerado para a
composição da parcela variável apenas o tempo de
serviço especial – pois caso contrário à aposentadoria
especial, cumprida a carência, corresponderia a uma
renda mensal inicial obrigatoriamente de 100% do
salário de beneficio – era possível a concessão de
aposentadorias especiais com renda mensal inicial
inferior a 100% do salário de benefício”.

Não obstante vale ressaltar, que uma das vantagens


da aposentadoria especial é o fato de não incidir o
fator previdenciário.

2 ROCHA, Daniel Machado da e BALTAZAR, José Paulo Junior. Comentários à lei de


benefício da Previdência Social, p. 255.
46

5.5 Do Cancelamento

A aposentadoria especial, conforme já explanado se trata de um


benefício de natureza extraordinária, que tem como objetivo compensar o
trabalho exercido em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física do
segurado.

Desta forma, no que tange ao cancelamento da Aposentadoria Especial


a nossa legislação estabelece no artigo 46 e §8º do artigo 57 da Lei nº 8.213,
de 1991, que:

Artigo 46 – “O aposentado por invalidez que retornar


voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria
automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.”

Artigo 57 – “(...)
§ 8º. Aplica-se o disposto no art. 46 ao segurado
aposentado nos termos deste artigo que continuar no
exercício de atividade ou operação que o sujeite aos
agentes nocivos constantes da relação referida no art. 58
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.732, de11.12.98)

Vale ressaltar que fica facultado ao beneficiário da aposentadoria


especial, exercer outra atividade laboral, exceto as atividades consideradas
como prejudiciais a sua saúde e sua integridade física. Desta maneira, se o
segurado permanece no exercício da atividade perigosa ou insalubre que gerou
o benefício, ainda, que em empresa diversa da que trabalhava antes da
aposentadoria, ou mesmo, preste serviço de qualquer forma, será o benefício
cancelado a partir da data do retorno à atividade.

CONCLUSÃO
47

O presente trabalho teve como objetivo analisar, à luz da legislação, da


doutrina e da jurisprudência o benefício da aposentadoria especial.

O benefício de aposentadoria especial é de extrema importância em


nosso ordenamento jurídico tendo em vista que o seu intuito é proteger o
trabalhador sujeito ao exercício de atividades sob condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade física.

Inicialmente o trabalho versou sobre os aspectos preliminares da


seguridade social, que tem sua base fixada dentro da nossa Constituição
Federal. Com tal base constitucional formada através de princípios e regras
que buscam a fixação dos parâmetros e benefícios ao cidadão forma-se a
previdência social.

Logo opôs, foi abordado de forma o conceito, os princípios


constitucionais e por fim as prestações previdenciárias da Previdência Social.

Ao adentrar no tema principal, o trabalho expôs todo o histórico da


aposentadoria especial, contemplando as mudanças ao longo do tempo.

Sendo assim, com o intuito de assegurar os


direitos à saúde, à previdência e à assistência social, o legislador
disciplinou em diversas normas as referidas matérias ao decorrer dos
anos. Todavia, não foi o suficiente, vez que Lei não é clara e no que
tange a aposentadoria especial falta Lei Complementar que regule a
disciplina. Não obstante, clarividente que é cada vez mais difícil
conseguir a concessão do benefício, uma vez que o empregado precisar
apresentar uma série de documentos que comprovem o exercício de suas
atividades sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física.
48

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Historicos/DPL/DPL4682.htm
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Decreto 2.162, de 1 de maio de 1940. Disponível em


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1940-412194-norma-pe.html Acesso em 13 de janeiro de 2016 às 23:35.
51

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L3807.htm Acesso em 14
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1950-1969/D63230.htm Acesso em
1 de fevereiro de 2016 às 09:20.

Decreto n° 2.782, de 14 de setembro de 1998. Disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2782.htm Acesso em 1 de
fevereiro de 2016 às 10:00.

Decreto 3.048, de 06 de maio de 1999. Disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm Acesso em 4 de
fevereiro de 2016 às 19:00.

Emenda Constitucional 20, de 15 de dezembro de 1998. Disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc20.htm
Acesso em 4 de fevereiro de 2016 às 21:00.

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm Acesso em 4 de
fevereiro de 2016 às 22:35.

Lei 9.711, de 20 de novembro de 1998. Disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9711.htm Acesso em 5 de fevereiro
de 2016 às 10:00.

Citações
1 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, João Batista. Manual de

direito previdenciário. 8. ed. Florianópolis: Conceito editorial, 2007, p. 499.


52

2 ROCHA, Daniel Machado da e BALTAZAR, José Paulo Junior. Comentários

à lei de benefício da Previdência Social, p. 255.

ANEXOS
53

LEI Nº 3.807 - DE 26 DE AGOSTO DE 1960 - DOU DE 5/9/60 - LOPS - Leis Orgânica


da
Previdência Social

RELAÇÃO DE LEGISLAÇÃO CORRELATA E SUAS ALTERAÇÕES

Regulamento

Dispõe sôbre a Lei Orgânica da


Previdência Social.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO III
DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
CAPÍTULO III
DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

Arts. 27 a 29. (Revogados pela Lei nº 5.890, de 1973)

Texto anterior

Art 27. A aposentadoria por invalidez será concedida


ao segurado que, após haver percebido auxílio-
doença pelo prazo de 24 (vinte e quatro) meses,
continuar, incapaz para o seu trabalho e não estiver
habilitado para o exercício de outro, compatível com
as suas aptidões.

§ 1º A concessão de aposentadoria por invalidez será


precedida de exames, a cargo da instituição de
previdência social, e, uma vez deferida, será o
54

benefício pago a partir do dia imediato ao da extinção


do auxílio-doença.

§ 2º Nos casos de incapacidade total, e


definitiva, a critério médico, a concessão de
aposentadoria por invalidez não dependerá da
prévia concessão do auxílio-doença.
§ 3º Nos casos de doença sujeita à reclusão
compulsória de fato ou de direito, comprovada por
comunicação ou atestado da autoridade sanitária
competente, a aposentadoria por invalidez não
dependerá de prévia concessão de auxílio-doença,
nem de inspeção médica, e será devida a partir da
data em que tiver sido verificada a existência do mal
pela referida autoridade sanitária, desde que essa
data coincida com a do afastamento do trabalho por
parte do segurado, ou a partir da data em que se
verificar o afastamento.

§ 4º A aposentadoria por invalidez consistirá numa


renda mensal correspondente a 70% (setenta por
cento) do "salário de benefício", acrescida de mais
1% (um por cento) dêste salário, para cada grupo de
12 (doze) contribuições mensais realizadas pelo
segurado, até o máximo de 30% (trinta por cento),
consideradas como uma única tôdas as
contribuições realizadas em um mesmo mês.

§ 5º No cálculo do acréscimo a que se refere o


parágrafo anterior, serão considerados como
correspondentes a contribuições mensais realizadas,
os meses em que o segurado tiver percebido auxílio-
doença.

§ 6º Ao segurado aposentado por invalidez se aplica


o disposto no § 5º do art. 24.

Art 27. A aposentadoria por invalidez será devida ao


segurado que, após 12 (doze) contribuições mensais,
estando ou não em gôzo de auxílio-doença, fôr
considerado incapaz e insuscetível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a
subsistência. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 66,
de 1966) (Revogado pela Lei nº 5.890, de 1973)

§ 1º A aposentadoria por invalidez consistirá numa


renda mensal correspondente a 70% (setenta por
cento) do salário-de- benefício, mais 1% (um por
cento) dêsse salário por ano completo de atividade
abrangida pela previdência social ou de contribuição
55

recolhida nos têrmos do artigo 9º, até o máximo de


30% (trinta por cento), arredondado o total obtido para
a unidade do milhar de cruzeiros imediatamente
superior. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 66, de
1966) (Revogado pela Lei nº 5.890, de 1973)

§ 2º No cálculo do acréscimo previsto no § 1º serão


considerados como de atividade os meses em que o
segurado tiver percebido auxílio-doença ou, na
hipótese do § 4º, aposentadoria por invalidez.
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 66, de 1966)
(Revogado pela Lei nº 5.890, de 1973)

§ 3º A concessão de aposentadoria por invalidez


dependerá da verificação das condições estabelecidas
neste artigo, mediante exame médico a cargo da
previdência social, e o benefício será devido a contar
do dia imediato ao da cessação do auxílio- doença,
ressalvada a hipótese prevista no parágrafo seguinte.
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 66, de 1966)
(Revogado pela Lei nº 5.890, de 1973)

§ 4º Quando no exame previsto no § 3º fôr constatada


incapacidade total e definitiva, a aposentadoria por
invalidez independerá de prévio auxílio-doença, sendo
o benefício devido a contar do 16º (décimo-sexto) dia
do afastamento do trabalho ou da data da entrada do
pedido, neste caso se entre uma e outra tiverem
decorrido mais de 30 (trinta) dias. (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 66, de 1966) (Revogado pela Lei nº 5.890,
de 1973)

§ 5º Nos casos de segregação compulsória, a


aposentadoria por invalidez independerá não só de
prévio auxílio-doença mas também de exame médico
pela previdência social, sendo devida a contar da
data da segregação. (Redação dada pelo Decreto-lei
nº 66, de 1966) (Revogado pela Lei nº 5.890, de 1973)

§ 6º A partir de 55 (cinqüenta e cinco) anos de idade,


o segurado aposentado ficará dispensado dos
exames para fins de verificação de incapacidade e
dos tratamentos e processos de reabilitação
profissional. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 66, de
1966) (Revogado pela Lei nº 5.890, de 1973)
56

§ 7º Ao segurado aposentado por invalidez se aplica o


disposto no § 4º do art. 24.(Incluído pelo Decreto-lei nº
66, de 1966) (Revogado pela Lei nº 5.890, de 1973)

Art 28. A aposentadoria por invalidez será mantida


enquanto a incapacidade do segurado permanecer nas
condições mencionadas no art. 27, ficando êle
obrigado a submeter-se aos exames que, a qualquer
tempo, forem julgados necessários para verificação da
persistência, ou não, dessas condições.

Art 29. Verificada, na forma do artigo anterior, a


recuperação da capacidade de trabalho do segurado
aposentado, proceder-se-á de acôrdo com o disposto
nos parágrafos seguintes.

§ 1º Se, dentro de 5 (cinco) anos, contados da data do


início da aposentadoria, ou de 3 (três) anos, contados
da data em que terminou o auxílio-doença em cujo
gozo se encontrava, fôr o aposentado declarado apto
para o trabalho, o benefício ficará extinto:

a) imediatamente, para o segurado empregado, a


quem assistirão os direitos resultantes do disposto
no art. 475 e respectivos parágrafos da Consolidação
das Leis do Trabalho, valendo como título hábil para
êsse fim o certificado de capacidade fornecido pela
previdência social;

b) para os segurados de que trata o art. 5º item III,


após tantos meses quantos tiverem sido os anos de
percepção do auxílio- doença e da aposentadoria;

c) para os demais segurados, imediatamente ficando a


emprêsa obrigada a readmití-los com as vantagens
que lhes estejam assegurados por legislação própria.

§ 2º Se a recuperação da capacidade de trabalho


ocorrer após os prazos estabelecidos no § 1º bem
assim, quando a qualquer tempo essa recuperação
não fôr total ou fôr o segurado declarado apto para o
57

exercício de trabalho diverso do que habitualmente


exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo
do trabalho:

a) no seu valor integral, durante o prazo de 6


(seis) meses, contados da data em que fôr
verificada a recuperação da capacidade;

b) com redução de 50% (cinqüenta por cento) daquele


valor por igual período subsequente ao anterior;

com redução de 2/3 (dois terços), também, por


igual período subsequente quando ficará
definitivamente extinta a aposentadoria

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