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Professor Responsável:
RODRIGO LUIS VOGT
2023
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SUMARIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................05
2. MÉTODOLOGIA..............................................................................................06
3. RELATÓRIOS...................................................................................................06
3.1. RELATÓRIO DE ESTAGIO I..................................................................06
3.1.1. RELATÓRIO DO DIA 23 DE MARÇO DE 2023...........................07
3.1.2. RELATÓRIO DO DIA 24 DE MARÇO DE 2023...........................09
3.2. RELATÓRIO DE ESTAGIO II................................................................09
3.3.1. RELATÓRIO DO DIA 30 DE MARÇO DE 2023...........................09
3.3.2. RELATÓRIO DO DIA 31 DE MARÇO DE 2023...........................11
3.3. RELATÓRIO DE ESTAGIO III...............................................................12
3.3.1. RELATÓRIO DO DIA 06 DE ABRIL DE 2023.............................12
3.4. RELATÓRIO DE ESTAGIO IV...............................................................14
3.4.1. RELATÓRIO DO DIA 13 DE ABRIL DE 2023.............................14
3.4.2. RELATÓRIO DO DIA 14 DE ABRIL DE 2023.............................17
3.5. RELATÓRIO DE ESTAGIO V................................................................18
3.5.1. RELATÓRIO DO DIA 20 DE ABRIL DE 2023.............................18
3.5.2. RELATÓRIO DO DIA 27 DE ABRIL DE 2023.............................19
3.5.3. RELATÓRIO DO DIA 28 DE ABRIL DE 2023.............................21
3.6. RELATÓRIO DE ESTAGIO VI...............................................................22
3.6.1. RELATÓRIO DO DIA 04 DE MAIO DE 2023...............................22
3.6.2. RELATÓRIO DO DIA 05 DE MAIO DE 2023...............................23
3.7. RELATÓRIO DE ESTAGIO VII.............................................................24
3.7.1. RELATÓRIO DO DIA 18 DE MAIO DE 2023...............................24
3.7.2. RELATÓRIO DO DIA 19 DE MAIO DE 2023...............................25
3.8. RELATÓRIO DE ESTAGIO VIII............................................................26
3.8.1. RELATÓRIO DO DIA 23 DE MAIO DE 2023...............................26
3.8.2. RELATÓRIO DO DIA 24 DE MAIO DE 2023...............................30
3.9. RELATÓRIO DE ESTAGIO IX...............................................................31
3.9.1. RELATÓRIO DO DIA 30 DE MAIO DE 2023...............................31
3.9.2. RELATÓRIO DO DIA 01 DE JUNHO DE 2023............................32
3.10. RELATÓRIO DE ESTAGIO X..............................................................33
3.10.1. RELATÓRIO DO DIA 02 DE JUNHO DE 2023..........................33
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ANEXOS...................................................................................................................58
1.FOTO 1: CARTA DE APRSENTAÇÃO............................................................59
2.FOTO 2: TERMO DE COMPROMISSO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO
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3.FOTO 3: REGISTRO DE ATIVIDADES REALIZADAS PELO ESTAGIÁRIO
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1. INTRODUÇÃO
2. MÉTODOLOGIA
IDENTIFICAÇÃO GERAL
A assistente social pretendia indicar, que se não tivesse mudança por parte do
comportamento dela, ela tinha grande chance de perder a guarda das crianças, citando
um dos filhos mais velhos de (13 anos) que tinha sido encaminhado para o CREAS,
pois ele agrediu um colega de classe, o qual abriu um boletim de ocorrência contra o
mesmo, que já está sendo assistido pela psicóloga. A psicóloga afirma que é uma
criança muito querida, mas acaba repetindo comportamento que observa em casa. Após
as 11:00 horas percebendo que a paciente 02 não iria vir a assistente social voltou para
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sua sala e a psicóloga começou a fazer os relatórios que estavam pendentes, até o final
do dia de estágio.
A psicóloga explica que foi repassado pelo conselho tutelar que foi acionado,
para averiguar a veracidade da denúncia, e que quando a encontraram-na no bar os
próprios donos do estabelecimento tentaram esconder as crianças na área de
funcionários, então sendo encaminhada para o CREAS, no dia 15 de março essa mãe é
convidada para ter uma conversa com as profissionais, e neste diálogo foi explicado
para a mãe o motivo de ela estar ali. E em conjunto com a mãe decidiram possíveis
mudanças no seu comportamento para que não colocasse mais seus filhos em uma
situação de vulnerabilidade, e se voltasse a acontecer à equipe multiprofissional teria
que tomar medidas mais rígidas, perante o caso. Ela aceita mudar e compreende que é o
melhor para seus filhos.
Esse segundo encontro que se efetuou na sala da assistente social, pois a sala da
psicóloga a janela não possui cortina e a um grande fluxo de pessoas que passa ali, já a
sala da assistente é mais reclusa e para resguardar os direitos dos que estão.
A mulher chega meia hora atrasada com sua filha dormindo no bebê conforto
que ela traz consigo, se desculpa pela demora, pois teve dificuldade de fazer a pequena
dormir, a assistente social pergunta a ela como estava e como estava a adaptação com os
acordos que foram feitos no encontro anterior, a mulher afirma estar bem e que não leva
mais os filhos no bar que quando sai normalmente vai a sorveterias ou lanchonete “que
é ambiente para criança” fala da mulher (SIC), mas que às vezes tem que levar a bebê
com ela no bar, pois ela é vendedora de roupa, e lá ela mostra as mercadorias que tem
para algumas mulheres, ela afirma que é só isso, que ela “só mostra e vai em bora” fala
da mulher (SIC).
A Assistente Social expõem que o melhor era ela parar de frequentar o bar com
as crianças, mas entende a necessidade da mãe, e a menina agora com 4 meses poderia
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começar a ir na creche meio período e ficaria mais fácil para a mulher cuidar dos seus
afazeres e suas vendas, a mulher concorda mas diz que não quer tirar a vaga de outra
criança.
A psicóloga pergunta do filho mais velho, como ele está, a mulher fala que ele
está muito bem, mas tem tido problemas com o atual parceiro dela, ela explica que tem
educado o filho dela “para falar, por favor” fala da mulher (SIC), que ela com seu filho
têm uma relação de muito respeito, mas seu companheiro se opõe e tenta obrigar a
criança a fazer o que ele quer, mas o garoto não aceita as ordens e que “os dois ficam
batendo boca”, e isso a chateia muito que quando ela pede para ele ser mais educado
com a criança, ele fala que “o menino tem que aprender a obedecer” fala da mulher
(SIC).
Ele tira uma folha de sua pasta, o qual era um encaminhamento da APAE
(Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Marechal Candido Rondon, que
apresentava um encaminhamento redigido no dia 14/03 no documento a cuidadora (irmã
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mais velha da aluna de 22 anos) relata sofrer de agressões físicas constantes aplicadas
por sua irmã a qual ela é responsável.
A família é composta pela cuidadora, seu filho de 2 anos e a irmã, que é aluna da
APAE do município de Marechal Candido Rondon, uma semana antes a cuidadora foi
chamada para buscar a irmã na escola, devido ao comportamento da mesma na
instituição, estava muito nervosa e agitada na sala, sendo necessário aguardar na
secretaria até a chegada da cuidadora, diante de tal episódio. Agendaram com ela uma
conversa.
A irmã mais velha cuida de sua irmã há cerca de 6 anos, (possui a curatela), a
família morava em outro município do Paraná, mas em busca de melhores condições
mudaram-se para Pato Bragado. Nessa conversa, expôs sobre a difícil rotina de
cuidados, devido aos comportamentos agressivos de sua irmã mais nova em casa e em
lugres públicos, como também, da higiene dela.
Quanto a relacionamento familiar, diz ser complicada, por vezes a irmã agride a
cuidadora, mas nos últimos dias a mesma vem revidando as agressões, que ela e o filho
acabam se isolando de conhecidos, familiares e de idas a estabelecimentos por não
conseguir levar a irmã junto, por causa de seu comportamento. Ela se sente
sobrecarregada por não ter uma rede de apoio para auxiliar nos cuidados da irmã.
A Assiste Social pergunta para ele como ele estava e como foi à semana dele, o
Paciente então respira fundo e fala que aconteceu muita coisa nessa semana, ele lembra
a psicóloga da mensagem que havia enviado na semana anterior, avisando-a que não
conseguiria comparecer no dia em que estava agendado, pois estava ajudando a mãe na
mudança, em razão que ela havia se separado de seu pai, e em decorrência disso o
adolescente foi reagendado pra o dia de hoje.
Então ele continua, que após a saída deles, seu pai enquanto ajudava um amigo,
o genitor do adolescente tentou pegar uma mesa feita mármore, essa que escapou de sua
mão quebrando seu dedo, (o adolescente levanta sua mão esquerda e apertando o seu
indicador, insinuando que seu pai teria quebrado as falanges medial e distal do dedo). Se
comovendo com condição de seu marido a mãe do jovem decide que voltaria a morar
com seu marido, mas para isso o pai teve que prometer que não voltaria a desferir
agressões, o adolescente comenta que após essa conversa seu pai mudou, "ele voltou a
ser o meu pai que eu me lembro", a psicóloga celebra a noticia “isso é muito bom!”,
mas também adverte o rapaz, “faz pouco tempo que tudo aconteceu”, para que ele
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mantenha prestando atenção em seu pai, pois ele poderia voltar a ter condutas que o
levariam a voltar a os antigos hábitos.
O Rapaz diz que isso não voltaria a acontecer que seu pai mudou e que na
conversa ele até afirmou que quando puder beber de novo, (o pai esta tomando
antibiótico em decorrência do dedo), só vai ingerir cerveja preta sem álcool, a assistente
social então instrui que quando o jovem ver o pai alcoolizando-se ele deveria questiona-
lo “ Lembra pai naquele dia o que você prometeu?” sita ela, o garoto diz que vai ficar
em alerta.
falou que pertencia a adolescente, e os pais então ligaram para a irmã mais velha que era
conhecida deles para ter a veracidade dos fatos apresentados pelo menino, a irmã em
fúria, discute com a adolescente e conta o caso para a mulher que quando chega em casa
discute novamente com a adolescente, e no ápice da discussão a mãe disfere um tapa na
boca da adolescente que tentava se defender da calunia de seu colega, a adolescente
então dirige-se para seu quarto.
A mãe depois algumas horas, aconselhada pelo marido (esse que esta
trabalhando em Mato Grosso, e só retornará ao final do período de colheita), para que
ela fosse inspecionar a adolescente, pois ela não estava respondendo as mensagens que
ele a enviava, assim a mãe fez e encontrou a filha já desacordada, avia ingerido todo o
medicamento controlado que tinha em casa.
A assistente social pergunta se é algo normal à mulher usar de agressão na
educação das filhas e se ela compreendia a importância da família para o tratamento da
jovem, a mãe se exalta com a alegação da assistente social, pois ela responde
aumentando o tom de voz, “eu educo minhas filhas, nunca precisei elas são bem
quietinhas, se quiserem colocar a assistente social lá em casa pode por”, a assistente
volta a expor que não vê necessidade, e a mãe fala “não sei por que estou aqui, quem
precisa de cuidado é ela” (se referindo a adolescente). A assistente afirma que ela esta
ali por que a psicóloga que acompanha o caso da adolescente achou necessário que
houvesse uma conversa com a mãe para que fosse explicado para ela a importância da
família no tratamento da filha, a assistente então pergunta se ela compreende isso, mas a
mulher não responde, estava olhando novamente para sua pulseira, a assiste então
aumenta seu tom de voz, “você compreende?”, a mulher direciona seu olhar para a
assistente social e comunica que sim que compreende mas que não bate nas suas filhas
que aquele ocorrido foi um caso pontual e que não voltou a acontecer.
A assistente social questiona como ela tem educado as filhas, a mãe então afirma
que dialoga com as meninas, a assistente social retoma que as importâncias que a
família e o ambiente familiar têm importância para o tratamento e a melhora da
adolescente, e direciona a pergunta novamente para a mãe se ela compreende
novamente ela demora a responder e ao perceber que a psicóloga estava queria um
retorno seu ela questiona se vai demorar muito por que ela tem que fazer o almoço que
sua filha mais nova sairia as 11:30 para ir para escola, a assistente social comunica que
a mulher esta dispensada mas que essa conversa seria repassada para a psicóloga que
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Relatou que quando esteve lá, foi à igreja, a profissional então orientou que
tendo em vista que ele foi com o amigo, que também vá com a avó aqui no município,
uma vez que sua avó vai semanalmente, ele relata que não vai porque a avó não chama,
assim sendo, estabeleceu-se o combinado que irão juntos a igreja.
Relatou que faz uso de substancias ilícito. Foi proposto tratamento para o
adolescente, o qual não aceitou, verbalizou que já foi ao CAPS em Toledo e que voltou
pior, justificando que as pessoas que estão lá “são más influencias”(SID).
Questionado sobre os estudos, verbalizou que vai voltar estudar, assim sendo,
ficou combinado que no próximo atendimento deve trazer o atestado da matricula.
Disse também que pretende voltar a trabalhar na lavanderia, contudo, que responsável
disse a ele que não tem vaga no momento. Disse que pretende estudar durante o dia e
trabalhar a noite na lavanderia.
A qual tem como objetivo que o adolescente entreviste os adultos faça um relatório da
pesquisa e a partir desse contato com a realidade do período da adolescência desses,
possa refletir sobre a importância dos estudos e sobre as oportunidades que possuem
atualmente, entre demais reflexões que se possibilita a partir do contato com a história
desses adultos.
Uma irmã do idoso veio de Santa Catarina para auxiliar, mas que ela não
consegue ficar sozinha com o idoso, “pois é pesado para auxiliá-lo” afirma o sobrinho,
que desde que foi para sua casa ele não se locomove mais e está cada vez debilitado,
que a prima não ajudou com nada, que foi a única que não auxiliou financeiramente
quanto combinaram, e que promete que vai ao hospital para auxiliar e não vai, que nem
mesmo almoço oferece a o cuidador, quando está em Pato Bragado. “Mês passado teve
sete faltas no trabalho e esse mês já teve quatro”(SIC).
Relatou que o idoso verbaliza com frequência tem que medo de ficar sozinho, e
que prefere ficar no hospital, pois tem medo de sentir dor. Que trouxe relatos que “já
está morto”(SIC). Que a médica acredita que um pouco de suas dores no estômago foi
emocional. Solicitou então há psicóloga clinica para que tivesse uma conversar com ele,
mas ainda não avia sido efetuado o acompanhamento do idoso.
O cuidador aponta que o médico de Toledo cortou toda a medicação, devido aos
problemas no estomago. O Sobrinho foi orientado para continuar com os cuidados do
idoso, e ver com a saúde quanto tempo eles estipulam para que a profissional de
psicologia possa ter um atendimento com o idoso, o cuidador também foi elogiado e
acolhido, pelas demandas trazidas por ele nesse e em outros acolhimentos. Após ele se
retirar a psicóloga comenta com a assistente social que pelo relato dele ela acredita que
o idoso não esta lucido.
Disse ainda: “Ela não quero mais, agora nem na escola ta indo por que não
querem ela, agora já vivia uma prisão agora ficou pior, não sei até quando, ou eu vou
viver ou ela, uma de nos duas, por que eu cansei, chegou no meu limite, eu fico
pensando quem tem família tão apto a por numa clinica, e eu que é só eu que cuido dela
é tão difícil, se eu tivesse família pra me ajuda jamais entregaria, mas é só eu, de
domingo a domingo, vivendo uma prisão, 24 horas, não da mais, chega, se for preciso
sair saio e vou deixar sozinha, por que nem no mercado eu posso ir direito, já tão tudo
avisado, querem me prende pode me prende, eu já vivo numa prisão, não faz
diferença”(SIC). Além dos áudios, encaminharam endereço onde elas estão residindo
neste municio.
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A cuidadora afirma que cuida da irmã há 06 anos, que os pais são falecidos, pai
faleceu há 18 anos e mãe há 10 anos, que logo após o falecimento da mãe, ela foi para
um abrigo, contudo, quando fez 18 anos, os irmãos foram chamados para assumir sua
responsabilidade, a cuidadora verbalizou que ninguém foi, e então “assumiu essa
burrada” (SIC).
Relatou que reside ela, o filho e a irmã, em casa alugada, que paga R$850,00 de
aluguel, contudo, devido a não estar bem nos últimos dias, por conta dos cuidados que
realiza a irmã, seu filho está há uma semana na casa do pai em Imbituva, porém, que é
temporário, ela se emociona ao citar o filho estar na casa do pai. Também tem uma filha
de 16 anos, que reside em Imbituva.
Elas tem 8 irmãos, contudo, que nenhum auxilia nos cuidados e das necessidades
das irmãs, que um é alcoólatra, e que os demais não apresentam condições, verbalizado
“nem adianta tentar, ninguém quer ela” (SIC).
Residia em Imbituva, e não explicou porque veio residir em Pato Bragado, disse
somente que estava cansada de lá e resolveu mudar, que tem um irmão que mora na
cidade, no entanto, que não tem contato com ele.
A cuidadora não soube dizer qual o diagnostico da irmã, disse que “acredita que
é de nascença”, sobre tratamento que em Imbituva “ela ia no psiquiatra uma vez por
ano” (SIC), no entanto, que o médico psiquiatra perguntava a ela “qual medicamento
vamos dar a sua irmã” (SIC), sugerindo que não era um bom profissional. Ela
verbalizou que não quer mais cuidar da irmã, que estragou sua vida e que está a ponto
de fazer uma besteira, que não tem medo de ser presa, pois já vive em uma prisão.
Relatou que não tem vida social, nem pode realizar qualquer outra atividade, nem ir ao
mercado, pois sua irmã quando vê homens quer ir para cima deles.
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Relatou que a irmã pode ir na APAE duas vezes por semana, porém, que o
transporte do município exige que a cuidadora vá junto, tendo em vista que a irmã é
agressiva, assim sendo, ela opta por não ir, senão necessita passar o dia na praça em
Marechal Candido Rondon, e que só fica fumando e tomando café. Ela verbaliza que
não tem se alimentado, que só fuma e toma café, e que não aguenta mais cuidar da irmã.
No dia 04 de maio às 10:00, no dia foi realizada uma visita a casa de uma
senhora que é assistida pelo CREAS, com início no ano de 2020, pois é uma senhora de
87 anos que reside sozinha em uma casa no perímetro rural de Pato Bragado, já foi
proposto diversas intervenções, mas a idosa recusa-se a deixar sua casa.
Citando outra visita efetuada a alguns meses anteriores, que foi acompanhada do
Promotor, na qual foi conversado com ela quanto a possibilidade de residir com a irmã e
sobrinho, e que ela disse que se o sobrinho “chorar muito” (SIC). ela pode até ir. Que
foi incentivado quanto a questão de que seria bom, pois ela podia fazer companhia para
a irmã e a irmã para ela, que a irmã já está de idade e sente saudades dela e que assim
ambas não ficam sozinhas. Que o Promotor também conversou referente a questão da
limpeza da residência, se poderia ver para alguém ir lá limpar a casa dela, e a senhora
responde de forma ríspida que não precisava, “que já está acostumada com a sujeira, e
que isso não mata ninguém, que foi criada assim” (SIC). sita a psicóloga chegando na
residência.
No pátio havia quatro cachorros de porte médio e dois de grande porte, uma casa
de alvenaria azul, com as paredes sujas de barro, alguns entulhos de mobília que
estavam no canto da varanda da casa, a assistente social em conjunto da psicóloga,
chamam a senhora que demora para abrir a porta, mas nos recebe com um sorriso no
rosto. Ao abrir a porta se percebe diversas panelas sujas de comida sob o fogão e pia.
Ao ser questionada, expressa estar tudo bem; e que o Nico (nome fictício) a
visita frequentemente, que está combinado entre os dois que amanhã ele a levara ao
mercado. Que não vai morar com sua irmã, que vai ficar em sua casa até falecer, que o
sobrinho queria leva-la, que só iria se fosse comprado uma “colônia com casa” para ela.
Contudo, também expressou que “vai esticar as pernas em Margarida” (SIC). se
referindo a falecer, (é onde seu marido está enterrado). Relatou não estar precisando de
nada, ao ser questionada pelas profissionais se precisa alguma coisa, e convidou as
profissionais para almoçar.
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questionado sobre seus estudos o jovem expõem “a professora não dá dinheiro para
ele”(SIC).
Relatou que teve uma audiência, devido a ter sido pego com maconha, e que
pegou mais um mês de Medida Sócio Educativa. Foi orientado a ele que deve respeitar
as regras da Medida Sócia Educativa, questionou se ele irá cumprir a pena, o mesmo
disse que sim, “porque não quer ir preso”(SIC), na sequencia perguntou “o que
acontece se ele não cumprir” (SIC). A psicóloga afirmou que ela não tem poder sobre a
decisão judicial, mas que ele poderia vir a ficar “preso”. Entregou-se novamente a ele a
atividade de pesquisa com 3 adultos sobre a adolescência deles, e a atividade “Como eu
me vejo”, e explicado ao adolescente sobre as atividades.
envolvido com drogas entre outras coisas, aí o que vão querer fazer, se os pais não
podem educar”,
Ela relatou que “era surrada pela mãe, que a mesma era alcoólatra, que após
ter falecido, era surrada pelo pai”(SIC). Destacou que não surrar os filhos, somente
bate e que não deixa marcas, se referindo que não bate para machucar. Relatou também
que o filho sofre muito bullying na escola e que ninguém faz nada, “que um colega, já
levou uma faca na escola e disse que era para tirar a gordura da barriga do meu filho”
(SIC) entre outros bullying que ele sofre.
Também trouxe em seu relato que seu pai faleceu recentemente, e que o filho era
muito apegado a o avô, e sofreu muito com o luto. Que consultou com médico
neurologista, e que o mesmo disse “que o filho não tem nada”, e somente receitou
manipulado de maracujá, que ele está tomando.
Que no ano passado começou a ir à psicóloga da saúde, que foi uma vez, que no
retorno sua filha mais nova, estava internada, que por conta disso o pai o levou atrasado,
pois tinham esquecido, e por conta do atraso ele não foi atendido, e enfatiza que
ninguém entrou em contato para reagendar. Que começou a ir à psicóloga novamente, e
a última vez que teve atendimento com ela foi no dia 31/04.
A mulher foi orientada sobre questões familiares e em relação à convivência
com o marido, e principalmente quanto à não violência na educação. Ela questiona o
que deve fazer então, pois “castigo não funciona”, foi orientada pela psicóloga, que
deve procurar formas que funcione com seus filhos, que não seja a violência, sugerindo
tirar coisas que eles gostem de fazer, e sempre conversar e explicar o motivo do castigo
de forma que a criança compreenda. Também verbalizou que “tem o tom de voz alto,
que as pessoas acham que ela está gritando/ brigando, mas não é, que tem problema de
audição, pois “a mãe queimou seu ouvido com óleo e alho” (SIC), e que isso corrobora
para que ela fale mais alto.
Ficou combinado com a mãe que ela iria refletir, e buscar sobre diminuir
situações de agressão. Ela também foi orientada sobre os acompanhamentos da rede de
proteção, e que deve manter a frequência da psicóloga na saúde, e que quando precisar
faltar, que avise e busque o reagendamento.
A Mulher relatou que os irmãos não tiveram a conversa com ela até o momento,
que teve somente um episódio em que sua irmã entrou em contato com ela e pediu se a
cuidadora iria sair para ir em uma atividade de lazer que tinha agendada, que era do
conhecimento da família, e que essa irmã disse para ela ir que cuidaria dos pais,
contudo, não foi. Ressaltou também que observou que após a reunião os irmãos estão
indo mais na casa dos pais, e que não houve nenhum desentendimento entre eles.
Relatou que teve um dia que convidou a irmã para tomar uma cerveja, que “a
psicóloga da saúde está trabalhando com ela que deve ser menos orgulhosa”, e que
ambas devem sair juntas.
Ela verbalizou que mesmo não tendo a conversa ainda com os irmãos, se sente
melhor após a intervenção do CREAS, pois sente “que não está sozinha e que tirou um
peso de suas costas”, por compreender que a responsabilidade dos cuidados com os pais
não é só dela. Relatou que no próximo sábado terá que levar seu pai para uma consulta
com médico oftalmologista, e que na data de hoje mandou uma mensagem para a irmã
solicitando que ela fique com a mãe, que ela ainda não recebeu uma resposta, mas que
repassará ao CREAS qual será a resposta dela, e verbalizou que está curiosa para saber
se realmente poderá contar com o apoio dos irmãos nesse momento.
A psicóloga afirmou que acredita que sim, que afirmaram em reunião. Também
sugeriu que a mulher se organize com os irmãos, para que possa fazer uma atividade de
lazer, para validar o combinado com os irmãos que poderiam cuidar dos pais uma vez
por mês, para que ela tenha um pouco de lazer, tendo em vista que até o momento a
cuidadora não solicitou nenhuma vez, verbalizou então que vai se organizar no próximo
final de semana, após a consulta do pai.
Ficou combinado que a psicóloga do CREAS entrará em contato novamente com
os irmãos para verificar sobre a conversa que ficaram de ter com a cuidadora, tendo em
vista que até agora não aconteceu. E que ela dará retorno ao CREAS após a resposta da
irmã quanto a cuidar dos pais no final de semana da consulta.
Houve uma encenação teatral do grupo Dusol, com o tema “Que segredo é
esse?”. O objetivo principal é trazer informações sobre o tema às crianças e
adolescentes para que saibam identificar o que é a violência sexual e as formas de
solicitar ajuda.
Nico fica confuso, afinal ele é um adulto, então ela explica que Pako a cuida
todas as noites enquanto sua mãe esta trabalhando, que ele é seu melhor amigo e que na
amizade deles tem ciúmes.
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Nico se ressente, pois acreditava ser ele o melhor amigo dela, então Lara tenta
subverter o que disse falando que ele também é um grande amigo dela, e durante esse
dialogo, ela pergunta a ele se tem medo de alguma coisa.
Nico verbaliza
Larinha pergunta
-“Nem do escuro?”
Ele responde
Larinha então fica mais séria e segura seu ante braço: “Nico, se eu contar você
promete que não vai rir de mim?”
Então ela fala que tem medo do escuro, Nico cai na gargalhada, e ela fica brava
e bate nele, e verbaliza,
Nico para de rir de forma quase que instantânea, e começa a tremer, gaguejando
pergunta,
Ela parece demonstra ficar mais brava bate o pé no chão e cruza os braços,
“Nico se o escuro fala comigo é por que tem alguém lá!”.
Sem entender ele se aproxima novamente dela e fala que não esta entendendo e
repete tudo que foi expressado por ela. Então Larinha toma um susto e em um tom mais
alto fala que era um segredo tampando a boca com as duas mãos e saindo de sena para
trás da casa.
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Eles mudam a cena então para dentro da casa do Nico, onde sua mãe estava,
Nico comenta com ela oque conversou com sua amiga, buscando que sua mãe ajudasse
ele a entender o que estava acontecendo, Ana apresentou ficar mais confusa que a
criança mas sugere que na próxima noite chame então Larinha para dormir na casa
deles. E liga para Clara, que demonstra empolgação afinal ela não tem parado em casa e
quem fica com ela de noite é um grande amigo, Pako, mas que percebeu que sua filha
esta bem quieta e desanimada, mas acredita que isso pode vir a anima-la.
Muda a cena, no dia seguinte Larinha estava brincando de boneca, e Nico chega
todo animado para dar a grande noticia para ela, que não parece ficar muito feliz;
-“Nico, te falei que não posso, que Pako não vai deixar!”
Nico responde;
-“Lara minha mãe falou com sua mãe que deixou você ir lá em casa, uma noite
não vai fazer diferença”
Ele então pula e comemora, entra em cena então Pako, que pede um abraço de
Nico, que recua, mas antes de sair de sena fala;
-“Você sabe que morro de ciúmes de você, que eu gosto muito de você!”.
Ela responde;
Ele questiona do segredo deles, e a lembra que não pode contar para ninguém.
Ela concorda com um aceno da cabeça, após isso ele a leva pela mão para trás da
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estrutura da casa. Muda-se a sena de novo e nela Nico e sua Mãe se preparam para
receber a Larinha que chega de cabeça baixa e demonstrando estar triste, mas não
comenta nada, Nico se empolga com a presença de sua amiga e pega a boneca de sua
mão para brincar, e ela se estressa gritando para ele parar,
Ana percebendo o conflito convida os dois para brincar de “ciências”, Nico fica
eufórico pois toda vez que brinca de ciências ele aprende algo novo, ela então chama
Larinha para participar e pede para que ela faça um “X com o corpo”, Larinha, vai ao
meio do palco levanta os braços e afasta suas pernas, então Ana fala que hoje a
brincadeira vai ser sobre o corpo humano, então ela aponta para os olhos, nariz, boca,
verbalizando qual parte do corpo era e sua função, após isso ela toca no cento do tórax,
barriga, mas na hora que ela ia apontar a parte intima, ela recua e põem suas duas mãos
sobre a região intima.
Ana então se desculpa e explica para ela que não iria tocar que apenas quem
poderia tocar é quem a mesma deixa-se ou ela mesma, Lara demonstra ficar confusa e
pergunta o que deve fazer caso alguém que é um adulto fazer isso, e a resposta para isso
Ana fala que deve procurar um adulto de confiança pois “carinho não envergonha, nem
machuca”. Ela então traz uma caixa e fala para as “crianças” que aquela era uma caixa
magica e todo problema colocado ali iria se resolver, dando um papel para Nico e
Larinha, Que escrevem e se retiram de sena, Ana então pega e lê o papel dos dois e no
dia seguinte chama sua amiga e mãe da Larinha para conversar e mostrar a ela o bilhete.
Assim ocorreu, Clara não acredita se ajoelha no chão e chora, pois se culpa por
não ter percebido que a figura de um homem caridoso e amigável para ela estava
fazendo isso com sua amada filha, Ana então levanta sua amiga e fala que vai ajuda-la,
mas que primeiro devem fazer a denuncia, saindo de sena.
Ao ser questionada sobre seu pai, relatou ter boa relação com ele, que cuida bem
dela, faz comida. Relatou também que dorme com o pai, pois tem medo de dormi
sozinha. Relata que gosta de mexer no tablet, mas que somente assiste desenho, coisas
de criança, que uma vez tinha um comercial que não gostava, e por conta disso o
bloqueou, a psicóloga perguntou o que tinha no comercial, ela afirmou “era chato, um
homem falando sobre uma escola”(SID). Relata gostar de brincar com uma amiga, que
brincam de “pega pega”, “esconde escode”, (não traz relato de “brincadeiras” que não
sejam adequadas a idade). Expõem sentir saudades da mãe, (mora em outro estado).
Foi repassado a ela quanto ao último atendimento realizado com sua filha. E que
ela relatou estar bem e que está tudo bem com a família. Que gosta de ir ao projeto, que
já fez amigas. Não trouxe nenhum relato quanto à situação de abuso, ou medos
relacionados a este. Relatou também que ela e a mãe vão junto quando o pai vai jogar
bola e que quando está frio ficam no carro, e que gosta de ir junto. Não trouxe nada
quanto a questão de sentir medo de homens
Mirian relatou que estava tudo bem no que compete ao contexto familiar.
Verbalizou que no momento não estão saindo muito enquanto família, mas que sua filha
também não trouxe mais relato quanto a questão de estar com medo de homens, e nem
quanto a situação de abuso.
Profissionais orientaram que em uma próxima consulta que tiver com algum
medico que seria importante passar quanto a isso ao médico para que ele possa avaliar a
situação e se necessário realizar o tratamento adequado. Relatou que ela continua
fazendo acompanhamento com psicóloga da saúde quinzenal.
Que já esteve preso devido a policia ter encontrado drogas em seu carro,
contudo, que eram de sua ex esposa e mãe da garota. Que ela já esteve em vários
internamentos, assim como já esteve em situação de rua e recentemente teve um
episódio em que esfaqueou seu atual companheiro, que atualmente reside em São Paulo.
Que o avô materno de sua filha é desembargador no Rio Grande Sul, que manda um
valor referente à pensão alimentícia mensalmente, que entra em contato ela via telefone,
e que nas férias vem os visitar e a leva para passear, ficando alguns dias em hotéis da
região.
Sobre a verbalização de sua filha, ele que não sabe o motivo, que desconhece
qualquer situação que justifique. Relatou que a filha fica grande parte do tempo no
celular no “youtube kids”, e que às vezes esconde dele o que está assistindo, “ não
entendo muita dessas coisas, mas que pede para sua sobrinha, supervisionar o que ela
está assistindo”(SID). Ressaltou que a sobrinha lhe auxiliar bastante nos cuidados com
sua filha.
Profissional explicou para ela que ele precisa comparecer para cumprir o
processo integralmente. A responsável enviou um áudio no qual ela verbalizava “que
vai esperar o neto fazer 18 anos e vai pedir para ele sair da casa dela, que não aguenta
mais, que ele não a respeita, que essa noite dormiu fora de casa e que ela não sabe
onde ele está, que ele só vem para casa enche o bucho e sai de novo. Que emprestou
dinheiro para ele comprar um celular, que ele recebeu do trabalho dele mas não a
pagou, que já vendeu esse celular”(SID).
Foi entregue a ele atividade pedagógica de realizar pesquisa com 4 adultos sobre
como foi sua adolescência, com ênfase em trabalho e estudo, a qual tem como objetivo
que o adolescente entreviste os adultos, faça um relatório da pesquisa e a partir desse
contato com a realidade do período da adolescência desses adultos, na qual muitos não
tiveram as mesmas oportunidades que se tem hoje para estudar, possa refletir sobre a
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importância dos estudos e sobre as oportunidades que possuem atualmente, entre demais
reflexões que se possibilita a partir do contato com a história desses adultos, e também a
atividade Gosto e Faço, ficando combinado para ele entregar no próximo atendimento.
4. DISCUSSÃO
O ECA configura como ato infracional "conduta que pode ser configurada como
crime ou contravenção penal que quando exercida por criança ou adolescente (artigo
103, Lei 8069/90)”, do mesmo modo determina como adolescente: “É a pessoa que
possui entre doze e dezoito anos de idade incompletos” (artigo 2º, segunda parte, da Lei
8069/90) .
O artigo 112 da Lei 8069/90 estabelece as medidas que podem ser aplicadas aos
adolescentes quando ocorre a prática de ato infracional. A autoridade competente tem a
possibilidade de escolher entre as seguintes medidas: responsabilidade, obrigação de
reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, inserção em
regime de semi-liberdade, internação em estabelecimento educacional ou qualquer uma
das medidas previstas no artigo 101, incisos I a VI.
36
Com relação aos efeitos da escuta clínica, Coscioni et al. (2018) identificaram
em seu estudo que intervenções de apoio psicológico podem contribuir para tranquilizar,
acalmar, dar ânimo e suporte aos adolescentes, além de ajudá-los a aliviar a pressão
psicológica que sentiram. Mais especificamente, a escuta das histórias dos adolescentes
permitiu a reelaboração de experiências passadas e a projeção de perspectivas futuras.
Além dos externos presentes no contexto socioeducativo, outras vulnerabilidades
presentes nas comunidades em que vivem os adolescentes também se jogam como
obstáculos para a atuação profissional, exigindo ações sócio-políticas mais amplas.
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– ABUSO SEXUAL
Ao longo dos anos, a questão da violência tem sido uma temática recorrente na
sociedade, como uma série de enfoques diferentes, seja como doméstica ou
institucional. Compreendemos que falar da violência não é tarefa fácil, seja qualquer o
espaço em que ela se manifeste. As características que a definem ou explicam não são
consensuais, principalmente, quando envolvem o desenvolvimento de crianças e
adolescentes. (MOREIRA; GUZZO. 2017).
No campo da psicologia, a questão da violência se faz presente, e se torna uma
questão importante, que deve ter foco de análise e intervenções adequadas, para que
venham a garantir a proteção e os direitos de crianças e adolescentes a um
desenvolvimento pleno e saudável. As expressões de violência têm sido estudadas em
suas mais variadas manifestações. Desse modo, os atos violentos possuem uma
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os serviços de psicoterapia têm o seu lugar na atenção à saúde, relacionado aos serviços
de saúde mental; tornando-se o psicólogo do CREAS, o responsável por avaliar a
necessidade de encaminhamento para esses serviços. (HOHENDORFF; HABIGZANG;
KOLLER, 2015).
As vítimas de violência que apresentam quadros psicopatológicos deveriam
receber, além de acompanhamento psicossocial, tratamento psicoterápico sempre que
necessário. Os tratamentos psicossociais e psicoterápicos se complementam, apesar de
possuírem propósitos diferentes, compartilham o objetivo final de propiciar maior
qualidade de vida para quem faz uso dos mesmos. (HOHENDORFF; HABIGZANG;
KOLLER, 2015).
O trabalho do psicólogo frente aos casos de abuso sexual praticado contra
crianças e adolescentes é um desafio complexo, podendo ser, em alguns casos,
contraditório para ele próprio; que se depara diante de atrocidades, a qual lhe exige
diversas habilidades, até mesmo pessoais. As diretrizes do trabalho social, expõem a
prioridade de se trabalhar em uma perspectiva de fortalecimento da família e de seus
vínculos. (FLORENTINO, 2014).
Assim sendo, o psicólogo deve realizar as intervenções no sentido de reduzir os
impactos negativos e as consequências do abuso sexual na criança ou adolescente.
Contudo, as possibilidades de intervenção não se esgotam nesta perspectiva. Para além
de diminui os danos ocasionados pelo abuso sexual, o psicólogo deve pensar estratégias
para que a família tenha condições de resgatar a convivência familiar, deste que a
situação de violência tenha parado. (FLORENTINO, 2014).
A família é o centro fundamental para se trabalhar no caso de se ter um caso de
abuso sexual infanto-juvenil. Mas isso não é preocupação apenas do psicólogo, o
Estado e a sociedade, de modo geral, também possuem sua parcela de responsabilidade,
logo, também deverão ampliar suas possibilidades de desempenhar as funções de
socializar e proteger seus membros. (FLORENTINO, 2014).
Sendo assim, o trabalho interdisciplinar e intersetorial se torna um forte aliados,
uma vez que, as situações de abuso sexual desorganizam não só os processos psíquicos,
mas toda a dinâmica familiar da vítima. Mesmo nas situações em que acontece o abuso
sexual intrafamiliar, o contexto deve ser analisado com certa cautela, onde em suma, em
muitos casos, observa-se que o agressor e toda a família também possuem diversos
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- CUIDADORES
Captar o envelhecimento humano requer uma compreensão, levando em
consideração os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais dos envolvidos.
Cada um desses aspectos contribui para a compreensão completa desse processo
complexo e multifacetado. Entender e abordar esses componentes são fundamentais
para promover um envelhecimento saudável, sustentável e inclusivo para todas as
pessoas. (Roque, 2014).
O envelhecimento da população e as mudanças no modelo familiar têm levado a
um aumento na procura por instituições que prestam serviços de cuidados para idosos.
À medida que a população envelhece, surgem desafios relacionados ao cuidado e à
qualidade de vida dos idosos, especialmente quando suas famílias não têm condições ou
recursos para cuidar deles adequadamente. (SOBRAL; GUIMARÃES; SOUZA, 2018).
A velhice é mais do que apenas um processo biológico, sendo influenciada
também pelos aspectos simbólicos, significados e valores atribuídos socialmente ao
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família e o idoso. Para que se possa perceber que o idoso além de suas limitações, ao
fortalecer ou resgatar vínculos familiares, trazendo a todos uma convivência
comunitária; um estímulo social necessário ao desenvolvimento do ser humano.
(SOBRAL; GUIMARÃES; SOUZA, 2018).
mudá-lo, ao mesmo tempo em que podem se sentir inseguros ou confusos sobre o seu
papel na sociedade. (Soares; Mendes, 2017).
Sendo assim, os autores Martins e Quadros (2013) trazem que o consumo de
bebidas alcoólicas por crianças e adolescentes podem trazer a graves consequências,
uma vez que, eles ainda não atingiram o nível de desenvolvimento dos adultos, na
maturidade social, na experiência de vida ou no desenvolvimento
neuropsicológico. (Sunde,2019).
O consumo por parte dos adolescentes de álcool e outras drogas pode trazer
inúmeras consequências que são visíveis, tal como: complicação de saúde, baixo
aproveitamento pedagógico, a disseminação da AIDS e outras doença sexualmente
transmissível, com ato sexual desprotegido, o que também pode vir a originar uma
gravidez indesejada; e uma desordem no ambiente escolar e familiar, comportamento
antissocial, perturbador e agressivo, sensíveis para o arranque e/ou o agravamento da
dependência. (Sunde,2019).
5.1.1. O OLHAR DA PSICANALISE
A perspectiva psicanalítica pode oferecer uma explicação sobre o uso de álcool e
outras drogas, em um modelo global do funcionamento da psique. Segundo Freud, o
prazer é um princípio fundamental e a busca pela redução do desprazer ou a obtenção
do prazer pode levar a comportamentos inconscientes, incluindo o uso de substâncias
como o álcool. (Sunde,2019).
Freud conceituou a pulsão como um conceito que abrange tanto aspectos
mentais quanto biológicos. O objeto da pulsão é aquilo que pode satisfazer a pulsão e
proporcionar bem-estar ao sujeito. No caso do alcoolismo, por exemplo, o objeto da
pulsão é o álcool; que pode ser representado tanto como uma substância em si quanto
como uma representação inconsciente ligada a certo conteúdo. (Sunde,2019).
Segundo Rousseau, citado por Sousa, a neurose resulta de um conflito entre o
Ego (instância da personalidade que busca a realidade) e o Id (instância que busca o
prazer imediato e opera no inconsciente). Esse conflito leva o Ego a reprimir o Id,
resultando em sintomas neuróticos. Por outro lado, a psicose é o resultado de um
conflito entre o Ego e o mundo exterior, levando a uma clivagem no Ego e à dissociação
das funções conscientes. (Sunde,2019).
No contexto do alcoolismo, o uso do álcool pode distorcer a percepção da
realidade, levando a avaliações erradas das capacidades físicas e comprometendo os
52
movimentos coordenados. Isso ocorre devido aos efeitos do álcool no sistema nervoso
central, afetando a rapidez dos reflexos cerebrais e a coordenação motora.
(Sunde,2019).
A experiência com o álcool pode inicialmente ter efeitos calmantes e eufóricos,
o que pode ser atrativo para pessoas que buscam evitar o desprazer. Com a evolução do
alcoolismo, o indivíduo pode desenvolver dependência e experimentar desconforto
durante a abstinência, sendo impulsionado pelo desejo de manifestar o Ego perverso
(associado à busca pelo prazer imediato) para evitar esse desprazer. (Sunde,2019).
É importante ressaltar que essa explicação baseada na perspectiva psicanalítica é
apenas uma das muitas abordagens possíveis para compreender o uso do álcool e outras
drogas, e o seu impacto na psique do indivíduo. Existem diversas outras teorias e
modelos explicativos na área da psicologia e da psiquiatria que também podem
contribuir para uma compreensão mais completa do uso de substâncias. (Sunde,2019).
5.2. OBJETIVOS
5.3. JUSTIFICATIVA
Constata-se que o uso e o abuso de drogas na adolescência são considerados um
problema de saúde pública significativo. Os índices de usuários de drogas nessa faixa
etária estão aumentando, e a experimentação está ocorrendo cada vez mais cedo. Isso
levanta preocupações sobre o rápido desenvolvimento da dependência, o aumento das
comorbidades associadas ao uso de drogas e o envolvimento em comportamentos
criminosos dos adolescentes. (Andretta; Oliveira, 2011).
Frente a inúmeras acepções sobre drogas, a Organização Mundial de Saúde
(OMS) que declara que a droga consiste em qualquer substância psicoativa, natural ou
sintética, lícita ou ilícita, que possui algum princípio ativo capaz de alterar ou modificar
o estado psíquico e orgânico daquele que faz uso da mesma. (Andrade; Alves;
Bassani,2018).
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Grupos mensais de duas horas, cada encontro, onde ira ser trabalhada com eles
as atividades que antes eram trabalhadas de forma individual, como a entrevista com
quatro adultos, e trazer a discussão para o grupo, dando a possibilidade dos outros
adolescentes refletirem perante a realidade dos que ai estão.
Todo encontro teria 10 minutos para que os jovens pudessem estreitar lações
com dinâmicas curtas ou momentos de conversação, assistido pela assistente social e a
psicóloga, posterior pedir para que eles falem um pouco sobre a atividade que foi
enviada para que fosse feita com seus responsáveis, posterior as profissionais devem
incentivar a todos aqueles que fizeram a atividade explanar o que foi parecido e o que
foi diferente e discutir sobre essas visões. Nesses grupos também pode ser trabalhado
sobre família e suas relações, evasão escolar (também muito comum em casos de
adolescentes em conflito com a lei), fazer atividades que os auxilie a desenvolver
autoconhecimento e autocritica.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como resultado desse estágio, foi possível adquirir uma qualificação técnica,
emocional e, sobretudo, social. O desenvolvimento da capacidade de trabalhar em
equipe, respeitando a diferença e promovendo a interação com outros profissionais e
usuários dos serviços. Essa experiência também aprendeu uma compreensão mais
aprofundada das necessidades e desafios enfrentados pelos indivíduos e comunidades
atendidas pelo CREAS.
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ANEXOS
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