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EDUCAÇÃO
PREVIDENCIÁRIA

Curso sobre Regime Próprio de


Previdência Social do Estado do Paraná
CDD 341.6

Educação Previdenciária: Curso sobre Regime Próprio de Previdência Social do Estado


do Paraná, 2ª ed. / André Luciano Piuzzi, Fernanda Cury Zacharias e Lucia Guidolin
Regis. – Curitiba: PARANAPREVIDÊNCIA, 2017
39 p.

Com a Colaboração de:


Fabiano Jorge Stainzack, Fatima Regina Spuldaro, Patricia Kavestski Sabadin e Silvia
Marques Fernandes
EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA – Curso sobre Regime Próprio de Previdência Social do Estada do Paraná

Sumário

Apresentação ......................................................................................... 03

Previdência Social no Paraná ............................................................... 04


Origem .................................................................................................... 04
IPE .......................................................................................................... 04
PARANAPREVIDÊNCIA ......................................................................... 04

Princípios Constitucionais do Regime Próprio de Previdência


Social ...................................................................................................... 06

Dos Segurados ...................................................................................... 06


Segurados Ativos .................................................................................... 07
Segurados Inativos .................................................................................. 07
Segurados Ativos em Licença sem Vencimentos .................................... 07
Da Inscrição do Segurado ....................................................................... 08

Dos Dependentes .................................................................................. 08


Os Dependentes Preferenciais dos Segurados ....................................... 08
Inexistência de Dependentes dos Segurados ......................................... 09
Da Inscrição de Dependentes ................................................................. 09
Da Perda da Qualidade de Dependente ................................................. 10
Dependentes para fins de Assistência à Saúde ...................................... 10

Da Contribuição Previdenciária ........................................................... 11


Contribuição dos Servidores Públicos do Estado do Paraná .................. 11
Contribuição dos Inativos ......................................................................... 12
Cota Patronal .......................................................................................... 13
Contribuição Facultativa .......................................................................... 13
Servidores Cedidos sem Ônus para a Origem ou em Mandado Eletivo .. 14

Dos Serviços .......................................................................................... 15


Seguro de Vida Obrigatório e Auxílio Funeral da
PARANAPREVIDÊNCIA ......................................................................... 15
Auxilio Funeral SEAP .............................................................................. 16
SAS ......................................................................................................... 16

Dos Benefícios Previdenciários ........................................................... 16


Aposentadoria ......................................................................................... 16
Aposentadoria por Invalidez ......................................................... 16
Aposentadoria Voluntária .............................................................. 17
Aposentadoria do Professor ......................................................... 18
Aposentadoria Compulsória .......................................................... 19
Aposentadoria do Policial Civil e Delegado .................................. 19
Regras das Aposentadorias .................................................................... 19
Para os Servidores que Ingressaram depois da EC nº 41/2003 ... 19
Para os Servidores que Ingressaram antes da EC nº 41/2003 ..... 20

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Servidores com direito adquirido .................................................. 20


Servidores sem direito adquirido que ingressaram antes da EC
41/03 ....................................................................................................... 22
Servidores sem direito adquirido que ingressaram
antes da EC 20/98 ........................................................................ 23
Emenda Constitucional 47/2005 ................................................... 24
Quadro Resumo 01 ...................................................................... 27
Quadro Resumo 02 ...................................................................... 28
Quadro Resumo 03 ...................................................................... 29
Pensão ................................................................................................... 31
Pensão por Morte ......................................................................... 31
Pensão por Ausência do Segurado .............................................. 31
Pensão por Prisão do Segurado (Auxílio Reclusão) ..................... 32
Da Cessação do Benefício de Pensão .......................................... 32
Outras Questões Sobre Pensão ................................................... 32
Questões Gerais sobre Benefícios .......................................................... 32
Benefício Assistencial por Invalidez ............................................... 33
Abono Permanência ..................................................................... 33
Do Acumulo de Benefícios ............................................................ 33
Tempo Paralelo ............................................................................ 33
Tempo Concomitante .................................................................... 34
Vantagens ..................................................................................... 34
CTC .............................................................................................. 34

Da Administração Financeira da Previdência ..................................... 35


Fundos de Natureza Previdenciária ........................................................ 35
Fundo de Previdência ................................................................... 35
Fundo Financeiro .......................................................................... 36
Fundo Militar ................................................................................. 36
Aplicação de Ativos ................................................................................. 36

Das Obrigações Acessórias ................................................................. 36


Lei de Acesso à Informação .................................................................... 36
Resolução 97/2012 do Conselho Diretor da PARANAPREVIDÊNCIA .... 37
Características essenciais da Resolução 97/2012 .................................. 37

Referências Bibliográficas ................................................................... 39

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Apresentação

O objetivo desta apostila é servir de material de estudo no Curso de


Educação Previdenciária realizado em parceria com a Escola de Governo do
Paraná, oferecido aos profissionais de Recursos Humanos do Estado do Paraná
e aos colaboradores da PARANAPREVIDÊNCIA, nos Núcleos Regionais de
Educação e nos Batalhões da Polícia Militar.

Não pretendemos esgotar a discussão sobre a Previdência do Estado,


mas oferecer um material didático que apresente as principais regras de
aposentadoria, seus assuntos gerais mais importantes e seu contexto histórico
em um curso básico inicial.

Esperamos que o material disponibilizado seja mais uma ferramenta


importante, que facilite a compreensão do tema e os auxilie no seu dia a dia de
trabalho.

André Luciano Piuzzi


Fernanda Cury Zacharias

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Previdência Social no Paraná


Origem

Em 1947, o Governo do Estado do Paraná criou o Montepio dos


Funcionários Públicos Civis e Militares através do Decreto nº 608/47, porém, este
fundo era reservado apenas para o pagamento de pensão dos servidores, as
aposentadorias permaneceriam responsabilidade dos respectivos Poderes.

Nessa época, a contribuição era o equivalente ao valor de um dia de


trabalho e a aposentadoria limitava-se a 1/3 (um terço) do valor percebido pelo
servidor em atividade.

Mais tarde, com a Lei Estadual nº 293/49, que instituiu o Estatuto dos
Servidores Públicos do Paraná, o Estado começou a pagar aposentadoria aos
seus servidores, com um limite de CR$1.500,00.

IPE

Uma grande evolução para a Previdência do Paraná foi a criação do


Instituto de Previdência do Estado – IPE, com a Lei Estadual nº 4.339/61. Com
a junção da Primeira Caixa de Seguro, do Montepio dos Funcionários Públicos
Civis e Militares e do Serviço de Assistência ao Servidor – SASP, a nova
autarquia seria responsável pelo pagamento de pensões e pelo gerenciamento
de saúde. O pagamento das aposentadorias ainda era de responsabilidade da
Secretaria de Estado e Administração.

Em conformidade com a Constituição Federal, a aposentadoria era


concedida por Tempo de Serviço exclusivamente. Os proventos integrais eram
concedidos para homens com 35 anos de Serviço e mulheres com 30 anos de
Serviço e a aposentadoria proporcional era para homens com 30 anos de Serviço
e mulheres com 25 anos de Serviço.

Não se falava em idade e a concessão da aposentadoria não dependia de


Contribuição Previdenciária, apenas o Tempo de Serviço era contado, portanto,
mesmo sem contribuir, o Tesouro Estadual pagava a aposentadoria desde que
o servidor obtivesse o Tempo de Serviço para tal.

PARANAPREVIDÊNCIA

Em 1998, a Lei Estadual n º 12.398 transformou o IPE, uma autarquia, em


uma instituição sem fins lucrativos, com personalidade jurídica de direito privado,

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natureza de serviço social autônomo paraadministrativo, a


PARANAPREVIDÊNCIA.

A PARANAPREVIDÊNCIA funciona como a entidade gestora do sistema


de seguridade funcional do Estado. A vinculação ao Governo do Estado é feita
através de um contrato de gestão firmado em 27 de maio de 1999 e
supervisionado pela Secretaria de Estado da Administração e da Previdência do
Paraná.

O contrato de gestão é o principal elemento para o sucesso desse modelo,


porque constitui um instrumento público que fixa metas de desempenho para o
órgão gestor e determina punições na eventualidade de descumprimento das
referidas metas.

O modelo administrativo da PARANAPREVIDÊNCIA é composto de um


Conselho de Administração, um Conselho Fiscal e uma Diretoria Executiva.

Figura – Modelo institucional da PARANAPREVIDÊNCIA.

SETOR PÚBLICO

SECRETARIA DE ESTADO
DA ADMINISTRAÇÃO E
DA PREVIDÊNCIA

PARAADMINISTRAÇÃO

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Princípios Constitucionais do Regime Próprio de


Previdência Social
No Art. 201, a Constituição Federal diz que a Previdência Social será
organizada sob a forma de Regime Geral, abrangendo todos os trabalhadores
urbanos e rurais. Porém com relação aos servidores públicos, devido a natureza
da atividade, ela traz a possibilidade de se criar um regime próprio de
previdência, distinto e peculiar.

Cada ente federativo (União, Estado, Distrito Federal, Município) pode


instituir por lei o seu próprio regime, assim como a forma de custeio e a
contribuição. Cabendo a União a edição de normas gerais sobre a matéria e a
criação do regime próprio de previdência para os seus servidores.

A CF exige que a gestão do Regime Próprio de Previdência Social seja


feita por apenas uma unidade gestora por ente federativo, sendo também vetada
a adoção de mais de um regime previdenciário.

§20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de


previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos,
e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada
ente estatal, ressalvado o disposto no Art. 142 § 3º, X. (BRASIL,
Constituição Federal Art. 40 § 20, in verbis)

O RPPS é destinado aos servidores públicos de cargos efetivos dos entes


federativos. De acordo com o Art. 40 da CF, os servidores públicos titulares
apenas de cargos em comissão serão sempre segurados do RGPS, assim como
os que trabalham para a Administração Pública sob o regime CLT e os sob
contrato temporário.

Desde 1988 importantes mudanças previdenciárias ocorreram. Afetaram


diretamente o Regime Próprio de Previdência Social a Emenda Constitucional
20 de 1998, a Emenda Constitucional 41 de 2003, a Emenda Constitucional 47
de 2003 e a Emenda Constitucional 70 de 2012. Suas principais aplicações
estudaremos adiante, nas regras de aposentadorias.

Dos Segurados
Os segurados são os sujeitos ativos da relação obrigacional jurídica
previdenciária, são todos os ocupantes de cargo efetivo que na condição de
Servidor Público vinculam-se obrigatoriamente ao Regime Próprio de
Previdência Social do Estado do Paraná.

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Entende-se como Servidor Público Estadual: os ativos e inativos com


vínculo funcional permanente de todos os Poderes, inclusive os do Ministério
Público, do Tribunal de Contas e das Instituições de Ensino Superior, bem como
das respectivas Administrações Públicas Direta, Autárquica e Fundacional.

Inclui também os militares estaduais, mesmo aqueles que se encontrarem


à disposição ou cedidos.

Já os serventuários de Justiça não remunerados pelos cofres públicos


tiveram a previsão legal de sua inclusão no rol de participantes do Regime
Próprio do Estado do Paraná prevista na lei 12.398/98, revista em função do
reconhecimento da inconstitucionalidade desta hipótese. De acordo com a
decisão, conforme prevê a Constituição Federal, os serventuários da Justiça não
remunerados pelos cofres públicos são vinculados e devem contribuir para o
Regime Geral de Previdência Social, administrado pelo INSS.

Em virtude de decisão judicial, foi reconhecido o direito de continuar


recolhendo contribuição previdenciária à PARANAPREVIDÊNCIA, porém de
acordo com o Art. 1º da Lei Estadual 16851/2011, somente aqueles
serventuários que completaram os requisitos para a aposentadoria até a edição
da EC 20/98 e que tenham ingressado para o RPPS antes da Lei 10219/92,
poderão se aposentar pelo RPPS, os demais deverão serem encaminhados ao
RGPS.

Além dos segurados que efetivamente recolhem as contribuições temos


os segurados inativos.

Segurados Ativos

São os servidores públicos efetivos estaduais e militares. Vinculados


obrigatoriamente ao sistema previdenciário, sem possibilidade de exclusão
voluntária.

Segurados Inativos

São os servidores públicos aposentados, militares da reserva remunerada


ou reformados e pensionistas.

Segurados Ativos em Licença sem Vencimentos

São os servidores com ausência de remuneração, que estão afastados


em licença sem vencimentos.

Seguindo as regras da Lei 6.174/70, art. 240, o servidor pode requerer


licença sem vencimentos para fins particulares. Neste período, fica suspensa a
remuneração e a contribuição previdenciária.

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Antes o servidor ficava impedido de contribuir e de computar este período


de tempo, mas a partir da edição da Lei nº 12.398/98, com a redação da Lei nº
17.735/12, foi prevista uma possibilidade para manutenção do vínculo
previdenciário (contagem de tempo para aposentadoria e concessão de pensão).
Assim, o servidor pode optar por manter-se vinculado ao regime próprio
mediante o pagamento da contribuição que faria se estivesse ativo, acrescida a
cota patronal.

§4º No caso de inexistência ou suspensão de remuneração, o


servidor poderá optar por proceder ao recolhimento da
contribuição previdenciária a que estiver obrigado nos termos
desta Lei, cabendo-lhe ainda, o recolhimento da contrapartida da
contribuição previdenciária de que trata o art. 16 (PARANÁ, Lei
Estadual nº 17.435/12 § 4º, in verbis)

Caso o servidor opte por não efetuar as contribuições terá sua vinculação
com o Regime Previdenciário Estadual suspensa.

Da Inscrição do Segurado

Todos os servidores públicos ao tomarem posse no cargo efetivo são


compulsoriamente inscritos no Regime Previdenciário do Estado, sendo devido
à gestora PARANAPREVIDÊNCIA o repasse das contribuições.

Ao assumir o cargo efetivo, o servidor deve preencher e firmar, junto à sua


Unidade de Recursos Humanos, documentos de inscrição, com indicação de
seus dependentes, acompanhados de documentação hábil.

Dos Dependentes
Os Dependentes Preferenciais dos Segurados

De acordo com a Lei Estadual nº 12.398 em seu art.42. são dependentes


obrigatórios dos segurados:

I - o cônjuge ou convivente, na constância, respectivamente, do casamento ou


da União Estável;

II - os filhos, desde que:

a) menores de 21 (vinte e um) anos e não emancipados;

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b) definitivamente inválidos ou incapazes, se solteiros e sem renda e desde que


a invalidez ou incapacidade seja anterior ao fato gerador do benefício;

c) estejam cursando estabelecimento de ensino superior oficial ou reconhecido,


se menores de 25 (vinte e cinco) anos, solteiros e sem renda.

De acordo com a legislação, equiparam-se aos filhos, o enteado ou filho


do convivente do segurado. Isso ocorre mediante comprovação de dependência
e sustento do segurado e que não seja credor de alimentos e nem receba
benefício previdenciário do Estado do Paraná ou de outro Sistema de
Seguridade, inclusive de Previdência Privada.

Inexistência de Dependentes dos Segurados

Quando o segurado não possui nenhum dos dependentes preferenciais


obrigatórios, ele poderá inscrever como seus dependentes para o Regime de
Previdência, mediante a devida comprovação de dependência econômica e
atendidos aos requisitos estabelecidos em Regulamento, os seguintes:

a) os pais;

b) o irmão, menor de 21 (vinte e um) anos e não emancipado ou definitivamente


inválido ou incapaz, se solteiro e sem renda e desde que a invalidez ou
incapacidade seja anterior ao fato gerador do benefício;

c) o menor que, por determinação judicial, esteja sob tutela ou guarda do


segurado, desde que comprovadamente resida com este, não seja credor de
alimentos e não possua condições suficientes para o próprio sustento.

Da Inscrição de Dependentes

Os dependentes devem ser mantidos com cadastro atualizado. Através


do PAC-RH, pode ser promovida a inclusão ou exclusão de dependentes ou até
mesmo a alteração ou complementação de seus dados. Quanto mais completo
o cadastro melhor e mais fácil, quando eventualmente vier a ser requerido algum
benefício.

Dentro do período de recadastramento anual, a solicitação será feita


juntamente com o recadastramento.

Fora deste período, após a conclusão do recadastramento anual, ficará


aberta a Manutenção Contínua no PAC-RH. O procedimento de acesso é
idêntico e através da mesma senha.

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No caso de dependente cônjuge, a comprovação deve ser feita mediante


a Certidão de Casamento.

Para a inclusão de filho menor de 21 anos, esta deve ser feita pela
Certidão de Nascimento.

A inscrição deve ser efetuada diretamente no Órgão de Recursos


Humanos a que pertence o servidor.

Aconselha-se que todos os dependentes ao serem inscritos, informem os


dados de seu RG e CPF, mantendo o cadastro completo.

Os demais dependentes (exceto cônjuge e filhos menores de 21 anos)


devem ter sua inscrição analisada e deferida pela PARANAPREVIDÊNCIA,
devendo o pedido ser efetuado via PAC-RH. Ao final deve ser impresso o
protocolo do sistema PAC-RH, assinado pelo servidor, juntado aos documentos
que nele irão constar (listagem de acordo com o tipo de dependente a ser
inscrito) e encaminhado à PARANAPREVIDÊNCIA, que promoverá análise dos
documentos e atendidas as exigências, proferirá despacho de deferimento e
inclusão dos dados no sistema informatizado do Estado.

Da Perda da Qualidade de Dependente

Além da exclusão dos dependentes pelo óbito, são automaticamente


excluídos os filhos e irmãos quando completam 21 anos de idade e os menores
sob guarda quando completam a maioridade – 18 anos.

• O cônjuge ou companheiro(a) deve ser excluído pela separação, mesmo que


de fato, ou pelo divórcio ou dissolução da União Estável.

• Os filhos e irmãos menores de 21 anos e o menor sob guarda serão excluídos


também pela emancipação ou pelo casamento ou constituição de união estável,
ou retirada da guarda.

• Os filhos universitários serão excluídos pelo casamento ou constituição de


União Estável, aquisição de renda, conclusão do curso superior ou ao
completarem 25 anos.

• Os filhos inválidos serão excluídos pelo casamento ou constituição de União


Estável e pela aquisição de renda.

A responsabilidade pela exclusão dos dependentes é do servidor, seja ele


ativo ou aposentado.

Dependentes para fins de Assistência à Saúde

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De acordo com o Decreto Estadual 8.887/2010 art. 6º, inciso II, são
dependentes do Titular para fins de Assistência à Saúde:

a) o cônjuge; ou

b) a(o) companheira(o), na constância da União Estável;

c) os filhos, os enteados e os filhos do(a) convivente, desde que:

- solteiros e menores de 21 anos e/ou


- definitivamente inválidos ou incapazes.

d) o tutelado ou a criança ou adolescente sob guarda até os 18 anos.

Deve-se atentar que o rol de dependentes com direito a Assistência a


Saúde não é o mesmo que o rol de dependentes previdenciários

Da Contribuição Previdenciária
A Contribuição Previdenciária é obrigatória para todo o cidadão que
exerça atividade remunerada e visa garantir a concessão de benefício
previdenciário quando o segurado tiver que deixar a atividade laboral ou na sua
falta, para prover a manutenção de seus dependentes.

Os cidadãos que atuam na iniciativa privada contribuem para o Regime


Geral de Previdência Social, a arrecadação de suas contribuições será utilizada
para o pagamento dos benefícios mantidos pela previdência social.

Para o RGPS, o fato gerador da Contribuição Previdenciária é a atividade


remunerada e sua base de cálculo é o salário de contribuição, respeitando os
limites mínimos e máximos.

Para os Servidores Públicos, a regulamentação veio através da Emenda


Constitucional nº 20/98, que modificou o Sistema de Previdência Social e instituiu
o caráter contributivo, a fim de observar critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial.

Contribuição dos Servidores Públicos do Estado do Paraná

Para os Servidores Públicos a contribuição é devida para a unidade


gestora PARANAPREVIDÊNCIA e ela é unificada, cobrada de todos os

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servidores estaduais nos mesmos percentuais, independente do cargo ou esfera


de poder que atuem.

O percentual de incidência é o fixado pela Lei Estadual nº 17.435/12, que


prevê a cobrança de 11% sobre as parcelas que compõem a remuneração
efetiva dos servidores estaduais. Esse percentual é estabelecido por meio de
regra constitucional que determina que o percentual de todos os servidores
públicos não pode ser inferior ao percentual cobrado dos servidores da União,
que é de 11% atualmente.

Para a definição deste percentual, é efetuado um cálculo atuarial para


definir a garantia da cobertura das necessidades do regime próprio para os
benefícios que serão concedidos, razão pela qual alguns regimes de outros
entes podem cobrar percentuais superiores aos 11 % definidos para o Estado do
Paraná.

Contribuição do Inativo

A instituição da contribuição de inativos foi regularizada através da Lei


Estadual nº 18.370/2014, conforme as determinações do Ministério da
Previdência Social (MPS), e passou a ser descontada a partir da Folha de
Pagamento de abril de 2015.

O § 6º do art. 2º define a alíquota de contribuição de 11% e incidirá apenas


sobre o valor que ultrapassa o teto de Regime Geral de Previdência Social
(RGPS), que hoje é de R$ 5.531,31, conforme está previsto na Constituição
Federal:

§18 Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e


pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com
percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de
cargos efetivos. (BRASIL, Constituição Federal Art. 40 § 18, in
verbis)

Ex: Um servidor aposentado que recebe um provento de R$ 6.000,00

R$ 7.000,00 - R$ 5.531,31= R$ 1.468,69


Base para a contribuição = R$ 1.468,69
R$ 1.468,69* 11% = R$ 161,55

O valor da contribuição devida é de R$ 161,55

Nos casos de acumulo legal de proventos, como ocorre com quem recebe
mais de uma aposentadoria e/ou pensão, a incidência da contribuição

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considerará o somatório dos valores percebidos, que será calculada sobre a


parcela que supere o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS
de modo que a parcela imune incida uma única vez.

Nos casos de pensão por morte a contribuição terá como base de cálculo
o valor total pago do benefício, independentemente se houver rateio ou não,
porém cada beneficiário arcará com a contribuição proporcional à sua cota parte.

Poderá requerer a isenção da contribuição previdenciária junto a


PARANAPREVIDÊNCIA o beneficiário de aposentadoria, reserva e reforma ou
de pensão que for portador de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação
mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados
avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por
radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, conforme previsto no art. 6º
da Lei Federal nº 7.713/88.

Cota Patronal

É parcela recolhida pelo Estado em nome do servidor, para compor a


contribuição do Fundo Previdenciário.

Em geral será de igual valor, totalizando 22% a ser recolhido para o


respectivo fundo a que pertence o servidor, a saber: Fundo Financeiro, Fundo
de Previdência ou Fundo Militar.

Especificamente para os servidores do Fundo de Previdência, existe uma


contribuição adicional, progressiva, aumentada em janeiro de cada ano, no
percentual de 5% sobre o montante apurado (22%), de responsabilidade
patronal que é devida ao fundo.

Contribuição Facultativa

Como foi anteriormente visto, para o servidor afastado em licença sem


vencimentos que deseje manter o vínculo previdenciário com o RPPS do Estado
do Paraná, tanto para contagem de tempo como para aposentadoria e
concessão de pensão, deve fazê-lo mediante o pagamento da contribuição que
faria se estivesse ativo, acrescida a cota patronal.

Durante o período do afastamento, caso o servidor opte por não contribuir


para o RPPS do Estado do Paraná, mas mantenha vínculo com outro regime
Previdenciário, poderá mediante Certidão de Tempo de Contribuição averbar o

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tempo de contribuição para outro regime, permitindo-se a Compensação


Previdenciária após a concessão do benefício.

Exclusivamente os servidores que estiveram em licença sem vencimentos


a partir de maio/1999, podem optar por recolher em atraso as contribuições
devidas com a finalidade de acrescentar tempo ao seu patrimônio contributivo.
Para as licenças anteriores a maio/1999, não há possibilidade de recolhimento
por absoluta falta de amparo legal.

De maio de 1999 a agosto de 2006 o percentual de incidência era de 10%


até R$ 1.200,00 e 14% acima deste valor, não sendo devida naquele período a
cota patronal.

Procedimento indicado: o servidor deve formalizar sua opção pela


manutenção das contribuições, mediante formulário próprio, disponível na
internet, e solicitar para a PARANAPREVIDÊNCIA a emissão de boletos
bancários para o recolhimento das contribuições.

Servidores Cedidos sem Ônus para a Origem ou em Mandado


Eletivo.

No caso de afastamento do servidor para o exercício de mandato eletivo


ou cessão sem ônus para o Estado, é obrigatória a manutenção da vinculação
com o Regime Próprio da Previdência do Estado do Paraná, a
PARANAPREVIDÊNCIA.

Para tanto, é necessário o repasse pelo órgão em que estiver em exercício de


ambas as cotas das contribuições previdenciárias, ou seja, o órgão (Federal,
Estadual ou Municipal) cessionário deverá promover o recolhimento da
Contribuição Previdenciária juntamente com a parcela patronal à
PARANAPREVIDÊNCIA. Este procedimento é obrigatório, não podendo haver
vinculação ao Regime Geral de Previdência Social, INSS, nem para outros
regimes próprios de previdência.

O valor base para o recolhimento das contribuições é o salário efetivo que


o servidor receberia se estivesse ativo. Cabe o desconto de 11% no montante
que seria pago pelo Estado (Órgão cedente) ao servidor e o acréscimo de
parcela que seria paga a título de parcela patronal à PARANAPREVIDÊNCIA.

Se a remuneração paga pelo Órgão cessionário for maior que a devida se


o servidor estivesse ativo, sobre esta diferença não haverá incidência de
contribuição para nenhum ente previdenciário, nem mesmo ao Regime Geral,
INSS.

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O procedimento indicado nos casos de cessão sem ônus ou afastamento,


é que o servidor comunique a PARANAPREVIDÊNCIA para que esta emita
boletos bancários de cobrança para os respectivos órgãos cessionários

Dos Serviços
Seguro de Vida Obrigatório e Auxílio Funeral da
PARANAPREVIDÊNCIA

O Pecúlio é um seguro de vida obrigatório instituído pelo Governo do


Estado do Paraná pela Lei nº 4.766 de 16/11/1963 e regulamentado pelo Decreto
nº 14.585 de 03/04/1964 e mantido no § 1º do artigo 107 da Lei nº 12.398 de
30/12/1998. Segundo determina o Decreto, todos os servidores públicos
estaduais, ativos e aposentados, tem contribuição obrigatória.

Por ter sido criado por Lei, não há seguradora responsável ou apólice
constituída e a responsabilidade do pagamento respectivo é da
PARANAPREVIDÊNCIA. Também por ter características de um seguro de vida
o pecúlio não tem cobertura por invalidez, ele é pago somente em caso de
falecimento do servidor.

O desconto relativo ao Seguro de Vida está nos contracheques de


servidores ativos e aposentados sob o código 6253, no valor de R$ 2,08. É um
seguro compulsório que não pode ser cancelado e cobre apenas os casos de
falecimento de servidor. No caso do pensionista, assim como não recebe o
desconto em seu contracheque, ele não esta coberto pelo seguro.

O valor do Pecúlio é de R$ 2.080,00 sendo dividido da seguinte maneira:

 R$ 1.638,00 para o seguro de vida, o qual será pago aos herdeiros do


servidor falecido.

 R$ 442,00 de auxílio-funeral da PARANAPREVIDÊNCIA, que será pago


à pessoa que se habilitar e comprovar por meio de Nota Fiscal,
especificando nesta, o pagamento de despesas com a urna mortuária. Ou
seja, para receber o auxílio-funeral não é preciso ser necessariamente
herdeiro do servidor falecido.

Os valores são reajustados conforme reajuste ou aumento de


vencimentos ao funcionalismo público estadual em conformidade ao Decreto
6.472/90.

15
EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA – Curso sobre Regime Próprio de Previdência Social do Estada do Paraná

O seguro será pago aos herdeiros em linha reta, ou seja,


esposa/companheira; filhos; netos (filhos dos filhos falecidos) e pais (no caso de
servidor solteiro e sem filhos)

Caso o servidor não possua herdeiros, poderá requerer a instituição e


escolher quem deseja que seja beneficiado e somente assim outras pessoas e
parentes que não sejam herdeiros em linha reta poderão receber o seguro de
vida.

Auxilio Funeral SEAP

Este Auxílio Funeral é pago pela Secretaria de Estado da Administração


e Previdência, e está previsto no artigo 205 da Lei nº 6.174 - Estatuto do Servidor
Público do Paraná, de 16/11/1970.

O valor deste auxílio é referente à remuneração ou aos proventos (de


servidor ativo ou aposentado), sem descontos (a remuneração corresponde ao
vencimento mais as vantagens asseguradas por Lei), e é pago
preferencialmente ao cônjuge ou convivente. Na falta dessa pessoa, é pago a
quem comprovar que custeou as despesas com o funeral. Esse pagamento não
é efetuado pela PARANAPREVIDÊNCIA, mas pela Secretaria a que o servidor
falecido estivera vinculado.

Em caso de acúmulo legal de cargos do Estado, o Auxílio Funeral da


SEAP corresponderá ao pagamento do cargo de maior vencimento do servidor
falecido (conforme o artigo 206 da Lei Estadual nº 6174).

Não existe a possibilidade de majoração do valor deste seguro por


vontade do servidor. Ele somente será majorado por ato do Poder Público e de
acordo com os índices de reajustes do servidor público em geral.

SAS

O SAS, Sistema de Assistência à Saúde, é um benefício concedido pelo


Governo do Estado aos servidores públicos estaduais do executivo, sem
qualquer contrapartida financeira, garantindo cobertura assistencial médico-
ambulatorial e hospitalar, em todo o Estado do Paraná.

Conforme regulamentação do Decreto Estadual nº 8.887/2010 o benefício


está disponível ao servidor efetivo, ativo e inativo, e para o militar, bem como
para seus dependentes e pensionistas.

16
EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA – Curso sobre Regime Próprio de Previdência Social do Estada do Paraná

Dos Benefícios Previdenciários


Aposentadoria

Aposentadoria por Invalidez

A aposentadoria por invalidez será devida a todo servidor que ficar


incapacitado para o exercício da sua atividade laborativa.

Para constatar a incapacidade, o servidor deverá ser avaliado pelo médico


perito do Estado e ser considerado insuscetível de reabilitação. O laudo médico
deve ser encaminhado para homologação do médico perito da
PARANAPREVIDÊNCIA. Mesmo assim ela não é permanente, devendo o
aposentado, enquanto não completar 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, ser
reavaliado periodicamente para constatar a permanência na condição de
inválido.

Quando o servidor adoece gravemente ele é encaminhado à Divisão de


Medicina e Saúde Ocupacional – DIMS para acompanhamento. Dependendo do
caso, esse servidor pode ser readaptado e não sendo possível a readaptação,
ele entrará em licença médica para tratamento por um período que não deve
exceder a 24 meses consecutivos.

Se for verificada a necessidade de afastamento definitivo do servidor, a


DIMS encaminha à PARANAPREVIDÊNCIA, por meio de laudo médico, a
solicitação de aposentadoria por invalidez. Não cabe ao servidor solicitá-la, cabe
exclusivamente à DIMS avaliar e solicitar este benefício previdenciário à
PARANAPREVIDÊNCIA.

A aposentadoria por invalidez pode ser concedida diretamente ou vir


precedida de licença médica. Isso vai depender de cada caso. Caso o servidor,
de imediato, se torne total e permanentemente inválido, há que lhe conceder a
aposentadoria por invalidez. A licença médica não é requisito para a concessão
da aposentadoria por invalidez.

Em regra, os proventos da aposentadoria por invalidez serão


proporcionais ao tempo de contribuição, com exceção somente se a
incapacidade for decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
doença grave, contagiosa ou incurável, conforme CID na forma da lei, caso em
que terá proventos integrais, tendo como base o cálculo da média das
contribuições.

Aos servidores que tenham entrado no Estado antes da EC 41/03, a


Emenda 70 assegura o direito de se aposentar com a última remuneração do
cargo efetivo, também proporcional ou integral.

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EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA – Curso sobre Regime Próprio de Previdência Social do Estada do Paraná

Admissão no Serviço Público Enquadramento Legal


Até 31/12/2003 EC 70/2012
Após 01/01/2004 EC 41/2003

Aposentadoria Voluntária

Há dois tipos benefícios de aposentadoria voluntária. O servidor pode se


aposentar voluntariamente por idade ou voluntariamente por tempo de
contribuição conforme o Art. 40 da CF.

Por Idade:

O servidor tem a opção de escolher se aposentar por idade com proventos


proporcionais, desde que tenha atingido a idade mínima e cumpridas todas as
exigências. A legislação determina como idade mínima 65 anos para homens e
60 anos para mulheres.

HOMEM MULHER
65 anos de idade 60 anos de idade
10 anos de serviço público
05 anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria

Por Tempo de Contribuição:

Antes de 1998, não se falava em tempo de contribuição, o servidor poderia


se aposentar assim que completasse o tempo de serviço mínimo.

Dado o caráter contributivo apresentado pela redação da EC nº 20/98, a


aposentadoria passou a ser concedida por tempo de contribuição. Atingindo o
tempo de contribuição, a idade mínima e cumpridas todas as exigências, o
servidor poderá aposentar-se com proventos integrais.

Veja que após as mudanças, não basta que seja preenchido o tempo de
contribuição, é necessário que se cumpram outras exigências inclusive a idade
mínima.

Essas são as duas opções de aposentadoria voluntária garantidas no


plano de benefícios do RPPS. O servidor poderá escolher entre elas, desde que
preencha todos os requisitos mínimos para tal.

Porém, esses requisitos sofreram modificações ao longo do tempo,


principalmente após as Emendas Constitucionais 20/1998 e 41/2003. Então, a
fim de garantir a integralidade dos proventos para os que já se encontravam em
exercício antes das modificações, existe um conjunto de regras específicas. E,

18
EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA – Curso sobre Regime Próprio de Previdência Social do Estada do Paraná

para todos os servidores que entraram no Serviço Público Estadual a partir de


Janeiro de 2004, existe a regra geral.

Todas as regras serão estudadas em capítulo posterior.

Aposentadoria dos Professores

Aos professores que exerçam o tempo de contribuição exigido


exclusivamente na educação infantil e no ensino fundamental e médio, terão uma
redução de 05 (cinco) anos na idade e no tempo de contribuição para se
aposentarem.

Note que o professor de ensino superior não esta incluído pela lei, ele não
recebe a redução de cinco anos e deve se aposentar ao completar as regras
para os servidores em geral.

Em 2006 a Lei nº 11.301 ampliou o conceito de “funções de magistério”


para os casos de aposentadoria especial. A nova legislação apresenta a função
de professor como além da docência quando incorpora o parágrafo 2º ao Art. 67.

§2º Para os efeitos do disposto no §5º do art. 40 e no §8º do art.


201 da Constituição Federal, são consideradas função de
magistério as exercidas por professores e especialistas em
educação no desempenho de atividades educativas, quando
exercidas em estabelecimento de educação básica em seus
diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da
docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação
e assessoramento pedagógico.” (BRASIL, Lei Federal nº
11.301/06 § 2º, in verbis)

Aposentadoria Compulsória

A aposentadoria compulsória ocorre quando servidor completa 75 anos


de idade, seja homem ou mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição.

Ao completar 75 anos, o servidor deve se aposentar, neste caso não


existe nenhuma outra exigência a ser cumprida, inclusive o tempo mínimo de
exercício no serviço público.

Aposentadoria do Policial Civil e Delegado

Conforme a aplicação da Lei Complementar Federal nº 144/2014 a


aposentadoria do policial civil é concedida ao completar 30 (trinta) anos de tempo
de contribuição, sendo que pelo menos 20 (vinte) anos seja de atividade

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EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA – Curso sobre Regime Próprio de Previdência Social do Estada do Paraná

estritamente policial, para os homens ou 25 (vinte e cinco) anos, sendo que pelo
menos 15 (quinze) anos seja de atividade estritamente policial para as mulheres.
Com um limite de 65 (sessenta e cinco) anos de idade, quando se dá a
aposentadoria compulsória.

Regras das Aposentadorias

Para os Servidores que Ingressaram depois da EC nº 41/2003

 Regra Geral: Art. 40 EC 41/03

Em 2003 tivemos importantes alterações para as aposentadorias com o


advento da Emenda Constitucional nº 41. Para todos que ingressaram no Estado
depois de janeiro de 2004, essa é a única opção, a Regra Geral, que está
expressa no Art. 40 da Constituição Federal.

O artigo estabelece os requisitos que o servidor deve preencher


cumulativamente:

HOMEM MULHER
60 (sessenta) anos de idade 55 (cinquenta e cinco) anos de idade
35 (trinta e cinco) anos de contribuição 30 (trinta) anos de contribuição
10 (dez) anos de serviço público
05 (cinco) anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria

Esta é a regra vigente, única opção para os que ingressam no serviço


público hoje.

Cálculo e Reajuste:

O valor dos proventos será calculado com base na média das 80% (oitenta
por cento) maiores contribuições do servidor ao regime de previdência, desde a
competência de julho de 1994 até a data da aposentadoria, devidamente
atualizadas, na forma da lei.

Para atender ao contido no Acórdão 3155 de 2014 do TCE, as vantagens


transitórias integrarão o comparativo da média, calculadas proporcionalmente ao
tempo de contribuição.

O reajuste dos proventos de aposentadorias é sem paridade com o


servidor ativo.

Pensão:

20
EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA – Curso sobre Regime Próprio de Previdência Social do Estada do Paraná

O valor da pensão é pago 100% (cem por cento) até o do teto do INSS, o
que exceder o Cálculo é de 70% (setenta por cento). Este cálculo será ilustrado
quando estudarmos melhor pensão.

Para os Servidores que Ingressaram antes da EC nº 41/2003

Os servidores públicos que ingressaram no Estado até o dia 30 de


dezembro de 2003 poderiam ter ou não cumprido todos os requisitos para a
aposentadoria pelo regime vigente da época, expresso pela Emenda
Constitucional nº 20 de 1998, formando naquela data dois grupos distintos de
servidores: os servidores com direito adquirido e os servidores com mera
expectativa de direito.

Servidores com direito adquirido:

Os servidores que até 30 de dezembro de 2003 já tinham cumprido todos


os requisitos para aposentadoria nas regras então vigentes, eles que já
possuíam o direito de se aposentar, poderão requerer a aposentadoria a
qualquer tempo, com base nos critérios da legislação anteriormente vigente. Não
sendo atingidos pelas novas regras trazidas pela EC nº 41/03.

A regra que regulamenta as exigências para a aposentadoria desses está


contida no Art. 40 da CF com redação da EC nº 20/98 e o artigo 8º da EC 20/98.

Vale lembrar que existe ainda um grupo de servidores com direito


adquirido antes da EC nº 20/1998, ou seja antes da promulgação da EC 20 em
16 de dezembro de 1998, eles já tinham cumprido todos os requisitos para
aposentadoria não sendo atingidos pelas novas regras trazidas nem pela EC nº
41/03 e nem pela EC nº 20/98. Estes se aposentam de acordo com o artigo 3º
EC 20/98, que traz a regra anteriormente vigente.

Servidores sem direito adquirido que ingressaram antes da EC 41/03.

 Art. 6º EC 41/03.

Servidores sem direito adquirido são os servidores que entraram no


Estado antes 30 de dezembro de 2003, mas não haviam cumprido os requisitos
para a aposentadoria na regra vigente até a data da promulgação da emenda.
Para estes foi estabelecida uma regra transitória no Art. 6º da EC nº 41/03,
permitindo aposentar-se com proventos integrais da remuneração do servidor no
cargo efetivo em que se der a aposentadoria, quando vierem a preencher
cumulativamente, as condições:

21
EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA – Curso sobre Regime Próprio de Previdência Social do Estada do Paraná

HOMEM MULHER
60 (sessenta) anos de idade 55 (cinquenta e cinco) anos de idade
35 (trinta e cinco) anos de contribuição 30 (trinta) anos de contribuição
20 (vinte) anos de serviço público
10 (dez) anos de carreira
05 (cinco) anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria

Veja que o Art. 6º manteve o limite de idade e tempo de contribuição da


regra geral, mas acrescentou exigências quanto aos requisitos de serviço público
e carreira.

Lembrando que esta regra é apenas para os que ingressaram no Serviço


Público antes de 30 de Dezembro de 2003. Estes tem também como opção as
regras do Art. 40 da EC 41/03 e caso tenha ingressado antes de 16 de Dezembro
de 1998, ainda tem também como opção as regras do Art. 2º da EC 41/03 e o
Art. 3º da EC47/05, desde que cumpram as exigências das respectivas regras.

Cálculo e Reajuste:

Os proventos corresponderão a 100% (cem por cento) da última


remuneração do cargo efetivo. Sendo o reajuste igual a do servidor ativo.

Pensão:

O valor da pensão é pago 100% (cem por cento) até o do teto do INSS,
acrescido 70% (setenta por cento) do valor que exceder o teto.

Servidores sem direito adquirido que ingressaram antes da EC 20/98:

 Art. 2º EC 41/03

O Art. 2º da EC nº 41/03 é uma proposta para os servidores que entraram


no Estado antes de 16 de dezembro de 1998 e não possuem a idade mínima.

Esse artigo exige a idade mínima de 53 (cinquenta e três) anos para


homem e 48 (quarenta e oito) anos para mulher. Porém não permite a
aposentadoria proporcional, esta regra permite apenas a aposentadoria integral
com redução de 05% (cinco por cento) por ano que falta para completar a idade
da regra geral

HOMEM MULHER
53 (cinquenta e três) anos de idade 48 (quarenta e oito) anos de idade
35 (trinta e cinco) anos de contribuição 30 (trinta) anos de contribuição
05 (cinco) anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria
Pedágio de 20% sobre o tempo que faltava em dezembro de 1998 para atingir o
tempo total de contribuição

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EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA – Curso sobre Regime Próprio de Previdência Social do Estada do Paraná

Lembrando que esta regra é apenas para os que ingressaram no Serviço


Público antes de 16 de Dezembro de 1998 e querem se aposentar antes de
completar a idade mínima exigida no Art. 6º da EC 41/03

Cálculo e Reajuste:

O Cálculo da aposentadoria integral para quem tem direito pelo Art. 2 é


dado pela média das contribuições considerando os regimes desde 07/1994 até
a data da aposentadoria, sendo a redução de 05% (cinco por cento) por ano que
falta para completar a idade na regra geral, ou seja, 60 anos para homens e 55
anos para mulheres.

Ex: Um homem que tenha os requisitos para a aposentadoria pelo Art. 2


e 53 anos de idade, faltaria ainda 07 anos para completar 60 que é a idade
mínima. Com uma redução de 05% por ano, ele terá uma redução total de 35%
do resultado da média das contribuições.

O valor dos proventos será calculado com base na média das 80% (oitenta
por cento) maiores contribuições do servidor ao regime de previdência desde a
competência de julho de 1994 até a data da aposentadoria, devidamente
atualizadas, na forma da lei. Com reajustes sem paridade com o servidor ativo.

Pensão:

O valor da pensão é pago 100% (cem por cento) até o do teto do INSS,
acrescido 70% (setenta por cento) do valor que exceder o teto.

Emenda Constitucional 47/2005

 Art. 3º EC 47/05

A Emenda 47/05 traz uma regra para os servidores que ingressaram no


Estado antes 1998, dando-lhes direito à integralidade dos proventos e à paridade
com os servidores da ativa.

Esta regra que entrou em vigor em 05 de julho de 2005, direciona-se para


os servidores públicos que iniciaram suas vidas laborativas muito jovens e que
hoje contam com tempo de contribuição suficiente para se aposentar, mas que
não implementam idade suficiente para tal.

Entre as condições que devem ser preenchidas há a possibilidade de para


cada um ano de contribuição excedente, reduzir um ano de idade. Lembrando
que esta regra é somente para o tempo de contribuição excedente, nunca pode
ser o excedente o fator idade.

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EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA – Curso sobre Regime Próprio de Previdência Social do Estada do Paraná

Traz o Art. 3 as exigências que devem ser preenchidas cumulativamente:

HOMEM MULHER
35 (trinta e cinco) anos de contribuição 30 (trinta) anos de contribuição
25 (vinte e cinco) anos de serviço público
15 (quinze) anos de carreira
05 (cinco) anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria
Idade = Variável. Idade mínima de 60 Idade = Variável. Idade mínima de 55
(sessenta) anos reduzida um ano para (cinquenta e cinco) anos reduzida um ano
cada ano que exceder o tempo de para cada ano que exceder o tempo de
contribuição necessário para se contribuição necessário para se
aposentar aposentar

Essa regra não pode ser aplicada nas aposentadorias especiais de


professores, caso o professor deseje se aposentar pelo Art. 3º da EC 47/05, ele
não fará jus a redução de 05 (cinco) anos. Ele não permite inclusive a concessão
de abono de permanência para todos os casos (O abono de permanência será
estudado em capítulo posterior).

A soma de tempo de contribuição mais idade deve dar pelo menos 95


para homens e 85 para mulheres.

Ex: Um homem com 36 anos de contribuição + 59 anos de idade, tem a


soma 95. Tendo entrado no Estado antes de 1998 e preenchendo os demais
requisitos de serviço público, carreira e cargo, ele pode aposentar-se pelo Art. 3
da EC 47/05.

Da mesma forma uma mulher com 31 anos de contribuição e 54 anos de


idade, tem a soma 85. Tento entrado no Estado antes de 1998 e preenchendo
os demais requisitos de serviço público, carreira e cargo, ela pode aposentar-se
pelo Art. 3 da EC 47/05.

Vejamos Mais um exemplo:

Um servidor que cumpriu todas as exigências e que tenha 38 anos de


contribuição e 57 anos de idade.

Com 38 anos de contribuição, ele está com 03 anos excedentes,


exatamente o que falta para completar 60 anos de idade, a idade mínima. Assim,
se somarmos 38 + 57 = 95, é o resultado necessário para a concessão da
aposentadoria.

Lembrando que esta regra é apenas para os que ingressaram no Serviço


Público antes de 16 de Dezembro de 1998 e possuem pelo menos 25 anos de
serviço público.

Cálculo e Reajuste:

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EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA – Curso sobre Regime Próprio de Previdência Social do Estada do Paraná

Os proventos corresponderão a 100% (cem por cento) da última


remuneração do cargo efetivo. Sendo o reajuste igual a do servidor ativo.

Pensão:

O valor da pensão é pago 100% (cem por cento) até o do teto do INSS,
acrescido 70% (setenta por cento) do valor que exceder o teto.

A aposentadoria enquadrada pelo Art. 3 da EC 47/05 permite a concessão


de pensão com reajuste igual ao do servidor ativo.

Quadro Resumo 01

Possibilidades de Aposentadoria

Servidores com direito adquirido até


Art. 3º da EC 20/98
16/12/1998

Art. 40 da CF com redação da EC 20/98


Servidores com direito adquirido até
30/12/2003
Art. 8º da EC 20/98

Art. 40 da CF com redação da EC 41/03

Art. 6º da EC 41/03
Servidores que ingressaram antes de
16/12/1998
Art. 2º da EC 41/03

Art. 3º da EC 47/05

Art. 40 da CF com redação da EC 41/03


Servidores que ingressaram antes de
30/12/2003
Art. 6º da EC 41/03

Servidores que ingressaram depois de


Art. 40 da CF com redação da EC 41/03
30/12/2003

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EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA – Curso sobre Regime Próprio de Previdência Social do Estada do Paraná

Quadro Resumo 2

Tempo Para Aposentadoria EC 41/2003


(Após Janeiro de 2004)

EMBASAMENTO TEMPO ABONO


IDADE PEDÁGIO CÁLCULO REAJUSTE TEMPO REDUÇÃO
LEGAL CONTRIBUIÇÃO PERMANENCIA
Abono
30 Anos/Mulher 55 Anos/Mulher Média das Permanência: 10 Anos de
35 Anos/Homem 60 Anos/Homem Contribuições Serviço
Art. 40 da CF. Valor Real
Contribuição Público
Com Redação da ___________ ___________
Professores: Professores: Considerando para quem
EC 41/03 Critérios p/LEI
25 Anos/Mulher 50 Anos/Mulher os regimes preencher estes 05 Anos no
30 Anos/Homem 55 Anos/Homem 07/94 até DER requisitos até a Cargo
compulsória
EMBASAMENTO TEMPO ABONO
IDADE PEDÁGIO CÁLCULO REAJUSTE TEMPO REDUÇÃO
LEGAL CONTRIBUIÇÃO PERMANENCIA
Abono
30 Anos/Mulher
48 Anos/Mulher 20% Só para a Média das Permanência:
35 Anos/Homem 05% por ano
53 Anos/Homem integral. Contribuições
Valor Real que falta para
Contribuição 05 Anos no
Art. 2º Bônus Magist. completar a
Professores: Acaba Considerando para quem Cargo
20% Mulher Critérios p/LEI idade mínima da
48 Anos/Mulher aposentadoria os regimes preencher estes
17% Homem Regra Geral
53 Anos/Homem proporcional 07/94 até DER requisitos até a
compulsória
EMBASAMENTO TEMPO ABONO
IDADE PEDÁGIO CÁLCULO REAJUSTE TEMPO REDUÇÃO
LEGAL CONTRIBUIÇÃO PERMANENCIA
20 Anos de
Abono
Serviço
30 Anos/Mulher 55 Anos/Mulher Permanência:
100% da Público
35 Anos/Homem 60 Anos/Homem
última
Contribuição
Art. 6º ___________ remuneração PARIDADE 10 Anos de ___________
Professores: Professores: para quem
do cargo carreira
25 Anos/Mulher 50 Anos/Mulher preencher estes
efetivo
30 Anos/Homem 55 Anos/Homem requisitos até a
05 Anos no
compulsória
Cargo

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EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA – Curso sobre Regime Próprio de Previdência Social do Estada do Paraná

Quadro Resumo 3

Tempo Para Aposentadoria EC 47/2003


(Somente para os que entraram no Estado antes de 1998)

EMBASAMENTO TEMPO ABONO


IDADE PEDÁGIO CÁLCULO REAJUSTE TEMPO REDUÇÃO
LEGAL CONTRIBUIÇÃO PERMANENCIA

Variável.
Variável.
55 Anos/Mulher
30 Anos/Mulher
25 Anos de Serviço
60 Anos/Homem 100% da
Público
35 Anos/Homem última
_____________
Art. 3º Idade mínima ________ remuneração PARIDADE ___________
15 Anos de carreira
Para cada ano que reduzida um ano do cargo
exceder o tempo para cada ano que efetivo
05 Anos no Cargo
de contribuição exceder o tempo
reduz um ano de de contribuição
idade necessário para se
aposentar

Obs: Não pode ser aplicado nas aposentadorias especiais para professores e na concessão de abono permanência.

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Pensão

Pensão por Morte

A pensão por morte é o benefício devido ao conjunto de dependentes em


razão do óbito do servidor, aposentado ou não, cuja comprovação se dá pela
apresentação da certidão de óbito.

A partir de janeiro de 2004, dada a EC nº 41/03, a pensão por morte não


é mais equivalente a integralidade da remuneração ou provento do servidor.

O valor da pensão é pago 100% (cem por cento) até o do teto do INSS,
acrescido 70% (setenta por cento) do valor que exceder o teto.

Ex: Caso um servidor aposentado que recebe um provento de R$3.900,00


venha a falecer, a pensão por morte será o equivalente ao valor total desse
provento, R$3.900,00 porque esse valor é inferior ao limite máximo estabelecido
para o INSS.

Ex2: No caso de um provento que era de R$9.000,00


Sabendo-se que o teto do INSS hoje é de R$5.531,31 o cálculo do
provento de pensão passa a ser de:

Teto = R$5.531,31 = 100% = R$5.531,31


Excedente = R$3.468,69 = 70% = R$2.428,08
R$5.531,31 + R$2.428,08 = R$7.959,39

O valor da pensão devida é de R$7.959,39

Pensão por Ausência do Segurado

Em casos de morte presumida ou desaparecimento, a pensão provisória


é concedida mediante sentença judicial declaratória de ausência. Com o
reaparecimento do servidor, a pensão será cessada imediatamente, ficando os
dependentes desobrigados da reposição dos valores recebidos, salvo quando
houver má-fé.

Pensão por Prisão do Segurado (Auxílio Reclusão)

A Pensão por Prisão do Segurado é um benefício previdenciário pago aos


dependentes enquanto o servidor estiver recolhido à prisão, em pena de regime

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fechado e que não receba remuneração, vencimentos ou proventos de


inatividade. De acordo com a Lei 12.398/98, o benefício equivale a 2/3 (dois
terços) dos vencimentos ou proventos, sobre os quais tenham havido
contribuição previdenciária por pelo menos 60 meses, e será pago até o
segurado ser colocado em liberdade.

Nos casos de fuga da prisão, ocorre a suspenção do benefício.

Da Cessação do benefício de Pensão

Pelo óbito do pensionista;

Do filho menor: ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, pela


emancipação, casamento ou constituição de união estável.

Do filho universitário: ao concluir a graduação, ao completar 25 (vinte e


cinco) anos, casamento, constituição de união estável ou auferir renda.

Do inválido: pela cessação da invalidez verificada em perícia médica,


casamento, constituição de união estável ou auferir renda.

Outras Questões Sobre Pensão:

No caso da existência de mais de um beneficiário, a pensão será dividida


em partes iguais, sendo que, quando um perde a qualidade de pensionista, sua
parcela será dividida entre os pensionistas restantes.

Quando existe uma Pensão Alimentícia, o ex-cônjuge (divorciado ou


separado) receberá pensão por morte nos mesmos termos da determinação
judicial, como recebia como pensão por alimentos. Para estes casos não há
repasse de quotas, o percentual inicialmente concedido será sempre o mesmo.

Questões Gerais sobre Benefícios

Benefício Assistencial por Invalidez

O auxílio invalidez é um benefício previdenciário concedido somente ao


servidor aposentado por invalidez, que comprove mediante atestado médico,
homologado pelo perito da PARANAPREVIDÊNCIA, que necessite de auxílio de
outra pessoa 24 (vinte e quatro) horas por dia.

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Abono Permanência

O abono permanência é concedido ao servidor que opte por permanecer


em atividade após ter cumprido todos os requisitos para a aposentadoria
voluntária.

O estímulo financeiro equivale ao valor da contribuição previdenciária e


poderá ser pago até o momento da aposentadoria compulsória.

Do Acúmulo de Benefícios

Segundo o Art. 37, XVI, da Constituição Federal, é vedada a acumulação


de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários,
observando em qualquer caso o disposto no inciso XI:

 a de dois cargos de professor;


 a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
 a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde, com
profissões regulamentadas.

Portanto, a regra para acúmulo de aposentadoria é que o cargo em que


ocorre a aposentadoria seja acumulável nos termos do permissivo constitucional.

Tempo Paralelo

O tempo paralelo ocorre pelo exercício de cargos legalmente acumuláveis


no regime estatutário, decorrentes de vínculos distintos, quando o servidor
possui dois cargos acumuláveis, como o de professor.

Neste caso, cada linha funcional gera efeitos jurídicos e financeiros


distintos em razão dos respectivos vínculos como adicionais, férias, licença
especial e, principalmente, o acervo necessário para a concessão da futura
aposentadoria.

Tempo Concomitante

Tempo Concomitante é a contagem de um período contributivo de um


padrão (ou linha funcional) em favor de outro padrão (ou linha funcional), ou seja,
é o tempo de contribuição já averbado para determinado cargo e que se pretende
utilizar, simultaneamente, para a contagem de outro cargo, no intuito de obter
duas aposentadorias. Isso caracteriza um pedido de duplo benefício
previdenciário, tendo como base o mesmo período contributivo o que não é

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possível, é inclusive inquestionável a impossibilidade de contagem de tempo


concomitante.

Vantagens

Nos casos de aposentadoria pela média das contribuições, as vantagens


já integram o cálculo aritmético.

Nos casos de aposentadorias com a última remuneração do cargo efetivo,


as vantagens transitórias são calculadas proporcionalmente ao tempo de
contribuição. Conforme determinado no Acórdão nº 3319/2016 do Tribunal de
Contas, são calculadas proporcionalmente ao número de meses percebidos e
contribuídos.
As aulas extraordinárias são calculadas em forma de média.
EX: Um servidor contribuiu sobre uma gratificação de diretor por 7 anos, 5 meses
e 21 dias, ou seja, 89 meses, cujo o valor percebido era de R$1415,77. Para
cálculo dessa vantagem, pegamos a média dos valores percebidos,
multiplicamos pelos meses em que houve contribuição e dividimos pelo
denominador.
R$1415,77 X89/221 = R$300,01
R$1415,77 (média do valor percebido) X 89 (meses contribuído) / 420
(denominador para homens) = R$300,01 (valor da vantagem a ser recebida na
aposentadoria)
Denominador: o denominador utilizado para mulheres é 360 meses e para
homens 420 meses. Para professores no efetivo exercício do magistério,
redução de 5 anos (300 meses para mulheres e 360 meses para homens).

CTC

A CTC, certidão de tempo de contribuição, é o documento necessário para


averbar períodos laborados sob outro regime ao acervo do servidor no Estado.

No caso de contribuições para o Regime Geral de Previdência Social, a


CTC é expedida pelo INSS. No caso de estatutário com contribuição para o
Regime Próprio de Previdência Social, a certidão deve ser expedida pelo Ente
Federativo de origem ou sua instituição gestora da previdência.
No caso de contribuições vertidas para o Estado, pelo servidor público ou
até mesmo pelos serventuários da Justiça, que desejem aposentadoria perante
outro Órgão previdenciários, poderá ser requerida CTC da

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PARANAPREVIDÊNCIA para outro órgão indicado como órgãos de destino,


situação em que o tempo de contribuição para o Estado será transferida para
aquele órgão mediante o sistema de compensação previdenciária.

Da Administração Financeira da Previdência


Importante para compreender a administração financeira da previdência
é compreender a estrutura organizacional do sistema de previdência do Estado,
que se dá através de 3 Conselhos cujos conselheiros são eleitos para mandato
temporário.

O Conselho de Administração é o que delibera, entre outras questões,


sobre o orçamento e plano de contas, ele é composto por 10 membros e 10
suplentes, todos segurados do sistema e portadores de diploma universitário. O
Conselho Diretor é o que executa as deliberações do Conselho Administrador. E
por fim, o Conselho Fiscal é responsável por fiscalizar as questões de natureza
econômica, financeira e contábil, formado por 8 membros e 8 suplentes, todos
segurados do sistema e portadores de diploma universitário.

As finanças da PARANAPREVIDÊNCIA são controladas pelo Tribunal de


Contas e auditadas pelo Ministério de Previdência. Além disso a gestão
administrativa, financeira, contábil, patrimonial e os recursos humanos da
instituição precisam da aprovação de auditoria Externa e Interna e também da
opinião dos segurados através da Ouvidoria

Fundos de Natureza Previdenciária

O financiamento do RPPS do Estado do Paraná acontece por meio


de 3 Fundos Públicos de Natureza Previdenciária constituídos pelo Estado com
base no art. 249 da Constituição Federal, sendo cada um deles de identidade
fisco-contábil e jurídica e se destinam, exclusivamente, ao pagamento dos
benefícios previdenciários correspondentes.

Entre as principais mudanças trazidas pela Lei 12.398/98 foi a


transformação do Regime Previdenciário de Repartição para o Regime de
Capitalização, já em 2012, com a Lei 17.435/12, além da criação do Fundo Militar
foi apresentado um novo plano de custeio que definiu a reestruturação e
organização dos agora 3 Fundos Previdenciário do Estado.

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Fundo de Previdência
O Fundo de Previdência atenderá ao pagamento dos benefícios
previdenciários concedidos aos segurados e seus dependentes que tenham
ingressado no serviço público estadual após 31 de dezembro de 2003 e também
aqueles que contarem com idade igual ou superior a 73 (setenta e três) anos até
30 de junho de 2015. O sistema adotado para este fundo é o regime de
capitalização.

Fundo Financeiro
O Fundo Financeiro atenderá ao pagamento dos benefícios
previdenciários dos segurados e seus dependentes que tenham ingressado no
serviço público estadual até 31 de dezembro de 2003, excluídos aqueles que
contarem com idade igual ou superior a 73 (setenta e três) anos até 30 de junho
de 2015. O regime financeiro continua o de repartição simples.

Fundo Militar
O Fundo Militar atenderá ao pagamento dos benefícios previdenciários
concedidos aos segurados reformados e da reserva remunerada, assim
considerados os militares do Estado, independentemente de idade, da data de
ingresso ou de concessão do benefício, atenderá, inclusive, ao pagamento de
benefícios aos pensionistas dos militares. O regime financeiro é o de repartição
simples.

Aplicação de Ativos

A maior parte dos recursos se encontra investida em títulos públicos,


adquiridos diretamente do Tesouro Nacional, custodiados junto ao Banco do
Brasil e registrado na SELIC.

A PARANAPREVIDÊNCIA tem uma carteira conservadora de


investimentos com o perfil de mais baixo risco existente no mercado, mesmo
assim, tem tido um rendimento considerável a longo prazo.

Das Obrigações Acessórias

Lei de Acesso à Informação

Com a aprovação da Lei de Acesso à Informação nº 12.527 de 18 de


novembro de 2011, o Brasil dá mais um importante passo para a consolidação
do seu Regime Democrático, ampliando a participação cidadã e fortalecendo os
instrumentos de controle da Gestão Pública.

Ao regulamentar o artigo 5º, inciso XXXIII da Constituição Federal, o


Brasil, além de garantir ao cidadão o exercício do seu direito de acesso à

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informação, cumpre também o compromisso assumido pelo país perante a


Comunidade Internacional em vários Tratados e Convenções.

Uma importante iniciativa para o aprimoramento do acesso à informação


foi o lançamento, em 2004, do Portal da Transparência do Governo Federal:
www.transparencia.gov.br.

Por meio do Portal da Transparência é possível:

 Acompanhar informações atualizadas diariamente sobre a execução do


orçamento;
 Obter informações sobre recursos públicos transferidos e sua aplicação
direta (origens, valores, favorecidos).

A informação é apresentada de forma transparente e objetiva. Os dados


técnicos são traduzidos em linguagem do dia a dia.

No Estado do Paraná temos o Portal da Transparência que está disponível


no endereço: http://www.portaldatransparencia.pr.gov.br e é utilizado como
instrumento de consulta que assegura ao cidadão o direito de acompanhar os
gastos públicos, o desenvolvimento dos projetos, o cumprimento dos objetivos e
metas dos órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta do Poder
Executivo Estadual.

Resolução 97/2012 do Conselho Diretor da PARANAPREVIDÊNCIA

A Resolução 97/2012 do Conselho Diretor da PARANAPREVIDÊNCIA


regulamenta o tratamento dado às Informações Pessoais no que diz respeito ao
§5º do art. 31 da Lei 12527/2011 – Lei de Acesso à Informação.

A regulamentação dada por essa Resolução, dispõe sobre as informações


pessoais de posse da PARANAPREVIDÊNCIA em documentos físicos ou
sistemas informatizados de benefícios previdenciários.

Características essenciais da Resolução 97/2012

As informações pessoais de posse da PARANAPREVIDÊNCIA em


documentos físicos ou sistemas informatizados são de acesso restrito aos seus
agentes públicos e à pessoa a que a elas se referirem.

A divulgação ou acesso às informações pessoais para terceiros somente


será autorizada por meio de consentimento expresso da pessoa a que elas se
referirem.

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O consentimento expresso pode ocorrer por meio de Procuração ou


Autorização escrita, na qual sejam consignados poderes específicos para esse
fim.

A Procuração ou Autorização escrita com poderes específicos para a


divulgação ou acesso às informações pessoais de terceiros tem validade de seis
meses.

Esse prazo é contado a partir da data de sua outorga, sendo admitida por
Instrumento Público ou Particular com reconhecimento em Cartório da firma do
outorgante por verdadeira.

O prazo não é contado em caso de outorga de autorização a advogado.


Quando o titular da informação não for alfabetizado ou estiver impedido
fisicamente de escrever, só serão aceitas Procurações por Instrumento Público.

No caso de falecimento do titular das informações pessoais, os direitos


assistem ao cônjuge ou companheiro, aos descendentes ou ascendentes,
conforme artigo nº 20 da Lei 10.406/02 e na Lei 9.278/96.

O acesso às informações pessoais de tutelado, curatelado e menor ficam


restritos ao seu respectivo tutor, curador, progenitor ou responsável pela guarda
do menor.

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EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA – Curso sobre Regime Próprio de Previdência Social do Estada do Paraná

Referências Bibliográficas

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BRASIL. Lei Federal Nº 8.212/1991

BRASIL. Lei Federal Nº 11.301/2006

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PARANÁ. Lei Estadual Nº 12.398/1998

PARANÁ. Lei Estadual Nº 18.469/2015

PARANÁ. Lei Estadual Nº 18.370/2014

PARANÁ. Lei Estadual Nº 17.435/2012

PARANÁ. Lei Estadual Nº 4.339/1961

PARANÁ. Lei Estadual Nº 293/1949

PARANÁ. Lei Estadual Nº 12.556/1999

PARANÁ. Lei Estadual Nº 6.174/1970

PARANÁ. Lei Estadual Nº 10.219/1992

PARANÁ. Lei Estadual Nº 16851/2011

PARANÁ. Lei Complementar Estadual Nº 92/2002

PARANÁ. Decreto Estadual Nº 608/1947

PARANÁ. Decreto Estadual Nº 578/2015

PARANÁ. Decreto Estadual Nº 5.896/2017

PARANÁ. Decreto Estadual Nº 14.585/1964

PARANÁ. Decreto Estadual Nº 8.887/2010

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PARANAPREVIDÊNCIA. Resolução Nº 97/2012

PARANAPREVIDÊNCIA. Parecer Nº 2969/2014

PARANAPREVIDENCIA. Parecer Nº 004/2011

PARANAPREVIDÊNCIA. Compilação de Legislações. Disponível em


<http://10.39.0.49/intranet/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=289>
Acesso em 16 de Outubro de 2014.

TRIBUNAL DE CONTAS DO PARANÁ. Parecer Nº 4908/2009

TRIBUNAL DE CONTAS DO PARANÁ. Acórdão Nº 3155/2014

TRIBUNAL DE CONTAS DO PARANÁ. Acórdão nº 3319/2016

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