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Material elaborado em dezembro de 2015, por:

Aline Thais Doval de Souza

Graduada em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade


Federal do Rio Grande do Sul. Advogada. Servidora Pública
Federal vinculada ao Ministério da Previdência Social.
Professora de Direito da Seguridade Social e Direito
Administrativo.
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SUMÁRIO
TEORIA GERAL DA SEGURIDADE SOCIAL........................................................................5
CONCEITO E ORGANIZAÇÃO ...................................................................................5
A SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ......................................................................5
A ASSISTÊNCIA SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ...................................................5
A PREVIDÊNCIA SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ....................................................6
ORIGENS ..........................................................................................................6
EVOLUÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL ...........................................................7
FASES DO DESENVOLVIMENTO DA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA NO BRASIL .......................8

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SEGURIDADE SOCIAL ..................................................9


PRINCÍPIOS GERAIS (OU IMPLÍCITOS) DA SEGURIDADE SOCIAL ...................................... 10
PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS (OU EXPLÍCITOS) DA SEGURIDADE SOCIAL ............................... 11
CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - CNPS ............................................... 13
CONSELHOS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL ..................................................................... 14
PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL .................................................... 15

LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA ................................................................................. 16


FONTES DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO E HIERARQUIA ................................................ 16
VIGÊNCIA DA LEI PREVIDENCIÁRIA ........................................................................ 16
INTEGRAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS .......................................................... 16
INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS ...................................................... 17

CARACTERÍSTICAS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL ......................................... 18


O REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - RGPS ...................................................... 18
O INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL ........................................................... 19
DA ORGANIZAÇÃO E DOS RISCOS SOCIAIS .............................................................. 19
DAS REGRAS CONSTITUCIONAIS ........................................................................... 19
DO SISTEMA ESPECIAL DE INCLUSÃO PREVIDENCIÁRIA................................................ 20
DAS APOSENTADORIAS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL ................................ 20

SUJEITOS COBERTOS PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL ................................... 21


SEGURADOS OBRIGATÓRIOS DO RGPS ..................................................................... 21
EMPREGADOS ..................................................................................................................................................................... 21
EMPREGADO DOMÉSTICO..............................................................................................................................................24
TRABALHADOR AVULSO .................................................................................................................................................24
CONTRIBUINTE INDIVIDUAL......................................................................................................................................25
SEGURADO ESPECIAL......................................................................................................................................................30
SEGURADOS FACULTATIVOS DO RGPS ..................................................................... 33
INSCRIÇÃO E FILIAÇÃO DOS SEGURADOS DO RGPS ..................................................... 35
EMPRESA E EMPREGADOR DOMÉSTICO ..................................................................... 36
SITUAÇÕES ESPECIAIS ....................................................................................... 37
MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO ................................................. 38
PERÍODO DE GRAÇA .........................................................................................................................................................38
CASOS ESPECIAIS ...........................................................................................................................................................38
DEPENDENTES NO RGPS ...................................................................................... 39
INSCRIÇÃO DOS DEPENDENTES NO RGPS .............................................................................................................. 41
PERDA DA QUALIDADE DE DEPENDENTE NO RGPS .............................................................................................. 41
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PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL .......................................................... 42


DAS ESPÉCIES DE PRESTAÇÃO............................................................................... 42
CARÊNCIA ....................................................................................................... 42
DO 1/3 (UM TERÇO) DE CARÊNCIA ..............................................................................................................................44
CÁLCULO DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS ........................................................... 45
REAJUSTAMENTO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS E PAGAMENTO ........................................ 48

BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS EM ESPÉCIE ................................................................ 51


SALÁRIO MATERNIDADE ..................................................................................... 51
SALÁRIO-FAMÍLIA ............................................................................................ 54
PENSÃO POR MORTE .......................................................................................... 57
AUXÍLIO-RECLUSÃO .......................................................................................... 61
AUXÍLIO-DOENÇA ............................................................................................. 62
SERVIÇO DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL .............................................................. 71
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ .......................................................................... 72
DA NECESSIDADE DE NOVA PERÍCIA MÉDICA ............................................................ 74
AUXÍLIO-ACIDENTE .......................................................................................... 75
PLANOS DE APOSENTADORIA NO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL ......................... 76
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO INTEGRAL ........................................................................77
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DO PROFESSOR ..............................................................77
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL .............................................................78
APOSENTADORIA POR IDADE URBANA ....................................................................................................................79
APOSENTADORIA POR IDADE RURAL........................................................................................................................80
APOSENTADORIA COMPULSÓRIA ..............................................................................................................................80
APOSENTADORIA ESPECIAL ........................................................................................................................................ 81
APOSENTADORIA ESPECIAL DO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA........................................................................83
OUTRAS QUESTÕES RELATIVAS A APOSENTADORIAS .................................................. 86

OUTROS TEMAS RELEVANTES .................................................................................. 87


CERTIDÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO ................................................................. 87
JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA ......................................................................... 88
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA ................................................................................. 89
ACUMULAÇÃO DE BENEFÍCIOS .............................................................................. 89
RECURSOS ADMINISTRATIVOS ............................................................................. 90
DO SERVIÇO SOCIAL .......................................................................................... 91

ASSISTÊNCIA SOCIAL ........................................................................................... 92


BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA ................................................................. 93

QUESTÕES CESPE/UNB........................................................................................... 95
GABARITO ..................................................................................................... 106
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TEORIA GERAL DA SEGURIDADE SOCIAL

CONCEITO E ORGANIZAÇÃO

A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos


Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde,
à previdência e à assistência social.

A SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e


econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. As
atividades de saúde são de relevância pública, e sua organização obedecerá aos seguintes
princípios e diretrizes: Acesso universal e igualitário; Provimento das ações e serviços
mediante rede regionalizada e hierarquizada, integrados em sistema único;
Descentralização, com direção única em cada esfera de governo; Atendimento integral, com
prioridade para as atividades preventivas; Participação da comunidade na gestão,
fiscalização e acompanhamento das ações e serviços de saúde; Participação da iniciativa
privada na assistência à saúde, em obediência aos preceitos constitucionais.

A ASSISTÊNCIA SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de


contribuição à seguridade social, e tem por objetivos a proteção à família, à maternidade, à
infância, à adolescência e à velhice; o amparo às crianças e adolescentes carentes; a
promoção da integração ao mercado de trabalho; a habilitação e reabilitação das pessoas
portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; a garantia de
um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que
comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família, conforme dispuser a lei. A organização da assistência social é baseada na
descentralização político-administrativa e na participação da população na formulação e
controle das ações em todos os níveis.
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A PREVIDÊNCIA SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo
e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte
e idade avançada; proteção à maternidade, especialmente à gestante; proteção ao
trabalhador em situação de desemprego involuntário; salário-família e auxílio-reclusão para
os dependentes dos segurados de baixa renda; pensão por morte do segurado, homem ou
mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.

ORIGENS

O primeiro sistema de proteção conhecido foi


o assistencialismo, que já existia na
Antiguidade. O Código de Hamurábi, de Manu,
a Lei das Doze Tábuas, bem como as Poor Laws
preconizavam que todo aquele que pudesse
dispor de bens, deveria fazê-lo em prol dos
mais necessitados. Não havia obrigação,
ninguém era compelido a contribuir. As
legislações mais antigas eram dotadas de
valores religiosos, por isso, explica-se toda
essa idéia de fazer o bem. Aqui no Brasil, o
modelo assistencialista foi implantado quando do advento das Santas Casas de
Misericórdia, que prestavam assistência médica a quem necessitasse, sem cobrar nada do
beneficiado.
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O segundo sistema de proteção conhecido foi o mutualismo, que consistia na contribuição


financeira de um grupo de pessoas visando à proteção recíproca, formando-se fundos de
socorro que poderiam ser utilizados por qualquer membro do grupo em caso de extrema
necessidade. No Brasil, tal sistema inspirou as antigas organizações operárias e os
montepios de servidores públicos.

Com o advento da Revolução Industrial, a classe


operária, que trabalhava em péssimas condições de
trabalho, exposta a riscos de acidentes e de morte, em
jornadas de trabalho que superavam 18 horas por dia,
percebeu que nenhum dos sistemas existentes era capaz
de protegê-la de forma eficiente. Após revoltas e
outros movimentos sociais, o Estado passou a intervir,
criando um novo sistema de proteção social.

Na Alemanha, em 1883, nasceu o sistema de proteção social bismarckiano. Era diferente


dos outros dois sistemas já existentes, porque previa a criação de um fundo para amparo a
trabalhadores doentes, acidentados, inválidos ou de idade já avançada, mediante
contribuição obrigatória da própria classe trabalhadora.

Nos EUA, em 1935, no período da Grande Depressão, nasceu um quarto sistema de


proteção social. É o sistema beveridge, que consiste na garantia de proteção estatal ao
cidadão contra os riscos sociais em geral, independentemente de contrapartida.

A Constituição Federal de 1988 prevê que os direitos à Previdência Social fundam-se no


modelo bismarckiano, ou seja, é necessário contribuir diretamente para o sistema para ter
acesso aos benefícios do INSS. Já os direitos à Saúde e à Assistência Social seguem o
modelo beveridge, isto é, os Poderes Públicos garantem uma prestação mínima a todos os
cidadãos, independentemente de contribuição direta por parte dos beneficiados.

EVOLUÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL

- Preconizava a instituição de socorros públicos para quem deles necessitasse;


- Em 1835, foi criado o Montepio Geral dos Servidores do Estado (MONGERAL),
CONSTITUIÇÃO pelo sistema mutualista;
DE 1824 - Código Comercial, 1850, art. 79, garantia remuneração de três meses para
comerciantes acidentados.
- Introduziu na legislação brasileira o termo “aposentadoria”, previsto aos
servidores em caso de invalidez a serviço da Nação, cuja prestação não
necessitava de contrapartida pecuniária;
CONSTITUIÇÃO - Promulgado o Decreto Legislativo 4.682, de 24.01.1923, conhecido como Lei
DE 1891 Eloy Chaves. Foi a primeira norma a instituir no Brasil a Previdência Social, com a
criação da Caixa de Aposentadoria e Pensão dos Ferroviários, de nível nacional.
Previa benefícios de aposentadoria por invalidez, ordinária (equivalente à
aposentadoria por tempo de serviço), pensão por morte e assistência médica.
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- Introdução de direitos ao trabalhador, à gestante, ao idoso e ao inválido;


CONSTITUIÇÃO - Introdução da forma tríplice de custeio (Estado, empregador, empregado), com
DE 1934 contribuição obrigatória;
- Primeira Constituição a se referir a “previdência”, embora sem o
acompanhamento do termo “social”.
- Troca do termo “previdência” por “seguro social”;
- Toda a positivação sobre a matéria estava contida em duas alíneas: “I –
CONSTITUIÇÃO instituição de seguros de velhice, de invalidez, de vida e para os casos de
DE 1937 acidente de trabalho; II – as associações de trabalhadores têm o dever de
prestar aos seus associados auxílio ou assistência, referentes às práticas
administrativas ou judiciais relativas ao seguro de acidentes de trabalho e aos
seguros sociais”.
- Substituição da expressão “seguro social” por “previdência social”;
- Art. 157: XVI “previdência, mediante contribuição da União, do empregador, do
CONSTITUIÇÃO empregado, em favor da maternidade e contra as conseqüências da doença, da
DE 1946 velhice, da invalidez e da morte”; XVII “obrigatoriedade da instituição do seguro
pelo empregador contra os acidentes de trabalho”.
- Trouxe como inovação a precedência do custeio em relação à criação de novos
CONSTITUIÇÃO benefícios.
DE 1967 - O seguro de acidente do trabalho foi integrado ao sistema previdenciário, pela
Lei 5.316/1967.
CONSTITUIÇÃO - A Seguridade Social foi finalmente positivada na Carta Magna, no Título VIII –
DE 1988 Da Ordem Social.

FASES DO DESENVOLVIMENTO DA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA NO BRASIL

Implantação (1923 – 1933): Adota-se a edição da Lei Eloy Chaves, DL 4.682, de 24 de


janeiro de 1923, como marco inicial da Previdência no Brasil. Originariamente, só abrangia a
classe ferroviária, até o advento do DL 5.109/1926, que estendeu os benefícios da Lei Eloy
Chaves aos empregados portuários e marítimos. Após, novos instrumentos normativos
foram introduzidos, incorporando outras categorias profissionais, como empregados de
redes de água, luz, telefonia, etc. Todo o sistema era restrito por empresas, através da
instituição de Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs).

Expansão (1933 – 1960): Abandono da estruturação por empresas, passando o sistema a


ser constituído por categoria profissional. O Decreto 22.872/1933 criou o IAPM (Instituto
de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos). Em seguida, novos Institutos foram criados,
tais como o IAPC e o IAPI.

Unificação (1960 – 1977): Como cada categoria era abrangida por um Instituto
específico, houve uma profusão de normas, o que gerou a necessidade de unificação de
sistemas, para a realização uma fiscalização adequada. Assim, a unificação se fez a partir
da edição do Decreto 49.959/1960 (Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS). Fato
contínuo, o sistema submeteu-se à gerência de um único órgão: O INPS (Instituto Nacional
de Previdência Social), criado pelo Decreto 72/1966.
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Reestruturação (1977 – 1988): A partir da criação do INPS, observou-se o gigantismo do


sistema, motivo pelo qual surgiu a necessidade de reestruturá-lo. Para tanto, criou-se o
Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), pela Lei 6.439/1977, o
qual se destinava a integrar atividades da Previdência Social, de assistência médica, de
Assistência Social e de gestão administrativa, financeira e patrimonial, entre as entidades
vinculadas ao Ministério da Previdência e Assistência Social.

ESTRUTURA DO SINPAS
IAPAS Arrecadar, fiscalizar e normatizar contribuições previdenciárias.
INPS Pagar benefícios.
INAMPS Promover a saúde.
DATAPREV Processar os dados da Previdência Social.
FUNABEM Amparar o menor carente.
LBA Amparar deficientes e pessoas carentes.
CEME Produzir medicamentos.

Seguridade Social (1988 - ): Com o advento da Constituição de 1988, foi introduzido um


novo sistema, o da Seguridade Social, composta da Saúde, da Assistência Social e da
Previdência Social, motivo pelo qual o gerenciamento foi reestruturado. Em princípio, as
funções do IAPAS e do INPS foram delegadas a um novo órgão, denominado INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social), criado pelo Decreto 99.350/90. Em seguida, nova
reestruturação foi realizada.

Atualmente, o sistema encontra-se assim disposto: A competência para pagar benefícios é


do INSS. A arrecadação e fiscalização das contribuições é função da Receita Federal do
Brasil (desde março de 2007, quando houve a fusão da Secretaria da Receita Federal com a
Secretaria da Receita Previdenciária, com a Lei 11.457/2007). A Saúde foi transferida ao
Ministério da Saúde, e regulamentada pela Lei 8.080/1990. O DATAPREV foi mantido. A
CEME foi extinta. A Ação Social, no governo Collor, abrangeu a FUNABEM e a LBA, sendo
que, em 1998, foi transferida ao Ministério da Previdência e da Assistência Social; em maio
de 2003, os Ministérios foram desmembrados, sendo que o Ministério da Assistência Social
hoje é denominado Ministério do Desenvolvimento Social.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SEGURIDADE SOCIAL

Princípios jurídicos são o alicerce do ordenamento jurídico. Segundo Roque Antônio Carraza
(In. Curso de Direito Constitucional Tributário), “princípio jurídico é um enunciado lógico,
implícito ou explícito, que, por sua grande generalidade, ocupa posição de preeminência nos
vastos quadrantes do Direito e, por isto mesmo, de modo inexorável, o entendimento e a
aplicação das normas jurídicas que com ele se conectam”.
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PRINCÍPIOS GERAIS (OU IMPLÍCITOS) DA SEGURIDADE SOCIAL

Princípio da Igualdade (Art. 5º, caput e inciso I, da Constituição Federal): Dispõe o


caput do Art. 5º da Constituição Federal, que todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza (...). Assim, todos os cidadãos têm o direito a tratamento idêntico
pela lei, com base nos critérios definidos pelo ordenamento jurídico pátrio. Contudo, em
uma sociedade marcada pelas diferenças, a única forma de atingir o ideal de igualdade é
tratando os desiguais na medida de suas desigualdades. No âmbito da Previdência Social,
tal fato não se faz diferente. Assim, temos como exemplo a diferenciação dos critérios
para concessão de aposentadoria por tempo de serviço para homens e mulheres, apesar da
disposição do inciso I, do art. 5º, da Constituição Federal (35/30), a aposentadoria dos
professores (-5), a aposentadoria rural (-5), etc.

Princípio da Legalidade (Art. 5º, II, da Constituição Federal): Trata-se do princípio


que expressa o espírito de um Estado Democrático de Direito. Ninguém é ou será obrigado
a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Este princípio vincula os
atos da Administração Pública, destarte, por exemplo, só haverá a obrigação de pagar
benefícios previdenciários em caso de previsão legal. Do contrário, a mera vontade de um
agente não consubstancia razão para a concessão de qualquer benefício.

Princípio do Direito Adquirido: Segundo Francesco Gabba (In Instituições de Direito


Civil), “é adquirido um direito que é consequência de um fato idôneo a produzi-lo, em virtude
de lei vigente ao tempo em que se efetuou, embora a ocasião de fazê-lo valer não se tenha
apresentado antes da atuação da lei nova, e que, sob o império da lei então vigente,
integrou-se imediatamente ao patrimônio de seu titular”. No Direito Previdenciário, pode-
se resumir a questão do direito adquirido da seguinte forma: Haverá direito adquirido toda
a vez em que um segurado, sob a vigência de uma determinada lei, cumprir todos os
requisitos para a concessão de determinado benefício.
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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS (OU EXPLÍCITOS) DA SEGURIDADE SOCIAL

Universalidade da cobertura e do atendimento: As prestações da Seguridade Social


devem abranger o máximo de situações de proteção social do trabalhador e de sua família,
respeitadas as limitações de cada área de atuação. Embora “universalidade” signifique
“totalidade”, há de se salientar que o direito à Previdência Social, conforme estudado
anteriormente, não abrange a todos, e sim àqueles que contribuem. Contudo, a Saúde e a
Assistência Social devem ser disponibilizadas a todo o cidadão que delas necessitarem,
independentemente de contrapartida.

Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais:


Seguindo o preceito da igualdade, positivado no art. 5º da Constituição Federal, este
princípio visa à proteção da classe rural, que por muitos anos foi colocada às margens da
tutela legislativa. Na Era Vargas, as leis tinham um cunho exclusivamente protecionista
quando se referia ao trabalhador urbano. A Constituição de 1988, no entanto, ao
reconhecer a classe rural como sujeito de direitos, traz em seu corpo inúmeros artigos que
fixam o ideal igualitário entre as categorias urbanas e rurais. Qualquer forma de
diferenciação entre os benefícios e serviços dos trabalhadores urbanos e rurais deve estar
prevista na Carta Magna, sob pena de ser declarada inconstitucional.
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Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços: Este princípio é


dirigido ao legislador. Baseando-se nos riscos e contingências sociais, caberá à Lei primar
determinadas coberturas, limitando-as. Como exemplos, podem ser citados o alcance e a
finalidade do salário-família, bem como os requisitos da concessão do auxílio-reclusão. Os
benefícios assistenciais também são regidos e concedidos pelo critério da necessidade.

Irredutibilidade do valor dos benefícios: Visa à manutenção do poder aquisitivo dos


segurados que recebem benefícios da Seguridade Social. Pode-se, hodiernamente, afirmar
que o cumprimento de tal dispositivo se dá na medida em que o valor nominal dos benefícios
jamais diminui. Contudo, a desvinculação dos reajustes dos benefícios ao salário mínimo
gera a sensação de defasagem no correr dos anos, o valor real e o poder aquisitivo são
mantidos, uma vez que o índice de reajuste dos benefícios é o INPC, que garante a
reposição do poder de compra dos beneficiários.

Equidade na forma da participação do custeio: Intimamente ligado à isonomia e à


capacidade contributiva, tutela as diferenciações nas alíquotas das contribuições,
dependendo da classe e do poder aquisitivo de cada sujeito de direito. Tal princípio permite
uma tributação maior da empresa/empregador em relação ao segurado, por exemplo.

Diversidade na base de financiamento: Segue a linha do princípio anterior, dividindo, pelo


princípio da Solidariedade, o ônus do custeio para os programas da Seguridade Social.
Encontra-se positivada no art. 195 da Constituição Federal.

Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão


quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do governo nos órgãos colegiados: Sendo a Solidariedade o espírito da
Seguridade Social, os próprios interessados são chamados a participar da discussão de
seus problemas, propondo soluções que julguem adequadas. Baseado em tal princípio, nas
legislações infraconstitucionais há previsões de formação de Conselhos e Juntas
deliberativas, com lugar garantido a membros de determinadas categorias. Esta
participação popular é garantida em âmbito federal, estadual e municipal.
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CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - CNPS

O Conselho Nacional de Previdência Social - CNPS, órgão superior de deliberação colegiada,


tem como principal objetivo estabelecer o caráter democrático e descentralizado da
administração, em cumprimento ao disposto no art. 194 da Constituição, com a redação
dada pela Emenda Constitucional nº 20/98, que preconiza uma gestão quadripartite, com a
participação do Governo, dos trabalhadores em atividade, dos empregadores e dos
aposentados.

Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes são nomeados pelo Presidente da


República, tendo os representantes titulares da sociedade civil mandato de 02 (dois) anos,
podendo ser reconduzidos, de imediato, uma única vez.

Os representantes dos trabalhadores em atividade, dos aposentados, dos empregadores e


seus respectivos suplentes são indicados pelas centrais sindicais e confederações nacionais.

O CNPS reúne-se, ordinariamente, uma vez por mês, por convocação de seu Presidente, não
podendo ser adiada a reunião por mais de 15 (quinze) dias, se houver requerimento nesse
sentido da maioria dos conselheiros.

Poderá ser convocada reunião extraordinária por seu Presidente ou a requerimento de um


terço de seus membros, conforme dispuser o regimento interno do CNPS. As ausências ao
trabalho dos representantes dos trabalhadores em atividade, decorrentes das atividades
do Conselho, são abonadas, computando-se como jornada efetivamente trabalhada para
todos os fins e efeitos legais.

Aos membros do CNPS, enquanto representantes dos trabalhadores em atividade, titulares


e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o
término do mandato de representação, somente podendo ser demitidos por motivo de falta
grave, regularmente comprovada através de processo judicial.

Compete ao Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS: Estabelecer diretrizes gerais


e apreciar as decisões de políticas aplicáveis à Previdência Social; Participar, acompanhar e
avaliar sistematicamente a gestão previdenciária; Apreciar e aprovar os planos e programas
da Previdência Social; Apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da Previdência
Social, antes de sua consolidação na proposta orçamentária da Seguridade Social;
Acompanhar e apreciar, através de relatórios gerenciais por ele definidos, a execução dos
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planos, programas e orçamentos no âmbito da Previdência Social; Acompanhar a aplicação


da legislação pertinente à Previdência Social; Apreciar a prestação de contas anual a ser
remetida ao Tribunal de Contas da União, podendo, se for necessário, contratar auditoria
externa; Estabelecer os valores mínimos em litígio, acima dos quais será exigida a anuência
prévia do Procurador-Geral ou do Presidente do INSS para formalização de desistência ou
transigência judiciais; Elaborar e aprovar seu regimento interno. As decisões proferidas
pelo CNPS são publicadas no Diário Oficial da União.

CONSELHOS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

Como unidades descentralizadas do Conselho Nacional de Previdência Social - CNPS, foram


criados os Conselhos de Previdência Social - CPS, que funcionam junto às Gerências-
Executivas do INSS.

Os CPS serão compostos por 10 conselheiros e respectivos suplentes, designados pelo


titular da Gerência Executiva na qual for instalado, assim distribuídos: 04 representantes
do Governo Federal e 06 representantes da sociedade, sendo 02 dos empregadores; 02 dos
empregados; e 02 dos aposentados e pensionistas.

O Governo Federal será representado, nas cidades onde houver mais de uma Gerência-
Executiva, pelo Gerente-Executivo da Gerência-Executiva em que o CPS estiver instalado;
por outros Gerentes-Executivos; ou por servidores da Divisão ou do Serviço Benefícios ou
de Atendimento ou da Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS de Gerência-
Executiva sediadas na cidade, ou de representante da Secretaria da Receita Federal do
Brasil, ou de representante da DATAPREV. Nas cidades onde houver apenas uma Gerência-
Executiva, o Governo será representado pelo Gerente-Executivo e pelos servidores da
Divisão ou do Serviço de Benefícios ou de Atendimento ou da Procuradoria Federal
Especializada junto ao INSS da Gerência-Executiva, ou de representante da Secretaria da
Receita Federal do Brasil, ou de representante da DATAPREV.

As reuniões serão mensais ou bimensais, a critério do respectivo CPS, e abertas ao público,


cabendo a sua organização e funcionamento ao titular da Gerência-Executiva na qual for
instalado o colegiado.

As funções dos conselheiros dos CPS não são remuneradas e seu exercício é considerado
serviço público relevante. A Previdência Social não se responsabiliza por eventuais
despesas com deslocamento ou estada dos conselheiros representantes da sociedade.

Os CPS possuem caráter consultivo e de assessoramento, competindo ao CNPS disciplinar


os procedimentos para o seu funcionamento, suas competências, os critérios de seleção dos
representantes da sociedade e o prazo de duração dos respectivos mandatos, além de
estipular por resolução o regimento dos CPS.

Nas cidades onde houver mais de uma Gerência-Executiva, o Conselho será instalado
naquela indicada pelo Gerente Regional do INSS cujas atribuições abranjam a referida
cidade.
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É facultado ao Gerente Regional do INSS participar das reuniões do CPS localizados em


região de suas atribuições e presidi-las.

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Universalidade de participação nos planos previdenciários, mediante contribuição;

Valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do salário-de-contribuição ou do


rendimento do trabalho do segurado, não inferior ao do salário mínimo;

Cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição, corrigidos


monetariamente;

Preservação do valor real dos benefícios;

Previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional.


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LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

FONTES DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO E HIERARQUIA

A lei é a principal fonte do Direito Previdenciário. As demais fontes são secundárias, tais
como a jurisprudência e a doutrina. A jurisprudência serve apenas como parâmetro de
interpretação e aplicação das leis, não tendo força por si só, ou seja, a jurisprudência não
gera obrigações. A doutrina, por sua vez, além de ter as mesmas limitações da
jurisprudência, ainda carrega em si um gravame: em muitos casos, ela é marcada por
posições divergentes, não servindo, portanto, como base sólida de aplicação jurídica.

VIGÊNCIA DA LEI PREVIDENCIÁRIA

A lei é levada ao conhecimento de todos com a sua publicação no Diário Oficial. Publicada a
lei, ninguém se escusa de cumpri-la, alegando que não a conhece (LICC, art. 3º). Sua força
obrigatória, todavia, está condicionada à sua vigência, ou seja, ao dia em que começou a
vigorar.

As próprias leis costumam indicar a data em que entrarão em vigor. Mas se uma lei nada
dispuser a respeito, entrará em vigor, no território nacional, 45 dias após a sua publicação.
Fora do País, o prazo é de 03 meses.

O espaço de tempo compreendido entre a publicação da lei e sua entrada em vigor


denomina-se vacatio legis (a vacância da lei). Serve para que todos se adaptem à nova lei,
sendo que esse período varia de acordo com a vontade do legislador, tendo em consideração
a complexidade da lei expedida.

INTEGRAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS

Denomina-se integração da norma jurídica o recurso a certos critérios suplementares, para


a solução de determinadas dúvidas ou omissões da lei. São geralmente considerados como
meio de integração a analogia, o costume, a equidade e os princípios gerais de Direito.

• Analogia: é a aplicação, a um caso não previsto, de regra que rege hipótese


semelhante.

• Costume: é fonte direta do Direito e é critério complementar de integração


da norma jurídica.

• Equidade: é a adaptação razoável da lei ao caso concreto (bom senso), ou a


criação de uma solução própria para uma hipótese em que a lei é omissa.

• Princípios gerais de Direito: são critérios maiores, às vezes não escritos,


existentes em um determinado ramo do Direito, perceptível pela indução.
17

INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS

A interpretação da lei é autêntica quando o seu sentido é explicado por outra lei, ou pela
própria lei, em um dos seus dispositivos. É doutrinária quando provém dos doutrinadores. É
jurisprudencial quando feita pela jurisprudência. Também pode ser gramatical (sentido
literal da lei), lógica (reconstrução do pensamento do legislador), histórica (quando pensada
em relação ao momento em que foi elaborada), sistemática (busca da harmonização de uma
parte em relação ao todo), de direito comparado (quando se traçam diferenças e
semelhanças em relação à legislação de outro País), etc. É extensiva, quando se amplia o
sentido do texto para abranger situações semelhantes. Restritiva, quando se procura
conter o texto, para não abranger outras hipóteses. Teleológica ou social, quando analisado
o fim para o qual a lei se destina.
18

CARACTERÍSTICAS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

Considera-se regime de previdência social aquele que ofereça aos segurados, no mínimo, os
benefícios de aposentadoria e pensão por morte.

Do ponto de vista financeiro, os regimes de previdência social podem ser financiados de


duas formas: repartição simples ou capitalização.

No regime de repartição simples, as contribuições são depositadas


em um fundo único. Os recursos são, então, distribuídos a quem
deles necessitar. Está alinhado com o princípio da solidariedade. Os
regimes previdenciários públicos do Brasil são organizados com
base na repartição simples. Já o regime de capitalização é aquele
em que as contribuições são investidas pelos administradores,
sendo os rendimentos utilizados para a concessão de futuros
benefícios aos segurados, de acordo com a contribuição feita por
cada um. A previdência privada se utiliza desta técnica de custeio.

Os benefícios previdenciários podem ser de natureza


programada, como os que buscam cobrir o risco de idade
avançada, ou não programada, como a aposentadoria por
invalidez e o auxílio-doença.

Os regimes ainda podem ser classificados como regimes de


benefício definido ou de contribuição definida. No regime de
benefício definido, as regras para o cálculo do valor dos
benefícios são previamente estabelecidas. É o que ocorre com
a previdência pública brasileira, que tem sua sistemática
prevista no ordenamento jurídico. O sistema de contribuição
definida está vinculado ao regime de capitalização. Nele, as
contribuições são definidas e o valor dos benefícios varia em
função dos rendimentos e aplicações. É utilizado pela previdência privada.

No Brasil, existem três tipos de regimes previdenciários: O Regime Geral de


Previdência Social – RGPS; Os Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS; Os
Regimes de Previdência Complementar.

O REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - RGPS

O regime geral de previdência social é um regime público, de organização estatal,


contributivo e compulsório, administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social, a quem
compete o reconhecimento do direito aos benefícios, sendo as contribuições para ele
arrecadadas, fiscalizadas e normatizadas pela Receita Federal do Brasil. É regime de
repartição simples e de benefício definido. Cobre benefícios de natureza programada e não
programada.
19

O INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, autarquia federal com sede em Brasília -
Distrito Federal, vinculada ao Ministério da Previdência Social, tem por finalidade
promover o reconhecimento de direito ao recebimento de benefícios administrados pela
Previdência Social, assegurando agilidade, comodidade aos seus usuários e ampliação do
controle social.

DA ORGANIZAÇÃO E DOS RISCOS SOCIAIS

A previdência social será organizada sob a forma de


regime geral, de caráter contributivo e de filiação
obrigatória, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos
termos da lei, a:

 Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;


 Proteção à maternidade, especialmente à gestante;
 Proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
 Salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa
renda;
 Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e
dependentes.

DAS REGRAS CONSTITUCIONAIS

 Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do


trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.

 Todos os salários de contribuição


considerados para o cálculo de benefício serão
devidamente atualizados, na forma da lei.

 É assegurado o reajustamento dos


benefícios para preservar-lhes, em caráter
permanente, o valor real, conforme critérios
definidos em lei.

 É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado


facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência.

 A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos
proventos do mês de dezembro de cada ano.
20

 Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida


concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado

 Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário


para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão em
benefícios, nos casos e na forma da lei.

DO SISTEMA ESPECIAL DE INCLUSÃO PREVIDENCIÁRIA

Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para


atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria
que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de
sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda,
garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-
mínimo. O sistema especial de inclusão previdenciária terá alíquotas
e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do
regime geral de previdência social.

DAS APOSENTADORIAS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei,


obedecidas as seguintes condições:

 Sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos


de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os
trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam
suas atividades em regime de economia familiar, nestes
incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

 Trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos


de contribuição, se mulher, reduzidos em cinco anos, para o
professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo
exercício das funções de magistério na educação infantil e no
ensino fundamental e médio.

Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição


na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos
regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios
estabelecidos em lei.

É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de


aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos
de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em
lei complementar.
21

SUJEITOS COBERTOS PELO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

O Regime Geral de Previdência Social abrange dois tipos de beneficiários: Os segurados,


que contribuem para o sistema; e os dependentes, que possuem acesso ao sistema
previdenciário nas hipóteses de prisão ou falecimento do segurado.

SEGURADOS OBRIGATÓRIOS DO RGPS

O sistema de previdência social brasileiro segue o modelo bismarckiano, isto é, os


trabalhadores renunciam a uma parte de seus proventos em prol do sistema de proteção
social. Os segurados obrigatórios do Regime Geral de Previdência Social são aqueles que
exercem atividade remunerada e, portanto, são compelidos, por força de lei, a contribuir. A
filiação desses segurados decorre do exercício da própria atividade, sendo, por isso,
automática. Cinco são os tipos de segurados obrigatórios: Empregado, empregado
doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual e segurado especial.

EMPREGADOS

É segurado na categoria de empregado:

O empregado de Conselho, Ordem ou Autarquia de fiscalização no exercício de atividade


profissional;

O trabalhador volante, que presta serviço a agenciador de mão-de-obra constituído como


pessoa jurídica, observado que, na hipótese do agenciador não ser pessoa jurídica
constituída, este também será considerado empregado do tomador de serviços;

O assalariado rural safrista;


22

O trabalhador temporário que presta serviço a uma empresa, para atender à necessidade
transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente, ou para atender a
acréscimo extraordinário de serviço, usando a intermediação de empresa locadora de mão-
de-obra temporária;

O empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil,


salvo quando coberto por RPPS;

O contratado por titular de serventia da justiça, sob o regime da legislação trabalhista, e


qualquer pessoa que, habitualmente, presta-lhe serviços remunerados sob sua dependência,
sem relação de emprego com o Estado;

O escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro;


23

Aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de


carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e
repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro
amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou
repartição consular;

O servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas


Autarquias e Fundações, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não
esteja amparado por Regime Próprio de Previdência Social - RPPS;

O servidor estadual, do Distrito Federal ou municipal, incluídas suas Autarquias e


Fundações, ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração, em decorrência da Emenda Constitucional nº 20, de 16 de
dezembro de 1998, e o que, nessa condição, mesmo que anteriormente a esta data,
não esteja amparado por RPPS;

O servidor da União, incluídas suas


Autarquias e Fundações, ocupante,
exclusivamente, de cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e
exoneração, nos termos da Lei nº 8.647, de
13 de abril de 1993 e o que, nessa condição,
mesmo que anteriormente a esta data, não
estivesse amparado por RPPS;

O servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como
pelas respectivas Autarquias e Fundações, por tempo determinado, para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do
art. 37 da Constituição Federal e da Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993;

O servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas Autarquias


e Fundações, ocupante de emprego público;

Aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de


carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e
repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro
amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou
repartição consular;

O brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em repartições governamentais


brasileiras, lá domiciliado e contratado, ainda que a título precário e que, em razão de
proibição da legislação local, não possa ser filiado ao sistema previdenciário do país em
domicílio;
24

O brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais


internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e
contratado, salvo se amparado por RPPS;

O trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física, na forma do art. 14-A da
Lei nº 5.889, de 1973, para o exercício de atividades de natureza temporária por prazo não
superior a dois meses dentro do período de um ano.

EMPREGADO DOMÉSTICO

É aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada,


onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à
família, no âmbito residencial destas, por mais de 02 (dois) dias
por semana, sendo vedada a contratação de menor de 18 (dezoito)
anos para desempenho de trabalho domésticos. Exemplificam tal
categoria, além da doméstica em si, as babás, motoristas
particulares, caseiros, enfermeiros de idosos, etc.

TRABALHADOR AVULSO

É segurado na categoria de trabalhador avulso aquele que,


sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural, a
diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a
intermediação obrigatória do órgão gestor de mão-de-obra, nos
termos da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, ou do
sindicato da categoria, assim considerados: o trabalhador que
exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e
conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco; o
trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza,
inclusive carvão e minério; o trabalhador em alvarenga
(embarcação para carga e descarga de navios); o amarrador de
embarcação; o ensacador de café, cacau, sal e similares; o trabalhador na indústria de
extração de sal; o carregador de bagagem em porto; o prático de barra em porto; o
guindasteiro; e o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos.
25

Capatazia é a atividade de movimentação de mercadorias nas instalações de uso público,


compreendendo o recebimento, conferência, transporte interno, abertura de volumes para
conferência aduaneira, manipulação, arrumação e entrega, bem como o carregamento e descarga
de embarcações, quando efetuados por aparelhamento portuário;

Estiva é a atividade de movimentação de mercadorias nos conveses ou nos porões das


embarcações principais ou auxiliares, incluindo transbordo, arrumação, peação e despeação, bem
como o carregamento e a descarga das mesmas, quando realizados com equipamentos de bordo;

Conferência de carga é a contagem de volumes, anotação de suas características, procedência


ou destino, verificação do estado das mercadorias, assistência à pesagem, conferência do
manifesto e demais serviços correlatos, nas operações de carregamento e descarga de
embarcações;

Conserto de carga é o reparo e a restauração das embalagens de mercadoria, nas operações de


carregamento e descarga de embarcações, reembalagem, marcação, remarcação, carimbagem,
etiquetagem, abertura de volumes para vistoria e posterior recomposição;

Vigilância de embarcações é a atividade de fiscalização da entrada e saída de pessoas a bordo


das embarcações atracadas ou fundeadas ao largo, bem como da movimentação de mercadorias
nos portalós, rampas, porões, conveses, plataformas e em outros locais da embarcação;

Bloco é a atividade de limpeza e conservação de embarcações mercantes e de seus tanques,


incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparos de pequena monta e serviços correlatos.

CONTRIBUINTE INDIVIDUAL

É segurado na categoria de contribuinte individual:

A pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral – garimpo –
em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com
ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não
contínua;
26

O síndico ou o administrador eleito, com percepção de remuneração ou que esteja isento da


taxa de condomínio;

O médico residente;

O síndico da massa falida, o administrador judicial, definido pela Lei nº 11.101, de 9 de


fevereiro de 2005, e o comissário de concordata, quando remunerados;
27

O associado eleito para cargo de direção em cooperativa, em associação ou em entidade de


qualquer natureza ou finalidade, desde que receba remuneração pelo exercício do cargo;

O diarista, assim entendido a pessoa física que, por conta própria, presta serviços de
natureza não contínua à pessoa ou à família no âmbito residencial destas, em atividade sem
fins lucrativos;

Quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual a uma ou mais
empresas, fazendas, sítios, chácaras ou a um contribuinte individual, em um mesmo período
ou em períodos diferentes, sem relação de emprego;

Aquele que, na condição de pequeno feirante, compra para revenda produtos


hortifrutigranjeiros ou assemelhados;

O notário ou tabelião e o oficial de registros ou registrador, titular de cartório, que detêm


a delegação do exercício da atividade notarial e de registro, não remunerados pelos cofres
públicos;
28

O membro de cooperativa de trabalho que, nesta condição, preste serviço a empresas ou a


pessoas físicas mediante remuneração ajustada ao trabalho executado;

O incorporador de que trata o art. 29 da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964;

O interventor, o liquidante, o administrador especial e o diretor fiscal de instituição


financeira de que trata o § 6º do art. 201 do RPS;
29

O membro do conselho tutelar, quando remunerado;

O pescador que trabalha em regime de parceira, meação ou arrendamento em embarcação


que possua arqueação bruta maior que 20, assim considerada de médio ou grande porte.

O membro de cooperativa de produção que, nesta condição, preste serviço à sociedade


cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado;

O médico participante do Programa Mais Médicos para o Brasil, exceto a) aqueles


selecionados por meio de instrumentos de cooperação com organismos internacionais que
prevejam cobertura securitária específica, ou b) aqueles que são filiados a regime de
seguridade social em seu país de origem, o qual mantenha acordo de seguridade social com a
República Federativa do Brasil.
30

SEGURADO ESPECIAL

Regime de economia familiar é a atividade em que o trabalho dos membros da família


é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo
familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a
utilização de empregados permanentes, independentemente do valor auferido pelo
segurado especial com a comercialização da sua produção, quando houver. Auxílio
eventual de terceiros é aquele exercido ocasionalmente, em condições de mútua
colaboração, não existindo subordinação nem remuneração.

Não se consideram segurados especiais os filhos menores de vinte e um anos, cujo pai e
mãe perderam a condição de segurados especiais, por motivo do exercício de outra
atividade remunerada, salvo se comprovarem o exercício da atividade rural individualmente.

A situação de estar o cônjuge ou o companheiro em lugar incerto e não sabido, decorrente


do abandono do lar, não prejudica a condição de segurado especial do cônjuge ou do
companheiro que permaneceu exercendo a atividade, individualmente ou em regime de
economia familiar.

O falecimento de um ou ambos os cônjuges não retira a condição de segurado especial do


filho maior de dezesseis anos, desde que permaneça exercendo atividade, individualmente
ou em regime de economia familiar.
31

Não integram o grupo familiar do segurado especial os filhos e as filhas casados, os genros
e as noras, os sogros e as sogras, os tios e as tias, os sobrinhos e as sobrinhas, os primos e
as primas, os netos e as netas e os afins.

Considera-se segurada especial a mulher que, além das tarefas domésticas, exerce
atividades rurais com o grupo familiar respectivo ou individualmente.

O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por prazo determinado ou


de trabalhador prestador de serviços autônomos, à razão de no máximo 120 (cento e vinte)
pessoas por dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo
equivalente em horas de trabalho, não sendo computado nesse prazo o período de
afastamento em decorrência da percepção de auxílio-doença.

Considera-se pescador artesanal aquele que, individualmente ou


em regime de economia familiar, faz da pesca sua profissão
habitual ou meio principal de vida, desde que:

Não utilize embarcação;

Utilize embarcação de arqueação bruta menor que 20,


assim considerada de pequeno porte.

Arqueação bruta é a expressão do tamanho total de uma


embarcação, de parâmetro adimensional, determinada de
acordo com o disposto na Convenção Marítima Internacional
sobre arqueação de Navios (1969) e normas nacionais, sendo
função do volume de todos os espaços fechados.

Assemelham-se ao pescador artesanal, dentre outros, o mariscador, o eviscerador, o


caranguejeiro, o pescador de tartarugas, o catador de algas e o observador de cardumes.

O pescador profissional que exerça sua atividade exclusiva e ininterruptamente, de forma


artesanal, individualmente ou em regime de economia familiar, fará jus ao benefício de
seguro-desemprego, no valor do salario-mínimo mensal, durante o período de defeso de
atividade pesqueira para a preservação da espécie. Cabe ao INSS, desde 2015, receber e
processar os requerimentos e habilitar os beneficiários, os quais, para fazer jus ao
benefício, não podem estar recebendo nenhum benefício decorrente de programa de
transferência de renda com condicionalidades ou benefício previdenciário ou assistencial
de natureza continuada, exceto pensão por morte e auxílio-acidente.

Considera-se assemelhado ao pescador artesanal aquele que realiza atividade de apoio à


pesca artesanal, exercendo trabalhos de confecção e de reparos de artes e petrechos de
pesca e de reparos em embarcações de pequeno porte ou atuando no processamento do
produto da pesca artesanal.
32

Não é segurado especial o membro de grupo familiar (somente ele) que possuir outra
fonte de rendimento, exceto se decorrente de:

 Benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não


supere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência Social,
considerado o valor de cada benefício, quando receber mais de um;

 Benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar;

 Exercício de atividade remunerada em período não superior a cento e vinte dias,


corridos ou intercalados, no ano civil;

 Exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de


trabalhadores rurais;

 Exercício de mandato de vereador do município onde desenvolve a atividade rural,


ou de dirigente de cooperativa rural constituída exclusivamente por segurados
especiais;

 Parceria ou meação outorgada;

 Atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo


grupo familiar, independentemente da renda mensal obtida, podendo ser utilizada
matéria-prima de outra origem, desde que, neste caso, a renda mensal obtida na
atividade não exceda ao do menor benefício de prestação continuada da Previdência
Social;

 Atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de


prestação continuada da Previdência Social;

 Rendimentos provenientes de aplicações financeiras.

Não descaracteriza a condição de segurado especial:

 A outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato, de até


cinquenta por cento de imóvel rural cuja área total, contínua ou descontínua, não
seja superior a quatro módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado
continuem a exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime de
economia familiar;

 A exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com


hospedagem, por não mais de cento e vinte dias ao ano;

 A participação em plano de previdência complementar instituído por entidade


classista a que seja associado, em razão da condição de trabalhador rural ou de
produtor rural em regime de economia familiar;
33

 A participação como beneficiário ou integrante de grupo familiar que tem algum


componente que seja beneficiário de programa assistencial oficial de governo;

 A associação à cooperativa agropecuária.

 A participação do segurado especial em sociedade empresária, em sociedade


simples, como empresário individual ou como titular de empresa individual de
responsabilidade limitada de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou
agroturístico, considerada microempresa nos termos da Lei Complementar no 123,
de 14 de dezembro de 2006, não o exclui de tal categoria previdenciária, desde
que, mantido o exercício da sua atividade rural, a pessoa jurídica componha-se
apenas de segurados de igual natureza e sedie-se no mesmo Município ou em
Município limítrofe àquele em que eles desenvolvam suas atividades. Nesses casos, a
incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI sobre o produto das
atividades desenvolvidas não descaracteriza o segurado especial.

O arrendador de imóvel rural não é segurado especial.

SEGURADOS FACULTATIVOS DO RGPS

Podem filiar-se como segurados facultativos os maiores de dezesseis anos, mediante


contribuição, desde que não estejam exercendo atividade remunerada que os enquadre
como segurados obrigatórios do RGPS ou de RPPS, enquadrando-se nesta categoria, entre
outros:

O membro de conselho tutelar, quando não remunerado e desde que não esteja vinculado a
qualquer regime de Previdência Social;
34

O síndico de condomínio, desde que não remunerado;

O brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciário


de país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional;

O brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior;

O beneficiário de auxílio-acidente ou de auxílio suplementar, desde que simultaneamente


não esteja exercendo atividade que o filie obrigatoriamente ao RGPS.

É expressamente vedada a vinculação, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa


participante de regime próprio de Previdência Social, salvo na hipótese de
afastamento sem vencimento e desde que não permitida, nesta condição, contribuição
ao respectivo regime próprio.
35

INSCRIÇÃO E FILIAÇÃO DOS SEGURADOS DO RGPS

Considera-se inscrição de segurado para os efeitos da Previdência Social o ato pelo qual o
segurado é cadastrado no Regime Geral de Previdência Social, mediante comprovação dos
dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis a sua caracterização.

 O empregado e trabalhador avulso inscrevem-se através do preenchimento dos


documentos que os habilitem ao exercício da atividade, formalizado pelo contrato de
trabalho, no caso de empregado, e pelo cadastramento e registro no sindicato ou órgão
gestor de mão-de-obra, no caso de trabalhador avulso.

 O empregado doméstico realiza a sua inscrição mediante a apresentação de documento


que comprove a existência de contrato de trabalho.

 O contribuinte individual deve apresentar documento que caracterize a sua condição


ou o exercício de atividade profissional, liberal ou não.

 O segurado especial inscreve-se por intermédio de documento que comprove o


exercício de atividade rural.

 O segurado facultativo inscreve-se mediante a apresentação de documento de


identidade e declaração expressa de que não exerce atividade que o enquadre na
categoria de segurado obrigatório.

Com a implantação do Cadastro Nacional de Informações Sociais, todos os segurados serão


identificados pelo Número de Identificação do Trabalhador, que será único, pessoal e
intransferível, independentemente de alterações de categoria profissional e formalizado
pelo Documento de Cadastramento do Trabalhador. Ao segurado já cadastrado no Programa
de Integração Social/Programa de Assistência ao Servidor Público não caberá novo
cadastramento.

A inscrição do segurado empregado ou trabalhador avulso será efetuada diretamente


na empresa, sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra e a dos demais no Instituto
Nacional do Seguro Social. A inscrição do segurado em qualquer categoria exige a
idade mínima de dezesseis anos.

Presentes os pressupostos da filiação, admite-se a inscrição post mortem do segurado


especial.

A inscrição do segurado especial será feita de forma a vinculá-lo ao seu respectivo grupo
familiar e conterá, além das informações pessoais, a identificação da forma do exercício da
atividade, se individual ou em regime de economia familiar; da condição no grupo familiar,
se titular ou componente; do tipo de ocupação do titular de acordo com tabela do Código
Brasileiro de Ocupações; da forma de ocupação do titular vinculando-o à propriedade ou
embarcação em que trabalha, da propriedade em que desenvolve a atividade, se nela reside
ou o município onde reside e, quando for o caso, a identificação e inscrição da pessoa
responsável pelo grupo familiar.
36

O segurado especial integrante de grupo familiar que não seja proprietário do imóvel rural
ou da embarcação em que desenvolve sua atividade deve informar, no ato da inscrição,
conforme o caso, o nome e o CPF do parceiro ou meeiro outorgante, arrendador, comodante
ou assemelhado.

A comprovação dos dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis à


caracterização do segurado poderá ser exigida quando da concessão do benefício.

Filiação é o vínculo que se estabelece entre pessoas que contribuem para a previdência
social e esta, do qual decorrem direitos e obrigações. A filiação à previdência social
decorre automaticamente do exercício de atividade remunerada para os segurados
obrigatórios, e da inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição para o
segurado facultativo.

EMPRESA E EMPREGADOR DOMÉSTICO

Empresa é a firma individual ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica


urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da
administração pública direta, indireta e fundacional.

Equiparam-se à empresa para fins previdenciários: o contribuinte individual, em relação a


segurado que lhe presta serviço; a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer
natureza ou finalidade, inclusive a missão diplomática e a repartição consular de carreiras
estrangeiras; o operador portuário e o órgão gestor de mão-de-obra; o proprietário ou dono
de obra de construção civil, quando pessoa física, em relação a segurado que lhe presta
serviço.

Empregador doméstico é aquele que admite a seu serviço, mediante remuneração, sem
finalidade lucrativa, empregado doméstico.
37

SITUAÇÕES ESPECIAIS
38

MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO

Para aferir a qualidade de segurado, é mister observar uma das seguintes condições: estar
contribuindo ou, se não estiver, estar no período de graça.

• Se o segurado estiver contribuindo, não restará dúvida de que ele possui


qualidade de segurado. Em caso de requerimento de qualquer benefício, por
conseguinte, bastará analisar se tal segurado possui a carência mínima exigida para
a sua obtenção.

• Se o segurado não estiver contribuindo, deve-se verificar se o segurado


encontra-se no período de graça. Período de graça é o lapso temporal em que o
segurado, mesmo não contribuindo, não perde tal qualidade; mantém, assim, o
direito a todos os benefícios da Previdência Social.

PERÍODO DE GRAÇA

a) Sem limite de prazo: Os que se encontram em gozo de benefício. Enquanto se


mantiverem nessa condição, mantêm a qualidade de segurado. Não seria factível que
perdesse a qualidade de segurado, haja vista que não se exige contribuição no
período citado.

b) Três meses: O segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço terá
período de graça de três meses a contar do licenciamento.

c) Seis Meses: Período de graça do segurado facultativo, após a cessação das


contribuições.

CASOS ESPECIAIS

d) Doze Meses: É previsto em 03 situações. 01 – No caso de segurado acometido de


doença de segregação compulsória, concede-se um período de graça de 12 meses
após a cessação da segregação. 02 – O segurado retido ou recluso terá período de
graça de 12 meses contados após o livramento (o recluso deve ser segurado quando
da ocasião do evento). 03 – Até 12 meses após a cessação das contribuições, o
segurado que deixar de exercer a atividade remunerada abrangida pela Previdência
Social, ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração.

e) Acréscimo de + 12 meses: Se o segurado tiver mais de 120 contribuições mensais


sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado, totalizando, no
caso, período de graça de 24 meses.

f) Acréscimo de + 12 meses: Se o segurado cessou suas contribuições por estar


desempregado, desde que comprove essa situação pelo registro no órgão próprio do
Ministério do Trabalho e da Previdência Social, totalizando um período de graça de
24 meses, se tiver vertido até 120 contribuições para a Previdência até o momento
do desemprego (sem que tenha havido, nesse ínterim, a perda da qualidade de
39

segurado). O período de graça será de 36 meses se o segurado tiver realizado mais


de 120 contribuições à Previdência Social.

g) O segurado facultativo, após a cessação do benefício por incapacidade ou salário-


maternidade, terá o período de graça pelo prazo de 12 (doze) meses.

h) O segurado obrigatório que, durante o gozo do período de graça de 12, 24 ou 36


meses, conforme o caso, se filiar ao RGPS como segurado facultativo, ao deixar de
contribuir, nesta última, terá direito de usufruir o período de graça de sua
condição anterior, se mais vantajoso.

i) O segurado obrigatório que, durante o período de manutenção da qualidade de


segurado decorrente de percepção do benefício por incapacidade, salário-
maternidade ou da condição de retido ou recluso, se filiar ao RGPS na categoria de
facultativo, terá direito de usufruir do período de graça decorrente de sua
condição anterior, se mais vantajoso.

DEPENDENTES NO RGPS

Na ausência do arrimo da família, a sociedade houve por bem dar a proteção social aos que
dele dependiam. Assim, criou-se a figura do dependente como beneficiário da Previdência
Social. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de
dependentes do segurado:

 CLASSE 01: O cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de


qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz,
assim declarado judicialmente;

 CLASSE 02: Os pais;

 CLASSE 03: O irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e


um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne
absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;
40

Os dependentes de uma mesma classe concorrem em igualdade de condições; contudo, a


existência de dependente de qualquer das classes exclui do direito às prestações os das
classes seguintes. Assim, a CLASSE 01 se sobrepõe às CLASSES 02 e 03; e a CLASSE 02
se sobrepõe à CLASSE 03.

A dependência econômica das pessoas da CLASSE 01 é presumida e a das demais deve


ser comprovada.

Equiparam-se aos filhos, mediante declaração escrita do segurado, comprovada a


dependência econômica, o enteado e o menor que esteja sob sua tutela e desde que não
possua bens suficientes para o próprio sustento e educação.

O menor sob tutela somente poderá ser equiparado aos filhos do segurado mediante
apresentação de termo judicial de tutela.

OBS: HÁ JURISPRUDÊNCIA NO SENTIDO DE QUE MENORES SOB GUARDA POSSUEM


OS MESMOS DIREITOS DOS MENORES SOB TUTELA, DE ACORDO COM O
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. SE A QUESTÃO VERSAR SOBRE
ENTENDIMENTO JUDICIAL, HÁ ENTENDIMENTO NESSE SENTIDO NO ÂMBITO DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
Alteração do Código Civil: Embora a maioridade para fins civis tenha sido alterada pela Lei
10.406/2002, de 21 anos para 18 anos, nada foi alterado na legislação previdenciária, uma
vez que prevalece o disposto em lei especial sobre disposições de lei geral. Assim, somente
com a modificação da Lei 8.213/1991, há de se falar em alteração da maioridade para fins
previdenciários.

União Estável e União Homoafetiva: Considera-se companheira ou companheiro a pessoa


que mantenha união estável com o segurado ou segurada. Considera-se união estável aquela
configurada na convivência pública, contínua e duradoura entre o homem e a mulher,
estabelecida com intenção de constituição de família.

Os companheiros, heterossexuais ou homoafetivos, podem se


habilitar na condição de dependentes previdenciários, mediante a
comprovação do vínculo de união estável, através da apresentação
de no mínimo 03 (três) documentos constantes do seguinte rol
(Instrução Normativa nº 45, de 06 de agosto de 2010, art. 46): I
- certidão de nascimento de filho havido em comum; II - certidão
de casamento religioso; III - declaração do imposto de renda do
segurado, em que conste o interessado como seu dependente; IV -
disposições testamentárias; V - declaração especial feita perante
tabelião; VI - prova de mesmo domicílio; VII - prova de encargos
domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão nos
atos da vida civil; VIII - procuração ou fiança reciprocamente outorgada; IX - conta
bancária conjunta; X - registro em associação de qualquer natureza, onde conste o
interessado como dependente do segurado; XI - anotação constante de ficha ou livro de
registro de empregados; XII - apólice de seguro da qual conste o segurado como
instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua beneficiária; XIII - ficha de
41

tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como


responsável; XIV - escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de
dependente; XV - declaração de não emancipação do dependente menor de vinte e um anos;
XVI - quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar.

INSCRIÇÃO DOS DEPENDENTES NO RGPS

A inscrição do dependente no regime geral ocorre no momento do requerimento do


benefício previdenciário (pensão por morte/auxílio reclusão). Para a inscrição como
dependente, exige-se dos sujeitos elencados na Classe 01 o documento público que
comprova o vínculo de dependência presumida (certidão de nascimento/certidão de
casamento), exceto nos casos do companheiro (apresentação de três provas hábeis) e no
caso do filho maior inválido (que também necessita comprovar sua invalidez através de
laudos e atestados médicos). Os pais (Classe 02), além de apresentarem-se como tal,
mediante a apresentação de documento de identidade e certidão de nascimento do filho
falecido, devem comprovar a dependência econômica, praticamente nos mesmos moldes
exigidos para a comprovação de união estável. O mesmo vale para os casos de habilitação de
irmão menor de 21 anos (ou inválido).

No caso de equiparado a filho, a inscrição será feita mediante a comprovação da


equiparação por documento escrito do segurado falecido manifestando essa intenção, da
dependência econômica e da declaração de que não tenha sido emancipado.

PERDA DA QUALIDADE DE DEPENDENTE NO RGPS

O cônjuge perde a qualidade de dependente pela separação judicial ou o divórcio, desde que
não receba pensão alimentícia, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença
judicial transitada em julgado.

O companheiro ou a companheiro perde pela cessação da união estável com o segurado ou


segurada, desde que não receba pensão alimentícia.

Para o filho e o irmão, de qualquer condição, ocorre a perda da qualidade de dependente ao


completarem vinte e um anos de idade, salvo se inválidos, desde que a invalidez tenha
ocorrido antes: a) de completarem vinte e um anos de idade; b) do casamento; c) do início
do exercício de emprego público efetivo; d) da constituição de estabelecimento civil ou
42

comercial ou da existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor


com dezesseis anos completos tenha economia própria; ou e) da concessão de emancipação,
pelos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o
menor tiver dezesseis anos completos.

Pela adoção, para o filho adotado que receba pensão por morte dos pais biológicos,
observando que a adoção produz efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença que a
concede. E para os dependentes em geral, pela cessação da invalidez; ou pelo falecimento.

É assegurada a qualidade de dependente perante a Previdência Social do filho e irmão


inválido maior de vinte e um anos, que se emanciparem em decorrência, unicamente, de
colação de grau científico em curso de ensino superior, assim como para o menor de vinte e
um anos, durante o período de serviço militar, obrigatório ou não.

PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

DAS ESPÉCIES DE PRESTAÇÃO

Aposentadoria por Invalidez;


Aposentadoria Especial;
Aposentadoria por Idade;
Aos Segurados: Aposentadoria por Tempo de Contribuição;
Auxílio- Doença;
Salário- Família;
Salário- Maternidade;
Auxílio- Acidente.
Aos Dependentes: Auxílio- Reclusão;
Pensão por Morte.
Aos Segurados e Dependentes: Reabilitação Profissional.
Serviço Social.

CARÊNCIA

Período de carência é o tempo correspondente ao número mínimo de contribuições mensais


indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do
transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências.

Para o segurado especial, considera-se período de carência o tempo mínimo de efetivo


exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, igual ao número de meses
necessário à concessão do benefício requerido.

O período de carência é contado:


43

 Para o segurado empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, a partir


da data de filiação ao Regime Geral de Previdência Social.

 Para os segurados contribuintes individuais, facultativos e especiais, a contar da


data de efetivo pagamento da primeira contribuição sem atraso, não sendo
consideradas para este fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a
competências anteriores.

 Para os segurados optantes pelo recolhimento trimestral, o período de carência é


contado a partir do mês de inscrição do segurado, desde que efetuado o
recolhimento da primeira contribuição no prazo estipulado.

Para efeito de carência, considera-se presumido o recolhimento das contribuições do


segurado empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso e, relativamente ao
contribuinte individual, a partir da competência abril de 2003, as contribuições dele
descontadas pela empresa quando prestador de serviços.

TABELA DOS PERÍODOS DE CARÊNCIA

PENSÃO POR MORTE


AUXÍLIO-RECLUSÃO SEM
AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO CARÊNCIA
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
ACIDENTÁRIA
AUXÍLIO-DOENÇA PREVIDENCIÁRIO 12
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ CONTRIBUIÇÕES
PREVIDENCIÁRIA MENSAIS
APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO 180
APOSENTADORIA ESPECIAL CONTRIBUIÇÕES MENSAIS
APOSENTADORIA POR IDADE
SALÁRIO-FAMÍLIA
SALÁRIO-MATERNIDADE
(EMPREGADA, DOMÉSTICA E TRABALHADORA SEM
AVULSA) CARÊNCIA
SERVIÇO SOCIAL
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL
SALÁRIO-MATERNIDADE ATIVIDADE RURAL NOS 10 MESES ANTERIORES
(SEGURADA ESPECIAL) AO FATO GERADOR, MESMO QUE REALIZADA DE
FORMA DESCONTÍNUA.
SALÁRIO-MATERNIDADE
CONTRIBUINTE INDIVIDUAL 10 CONTRIBUIÇÕES MENSAIS
FACULTATIVA
ATIVIDADE RURAL CORRESPONDENTE AO LAPSO
44

APOSENTADORIA POR IDADE RURAL TEMPORAL DO PERÍODO DE CARÊNCIA DO


BENEFÍCIO, MESMO QUE REALIZADA DE FORMA
DESCONTÍNUA.

DO 1/3 (UM TERÇO) DE CARÊNCIA

Para os benefícios requeridos a partir de 25 de julho de 1991, havendo a perda da


qualidade de segurado, qualquer que seja a época da inscrição ou da filiação do segurado na
Previdência Social, as contribuições anteriores a essa data, somente poderão ser
computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação
ao RGPS, com, no mínimo, 1/3 (um terço) do número de contribuições exigidas para a
concessão do respectivo benefício, observando-se que:

PARA O AUXÍLIO-DOENÇA E A APOSENTADORIA POR INVALIDEZ deverá possuir


no mínimo quatro contribuições mensais sem perda da qualidade de segurado, que somadas
às anteriores deverá totalizar doze contribuições;

Exemplo:
Segurado empregado
Requerimento de auxílio-doença
Data de Entrada do Requerimento: 25/10/2004

Períodos de atividade:
- 30/1/98 a 30/6/98 = seis contribuições
- 12/3/2003 a 6/4/2003 = duas contribuições
- 9/7/2003 a 15/9/2003 = três contribuições
- 27/4/2004 a 30/6/2004 = três contribuições

Carência exigida: doze contribuições


1/3 (um terço) da carência exigida: quatro contribuições
Total de 1/3 (um terço) da carência sem perda da qualidade de segurado: oito contribuições
Total = quatorze contribuições
Doença e Incapacidade fixadas em 1º/10/2004

Análise:
a) ocorreu perda da qualidade de segurado entre julho/1998 a fevereiro/2003;
b) possui, posteriormente, a perda da qualidade de segurado, 1/3 (um terço) da carência exigida,
que somadas às anteriores atendem ao número mínimo de contribuições exigidas para a espécie de
benefício requerido.

Conclusão: O segurado faz jus ao benefício, tendo em vista que após a perda da qualidade de
segurado, cumpriu um terço 1/3 (um terço) da carência, sem perda da qualidade de segurado, que,
somadas às anteriores, atende ao total da carência exigida.
45

PARA O SALÁRIO-MATERNIDADE, deverá possuir no mínimo três contribuições, sem


perda da qualidade de segurado, que somadas às anteriores deverá totalizar dez
contribuições;

Exemplo:
Data de Entrada do Requerimento = 10/3/2006
Parto = 5/3/2006

Períodos de atividade:
- Empregada: 1º/1/2004 a 27/8/2004 = oito contribuições;
- Contribuinte individual: 7/11/2005 a 5/3/2006 = cinco contribuições.

Carência exigida: dez contribuições


1/3 da carência exigida: três contribuições
Total de 1/3 da carência sem perda da qualidade de segurado: cinco contribuições
Total de contribuições = treze contribuições

Análise:
I - ocorreu perda da qualidade de segurado em 16/10/2005;
II – possui, posteriormente à perda da qualidade de segurado, 1/3 (um terço) da carência após a
nova filiação, que, somadas às anteriores, cumpre o total da carência exigida.

Conclusão: A segurada faz jus ao benefício, tendo em vista que após a perda da qualidade de
segurado, cumpriu um terço 1/3 (um terço) da carência, sem perda da qualidade de segurado, que,
somadas às anteriores, atende ao total da carência exigida.

CÁLCULO DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

a) Salário-de-contribuição: Conceituando de forma simplificada, o salário-de-


contribuição é o valor mensal do qual deriva a respectiva contribuição
previdenciária. Na primeira fase do cálculo dos benefícios, os salários-de-
contribuição de determinado segurado são devidamente corrigidos, por alíquotas
mensalmente editadas pelo Ministério da Previdência Social, através de Portarias.
Somente são considerados, para fins de cálculo de benefícios, os valores dos
salários-de-contribuição a partir da competência 07/1994.

No cálculo do valor da renda mensal do benefício, inclusive o decorrente de


acidente do trabalho, serão computados:

I. para o segurado empregado, inclusive o doméstico, e o trabalhador avulso,


os salários de contribuição referentes aos meses de contribuições devidas,
ainda que não recolhidas pela empresa ou pelo empregador doméstico, sem
prejuízo da respectiva cobrança e da aplicação das penalidades cabíveis,
46

II. para o segurado empregado, inclusive o doméstico, o trabalhador avulso e o


segurado especial, o valor mensal do auxílio-acidente, considerado como
salário de contribuição para fins de concessão de qualquer aposentadoria,

III. para os demais segurados, os salários-de-contribuição referentes aos


meses de contribuições efetivamente recolhidas.

Ao segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao trabalhador avulso que tenham


cumprido todas as condições para a concessão do benefício pleiteado, mas não
possam comprovar o valor de seus salários de contribuição no período básico de
cálculo, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo esta renda ser
recalculada quando da apresentação de prova dos salários de contribuição.

Para o segurado empregado doméstico que, tendo satisfeito as condições exigidas


para a concessão do benefício requerido, não comprovar o efetivo recolhimento das
contribuições devidas, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo sua
renda ser recalculada quando da apresentação da prova do recolhimento das
contribuições.

b) Salário-de-benefício (SB): É a base de cálculo da renda mensal inicial.

Para os benefícios de aposentadoria por invalidez, aposentadoria especial, auxílio-


doença e auxílio-acidente, o salário-de-benefício consiste na média aritmética
simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a oitenta por cento
do período contributivo.

Para os benefícios de aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria por


idade, o salário-de-benefício consiste na média aritmética simples dos maiores
salários de contribuição correspondentes a oitenta por cento do período
contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário.

O único diferencial entre ambos os casos é a previsão da utilização do fator


previdenciário no cálculo do salário-de-benefício. Apenas incidirá fator
previdenciário nas aposentadorias por idade e por tempo de contribuição.

Fator Previdenciário: É um índice multiplicador que incide sobre a base de cálculo


do salário-de-benefício, aplicável às aposentadorias por tempo de contribuição e
por idade. O cálculo depende de três variáveis: idade, expectativa de sobrevida e
tempo de contribuição.
47

A expectativa de sobrevida do segurado na idade da aposentadoria será obtida a


partir da tábua completa de mortalidade construída pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, considerando-se a média nacional
única para ambos os sexos.

Para efeito da aplicação do fator previdenciário, ao tempo de contribuição do


segurado serão adicionados cinco anos, quando se tratar de mulher; cinco anos,
quando se tratar de professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo
exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e
médio; dez anos, quando se tratar de professora que comprove exclusivamente
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no
ensino fundamental e médio.

OBSERVAÇÃO: LEI 1 3. 1 83/201 5

O segurado poderá optar pela não incidência do fator previdenciário, quando o total
resultante da doma de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as
frações, na data de requerimento da aposentadoria, for igual ou superior a:

Idade + Tempo Tempo mínimo de


Data do Requerimento da Aposentadoria de Contribuição contribuição
Homem Mulher Homem Mulher
Até 31/12/2018 95 85
Entre 01/01/2019 e 31/12/2020 96 86
Entre 01/01/2021 e 31/12/2022 97 87 35 30
Entre 01/01/2023 e 31/12/2024 98 88
Entre 01/01/2025 e 31/12/2026 99 89
A partir de 01/01/2027 100 90

* Serão acrescidos cinco pontos à soma da idade com o tempo de contribuição do


professor e da professora que comprovarem exclusivamente tempo de efetivo
exercício de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

c) RMI – Renda Mensal Inicial: É um percentual incidente sobre o salário-de-


benefício, que varia de acordo com a espécie do benefício a ser calculado.

BENEFÍCIO RMI DISPOSITIVO LEGAL


APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 100% do SB Art. 44 (Lei 8.213/91)
APOSENTADORIA POR IDADE 70% do SB + 1% a.a. Art. 50 (Lei 8.213/91)
AP. POR TEMPO DE 100% do SB Art. 201, §7º (CF/88)
CONTRIBUIÇÃO
APOSENTADORIA ESPECIAL 100% do SB Art. 57, §1º (Lei 8.213/91)
AUXÍLIO-DOENÇA 91% do SB Art. 61 (Lei 8.213/91)
PENSÃO POR MORTE = aposentadoria por invalidez Art. 75 (Lei 8.213/91)
AUXÍLIO-RECLUSÃO = aposentadoria por invalidez Art. 80 (Lei 8.213/91)
AUXÍLIO-ACIDENTE 50% do SB Art. 86, §1º (Lei 8.213/91)
48

Observações:

Em princípio, todos os benefícios respeitam o piso constitucional, isto é, o segurado


receberá, no mínimo, o salário-mínimo nacional. É regra insculpida na Carta Magna, porém,
tal garantia se consuma apenas em relação aos benefícios de caráter alimentar. Assim, o
auxílio-acidente é exceção à regra, pois possui caráter indenizatório, podendo ter valores
fixados aquém do salário-mínimo.

Da mesma forma, nenhum benefício do RGPS será pago em valor acima do teto
previdenciário, com exceção do salário-maternidade das seguradas empregada e
trabalhadora avulsa, que podem ultrapassar esse valor.

Embora o décimo-terceiro salário constitua salário-de-contribuição, isto é, sobre o seu


valor incida contribuição previdenciária, tais contribuições não compõem o cálculo de
benefícios previdenciários.

O abono anual, conhecido como décimo terceiro salário ou gratificação natalina, é devido
aos beneficiários do RGPS e corresponde ao valor da renda mensal do benefício no mês de
dezembro ou no mês da alta ou da cessação do benefício, para o segurado que recebeu
auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria, salário-maternidade, pensão por morte ou
auxílio-reclusão.

O auxílio-acidente nunca terá valor inferior ao de meio salário-mínimo vigente.

REAJUSTAMENTO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS E PAGAMENTO

O valor dos benefícios em manutenção será reajustado, anualmente, na mesma data do


reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do
último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC,
apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Nenhum benefício reajustado poderá exceder o limite máximo do salário-de-benefício na


data do reajustamento, respeitados os direitos adquiridos.
49

Os benefícios com renda mensal superior a um salário mínimo serão pagos do primeiro ao
quinto dia útil do mês subsequente ao de sua competência, observada a distribuição
proporcional do número de beneficiários por dia de pagamento. Os benefícios com renda
mensal no valor de até um salário mínimo serão pagos no período compreendido entre o
quinto dia útil que anteceder o final do mês de sua competência e o quinto dia útil do mês
subsequente, observada a distribuição proporcional dos beneficiários por dia de pagamento.

O primeiro pagamento do benefício será efetuado até quarenta e cinco dias após a data da
apresentação, pelo segurado, da documentação necessária a sua concessão.

O benefício será pago diretamente ao beneficiário, salvo em caso de ausência, moléstia


contagiosa ou impossibilidade de locomoção, quando será pago a procurador, cujo mandato
não terá prazo superior a doze meses, podendo ser renovado ou revalidado pelos setores de
benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social.

O benefício devido ao segurado ou dependente


civilmente incapaz será pago ao cônjuge, pai, mãe,
tutor ou curador, admitindo-se, na sua falta e por
período não superior a seis meses, o pagamento a
herdeiro necessário, mediante termo de
compromisso firmado no ato do recebimento. Tal
período poderá ser prorrogado por iguais períodos,
desde que comprovado o andamento regular do processo legal de tutela ou curatela.
O segurado e o dependente, após dezesseis anos de idade, poderão firmar recibo de
benefício, independentemente da presença dos pais ou do tutor.

A impressão digital do beneficiário incapaz de assinar, aposta na presença de servidor da


previdência social ou representante desta, vale como assinatura para quitação de
pagamento de benefício.

O valor não recebido em vida pelo segurado somente


será pago aos seus dependentes habilitados à pensão
por morte ou, na falta deles, aos seus sucessores na
forma da lei civil, independentemente de inventário ou
arrolamento. Havendo mais de um herdeiro, o pagamento
poderá ser efetuado a apenas um deles, mediante
declaração de anuência dos demais. Inexistindo
dependentes habilitados à pensão por morte, o
pagamento será realizado mediante autorização judicial
ou pela apresentação de partilha por escritura pública.

Os benefícios poderão ser pagos mediante depósito em conta corrente bancária em nome
do beneficiário. Na hipótese da falta de movimentação relativo a saque em conta corrente
cujos depósitos sejam decorrentes exclusivamente de pagamento de benefícios, por prazo
superior a sessenta dias, os valores dos benefícios remanescentes serão estornados e
creditados à Conta Única do Tesouro Nacional, com a identificação de sua origem.
50

Os pagamentos dos benefícios de prestação


continuada não poderão ser antecipados.
Excepcionalmente, nos casos de estado de
calamidade pública decorrente de desastres
naturais, reconhecidos por ato do Governo
Federal, o INSS poderá, nos termos de ato do
Ministro de Estado da Previdência Social,
antecipar aos beneficiários domiciliados nos
respectivos municípios: o cronograma de
pagamento dos benefícios de prestação
continuada previdenciária e assistencial,
enquanto perdurar o estado de calamidade; e o valor correspondente a uma renda mensal do
benefício devido, excetuados os temporários, mediante opção dos beneficiários (tal valor
antecipado será ressarcido de forma parcelada, mediante desconto da renda do benefício).
51

BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS EM ESPÉCIE

SALÁRIO MATERNIDADE

Conceito: O salário-maternidade é o benefício devido às


seguradas do Regime Geral de Previdência Social, nas
seguintes situações: Parto, adoção, ou aborto espontâneo, não-
criminoso, até o 6° mês de gestação.

Duração: A duração do salário-maternidade varia de acordo


com o evento, e pode ser ampliado em situações especiais. No
caso de parto ou adoção, o benefício é devido por 120 dias. No
caso de aborto, 02 semanas.

Em princípio, o prazo começa a fluir a partir da data dos fatos geradores (parto, adoção ou
aborto). Contudo, no caso de parto, as seguradas em exercício de atividade podem
requerer o benefício até 28 dias antes do parto (com término 91 dias depois dele). Em
casos excepcionais, os períodos de repouso anterior ou posterior ao parto podem ser
aumentados de mais duas semanas, mediante apresentação de atestado médico específico.

Regras específicas:

 O nascimento de gêmeos não implica o pagamento em dobro do benefício.

 Em caso de adoção de mais de uma criança em um só ato, o benefício será único.

 A segurada aposentada, em caso de parto, fará jus ao benefício se permanecer ou


retornar à atividade.

 No caso de empregos concomitantes ou de atividade simultânea na condição de


segurada empregada com contribuinte individual ou doméstica, a segurada fará jus
ao salário-maternidade relativo a cada emprego ou atividade.
52

 O parto prematuro implica redução da carência exigida, na proporção do número de


meses de antecipação do parto.

 Cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido à respectiva empregada


gestante, efetivando-se a compensação, quando do recolhimento das contribuições
incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a
qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço.
 A empresa deverá conservar durante 10 (dez) anos os comprovantes dos
pagamentos e os atestados correspondentes para exame pela fiscalização da
Receita Federal.

 O salário-maternidade devido à empregada do MEI será pago diretamente pela


Previdência Social.

 No caso de pagamento de salário-maternidade pela empresa (parto), esta será


restituída, sendo que o limite dessa restituição corresponderá ao valor do subsídio
dos Ministros do STF.

 O salário-maternidade é o único benefício que pode ser pago acima do teto, e sobre
a sua remuneração incide contribuição previdenciária.

CARÊNCIAS E VALORES DO SALÁRIO- MATERNIDADE

SEGURADA CARÊNCIA VALOR DO BENEFÍCIO


Renda mensal igual à sua remuneração no mês do seu
afastamento, ou se for o caso de salário total ou
Empregada Isenta parcialmente variável, na igualdade da média aritmética
simples dos seus seis últimos salários, apurada de acordo
com a lei salarial ou o dissídio coletivo da categoria.
Corresponde ao valor de sua última remuneração integral
Trabalhadora Avulsa Isenta equivalente a um mês de trabalho, não sujeito ao limite
máximo do salário-de-contribuição.
Corresponde ao valor do seu último salário-de-
Doméstica Isenta contribuição sujeito aos limites mínimo e máximo de
contribuição.

Contribuinte Individual 10 contribuições Média aritmética dos doze últimos salários-de-


contribuição, apurados em período não superior a quinze
meses, sujeito aos limites mínimo e máximo do salário-
Facultativa 10 contribuições de-contribuição.

Segurada Especial 10 meses Salário-mínimo nacional.


53

O salário-maternidade não pode ser acumulado com benefício por incapacidade. Quando
ocorrer incapacidade em concomitância com o período de pagamento do salário-
maternidade, o benefício por incapacidade, conforme o caso, deverá ser suspenso enquanto
perdurar o referido pagamento, ou terá sua data de início adiada para o primeiro dia
seguinte ao término do período de cento e vinte dias.

Segurada em prazo de manutenção da qualidade de segurada: Durante o período de


graça, a segurada desempregada fará jus ao recebimento do salário-maternidade nos casos
de demissão antes da gravidez, ou, durante a gestação, nas hipóteses de dispensa por justa
causa ou a pedido, situações em que o benefício será pago diretamente pela previdência
social. Nesses casos, o valor do pagamento será apurado mediante a média aritmética dos
doze últimos salários-de-contribuição, apurados em período não superior a quinze meses,
sujeito aos limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição, e a retenção a título de
contribuição previdenciária corresponderá à forma da última contribuição.

NOVAS REGRAS PARA ADOÇÃO: Ao segurado ou segurada da Previdência Social que


adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança é devido salário-
maternidade pelo período de 120 (cento e vinte) dias, pago diretamente pela Previdência
Social.

 Ressalvado o pagamento do salário-maternidade à mãe biológica e no caso de


falecimento do titular do benefício, não poderá ser concedido o benefício a mais de
um segurado, decorrente do mesmo processo de adoção ou guarda, ainda que os
cônjuges ou companheiros estejam submetidos a Regime Próprio de Previdência
Social.

FALECIMENTO: No caso de falecimento da segurada ou segurado que fizer jus ao


recebimento do salário-maternidade, o benefício será pago, por todo o período ou pelo
tempo restante a que teria direito, ao cônjuge ou companheiro sobrevivente que tenha a
qualidade de segurado, exceto no caso do falecimento do filho ou de seu abandono,
observadas as normas aplicáveis ao salário-maternidade.

 O pagamento do benefício deverá ser requerido até o último dia do prazo previsto
para o término do salário-maternidade originário e será pago diretamente pela
Previdência Social durante o período entre a data do óbito e o último dia do término
do salário-maternidade originário e será calculado sobre a remuneração integral,
para o empregado e trabalhador avulso; o último salário-de-contribuição, para o
empregado doméstico; 1/12 (um doze avos) da soma dos 12 (doze) últimos salários
de contribuição, apurados em um período não superior a 15 (quinze) meses, para o
contribuinte individual, facultativo e desempregado; e o valor do salário mínimo,
para o segurado especial. OBS: Aplica-se também ao segurado que adotar ou
obtiver guarda judicial para fins de adoção.

 A percepção do salário-maternidade está condicionada ao afastamento do segurado


do trabalho ou da atividade desempenhada, sob pena de suspensão do benefício.
54

SALÁRIO-FAMÍLIA

O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado


empregado, inclusive o doméstico, e ao trabalhador avulso,
urbanos ou rurais, desde que de baixa renda, na proporção
do respectivo número de filhos ou equiparados, com idade
limitada aos 14 anos, salvo se inválidos. Quando o pai e a
mãe forem segurados empregados ou trabalhadores avulsos,
ambos terão direito ao salário-família.

O salário-família, em sua essência, é um benefício de caráter


mais assistencial do que previdenciário, uma forma de ajuda
na manutenção dos segurados de baixa renda. O fundamento
de sua instituição pela Lei nº 4.266/63 foi o de possibilitar
ao trabalhador comprar um litro de leite por dia para cada
dependente.

Atualmente (11/2015), o valor limite da remuneração do segurado, para que seja


considerado de baixa renda, é de R$ 1.089,72. Assim, os segurados empregados ou
trabalhadores avulsos em atividade que não recebam salários maiores do que o limite, ou os
aposentados por idade e por invalidez cujo benefício seja inferior ao valor estabelecido, e
que possuam filhos menores de 14 anos (ou maiores inválidos), receberão o salário-família,
nas seguintes condições:

R$ 37,18 (valor da cota) – Remuneração até R$ 725,02


R$ 26,20 (valor da cota) – Remuneração entre R$ 725,02 e R$ 1.089,72

 O salário-família do trabalhador avulso independe do número de dias trabalhados no


mês, devendo o seu pagamento corresponder ao valor integral da cota.

 O salário-família correspondente ao mês de afastamento do trabalho será pago


integralmente pela empresa, pelo sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra,
conforme o caso, e o do mês da cessação de beneficio pelo INSS,
independentemente do número de dias trabalhados ou em benefício.

 O salário-família será pago mensalmente: Ao empregado, pela empresa, com o


respectivo salário, e ao trabalhador avulso, pelo sindicato ou órgão gestor de mão-
de-obra, mediante convênio; Ao empregado e trabalhador avulso aposentados por
invalidez ou em gozo de auxílio-doença, pelo Instituto Nacional do Seguro Social,
juntamente com o benefício; Ao trabalhador rural aposentado por idade aos
sessenta anos, se do sexo masculino, ou cinquenta e cinco anos, se do sexo feminino,
pelo Instituto Nacional do Seguro Social, juntamente com a aposentadoria; Aos
empregados e trabalhadores avulsos aposentados aos sessenta e cinco anos de
idade, se do sexo masculino, ou sessenta anos, se do sexo feminino, pelo Instituto
Nacional do Seguro Social, juntamente com a aposentadoria (por idade).
55

 As cotas do salário-família serão pagas pela empresa ou pelo empregador


doméstico, mensalmente, junto com o salário, efetivando-se a compensação quando
do recolhimento das contribuições.

 Quando o pagamento do salário não for mensal, o salário-família será pago


juntamente com o último pagamento relativo ao mês.

O pagamento do salário-família será devido a partir da


data da apresentação da certidão de nascimento do
filho ou da documentação relativa ao equiparado,
estando condicionado à apresentação anual de atestado
de vacinação obrigatória, até seis anos de idade (meses
de novembro), e de comprovação semestral de
frequência à escola do filho ou equiparado, a partir dos
sete anos de idade (meses de maio e de novembro).

A comprovação de frequência escolar será feita mediante apresentação de documento


emitido pela escola, na forma de legislação própria, em nome do aluno, onde conste o
registro de frequência regular ou de atestado do estabelecimento de ensino, comprovando
a regularidade da matrícula e frequência escolar do aluno.

O empregado doméstico deve apresentar apenas a certidão de nascimento.

Quando o salário-família for pago pela Previdência Social, no caso de empregado, não é
obrigatória a apresentação da certidão de nascimento do filho ou documentação relativa ao
equiparado, no ato do requerimento do benefício, uma vez que esta informação é de
responsabilidade da empresa, órgão gestor de mão-de-obra ou sindicato de trabalhadores
avulsos, no atestado de afastamento.
56

• Tendo havido divórcio, separação judicial ou de fato dos pais,


ou em caso de abandono legalmente caracterizado ou perda do
poder familiar, o salário-família passará a ser pago
diretamente àquele a cujo cargo ficar o sustento do menor, ou
a outra pessoa, se houver determinação judicial nesse sentido;

• Para efeito de concessão e manutenção do salário-família, o segurado deve firmar


termo de responsabilidade, no qual se comprometa a comunicar à empresa ou ao INSS
qualquer fato ou circunstância que determine a perda do direito ao benefício, ficando
sujeito, em caso do não cumprimento, às sanções penais e trabalhistas;

• O empregado deve dar quitação à empresa, sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra


de cada recebimento mensal do salário-família, na própria folha de pagamento ou por
outra forma admitida, de modo que a quitação fique plena e claramente caracterizada;

• A falta de comunicação oportuna de fato que implique cessação do salário-família, bem


como a prática, pelo empregado, de fraude de qualquer natureza para o seu
recebimento, autoriza a empresa, o INSS, o sindicato ou órgão gestor de mão-de-
obra, conforme o caso, a descontar dos pagamentos de cotas devidas com relação a
outros filhos ou, na falta delas, do próprio salário do empregado ou da renda mensal do
seu benefício, o valor das cotas indevidamente recebidas, sem prejuízo das sanções
penais cabíveis;

• As cotas do salário-família não serão incorporadas, para qualquer efeito, ao salário ou


ao benefício;

• A empresa ou o empregador doméstico conservarão durante 10 (dez) anos os


comprovantes de pagamento e as cópias das certidões correspondentes, para
fiscalização da Previdência Social.

O direito ao salário-família cessa automaticamente: por morte do filho ou equiparado, a


contar do mês seguinte ao do óbito; quando o filho ou equiparado completar quatorze anos
de idade, salvo se inválido, a contar do mês seguinte ao da data do aniversário; pela
recuperação da capacidade do filho ou equiparado inválido, a contar do mês seguinte ao da
cessação da incapacidade; pelo desemprego ou óbito do segurado.
57

PENSÃO POR MORTE

Situações Específicas:

b) Verificação de direito adquirido – Não será concedida pensão por morte aos
dependentes do segurado que falecer após a perda desta qualidade, salvo se
preenchidos os requisitos para obtenção de aposentadoria. Em sendo verificado o
direito, “aposentar-se-á o morto” para que se possa gerar a pensão por morte em
favor de seus dependentes, sem efeitos pecuniários anteriores ao óbito.

c) A pensão por morte somente será devida ao filho e ao irmão cuja invalidez tenha
ocorrido antes da emancipação ou de completar a idade de vinte e um anos, desde que
reconhecida ou comprovada, pela perícia médica do INSS, a continuidade da invalidez
até a data do óbito do segurado. O dependente menor de idade que se invalidar antes
de completar vinte e um anos deverá ser submetido a exame médico-pericial, não se
extinguindo a respectiva cota se confirmada a invalidez.

d) O pensionista inválido está obrigado, até os 60 (sessenta) anos de idade e sob pena de
suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da previdência social,
processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento
dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são
facultativos.
58

e) A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos em
parte iguais. Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão
cessar.

f) A pensão poderá ser concedida, em caráter provisório, por morte presumida, mediante
sentença declaratória de ausência, expedida por autoridade judiciária, a contar da data
de sua emissão; ou em caso de desaparecimento do segurado por motivo de catástrofe,
acidente ou desastre, a contar da data da ocorrência, mediante prova hábil. Contudo,
verificado o reaparecimento do segurado, o pagamento da pensão cessa imediatamente,
ficando os dependentes desobrigados da reposição dos valores recebidos, salvo má-fé.

g) Perde o direito à pensão por morte, após o


trânsito em julgado, o condenado pela prática de crime de
que tenha dolosamente resultado a morte do segurado.

h) Perde o direito à pensão por morte o cônjuge, o companheiro ou a companheira se


comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união estável,
ou a formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário,
apuradas em processo judicial no qual será assegurado o direito ao contraditório e à
ampla defesa.

O DIREITO À PERCEPÇÃO DA PENSÃO POR MORTE CESSARÁ:

I - pela morte do pensionista;

II - para filho, pessoa a ele equiparada ou irmão, de ambos os sexos, ao completar 21 (vinte
e um) anos de idade, salvo se for inválido ou com deficiência;

III - para filho ou irmão inválido, pela cessação da invalidez;

IV - pelo decurso do prazo de recebimento de pensão pelo cônjuge, companheiro ou


companheira,

V - para cônjuge ou companheiro:


59

a) se inválido ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da


deficiência, respeitados os períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas
“b” e “c”;

b) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18


(dezoito) contribuições mensais, incluindo contribuições vertidas a RPPS, ou se o
casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes
do óbito do segurado;

c) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do


beneficiário na data de óbito do segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18
(dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do
casamento ou da união estável:

IDADE DO CÔNJUGE OU COMPANHEIRO NA DURAÇÃO DA COTA INDIVIDUAL DA


DATA DO ÓBITO DO SEGURADO PENSÃO POR MORTE
Menos de 21 anos de idade 03 anos
Entre 21 e 26 anos de idade 06 anos
Entre 27 e 29 anos de idade 10 anos
Entre 30 e 40 anos de idade 15 anos
Entre 41 e 43 anos de idade 20 anos
A partir dos 44 anos de idade Vitalícia

OBS: Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e desde que nesse período se verifique o
incremento mínimo de um ano inteiro na média nacional única, para ambos os sexos,
correspondente à expectativa de sobrevida da população brasileira ao nascer, poderão ser
fixadas, em números inteiros, novas idades para formação da tabela supra, em ato do Ministro
de Estado da Previdência Social, limitado o acréscimo na comparação com as idades anteriores
ao referido incremento.

Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida na alínea “a” ou os prazos previstos na alínea
“c”, se o óbito do segurado decorrer de acidente de qualquer natureza ou de doença
profissional ou do trabalho, independentemente do recolhimento de 18 (dezoito) contribuições
mensais ou da comprovação de 2 (dois) anos de casamento ou de união estável.

Data do Início do Benefício da Pensão Por Morte - A pensão por morte será devida ao
conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data:

• Do óbito, quando requerido até noventa dias depois;

• Do requerimento, quando requerida após o prazo de noventa dias, observando que a


data de início do benefício será a data do óbito, aplicados os devidos
reajustamentos até a data de início do pagamento, não sendo devida qualquer
importância relativa ao período anterior à data de entrada do requerimento;

• Da decisão judicial, no caso de morte presumida.


60

PENSÃO POR MORTE – ALTERAÇÕES DA LEI 13.135/2015

COM BASE NA SEGUINTE SITUAÇÃO HIPOTÉTICA, EXPLICAR-SE-Á AS PRINCIPAIS


ALTERAÇÕES DA LEI 8.213/91, PROMOVIDAS PELA LEI 13.135/2015, REFERENTE AO
DIREITO À PENSÃO POR MORTE DE CÔNJUGES/COMPANHEIRO(A)S. SALIENTA-SE
QUE SE APLICA AO AUXÍLIO-RECLUSÃO AS REGRAS DA PENSÃO POR MORTE, NO
QUE COUBER.

SE JOAQUIM, SEGURADO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, FALECEU EM 01 /08/201 5,


DEIXANDO MARIA, DE 35 ANOS DE IDADE, VIÚVA, CONCLUI- SE QUE. . .

1. SE JOAQUIM REALIZOU MAIS DE 18 CONTRIBUIÇÕES, E FAZIA MAIS DE


DOIS ANOS QUE ERA CASADO COM MARIA, ESTA RECEBERÁ A SUA COTA DE
PENSÃO POR MORTE DURANTE 15 ANOS, CONFORME A TABELA ABAIXO:

IDADE DO CÔNJUGE OU DURAÇÃO DA COTA INDIVIDUAL DA


COMPANHEIRO NA DATA DO ÓBITO PENSÃO POR MORTE
DO SEGURADO
Menos de 21 anos de idade 03 anos
Entre 21 e 26 anos de idade 06 anos
Entre 27 e 29 anos de idade 10 anos
Entre 30 e 40 anos de idade 15 anos
Entre 41 e 43 anos de idade 20 anos
A partir dos 44 anos de idade Vitalícia

2. SE JOAQUIM MORREU EM VIRTUDE DE ACIDENTE, OU DE DOENÇA


PROFISSIONAL OU DO TRABALHO, MARIA RECEBERÁ A SUA COTA DE
PENSÃO POR MORTE DURANTE 15 ANOS, POIS NESSA SITUAÇÃO NÃO
IMPORTARÁ O TEMPO DE CASAMENTO, TAMPOUCO O TEMPO EM QUE
ESTAVAM CASADOS.

3. SE JOAQUIM REALIZOU MAIS DE 18 CONTRIBUIÇÕES EM VIDA, MAS NÃO


FAZIA DOIS ANOS QUE ERA CASADO COM MARIA, ESTA RECEBERÁ A SUA
COTA DE PENSÃO POR MORTE DURANTE 4 MESES.

4. SE JOAQUIM NÃO REALIZOU MAIS DE 18 CONTRIBUIÇÕES EM VIDA, MAS


FAZIA MAIS DE DOIS ANOS QUE ERA CASADO COM MARIA, ESTA
RECEBERÁ A SUA COTA DE PENSÃO POR MORTE DURANTE 4 MESES.
61

5. SE JOAQUIM NÃO POSSUÍA NEM 18 CONTRIBUIÇÕES, TAMPOUCO FAZIA


MAIS DE DOIS ANOS QUE ESTAVA CASADO COM MARIA, ESTA RECEBERÁ
SUA COTA DE PENSÃO POR MORTE DURANTE 4 MESES.

6. SE MARIA ERA INVÁLIDA, A PENSÃO POR MORTE SERÁ PAGA À VIÚVA


ENQUANTO PERDURAR A INVALIDEZ, OU SEJA, TENDE A SER VITALÍCIA,
INDEPENDENTEMENTE DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADO
FALECIDO E DO CASAMENTO/UNIÃO ESTÁVEL.

AUXÍLIO-RECLUSÃO

O auxílio-reclusão é o benefício devido aos dependentes do segurado de baixa renda


que vir a ser preso. Sua concessão depende do atendimento de um série de requisitos:

 Quanto à prisão: É cabível o benefício


em casos de reclusão em regime fechado ou
semi-aberto, prisões preventivas e cumprimento
de medida socioeducativa (menores de 18 anos).

 Quanto ao segurado preso: Para que o


benefício seja concedido, o segurado não pode
estar recebendo remuneração da empresa,
aposentadoria, auxílio-doença ou abono de
permanência em serviço.

Verificadas as situações supra, e em atendimento ao preceito legal que institui e conceitua


o benefício de auxílio-reclusão, urge verificar se o segurado possui baixa renda.
Atualmente (11/2015), considera-se de baixa renda o segurado cujo último salário-de-
contribuição não ultrapassa R$ 1.089,72.

Manutenção do benefício: Concedido o auxílio-reclusão, deve o dependente (beneficiário)


apresentar ao INSS, de três em três meses, certidão da SUSEPE em que conste se o
segurado continua preso e qual o regime da prisão. Em caso de cumprimento de medida
socioeducativa, deve ser apresentado ofício atualizado do Juizado da Infância e da
Juventude.

Forma de cálculo: Valor equivalente ao de uma aposentadoria por invalidez, sendo que o
valor final do benefício poderá ultrapassar o patamar de R$ 1.089,72.
62

 O valor da pensão por morte devida aos dependentes do segurado recluso que,
nessa condição, exercia atividade remunerada será obtido mediante a realização de
cálculo com base no novo tempo de contribuição e salários-de-contribuição
correspondentes, neles incluídas as contribuições recolhidas enquanto recluso,
facultada a opção pela pensão com valor correspondente ao do auxílio-reclusão.

 Se houver exercício de atividade dentro do período de fuga, o mesmo será


considerado para a verificação da perda ou não da qualidade de segurado.

 A data de início do benefício do auxílio-reclusão será fixada na data do efetivo


recolhimento do segurado à prisão, se requerido até noventa dias depois desta; ou
na data do requerimento, se posterior.

 Aplica-se ao auxílio-reclusão as regras da pensão por morte, no que couber.

AUXÍLIO-DOENÇA

O auxílio-doença pode ser concedido em três modalidades: na forma típica, que, em regra,
exigirá do segurado o cumprimento de uma carência mínima de 12 (doze) contribuições,
quando da ocorrência da incapacidade; em decorrência de acidente de qualquer natureza,
isenta de carência; ou em decorrência de acidente de trabalho, também isenta. Todos os
segurados podem gozar do benefício na forma típica ou em decorrência de acidente de
qualquer natureza; mas somente os segurados empregados, trabalhadores avulsos ou
especiais sofrem acidentes de trabalho.
63

AUXÍLIO-DOENÇA TÍPICO

No auxílio-doença típico, o segurado fica incapacitado para o


trabalho em razão do desenvolvimento natural de uma moléstia.
As doenças psiquiátricas, tais como depressão ou vício em
drogas, geralmente se enquadram nessa modalidade.

Em regra, esse tipo de auxílio-doença exige do segurado o cumprimento de uma carência


mínima de 12 (doze) contribuições mensais para fins de carência. Porém, o segurado que,
após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em
lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3
(três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou
outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento
particularizado, terão o benefício concedido independentemente do cumprimento de
carência mínima.

Isentam a carência as seguintes moléstias: tuberculose ativa, alienação mental, esclerose


múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante,
cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave,
hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante),
contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão
da medicina especializada.
64

Entende-se como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem traumática e por
exposição a agentes exógenos (físicos, químicos e biológicos), que acarrete lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, a perda, ou a redução permanente ou temporária da
capacidade laborativa.

AUXÍLIO-DOENÇA DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRABALHO

Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de


empregador doméstico ou pelo exercício da atividade dos trabalhadores avulsos,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
65

EQUIPARAM-SE AO ACIDENTE DE TRABALHO

O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o
trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;

O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário


do trabalho, em consequência de ato de agressão,
sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou
companheiro de trabalho; ofensa física intencional,
inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada
ao trabalho; ato de imprudência, de negligência ou de
imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;
ato de pessoa privada do uso da razão; e desabamento,
inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou
decorrentes de força maior;

A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua


atividade;

Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras


necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado
no exercício do trabalho.

O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho na execução
de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; na prestação
espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar
proveito; em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do
meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; e no percurso da
residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de
locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Não se caracteriza como acidente de trabalho o acidente de trajeto sofrido pelo


segurado que, por interesse pessoal, tiver interrompido ou alterado o percurso
habitual.
66

NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará caracterizada


a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico
epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da
empresa ou do empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora da incapacidade
elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID), em conformidade com o que
dispuser o regulamento.

Considera-se agravo a lesão, doença, transtorno de


saúde, distúrbio, disfunção ou síndrome de evolução
aguda, subaguda ou crônica, de natureza clínica ou
subclínica, inclusive morte, independentemente do
tempo de latência.

Reconhecidos pela perícia médica do INSS a


incapacidade para o trabalho e o nexo entre o
trabalho e o agravo, serão devidas as prestações
acidentárias a que o beneficiário tenha direito.

A empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação do nexo técnico


epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo, da empresa, do
empregador doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos da Previdência Social.
Nesse caso, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da ciência da decisão, a empresa ou
empregador doméstico formulará as alegações que entender necessárias e apresentará as
provas que possuir demonstrando a inexistência de nexo entre o trabalho e o agravo.

A documentação probatória poderá trazer, entre outros meios de prova, evidências


técnicas circunstanciadas e tempestivas à exposição do segurado, podendo ser produzidas
no âmbito de programas de gestão de risco, a cargo da empresa, que possuam responsável
técnico legalmente habilitado.

COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO

A empresa ou o empregador doméstico


deverão comunicar o acidente do trabalho à
Previdência Social até o primeiro dia útil
seguinte ao da ocorrência e, em caso de
morte, de imediato, à autoridade
competente, sob pena de multa variável
entre o limite mínimo e o limite máximo do
salário de contribuição, sucessivamente
aumentada nas reincidências, aplicada e
cobrada pela Previdência Social.
67

Da comunicação receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o


sindicato a que corresponda a sua categoria.

Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado,


seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer
autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazos previstos. Porém, tal
comunicação não exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento de sua
obrigação.

Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do


início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da
segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este
efeito o que ocorrer primeiro.

RESPONSABILIDADE CIVIL E AÇÃO REGRESSIVA

Nos casos de negligência quanto às normas de segurança e saúde do trabalho indicadas para
a proteção individual e coletiva, a previdência social proporá ação regressiva contra os
responsáveis.

A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de


proteção e segurança da saúde do trabalhador.

Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as


normas de segurança e higiene do trabalho.

É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da


operação a executar e do produto a manipular.

O Ministério do Trabalho e Emprego, com base em informações fornecidas


trimestralmente pelo Ministério da Previdência Social relativas aos dados de acidentes e
doenças do trabalho constantes das comunicações de acidente de trabalho registradas no
período, encaminhará à Previdência Social os respectivos relatórios de análise de acidentes
do trabalho com indícios de negligência quanto às normas de segurança e saúde do trabalho
que possam contribuir para a proposição de ações judiciais regressivas

COMPROVAÇÃO DA INCAPACIDADE LABORATIVA

A previdência social deve processar de ofício o benefício, quando tiver ciência da


incapacidade do segurado sem que este tenha requerido auxílio-doença. Porém, todo o
segurado deverá submeter-se a exame médico pericial.

O médico perito do INSS terá duas missões: Fixar a DID e a DII do segurado.

 DID (data do início da doença) é a data aproximada em que se iniciam os sinais e


sintomas da doença.
68

 DII (data do início da incapacidade) é a data aproximada em que os sintomas se


tornaram significativos, a ponto de incapacitar o segurado para o trabalho.

Após, dependendo do caso, deverá fixar a data de provável alta, que em princípio faz
cessar o benefício, sendo passível de revisão por pedido de prorrogação ou de
reconsideração, a critério do segurado.

Nos casos de impossibilidade de realização de perícia médica pelo órgão ou setor próprio
competente, assim como de efetiva incapacidade física ou técnica de implementação das
atividades e de atendimento adequado à clientela da previdência social, o INSS poderá,
sem ônus para os segurados, celebrar, nos termos do regulamento, convênios, termos de
execução descentralizada, termos de fomento ou de colaboração, contratos não onerosos
ou acordos de cooperação técnica para realização de perícia médica, por delegação ou
simples cooperação técnica, sob sua coordenação e supervisão, com órgãos e entidades
públicos ou que integrem o Sistema Único de Saúde (SUS);

Considerando que não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao RGPS já
portador de doença ou lesão invocada como causa para a concessão do benefício, salvo
quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou
lesão, a análise do direito ao auxílio-doença, após parecer médico-pericial, deverá levar em
consideração:

 Se a DID e a DII forem fixadas anteriormente à primeira contribuição,


não caberá a concessão do benefício;

 Se a DID for fixada anterior ou posteriormente à primeira contribuição


e a DII for fixada posteriormente à décima segunda contribuição, será
devida a concessão do benefício;

 Se a DID for fixada anterior ou posteriormente à primeira contribuição


e a DII for fixada anteriormente à décima segunda contribuição, não
caberá a concessão do benefício, salvo se isento de carência.
69

O segurado em gozo de auxílio-doença está obrigado, independentemente de sua idade e


sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da previdência
social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento
dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são
facultativos.

O segurado empregado, inclusive o doméstico, em gozo de auxílio-doença será considerado


pela empresa e pelo empregador doméstico como licenciado.

A empresa que garantir ao segurado licença remunerada ficará obrigada a pagar-lhe


durante o período de auxílio-doença a eventual diferença entre o valor deste e a
importância garantida pela licença.

MÚLTIPLAS ATIVIDADES

Ao segurado que exercer mais de uma atividade abrangida pela Previdência Social, e
estando incapacitado para uma ou mais atividades, inclusive em decorrência de acidente do
trabalho, será concedido um único benefício.

No caso de incapacidade apenas para o exercício de uma das atividades, o direito ao


benefício deverá ser analisado com relação somente a essa atividade, devendo a perícia
médica ser conhecedora de todas as atividades que o segurado estiver exercendo.

O cálculo do benefício levará em conta somente os salários-de-contribuição referentes à


atividade da qual está se afastando, e poderá ser inferior ao salário-mínimo.

O segurado em gozo de auxílio-doença, inclusive decorrente de acidente do trabalho, que


ficar incapacitado para qualquer outra atividade que exerça, cumulativamente ou não,
deverá ter o seu benefício revisto para inclusão dos salários-de-contribuição.

Quando o segurado que exercer mais de uma atividade se incapacitar definitivamente para
uma delas, deverá o auxílio-doença ser mantido indefinidamente, não cabendo sua
transformação em aposentadoria por invalidez, enquanto essa incapacidade não se estender
às demais atividades.

O segurado que durante o gozo do auxílio-doença vier a exercer atividade que lhe garanta
subsistência poderá ter o benefício cancelado a partir do retorno à atividade. Caso o
segurado, durante o gozo do auxílio-doença, venha a exercer atividade diversa daquela que
gerou o benefício, deverá ser verificada a incapacidade para cada uma das atividades
exercidas.
70

CÁLCULO DO AUXÍLIO-DOENÇA

O auxílio-doença é calculado com base no salário-de-benefício, sobre o qual incidirá um


coeficiente de 91% (renda mensal inicial), não importando a modalidade do benefício (típico,
por acidente de qualquer natureza ou por acidente de trabalho).

O auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos 12 (doze)
salários-de-contribuição, inclusive em caso de remuneração variável, ou, se não
alcançado o número de 12 (doze), a média aritmética simples dos salários-de-
contribuição existentes.

DATA DO INÍCIO DO BENEFÍCIO

A DIB do auxílio-doença será fixada:

 No décimo sexto dia do afastamento da atividade para o segurado empregado, exceto o


doméstico;

 Na DII, para os demais segurados, quando requerido até o trigésimo dia do


afastamento da atividade ou da cessação das contribuições; ou

 Na DER (data de entrada do requerimento/protocolo), quando requerido após o


trigésimo dia do afastamento da atividade ou da cessação das contribuições para todos
os segurados.

Quando o acidentado empregado não se afastar do trabalho no dia do acidente, os quinze


dias de responsabilidade da empresa serão contados a partir da data que ocorrer o
afastamento.

No caso da DII do segurado ser fixada quando este estiver em gozo de férias ou licença-
prêmio ou qualquer outro tipo de licença remunerada, o prazo de quinze dias de
responsabilidade da empresa, será contado a partir do dia seguinte ao término das férias
ou da licença.

Se o segurado empregado, por motivo de doença, afastar-se do trabalho durante quinze


dias, retornando à atividade no décimo sexto dia, e se dela voltar a se afastar dentro de
sessenta dias desse retorno, em decorrência da mesma doença, fará jus ao auxílio doença a
partir da data do novo afastamento.
71

Se concedido novo benefício decorrente da mesma doença dentro de sessenta dias


contados da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do pagamento
relativo aos quinze primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefício anterior e
descontando-se os dias trabalhados, se for o caso.

CESSAÇÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA

Cessará o auxílio-doença: a) por morte do segurado; b) por alta médica; c) pela concessão
de aposentadoria (por tempo de contribuição, especial ou por idade); d) pela conversão do
benefício em aposentadoria por invalidez; e) pela reabilitação do segurado em outra
atividade que lhe garanta subsistência.

SERVIÇO DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

Reabilitação profissional é um serviço colocado à disposição dos segurados e dos


dependentes, por meio do qual o INSS possibilita melhorar a capacitação profissional
daqueles que possuem incapacidade total ou parcial, buscando reinseri-los no mercado de
trabalho.

O segurado em gozo de auxílio-doença, insuscetível de recuperação para sua atividade


habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para exercício de
outra atividade, não cessando o benefício até que seja dado como habilitado para o
desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência.

O atendimento aos beneficiários passíveis de


reabilitação profissional deverá ser descentralizado e
funcionar preferencialmente nas APS, conduzido por
equipes técnicas constituídas por peritos médicos e por
servidores de nível superior com atribuições de execução
das funções básicas do processo de avaliação do
potencial laborativo; orientação e acompanhamento do
programa profissional; articulação com a comunidade,
inclusive mediante celebração de convênio para
reabilitação física, restrita a segurados que cumpriram
os pressupostos de elegibilidade ao Programa de Reabilitação Profissional, com vistas ao
reingresso no mercado de trabalho; e acompanhamento e pesquisa de fixação no mercado
de trabalho.

Quando indispensáveis ao desenvolvimento do programa de Reabilitação Profissional, o


INSS fornecerá aos beneficiários os seguintes recursos materiais: a) órteses, que são
aparelhos para correção ou complementação de funcionalidade; b) próteses, que são
aparelhos para substituição de membros ou parte destes; c) auxílio-transporte urbano,
intermunicipal e interestadual, que consiste no pagamento de despesas com o deslocamento
do beneficiário de seu domicílio para atendimento na APS e para avaliações, cursos e/ou
treinamentos em empresas e/ou instituições na comunidade; d) auxílio-alimentação, que
consiste no pagamento de despesas referentes aos gastos com alimentação (almoço ou
72

jantar) aos beneficiários em programa profissional com duração de oito horas; e) diárias; f)
implemento profissional, que consiste no conjunto de materiais indispensáveis para o
desenvolvimento da formação ou do treinamento profissional, compreendendo material
didático, uniforme, instrumentos e equipamentos técnicos, inclusive os de proteção
individual (EPI); g) instrumento de trabalho, composto de um conjunto de materiais
imprescindíveis ao exercício de uma atividade laborativa, de acordo com o Programa de
Habilitação/Reabilitação Profissional desenvolvido.

Concluído o processo de habilitação ou reabilitação social e


profissional, a Previdência Social emitirá certificado
individual, indicando as atividades que poderão ser exercidas
pelo beneficiário, nada impedindo que este exerça outra
atividade para a qual se capacitar.

A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por
cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas
portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:

até 200 empregados 2%


de 201 a 500 3%
de 501 a 1 . 000 4%
de 1 . 001 em diante 5%

A dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficiente habilitado ao final de contrato por


prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias, e a imotivada, no contrato por prazo
indeterminado, só poderá ocorrer após a contratação de substituto de condição
semelhante.

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida a carência exigida,


quando for o caso, será devida ao segurado que, estando ou não em
gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e
insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe
garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nessa
condição.

A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da


verificação da condição de incapacidade, mediante exame médico-
pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas
expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.
73

O valor da aposentadoria por invalidez é baseado no salário-de-benefício, com RMI


equivalente a 100%, sem qualquer desconto pertinente ao tempo de contribuição do
segurado ou a sua idade.

CESSAÇÃO DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

A Perícia Médica do INSS deverá rever o benefício de


aposentadoria por invalidez, inclusive o decorrente de
acidente do trabalho, a cada dois anos, contados da data
de seu início, para avaliar a persistência, atenuação ou o
agravamento da incapacidade para o trabalho, alegada
como causa de sua concessão.

Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez,


exceto no caso de retorno voluntário à atividade, serão observadas as normas
seguintes:

• Quando a recuperação for total e ocorrer dentro de cinco anos contados da


data do início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a
antecedeu sem interrupção, o beneficio cessará: a) de imediato, para o
segurado empregado que tiver direito a retornar à função que
desempenhava na empresa ao se aposentar, na forma da legislação
trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado de
capacidade fornecido pela Previdência Social; ou b) após tantos meses
quantos forem os anos de duração do auxílio-doença e da aposentadoria por
invalidez, para os demais segurados;

• Quando a recuperação for parcial ou ocorrer após cinco anos contados da


data do início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a
antecedeu sem interrupção, ou ainda quando o segurado for declarado apto
para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a
aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade: a) pelo seu
valor integral, durante seis meses contados da data em que for verificada a
recuperação da capacidade; b) com redução de cinquenta por cento, no
período seguinte de seis meses; c) com redução de setenta e cinco por
cento, também por igual período de seis meses, ao término do qual cessará
definitivamente.
74

O aposentado por invalidez que se julgar apto a retornar a atividade


deverá solicitar a realização de nova avaliação médico-pericial.

O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à


atividade e permanecer trabalhando terá sua aposentadoria cessada
administrativamente a partir da data do retorno.

ADICIONAL DE ACOMPANHANTE

O aposentado por invalidez que necessitar de


acompanhamento permanente faz jus à bonificação de 25%,
ou adicional de acompanhante, nos seguintes casos: 1 -
Cegueira total; 2 - Perda de nove dedos das mãos ou superior
a esta; 3 - Paralisia dos dois membros superiores ou
inferiores; 4 - Perda dos membros inferiores, acima dos pés,
quando a prótese for impossível; 5 - Perda de uma das mãos e
de dois pés, ainda que a prótese seja possível; 6 - Perda de
um membro superior e outro inferior, quando a prótese for
impossível; 7 - Alteração das faculdades mentais com grave
perturbação da vida orgânica e social; 8 - Doença que exija
permanência contínua no leito; 9 - Incapacidade permanente
para as atividades da vida diária.

O adicional é devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal e é
recalculado quando o benefício que lhe deu origem é reajustado. A bonificação cessa com a
morte do aposentado, não sendo incorporado ao valor da pensão por morte.

É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia médica do Instituto


Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de
saúde, contratado ou conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para
expedição do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção
tributária.

DA NECESSIDADE DE NOVA PERÍCIA MÉDICA

O aposentado por invalidez e o pensionista inválido estarão isentos do exame médico


pericial após completarem 60 (sessenta) anos de idade. A isenção não se aplica quando o
exame tem as seguintes finalidades: I - verificar a necessidade de assistência permanente
de outra pessoa para a concessão do acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o
valor do benefício, II - verificar a recuperação da capacidade de trabalho, mediante
solicitação do aposentado ou pensionista que se julgar apto, III - subsidiar autoridade
judiciária na concessão de curatela.
75

Para efeito de curatela, no caso de interdição do beneficiário, a autoridade judiciária pode


louvar-se no laudo médico-pericial da Previdência Social.

AUXÍLIO-ACIDENTE

O auxílio-acidente é devido aos segurados empregado, trabalhador


avulso, empregado doméstico ou especial quando, em consequência
de um acidente, ocorre a consolidação de sequelas definitivas que
incapacitam o segurado de forma parcial.

Possui caráter vitalício e natureza indenizatória, e pode ser


recebido junto com outros benefícios, inclusive auxílio-doença,
desde que não oriunda do mesmo fato. Se for concedido um auxílio-
doença em razão da mesma moléstia que deu azo à concessão do
auxílio-acidente, este é suspenso.

A concessão de aposentadorias (invalidez, idade, especial ou tempo


de contribuição) implica a cessação do auxílio-acidente, que compõe a base de cálculo da
aposentadoria a ser concedida.

Para fins de apuração do salário-de-benefício de qualquer aposentadoria precedida de


auxílio-acidente, o valor mensal deste será somado ao salário-de-contribuição, não
podendo o total apurado ser superior ao limite máximo do salário-de-contribuição.

Assim, o auxílio-acidente somente será cessado pela morte do segurado ou pela concessão
de aposentadoria. Também será cessado se o segurado optar pela concessão de outro
auxílio-acidente, se mais vantajoso.

O auxílio-acidente é calculado com base no salário-de-benefício, com aplicação de


uma renda mensal inicial equivalente a 50%. Seu valor pode ser inferior ao salário-
mínimo.

A data de início do auxílio-acidente é fixada no dia imediatamente posterior à alta


do auxílio-doença acidentário.

A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do


auxílio-acidente quando, além do reconhecimento do nexo entre o trabalho e o
agravo, resultar, comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para o
trabalho que o segurado habitualmente exercia.

Cabe a concessão de auxílio-acidente oriundo de acidente de qualquer natureza


ocorrido durante o período de manutenção da qualidade de segurado, desde que
atendidas às condições inerentes à espécie.
76

PLANOS DE APOSENTADORIA NO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

Com exceção da aposentadoria por invalidez, todas as aposentadorias exigem do segurado o


cumprimento de uma carência mínima de 180 contribuições. Os segurados do Regime Geral
de Previdência Social podem requerer as aposentadorias por tempo de contribuição, por
idade ou especial.

Considera-se tempo de contribuição o lapso transcorrido, de data a data, desde a admissão


na empresa ou o início de atividade vinculada à Previdência Social Urbana e Rural, ainda que
anterior à sua instituição, até a dispensa ou o afastamento da atividade, descontados os
períodos legalmente estabelecidos como de suspensão do contrato de trabalho, de
interrupção de exercício e de desligamento da atividade.

São contados como tempo de contribuição, entre outros:

• O de serviço militar obrigatório, o voluntário e o alternativo, que serão


certificados na forma da lei, por autoridade competente, desde que não tenham
sido computados para inatividade remunerada nas Forças Armadas ou para
aposentadoria no serviço público;

• O período em que a segurada esteve recebendo salário-maternidade;

• O de atividade anterior à filiação obrigatória, desde que devidamente comprovado


e indenizado;

• O período de benefício por incapacidade não decorrente de acidente do trabalho


recebido entre períodos de atividade, ou seja, entre o afastamento e a volta ao
trabalho, no mesmo ou em outro emprego ou atividade;

• O período de benefício por incapacidade por acidente do trabalho intercalado ou


não com período de atividade ou contribuição na categoria de facultativo;

• As contribuições efetivadas por segurado facultativo, após o pagamento da


primeira contribuição em época própria, desde que não tenha transcorrido o prazo
previsto para a perda da qualidade de segurado;

• O tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior à competência


novembro de 1991.
77

APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO INTEGRAL

REQUISITOS PARA CONCESSÃO

Não há exigência de idade mínima para fins de concessão dessa espécie de aposentadoria;
contudo, o benefício é calculado com base no salário-de-benefício, com incidência do fator
previdenciário. Assim, se um segurado se aposenta precocemente, acaba por receber
proventos reduzidos, em razão da parca idade e da alta expectativa de vida. A RMI da
aposentadoria por tempo de contribuição integral equivale a 100% do salário-de-benefício.

APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DO PROFESSOR

REQUISITOS PARA CONCESSÃO


78

Assim como a aposentadoria por tempo de contribuição integral, a aposentadoria por tempo
de contribuição do professor é calculada com base no salário-de-benefício, com incidência
do fator previdenciário. A RMI também equivale a 100% do salário-de-benefício.

Para fins de concessão de aposentadoria por tempo de contribuição de professor, poderão


ser computados os períodos de atividades exercidas pelo professor como docentes, a
qualquer título; ou em funções de diretor de unidade escolar, de coordenação e
assessoramento pedagógico, inclusive de administração, de planejamento, de supervisão, de
inspeção e de orientação educacional. Os zeladores de escola e as tias da merenda não
possuem direito ao benefício.

Considera-se, também, como tempo de serviço para aposentadoria por tempo de


contribuição de professor o de serviço público federal, estadual, do Distrito Federal ou
municipal; o de benefício por incapacidade, recebido entre períodos de atividade de
magistério; e o de benefício por incapacidade decorrente de acidente do trabalho,
intercalado ou não.

APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL

A aposentadoria por tempo de contribuição proporcional foi criada em virtude das


alterações promovidas pela Emenda Constitucional nº 20, de 16 de dezembro de 1998, que
majorou o tempo mínimo exigido dos segurados para fins de aposentadoria.

Antes da emenda, bastavam 30 anos de contribuição aos homens, e 25 anos de contribuição


às mulheres, para que tivessem aposentadoria concedida. A emenda, porém, alterou o tempo
mínimo para fins de concessão de aposentadoria para 35 anos de contribuição aos
segurados homens, e para 30 anos de contribuição para as seguradas mulheres.

Quem já havia cumprido os requisitos necessários à concessão da aposentadoria antes da


vigência da EC nº 20/1998, foi amparado pelo instituto do direito adquirido. Porém, os
segurados que não fecharam os requisitos possuíam mera expectativa de direitos.

Os segurados inscritos no RGPS até o dia 16 de dezembro de 1998, vigência da Emenda


Constitucional nº 20, desde que cumprida a carência exigida, terão direito à aposentadoria
por tempo de contribuição com renda mensal proporcional, desde que cumpridos os
seguintes requisitos, cumulativamente:
79

HOMENS MULHERES
53 ANOS DE IDADE 48 ANOS DE IDADE
30 ANOS DE CONTRIBUIÇÃO 25 ANOS DE CONTRIBUIÇÃO +
+ PEDÁGIO PEDÁGIO

Assim como a aposentadoria por tempo de contribuição integral, a aposentadoria por tempo
de contribuição proporcional é calculada com base no salário-de-benefício, com incidência
do fator previdenciário. A RMI parte de 70% do salário-de-benefício.

APOSENTADORIA POR IDADE URBANA

Se o critério das aposentadorias por tempo de contribuição é um tempo mínimo de


atividade, as aposentadorias por idade, tanto a urbana quanto a rural, têm como critério o
requisito etário.
80

Como é calculado o benefício? Pela apuração do salário-de-benefício, com incidência do


fator previdenciário. A renda mensal inicial corresponde a 70% + 1% ao ano, até o limite de
100%.

APOSENTADORIA POR IDADE RURAL

A aposentadoria por idade rural é devida aos trabalhadores rurais, sejam eles empregados,
trabalhadores avulsos, contribuintes individuais ou segurados especiais, e sua concessão
depende do cumprimento dos seguintes requisitos:

Requisito próprio do benefício: Comprovação de atividade rural por, no mínimo, 180 meses,
imediatamente anteriores à data de entrada do requerimento da aposentadoria, ou à data
de implementação do requisito etário, mesmo que o exercício da atividade tenha se
realizado de forma descontínua.

É necessário deter a qualidade de segurado rural na data de entrada do requerimento ou na


data em que o requerente completa o requisito etário. É exceção à regra nas
aposentadorias, que não exigem que o segurado detenha tal qualidade para sua concessão.

Como é calculado o benefício? Pela apuração do salário-de-benefício, com incidência do


fator previdenciário. A renda mensal inicial corresponde a 70% + 1% ao ano, até o limite de
100%. Se se tratar de segurado especial, fica garantido o benefício no valor do salário-
mínimo nacional.

APOSENTADORIA COMPULSÓRIA

A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa,


desde que o segurado empregado tenha cumprido o período de
carência e completado 70 (setenta) anos de idade, se do sexo
masculino, ou 65 (sessenta e cinco) anos, se do sexo feminino,
sendo compulsória, caso em que será garantida ao empregado a
indenização prevista na legislação trabalhista, considerada
como data da rescisão do contrato de trabalho a
imediatamente anterior à do início da aposentadoria.
81

APOSENTADORIA ESPECIAL

A aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência mínima exigida (180 contribuições)
será devida ao segurado empregado, ao trabalhador avulso e ao cooperado filiado à
cooperativa de trabalho ou de produção (contribuinte individual), desde que tenha
trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso, exposto de modo
permanente, não ocasional nem intermitente, a condições especiais que prejudiquem a saúde
ou a integridade física.

Para fazer jus à aposentadoria especial, o segurado deverá comprovar a efetiva exposição
aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à
saúde ou à integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do
benefício. Tal comprovação é realizada através da juntada, no processo administrativo de
aposentadoria, do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP).

A presença no ambiente de trabalho de agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos em


humanos, listados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, será suficiente para a
comprovação de efetiva exposição do trabalhador

PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO

O PPP constitui-se em um documento histórico-laboral do trabalhador que reúne, entre


outras informações, dados administrativos, registros ambientais e resultados de
monitoração biológica, durante todo o período em que este exerceu suas atividades.

Toda a empresa ou equiparada à empresa deverá preencher o formulário PPP, de forma


individualizada para seus empregados, trabalhadores avulsos e cooperados, que laborem
expostos a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes
prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para fins de concessão de
aposentadoria especial, ainda que não presentes os requisitos para a concessão desse
benefício, seja pela eficácia dos equipamentos de proteção, coletivos ou individuais, seja
por não se caracterizar a permanência.
82

O PPP deverá ser emitido pela empresa empregadora, no


caso de empregado; pela cooperativa de trabalho ou de
produção, no caso de cooperado filiado; pelo órgão gestor
de mão-de-obra, no caso de trabalhador avulso portuário e
pelo sindicato da categoria, no caso de trabalhador avulso
não portuário.

A empresa ou equiparada à empresa deve elaborar, manter atualizado o PPP para os


segurados referidos no caput, bem como fornecer a estes, quando da rescisão do contrato
de trabalho ou da desfiliação da cooperativa, sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra,
conforme o caso, cópia autêntica desse documento.

O PPP deverá ser atualizado sempre que houver alteração que implique mudança das
informações contidas nas suas seções, com a atualização feita pelo menos uma vez ao ano,
quando permanecerem inalteradas suas informações.

O PPP deverá ser assinado por representante legal da empresa, com poderes específicos
outorgados por procuração, contendo a indicação dos responsáveis técnicos legalmente
habilitados, por período, pelos registros ambientais e resultados de monitoração biológica,
observando que esta não necessita, obrigatoriamente, ser juntada ao processo, podendo ser
suprida por apresentação de declaração da empresa informando que o responsável pela
assinatura do PPP está autorizado a assinar o respectivo documento.

DA CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM

O Perito Médico Previdenciário - PMP emitirá parecer técnico na avaliação dos benefícios
por incapacidade e realizará análise médico-pericial dos benefícios de aposentadoria
especial, elaborando relatório conclusivo no processo administrativo ou judicial que trata da
concessão, revisão ou recurso dos referidos benefícios, inclusive para fins de custeio. A
conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum
dar-se-á de acordo com a seguinte tabela:

MULTIPLICADORES
TEMPO A CONVERTER
MULHER (PARA 30) HOMEM (PARA 35)

DE 15 ANOS 2,00 2,33

DE 20 ANOS 1,50 1,75

DE 25 ANOS 1,20 1,40

CÁLCULO DO BENEFÍCIO

Como é calculado o benefício? Pela apuração do salário-de-benefício, SEM incidência do


fator previdenciário. A renda mensal inicial corresponde a 100%, ou seja, a aposentadoria
especial é integral e não leva em consideração a idade do segurado ao se aposentar, uma
vez que não há interferência do fator previdenciário.
83

OBSERVAÇÃO: O segurado que retornar ao exercício de atividade ou operação que o


sujeite aos riscos e agentes nocivos, ou nele permanecer, na mesma ou em outra empresa,
qualquer que seja a forma de prestação do serviço ou categoria de segurado, será
imediatamente notificado da cessação do pagamento de sua aposentadoria especial, no
prazo de sessenta dias contado da data de emissão da notificação, salvo comprovação,
nesse prazo, de que o exercício dessa atividade ou operação foi encerrado.

APOSENTADORIA ESPECIAL DO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA

A CF/88 preconiza, no art. 201, § 1º, que é vedada a adoção de


requisitos e critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência
social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando
se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos
definidos em lei complementar.

Editada em 08 de maio de 2013, a Lei Complementar 142 dispõe


sobre as regras de concessão das aposentadorias por tempo de
contribuição e por idade dos segurados portadores de deficiência.

APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO


DO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA

Observado o cumprimento de uma carência mínima de 180 contribuições, a aposentadoria


por tempo de contribuição do segurado portador de deficiência será concedida a homens e
mulheres em razão de seu grau de deficiência de acordo com a seguinte tabela:

GRAU DE TEMPO MÍNIMO DE CONTRIBUIÇÃO


DEFICIÊNCIA HOMENS MULHERES
LEVE 33 ANOS 28 ANOS
MODERADA 29 ANOS 24 ANOS
GRAVE 25 ANOS 20 ANOS

A aposentadoria por tempo de contribuição do segurado portador de deficiência é calculada


com base no salário-de-benefício, com aplicação facultativa do fator previdenciário,
incidindo uma renda mensal inicial de 100%.
84

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

• A avaliação da deficiência será médica e funcional. O grau de deficiência será


atestado por perícia própria do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, por
meio de instrumentos desenvolvidos para esse fim.

• A existência de deficiência anterior à data da vigência da Lei Complementar


deverá ser certificada, inclusive quanto ao seu grau, por ocasião da primeira
avaliação, sendo obrigatória a fixação da data provável do início da deficiência.

• A comprovação de tempo de contribuição na condição de segurado com deficiência


em período anterior à entrada em vigor da Lei Complementar não será admitida
por meio de prova exclusivamente testemunhal.

SEGURADO QUE, APÓS A FILIAÇÃO AO RGPS, SE TORNA DEFICIENTE OU TEM


SEU GRAU DE DEFICIÊNCIA ALTERADO

Se o segurado, após a filiação ao RGPS, tornar-se pessoa com deficiência, ou tiver seu grau
de deficiência alterado, o tempo de contribuição a cumprir será proporcionalmente
ajustado, considerando-se o número de anos em que o segurado exerceu atividade laboral
sem deficiência e com deficiência, observado o grau de deficiência correspondente, nos
seguintes termos:

HOMENS
TEMPO A MULTIPLICADORES
CONVERTER PARA 25 PARA 29 PARA 33 PARA 35
DE 25 ANOS 1,00 1,16 1,32 1,40
DE 29 AN0S 0,86 1,00 1,14 1,21
DE 33 ANOS 0,76 0,88 1,00 1,06
DE 35 ANOS 0,71 0,83 0,94 1,00

MULHERES
TEMPO A MULTIPLICADORES
CONVERTER PARA 20 PARA 24 PARA 28 PARA 30
DE 20 ANOS 1,00 1,20 1,40 1,50
DE 24 ANOS 0,83 1,00 1,17 1,25
DE 28 ANOS 0,71 0,86 1,00 1,07
DE 30 ANOS 0,67 0,80 0,93 1,00

O grau de deficiência preponderante será aquele em que o segurado cumpriu maior tempo
de contribuição, antes da conversão, e servirá como parâmetro para definir o tempo mínimo
necessário para a aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência e
para a conversão. Quando o segurado contribuiu alternadamente na condição de pessoa sem
deficiência e com deficiência, os respectivos períodos poderão ser somados, após aplicação
da conversão.
85

CONVERSÃO DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL PARA FINS DE


APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

A redução do tempo de contribuição da pessoa com deficiência, prevista na Lei


Complementar no 142/2013, não poderá ser acumulada, no tocante ao mesmo período
contributivo, com a redução assegurada aos casos de atividades exercidas sob condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

É, contudo, garantida a conversão do tempo de contribuição cumprido em condições


especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física do segurado, inclusive da pessoa
com deficiência, para fins da aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com
deficiência, se resultar mais favorável ao segurado, conforme tabela abaixo:

HOMENS
TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES
PARA 15 PARA 20 PARA 25 PARA 29 PARA 33
DE 15 ANOS 1,00 1,33 1,67 1,93 2,20
DE 20 ANOS 0,75 1,00 1,25 1,45 1,65
DE 25 ANOS 0,60 0,80 1,00 1,16 1,32
DE 29 ANOS 0,52 0,69 0,86 1,00 1,14
DE 33 ANOS 0,45 0,61 0,76 0,88 1,00

MULHERES
TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES
PARA 15 PARA 20 PARA 24 PARA 25 PARA 28
DE 15 ANOS 1,00 1,33 1,60 1,67 1,87
DE 20 ANOS 0,75 1,00 1,20 1,25 1,40
DE 24 ANOS 0,63 0,83 1,00 1,04 1,17
DE 25 ANOS 0,60 0,80 0,96 1,00 1,12
DE 28 ANOS 0,54 0,71 0,86 0,89 1,00

É vedada a conversão do tempo de contribuição da pessoa com deficiência para fins de


concessão da aposentadoria especial.

APOSENTADORIA POR IDADE DO SEGURADO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA

A aposentadoria por idade da pessoa com deficiência, cumprida a carência, é devida ao


segurados aos 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de
idade, se mulher, independentemente do grau de deficiência, desde que cumprido tempo
mínimo de contribuição de 15 (quinze) anos e comprovada a existência de deficiência
durante igual período.

Na aposentadoria por idade da pessoa com deficiência, a renda mensal inicial será de 70%
mais 1% do salário de benefício por grupo de 12 contribuições mensais. O valor dessa
aposentadoria não pode exceder a 100% do salário de benefício. Aplica-se facultativamente
o fator previdenciário.
86

OUTRAS QUESTÕES RELATIVAS A APOSENTADORIAS

PAGAMENTO DAS APOSENTADORIAS

Em regra, as aposentadorias por idade, por tempo de contribuição ou especial são pagas a
contar da data de entrada do requerimento formalizado pelo segurado. No entanto, ao
segurado desempregado fica resguardado o direito de receber a aposentadoria desde a
data do desligamento da ultima atividade, se requerida até o nonagésimo dia subsequente
ao do afastamento do trabalho.

QUALIDADE DE SEGURADO

A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à aposentadoria para cuja


concessão tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em vigor à
época em que estes requisitos foram atendidos. Tal regra não se aplica às aposentadorias
por idade rural.

IMPOSSIBILIDADE ADMINISTRATIVA DE DESAPOSENTAÇÃO

As aposentadorias por idade, tempo de contribuição e especial concedidas pela previdência


social, são irreversíveis e irrenunciáveis. O segurado pode desistir do seu pedido de
aposentadoria desde que manifeste esta intenção e requeira o arquivamento definitivo do
pedido antes da ocorrência do primeiro de um dos seguintes atos: Recebimento do primeiro
pagamento do benefício ou saque do respectivo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço ou
do Programa de Integração Social.

DESCONTOS AUTORIZADOS EM BENEFÍCIOS

O benefício concedido a segurado ou dependente não pode ser objeto de penhora, arresto
ou sequestro, sendo nula de pleno direito a sua venda ou cessão, ou a constituição de
qualquer ônus sobre ele, bem como a outorga de poderes irrevogáveis ou em causa própria
para seu recebimento, ressalvadas as seguintes prestações: Contribuições devidas pelo
segurado à previdência social; Pagamentos de benefícios além do devido, exceto se o erro
se der em razão de fraude; Imposto de renda na fonte; Alimentos decorrentes de
sentença judicial; Mensalidades de associações e demais entidades de aposentados
legalmente reconhecidas, desde que autorizadas por seus filiados, e mediante conveniência
administrativa do Setor de Benefícios do INSS; pagamento de empréstimos,
financiamentos, cartões de crédito e operações de arrendamento mercantil concedidos por
instituições financeiras e sociedades de arrendamento mercantil, ou por entidades
fechadas ou abertas de previdência complementar, públicas e privadas, quando
expressamente autorizado pelo beneficiário, até o limite de 35% (trinta e cinco por cento)
do valor do benefício, sendo 5% (cinco por cento) destinados exclusivamente para: a)
amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou b) utilização com a
finalidade de saque por meio do cartão de crédito.
87

OUTROS TEMAS RELEVANTES

CERTIDÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Para efeito dos benefícios previstos no Regime Geral de Previdência Social ou no serviço
público é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na atividade privada,
rural e urbana, e do tempo de contribuição ou de serviço na administração pública, hipótese
em que os diferentes sistemas de previdência social se compensarão financeiramente.

A compensação financeira será feita ao sistema a que o interessado estiver vinculado ao


requerer o benefício pelos demais sistemas, em relação aos respectivos tempos de
contribuição ou de serviço.

Não será computado como tempo de contribuição, para efeito dos benefícios previstos em
regimes próprios de previdência social, o período em que o segurado contribuinte individual
ou facultativo tiver contribuído na forma do Plano Simplificado de Previdência Social, salvo
se houver a respectiva complementação.

O tempo de contribuição ou de serviço de será contado de acordo com a legislação


pertinente, observadas as normas seguintes:

• Não será admitida a contagem em dobro ou em outras condições especiais;

• É vedada a contagem de tempo de serviço público com o de atividade privada, quando


concomitantes;

• Não será contado por um sistema o tempo de serviço utilizado para concessão de
aposentadoria pelo outro;

• O tempo de serviço anterior ou posterior à obrigatoriedade de filiação à Previdência Social


só será contado mediante indenização da contribuição correspondente ao período
respectivo, com acréscimo de juros moratórios de zero vírgula cinco por cento ao mês,
capitalizados anualmente, e multa de dez por cento.

Quando a soma dos tempos de serviço ultrapassar 30 (trinta) anos, se do sexo feminino, e
35 (trinta e cinco) anos, se do sexo masculino, o excesso não será considerado para
qualquer efeito.
88

O benefício resultante de contagem de tempo de serviço será concedido e pago pelo


sistema a que o interessado estiver vinculado ao requerê-lo, e calculado na forma da
respectiva legislação.

O tempo de contribuição para RPPS ou RGPS pode ser provado com certidão fornecida pelo
setor competente da administração federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, suas
autarquias e fundações relativamente ao tempo de contribuição para o respectivo RPPS; ou
pelo setor competente do INSS, quando o tempo de serviço/contribuição exercido estiver
amparado pelo RGPS.

O segurado em gozo de auxílio-acidente, auxílio-suplementar ou abono de permanência em


serviço terá o benefício encerrado na data da emissão da certidão de tempo de
contribuição.

JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA

A Justificação Administrativa constitui-se em recurso utilizado para suprir a falta ou


insuficiência de documento ou para produzir prova de fato ou circunstância de interesse
dos beneficiários, perante a Previdência Social.

A Justificação Administrativa, no caso de comprovação de tempo de serviço, de


dependência econômica, de identidade ou de relação de parentesco, somente produzirá
efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova
exclusivamente testemunhal, exceto na comprovação de tempo de serviço ou contribuição
quando da ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito.

Caracteriza motivo de força maior ou caso fortuito a verificação de ocorrência notória,


tais como incêndio, inundação ou desmoronamento, que tenha atingido a empresa na qual o
segurado alega ter trabalhado, devendo ser comprovada mediante registro da ocorrência
policial feito em época própria ou apresentação de documentos contemporâneos aos fatos,
e verificada a correlação entre a atividade da empresa e a profissão do segurado.

Deverá constar no registro da ocorrência policial ou da certidão do corpo de bombeiro ou


da defesa civil, além da identificação da empresa atingida pelo sinistro, o endereço, os
setores atingidos, a documentação destruída, os danos causados, assim como outras
informações julgadas úteis.
89

A Justificação Administrativa será processada por servidor especialmente designado pela


chefia da APS ou chefia de benefício, devendo a escolha recair em funcionários que
possuam habilidade para a tomada de depoimentos e declarações e que tenham
conhecimento da matéria objeto da Justificação Administrativa.

A homologação da JA, quanto à forma é de competência do processante, devendo o mesmo


pronunciar-se quanto à existência de incidentes ou outras ocorrências a serem registradas,
inclusive se deixou de tomar algum depoimento, por estar legalmente impedida, o que
deverá ser justificado.

A homologação da JA quanto ao mérito é de competência da autoridade que autorizou o seu


processamento, observando que a Chefia de Benefícios ou Chefia da APS são as
autoridades competentes para designar o processante.

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito


ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de
concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês
seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando
for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão
indeferitória definitiva, no âmbito administrativo.

Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveria ter


sido paga, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas
ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela
Previdência Social, salientando que não corre prescrição contra
os absolutamente incapazes.

ACUMULAÇÃO DE BENEFÍCIOS

Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o recebimento conjunto dos seguintes
benefícios, inclusive quando decorrentes de acidentes do trabalho:

Aposentadoria com auxílio-doença;

Auxílio-acidente com auxílio-doença, do mesmo acidente ou da mesma doença que o


gerou;

Aposentadoria com auxílio-acidente;

Mais de uma aposentadoria;

Aposentadoria com abono de permanência em serviço;


90

Salário-maternidade com auxílio-doença;

Mais de um auxílio-doença, inclusive acidentário;

Mais de um auxílio-acidente;

Mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro, facultado o direito de opção
pela mais vantajosa;

Pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro com auxílio-reclusão de cônjuge
ou companheiro, facultado o direito de opção pelo mais vantajoso;

Mais de um auxílio-reclusão de instituidor cônjuge ou companheiro, facultado o direito


de opção pelo mais vantajoso;

Auxílio-reclusão pago aos dependentes, com auxílio-doença, aposentadoria ou abono de


permanência em serviço do segurado recluso;

Seguro-desemprego com qualquer benefício de prestação continuada da Previdência


Social, exceto pensão por morte, auxílio-reclusão, auxílio-acidente, auxílio-suplementar
e abono de permanência em serviço.

RECURSOS ADMINISTRATIVOS

Das decisões proferidas pelo INSS poderão os interessados, quando não conformados,
interpor recurso ordinário às Juntas de Recursos do Conselho de Recursos da Previdência
Social.

Das decisões proferidas no julgamento do recurso ordinário, ressalvadas as matérias de


alçada das Juntas de Recursos, poderão os segurados, as empresas e os órgãos do INSS,
quando não conformados, interpor recurso especial às Câmaras de Julgamento, na forma do
91

Regimento Interno do CRPS. É de trinta dias o prazo comum às partes para a interposição
de recurso e para o oferecimento de contrarrazões, contados:

 Para o segurado e para a empresa, a partir da data da intimação da decisão;

 Para o INSS, a partir da data da protocolização do recurso ou da entrada do


recurso pelo interessado ou representante legal na unidade do INSS que proferiu
a decisão, devendo esta ocorrência ficar registrada nos autos, prevalecendo a
data que ocorrer primeiro.

O recurso intempestivo do interessado não gera qualquer efeito, mas deve ser encaminhado
ao respectivo órgão julgador com as devidas contrarrazões do INSS, onde deve estar
apontada a ocorrência da intempestividade. Contudo, a intempestividade não impede a
revisão de ofício pelo INSS quando verificada a incorreção da decisão administrativa.

DO SERVIÇO SOCIAL

Compete ao Serviço Social esclarecer junto aos beneficiários seus direitos sociais e os
meios de exercê-los e estabelecer conjuntamente com eles o processo de solução dos
problemas que emergirem da sua relação com a Previdência Social, tanto no âmbito interno
da instituição como na dinâmica da sociedade. Será dada prioridade aos segurados em
benefício por incapacidade temporária e atenção especial aos aposentados e pensionistas.

Para assegurar o efetivo atendimento dos usuários serão utilizadas intervenção técnica,
assistência de natureza jurídica, ajuda material, recursos sociais, intercâmbio com
empresas e pesquisa social, inclusive mediante celebração de convênios, acordos ou
contratos. O Serviço Social terá como diretriz a participação do beneficiário na
implementação e no fortalecimento da política previdenciária, em articulação com as
associações e entidades de classe e prestará assessoramento técnico aos Estados e
Municípios na elaboração e implantação de suas propostas de trabalho.
92

ASSISTÊNCIA SOCIAL

A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social


não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado
de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades
básicas.

OBJETIVOS

• A proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da


incidência de riscos, especialmente: a proteção à família, à maternidade, à infância,
à adolescência e à velhice; o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; a
promoção da integração ao mercado de trabalho; a habilitação e reabilitação das
pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; e a
garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao
idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la
provida por sua família;

• A vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade


protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de
vitimizações e danos;

• A defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto
das provisões socioassistenciais.

PRINCÍPIOS

• Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de


rentabilidade econômica;

• Universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação


assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;

• Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e


serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se
qualquer comprovação vexatória de necessidade;

• Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer


natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais;

• Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem


como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua
concessão.
93

DIRETRIZES

• Descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo;

• Participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação


das políticas e no controle das ações em todos os níveis;

• Primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência


social em cada esfera de governo.

• É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à


inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária
líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de despesas com pessoal
e encargos sociais; serviço da dívida; qualquer outra despesa corrente não vinculada
diretamente aos investimentos ou ações apoiados.

BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com


deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir
meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. Não pode ser
acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da seguridade social ou de outro
regime, salvo os da assistência médica e da pensão especial de natureza indenizatória,
sendo que a condição de acolhimento em instituições de longa permanência não prejudica o
direito do idoso ou da pessoa com deficiência ao benefício de prestação continuada.

GRUPO FAMILIAR E RENDA PER CAPTA

O grupo familiar é composto pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na


ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados
solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto.

Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família


cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo.

A renda familiar mensal deverá ser declarada pelo requerente ou seu representante legal,
sujeitando-se aos demais procedimentos previstos no regulamento para o deferimento do
pedido.

PESSOA COM DEFICIÊNCIA

É aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
94

Considera-se impedimento de longo prazo, aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo de
2 (dois) anos.

A concessão do benefício ficará sujeita à avaliação da deficiência e do


grau de impedimento, composta por avaliação médica e avaliação social
realizadas por médicos peritos e por assistentes sociais do Instituto
Nacional de Seguro Social - INSS.

A remuneração da pessoa com deficiência na condição de aprendiz não


será considerada para fins do cálculo da renda familiar.

OUTROS PONTOS RELEVANTES

© O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para
avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem.

© O pagamento do benefício cessa no momento em que forem superadas as


condições que deram azo à concessão, ou em caso de morte do beneficiário.

© O benefício será cancelado quando se constatar irregularidade na sua


concessão ou utilização.

© O desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras ou educacionais e a


realização de atividades não remuneradas de habilitação e reabilitação, entre
outras, não constituem motivo de suspensão ou cessação do benefício da pessoa
com deficiência.

© A cessação do benefício de prestação continuada concedido à pessoa com


deficiência não impede nova concessão do benefício, desde que atendidos os
requisitos definidos em regulamento.

NOVIDADES DA LEI

O benefício de prestação continuada será suspenso pelo órgão concedente quando a pessoa
com deficiência exercer atividade remunerada, inclusive na condição de
microempreendedor individual.

Extinta a relação trabalhista ou a atividade empreendedora e, quando for o caso, encerrado


o prazo de pagamento do seguro-desemprego e não tendo o beneficiário adquirido direito a
qualquer benefício previdenciário, poderá ser requerida a continuidade do pagamento do
benefício suspenso, sem necessidade de realização de perícia médica ou reavaliação da
deficiência e do grau de incapacidade para esse fim, respeitado o período de revisão de 2
anos.

A contratação de pessoa com deficiência como aprendiz não acarreta a suspensão do


benefício de prestação continuada, limitado a 2 (dois) anos o recebimento concomitante da
remuneração e do benefício.
95

QUESTÕES CESPE/UNB

1. A Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo n.º 4.682/1923), considerada o marco da


Previdência Social no Brasil, criou as caixas de aposentadoria e pensões das
empresas de estradas de ferro, sendo esse sistema mantido e administrado pelo
Estado.

2. Será segurado obrigatório da previdência social o indivíduo que, na condição de


diretor, prestar serviços a uma fábrica de tecidos, em caráter não eventual, sob
subordinação e mediante remuneração

3. O contribuinte individual que trabalha por conta própria, sem relação de emprego,
não faz jus à aposentadoria por tempo de contribuição.

4. Rita foi contratada para trabalhar na residência de Zuleica, em atividade sem fins
lucrativos, mediante o recebimento de um salário mínimo por mês. Nessa situação
hipotética, a contribuição destinada à seguridade social a cargo de Rita será de 8%
sobre o valor de um salário mínimo.

5. Os períodos em que o segurado recebe benefício previdenciário por incapacidade


decorrente de acidente do trabalho, de forma contínua ou não, não são contados
como tempo de contribuição.

6. Caso Maria comprove necessitar de assistência permanente de outra pessoa, ela


fará jus ao valor da aposentadoria por ela recebida acrescido de 25%, ainda que
ultrapasse o teto de pagamento de benefícios do RGPS, acréscimo que cessará com
sua morte, visto que não é incorporável ao valor da pensão a ser paga a seus
dependentes.

7. De acordo com entendimento do STF, o princípio da preexistência do custeio em


relação ao benefício ou serviço aplica-se à seguridade social financiada por toda
sociedade, estendendo-se às entidades de previdência privada.

8. O fato de um dos integrantes do seu núcleo familiar desempenhar atividade urbana


não implica, por si só, a descaracterização do trabalhador rural como segurado
especial, devendo-se proceder à análise do caso concreto.

9. Em regra, mantêm a qualidade de segurado por até doze meses, independentemente


de contribuições, o segurado empregado, o avulso, o doméstico e o facultativo.

10. No contexto brasileiro de adesão às medidas neoliberais, ocorre um processo de


restrição aos direitos sociais e privatização de serviços públicos essenciais. Como
consequência dessa realidade, os direitos da seguridade social passaram a orientar-
se pela seletividade e pela privatização, ao mesmo tempo em que ocorreu a
ampliação dos programas assistenciais.
96

11. Conforme a Lei Orgânica da Saúde, o dever do Estado de garantir a saúde consiste
na formulação e na execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução
de riscos de doenças e de outros agravos, bem como ao estabelecimento de
condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para
promoção, proteção e recuperação da saúde.

12. Os princípios orientadores das políticas de seguridade social incluem a


universalidade, principalmente na saúde; a uniformidade e a equivalência na
previdência urbana e rural; a irredutibilidade do valor dos benefícios; e a
diversidade da base de financiamento.

13. O fator previdenciário é utilizado com a finalidade de reduzir o valor da renda de


benefícios, quando o segurado o requer em idade considerada precoce. No entanto,
de acordo com a legislação previdenciária, ele é utilizado para o cálculo da renda
mensal inicial das aposentadorias por tempo de contribuição, por idade e especial.

14. O direito de requerer pensão por morte decai após dez anos da morte do segurado.

15. A doença do trabalho considerada acidente de trabalho é aquela adquirida ou


desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e
que com ele se relacione diretamente, conforme rol constante em norma
previdenciária. Em caso excepcional, entretanto, ainda que não prevista em norma,
poderá ser considerada doença do trabalho aquela que resultar das condições
especiais em que o trabalho seja executado e que com ele se relacione diretamente.

16. Segundo a legislação, é vedado ao segurado receber mais de uma aposentadoria do


RGPS. Entretanto, não há impedimento a que o segurado receba aposentadoria por
idade desse regime e aposentadoria por tempo de contribuição do serviço público.

17. É presumida, por força de lei, a dependência econômica dos pais do segurado para
fins de atribuição da qualidade de dependentes.

18. A lei de benefícios previdenciários prevê expressamente que o menor sob guarda do
segurado filiado ao RGPS é seu dependente, havendo discussão jurisprudencial a
respeito do tema, dada a existência de normas contrárias no ordenamento jurídico
nacional.

19. A lei prevê que o período de graça do segurado obrigatório seja acrescido de doze
meses no caso de ele estar desempregado, exigindo-se, em todo caso, conforme
entendimento do STJ e da Turma Nacional de Uniformização (TNU), que essa
situação seja comprovada por registro no órgão próprio do MTE.

20. O fator previdenciário só incidirá na aposentadoria por idade quando a sua aplicação
for mais vantajosa ao segurado.

21. Conforme a jurisprudência do STF, a irredutibilidade do valor dos benefícios é


garantida constitucionalmente, seja para assegurar o valor nominal, seja para
97

assegurar o valor real dos benefícios, independentemente dos critérios de reajuste


fixados pelo legislador ordinário.

22. Situação hipotética: Howard, cidadão norte-americano, domiciliado no Brasil, foi


aqui contratado pela empresa brasileira X, para trabalhar, por tempo
indeterminado, em sua filial situada no Canadá. A maior parte do capital votante
dessa filial canadense é da empresa X, constituída sob as leis brasileiras e com
sede e administração no Brasil. Assertiva: Nessa situação, Howard deverá estar,
necessariamente, vinculado ao RGPS como segurado empregado.

23. O trabalhador de empresa de conservação e limpeza que presta serviços a diversos


hospitais e que recebe adicional de insalubridade, por, eventualmente, manter
contato com lixo hospitalar de natureza tóxica, tem direito a aposentar-se com
tempo reduzido de contribuição, já que trabalha em condições especiais
prejudiciais a sua saúde.

24. Considere que Albertina tenha trabalhado como empregada da empresa FC


Máquinas Ltda. durante o período de junho/1992 a dezembro/2003, quando foi
demitida. Ainda desempregada, em junho/2006, sofreu um atropelamento que a
incapacitou temporariamente para o trabalho. Nessa situação, Albertina não terá
direito ao recebimento de auxílio-doença porque já perdeu a qualidade de segurada.

25. Maria, contribuinte individual do Regime Geral de Previdência Social, em virtude de


problemas em sua gestação, teve que antecipar seu parto em dois meses. Nessa
situação, considerando a legislação previdenciária de regência, Maria deve ter pago
no mínimo dez contribuições mensais para ter direito ao benefício previdenciário
denominado salário-maternidade.

26. Considere que Pedro explore, individualmente, em sua propriedade rural, atividade
de produtor agropecuário em área contínua equivalente a 3 módulos fiscais, em
região do Pantanal mato-grossense, e que, durante os meses de dezembro, janeiro e
fevereiro de cada ano, explore atividade turística na mesma propriedade,
fornecendo hospedagem rústica. Nessa situação, Pedro é considerado segurado
especial.

27. O valor dos benefícios de prestação continuada pagos pela previdência social,
inclusive o salário-maternidade, será calculado com base no salário-de-benefício.

28. Considere que Maria receba salário-maternidade. Nessa situação, não haverá
desconto da contribuição previdenciária do valor desse benefício.

29. Rogério, na condição de titular, registrou na junta comercial competente firma


individual, para prestação de serviços de limpeza e manutenção de piscinas. Nessa
situação, por sua condição de titular da referida firma, Rogério é considerado
segurado obrigatório do Regime Geral da Previdência Social.
98

30. Não se insere na condição de segurado especial o membro de grupo familiar que
possuir outra fonte de rendimento, salvo no caso de percepção dos benefícios de
pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do
menor benefício de prestação continuada da previdência social.

31. O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), órgão superior de deliberação


colegiada, é composto por representantes do governo e da sociedade civil
(aposentados e pensionistas, trabalhadores em atividade e empregadores), sendo
correto afirmar que a composição do CNPS representa uma forma de concretização
do caráter democrático e descentralizado da administração da previdência social.

32. Como o direito à proteção da seguridade social, no Brasil, é garantido apenas aos
segurados de um dos regimes previdenciários previstos em lei, o indivíduo que não
contribui para nenhum desses regimes não faz jus à referida proteção.

33. Caso, no mês em curso, Pedro complete sessenta e cinco anos de idade, então, a
partir do próximo mês ele terá direito ao benefício da aposentadoria por idade,
cujo valor da renda mensal deverá ser de 100% do valor do salário-de-benefício.

34. O contribuinte individual que trabalhe por conta própria — sem vinculação a pessoa
jurídica, portanto — e o segurado facultativo que optarem pelo regime simplificado
de recolhimento — com arrecadação baseada na alíquota de 11% — não terão direito
a aposentar-se por tempo de contribuição.

35. De acordo com a CF, a gestão administrativa da seguridade social deve ser
tripartite, ou seja, formada por trabalhadores, empregadores e governo.

36. Conforme entendimento do STF, não há incidência de contribuição previdenciária


nos benefícios do RGPS, incluído o salário-maternidade.

37. O trabalhador que recebe auxílio-doença é obrigado a realizar exame médico


periódico e, se constatado que não pode retornar para sua atividade habitual, deve
participar do programa de reabilitação profissional para o exercício de outra
atividade, prescrito e custeado pela Previdência Social, sob pena de ter o benefício
suspenso.

38. Pedro, segurado obrigatório do RGPS, era casado com Solange, brasileira e
empregada na embaixada do Sudão, de quem jamais se divorciou ou se separou
judicialmente. Atualmente, Pedro vive com Carla e é tutor de Sofia, com 12 anos de
idade, filha de seu irmão falecido. Com referência a essa situação hipotética, julgue
os itens seguintes quanto aos beneficiários do RGPS, na forma da Lei n.º
8.213/1991. Sofia pode figurar como dependente de Pedro, desde que essa
condição seja declarada e que seja demonstrada a dependência econômica.

39. Davi, segurado da previdência social, após sofrer acidente, passou a receber
auxílio-doença. Como as sequelas deixadas pelo acidente implicaram a redução da
sua capacidade para o trabalho que habitualmente exercia, Davi pleiteou o auxílio-
99

acidente. Nessa situação, o auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao


da cessação do auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou
rendimento auferido por Davi.

40. Segundo a legislação sobre os planos de benefícios da previdência social, o período


de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o
beneficiário faça jus ao benefício.

41. Via de regra, para a concessão da aposentadoria por idade no RGPS, é necessário,
além de ter completado a idade mínima exigida, que o requerente comprove o
recolhimento efetivo de cento e oitenta contribuições mensais; no caso de o
requerente ser segurado especial, ele deve provar tempo mínimo de efetivo
exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período
imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número
de meses de contribuições mensais exigido dos segurados não especiais.

42. A inscrição do segurado trabalhador avulso no RGPS ocorre pelo cadastramento e


registro no sindicato ou órgão gestor de mão de obra.

43. Pedro mantém vínculo com o Regime Geral da Previdência Social (RGPS) há doze
anos e quatro meses, em função do exercício de atividade laboral na condição de
empregado de empresa privada urbana. Pedro é viúvo e mora em companhia de seu
único filho, Jorge, de dezenove anos de idade. Com referência a essa situação
hipotética, julgue os seguintes itens. Se Pedro vier a falecer no presente mês, seu
filho Jorge terá direito a pensão por morte, que consiste em renda mensal
correspondente a 91% da média aritmética simples dos maiores salários-de-
contribuição de Pedro.

44. A lei vigente veda a cumulação de auxílio-acidente com aposentadoria.

45. As diretrizes que fundamentam a organização da assistência social são a


descentralização político-administrativa para os estados, o Distrito Federal e os
municípios, e comando único em cada esfera de governo; a participação da
população, mediante organizações representativas, na formulação das políticas e no
controle das ações; e a prevalência da responsabilidade do Estado na condução da
política de assistência social.

46. Situação hipotética: Ricardo, segurado facultativo do RGPS, havia recolhido dez
contribuições mensais quando, devido a problemas financeiros, teve de deixar de
recolher novas contribuições durante nove meses. Após se restabelecer
financeiramente, Ricardo voltou a contribuir, mas, após quatro meses de
contribuição, ele foi acometido por uma doença que o incapacitou para o trabalho
durante vinte dias. Assertiva: Nessa situação, embora a doença de Ricardo exija
carência para o gozo do benefício de auxílio-doença, este perceberá o referido
auxílio devido ao fato de ter readquirido a qualidade de segurado a partir do
recolhimento de um terço do número de contribuições exigidas para o gozo do
auxílio-doença.
100

47. O bolsista remunerado que se dedica em tempo integral à pesquisa e o segurado


recolhido à prisão sob regime fechado — e que, nesta condição, exerça atividade
artesanal por conta própria dentro da unidade prisional — são segurados
obrigatórios do RGPS.

48. Conforme entendimento do STJ, síndico de condomínio que receber remuneração


pelo exercício dessa atividade será enquadrado como contribuinte individual do
RGPS, ao passo que o síndico isento da taxa condominial, por não ser remunerado
diretamente, não será considerado contribuinte do RGPS.

49. Desde que tenha sido intercalado com o exercício de atividade laborativa, o período
em que o segurado se beneficiar de auxílio-doença deverá ser considerado para fins
de cômputo de carência e para o cálculo do tempo de contribuição na concessão de
aposentadoria por invalidez, conforme entendimento do STF.

50. A justificação administrativa, utilizada para a comprovação de tempo de serviço, de


dependência econômica, de identidade e de relação de parentesco, deve, para
produzir efeito, estar baseada em prova material, não sendo admitida prova
exclusivamente testemunhal.

51. Ressalvada a pessoa com deficiência, em relação à qual inexiste limite máximo de
idade, o aprendiz, maior de quatorze e menor de vinte e quatro anos de idade, deve
contribuir na qualidade de segurado facultativo.

52. O princípio constitucional que estabelece a uniformidade e a equivalência dos


benefícios e serviços às populações urbanas e rurais representou um avanço na
proteção social do trabalhador rural, que, até a CF, era mais restrita quando
comparada à do trabalhador urbano.

53. Apesar de a Emenda Constitucional n.º 20/1998 ter estabelecido um limite máximo
para o valor dos benefícios do RGPS, esse teto não se aplica ao salário-maternidade
da segurada empregada, devendo o valor do benefício, nesse caso, corresponder à
integralidade da remuneração da empregada, e cabendo à previdência social o seu
pagamento, salvo no tocante à prorrogação por sessenta dias da licença-
maternidade, cujo pagamento ficará a cargo do empregador.

54. Pedro, segurado da previdência social, foi dado como incapaz e insuscetível de
reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência. Nessa
situação, tendo sido cumprida a carência exigida, Pedro terá direito à
aposentadoria por invalidez após o gozo de, no mínimo, dois anos de auxílio-doença.

55. Considere que Joana, há seis meses trabalhando no seu primeiro emprego com
carteira assinada, sem nunca antes haver contribuído com a previdência social,
acaba de dar à luz a sua primeira filha. Nessa situação, Joana não terá direito ao
salário-maternidade, uma vez que a carência para usufruir desse benefício é de, no
mínimo, doze contribuições mensais ao regime geral de previdência social.
101

56. Conforme a Lei Orgânica de Seguridade Social, a seguridade social possui, entre
seus princípios e diretrizes, a irredutibilidade do valor dos benefícios, e, como
forma de garantir esse preceito, o seu financiamento deve ser realizado por duas
fontes — receitas da União e contribuições sociais das empresas empregadoras.

57. O cidadão em gozo de benefício previdenciário mantém a qualidade de segurado,


sem limite de prazo, independentemente de contribuições.

58. O seguro–desemprego veio previsto pela primeira vez na CF/1988.

59. O professor que comprovar tempo exclusivo de dedicação ao magistério na


educação fundamental e nos ensinos médio e superior terá direito a regra especial
de aposentadoria, consistente na redução de cinco anos nos requisitos fixados para
a aposentadoria por tempo de contribuição.

60. A seguridade social rege-se pelo princípio constitucional da solidariedade, segundo


o qual nenhum benefício poderá ser criado sem a correspondente fonte de custeio
total.

61. No âmbito do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), eventuais diferenças


entre a receita arrecadada e a despesa com benefícios são cobertas pelo Tesouro
Nacional, por força da Lei de Custeio da Seguridade Social.

62. As fontes formais do direito previdenciário incluem a CF e as Leis n.º 8.212/1991 e


n.º 8.213/1991.

63. Produtor rural que exerça sua atividade em regime de economia familiar, sem
empregados permanentes, será isento de contribuição para a seguridade social.

64. Embora a Constituição Federal de 1988 (CF) arrole entre os objetivos da


organização da seguridade social o caráter democrático da administração, sua
gestão está a cargo exclusivamente do governo federal.

65. Para o empregado doméstico, considera–se salário de contribuição a remuneração


registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as disposições
normativas pertinentes

66. É segurado obrigatório da Previdência Social, como empregado, o membro de


instituto de vida consagrada.

67. A seguridade social é organizada sob a forma de regime geral único, gerido pelo
INSS, de caráter contributivo, observados os critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial.
102

68. O princípio do caráter democrático da administração da seguridade social preconiza


que sua gestão será quadripartite, com a participação da União, dos estados, dos
municípios e do Distrito Federal.

69. A legislação de regência do RGPS confere ao empregador doméstico a obrigação de


arrecadar e recolher a contribuição previdenciária do segurado empregado
doméstico que lhe presta serviços, juntamente com a parcela a seu cargo.

70. Os aposentados e pensionistas do RGPS deverão contribuir para o financiamento


desse mesmo regime com proventos de seus respectivos benefícios, com a
incidência da mesma alíquota aplicada aos segurados em atividade, desde que o valor
de seus proventos supere o limite máximo estabelecido para o referido regime.

71. A legislação previdenciária veda a concessão do auxílio-acidente quando o segurado,


mesmo sendo vítima de acidente de qualquer natureza, apresentar danos funcionais
ou redução da capacidade funcional sem repercussão na capacidade laborativa.

72. A seguridade social é financiada por toda a sociedade, de forma indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios.

73. Apesar de integrarem a segunda classe de dependentes, os pais poderão fazer jus
ao recebimento de pensão por morte, desde que comprovem a dependência
econômica do segurado a eles, ainda que existam dependentes que integrem a
primeira classe.

74. A incidência do fator previdenciário sobre o cálculo das aposentadorias por tempo
de contribuição contribui para a diminuição de aposentadorias de segurados muito
jovens, bem como para o equilíbrio atuarial do sistema previdenciário.

75. José abriu uma pequena padaria no bairro onde reside e contratou dez funcionários.
Durante os primeiros seis meses de funcionamento do estabelecimento comercial,
José arrecadou as contribuições previdenciárias de seus empregados, descontando-
as das respectivas remunerações, mas não recolheu esses valores aos cofres da
previdência social. Se, até antes do início da ação fiscal, José confessar a dívida e
efetuar espontaneamente o pagamento integral dos valores devidos, prestando as
devidas informações ao órgão da previdência social, a punibilidade de sua conduta
poderá ser extinta.

76. As gorjetas não integram o salário-de-contribuição do segurado empregado filiado


ao RGPS, assim como também não o integra a parcela recebida a título de vale-
transporte.

77. Para fazer jus à aposentadoria por idade prevista no RGPS, como trabalhador
urbano, deve o requerente comprovar, além da carência exigida em lei, ter
completado sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos, se mulher.
103

78. Para fins de obtenção de aposentadoria especial junto ao RGPS, o trabalhador deve
comprovar a exposição efetiva aos agentes nocivos por meio do perfil
profissiográfico previdenciário, documento que deve ser emitido pela empresa ou
por seu preposto e embasar-se em laudo técnico de condições ambientais do
trabalho.

79. Será suspenso o pagamento de pensão por morte de dependente inválido de


segurado do RGPS que se recuse a submeter-se a exame médico-pericial a cargo da
previdência social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e
custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão
de sangue, que são facultativos.

80. Os trabalhadores sob o RGPS devem, obrigatoriamente, recolher a contribuição


previdenciária que incide sobre sua remuneração mensal. Essa obrigação é
extensível aos aposentados e pensionistas desse regime.

81. Caso um professor uruguaio que desempenhe regularmente a função de professor


de universidade privada em Brasília DF queira aposentar-se por tempo de
contribuição pelo RGPS, havendo acordo bilateral de previdência social com o Brasil,
a responsabilidade financeira pelas contribuições previdenciárias referentes ao
tempo de serviço prestado no Uruguai deverá ser suportada por aquele país,
mediante compensação financeira, e, uma vez preenchidos os requisitos segundo a
legislação brasileira, o benefício deverá ser concedido, ainda que não haja na
legislação uruguaia benefício previdenciário dessa natureza, podendo haver a
contagem recíproca do tempo de contribuição no estrangeiro.

82. Uma norma legal que apenas altere o prazo de recolhimento das contribuições
sociais destinadas à previdência social não se sujeitará ao princípio da
anterioridade.

83. A previsão constitucional de um sistema especial de inclusão previdenciária para


atender aos trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se
dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência
atende ao princípio da universalidade da cobertura e do atendimento na seara da
previdência social.

84. Para a concessão dos benefícios de aposentadoria por invalidez e auxílio-doença em


decorrência de acidente do trabalho, a legislação de regência do RGPS dispensa o
cumprimento do período de carência, dado que se trata de evento não programável.

85. É permitido que o segurado do RGPS receba conjuntamente os benefícios de


aposentadoria por tempo de contribuição e auxílio-doença acidentário, desde que
estes decorram de diferentes contingências.

86. Indivíduo que exerce, de forma autônoma, atividade de contador devidamente


reconhecida pelo órgão de classe é considerado, de acordo com a legislação
previdenciária, segurado facultativo.
104

87. Para os fins de cumprimento das obrigações previdenciárias, equiparam-se a


empresa a cooperativa e a associação ou entidade de qualquer natureza ou
finalidade, salvo o condomínio e a fundação sem fins lucrativos

88. Se um segurado da previdência social falecer e deixar como dependentes seus pais
e sua companheira, o benefício de pensão por sua morte deverá ser partilhado
entre esses três dependentes, na proporção de um terço para cada um.

89. Marcelo, que é segurado especial da seguridade social, por ser, na forma da
legislação especial, considerado pequeno produtor rural, foi eleito dirigente do
sindicato representativo dos pequenos produtores rurais. Nessa situação, Marcelo
passará a ser segurado na condição de contribuinte individual.

90. Conforme a jurisprudência do STJ, no âmbito do RGPS, o termo inicial do auxílio-


acidente será o dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença.

91. Na data do reajustamento, o valor dos benefícios do RGPS não poderá exceder o
limite máximo do salário-de-benefício, respeitados os direitos adquiridos, salvo no
caso da aposentadoria por invalidez, quando o segurado necessitar da assistência
permanente de outra pessoa, situação em que o valor será acrescido de 25%, ainda
que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo.

92. Dona de casa inscrita como segurada facultativa do RGPS poderá recolher
contribuições em atraso, desde que a primeira contribuição tenha sido recolhida
sem atraso e não seja ultrapassado o prazo de seis meses após a cessação das
contribuições.

93. De acordo com a legislação previdenciária, o salário-de-benefício consiste no valor


básico utilizado para cálculo da renda mensal dos benefícios de prestação
continuada do RGPS. Assim, o cálculo desse valor para a aposentadoria por tempo
de contribuição consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-
contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, multiplicada
pelo fator previdenciário.

94. De acordo com a legislação previdenciária, um segurado do RGPS que seja


beneficiário de auxílio-acidente decorrente da consolidação de lesões que o tenham
deixado com sequelas definitivas poderá receber esse benefício conjuntamente
com aposentadoria por invalidez decorrente de outro evento.

95. De acordo com a legislação previdenciária, os profissionais liberais que contratam


empregados têm as mesmas obrigações das empresas, sendo responsáveis pelo
desconto e recolhimento das contribuições previdenciárias dos seus empregados.

96. Integram o salário de contribuição que equivale à remuneração auferida pelo


empregado, as parcelas referentes ao salário e às férias, ainda que indenizadas.
105

97. Jorge é sócio-gerente de sociedade limitada e recebe remuneração em decorrência


dessa função e do trabalho que desempenha. Nessa situação, Jorge é considerado
contribuinte individual da previdência social, e, como tal, não faz jus ao benefício
denominado salário-família, em observância ao princípio da distributividade que
rege a seguridade social.

98. José, com dezesseis anos de idade, não emancipado, vive às expensas de seu irmão
mais velho, João, que é segurado da previdência social. Nessa situação, José é
considerado beneficiário do regime geral da previdência social, na condição de
dependente de João.

99. Prescrevem em dez anos as ações referentes à prestação por acidente de trabalho,
contados da data do acidente, quando dele resultar morte ou incapacidade
temporária do beneficiário, verificada em perícia médica a cargo da previdência
social; ou nos casos em que seja reconhecida a incapacidade permanente ou o
agravamento das sequelas do acidente.

100. As empresas devem recolher contribuição adicional destinada ao


financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios concedidos em razão do
grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente de riscos ambientais do
trabalho. Para esse caso, aplicam-se os percentuais de 1%, 2% ou 3% de acordo com
a classificação do risco de acidente do trabalho em leve, médio ou grave , que
incidem sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título,
no decorrer do mês, ao segurado empregado e ao trabalhador avulso. Essas
alíquotas poderão ser reduzidas em até 50% ou aumentadas em até 100%, em razão
do desempenho da empresa em relação à sua respectiva atividade, aferido pelo
fator acidentário de prevenção.
106

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E C E C E C E C E C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C C E E C C E C E C
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
E C E E E C E E C C
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
C E E C E E C C C C
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
C C E C C C E E C C
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
E C E E E E C E E E
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
C C E E C E E E C E
71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
C C E C C E C C C E
81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
E C C C E E E E E C
91 92 93 94 95 96 97 98 99 100
C C C E C E C C E C

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