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A vocação do Brasil é ser uma grande nação. Ao iniciar-se um novo ciclo da vida nacional, é
mais que oportuno buscar inspiração em quem soube sonhar grande e realizar. Em quem
soube construir pontes entre “extremos”: superar com sabedoria as divergências naturais da
democracia e criar convergências em torno de propósitos maiores, em benefício do
desenvolvimento do país e satisfação do povo. Quem?
“JK representa o período mais importante da história política e econômica do Brasil. Foi o
maior presidente de todos os tempos” afirma Salim Mattar, presidente do Conselho de
Administração da Localiza, na apresentação de JK -50 Anos de Progresso em 5 Anos de Governo 1,
um trabalho monumental de dois volumes lançado em 2014, com 58 depoimentos. Um deles
é o do administrador de empresas Cledorvino Belini, presidente do Grupo Fiat:
O espírito empreendedor de JK era temperado com uma postura humana singular. Uma
espiritualidade genuína, que se harmoniza com os valores cristãos de tolerância apreciados
pela tradição brasileira. Ele dizia: “Um governo forte se faz perdoando.”
O líder inspirador constrói sua grandeza, quando é sábio, ao se fazer “pequeno”. Uma
pesquisa que durou cinco anos e 15.000 horas de trabalho, conduzida por um professor de
Stanford, identificou a virtude-chave dos líderes das “empresas feitas para vencer” 2 : modestos e
determinados, humildes e destemidos. Essa dualidade é poderosa. Ser humilde não é uma fraqueza: é
uma força. Sobre isso, JK – O Artista do Impossível, obra do jornalista Claudio Bojunga, é
reveladora:
“Era quatro da tarde, de 31 de março de 1964. O presidente João Goulart pediu que
Juscelino Kubitschek comparecesse ao seu gabinete. Juscelino abriu o jogo,
aconselhando-o a agir com moderação e fazer dois manifestos à nação. Jango relutou:
‘Eu não posso fazer isso. Se fizer isso dou uma demonstração de medo. E um homem que tem medo não
pode governar o país.’ JK cortou: ‘Não é mostrar medo. Eu tive sempre um lema: não tenho
compromisso com o erro. Se errei tenho que voltar atrás. Porque se você erra, todo o rebanho vai para o
caminho errado.’” (pg. 807)
O dicionarista Antonio Houaiss, que foi assessor de documentação de JK, descreve seu jeito
de atuar :
JK não era perfeito, como não foram perfeitos nenhum dos grandes líderes da história. Mas
foi um líder inspirador. Legou-nos lições perenes e práticas. Úteis não só para o futuro
Presidente do Brasil. São úteis para quaisquer líderes da esfera pública ou privada.
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(1) Carlos A. T. Oliveira, Presidente do IBEF Nacional / Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças
(2) Good to Great” (Jim Collins, 2001) - Vinte anos depois, um guia clássico do Management. Foi um dos
destaques na pesquisa com CEOs da Fortune 500 de 2018 que perguntou : “Qual o melhor livro que você leu ano
passado?” http://fortune.com/2018/05/25/best-books-2018-business/