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18/01/2021 arquitextos 209.

extos 209.00 arquitetura rural: Produção arquitetônica na zona rural do município de Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul: 1844 a 1930 – parte I | …

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209.00 arquitetura rural ano 18, out. 2017

Produção arquitetônica na zona rural do município de Rio


Brilhante, Mato Grosso do Sul: 1844 a 1930 – parte I
Fábio Fernando Martins Oliveira e Ademir Kleber Morbeck de Oliveira

A ocupação do município de Rio Brilhante, anteriormente conhecido como


209.00 arquitetura
Campos de Vacaria, ocorreu em 1836, com a chegada do mineiro Antônio
rural
Gonçalves Barbosa e sua comitiva, acampando em um prado onde existiam
sinopses
vacas de propriedades dos índios Guaicurus, tribo guerreira da região da
como citar
Serra da Bodoquena. Aos avistaram os bovinos, de acordo a história oral,
Antônio Barbosa exclama “que vacaria”, originando o nome Campos de idiomas
Vacaria. No local formam as Fazendas Boa Vista e Caçada Grande, para
original: português
criação de gado, as primeiras registradas no período de 1800 e depois
extintas. Em 1842 chega seu irmão Inácio com familiares, fundando a compartilhe
Fazenda Passatempo (1).

Em consequência da invasão paraguaia no território brasileiro, em 1864


(Guerra do Paraguai), ocorreu a fuga da população com medo das tropas que 209
saqueavam e queimavam as propriedades. Normalmente estas edificações, 209.01 cinema
erguidas em novas áreas de conquista, eram cabanas similares às ocas Anti-herói da narrativa
indígenas, resumindo-se muitas vezes a um aposento de uso múltiplo e em O cinema de Abbas
alguns casos, com uma área anexa para a cozinha. A cobertura geralmente Kiarostami, uma
era de palha, o piso de chão batido ou as vezes coberto por tábuas introdução
rusticas e as paredes, frequentemente na tradicional técnica da taipa – Magaly Corgosinho
barro amassado sobre um esqueleto de madeira (2).
209.02 filosofia
Este estilo era tradicionalmente utilizado nas casas dos bandeirantes e Voando baixo na
ainda encontradas em áreas rurais do nordeste, em casas de fazendas com Marginal Pinheiros
paredes de taipa e piso de chão batido, indicando a influência destes Desdobrando
desbravadores. Em Campo Grande, a residência do mineiro José Antônio controvérsias com Mike
Pereira, fundador da cidade, foi edificada desta forma e conceitua-se Terrorista
esta arquitetura como rural mineira e vernacular – feita com materiais Paulo Cezar Nunes
locais, técnicas e padrões tradicionais(3). Junior

209.03 design
Com o decorrer do tempo, também passou a ser utilizado o adobe (tijolo Mary Vieira e o espaço
maciço, não queimado), por ser mais resistente e durávele muito público
utilizado, principalmente em áreas onde não existiam muitas opções para Pedro Vieira
as edificações. Tais construções ainda são encontradas em regiões rurais,
tais como a Serra da Mantiqueira, Minas Gerais, uma forma de construir 209.04 memória
que já foi predominante, indicando sua resistência ao tempo, quando bem Cidade e memória: a
construídas através da sabedoria das comunidades tradicionais, resultado construção de um lugar
de seu baixo custo e simplicidade (4). e sua importância no
espaço urbano
Após o conflito, em 1872, os habitantes retornaram, reconstruindo as Um breve estudo sobre o
edificações e dedicando-se à atividade da pecuária e a coleta da erva- crescimento de São José
mate, abundante na região. Neste período, em 1882, instala-se a Empresa dos Campos na década de
Matte-Laranjeira, produtora e exportadora de erva, um dos fatores que 1950 e o surgimento da
proporcionou um expressivo acúmulo de capital, responsável pela produção Faculdade de Direito
arquitetônica da época (5). Maria Helena Alves da
Silva, Maria Aparecida
Iniciam-se então as construções das primeiras residências de madeira e Chaves Ribeiro Papali e
alvenaria, começando a substituir as antigas formas de edificar (6). Como Antônio Carlos Machado
característica, existia a combinação de um ou mais elementos Guimarães
arquitetônicos bem definidos em suas volumetrias, demonstrando suas 209.05 urbanismo
inspirações estilísticas, uma arquitetura espontânea sem autoria, onde Razões do Parque
era o proprietário que definia o conjunto da obra. De acordo com alguns Minhocão
autores, o homem do campo seria um arquiteto por intuição, produzindo uma Felipe SS Rodrigues
arquitetura prática, de acordo com suas necessidades (7).
209.06 contexto

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Levando-se em consideração a relevância de determinadas edificações na O olhar do estrangeiro
zona rural do munícipio de Rio Brilhante, o objetivo deste trabalho foi Mobilidade dos
identificar as construções mais relevantes, relacionando-as com seus arquitetos e abordagem
respectivos períodos históricos e características estruturais. do contexto: Norman
Foster em Nimes
Material e métodos Gérard Monnier

A área estudada compreende os limites territoriais do município de Rio


Brilhante, localizado no Estado do Mato Grosso do Sul, região Centro-
Oeste, com topografia plana, rede hidrografia comandada pelos rios
Vacaria e Brilhante e solos tipo latossolos roxos.

Localização do Município de Rio Brilhante e área de


estudo
Imagem divulgação, adaptada pelo autor

O processo metodológico baseou-se em algumas publicações já existentes no


Estadoque registraram as primeiras pesquisas que contribuíram para o
resgate do patrimônio arquitetônico sul-mato-grossense, indicando os
modelos representativos da produção construtiva e seus períodos. Foram
percorridos trechos das estradas municipais e estaduais, destacando-se as
Fazendas Passatempo, Alegrete, Capão Bonito, Sossego, Sucuri e
Assentamento Estrela (8).

O levantamento de dados se deu através da investigação exploratória de


campo, com o uso do GPS para o mapeamento e registro fotográfico das
edificações, sua análise histórica e arquitetônica através de sua
volumetria e materiais construtivos, englobando as construções executadas
no final do século 19 ao início do 20 (1844 a 1930).

Também, foram obtidas informações adicionais através de análise


documental, mapas e imagens fotográficas cedidas pela Prefeitura e
Biblioteca Municipal de Rio Brilhante, bem como relatos orais dos
descendentes das famílias pioneiras.

Resultados e discussão

Foi identificada nas obras analisadas uma arquitetura espontânea


vernácula, bem como elementos decorativos e materiais construtivos em
suas fachadas, as quais remeteram aos Estilos Eclético, Neocolonial, Art
Nouveau e Art Déco, predominado o ecletismo.

Para alguns autores, o ecletismo foi o resultado das mudanças trazidas


pela riqueza gerada por determinada atividade econômica, onde os
proprietários podiam dar vazão a sua imaginação, nas novas edificações,
exteriorizando sua riqueza e cultura. Outra característica muito
observada, resultado do ecletismo, é o tipo de volumetria, com
edificações sendo retangulares ou quadrangulares, com tendência à
horizontalidade e à simetria das composições das fachadas (9).

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Imigrantes como portugueses, espanhóis, italianos, gregos, paulistas e
mineiros trouxeram sua experiência construtiva para a região de Campo
Grande, que logo se espalhou pelo Estado, em estilo eclético, uma
característico do final do século 19, que aliados a mestiçagem dos
materiais locais e importados da Europa, produziu uma arquitetura
peculiar a região (10).

Determinados pesquisadores escrevem que a arquitetura rural brasileira é


muito rica, com a maior parte dos projetos sendo dos próprios
proprietários ou de terceiros, sem formação acadêmica, além da literatura
relativa a esta tradição ser escassa. Este tipo de arquitetura vernácula
ainda é pouco pesquisada e valorizada, levando-se em consideração sua
fragilidade e ameaça de destruição (11).

Ao contrário de outras regiões brasileiras, devido a uma colonização mais


tardia, a arquitetura colonial não é encontrada normalmente nas
propriedades do Estado, com a predominância de outros estilos, como o
Neoclássico e Eclético. Quando ocorreu a transferência da corte imperial
para o Brasil, ocorre uma ruptura com o passado e o Estilo Neoclássico é
adotado, influenciando as construções urbanas e rurais (12).

Esta situação pode ser visualizada em Minas Gerais, com seus amplos
casarões e em São Paulo, onde Neoclássico e o Ecletismo correspondem ao
período do ciclo do café no Vale do Paraíba (13).

Este padrão também ocorreu no Rio Grande do Sul, a partir das últimas
décadas do século 19, com uma crescente introdução de manufaturados como
tijolos e esquadrias, por exemplo, e um aumento das influências externas
na concepção formal, trazendo características Ecléticas e Art Nouveau.
Como consequência, novos elementos eram adotados, como platibandas (14).

A reconstrução das fazendas, após o final da Guerra do Paraguai (1870) e


o crescimento econômico da região, propiciou a edificação de sedes que se
destacam pela riqueza no uso de materiais e detalhes construtivos, já sob
influência do Eclético e do Neoclássico. Esta situação também ocorreu em
outras regiões, como São Paulo, onde o ecletismo predomina com elementos
construtivos escolhidos de forma aleatória e variando de acordo com o
gosto do proprietário, sendo aplicados em edificações de feições
Neoclássicas, tal como na região de Rio Brilhante (15).

No município registraram-se nessas antigas fazendas, residências em


madeira e alvenaria e suas instalações rurais, como bicas d’água, além da
presença de cemitérios e igrejas.

Edificações encontradas nas fazendas na ordem de seus respectivos


períodos de construção

Fazenda Passatempo – 1844

Por volta do século 19, a família dos “Barbosas” saiu de Sabará – MG e


veio para Piumhi, depois para Franca – SP e em sequência, para Paranaíba
– MS, radicando-se em Rio Brilhante. Na região, começou a trabalhar com a
criação de gado, fundando várias fazendas e entre elas, Alegrete e
Passatempo. A Passatempo foi a grande irradiadora da família Barbosa pela
região (16), demonstrando sua importância histórica.

Trajeto percorrido pela família Barbosa até chegar ao município de Rio


Brilhante, Mato Grosso do Sul e suas fazendas de posse, Passatempo e Alegrete
Imagem divulgação [MARTINS, Wilson Barbosa. Op. cit.]

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A propriedade pertenceu a Etalívio Pereira Martins, que a legou a seu
filho Aguiar. Os herdeiros deste, por sua vez, venderam as terras para a
usina que leva apropriadamente a nome da histórica Fazenda Passatempo
(17).

Este fato ocorreu com a chegada do cultivo da cana-de-açúcar e a


implantação de usinas no município, em 1982. Neste ano, a fazenda passa a
pertencer ao Grupo Pernambucano Tavares de Melo – GTM; já em 2007, ao
grupo francês Louis Dreyfus Commodities e a partir de 2009, LDC
Bioenergia.

A sede da fazenda, fundada em 1844, foi demolida a muitas décadas,


segundo relatos de Emílio Barbosa. Os tijolos usados na edificação das
paredes eram maciços, não queimados (adobe) e, foram confeccionados de
acordo com o conhecimento dos proprietários, sendo moldados com barro da
área; as telhas, do tipo colonial capa e canal, também eram fabricadas no
local onde realizariam a construção. Em edificações da Serra da
Mantiqueira ainda são vistos estes tipos de telhas, cobrindo antigas
casas e armazéns e também em edificações históricas do Rio Grande do Sul
e fazendas de São Paulo e Nordeste (18).

O fotógrafo e pintor francês Albert Joseph Braud, um pioneiro da


fotografia no Estado de Mato Grosso do Sul e responsável por diversas
imagens retratando paisagens e pessoas no Estado, fotografou uma
edificação na região de Rio Brilhante, que se parece muito com um rancho,
autêntico protótipo de todas as moradias da época (19).

Residência da Fazenda Passatempo já demolida, município de Rio Brilhante, Mato


Grosso do Sul
Foto divulgação [MAGALHÃES, Aline Montenegro. Op. cit.]

Pode-se ainda perceber que as paredes da edificação possuíam cor clara,


provavelmente uma mistura de saibro com cal. Este é um processo
normalmente utilizado em construções rurais, com a presença de cal sendo
uma assepsia contra insetos, por exemplo. Outra característica observada
é a presença de estrutura portante de madeira, também comum neste tipo de
casa. Ambas características ainda são frequentemente observadas nas casas
da Serra de Mantiqueira (20).

A edificação foi implantada em um amplo terreno, com sua volumetria e


aberturas em formato retangular, cobertura com o jogo de telhado em duas
águas, estrutura de madeira e telhas de barro. O conjunto da obra,
juntamente com seu período construtivo, corresponde ao Estilo
Neocolonial. A implantação de residências rurais em terrenos amplos está
ligado a questão que tais terreiros funcionavam, muitas vezes, como uma
sala de estar da casa, onde as visitas eram recebidas e festas,
realizadas, tais como ocorre ainda em regiões como a Serra da
Mantiqueira(21).

Como resquício dos fundadores, ainda se encontra um dos primeiros


cemitérios em alvenaria da região, à margem esquerda do Ribeirão
Passatempo, única testemunha de uma época já passada. Apesar de
encontrar-se em pleno estado de abandono, é possível visualizar as
lápides onde se encontram sepultados alguns dos descendentes da família,
como Inácio Gonçalves Barbosa, falecido em 1863, sua esposa Antônia
Isabel de Jesus Marques, falecida em 1857, bem com seus filhos, Joaquim
Barbosa Marques e esposa, Flauzina Garcia Barbosa, Estevão Gonçalves
Barbosa e Emiliano, seu neto(22).

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Cemitério e túmulos ornamentados na Fazenda Passatempo, município de Rio


Brilhante, Mato Grosso do Sul
Foto Ademir Kleber Morbeck de Oliveira

Ali, também, jazem Luiza Garcia Leal e Antônio Gonçalves Barbosa Marques,
além de outros restos mortais que não mais possuem identificação devido
ao mau estado de conservação das sepulturas, resultado do descaso e do
tempo (23).

O cemitério é cercado por pilares de madeira tipo aroeira com arame liso
e as formas das sepulturas são quadradas e retangulares, implantados em
um amplo terreno, em alvenaria de tijolos maciços. São ornamentadas com
esculturas no ápice de seus sepulcros e com frisos emoldurados no reboco
e molduras com ornatos no ressalto do reboco, onde os desenhos formam
arcos ogivais, uma característica do Neogótico, e também, figuras
geométricas na vertical, que remetem ao Art Déco. O conjunto da obra
corresponde ao Estilo Eclético.

Fazenda Alegrete – 1899

A sede, considerada uma preciosidade arquitetônica, foi edificada no


século 19, por volta de 1899, por Antônio Gonçalves Barbosa Marques (o
construtor foi seu cunhado, Lúcio Cândido de Oliveira). Os cômodos, como
os quartos e salas, eram bem iluminados, assoalhados e envidraçados e
extensos canaviais ocupavam as áreas próximas, utilizadas para a produção
de açúcar, rapadura, melado e aguardente, comerciados na região. O
cultivo da cana-de-açúcar, em paralelo com a criação de gado, também era
uma característica das fazendas do nordeste brasileiro, sendo a base da
alimentação sertaneja (24).

Planta térrea da sede da Fazenda Alegrete, município de Rio Brilhante, Mato


Grosso do Sul
Imagem divulgação [MARTINS, Wilson Barbosa. Op. cit.]

A planta da residência é no formato retangular, implantada em um amplo


terreno, com os ambientes sendo sala, salão de festas, sala de jantar,
quarto de hóspedes, quarto do pintor e fotógrafo Alberto Braud, quarto
das senhoras, das meninas, do casal e segundo relatos orais, um quarto
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onde se realizava os partos. A cozinha e a despensa se localizavam em
prédio anexo, em madeira e o banheiro ficava do lado de fora, no quintal,
no final do rego d’água. Banheiros fora da residência, utilizando regos d
´água em que a água se desloca por gravidade é uma característica das
edificações em áreas rurais, conforme ainda se observa na Serra da
Mantiqueira (25).

Na residência, as aberturas das janelas eram retangulares, com vedos em


madeira e vidro; já a abertura da porta de entrada era em forma de um
arco. As janelas retangulares ou quadradas, simétricas e simples, são uma
característica comum nas casas rurais e ainda facilmente encontradas
também em outras regiões, como a Serra da Mantiqueira (26).

Os materiais construtivos foram o embasamento em soco, com fundação e


paredes largas de pedras e vedação em taipa. O assentamento da edificação
em pedra é uma característica que permite maior resistência e tempo de
vida a construção, ainda visualizada em regiões como a Serra da
Mantiqueira e áreas rurais do nordeste e de São Paulo (27).

Em relação a fachada, a mesma possuía pé direito alto e antecorpo em


ressalto com bossagem de rusticação. A cobertura e estrutura eram em
madeira coberta por telhas cerâmicas, tipo colonial capa e canal. À
esquerda se encontrava a horta e o curral e a direita, outro curral e
galpão. O conjunto da obra, em função da data de construção, corresponde
ao Estilo Neocolonial.

Residência da Fazenda Alegrete e os detalhes de seus materiais construtivos,


município de Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul
Foto divulgação [Acervo de Mara Barbosa Freitas]

Segundo relatos do Sr. Valdomiro Barbosa, na seda da fazenda costumava


ocorrer grandes eventos, tais como o ocorrido na semana do dia 22 de
março de 1908, quando foram realizados nove casamentos, seis em um dia e
três, no outro, registrados no cartório da comarca de Aquidauana, cujas
certidões estão sob os cuidados de um dos descendentes da família, Jarbas
Barbosa. Neste período, foram realizadas festividades e as comemorações
duraram nove dias. Dentre os eventos comemorados, os 65 anos de casados
de Maria Coelho de Souza e o Major Joaquim Gonçalves Barbosa Marques e
dos pais de Valdomiro Barbosa, Vitalina Garcia de Souza e Antônio Lino
Barbosa.

Na Fazenda Alegrete, também, existe um cemitério de 1914, onde estão


sepultadas Rita Maria, Emerenciana e Amasiles, avós do Sr. Barbosa. O
local é cercado com pilares de madeira e arame liso.

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Cemitério e presença de túmulos ornamentados na Fazenda Alegrete, município de


Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul
Foto divulgação [REZENDE, Alair Barbosa. Op. cit.]

As formas das sepulturas são retangulares, implantado em um amplo


terreno, em alvenaria de tijolos maciços, ornamentados com friso
emoldurado em forma de capitel, figuras geométricas que remetem a Art
Déco e elementos decorativos marcados pelo exagero. Anteriormente havia
um anjo esculpido em mármore Carrara, o qual hoje é mantido por questões
de segurança na Fazenda Sossego. O conjunto da obra corresponde ao Estilo
Eclético.

Atualmente, a fazenda pertence a Modesto Brock, rio-grandense-do-sul,


município de Getúlio Vargas, que a comprou de Alaor Barbosa na década de
1980. Divide suas atividades em pecuária e criação de peixes e os campos
são arrendados para o plantio da cana-de-açúcar, atividade agrícola
predominante atualmente, na região.

Estação Beltrão – 1905

Em 1905, na passagem do sertanista brasileiro Marechal Cândido Mariano da


Silva Rondon, conhecido como o patrono das linhas telegráficas no Brasil,
foi instalado uma linha no município, integrando a cidade às outras
regiões. Como resultado, ocorreu a construção da Estação Beltrão,
atualmente localizada no assentamento Estrela, nas proximidades do
córrego Beltrão, construída para abrigar a sede dos correios (28).

Segundo relatos de Valdomiro Barbosa, a edificação leva o nome do


proprietário da época, o Sr. Beltrão, um boliviano. No local também se
serviam refeições, pois a edificação era a parada de ônibus para os
viajantes, sendo um dos pontos mais movimentados da região.

Apesar da construção, com volumetria em formato retangular, encontrar-se


em ruínas, ainda existem alguns vestígios de seus materiais construtivos,
tais como fundação em pedra, embasamento de soco, alvenaria de tijolos
maciços revestida com argamassa, presença de aberturas retangulares de
janelas e portas e cobertura em estrutura de madeira.

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Estação Beltrão no Assentamento Estrela, município de Rio Brilhante, Mato


Grosso do Sul
Foto Ademir Kleber Morbeck de Oliveira

A questão da destruição da memória arquitetônica, através do processo de


reforma agrária, deveria ser uma preocupação de arquitetos, urbanistas,
historiadores, entre outros, no Brasil. Como processo normal, o governo,
após adquirir as propriedades rurais, faz a divisão dos lotes e sua
distribuição.

Porém a infraestrutura física existente, tais como as antigas sedes,


apesar de terem sido compradas por um alto valor, ficam abandonadas a
própria sorte, sofrendo lentamente processos de depredação, o que as
torna, dentro de pouco tempo, apenas ruinas do que foi a história da
região e do Brasil. Porém este aspecto não é discutido ou questionado,
quando do processo de criação de assentamentos em áreas com construções
históricas, o que foi observado na Estação Beltrão e Fazenda Capão
Bonito, com suas edificações em ruínas.

O local apresenta, também, revestimento com lajotas cerâmicas, aplicadas


no sentido vertical nas laterais das paredes da porta de entrada como
ornamento e paginação de piso com ladrilhos hidráulicos cerâmicos. A
questão da presença deste tipo de revestimento indica um alto valor gasto
na construção. Como seu transporte da Europa normalmente era custoso e
complexo, seu uso era inicialmente restrito e apenas os proprietários
mais abastados podiam usar. De acordo com relatos orais, apenas em 1940
passaram a serem fabricados no Estado, em cidades como Aquidauana e
Corumbá e posteriormente, distribuídos para outras regiões.

A edificação esta implantada em um amplo terreno, uma característica do


Estilo Neocolonial, sendo o conjunto da obra correspondente ao Estilo
Eclético.

Fazenda Capão Bonito – 1916

A região onde esta instalada foi percorrida pela comitiva do


sertanista Joaquim Francisco Lopes (a serviço de João da Silva Machado,
o Barão de Antonina), com a presença do norte-americano radicado no
Brasil John Henry Elliot, em 1843. A área se situa a uma pequena
distância da Fazenda Alegrete e pertenceu no início do século 20 a
Domingos Barbosa Martins, nascido em Jataí – PR, e filho mais velho de
Henrique José Pires Martins e Marcelina Barbosa Martins, primeira geração
dos “Barbosas”. Era mais conhecido na época como “Gato Preto”, apelido
que recebeu por não cair em armadilhas do inimigo, frequentes em períodos
de revolução (29).

Em 1912, Domingos Martins venderia as terras para a empresa norte-


americana Brazil Land, Cattle, and Packing Company, do empresário
novaiorquino Percival Farquhar. O capataz da fazenda era o Sr. James
Burr, mas o principal supervisor de todas as fazendas no Estado foi o
escocês Murdo Mackenzie, amigo de Theodore Roosevelt, administrando uma
das maiores áreas de pecuária do mundo (30).

Após, a desativação dos grandes investimentos de Percival no Brasil, a


Capão Bonito foi nacionalizada em 1940, através de um decreto de Getúlio
Vargas, sendo incorporada à S. A. Cafeeira da Noroeste, que chegou a
possuir 145 mil ha no Estado. Em 1964, Nicolau Zarvos Filho, um

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descendente de gregos, comprou a fazenda e em 1990 a venderia para o
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (31).

Em relação à sede, a primeira edificação estava implantada em um amplo


terreno e possuía a volumetria retangular, com aberturas em forma de
arco, varandas com pilares em madeira, cobertura em quatro águas com
estrutura de madeira e telhas de barro. O conjunto da obra corresponde ao
Estilo Neocolonial.

Primeira sede da Fazenda Capão Bonito, hoje, já demolida, município de Rio


Brilhante, Mato Grosso do Sul
Foto divulgação [MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.]

Atualmente ainda existem três edificações em alvenaria com os mesmos


materiais construtivos, sendo a segunda residência a de maior relevância,
com características construtivas de rusticação, como a mistura de pedra,
madeira e a presença de lareira em seu interior, indicação de
temperaturas mais frias no passado e a influência europeia em sua
construção. Na edificação funciona hoje a Escola Família Agrícola de
Sidrolândia – Efasidro, que se encontra em estado de abandono, por parte
do atual proprietário.

Segunda residência da Fazenda Capão Bonito, município de Rio Brilhante, Mato


Grosso do Sul
Foto Ademir Kleber Morbeck de Oliveira

O local possui ambientes compostos de quartos, salas, cozinha, varandas e


jardim interno. Os materiais construtivos são embasamento de soco,
fundação e paredes largas de pedras, com vedação em taipa. Fachada e pé
direito alto, antecorpo em ressalto com bossagem de rusticação e
cobertura com estrutura de madeira e telhas de barro, duas águas e
aberturas retangulares com vedos em madeira.

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Na sala de entrada, a presença do cogobó em ferro com formas geométricas,
o qual traz a iluminação natural, uma característica do Neocolonial. As
janelas são em madeira, de duas folhas, com figuras entalhadas,
reproduzindo figuras da natureza, como flores e folhas, que remetem a Art
Nouveau. O conjunto da obra corresponde ao Estilo Eclético.

Fazenda Sossego – 1923

A volumetria da residência, implantada em um amplo terreno, é no formato


retangular, com varanda em formato de L, tomando toda a frente da casa,
com piso em mosaico branco e marrom escuro. A casa foi inaugurada em
1923, executada por Carlos Taveira e conta com sala de visita, jantar e
quartos, com assoalho de madeira corrida, acima alguns centímetros do
solo, para evitar a umidade. Este tipo de elevação é comum em edificações
rurais, como na Serra da Mantiqueira (32). Além destes aposentos, existe
a presença da cozinha e despensa, além de um banheiro no quintal, sempre
comum nestas residências. É característica da arquitetura espontânea
vernácula, devido a madeira ser um material construtivo abundante na
região.

Residência, e bica d’água na Fazenda Sossego, município de Rio Brilhante, Mato


Grosso do Sul
Foto divulgação [REZENDE, Alair Barbosa. Op. cit.]

A sede possui paredes de tábuas de aroeira, trazidas da Fazenda Capão


Bonito e no telhado, telhas de barro fabricadas no local conhecido por
Barreirinho, localizado em frente a fazenda e transportadas por carros de
boi. Atualmente, na antiga olaria funciona uma destilaria de álcool (33).

Ponte de madeira – 1934

A grande riqueza de madeiras de lei na região, como perobas, angelins,


aroeiras e ipês, além de outras, incentivou seu emprego para a construção
de residências, algumas ainda visíveis na região e, outras obras, tais
como pontes.

Exemplo desta utilização foi durante o governo de Getúlio Vargas, onde o


governador de Mato Grosso Júlio Strübing Müller autorizou o Sr. Laucídio
Coelho a fazer uma ponte sobre o rio Vacaria, no Distrito de Prudêncio
Thomaz, onde existia apenas uma balsa para a travessia. Este, então,
contratou o engenheiro Dr. Amélio Baís para fazer o projeto, no qual
foram exploradas as madeiras retiradas de sua propriedade, com o
empreendimento executado pelo próprio empreiteiro que trabalhava em sua
fazenda, o João Paulista. Construída no período de 1934 a 1937, foi
posteriormente abandonada e depredada, ao ser substituída por uma ponte
de concreto (34).

Primeira ponte de madeira sobre o Rio Vacaria, município de Rio Brilhante, Mato
Grosso do Sul
Foto divulgação [FACHOLLI, Clenice Batista; DOERZBACHER, Sirley. Op. cit.]

Fazenda Sucuri – 1930

O fundador da fazenda foi Antônio Pereira Martins, parente de José


Pereira, fundador de Campo Grande, que vislumbrava inúmeras
possibilidades para a área situada nos afamados Campos de Vacaria. Porém

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não pode desfrutar por muito tempo de sua propriedade, pois foi
assassinado por um dos bandos armados assolavam a região sul do Estado.
Mais tarde, seu filho Etalívio Pereira Martins iria transformar o local
num dos mais bem-sucedidos empreendimentos de agropecuária do Estado,
como ilustra a fachada da residência.

Etalívio Martins começou comerciando bois com Henrique Vasquez, um dos


proprietários da célebre Casa Vasquez, de Corumbá (importante centro
comercial). Ele e o cunhado Laucídio Coelho transportaram grandes boiadas
em direção ao Porto XV, onde eram embarcados para São Paulo. Este
comércio permitiu o crescimento da fazenda, que chegou a atingir 60.000
hectares, englobando outras propriedades históricas, como a Passatempo
(35).

Em relação à sede da fazenda, a edificação é térrea, implantada em um


amplo terreno, com cerca em madeira no entorno da edificação, embasamento
em soco, pedestais e degrau de acesso ao alpendre avarandado. O corpo é
com esteio, frechal e trama de pilastras verticais.

Residência da Fazenda Sucuri, município de Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul


Foto Ademir Kleber Morbeck de Oliveira

O frontão central do hall de entrada, com apliques e ornamentos em seu


tímpano, possui como epígrafe e monograma “FDAS EPM”, e a data da
construção, “1930”, com elementos do Estilo Art Déco, como formas
geométricas e do Estilo Art Nouveau, como a guirlanda em forma de folhas.
A alvenaria é de tijolos maciços, com bossagem revestida com argamassa.
As aberturas são retangulares com vedo em ferro, madeira e vidro. A
cobertura com jogos de telhados variados, entre três e quatro águas, com
estrutura de madeira e telhas de barro. O conjunto da obra corresponde ao
Estilo Eclético.

Outra construção existente é a Igreja Nossa Senhora de Nazaré, que possui


uma volumetria retangular, implantada em um amplo terreno, embasamento em
soco, frontão triangular na platibanda e hall de entrada.

Igreja Nossa Senhora de Nazaré, Fazenda Sucuri, município de Rio Brilhante,


Mato Grosso do Sul
Foto Ademir Kleber Morbeck de Oliveira

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Nas laterais, as janelas são em aberturas retangulares com quadros e vedo
em ferro e vidro, como vitrais coloridos, reproduzindo a imagem de anjos,
santos e motivos florais, que remetem a Art Nouveau. Em seu ápice da
platibanda superior, aparece a escultura de um anjo. Na lateral esquerda,
uma parede com elementos vazados em forma de arco com um sino e em seu
interior, móveis de madeira entalhada. O conjunto da obra corresponde ao
Estilo Eclético.

O meio mais visível de celebrar a riqueza e saúde (grandes igrejas e


templos erguidos para agradecer a Deus) é uma forma de escada para o céu.
A humanidade queria sintonizar-se com a mente que criou o universo e
assim também ocorreu nas primeiras fazendas vacarianas, construções de
igrejas e capelas (além dos cemitérios), próximas às residências,
resultado do pagamento de promessas e que posteriormente, serviam para
festejos religiosos e novenas, tal como ainda ocorre em áreas rurais,
como a Serra da Mantiqueira. Porém, apenas algumas dessas edificações
sobreviveram ao tempo (36).

A herdeira de Etalívio Martins, sua filha Eda, comanda a fazenda com


quatorze mil hectares, com criação de gado e cultivo de soja e milho; as
construções existentes na área se encontram em ótimo estado de
conservação, como se pode observar através dos mobiliários de época, a
paginação de piso preservada e a bica d’água, ainda em funcionamento.

Detalhes do mobiliário, paginação de piso e bica d’água na Fazenda Sucuri,


município de Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul
Foto Ademir Kleber Morbeck de Oliveira

Considerações finais

Uma característica construtiva encontrada, em função da utilização da


madeira, abundante na região, foi a arquitetura espontânea vernácula,
utilizada de acordo com as necessidades. Esta arquitetura, de acordo com
alguns autores, é uma fonte de conhecimentos para a arquitetura moderna,
pois possui através do saber popular, uma adaptação ao meio. Porém uma
boa parte já não mais existe devido ao apodrecimento da estrutura, tais
como as bicas d’águas. Este é um tipo de construção encontrada em outras
regiões, tais como a Serra da Mantiqueira, onde levavam a água, por
gravidade, para banheiros, por exemplo (37).

Com o surgimento das construções em alvenaria, aparecem as igrejas,


cemitérios e residências com cômodos mais amplos e pisos revestidos por
ladrilhos hidráulicos. As casas passam a ter mais detalhes em suas
fachadas, ficando visíveis seus elementos arquitetônicos, bem definidos
através de ornamentos e materiais construtivos, demonstrando o poder das
famílias.

A arquitetura observada não é totalmente autêntica, ou seja, genuína aos


moldes de outros Estados e países. Isto pode ser observado nas
residências térreas de madeira e em alvenaria, com um determinado número

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de elementos arquitetônicos, sem um estilo homogêneo, predominando a
arquitetura espontânea vernacular, o Neocolonial e o Ecletismo.

notas

NA – Artigo baseado em: CAMPESTRINI, Hildebrando. Mato Grosso do Sul: conflitos


étnicos e fundiários. Campo Grande, [s.e.], 2009.

1
FACHOLLI, Clenice Batista; DOERZBACHER, Sirley. Rio Brilhante: Sua terra, sua
gente. Cascavel, ASSOESTE, 1991; BARBOSA, Emílio Garcia. Os Barbosas em Mato
Grosso. 2ed. Campo Grande, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do
Sul, 2011.

2
FACHOLLI, Clenice Batista; DOERZBACHER, Sirley. Op. cit.; BARBOSA, Emílio
Garcia. Op. cit.; MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Mato Grosso do Sul –
Fazendas - Uma Memória Fotográfica. Campo Grande, Gráfica e Editora Alvorada,
2012; ARRUDA, Ângelo Marcos. A casa em Campo Grande: Mato Grosso do Sul, 1950-
2000 – parte 1. Arquitextos, São Paulo, ano 03, n. 036.10, Vitruvius, maio 2003
<www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/03.036/690>.

3
ARRUDA, Ângelo Marcos. Op. cit.; Weimer, Günter. A casa do bandeirante: uma
revisão de suas origens. Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, n. 149, p. 89-104, 2015; DINIZ, Nathália Maria
Montenegro. Um sertão entre tantos outros. Rio de Janeiro, Versal Editores.
2015.

4
LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. Uma nova proposta de abordagem da história da
arquitetura brasileira. Arquitextos, São Paulo, ano 12, n. 141.00, Vitruvius,
fev. 2012 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.141/4214>;
MAGALHÃES, Aline Montenegro. Colecionando relíquias... Um estudo sobre a
Inspetoria de Monumentos Nacionais (1934-1937). Rio de Janeiro, UFRJ/ IFCS,
2004; TEIXEIRA, Claudia Mudado. Considerações sobre a arquitetura vernácula.
Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, Belo Horizonte, v. 15, n. 17, p. 28-45,
2008; FERRAZ, Marcelo Carvalho. Arquitetura rural na Serra da Mantiqueira. 2ª
edição, São Paulo, Instituto Lina Bo e P.M. Bardi, 1996.

5
BARBOSA, Emílio Garcia. Op. cit.; MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.

6
FACHOLLI, Clenice Batista; DOERZBACHER, Sirley. Op. cit.

7
DINIZ, Nathália Maria Montenegro. Op. cit.; TEIXEIRA, Claudia Mudado. Op. cit.;
FERRAZ, Marcelo Carvalho. Op. cit.

8
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.; LIMA, Maria Margareth Escobar Ribas.
Ciclos econômicos e a produção arquitetônica em Porto Murtinho. Campo Grande,
Governo do Estado de Mato Grosso do Sul/FIC, 2014; ARRUDA, Ângelo Marcos Vieira
de. Arquitetura em Campo Grande. Campo Grande, Uniderp, 1999; MARQUES, Rubens
Moraes da Costa. Trilogia do Patrimônio Histórico e Cultural Sul-Mato-
Grossense. 2a edição. Vol. III. Campo Grande, Editora UFMS, 2007.

9
SANTOS, Carlos Alberto Ávila. Ecletismo na fronteira meridional do Brasil:
1870-1931. Tese de doutorado. Salvador, UFBA, 2007.

10
ARRUDA, Ângelo Marcos. Op. cit.; BENINCASA, Vladimir. Velhas fazendas:
arquitetura e cotidiano nos campos de Araraquara, 1830-1930. São Carlos,
UFSCar; São Paulo, Imesp, 2003.

11
TEIXEIRA, Claudia Mudado. Op. cit.; Maruyama, Cíntia Miua; Fernandes, Leandro
Carlos. Tradição da arquitetura rural no Sul e sudeste: do século XVI ao XX.
Revista Científica Tecnológica, Chapecó, v. 3, n. 2, p. 330-345, 2015.

12
MIRANDA, Alcides da Rocha; CZAJKOWISK, Jorge; CRUZ, Pedro Osvaldo; PIRES,
Fernando Tasso Fragoso; MERCADANTE, Paulo. Fazendas: solares da região cafeeira
do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995.

13
Maruyama, Cíntia Miua; Fernandes, Leandro Carlos. Op. cit.

14
LUCCAS, Luís Henrique Haas. Estâncias e fazendas: uma contribuição ao estudo da
arquitetura tradicional riograndense. Arquitextos, São Paulo, ano 06, n.

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071.05, Vitruvius, abr. 2006
<www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.071/363>.

15
MARUYAMA, Cíntia Miua; Fernandes, Leandro Carlos. Op. cit.

16
FACHOLLI, Clenice Batista; DOERZBACHER, Sirley. Op. cit.; BARBOSA, Emílio
Garcia. Op. cit.; MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.; MARTINS, Wilson
Barbosa. Memória: janela da história. Campo Grande, Instituto Histórico e
geográfico de Mato Grosso do Sul, 2010.

17
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.

18
DINIZ, Nathália Maria Montenegro. Op. cit.; FERRAZ, Marcelo Carvalho. Op. cit.;
SANTOS, Carlos Alberto Ávila. Op. cit.; BENINCASA, Vladimir. Op. cit.

19
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.

20
FERRAZ, Marcelo Carvalho. Op. cit.

21
Idem, ibidem

22
MARTINS, Wilson Barbosa. Op. cit.

23
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.

24
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.;DINIZ, Nathália Maria Montenegro. Op.
cit.

25
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.;MARTINS, Wilson Barbosa. Op.
cit.;FERRAZ, Marcelo Carvalho. Op. cit.

26
FERRAZ, Marcelo Carvalho. Op. cit.

27
FERRAZ, Marcelo Carvalho. Op. cit.;Diniz, Nathália Maria Montenegro. Op. cit.;
BENINCASA, Vladimir. Op. cit.

28
ROOS, Carmelindo Romildo. Rio Brilhante: história e desenvolvimento. Rio
Brilhante, Ed. Rio Brilhante, 1996.

29
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.; MARTINS, Wilson Barbosa. Op. cit.

30
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.

31
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.

32
REZENDE, Alair Barbosa. Memórias da Fazenda Sossego e da Vacaria. Campo Grande,
Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, 2013;FERRAZ, Marcelo
Carvalho. Op. cit.

33
REZENDE, Alair Barbosa. Op. cit.

34
SOUZA, Antônio Barbosa de. Laucídio Coelho, um homem à frente de seu tempo.
Campo Grande, Vector Editores e Consultores Associados, 2007.

35
TEIXEIRA, Claudia Mudado. Op. cit.

36
GLANCEY, Jonathan. A história da Arquitetura. São Paulo, Edições Loyola.
2001;FERRAZ, Marcelo Carvalho. Op. cit.

37
TEIXEIRA, Claudia Mudado. Op. cit.; FERRAZ, Marcelo Carvalho. Op. cit.

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sobre os autores

Fábio Fernando Martins Oliveira é arquiteto (Unigran), Especialização em


Arquitetura de Edifícios Empresariais (Uniderp), Especialização em Metodologia
do Ensino Superior (Unigran) e Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento
Regional (Universidade Anhanguera – Uniderp). Atualmente, doutorando do
Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional,
Universidade Anhanguera – Uniderp.

Ademir Kleber Morbeck de Oliveira é professor doutor, Programa de Pós-Graduação


em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, Universidade Anhanguera – Uniderp.

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