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extos 209.00 arquitetura rural: Produção arquitetônica na zona rural do município de Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul: 1844 a 1930 – parte I | …
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209.03 design
Com o decorrer do tempo, também passou a ser utilizado o adobe (tijolo Mary Vieira e o espaço
maciço, não queimado), por ser mais resistente e durávele muito público
utilizado, principalmente em áreas onde não existiam muitas opções para Pedro Vieira
as edificações. Tais construções ainda são encontradas em regiões rurais,
tais como a Serra da Mantiqueira, Minas Gerais, uma forma de construir 209.04 memória
que já foi predominante, indicando sua resistência ao tempo, quando bem Cidade e memória: a
construídas através da sabedoria das comunidades tradicionais, resultado construção de um lugar
de seu baixo custo e simplicidade (4). e sua importância no
espaço urbano
Após o conflito, em 1872, os habitantes retornaram, reconstruindo as Um breve estudo sobre o
edificações e dedicando-se à atividade da pecuária e a coleta da erva- crescimento de São José
mate, abundante na região. Neste período, em 1882, instala-se a Empresa dos Campos na década de
Matte-Laranjeira, produtora e exportadora de erva, um dos fatores que 1950 e o surgimento da
proporcionou um expressivo acúmulo de capital, responsável pela produção Faculdade de Direito
arquitetônica da época (5). Maria Helena Alves da
Silva, Maria Aparecida
Iniciam-se então as construções das primeiras residências de madeira e Chaves Ribeiro Papali e
alvenaria, começando a substituir as antigas formas de edificar (6). Como Antônio Carlos Machado
característica, existia a combinação de um ou mais elementos Guimarães
arquitetônicos bem definidos em suas volumetrias, demonstrando suas 209.05 urbanismo
inspirações estilísticas, uma arquitetura espontânea sem autoria, onde Razões do Parque
era o proprietário que definia o conjunto da obra. De acordo com alguns Minhocão
autores, o homem do campo seria um arquiteto por intuição, produzindo uma Felipe SS Rodrigues
arquitetura prática, de acordo com suas necessidades (7).
209.06 contexto
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Levando-se em consideração a relevância de determinadas edificações na O olhar do estrangeiro
zona rural do munícipio de Rio Brilhante, o objetivo deste trabalho foi Mobilidade dos
identificar as construções mais relevantes, relacionando-as com seus arquitetos e abordagem
respectivos períodos históricos e características estruturais. do contexto: Norman
Foster em Nimes
Material e métodos Gérard Monnier
Resultados e discussão
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Imigrantes como portugueses, espanhóis, italianos, gregos, paulistas e
mineiros trouxeram sua experiência construtiva para a região de Campo
Grande, que logo se espalhou pelo Estado, em estilo eclético, uma
característico do final do século 19, que aliados a mestiçagem dos
materiais locais e importados da Europa, produziu uma arquitetura
peculiar a região (10).
Esta situação pode ser visualizada em Minas Gerais, com seus amplos
casarões e em São Paulo, onde Neoclássico e o Ecletismo correspondem ao
período do ciclo do café no Vale do Paraíba (13).
Este padrão também ocorreu no Rio Grande do Sul, a partir das últimas
décadas do século 19, com uma crescente introdução de manufaturados como
tijolos e esquadrias, por exemplo, e um aumento das influências externas
na concepção formal, trazendo características Ecléticas e Art Nouveau.
Como consequência, novos elementos eram adotados, como platibandas (14).
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A propriedade pertenceu a Etalívio Pereira Martins, que a legou a seu
filho Aguiar. Os herdeiros deste, por sua vez, venderam as terras para a
usina que leva apropriadamente a nome da histórica Fazenda Passatempo
(17).
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Ali, também, jazem Luiza Garcia Leal e Antônio Gonçalves Barbosa Marques,
além de outros restos mortais que não mais possuem identificação devido
ao mau estado de conservação das sepulturas, resultado do descaso e do
tempo (23).
O cemitério é cercado por pilares de madeira tipo aroeira com arame liso
e as formas das sepulturas são quadradas e retangulares, implantados em
um amplo terreno, em alvenaria de tijolos maciços. São ornamentadas com
esculturas no ápice de seus sepulcros e com frisos emoldurados no reboco
e molduras com ornatos no ressalto do reboco, onde os desenhos formam
arcos ogivais, uma característica do Neogótico, e também, figuras
geométricas na vertical, que remetem ao Art Déco. O conjunto da obra
corresponde ao Estilo Eclético.
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descendente de gregos, comprou a fazenda e em 1990 a venderia para o
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (31).
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Na sala de entrada, a presença do cogobó em ferro com formas geométricas,
o qual traz a iluminação natural, uma característica do Neocolonial. As
janelas são em madeira, de duas folhas, com figuras entalhadas,
reproduzindo figuras da natureza, como flores e folhas, que remetem a Art
Nouveau. O conjunto da obra corresponde ao Estilo Eclético.
Primeira ponte de madeira sobre o Rio Vacaria, município de Rio Brilhante, Mato
Grosso do Sul
Foto divulgação [FACHOLLI, Clenice Batista; DOERZBACHER, Sirley. Op. cit.]
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não pode desfrutar por muito tempo de sua propriedade, pois foi
assassinado por um dos bandos armados assolavam a região sul do Estado.
Mais tarde, seu filho Etalívio Pereira Martins iria transformar o local
num dos mais bem-sucedidos empreendimentos de agropecuária do Estado,
como ilustra a fachada da residência.
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Nas laterais, as janelas são em aberturas retangulares com quadros e vedo
em ferro e vidro, como vitrais coloridos, reproduzindo a imagem de anjos,
santos e motivos florais, que remetem a Art Nouveau. Em seu ápice da
platibanda superior, aparece a escultura de um anjo. Na lateral esquerda,
uma parede com elementos vazados em forma de arco com um sino e em seu
interior, móveis de madeira entalhada. O conjunto da obra corresponde ao
Estilo Eclético.
Considerações finais
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de elementos arquitetônicos, sem um estilo homogêneo, predominando a
arquitetura espontânea vernacular, o Neocolonial e o Ecletismo.
notas
1
FACHOLLI, Clenice Batista; DOERZBACHER, Sirley. Rio Brilhante: Sua terra, sua
gente. Cascavel, ASSOESTE, 1991; BARBOSA, Emílio Garcia. Os Barbosas em Mato
Grosso. 2ed. Campo Grande, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do
Sul, 2011.
2
FACHOLLI, Clenice Batista; DOERZBACHER, Sirley. Op. cit.; BARBOSA, Emílio
Garcia. Op. cit.; MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Mato Grosso do Sul –
Fazendas - Uma Memória Fotográfica. Campo Grande, Gráfica e Editora Alvorada,
2012; ARRUDA, Ângelo Marcos. A casa em Campo Grande: Mato Grosso do Sul, 1950-
2000 – parte 1. Arquitextos, São Paulo, ano 03, n. 036.10, Vitruvius, maio 2003
<www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/03.036/690>.
3
ARRUDA, Ângelo Marcos. Op. cit.; Weimer, Günter. A casa do bandeirante: uma
revisão de suas origens. Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, n. 149, p. 89-104, 2015; DINIZ, Nathália Maria
Montenegro. Um sertão entre tantos outros. Rio de Janeiro, Versal Editores.
2015.
4
LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. Uma nova proposta de abordagem da história da
arquitetura brasileira. Arquitextos, São Paulo, ano 12, n. 141.00, Vitruvius,
fev. 2012 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.141/4214>;
MAGALHÃES, Aline Montenegro. Colecionando relíquias... Um estudo sobre a
Inspetoria de Monumentos Nacionais (1934-1937). Rio de Janeiro, UFRJ/ IFCS,
2004; TEIXEIRA, Claudia Mudado. Considerações sobre a arquitetura vernácula.
Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, Belo Horizonte, v. 15, n. 17, p. 28-45,
2008; FERRAZ, Marcelo Carvalho. Arquitetura rural na Serra da Mantiqueira. 2ª
edição, São Paulo, Instituto Lina Bo e P.M. Bardi, 1996.
5
BARBOSA, Emílio Garcia. Op. cit.; MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.
6
FACHOLLI, Clenice Batista; DOERZBACHER, Sirley. Op. cit.
7
DINIZ, Nathália Maria Montenegro. Op. cit.; TEIXEIRA, Claudia Mudado. Op. cit.;
FERRAZ, Marcelo Carvalho. Op. cit.
8
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.; LIMA, Maria Margareth Escobar Ribas.
Ciclos econômicos e a produção arquitetônica em Porto Murtinho. Campo Grande,
Governo do Estado de Mato Grosso do Sul/FIC, 2014; ARRUDA, Ângelo Marcos Vieira
de. Arquitetura em Campo Grande. Campo Grande, Uniderp, 1999; MARQUES, Rubens
Moraes da Costa. Trilogia do Patrimônio Histórico e Cultural Sul-Mato-
Grossense. 2a edição. Vol. III. Campo Grande, Editora UFMS, 2007.
9
SANTOS, Carlos Alberto Ávila. Ecletismo na fronteira meridional do Brasil:
1870-1931. Tese de doutorado. Salvador, UFBA, 2007.
10
ARRUDA, Ângelo Marcos. Op. cit.; BENINCASA, Vladimir. Velhas fazendas:
arquitetura e cotidiano nos campos de Araraquara, 1830-1930. São Carlos,
UFSCar; São Paulo, Imesp, 2003.
11
TEIXEIRA, Claudia Mudado. Op. cit.; Maruyama, Cíntia Miua; Fernandes, Leandro
Carlos. Tradição da arquitetura rural no Sul e sudeste: do século XVI ao XX.
Revista Científica Tecnológica, Chapecó, v. 3, n. 2, p. 330-345, 2015.
12
MIRANDA, Alcides da Rocha; CZAJKOWISK, Jorge; CRUZ, Pedro Osvaldo; PIRES,
Fernando Tasso Fragoso; MERCADANTE, Paulo. Fazendas: solares da região cafeeira
do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995.
13
Maruyama, Cíntia Miua; Fernandes, Leandro Carlos. Op. cit.
14
LUCCAS, Luís Henrique Haas. Estâncias e fazendas: uma contribuição ao estudo da
arquitetura tradicional riograndense. Arquitextos, São Paulo, ano 06, n.
https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.209/6746 13/15
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071.05, Vitruvius, abr. 2006
<www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.071/363>.
15
MARUYAMA, Cíntia Miua; Fernandes, Leandro Carlos. Op. cit.
16
FACHOLLI, Clenice Batista; DOERZBACHER, Sirley. Op. cit.; BARBOSA, Emílio
Garcia. Op. cit.; MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.; MARTINS, Wilson
Barbosa. Memória: janela da história. Campo Grande, Instituto Histórico e
geográfico de Mato Grosso do Sul, 2010.
17
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.
18
DINIZ, Nathália Maria Montenegro. Op. cit.; FERRAZ, Marcelo Carvalho. Op. cit.;
SANTOS, Carlos Alberto Ávila. Op. cit.; BENINCASA, Vladimir. Op. cit.
19
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.
20
FERRAZ, Marcelo Carvalho. Op. cit.
21
Idem, ibidem
22
MARTINS, Wilson Barbosa. Op. cit.
23
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.
24
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.;DINIZ, Nathália Maria Montenegro. Op.
cit.
25
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.;MARTINS, Wilson Barbosa. Op.
cit.;FERRAZ, Marcelo Carvalho. Op. cit.
26
FERRAZ, Marcelo Carvalho. Op. cit.
27
FERRAZ, Marcelo Carvalho. Op. cit.;Diniz, Nathália Maria Montenegro. Op. cit.;
BENINCASA, Vladimir. Op. cit.
28
ROOS, Carmelindo Romildo. Rio Brilhante: história e desenvolvimento. Rio
Brilhante, Ed. Rio Brilhante, 1996.
29
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.; MARTINS, Wilson Barbosa. Op. cit.
30
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.
31
MAGALHÃES, Luiz Alfredo Marques. Op. cit.
32
REZENDE, Alair Barbosa. Memórias da Fazenda Sossego e da Vacaria. Campo Grande,
Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, 2013;FERRAZ, Marcelo
Carvalho. Op. cit.
33
REZENDE, Alair Barbosa. Op. cit.
34
SOUZA, Antônio Barbosa de. Laucídio Coelho, um homem à frente de seu tempo.
Campo Grande, Vector Editores e Consultores Associados, 2007.
35
TEIXEIRA, Claudia Mudado. Op. cit.
36
GLANCEY, Jonathan. A história da Arquitetura. São Paulo, Edições Loyola.
2001;FERRAZ, Marcelo Carvalho. Op. cit.
37
TEIXEIRA, Claudia Mudado. Op. cit.; FERRAZ, Marcelo Carvalho. Op. cit.
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