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TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL

LINGUA PORTUGUESA

Compreensão de textos

A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do texto. É verificar o que


realmente está escrito nele. Tem que estar escrito e não imaginar o que o autor quis
dizer, ou seja, todas as informações devem estar presente no texto

Deve-se analisar os dados concretos e objetivos do texto.

Existem algumas expressões que fica claro que o que se quer analisar é a
compreensão do texto:

Segundo o autor…

Segundo o texto…

O texto informa que…

No texto…

O autor afirma que…

De acordo com o autor…

De acordo com o texto…

Fica claro nas expressões acima que as respostas deverão estar clara no texto, ou
seja, você deve compreender o texto para tirar as conclusões.

Interpretação de textos

A interpretação de texto imagina o que as ideias do texto tem a ver com a realidade.

O leitor tira conclusões subjetivas do texto (deduzir o que o autor do texto quis
dizer).

As informações não estão escrita claramente no texto, elas estão fora do texto, mas
tem ligação com ele. Você deve deduzir o que o autor está querendo dizer dentre as
ideias que foram escritas no texto.

Para você fazer uma boa interpretação de um texto é necessário que você tenha
algum conhecimento prévio sobre o assunto que está sendo abordado pelo autor.
Você deve fazer uma análise pessoal e crítica para ter uma conclusão mais
completa.

1 - CHARLES OLIVER
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Existem algumas expressões que fica claro que o que se quer analisar é a
interpretação do texto:

Conforme o texto, podemos concluir…

Pela leitura do texto é possível perceber…

É possível inferir que através….

O texto permitem levantar a hipótese de que…..

Conclui-se do texto que…

O texto encaminha o leitor para…

Para você fazer uma boa compreensão e interpretação do texto você deve ler
atentamente todo o texto. Se possível releia o texto, pois você terá uma ideia melhor
do que está escrito.

Grife as partes que você ache mais importante.

Analise o que é fato (compreensão) e o que é opinião (interpretação).

Observe que de um parágrafo a outro pode indicar uma conclusão ou uma


continuação de alguma ideia.

E para concluir preste muita atenção nas colocações das vírgulas, elas podem dar
um sentido completamente diferente em um texto.

Existem vários tipos de gêneros discursivos, que na verdade são os tipos de


textos.

OS gêneros textuais são realizações linguísticas concretas, definidas por


propriedades socio-comunicativas e Costumam classificar os gêneros nos seguintes
grupos:

Narrativo: Neles tem um personagem em algum lugar e época. Tem a introdução,


desenvolvimento, tensão e seu final. Ex.: Romance, contos, Crônica, fábulas e
novelas

Descritivo: É a descrição de uma pessoa, lugar ou objeto mostrando suas


características, com o objetivo de transmitir para a pessoa com quem fala uma
visualização que muitas vezes pode ver e sentir o que ele quer passar.

2 - CHARLES OLIVER
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Ex.: Diário, classificados de jornais, cardápios e currículo

​ issertativo argumentativo: Seu objetivo é defender um ponto de vista através da


D
argumentação. Você introduz o assunto ou tema, desenvolve com seus motivos e
depois conclui fechando a argumentação.

Ex.: Editorial, manifesto e sermões

​ issertativo Expositivo: Seu objetivo é expor e esclarecer uma ideia através de


D
comparações e pontos de vista sem o objetivo de tentar convencer e sim de
informar.

Ex.: Textos jornalísticos, resumos escolares e enciclopédias

Injuntivo: Tem o objetivo de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma


certa liberdade para quem recebe a informação.

Ex.: Bula de remédios, receitas de bolo e manuais de instrução

​ rescritivo: Como o injuntivo, seu objetivo é instruir guiando a pessoa como deva
P
proceder.Mas ele não dá nenhuma liberdade de ação à pessoa que recebe a
informação, ela obriga, ou seja, ordena que deve ser cumprida a risca a
determinação.

Ex.: Leis e editais de concursos

Romance:

É uma descrição longa de ações e sentimentos de personagens fictícios, podendo


ser de comparação com a realidade ou totalmente irreal. A diferença principal entre
um romance e uma novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo.

No romance é usado muitas formas de narração estilizadas e harmoniosas para dar


mais emoção ao texto. No romance nós temos uma historia central e várias histórias
secundárias.

​Conto

É uma obra de ficção em que são criados seres e locais totalmente imaginário.

Linguagem linear e curta, envolve poucas personagens, que geralmente se


movimentam em torno de uma única ação, dada em um só espaço, eixo temático e
conflito. Suas ações encaminham-se diretamente para um desfecho.

3 - CHARLES OLIVER
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A diferenciação entre o conto, a novela e o romance também se baseia na sua


extensão, ou seja, dos três ele é o que tem o texto mais curto. Outro diferencial do
conto com o romance é que só tem uma história central, ou seja, não se desenvolve
outras histórias secundárias.

​Novela:

A novela é muito parecida com o conto e o romance, diferenciado por sua extensão.
ela fica entre o conto e o romance

Ela tem a história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O tempo
na novela é baseada no calendário. O tempo e local são definidos pelas histórias
dos personagens. Se for uma novela de época é usado a linguagem da época.
Outra característica é a quantidade de personagem, ou seja, é bem superior ao de
um conto.

A história (enredo) tem um ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um
texto mais curto.

​Crônica

É um texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que nós mesmos já
vivemos e normalmente é utilizado a ironia para mostrar um outro lado da mesma
história.

Gênero que apresenta uma narrativa informal ligada à vida cotidiana. Apresenta
certa dose de lirismo e sua principal característica é a brevidade.

Na crônica o tempo não é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos


intervalos como horas ou mesmo minutos.

O cronista descreve os acontecimentos em ordem cronológica e desafiando o leitor


dando a sensação de diálogo mostrando uma visão própria dos fatos.

​Poesia

Caracteriza-se por apresentar um trabalho voltado para o estudo da linguagem,


fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, a vida dos homens através
de figuras que possibilitam a criação de imagens.

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Editorial

É um texto dissertativo argumentativo em que expressa a opinião do editor através


de argumentos e fatos sobre um assunto que está sendo muito comentado
(polêmico). Sua intenção é convencer o leitor a concordar com ele.

Normalmente o editorial reflete não só a opinião e princípios do editor, mas também


da empresa que ele trabalha.

Entrevista

Ele é um texto expositivo e é marcado pela conversa de um entrevistador e um


entrevistado para a obtenção de informações. Ela também tem como principal
característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre algum assunto de
interesse. Algumas revistas têm uma seção dedicada a esse gênero.

Receita

É um texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo de informar, aconselhar,


ou seja, recomendam dando uma certa liberdade para quem recebe a informação.

Cantiga de roda

Concebida como um gênero empírico, que na escola se materializa em uma


concretude da realidade. A cantiga de roda permite as crianças terem mais sentido
em relação a leitura e escrita, ajudando os professores a identificar o nível de
alfabetização delas

Reconhecimento de tipos e gêneros textuais

Os estudantes costumam confundir tipos textuais com gêneros textuais, mas são
duas coisas diferentes.

Tipo textual: ​O tipo textual é a estrutura do texto, ou seja, é a forma como o texto
se apresenta.

5 - CHARLES OLIVER
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Gênero textual: O Gênero textual é o uso deste texto, ou seja, é a função social/
comunicativa do texto. É um texto que vivencia o cotidiano, podendo ser ​verbal ou
não verbal.

Caso preferir, no vídeo abaixo tem esta postagem em áudio e vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=wThTYp-zQ6w

Para visualizarmos melhor é como se os tipos textuais fossem um grupo e os


gêneros textuais fosse um subgrupo dos tipos textuais.

Existem uma infinidade de gêneros textuais, e no texto abaixo cito apenas alguns.

Tipos Textuais

Temos quatro tipos de textos:

Narrativo, Descritivo, Dissertativo e Injuntivo.

Tipo de texto narrativo (narração)

É a narração de um fato. Podendo ser fictício ou não.

Para se ter um texto narrativo é necessário que se tenha:

Espaço: É o lugar onde ocorre a história.

Tempo: Duração que ocorre a história.

Personagens: São os seres, que normalmente são pessoas, podendo ser animais
ou mesmo objetos que participam na história.

Narrador: Pode ser em 1ª pessoa (pessoal fazendo parte da história) ou na 3ª


pessoa (impessoal, ele está longe da história).

6 - CHARLES OLIVER
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​Gêneros textuais narrativos:

​Crônicas: ​Baseada no cotidiano com uma narrativa curta

Conto:​ É fictício e também tem uma narrativa curta

Romance:​ Narrativa longa que descreve um ambiente, personagens e roupas

Tipo de texto Descritivo (descrição)

Um texto em que se faz uma imagem escrita, dá detalhes de um ser, podendo ser
uma pessoa, objeto, animal ou lugar.

Pode até descrever sensações ou sentimentos.

Ele sempre está acompanhado de outro tipo de texto.

Gêneros textuais descritivos:

Romance: Apesar de ser narrativo ele descreve o ambiente, personagens e roupas


para atiçar o imaginário do leitor.

Diário:​ Ele descreve o dia a dia de uma pessoa e seus sentimentos.

Currículo:​ Descreve todas as informações de uma pessoa.

Tipo de texto dissertativo (Dissertação)

É explicar ou falar sobre um assunto. É um texto informativo. É narrativo e


argumentativo.

Pode ser expositivo ou argumentativo

7 - CHARLES OLIVER
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Dissertação expositiva

Expõe um assunto, fato ou acontecimento. Ele explica e analisa ideias.

Dissertação argumentativa

Os textos argumentativos também expõem um assunto, fato ou acontecimento, mas


seu objetivo principal é persuadir o leitor sobre o ponto de vista do autor a respeito
do assunto. Ele se posiciona com argumentos.

Gêneros textuais dissertativos

Reportagem​: É um texto informativo onde se expõe os fatos. Ela é uma dissertação


expositiva.

Resumo:​ Conta a essência de um texto, o que se julga mais importantes.

Resenha: É também um resumo, só que tem também o ponto de vista do autor, ou


seja, sua opinião sobre o assunto. Ela é uma dissertação argumentativa.

Tipo de texto injuntivo (Injunção)

O texto Indica como realizar uma ação. Ele é claro e objetivo. Ele expressa uma
ordem, por isso, utiliza-se o verbo no modo imperativo.

Gênero textuais injuntivo:

Receitas, regulamentos, manuais e bilhete.

Ortografia Oficial – Dicas para questões de concursos públicos


A ortografia oficial de uma língua diz respeito às regras que determinam a forma
correta de escrita das palavras, assim como sinais de pontuação e acentuação.

8 - CHARLES OLIVER
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A ​ortografia oficial da Língua Portuguesa é a parte da gramática que tem a


finalidade de estudar a forma correta de escrever as palavras. Para isso, são
observados os padrões, regras e o uso correto dos sinais de pontuação e
acentuação.

A palavra grega ​orthos faz referência a ideia daquilo que é reto, exato e direito. Já a
palavra latina ​graphia significa escrever. Portanto, a prática da ortografia está ligada,
além da escrita correta, ao conhecimento das regras que enquadram a escrita nas
condições da Língua Portuguesa, observando características etimológicas e
fonológicas.

Assim sendo, quando o termo ​ortografia oficial é utilizado, quer dizer que estamos
fazendo referência à ortografia definida como correta no Brasil.

Em ​concursos públicos e processos seletivos de todas as esferas é comum a


cobrança do assunto tanto das provas de Português, quanto nas provas de redação,
que costumam ser um grande diferencial na obtenção de boas colocações.

Por isso, preparamos um guia completo com os principais temas de ortografia


oficial. Fique por dentro de todas as regras e aumente as chances de alcançar a tão
sonhada aprovação.

Acentos

O uso dos acentos é um dos itens de ortografia oficial mais frequentes em


concursos públicos. Para acabar com todas as dúvidas de quando usar, ou não, os
acentos, fique atento às nossas dicas.

Em síntese, a acentuação tem como finalidade mudar o som de alguma letra,


portanto, fazendo com que palavras escritas de forma semelhante sejam lidas de
um jeito diferente e tenham significados diferentes.

Na Língua Portuguesa há quatro acentos gráficos, que podem ser definidos da


seguinte forma.

Acento agudo (´) – é usado em vogais para indicar que a sílaba em que ela se
encontra é tônica, ou seja, possui o som mais forte. O acento agudo faz com que as
palavras sejam pronunciadas de forma aberta: célebre, acarajé, filé.

Acento circunflexo (^) – pode ser usado apenas nas vogais, A, E e O, indicando
que elas devem ser pronunciadas de forma fechada: ângulo, ônus, ônibus, bônus.

Til (~) – é ele que dá o som anasalado às vogais A e O: propõem, constituição,


preposição, ação.

9 - CHARLES OLIVER
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Acento grave (`) – é usado para indicar a ocorrência de crase, assunto que será
aprofundado em um tópico seguinte.

X e CH

Na hora de escrever, uma das dúvidas mais recorrentes diz respeito ao uso do X e
do CH. Ainda mais porque, além de conhecer as regras, é necessário conhecer
também as exceções.

Para fixar o uso correto de cada uma das situações a seguir, o ideal é ter uma boa
rotina de leitura para assimilar a grafia correta das palavras. Vamos aos usos?

Uso do X e CH nas palavras provenientes do latim:

CH: ​quando são traduzidas do latim para o português, as sequências “pl” “fl” e “cl”
transformam-se em CH.

Exemplos:

​ nus –
pla ​ ​ch​ão

fl​amma​ – ​ch​ama

​ mare​ – ​ch​amar
cla

X: palavras originárias do X latino ou quando há palatização do S em grupos ssi ou


sce:

Exemplos:

e​xa
​ men​ – e​x​ame

lu​xu
​ ​ – lu​x​o

la​xa
​ re​ – deibar

pi​sce​ – pei​x​e

​ sio
pas ​ ne​ – pai​x​ão

Casos em que o ​CH​ é utilizado:

● Em palavras de origem francesa (​ch​ofer (chauffeur), cre​ch​e (crèche),


debo​ch​ar (débaucher), feti​ch​e (fétiche), gui​ch​ê (guichet) e champignon
(champignon))

10 - CHARLES OLIVER
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Casos em que o ​X​ é utilizado:

● Depois de ditongos (pei​x​e, amei​x​a e cai​x​a)

Algumas exceções são as palavras guache, recauchutar e caucho.

● Em palavras iniciadas pela sílaba “en”: enxada, enxerto e enxurrada;

Neste caso há duas exceções. A primeira diz respeito à palavra ​enchova​, ​que é um
regionalismo da palavra ​anchova​, que tem origem genovesa: ​anciua.​

A segunda exceção são as palavras formadas pela sílaba inicial “en”, seguidas por
radical com “ch”. Alguns exemplos são: en​ch​ente, en​ch​umaçar e en​ch​arcar.

● Em palavras iniciadas pela sílaba: “me” (me​x​ilhão, Mé​x​ico e me​x​er)

Aqui, a exceção é a palavra ​mecha (referindo-se aos cabelos) cuja origem é


francesa, da palavra ​mèche.​ Algumas vezes a confusão pode ser ocasionada por
conta da palavra ​mexe​ (do verbo mexer) que é grafada com x.

● Em palavras de origem tupi (capi​x​aba, ca​x​umba, ​x​a​x​im, quei​x​ada, Pata​x​ó,


abaca​x​i, ara​x​á e ​X​ingu)

Um das exceções é a palavra que nomeia a cidade catarinense de ​Ch​apecó, que é


uma derivação do tupi ​X​apeco e quer dizer, da donde se avista o caminho da roça.

● Em palavras de origem africana (afo​x​é, a​x​é, ​x​ingar, x​angô, ma​x​i​x​e, ori​x​á,


boroco​x​ô, ​x​odó e fu​x​ico)

Algumas exceções são as palavras ca​ch​aça, ​ch​ilique, e ca​ch​imbo.

● Em palavras de origem árabe (almo​x​arifado, eli​x​ir, ha​x​i​x​e, ​x​arope, ​x​adrez,


x​eque e en​x​aqueca)

As exceções são as palavras alca​ch​ofra e ​ch​afariz.

S ou Z

Na hora de escrever, outra confusão frequente está relacionada ao uso do S e do Z.


Conheça algumas regrinhas que podem auxiliar:

Casos em que o ​S​ é utilizado:

● Em palavras que derivam de uma primitiva grafada com s (ca​s​a – ca​s​inha,


ca​s​arão, análi​s​e – anali​s​ar e pe​s​quisa – pesqui​s​ar)

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Como exceção podemos citar: cateque​s​e – catequi​z​ar.

● Após ditongo quando houver o som de z (coisa e maisena)


● Nos sufixos “ês”, “esa”, “esia” e “isia”, quando indicarem nacionalidade, título
ou origem (burguesia, portuguesa, poetisa e camponês)

A exceção é a palavra juíza, que deriva do masculino, juiz.

● Na conjugação dos verbos ​pôr​ e ​querer​ (ele ​pôs​, ele ​quis​, e nós ​quisemos​)
● Nos sufixos gregos “ase”, “ese”, “ise” e “ose” (crise, tese, frase e osmose)

As exceções são as palavras desli​z​e e ga​z​e.

● Em palavras terminadas em “oso” e “osa” (gostosa e populoso)

Casos em que o ​Z​ é utilizado:

● Palavras terminadas em e​z e e​z​a serão escritas com ​z quando se tratarem


de substantivos abstratos provenientes de adjetivos, portanto, indicando uma
qualidade (cert​eza​, nobr​eza​, maci​ez​ e sensat​ez​)
● Utiliza-se o ​z ​nas palavras derivadas com os sufixos “zinho” “zito” “zada”
“zarrão”, “zorra”, “zudo”, “zeiro”, “zal” e “zona” (cafe​z​al, homen​z​arrão,
papel​z​inho e açai​z​eiro)

As exceções ocorrem quando o radical da palavra de origem possui o ​s​: casa –


casinha, asa – asinha e Teresa – Teresinha.

● Quando a derivação resultam em verbos terminados com o som de “izar”


(economizar e aterrorizar)

Da mesma forma, há exceção quando o radical da palavra de origem possui o ​s​:


analisar e improvisar.

C, Ç, S e SS

Outra parte, ainda mais confusa, são as possibilidades de uso do c, ç, s e ss.


Entretanto, as regrinhas são muito simples e fáceis de serem entendidas.

● O ​C tem valor de ​S com as vogais E e I. Antes de A, O ou U, utiliza-se o ​Ç


(o​c​ioso, a​c​etato, a​ç​úcar e a​ç​o)
● Depois de consoante, utiliza-se ​S​. Entre vogais, o correto é usar ​SS
(concur​s​o e pe​ss​oa)

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● O ​S é utilizado em palavras que derivam de verbos terminados em “correr”


“pelir” e “ergir” (compelir – compul​s​ório, discorrer – discur​s​o e imergir –
imer​s​ão)
● Os verbos terminados em “dar” “der” “dir” “ter” “tir” e “mir” recebem o ​S
quando perdem as letras D, T e M em suas derivações (redimir – remissão –
remisso, expandir – expansão – expansível e iludir – ilusão – ilusório)
● Verbos não terminados em “dar” “der” “dir”, “ter” “tir” e “mir” recebem ​Ç
quando mudam o radical (excetuar – exce​ç​ão e proteger – prote​ç​ão)
● Verbos que mantêm o radical recebem ​Ç em suas derivações (fundir –
fundi​ç​ão e reter – reten​ç​ão)
● Utiliza-se ​C​ ou ​Ç​ após o ditongo quando houver som de ​S​ (trai​ç​ão e coi​c​e)
● Utiliza-se C ou Ç nos sufixos “aça”, “aço”, “ação”, “çar”, “ecer’, “iça”, “iço”,
“nça”, “uça”, “uço” (esperar – esperan​ç​a, dente – dentu​ç​o, rico – rica​ç​o e
merece – mere​c​er)
● Em palavras de origem árabe (a​ç​ude, alfa​c​e, alvoro​ç​o, ​c​eleste, ​c​etim, a​ç​oite,
a​ç​afrão)

Algumas exceções são arsenal, safra, salada e carmesim.

● Em palavras de origem tupi (cama​ç​ari, a​ç​aí, ca​c​ique, pia​ç​ava, pa​ç​oca,


Igua​ç​u e cupua​ç​u)
● Em palavras de origem africana (ca​ç​ula, cacha​ç​a, mi​ç​anga, lamban​ç​a,
canga​ç​o e jagun​ç​o)

GeJ

Em relação ao uso do ​G e ​J é seguida a mesma tendência. Além de ter várias


regras, há, ainda, diversas exceções. Confira quais são as principais e nunca mais
erre a grafia dessas palavras.

● Nas palavras originárias do latim e do grego, normalmente, o G da Língua


Portuguesa é equivalente.

Latim

g​estu​ – gesto

g​elu – gelo

a​gi​ tare​ – agitar

Grego

g​ymnastics –
​ ginástica

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hé​g​emonikós – hegemônico

Em relação ao J, ele não existe nem no latim e nem no grego clássico. Portanto, ele
ocorre quando há consonantização do I semiconsoante latino ou palatalização do S
+ I, ou do grupo DI + Vogal.

Casos em que o ​G​ é utilizado:

● Quando a palavra é derivada de outras palavra grifada com G (farin​g​ite –


farin​g​e e selva​g​eria – selva​g​em)

Algumas exceções são cora​g​em – cora​j​oso e via​g​em – via​j​ar.

● Quando as palavras terminam nos sufixos “ágio”, “égio”, “ígio”, “ógio” e “úgio”
(refú​g​io, prestí​g​io e sacrilé​g​io)
● Utiliza-se G quando os substantivos são terminados em “gem” (sonda​g​em,
via​g​em e passa​g​em)

Exemplos de exceção são as palavras pajem e lambujem.

● Quando os verbos são terminados em “ger” e “gir” (ele​g​er e ru​g​ir)


● Depois de R (diver​g​ir e submer​g​ir)

Casos em que o J é utilizado:

● Nas palavras derivadas de outras que são grafadas com J (lo​j​ista – lo​j​a,
gor​j​eta – gor​j​a).
● Nos verbos terminados em “jar” (arran​j​ar, encora​j​ar, enferru​j​ar)
● Palavras de origem árabe (azule​j​o, berin​j​ela, ​j​aleco,​ j​arra, laran​j​a)

Algumas exceções são ​g​iz, ​g​irafa e ál​g​ebra.

● Em palavras de origem tupi (​j​ururu, maracu​j​á, ​j​erimum, mara​j​ó, ​j​ibóia)

Ser​g​ipe é uma exceção.

● Palavras que possuem origem africana (​j​abá, Ieman​j​á, acara​j​é, ​j​iló, Jurema)

Mal e mau

É uma das dúvidas mais frequentes, que as duas palavras são muito parecidas. E
aí, na hora de escrever, o correto é ma​u​ ou ma​l​? Vamos aos esclarecimentos?

Neste caso é um dica que é praticamente infalível. Na hora da dúvida, basta


colocá-la em prática.

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A palavra ​mal é oposto de ​bem​, enquanto a palavra ​mau é oposto de ​bom​. Basta
fazer a substituição para perceber se o uso é correto, ou não.

Vale lembrar, ainda, que quando estiver acompanhado de artigo ou pronome, ​mal
será um substantivo.

● Exemplo: Sofro desse ​mal​ desde os dez anos de idade.

Porém, quando modificar um verbo ou adjetivo, ​mal​ será um advérbio.

● Exemplo: Chegou em casa e ​mal​ olhou para o marido.

Na direção contrária, a palavra ​mau​ sempre é usada como um adjetivo.

● Exemplo: Os maus exemplos não devem ser seguidos.

Uso dos porquês

Essa questão tira o sono de muitos concurseiros, e não é para menos. Há quatro
categorias distintas e cada uma delas com um uso. Entretanto, depois de entender
com elas funcionam, o uso dos porquês se tornará muito mais simples.

Porque (junto e sem acento) – é usado basicamente em respostas e explicações,


indicando a causa ou explicação de algo. Pode ser substituído por: pois, uma vez
que, dado que, visto que, etc.

● Exemplo: Não vou ao shopping ​porque​ estou me sentindo mal.

Por que (separado e sem acento) – ​é usado para fazer perguntas ou para fazer
relação com um termo anterior da oração. Confira algumas formas de substituí-lo:
por qual razão e por qual motivo.

● Exemplo: ​Por que​ você não cumpriu o acordo de venda?

Por quê (separado e com acento) – é usado no final de frases interrogativas,


podendo ser seguido tanto por ponto de interrogação, quanto por ponto final.

● Exemplos: Minha irmã foi embora sem que eu soubesse o ​por quê​.

Você deixou o caderno em casa ​por quê​?

Porquê (junto e com acento) – é usado para indicar o motivo, razão ou causa de
alguma coisa. Sempre aparece acompanhado de artigos definidos ou indefinidos,
mas pode aparecer, ainda, acompanhado de numeral ou pronome.

15 - CHARLES OLIVER
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● Exemplo: Gostaria de saber os ​porquês de eu não ter sido convidada para a


festa do condomínio.

Resumindo:

Porque –​ Usado em respostas.

Por que –​ Usado no início de uma questão.

Por quê –​ Usado no fim de perguntas.

Porquê –​ Usado como substantivo.

Crase

Em Língua Portuguesa poucas coisas são tão temidas, e erradas, quanto a crase.
Isso porque seu uso é normatizado por uma série de regras, que facilmente podem
causar confusão nos concurseiros.

Além de tudo, é um assunto extremamente cobrado em provas. Sendo assim, é


muito importante estar com todas as normas na ponta da língua. Vamos lá?

● Nas situações a seguir, NÃO há uso de crase:

Antes de substantivos masculinos:​ Prefiro andar ​a​ pé.

Antes de verbos:​ O engenheiro está começando ​a​ planejar meu banheiro.

Antes de grande parte dos pronomes:​ Desejamos ​a​ todos boas festas.

Entretanto, há algumas exceções, como na frase: Esta é a notícia à qual me referi.

Em expressões com palavras repetidas, ainda que elas sejam femininas: ​Fiquei
face ​a​ face com meu ex-marido.

Antes de palavras femininas no plural e antecedidas pela preposição a: As


bolsas de estudo foram dadas ​a​ alunas goianas.

Entretanto, se os substantivos femininos forem especificados por meio do uso do


artigo definido “as”, há uso de crase em função da contração do artigo com a
preposição a , portanto a + a = às: As bolsas de estudos foram concedidas às
alunas goianas.

Antes de numeral, com exceção das horas: ​O shopping fica ​a três quilômetros
daqui.

16 - CHARLES OLIVER
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● Há uso de crase nas condições a seguir:

Antes de palavras femininas, ​em construções de frases com substantivos e


adjetivos que pedem a preposição a, e ainda, com verbos cuja regência é feita com
a preposição a, indicando a quem algo se refere. Alguns exemplos são pedir a e
agradecer a: Minha irmã nunca está atenta à aula.

Em várias expressões adverbiais, locuções conjuntivas e prepositivas: ​à noite,


à​ exceção de, ​à​ semelhança de,​ à​ deriva, ​às​ avessas, ​às​ vezes, ​à ​toa, ​à​ parte, etc.

Pode ocorrer crase antes de um substantivo masculino se houver uma palavra


feminina subentendida na frase. Um bom exemplo são as locuções ​à moda de e ​à
maneira de.

Antes da indicação exata e determinada de horas: Preciso acordar todos os dias


às​ cinco da manhã.

Vale lembrar que em caso de uso das preposições para, entre, desde e após, não
ocorre o uso da crase: O salão só abre após ​as​ duas da tarde.

Em várias expressões de modo ou circunstância​, como fator de transmissão de


clareza na leitura: Estudei ​a​ distância – Estudei​ à​ distância.

Nos casos a seguir, o uso da crase é facultativo.

● Antes de pronomes possessivos;


● Antes de nomes próprios femininos;
● Antes da preposição até antecedendo substantivos femininos.

Casos específicos:

● Antes de nomes de localidades;


● Antes da palavra terra;
● Antes da palavra casa;

Palavras homônimas e parônimas

Essas palavras são importantes em concursos públicos pelo fato de aparecerem


muito em questões que são “pegadinhas”. Sendo assim, fique atento a elas e evite
perder pontos em perguntas simples. Confira as definições.

Palavras homônimas – ​são aquelas palavras que possuem exatamente a mesma


pronúncia mas que têm significados e escritas diferentes.

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cerrar (fechar) – serrar (cortar)

laço (nó) – lasso (gasto, cansado)

cheque (ordem de pagamento) – xeque (jogada de xadrez)

Palavras parônimas – tanto a pronúncia, quanto a escrita são parecidos. Contudo,


o significado é diferente.

comprimento (extensão) – cumprimento (saudação)

emergir (vir à tona) – imergir (mergulhar)

tráfego (trânsito) – tráfico (comércio ilícito)

Novo acordo ortográfico

Apesar de datar de 1990, somente a partir de 2016 é que o tema começou a tirar o
sono dos concurseiros. O ​novo acordo ortográfico está em vigor desde 2009,
porém, foi em 2016 que o uso das novas regras tornou-se obrigatório. Confira quais
foram as principais alterações.

● Mudança no alfabeto

Acréscimo das letras K, W e Y. Agora, oficialmente, o alfabeto brasileiro conta com


26 letras. Na prática, essas letras são usadas em nomes próprios e nas abreviaturas
de símbolos internacionais, tais como km (quilômetro) e kg (quilograma).

● Trema

Uma das principais mudanças do novo acordo ortográfico foi a queda do uso do
trema. Agora, seu uso ocorre apenas em nomes próprios estrangeiros e derivados,
a exemplo de Müler.

● Acentuação

– Fim da acentuação dos ditongos abertos “ei” e “oi” das palavras paroxítonas, ou
seja, aquelas que possuem acento tônico na penúltima sílaba.

Exemplos: jóia – joia, idéia – ideia e assembléia – assembleia.

– Fim da acentuação para os ditongos oo e ee nas palavras paroxítonas.

Exemplos: veêm – veem, voô – voo e enjoô – enjoo.

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– Abolição do acento agudo nas vogais i e u quando aparecem depois de ditongo.

Exemplo: feiúra – feiura.

– O acento diferencial foi abolido de diversas palavras, que agora devem ser
analisadas dentro do contexto da oração.

Exemplos: pára – para, pêlo – pelo e pêra – pera.

O acento diferencial foi mantido em alguns casos, como por exemplo tem/têm e
pode/pôde.

● Hífen

As regras de hifenização sofreram diversas alterações por conta do novo acordo


ortográfico. Conheça os principais casos.

Não há uso de hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento


começa com as letras r ou s, que neste caso, serão duplicadas.

Exemplo:​ auto-retrato – autorretrato.

Vale lembrar que o hífen será mantido na ligação dos prefixos hiper, super e inter
com elementos iniciados por r.

Exemplos:​ inter-regional e super-resistente.

O hífen é usado quando o prefixo termina com a mesma vogal que começa o
segundo elemento.

Exemplo:​ antiinflamatório – anti-inflamatório.

Ao contrário, não se usa hífen quando quando o prefixo termina em vogal diferente
da que começa o segundo elemento.

Exemplo:​ auto-estima – autoestima.

Ainda que o segundo elemento se inicie com a vogal “o”, não se usa hífen em
palavras prefixadas por co.

Exemplo:​ cooperar.

Não há uso de hífen em palavras composta que, através do uso, formam uma
unidade.

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Exemplo:​ manda-chuva – mandachuva.

Coesão e Coerência
Um resumo dos conceitos de coesão e coerência, além de como esse conteúdo é
aplicado nas provas de concursos públicos e processos seletivos.
O conteúdo de Língua Portuguesa é um dos mais extensos cobrados em ​editais e
está presente para todos os cargos de concursos públicos e processos seletivos.
Além disso, as provas da disciplina contam com a maior pontuação o que pede
preparo de alto nível por parte dos candidatos.

Entre os itens presentes em praticamente todos os regulamentos está o de coesão


e coerência. Os dois conceitos são de extrema importância para a compreensão
textual e escrita fluente. Isso porque um texto só é considerado eficaz se a
mensagem transmitida faça sentido para quem lê.

Apesar de interligados, os termos apresentam significados e aplicações diferentes


em um texto ou oração. Confira, a seguir, o que é coesão e coerência, exemplos e
como são cobrados em sua prova.

O que é coesão?

A ​coesão é a conexão dos elementos do texto de forma a criar harmonia entre


eles. Trata, basicamente, das articulações gramaticais que existem entre as
palavras, frases e orações cuidando para que haja boa sequência entre parágrafos,
orações, períodos e palavras. A disposição correta e organização é feita por meio
dos conectivos.

A coesão pode ser obtida graças a dois mecanismos principais – a anáfora e a


catáfora, ambas relacionadas à informação textual. A primeira retoma um
componente enquanto a outra o antecipa permitindo a construção de um texto
harmonioso. Mas, como isso funciona?

Algumas regras devem ser seguidas para garantir a coesão textual. Veja quais são:

● Referência: pode ser pessoal (uso de pronomes pessoais e possessivos),


demonstrativa (uso de pronomes demonstrativos e advérbios) e comparativa
(uso de comparações por meio de semelhanças). Exemplos:
○ Leda e Sérgio se casaram. Eles são os pais de Júlia e Lara (pessoal
anafórica)
○ Escrevi todos os textos com exceção deste: o da história da
colonização africana (demonstrativa catafórica)

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○ Mais um mês igual aos outros… quente! (referência comparativa


endofórica)
● Substituição: substitui um elemento nominal por outro para evitar repetições.
Exemplo: Vamos ao congresso na quarta-feira, Ludmila irá na quinta.
● Elipse: omissão de um componente textual, seja ele frase, verbo ou nome.
Exemplo: Compramos dois refrigerantes a mais para levar, você os quer?
● Conjunção: termo que liga duas orações de modo a estabelecer uma
conexão entre elas. Exemplo: Ainda não encontraram os culpados pelo
vandalismo, mas Charlie sabe quem foi.
● Coesão Lexical: uso de palavras com sentido aproximado ou de mesmo
campo lexical, ou seja, hiperônimos, sinônimos e nomes genéricos. Exemplo:
O museu não tinha a menor condição de guardar tantas relíquias! O local
estava a ponto de ruir!

O que é coerência?

A ​coerência​, por sua vez, se preocupa mais com a lógica entre as ideias,
acontecimentos e situações, tendo como suporte mecanismos de natureza lexical
ou gramatical, além do conhecimento compartilhado dos falantes do idioma. Sendo
assim, trata-se da propriedade textual que permite a construção do texto de forma
suas partes tenham sentido entre si.

O conceito permite estabelecer relação lógica das ideias por meio da argumentação.
Já percebeu o quanto um texto redundante e contraditório dá a impressão de não
concluir as ideias? Isso acontece porque sua construção o deixa incoerente, sem a
clareza do discurso de forma a deixá-lo sem fluência.

Assim como na coesão, princípios básicos devem ser seguidos para manter um
texto coerente, sendo eles:

● Princípio da Relevância:​ ideias precisam se relacionar


● Princípio da Não Tautologia:​ evitar ideias redundantes
● Princípio da Não Contradição:​ evitar ideias contraditórias
● Princípio da Continuidade Temática: o texto deve seguir dentro do mesmo
assunto
● Princípio da Progressão Semântica: inserir informações novas para seguir
o todo

Os princípios acima são garantidos caso alguns fatores sejam levados em


consideração para garantir a coerência textual. São eles:

● Conhecimento do mundo: carga adquirida ao longo da vida, como rótulos


(frames), planos, esquemas ou scripts. Exemplo:

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○ Trabalho, horários a cumprir e trânsito para enfrentar. Isso sim é que


são férias!
○ Praia, mar e restaurantes típicos! Isso sim é que são férias!

A partir do exposto acima, qual das frases apresenta maior coerência com a
realidade? A segunda, certo? Isso porque, nas férias, tudo o que queremos é ficar
longe das obrigações que nos são rotineiras.

● Inferências: informações simplificadas a partir do pressuposto de que o


interlocutor compartilha daquele conhecimento. Exemplo: Quando chamá-la
para sair, não se esqueça de que ela é indiana (ou seja, pode ser que a
pessoa seja vegetariana).
● Informatividade: evitar insistir no que é óbvio procurando trazer informações
ricas e interessantes. Exemplos:
○ O Egito possui pirâmides imensas (incoerente)
○ Há quem diga que as pirâmides foram construídas por extraterrestre
devido à forma como os blocos foram dispostos (coerente)
● Contextualização: fatores que providencie a clareza textual, como datas e
menções a alguma informação. Exemplo:
○ Chegará às 20h.
○ Quem chegará às 20h? Não estou sabendo de nada

Dicas para melhorar a coesão e coerência de seu texto

Elaborar textos impecavelmente coerentes e coesos não é tarefa fácil. Para ajudar,
trouxemos algumas dicas que podem ser valiosas para garantir a fluência de sua
redação.

1. Use conjunções coordenativas (mas, também, entretanto, ora…ora, portanto,


porque)
2. Use sinônimos para evitar repetições (no entanto = porém)
3. Evite usar palavras muito complicadas para facilitar a compreensão do texto
4. Releia o parágrafo escrito
5. Leia bastante para adquirir conhecimento e enriquecer seu vocabulário
6. Coloque-se no lugar do leitor e veja se seu texto está claro

Relação de harmonia entre os elementos textuais

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Coesão textual ​são os mecanismos linguísticos que permitem uma conexão


lógico-semântica entre as partes de um texto. A ligação e harmonia que possibilitam
a amarração de ideias dentro de um texto é feita com o uso de conjunções,
preposições, advérbios ou locuções adverbiais.

A coesão textual assegura a ligação entre palavras e frases, interligando as


diferentes partes de um texto. Ela pode ser percebida ao se verificar que as frases e
os parágrafos estão entrelaçados no texto, de modo que um elemento dá sequência
ao outro, determinando a transição das ideias presentes no texto.

A coesão é essencial para garantir que o texto seja harmonioso, que transmita a
mensagem com clareza e que faça sentido para o leitor. Para isso é necessário
empregar elementos de coesão, utilizando conjunções, ​pronomes​, advérbios, entre
outras expressões que têm como objetivo estabelecer a interligação entre os
segmentos do texto.

Elementos que garantem a coesão textual

Para garantir a coesão, o texto deve conter alguns elementos fundamentais. Esses
elementos coesivos permitem que sejam feitas as articulações e ligações entre as
diferentes partes do texto, bem como a sequência de ideias do mesmo.

Os ​conectores são os elementos coesivos que fazem a coesão entre as frases.


Eles instituem as relações de dependência e conexão entre os termos. Esses
elementos são formados por conjunções, preposições e advérbios conectivos.

A ​correlação dos verbos trata da correta utilização dos ​tempos verbais a fim de
garantir a coesão temporal ordenando os acontecimentos de maneira lógica e linear,
o que possibilita uma compreensão da sequência dos fatos.

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Tipos de coesão textual

Existem os seguintes tipos de coesão textual: coesão referencial, coesão lexical,


coesão por elipse, coesão sequencial e coesão por substituição.

Coesão referencial

Consiste na menção de elementos que já apareceram ou ainda vão aparecer no


texto. Esses elementos são chamados de anáforas ​(usada para se referir aos
termos já citados no texto) e ​catáforas (usada para se referir aos termos que serão
citados na sequência do texto).

Na coesão referencial, os termos conectivos anunciam ou retomam as frases,


sequências e palavras presentes em um texto. Para fazer essas retomada
geralmente são utilizados ​pronomes pessoais​, ​pronomes possessivos​, ​pronomes
demonstrativos​ ou expressões adverbiais de lugar.

A coesão referencial é uma das mais usadas. Esse tipo de coesão evita o uso de
diversas repetições no mesmo texto usando um termo para fazer referência a outro.
Ou seja, é o tipo de coesão que reitera algo que já foi dito antes, substituindo uma
palavra por outra que possui com ela alguma relação semântica.

Coesão lexical

A coesão lexical ocorre quando um termo é substituído por outro dentro do texto.
Esse tipo de coesão estabelece uma relação de ​sinonímia​, ​antonímia​, ​hiponímia
ou ​hiperonímia​. Por meio de ​sinônimos​, pronomes, ​heterônimos ou ​hipônimos​,
que estabelecem uma corrente de sentido fazendo remissão às mesmas ideias por
meio de diferentes termos.

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Dessa forma, a coesão lexical usa palavras ou expressões análogas para substituir
termos já utilizados e para identificar e nomear elementos textuais que já forma
citados.

Esse tipo de coesão textual é essencial para manutenção da unidade temática do


texto que necessita de uma carga de redundância. A coesão lexical constrói uma
cadeia de sentidos fazendo remissão das mesmas ideias através diferentes
expressões.

Coesão por elipse

Esse tipo de coesão ocorre quando há a omissão de algumas palavras sem que o
entendimento das ideias da oração seja comprometido. Isso quer dizer que a
coesão lexical consiste na supressão de elementos que são facilmente identificados
ou que já tenham sido mencionados no texto.

A omissão dos termos acontece, geralmente, com a substituição por uma vírgula,
que pode ser usada em lugar de um pronome, um​ ​verbo​, nomes e frases inteiras.

Coesão por substituição

Esse tipo de coesão consiste na substituição de uma palavra por outra ou por uma
locução adverbial. Assim como em outros tipos de coesão textual, ela usa termos
que retomam outros que já foram mencionados. A coesão por substituição emprega
palavras e expressões que retomam termos por meio da anáfora.

A coesão por substituição acontece à medida em que substantivos, verbos,


períodos ou trechos de textos são substituídos por conectivos ou expressões que
resumem ou fazem remissão ao que já foi dito.

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Coesão sequencial

Esse tipo de coesão textual faz uso de conjunções, conectivos e expressões que
dão sequência aos assuntos, estabelecendo uma continuidade em relação ao que já
foi dito.

A coesão sequencial usa expressões como: diante do exposto, a partir dessas


considerações, embora, logo, com o fim de, diante desse quadro, em vista disso,
tudo o que foi dito, esse quadro, por conseguinte, caso, entre outras. Ela dá
sequência ao texto por meio das relações semânticas que ligam as orações.

Recursos utilizados na coesão textual

Para a coesão textual são utilizados alguns recursos essenciais que contribuem
para a a harmonia dos elementos textuais. Conheça alguns deles:

• Ordenar as palavras corretamente nos períodos;

• Utilizar corretamente as flexões nominais como a flexão de gênero e número;

• Fazer uso adequado das flexões verbais como a flexão em número, pessoa,
modo e tempo;

• Usar corretamente as preposições e conjunções.

Outros recursos também são responsáveis pela coesão de um texto, os principais


deles são as palavras de transição. Essas palavras estabelecem uma inter-relação
entre termos, frases, orações e parágrafos.

Palavras de transição

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As palavras de transição possuem sentidos diferentes e são compostas


preposições, conjunções, alguns advérbios e locuções adverbiais. Conheça
algumas delas:

SENTIDO PALAVRAS DE TRANSIÇÃO

Introdução, começo Inicialmente, primeiramente (começo, introdução), antes


de tudo, desde já.

Continuação Além disso, do mesmo modo, acresce que, ainda por


cima, bem como, outrossim.

Conclusão Enfim, dessa forma, em suma, nesse sentido, portanto,


afinal.

Tempo Logo após, ocasionalmente, posteriormente, atualmente,


enquanto isso, imediatamente, não raro,
concomitantemente

Conformidade Igualmente, segundo, conforme, assim também, de


acordo com.

Consequência Daí, por isso, de fato, em virtude de, assim, naturalmente

Exemplificação, Então, por exemplo isto é, a saber, em outras palavras,


esclarecimento ou seja, quer dizer, rigorosamente falando.

Para fixar na mente

Um texto com coesão textual é um texto que tem uma lógica, de forma que os
elementos dele se complementem de forma harmoniosa.

Em outras palavras, esse tipo de mecanismo faz com que as palavras e as frases
de um texto sigam uma ligação, possibilitando a compreensão de todo o contexto da
história.

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Domínio da estrutura morfossintática do período – Relações de subordinação entre


orações e entre termos da oração

Domínio da estrutura morfossintática do período.

Coordenação e subordinação.

Período Composto

Período composto é aquele formado por duas ou mais orações. Há dois tipos de
períodos compostos:

1) Período composto por coordenação​: quando as orações não mantêm


relação sintática entre si, ou seja, quando o período é formado por orações
sintaticamente independentes entre si.

Ex. Estive à sua procura, mas não o encontrei.

2) Período composto por subordinação​: quando uma oração, chamada


subordinada, mantém relação sintática com outra, chamada principal.

Ex. Sabemos que eles estudam muito. (oração que funciona como objeto direto)

Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração.

Período Composto por Subordinação

A uma oração principal podem relacionar-se sintaticamente três tipos de orações


subordinadas: substantivas, adjetivas e adverbiais.

I. Orações Subordinadas Substantivas​:São seis as orações subordinadas


substantivas, que são iniciadas por uma conjunção subordinativa integrante (que,
se)

A) Subjetiva​: funciona como sujeito da oração principal.Existem três estruturas de


oração principal que se usam com subordinadasubstantiva subjetiva:verbo de
ligação + predicativo + oração subordinada substantiva subjetiva.

Ex. É necessário que façamos nossos deveres.

verbo unipessoal + oração subordinada substantiva subjetiva.Verbo unipessoal só é


usado na 3ª pessoa do singular; os mais comuns são convir, constar, parecer,
importar, interessar, suceder, acontecer.

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Ex. Convém que façamos nossos deveres.

verbo na voz passiva + oração subordinada substantiva subjetiva.

Ex. Foi afirmado que você subornou o guarda.

B) Objetiva Direta​: funciona como objeto direto da oração principal.(sujeito) + VTD


+ oração subordinada substantiva objetiva direta.

Ex. Todos desejamos que seu futuro seja brilhante.

C) Objetiva Indireta​: funciona como objeto indireto da oração principal.(sujeito) +


VTI + prep. + oração subordinada substantiva objetiva indireta.

Ex. Lembro-me de que tu me amavas.

D) Completiva Nomina​l: funciona como complemento nominal de um termo da


oração principal.(sujeito) + verbo + termo intransitivo + prep. + oração
subordinadasubstantiva completiva nominal.

Ex. Tenho necessidade de que me elogiem.

E) Apositiva: funciona como aposto da oração principal; em geral, a oração


subordinada substantiva apositiva vem após dois pontos, ou mais raramente, entre
vírgulas.oração principal + : + oração subordinada substantiva apositiva.

Ex. Todos querem o mesmo destino: que atinjamos a felicidade.

F) Predicativa​: funciona como predicativo do sujeito do verbo de ligação daoração


principal.(sujeito) + VL + oração subordinada substantiva predicativa.

Ex. A verdade é que nunca nos satisfazemos com nossas posses.

Nota: As subordinadas substantivas podem vir introduzidas por outras palavras:

Pronomes interrogativos (quem, que, qual…)

Advérbios interrogativos (onde, como, quando…)

Perguntou-se quando ele chegaria.Não sei onde coloquei minha carteira.

II. Orações Subordinadas Adjetivas

As orações subordinadas adjetivas são sempre iniciadas por um pronome relativo.

São duas as orações subordinadas adjetivas:

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A) Restritiva​: é aquela que limita, restringe o sentido do substantivo ou pronome a


que se refere. A restritiva funciona como adjunto adnominal de um termo da oração
principal e não pode ser isolada por vírgulas.

Ex. A garota com quem simpatizei está à sua procura.

Os alunos cujas redações foram escolhidas receberão um prêmio.

B) Explicativa​: serve para esclarecer melhor o sentido de um substantivo,


explicando mais detalhadamente uma característica geral e própria desse nome. A
explicativa funciona como aposto explicativo e é sempre isolada por vírgulas.

Ex. Londrina, que é a terceira cidade do região Sul do país, está muito bem cuidada.

III. Orações Subordinadas Adverbiais

São nove as orações subordinadas adverbiais, que são iniciadas por uma conjunção
subordinativa

A) Causal​: funciona como adjunto adverbial de causa.

Conjunções: porque, porquanto, visto que, já que, uma vez que, como, que.

Ex. Saímos rapidamente, visto que estava armando um tremendo temporal.

B) Comparativa​: funciona como adjunto adverbial de comparação. Geralmente, o


verbo fica subentendido

Conjunções: (mais) … que, (menos)… que, (tão)… quanto, como.

Ex. Diocresildo era mais esforçado que o irmão(era).

C) Concessiva​: funciona como adjunto adverbial de concessão.

Conjunções: embora, conquanto, inobstante, não obstante, apesar de que, sebem


que, mesmo que, posto que, ainda que, em que pese.

Ex. Todos se retiraram, apesar de não terem terminado a prova.

D) Condicional​: funciona como adjunto adverbial de condição.

Conjunções: se, a menos que, desde que, caso, contanto que.

Ex. Você terá um futuro brilhante, desde que se esforce.

E) Conformativa​: funciona como adjunto adverbial de conformidade.

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Conjunções: como, conforme, segundo.

Ex. Construímos nossa casa, conforme as especificações dadas pela Prefeitura.

F) Consecutiva​: funciona como adjunto adverbial de conseqüência.

Conjunções: (tão)… que, (tanto)… que, (tamanho)… que.Ex. Ele fala tão alto, que
não precisa do microfone.

G) Temporal​: funciona como adjunto adverbial de tempo.

Conjunções: quando, enquanto, sempre que, assim que, desde que, logo que,mal.

Ex. Fico triste, sempre que vou à casa de Juvenildo.

H) Final​: funciona como adjunto adverbial de finalidade.

Conjunções: a fim de que, para que, porque.

Ex. Ele não precisa do microfone, para que todos o ouçam.

I) Proporcional​: funciona como adjunto adverbial de proporção.

Conjunções: à proporção que, à medida que, tanto mais.À medida que o tempo
passa, mais experientes ficamos.

IV. Orações Reduzidas

Quando uma oração subordinada se apresenta sem conjunção ou pronome relativo


e com o verbo no infinitivo, no particípio ou no gerúndio,dizemos que ela é uma
oração reduzida, acrescentando-lhe o nome de infinitivo, de particípio ou de
gerúndio.

Ex. Ele não precisa de microfone, para o ouvirem.

Classes de Palavras: 13 dicas para ir do zero ao topo!

Classes de Palavras deve ser o primeiro conteúdo a ser estudado pelos alunos que
querem aprender Português para concursos. Na aula de Classes de Palavras, são
apresentados os conceitos básicos de morfologia – estudo do emprego das classes
gramaticais – que serão utilizados até o final da preparação para concursos, quando

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o aluno estiver estudando análise sintática – que costuma representar a maior


dificuldade em provas de concurso.

Esse artigo faz parte da série de webinários da ​Semana Especial Aprenda


Português do Zero em 7 dias​, transmitidos no canal do YouTube do Estratégia
Concursos.

A Professora Adriana Figueiredo, no ​webinário Classes de Palavras​, vem


apresentar as Classes de Palavras, começando dos conceitos básicos e chegando
até o nível avançado, de forma que o aluno entenda como esses temas são
cobrados em provas de concurso. Além disso, a professora dará 13 dicas
importantíssimas para que o aluno vá do zero ao topo em relação aos
conhecimentos sobre Classes de Palavras.

Classes de palavras: morfologia

A morfologia é o estudo do emprego das Classes de Palavras.

Existem as classes:

● Variáveis: admitem flexão, ou seja, podem variar em gênero, número e grau.


Ex.: substantivo, artigo, adjetivo, pronome, numeral e verbo.
● Invariáveis: NÃO admitem flexão, ou seja, não variam em gênero, número
ou grau. Ex.: palavra denotativa, preposição, conjunção, interjeição.

Artigo

Vocábulo que se antepõe aos substantivos para designar seres determinados ou


indeterminados.

A) Sempre se refere a um substantivo;

B) É variável;

C) Semanticamente – no que se refere ao sentido – os artigos podem ser:

● Definidos: indicam conhecimento prévio por partes dos interlocutores, do ser


ou do objeto mencionado (o, a, os, as). Ex.: comprei o livro.
● Indefinidos​: denotam desconhecimento, por parte de um dos interlocutores,
do ser ou do objeto (um, uma, uns, umas). Ex.: Comprei um livro.

DICA 1: ATENÇÃO ÀS CONTRAÇÕES!

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Quando uma questão pedir para identificar os artigos em uma frase, é necessário
estar atento aos artigos que fazem parte de contrações.

Exemplos:

​ o l​ ivro. DO = de (preposição) + o (artigo)


Preciso d

​ ​feira. À = a (preposição) + a (artigo)


Foi à

DICA 2: NÃO CONFUNDA OS ARTIGOS (“O” e “A”) COM O PRONOME OBLÍQUO!

Em provas de concurso, é comum a banca misturar artigos e pronomes oblíquos.


Enquanto o artigo define o substantivo, o pronome oblíquo substitui um substantivo.
Para identificar um pronome, tente substituí-lo por outro pronome.

Exemplos:

​ ​livro. O define o substantivo livro (artigo definido)


Comprei o

​ ​. O pode ser substituído por ELE (pronome pessoal oblíquo)


Comprei-o

DICA 3: NÃO CONFUNDA O ARTIGO “A” COM A PREPOSIÇÃO “A”!

Em provas de concurso, é comum a banca misturar o artigo A e a preposição A.


Enquanto o artigo define o substantivo, a preposição liga termos ou orações. Para
identificar uma preposição, tente substitui-la por outra preposição.

Exemplos:

​ ​blusa. A define o substantivo blusa (artigo definido)


Comprei a

​ ​Portugal. A pode ser substituído por PARA (preposição)


Fui a

DICA 4: OS VOCÁBULOS “O”, “OS”, “A” e “AS”, ANTES DE “QUE” e “DE”, EM


GERAL, SERÃO PRONOMES DEMONSTRATIVOS!

Em provas de concurso, quando DE ou QUE vierem seguidos de “O”, “OS”, “A” ou


“AS”, normalmente esses vocábulos serão pronomes demonstrativos. Enquanto o
artigo define o substantivo, o pronome demonstrativo se refere a uma ideia já
expressa anteriormente. Para identificar um pronome demonstrativo, tente
substituí-la por outro pronome demonstrativo.

Exemplo:

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​ que você comprou. O pode ser substituído por AQUILO (pronome


Quero o
demonstrativo)

Prefiro a de tampa azul. A pode ser substituído por AQUELA (pronome


demonstrativo)

Substantivo

É o nome de tudo o que existe (ser animado) ou que imaginamos (ser inanimado).

A) Sempre pode vir antecedido de artigo (na dúvida, insira um artigo antes da
palavra);

B) É variável.

Adjetivo

Palavra modificadora do substantivo que denota qualidade, defeito, estado,


condição, característica etc. Ex.: homem bom, grande homem, criança alegre, livro
verde etc.

A) Sempre se refere a substantivo;

B) É variável, em regra.

Para ​diferenciar um SUBSTANTIVO de um ADJETIVO​, normalmente, a seguinte


regra funciona:

Substantivo é o que você TEM;

Adjetivo é o que você É.

Exemplos:

Ele ​tem c​ ompetência.

Ele ​é c​ ompetente.

Locução Adjetiva

Locução é sempre uma expressão, ou seja, ela é formada por mais de uma palavra.
A locução adjetiva é forma composta, constituída geralmente de preposição +
substantivo, que modifica o substantivo: Ex.: amor de pai, casa de campo, negócio
da china, rosto de anjo etc.

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DICA 5: TANTO O ADJETIVO QUANTO O PRONOME INDEFINIDO REFEREM-SE


A SUBSTANTIVOS. A DIFERENÇA ENTRE ELES É A SEMÂNTICA (SENTIDO).

Em provas de concurso, é comum a banca misturar adjetivos e pronomes


indefinidos. Ambos se referem a substantivos, mas enquanto o adjetivo
qualifica/caracteriza o substantivo, o pronome indefinido traz ideia vaga, ideia de
quantidade indefinida.

Atente-se às palavras ​BASTANTE, DIVERSO e VÁRIOS​. Normalmente, quando


elas vêm antes do substantivo, são pronomes indefinidos, quando vem depois do
substantivo, são adjetivos.

Exemplo:

Bastantes a ​ migos chegaram. BASTANTES aqui significa MUITOS (pronome


indefinido)

​ astantes ​chegaram. BASTANTES aqui significa SUFICIENTE (adjetivo)


Amigos b

DICA 6:
I) A TROCA DE POSIÇÃO ENTRE O SUBSTANTIVO E O ADJETIVO PODE
GERAR MUDANÇAS DE CLASSES GRAMATICAIS.

Em provas de concurso, é comum a banca perguntar se a troca de posição entre


substantivo e adjetivo gera mudança de classe.

Exemplos:

● Mudando a classe:

Trabalhador nordestino. Trabalhador é substantivo e nordestino é adjetivo.

Nordestino trabalhador. Nordestino é substantivo e trabalhador é adjetivo.

● Permanecendo na mesma classe:

Blusa branca. Blusa é substantivo e branca é adjetivo.

Branca blusa. Blusa é substantivo e branca é adjetivo.

II) A MUDANÇA DE CLASSES GRAMATICAIS SEMPRE GERA MUDANÇA DE


SENTIDO.

Se, com a mudança de posição, alteraram-se as classes gramaticais,


necessariamente, o sentido das frases foi alterado.

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Exemplos:

Trabalhador ​nordestino. Trabalhador é substantivo e nordestino é adjetivo. Aqui o


foco é o trabalhador e uma característica dele é ser nordestino.

Nordestino ​trabalhador. Nordestino é substantivo e trabalhador é adjetivo. Aqui o


foco é o nordestino e uma característica dele é ser trabalhador.

DICA 7: NEM SEMPRE A EXPRESSÃO FORMADA POR PREPOSIÇÃO MAIS


SUBSTANTIVO, JUNTO A OUTRO SUBSTANTIVO, SERÁ LOCUÇÃO ADJETIVA.

Para saber se se trata de ou não de uma locução adjetiva, é preciso estar atento ao
sentido das frases.

Se a expressão tiver ​valor ATIVO ou de POSSE​, trata-se de um adjunto adnominal


= ​LOCUÇÃO ADJETIVA;

Se a expressão tiver ​valor PASSIVO​, trata-se de um complemento nominal


(PREPOSIÇÃO + SUBSTANTIVO).

Exemplos:

A construção ​do arquiteto é linda. DO ARQUITETO tem valor de posse (locução


adjetiva)

A construção ​da casa ​foi derrubada. DA CASA tem valor passivo (complemento
nominal)

​ o Estratégia é
A preparação d ​ a melhor. DO ESTRATÉGIA tem valor ativo (locução
adjetiva)

A preparação d​ os nossos alunos é a meta. DOS NOSSOS ALUNOS tem valor


passivo (complemento nominal)

Numeral

Exprime quantidade exata, ordem, múltiplos ou frações dos números. São quatro os
tipos de numeral:

● cardinais:​ um, dois, mil, milhão etc.

● ordinais:​ primeiro, segundo, milésimo, milionésimo etc.

● fracionários:​ três quartos, meio etc.

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• multiplicativos:​ dobro, triplo etc.

Em provas de concurso, o numeral aparece em contraposição com artigos


indefinidos e pronomes indefinidos.

DICA 8: O “UM” SÓ VAI SER NUMERAL SE HOUVER NA FRASE ALGUMA IDEIA


DE QUANTIFICAÇÃO

É o contexto que vai dizer ser UM é ou não um numeral. Para ser numeral, deve
haver uma ideia de que se está contando/quantificando.

Exemplo:

Comprei ​um ​sorvete. UM pode ser substituído por O. Ele não está contando, então
é artigo indefinido.

Comprei somente ​um ​sorvete porque eu estou de dieta. UM dá ideia de


quantificação, então é numeral.

DICA 9: O “UM” SÓ SERÁ PRONOME INDEFINIDO SE ESTIVER NA FRASE EM


PARALELISMO COM OUTRO PRONOME INDEFINIDO

UM pode ser pronome indefinido. Nesse caso, ele necessariamente estará em


paralelo com outro pronome indefinido.

Exemplo:

Uns c​ horam o
​ utros ​riem.

Uns f​ icam na lama, o


​ utros ​vão para o topo.

Em ambos os casos, UNS só é pronome indefinido porque OUTROS também


exerce essa função.

Advérbio

Palavra invariável que fundamentalmente modifica o verbo, indicando uma


circunstância. Pode ainda modificar o adjetivo ou outro advérbio. Ex.: chegou logo /
falou calmamente / livro muito bom / fala muito bem / ficou tão elegante

A) Refere-se a verbo, adjetivo ou advérbio;

B) É invariável;

C) Semanticamente, indica circunstância de tempo, modo, lugar, causa, etc.

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Locução Adverbial

Forma composta constituída geralmente de preposição + substantivo ou adjetivo.


Ex.: às vezes, às claras, de propósito, de repente, de vez em quando…

Advérbios interrogativos

● De causa:​ Por que faltaste? (direta) / Não sei por que faltaste (indireta).
● De lugar:​ Onde estás? (direta) / Não sei onde estás (indireta).
● De modo: ​Como vais de saúde? (direta) / Diga-me como vais de saúde
(indireta).
● De tempo:​ Quando voltas? (direta) / Diga-me quando voltas (indireta).

DICA 10: NÃO SE ESQUEÇA DE RELACIONAR OS TERMOS NA FRASE. A


LOCUÇÃO ADJETIVA REFERE-SE AO SUBSTANTIVO. A LOCUÇÃO ADVERBIAL
REFERE-SE AO VERBO.

Quando há mudança no relacionamento dos termos, há mudança de classificação.

Exemplo:

A mulher ​à toa trabalhava. À TOA relaciona-se com MULHER (substantivo),


portanto, é locução adjetiva.

A mulher trabalhava à ​ toa​. À TOA relaciona-se com TRABALHAVA (verbo),


portanto, é locução adverbial.

DICA 11: O ARTIGO TEM O PODER DE SUBSTANTIVAR PALAVRAS!

É muito comum que a banca traga uma palavra que comumente não é substantivo,
e torne-a substantivo. Isso é feito por meio da introdução de um artigo.

Exemplo:

​ m não de resposta. NÃO, que normalmente é advérbio, nesse caso é


Recebi u
substantivo, por causa do artigo UM.

DICA 12: NÃO CONFUNDA O ADJETIVO ADVERBIALIZADO (QUE VIROU


ADVÉRBIO) COM O ADJETIVO OU COM O ADVÉRBIO.

É muito comum que a banca traga uma palavra que comumente é adjetivo, e
torne-a adjetivo adverbializado.

Exemplos:

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LINGUA PORTUGUESA

A cerveja que desce ​redondo​. REDONDO, que normalmente é adjetivo, nesse


caso, é advérbio, pois está qualificando DESCE (verbo)

A bola é ​redonda​. REDONDA está qualificando bola (substantivo), então é um


adjetivo

​ ntem.​ ONTEM qualifica chegou, então é um advérbio


A mulher chegou o

Preposição

Liga palavra ou orações (a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para,
perante, por, sem, sob, sobre, trás). Ex.: pão com manteiga (união de palavras) /
chegou para resolver (união de orações).

Locução prepositiva

Conjunto de palavras que termina em preposição. Ex.: abaixo de, de acordo com,
apesar de, junto a etc.

Interjeição

Vocábulo que indica nossos estados de emoção. Ex.:oba!, puxa!, nossa!, tomara!,
pelo amor de Deus!.

Pronome

Palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a pessoa do discurso.


Ex.: Ela veio, mas não a vi. Sua blusa é aquela.

Pronome indefinido

Aquele pronome que traz uma ideia vaga/indefinida. Ex.: algum, nenhum, muito,
bastante, mais etc.

DICA 13: ATENÇÃO A PALAVRAS COMO “MUITO”, “BASTANTE”, “TODO”, “MAIS”


E “POUCO”.

Dependendo do contexto, essas palavras podem modificar o sentido e ser


classificadas de forma diferente.

Exemplos:

Fala ​muito.​ MUITO qualifica FALA (verbo), então é advérbio

39 - CHARLES OLIVER
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Tem ​muito o​ rgulho. MUITO se refere a ORGULHO (substantivo) e dá ideia vaga de


quantidade, então é pronome indefinido

Fala ​bastante.​ BASTANTE se refere a FALA (verbo), então é advérbio

Tem ​bastante o​ rgulho. BASTANTE se refere a ORGULHO (substantivo) e dá ideia


vaga de quantidade = MUITO, então é pronome indefinido

Tem orgulho ​bastante.​ BASTANTE se refere a ORGULHO (substantivo) =


SUFICIENTE, então é adjetivo.

Ele chegou ​todo f​ eliz. TODO se refere a FELIZ (adjetivo), então é advérbio

Todo a​ luno é especial. TODO se refere a aluno (substantivo) e dá ideia vaga de


quantidade = QUALQUER, então é pronome indefinido.

Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração

Domínio da estrutura morfossintática do período: Relações de coordenação


entre orações e entre termos da oração.

Período​ é a frase formada por uma ou mais orações, com sentido completo

O período pode ser simples ou composto.

Se você já sabe a diferença entre frase e oração e já conhece os termos da oração,


pode avançar um pouco mais no estudo da sintaxe. Quando uma declaração se
compõe apenas uma oração, ela é classificada como oração absoluta ou período
simples. Se ela se compuser de duas ou mais orações, leva o nome de período
composto. O período composto também recebe classificações: pode ser composto
por coordenação, ou por subordinação, ou ainda por coordenação e subordinação.
Vejamos, no exemplo abaixo, como se organizam as orações nesses períodos.
Imagine a seguinte situação: você resolve abrir uma empresa. Como é seu primeiro
negócio, propõe-se a cuidar sozinho de todas as tarefas (é o ca... - Veja mais em
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/periodo-simples-e-composto-coor
denacao-e-subordinacao.htm?cmpid=copiaecola

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Pontuação

Ponto, dois-pontos e travessão são exemplos de sinais de pontuação que


utilizamos. A pontuação recupera recursos específicos da língua falada, como
entonação e pausas.

Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita para tentar
recuperar recursos específicos da língua falada, tais como: entonação, jogo de
silêncio, pausas, etc.

Divisão e emprego dos sinais de pontuação:

1 - Ponto ( . )

a) indicar o final de uma frase declarativa.

Ex.: Lembro-me muito bem dele.

b) separar períodos entre si.

Ex.: Fica comigo. Não vá embora.

c) nas abreviaturas

Ex.: Av.; V. Ex.ª

2 - Dois-pontos ( : )

a) iniciar a fala dos personagens:

Ex.: Então o padre respondeu:

- Parta agora.

b) antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de


palavras que explicam, resumem ideias anteriores.

Ex.: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto.

c) antes de citação

Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é
chama, mas que seja infinito enquanto dure.”

3 - Reticências ( ... )

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a) indicar dúvidas ou hesitação do falante.

Ex.: Sabe... eu queria te dizer que... esquece.

b) interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta.

Ex.: - Alô! João está?

- Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais tarde...

c) ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir


prolongamento de ideia.

Ex.: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes
cor-de-rosa...” (​Cecília​ - José de Alencar)

d) indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita.

Ex.: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (​Canteiros - Raimundo


Fagner)

4- Parênteses ( ( ) )

a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas.

Exemplos:

Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras perdas humanas.

"Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara


depois duma grande tormenta no fim do verão.” (​O milagre das chuvas no Nordeste-​
Graça Aranha)

Dicas:

Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão.

5- Ponto de Exclamação ( ! )

a) Após vocativo

Ex.: “Parte, Heliel!” (​As violetas de Nossa Srª. ​- Humberto de Campos)

b) Após imperativo

Ex.: Cale-se!

42 - CHARLES OLIVER
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c) Após interjeição

Ex.: Ufa! Ai!

d) Após palavras ou frases que denotem caráter emocional

Ex.: Que pena!

6- Ponto de Interrogação ( ? )

a) Em perguntas diretas

Ex.: Como você se chama?

b) Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação

Ex.: - Quem ganhou na loteria?

- Você.

- Eu?!

7 - Vírgula ( , )

É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que
os termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração,
não formam uma unidade sintática.

Ex.: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena.

Dicas:

Podemos concluir que quando há uma relação sintática entre termos da


oração, não se pode separá-los por meio de vírgula.

Não se separam por vírgula:

a) predicado de sujeito;

b) objeto de verbo;

c) adjunto adnominal de nome;

d) complemento nominal de nome;

e) predicativo do objeto do objeto;

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f) oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja


apositiva nem apareça na ordem inversa)

A vírgula no interior da oração

É utilizada nas seguintes situações:

a) separar o vocativo.

Exemplos:

Maria, traga-me uma xícara de café.

A educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país.

b) separar alguns apostos.

Ex.: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem.

c) separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado.

Exemplos:

Chegando de viagem, procurarei por você.

As pessoas, muitas vezes, são falsas.

d) separar elementos de uma enumeração.

Ex.: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras.

e) isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo.

Ex.: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para acertar a
viagem.

f) separar conjunções intercaladas.

Ex.: Não havia, porém, motivo para tanta raiva.

g) separar o complemento pleonástico antecipado.

Ex.: A mim, nada me importa.

h) isolar o nome de lugar na indicação de datas.

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Ex.: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001.

i) separar termos coordenados assindéticos.

Ex.: "Lua, lua, lua, lua,

por um momento meu canto contigo compactua..." (Caetano Veloso)

j) marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo).

Ex.: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir)

Dicas:

Termos coordenados ligados pelas conjunções: e, ou, nem dispensam o uso


da vírgula.

Exemplos:

Conversaram sobre futebol, religião e política.

Não se falavam nem se olhavam.

Ainda não me decidi se viajarei para Bahia ou Ceará.

Entretanto, se essas conjunções aparecerem repetidas, com a finalidade de


dar ênfase, o uso da vírgula passa a ser obrigatório.

Ex.: Não fui nem ao velório, nem ao enterro, nem à missa de sétimo dia.

A vírgula entre orações

É utilizada nas seguintes situações:

a) separar as orações subordinadas adjetivas explicativas.

Ex.: Meu pai, de quem guardo amargas lembranças, mora no Rio de Janeiro.

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b) separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (exceto as


iniciadas pela conjunção “e”).

Exemplos:

Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí para o trabalho.

Estudou muito, mas não foi aprovado no exame.

Atenção:

Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e:

1) quando as orações coordenadas possuírem sujeitos diferentes.

Ex.: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres.

2) quando a conjunção “e” vier repetida com a finalidade de dar ênfase


(polissíndeto).

Ex.: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.

3) quando a conjunção “e” assumir valores distintos que não retratarem


sentido de adição (adversidade, consequência, por exemplo)

Ex.: Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.

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c) separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas),


principalmente se estiverem antepostas à oração principal.

Ex.: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o
corpo apresentou o gancho." (​O selvagem ​- José de Alencar)

d) separar as orações intercaladas.

Ex.: "- Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em estar


plantando-a...”

Dicas:

Essas orações poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão​.

Ex.: "Senhor - disse o velho - tenho grandes contentamentos em estar


plantando-a...”

e) separar as orações substantivas antepostas à principal.

Ex.: Quanto custa viver, realmente não sei.

8- Ponto e vírgula ( ; )

a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma sequência,


etc.

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LINGUA PORTUGUESA

Ex.: ​Art. 127 – São penalidades disciplinares:

I- advertência;

II- suspensão;

III- demissão;

IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

V- destituição de cargo em comissão;

VI- destituição de função comissionada. (cap. V das penalidades referentes ao


Direito Administrativo)

b) separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas


quais já tenham utilizado a vírgula.

Ex.: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era
pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a
bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora
asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso (...) " (​O visconde de
Inhomerim ​- Visconde de Taunay)

9- Travessão ( — )

a) dar início à fala de um personagem

Ex.: O filho perguntou:

—​ Pai, quando começarão as aulas?

b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos

48 - CHARLES OLIVER
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Ex.: - Doutor, o que tenho é grave?

- Não se preocupe, é uma simples infecção. É só tomar um antibiótico e estará bom

c) unir grupos de palavras que indicam itinerários

Ex.: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo estado.

Dicas:

Também pode ser usado em substituição à virgula em expressões ou frases


explicativas

Ex.: Xuxa ​— ​a rainha dos baixinhos ​— ​será mãe.

10- ASPAS ( “ ” )

a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias,


estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares.

Exemplos:

Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu admirador.

A festa na casa de Lúcio estava “chocante”.

Conversando com meu superior, dei a ele um “feedback” do serviço a mim


requerido.

49 - CHARLES OLIVER
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b) indicar uma citação textual

Ex.: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue
na face, desfiz e refiz a mala”. (​O prazer de viajar ​- Eça de Queirós)

Dicas:

Se dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário a


utilização de novas aspas, estas serão simples. (' ')

Recursos alternativos para pontuação:

Parágrafo ( § )

Chave ( { } )

Colchete ( [ ] )

Barra ( / )

Aproveite para conferir as nossas videoaulas relacionadas ao assunto

Concordância verbal e nominal

Concordância verbal é a concordância em número e pessoa entre o sujeito


gramatical e o verbo.

Concordância nominal é a concordância em gênero e número entre os diversos


nomes da oração, ocorrendo principalmente entre o artigo, o substantivo e o
adjetivo.

Concordância em gênero indica a flexão em masculino e feminino.

Concordância em número indica a flexão em singular e plural.

Concordância em pessoa indica a flexão em 1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa.

50 - CHARLES OLIVER
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Exemplos de concordância verbal

● Eu li;
● Ele leu;
● Nós lemos;
● Eles leram.

Exemplos de concordância nominal

● O vizinho novo;
● A vizinha nova;
● Os vizinhos novos;
● As vizinhas novas.

Casos particulares de concordância verbal

Concordância com pronome relativo que

O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome: sou eu que


quero, somos nós que queremos, são eles que querem.

Concordância com pronome relativo quem

O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome ou fica na 3.ª


pessoa do singular: sou eu quem quero, sou eu quem quer.

Concordância com: a maioria, a maior parte, a metade,...

Preferencialmente, o verbo estabelece concordância com a 3.ª pessoa do singular.


Contudo, o uso da 3.ª pessoa do plural é igualmente aceitável: a maioria das
pessoas quer, a maioria das pessoas querem.

Concordância com um dos que

O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do plural: um dos que
ouviram, um dos que estudarão, um dos que sabem.

Concordância com nem um nem outro

O verbo pode estabelecer concordância com a 3.ª pessoa do singular ou do plural:


nem um nem outro veio, nem um nem outro vieram.

Concordância com verbos impessoais

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O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular, uma vez
que não possui um sujeito: havia pessoas, houve problemas, faz dois dias, já
amanheceu.

Concordância com a partícula apassivadora se

O verbo estabelece concordância com o objeto direto, que assume a função de


sujeito paciente, podendo ficar no singular ou no plural: vende-se casa, vendem-se
casas.

Concordância com a partícula de indeterminação do sujeito se

O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular quando a


frase é formada por verbos intransitivos ou por verbos transitivos indiretos:
precisa-se de funcionário, precisa-se de funcionários.

Concordância com o infinitivo pessoal

O verbo no infinitivo sofre flexão sempre que houver um sujeito definido, quando se
quiser definir o sujeito, quando o sujeito da segunda oração for diferente do da
primeira: é para eles lerem, acho necessário comprarmos comida, eu vi eles
chegarem tarde.

Concordância com o infinitivo impessoal

O verbo no infinitivo não sofre flexão quando não houver um sujeito definido,
quando o sujeito da segunda oração for igual ao da primeira oração, em locuções
verbais, com verbos preposicionados e com verbos imperativos: eles querem
comprar, passamos para ver você, eles estão a ouvir.

Concordância com o verbo ser

O verbo estabelece concordância com o predicativo do sujeito, podendo ficar no


singular ou no plural: isto é uma mentira, isto são mentiras; quem é você, quem são
vocês.

Veja também:​ ​Outros exemplos de concordância verbal​.

Casos particulares de concordância nominal

Concordância com pronomes pessoais

O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o pronome pessoal:


ela é simpática, ele é simpático, elas são simpáticas, eles são simpáticos.

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Concordância com vários substantivos

O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o substantivo que


está mais próximo: caderno e caneta nova, caneta e caderno novo. Pode também
estabelecer concordância com a forma no masculino plural: caneta e caderno
novos, caderno e caneta novos.

Concordância com vários adjetivos

Quando há dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular


apenas se houver um artigo entre os adjetivos. Sem a presença de um artigo, o
substantivo deverá ser escrito no plural: o escritor brasileiro e o chileno, os
escritores brasileiro e chileno.

Concordância com: é proibido, é permitido, é preciso, é necessário, é bom

Estas expressões estabelecem concordância em gênero e número com o


substantivo quando há um artigo que determina o substantivo, mas permanecem
invariáveis no masculino singular quando não há artigo: é permitida a entrada, é
permitido entrada, é proibida a venda, é proibido venda.

Concordância com: bastante, muito, pouco, meio, longe, caro e barato

Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo


quando possuem função de adjetivo: comi meio chocolate, comi meia maçã, há
bastante procura, há bastantes pedidos, vi muitas crianças, vi muitos adultos.

Concordância com menos

A palavra menos permanece sempre invariável, quer atue como advérbio ou como
adjetivo: menos tristeza, menos medo, menos traições, menos pedidos.

Concordância com: mesmo, próprio, anexo, obrigado, quite, incluso

Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo:


resultados anexos, informações anexas, as próprias pessoas, o próprio síndico, ele
mesmo, elas mesmas.

Concordância com um e outro

Com a expressão um e outro, o adjetivo deverá ser sempre escrito no plural, mesmo
que o substantivo esteja no singular: um e outro aluno estudiosos, uma e outra
pergunta respondidas.

53 - CHARLES OLIVER
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Regência verbal e nominal

A regência verbal e a regência nominal ocorrem entre os diferentes termos de uma


oração. Ocorre regência quando há um termo regente que apresenta um sentido
incompleto sem o termo regido, ou seja, sem o seu complemento.

O que é regência verbal​?

A regência verbal indica a relação que um verbo (termo regente) estabelece com o
seu complemento (termo regido) através do uso ou não de uma preposição. Na
regência verbal os termos regidos são o objeto direto (sem preposição) e o objeto
indireto (preposicionado).

O que é regência nominal​?

A regência nominal indica a relação que um nome (termo regente) estabelece com o
seu complemento (termo regido) através do uso de uma preposição.

Exemplos de regência verbal preposicionada

● assistir a;
● obedecer a;
● avisar a;
● agradar a;
● morar em;
● apoiar-se em;
● transformar em;
● morrer de;
● constar de;
● sonhar com;
● indignar-se com;
● ensaiar para;
● apaixonar-se por;
● cair sobre.

Exemplos de regência nominal

● favorável a;
● apto a;
● livre de;
● sedento de;
● intolerante com;

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● compatível com;
● interesse em;
● perito em;
● mau para;
● pronto para;
● respeito por;
● responsável por.

Regência verbal sem preposição

Os verbos transitivos diretos apresentam um objeto direto como termo regido, não
sendo necessária uma preposição para estabelecer a regência verbal.

Exemplos de regência verbal sem preposição​:

● Você já fez os deveres?


● Eu quero um carro novo.
● A criança bebeu o suco.

O objeto direto responde, principalmente, às perguntas o quê? e quem?, indicando o


elemento que sofre a ação verbal.

Regência verbal com preposição

Os verbos transitivos indiretos apresentam um objeto indireto como termo regido,


sendo obrigatória a presença de uma preposição para estabelecer a regência
verbal.

Exemplos de regência verbal com preposição​:

● O funcionário não se lembrou da reunião.


● Ninguém simpatiza com ele.
● Você não respondeu à minha pergunta.

O objeto indireto responde, principalmente, às perguntas de quê? para quê? de


quem? para quem? em quem?, indicando o elemento ao qual se destina a ação
verbal.

Preposições usadas na regência verbal

As preposições usadas na regência verbal podem aparecer na sua forma simples,


bem como contraídas ou combinadas com artigos e pronomes.

Preposições simples​: a, de, com, em, para, por, sobre, desde, até, sem,...

55 - CHARLES OLIVER
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Contração e combinação de preposições​: à, ao, do, das, destes, no, numa, nisto,
pela, pelo,...

As preposições mais utilizadas na regência verbal são: a, de, com, em, para e por.

● Preposição a​: perdoar a, chegar a, sujeitar-se a,...


● Preposição de​: vangloriar-se de, libertar de, precaver-se de,...
● Preposição com​: parecer com, zangar-se com, guarnecer com,...
● Preposição em​: participar em, teimar em, viciar-se em,...
● Preposição para​: esforçar-se para, convidar para, habilitar para,...
● Preposição por​: interessar-se por, começar por, ansiar por,...

Veja também:​ ​Outros exemplos de regência verbal preposicionada​.

Regência nominal com preposição

A regência nominal ocorre quando um nome necessita obrigatoriamente de uma


preposição para se ligar ao seu complemento nominal.

Exemplos de regência nominal com preposição​:

● Sempre tive muito medo de baratas.


● Seu pai está furioso com você!
● Sinto-me grato a todos.

Preposições usadas na regência nominal

Também na regência nominal as preposições podem ser usadas na sua forma


simples e contraídas ou combinadas com artigos e pronomes.

As preposições mais utilizadas na regência nominal são, também: a, de, com, em,
para, por.

● Preposição a​: anterior a, contrário a, equivalente a,...


● Preposição de​: capaz de, digno de, incapaz de,...
● Preposição com​: impaciente com, cuidadoso com, descontente com,...
● Preposição em​: negligente em, versado em, parco em,...
● Preposição para​: essencial para, próprio para, apto para,...
● Preposição por​: admiração por, ansioso por, devoção por,...

Emprego do Sinal indicativo de Crase

56 - CHARLES OLIVER
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
LINGUA PORTUGUESA

CRASE: é uma palavra de origem grega e significa ​"mistura"​, ​"fusão".​ Nos estudos
de Língua Portuguesa, é o nome dado à fusão ou contração de duas letras ​"a" em
uma só. A crase é indicada pelo acento grave ​(`) sobre o "a". ​Crase​, portanto, ​NÃO
é o nome do acento, mas do fenômeno (junção ​a + ​a​) representado através do
acento grave.

A crase pode ser a fusão da preposição ​a​ com:

1)​ o artigo feminino definido ​a​ (ou ​as​): Fomos à cidade e assistimos às festas.

2)​ o pronome demonstrativo ​a​ (ou ​as)​ : Irei à (loja) do centro.

3)​ os pronomes demonstrativos ​aquele(s)​, ​aquela(s),​ ​aquilo:​ Refiro-me àquele fato.

4) o ​a dos pronomes relativos ​a qual e ​as quais:​ Há cidades brasileiras às quais não
é possível enviar correspondência.

Observe que a ocorrência da crase depende da verificação da existência de duas


vogais ​"a"​ (​preposição​ ​+​ ​artigo ou preposição​ ​+​ ​pronome)​ no contexto sintático.

REGRAS PRÁTICAS

1 - Substitua a palavra feminina por uma masculina, de mesma natureza. Se


aparecer a combinação ​ao​, é certo que OCORRERÁ crase antes do termo feminino:

Amanhã iremos ​ao​ colégio / ​à​ escola.

Prefiro o futebol ​ao​ voleibol / ​à​ natação.

Resolvi ​o​ problema / ​a​ questão.

Vou ​ao​ campo / ​à​ praia.

Eles foram ​ao​ parque / ​à​ praça.

2 - Substitua o termo regente da preposição ​a por outro que exija uma preposição
diferente (​de​, ​em​, ​por​). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou
seja, se não surgirem as formas ​da(s)​, ​na(s)​ ou ​pela(s)​, não haverá crase:

Refiro-me ​a você. (sem crase) - Gosto de você / Penso em você / Apaixonei-me por
você.

Refiro-me ​à menina. (com crase) - Gosto da menina / Penso na menina /


Apaixonei-me pela menina.

57 - CHARLES OLIVER
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
LINGUA PORTUGUESA

Começou ​a​ gritar. (sem crase) - Gosta de gritar / Insiste em gritar / Optou por gritar.

3 - Substitua verbos que transmitem a idéia de movimento (ir, voltar, vir, chegar etc.)
pelo verbo voltar. Ocorrendo a preposição ​"de"​, NÃO haverá crase. E se ocorrer a
preposição ​"da"​, HAVERÁ crase:

Vou ​a​ Roma. / Voltei ​de​ Roma.

Vou ​à​ Roma dos Césares. / Voltei ​da​ Roma dos Césares.

Voltarei ​a​ Paris e ​à​ Suiça. / Voltarei ​de​ Paris e ​da​ Suiça.

Ocorrendo a preposição ​"de"​, NÃO haverá crase. E se ocorrer a preposição ​"da"​,


HAVERÁ crase:

Vou ​a​ Roma. / Voltei ​de​ Roma.

Vou ​à​ Roma dos Césares. / Voltei ​da​ Roma dos Césares.

Voltarei ​a​ Paris e ​à​ Suiça. / Voltarei ​de​ Paris e ​da​ Suiça.

4 - A crase deve ser usada no caso de locuções, ou seja, ​reunião de palavras que
equivalem a uma só idéia.​ Se a locução começar por preposição e se o núcleo da
locução for palavra feminina, então haverá crase:

Gente ​à​ toa.

Vire ​à​ direita.

Tudo ​às​ claras.

Hoje ​à​ noite.

Navio ​à​ deriva.

Tudo ​às​ avessas.

No caso da locução ​"à moda de",​ a expressão ​"moda de" pode vir subentendida,
deixando apenas o ​"à"​ expresso, como nos exemplos que seguem:

Sapatos ​à​ Luiz XV.

Relógios ​à​ Santos Dummont.

Filé ​à​ milanesa.

58 - CHARLES OLIVER
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
LINGUA PORTUGUESA

Churrasco ​à​ gaúcha.

No caso de locuções relativas a horários, ​somente no caso de horas definidas e


especificadas ocorrerá a crase:

À​ meia-noite.

À​ uma hora.

À​ duas horas.

Às​ três e quarenta.

Emprego do Sinal indicativo de Crase

Casos Especiais e Dicas Práticas

CRASE: é uma palavra de origem grega e significa "mistura", "fusão". Nos estudos
de Língua Portuguesa, é o nome dado à fusão ou contração de duas letras "a" em
uma só. A crase é indicada pelo acento grave (`) sobre o "a". Crase, portanto, NÃO
é o nome do acento, mas do fenômeno (junção a + a) representado através do
acento grave.

A crase pode ser a fusão da preposição a com:

1) o artigo feminino definido a (ou as): Fomos à cidade e assistimos às festas.

2) o pronome demonstrativo a (ou as): Irei à (loja) do centro.

3) os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: Refiro-me àquele fato.

59 - CHARLES OLIVER
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
LINGUA PORTUGUESA

4) o a dos pronomes relativos a qual e as quais: Há cidades brasileiras às quais não


é possível enviar correspondência.

Observe que a ocorrência da crase depende da verificação da existência de duas


vogais "a" (preposição + artigo ou preposição + pronome) no contexto sintático.

CASOS ESPECIAIS E DICAS

1 - Nome próprio geográfico

Em se tratando de nomes de lugar (cidade, estado, país, continente, planeta), o


fenômeno da crase acontece quando a palavra admite artigo "a".

Nestes casos, (nomes próprios geográficos), substitui-se o verbo da frase pelo


verbo "voltar" e caso resulte na expressão “voltar da”, há a confirmação da crase.
Observe os 2 (dois) exemplos abaixo:

I. Nestas férias, viajaremos à (preposição + artigo) Grécia.

II. Nestas férias, viajaremos a (artigo) Roma.

Façamos a reescrita da frase com a substituição do verbo "viajar" pelo verbo


"voltar", conforme proposto:

I. Voltamos DA Grécia há duas semanas.

II. Voltamos DE Roma há duas semanas.

60 - CHARLES OLIVER
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
LINGUA PORTUGUESA

Façamos a reescrita da frase com a substituição do verbo "viajar" pelo verbo


"voltar", conforme proposto:

I. Voltamos DA Grécia há duas semanas.

II. Voltamos DE Roma há duas semanas.

Atenção:

A crase estará confirmada nas situações em que o nome geográfico apresentar-se


modificado por um adjunto adnominal. Veja o exemplo abaixo:

Nestas férias, viajaremos à (preposição + artigo) Roma histórica.

Dizemos: "Voltamos DE Roma" e "Voltamos DA Roma histórica".

2. Nomes de mulher

Para usar (ou não) crase com nome de mulher, temos que considerar três
situações:

a) Quando chamamos a pessoa (mulher) pelo "primeiro nome" o uso da crase é


facultativo, com adiante se demonstra:

61 - CHARLES OLIVER
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
LINGUA PORTUGUESA

Exemplo 1.a

Gosto DE Magali.

Penso em Ana.

Contei a Magali o que falei a Ana.

Exemplo 2.a

Gosto DA Magali.

Penso na Ana.

Contei à Magali o que falei à Ana.

b) Antes de nomes de mulheres consideradas célebres, por não admitir artigo, NÃO
admite crase. Veja exemplos:

Exemplo 1.c O filme faz referência a Joana D’Arc.

Exemplo 2.c Retratou a Joana D’Arc como santa...

62 - CHARLES OLIVER
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
LINGUA PORTUGUESA

c) Pessoa não-especificada - Admite artigo facultativamente; por isso, o uso da


crase também é facultativo.

3. Números Cardinais

Antes de números cardinais NÃO se utiliza crase.

Exemplo: Vou embora daqui a quinze minutos.

4. Antes de pronomes possessivos

O uso da crase é facultativo. Neste caso, o melhor é aplicar a regra geral de


substituir o "feminino" pelo "masculino". Ao substituir um pronome possessivo
feminino por um pronome possessivo masculino encontramos a resposta quanto a
ocorrência ou não de crase. Veja a frase:

Dei férias a / à minha equipe.

Primeiramente vamos substituir o substantivo feminino equipe por um substantivo


masculino equivalente.

Dei férias a meu grupo OU Dei férias ao meu grupo.

Segue daí que: se no masculino, posso dizer a ou ao, então a crase é facultativa no
feminino.

63 - CHARLES OLIVER
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
LINGUA PORTUGUESA

Portanto, estão corretas as seguintes frases:

Dei férias a minha equipe.

Dei férias à minha equipe.

Colocação Pronominal

É a parte da gramática que trata da correta colocação dos pronomes oblíquos


átonos na frase.

Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes não seja rigorosamente


seguida, algumas normas devem ser observadas, sobretudo, na linguagem escrita.

Dicas:

Existe uma ordem de prioridade na colocação pronominal: 1º tente fazer


próclise, depois mesóclise e em último caso, ênclise.

Próclise

É a colocação pronominal antes do verbo. A próclise é usada:

1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que atraem o pronome para


antes do verbo. ​São elas:

a) Palavras de sentido negativo​: não, nunca, ninguém, jamais, etc.

64 - CHARLES OLIVER
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
LINGUA PORTUGUESA

Ex.: Não ​se​ esqueça de mim.

b) Advérbios.

Ex.: Agora ​se​ negam a depor.

c) Conjunções subordinativas.

Ex.: Soube que ​me​ negariam.

d) Pronomes relativos.

Ex.: Identificaram duas pessoas que ​se​ encontravam desaparecidas.

e) Pronomes indefinidos.

Ex.: Poucos ​te​ deram a oportunidade.

f) Pronomes demonstrativos.

Ex.: Disso ​me​ acusaram, mas sem provas.

2) Orações iniciadas por palavras interrogativas.

65 - CHARLES OLIVER
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
LINGUA PORTUGUESA

Ex.: Quem ​te​ fez a encomenda?

3) Orações iniciadas por palavras exclamativas.

Ex.: Quanto ​se​ ofendem por nada!

4) Orações que exprimem desejo (orações optativas).

Ex.: Que Deus ​o​ ajude.

Mesóclise

É a colocação pronominal no meio do verbo. A mesóclise é usada:

1) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito,


contanto que esses verbos não estejam precedidos de palavras que exijam a
próclise.

Exemplos:

Realizar-​se​-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no mundo.

Não fosse os meus compromissos, acompanhar-​te​-ia nessa viagem.

Ênclise

É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a próclise e a


mesóclise não forem possíveis:

66 - CHARLES OLIVER
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LINGUA PORTUGUESA

1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo.

Ex.: Quando eu avisar, silenciem-​se​ todos.

2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal.

Ex.: Não era minha intenção machucar-​te.

3) Quando o verbo iniciar a oração.

Ex.: Vou-​me​ embora agora mesmo.

4) Quando houver pausa antes do verbo.

Ex.: Se eu ganho na loteria, mudo-​me​ hoje mesmo.

5- Quando o verbo estiver no gerúndio.

Ex.: Recusou a proposta fazendo-​se​ de desentendida.

Dicas:

O pronome poderá vir proclítico quando o infinitivo estiver precedido de


preposição ou palavra atrativa.

67 - CHARLES OLIVER
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
LINGUA PORTUGUESA

Exemplos:

É preciso encontrar um meio de não ​o​ magoar.

É preciso encontrar um meio de não magoá-​lo​.

Colocação pronominal nas locuções verbais

1) Quando o verbo principal for constituído por um particípio

a) O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar.

Ex.: Haviam-​me​ convidado para a festa.

b) Se antes da locução verbal houver palavra atrativa, o pronome oblíquo


ficará antes do verbo auxiliar.

Ex.: Não ​me​ haviam convidado para a festa.

Dicas:

Se o verbo auxiliar estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito,


ocorrerá a mesóclise, desde que não haja palavra atrativa antes dele.

Ex.: Haver-​me​-iam convidado para a festa.

68 - CHARLES OLIVER
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LINGUA PORTUGUESA

2) Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou um gerúndio:

a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo


auxiliar ou depois do verbo principal.

Exemplos:

Devo esclarecer-​lhe​ o ocorrido/ Devo-​lhe​ esclarecer o ocorrido.

Estavam chamando-​me​ pelo alto-falante./ Estavam-​me​ chamando pelo alto-falante.

b) Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo


auxiliar ou depois do verbo principal.

Exemplos:

Não posso esclarecer-​lhe​ o ocorrido./ Não ​lhe​ posso esclarecer o ocorrido.

Não estavam chamando-​me​./ Não ​me​ estavam chamando.

Observações importantes:

Emprego de o, a, os, as

1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os pronomes: o, a, os, as


não se alteram.

Exemplos:

Chame-​o​ agora.

Deixei-​a​ mais tranquila.

69 - CHARLES OLIVER
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
LINGUA PORTUGUESA

2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para


lo, la, los, las.

Exemplos:

(Encontrar) Encontrá-​lo​ é o meu maior sonho.

(Fiz) Fi-​lo​ porque não tinha alternativa.

3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe, õe,), os


pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, nos, nas.

Exemplos:

Chamem-​no​ agora.

Põe-​na​ sobre a mesa.

4) As formas combinadas dos pronomes oblíquos: mo, to, lho, no-lo, vo-lo,
formas em desuso, podem ocorrer em próclise, ênclise ou mesóclise.

Ex.: Ele ​mo​ deu. (Ele ​me​ deu o livro)

Reescrita textual
Antes de discorrermos acerca de um assunto tão importante, convidamos
você, caro (a) usuário (a), a se enlevar mediante as palavras do grandioso mestre
de nossas letras, João Cabral de Melo Neto, que, por meio de uma metalinguagem,
cumpre bem seu trabalho de lidar com as palavras e deixar claro para nós, leitores,
quão grandioso e magnífico é o exercício da escrita. Voltemo-nos a elas, portanto:

Catar feijão

70 - CHARLES OLIVER
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LINGUA PORTUGUESA

1.

Catar feijão se limita com escrever:

joga-se os grãos na água do alguidar

e as palavras na folha de papel;

e depois, joga-se fora o que boiar.

Certo, toda palavra boiará no papel,

água congelada, por chumbo seu verbo:

pois para catar esse feijão, soprar nele,

e jogar fora o leve e oco, palha e eco.

2.

Ora, nesse catar feijão entra um risco:

o de que entre os grãos pesados entre

um grão qualquer, pedra ou indigesto,

um grão imastigável, de quebrar dente.

Certo não, quando ao catar palavras:

a pedra dá à frase seu grão mais vivo:

obstrui a leitura fluviante, flutual,

açula a atenção, isca-a como o risco.

Poema intitulado “Catar feijão”, parte constituinte do livro “Educação pela


pedra”, publicado em 1965.

A comparação ora estabelecida parece casar perfeitamente diante daquele


momento em que as ideias são elencadas. No entanto, é preciso ser hábil para
escolher palavra por palavra, de modo a fazer com que o discurso (as orações, os
períodos, os parágrafos) torne-se claro e preciso, atendendo às expectativas de
nosso interlocutor. Dessa forma, como aqueles grãos que boiam fora,
desnecessários por sinal, algumas palavras também parecem não se encaixar, pois
por ​um motivo ou outro​ acabam escapando aos nossos olhos.

71 - CHARLES OLIVER
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LINGUA PORTUGUESA

O porquê de escaparem? É simples, haja vista que nesse momento essa


habilidade antes mencionada entra em ação e, em meio a esse ínterim,
conhecimentos de toda ordem parecem se relacionar, sejam eles de ordem
ortográfica, semântica, sintática e, sobretudo, aqueles indispensáveis a todo bom
redator: o conhecimento de mundo.

Dada essa manifestação, é impossível não abordar um procedimento, tão útil


quanto necessário: ​a reescrita textual​. Acredite que, por meio dele, você, enquanto
emissor, encontrará ​os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente. ​Vale dizer, contudo, que essa reescrita não
deve se dar somente no âmbito de corrigir aqueles possíveis erros... digamos
assim... gramaticais. Importantes eles? Sim, sem dúvida alguma, mas não são tudo.
Cumpre afirmar que a reescrita deve ir além, haja vista que nos permite reconhecer
aquelas “falhas” que certamente seriam reconhecidas por outra pessoa, sobretudo
em se tratando do “teor”, da “essência” discursiva.

Tendo em vista que a coesão representa um dos principais aspectos na


produção textual, muitas vezes, mediante a leitura daquilo que escrevemos,
constatamos que os parágrafos não se encontram assim tão harmoniosamente
ligados como deveriam. ​Às vezes, uma conjunção ali, um advérbio acolá e um
pronome adiante não se encontram bem distribuídos. Outras vezes,
percebemos uma quebra de simetria (revelada pela falta de ​paralelismo)​, em que
uma ideia poderia ter sido expressa de outra forma.

Assim, de modo a constatar como esse aspecto assimétrico se manifesta na


prática, analise o seguinte enunciado:

A leitura é ​i​mportante, necessária, útil ​e traz benefícios a todo emissor que


deseja aprimorar ainda mais a competência discursiva.

Inferimos que com o uso de “traz benefícios” houve uma quebra de simetria
dos adjetivos explicitados (importante, necessária, útil...). Não que isso seja
considerado uma falha de grande extensão, mas a ideia ficaria mais clara se outro
adjetivo tivesse sido utilizado, justamente para acompanhar o raciocínio antes
firmado, ou seja:

A leitura é ​importante, necessária, útil ​e benéfica a todo emissor que


deseja aprimorar ainda mais a competência discursiva.

Outro aspecto, não menos importante, materializa-se pela “abundância” de


orações intercaladas, as quais corroboram para a extensão da ideia, fazendo com
que o interlocutor perca o “fio da meada” e passe a não entender mais o que se
afirma no início da oração. Dessa forma, para que fique um pouco mais claro,

72 - CHARLES OLIVER
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LINGUA PORTUGUESA

analisemos o parágrafo que segue, revelando ser um bom exemplo da ocorrência


em questão:

A leitura, ​esse importante instrumento – o qual o torna mais culto, mais


apto a expressar seus pensamentos –, pois amplia significativamente seu
vocabulário,​ contribui para o aperfeiçoamento da escrita.

Tudo aquilo que se afirma acerca da eficácia da leitura, ainda que relevante,
tornou extensa e cansativa a ideia abordada. Dessa forma, retificando a oração,
poderíamos obter como essencial somente estes dizeres, os quais seguem
expressos:

A leitura contribui para o aperfeiçoamento da escrita.

Mediante os pressupostos aqui elencados, acreditamos ter contribuído de


forma significativa para que você aprimore ainda mais suas habilidades no que
tange à construção textual. E que, por meio da reescrita de suas ideias, possa ser
hábil em jogar fora ​o leve o oco, ​assim mesmo como ressalta nosso grande mestre,
e reelabore seu discurso pautando-se na concretude das palavras, tornando-as
claras, precisas, objetivas.

Significação das palavras


Cotidianamente compartilhamos algumas CESSÕES, pois nada mais justo ora, você
mesmo (a) irá fazer valer essa preciosa atitude inerente a todo ser humano, ou seja,
o ato de ceder é comum à nossa conduta diária. Quer um exemplo?

Interagindo com esta SEÇÃO, você poderá CEDER seu precioso tempo em prol de
ativar de uma forma bastante significativa os conhecimentos dos quais precisa
dispor para compreender bem os aspectos que norteiam a língua que falamos, por
isso a decisão se encontra em suas MÃOS, justamente porque acreditamos que
você, sob nenhuma hipótese, irá abrir MÃO de seus direitos enquanto usuário: o de
participar de forma efetiva de tudo aquilo que aqui se encontra preparado para que
você possa aprimorar ainda mais sua competência enquanto usuário (a).

Pois bem, como pôde perceber, algumas palavras fizeram parte das discussões
iniciais que antecederam esse nosso encontro, bem como muitos outros que virão
por aí. Mas o fato é que para atingirmos nosso objetivo enquanto interlocutores,
sobretudo em se tratando da linguagem escrita, precisamos estar conscientes do
significado que as palavras estabelecem, sobretudo em se tratando de um contexto
em específico, pois de acordo com determinadas circunstâncias comunicativas,
podemos fazer uso de uma mesma palavra, porém com sentidos diferentes.

Significação das palavras

73 - CHARLES OLIVER
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LINGUA PORTUGUESA

Gramática

A significação das palavras


compreende os estudos relacionados à sinonímia, antonímia, paronímia, homonímia
e polissemia.





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Cotidianamente compartilhamos algumas CESSÕES, pois nada mais justo ora, você
mesmo (a) irá fazer valer essa preciosa atitude inerente a todo ser humano, ou seja,
o ato de ceder é comum à nossa conduta diária. Quer um exemplo?

Interagindo com esta SEÇÃO, você poderá CEDER seu precioso tempo em prol de
ativar de uma forma bastante significativa os conhecimentos dos quais precisa
dispor para compreender bem os aspectos que norteiam a língua que falamos, por
isso a decisão se encontra em suas MÃOS, justamente porque acreditamos que
você, sob nenhuma hipótese, irá abrir MÃO de seus direitos enquanto usuário: o de
participar de forma efetiva de tudo aquilo que aqui se encontra preparado para que
você possa aprimorar ainda mais sua competência enquanto usuário (a).

Pois bem, como pôde perceber, algumas palavras fizeram parte das discussões
iniciais que antecederam esse nosso encontro, bem como muitos outros que virão
por aí. Mas o fato é que para atingirmos nosso objetivo enquanto interlocutores,
sobretudo em se tratando da linguagem escrita, precisamos estar conscientes do
significado que as palavras estabelecem, sobretudo em se tratando de um contexto
em específico, pois de acordo com determinadas circunstâncias comunicativas,
podemos fazer uso de uma mesma palavra, porém com sentidos diferentes.

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que estão ao seu inteiro dispor, fazendo com que você conheça acerca de todos os
aspectos relacionados à ​sinonímia, antonímia, paronímia, homonímia e
polissemia​.

74 - CHARLES OLIVER
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LINGUA PORTUGUESA

Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto


Sintaxe da oração e do período

Vamos começar respondendo a seguinte pergunta:

O que é análise sintática?

É uma parte da gramática que estuda a relação entre as palavras de uma frase, ou
seja, é a função das palavras na formação dos períodos para que as frases tenham
sentido.

Bom, agora é necessário sabermos o que seria exatamente uma frase, uma oração
e um período.

Frase

É uma sequência de palavras (pode ser formada por uma palavra apenas) com
sentido completo, podendo expressar emoções, ordens, ideias e etc…

Tipos de frases:

Frases interrogativas​: Uma pergunta

Ex.: Você vai jogar bola?

Frases imperativas​: Ordem ou pedido

Ex.:Hoje a noite você vai fazer o dever de casa.

Frases exclamativas:​ Mostra um momento afetivo

Bons ventos o levem!

Frases declarativas: constatação de um fato, ou seja, afirmam ou negam algo de


maneira concreta.

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Exs.: Ele acabou de sair (Afirmação)

Ela não foi trabalhar (Negativa)

Frases optativas:​ expressam desejo

Ex.: Espero que você consiga o emprego.

Oração

É uma frase que contém um verbo ou uma locução verbal.

Ex.: Meu pai está bravo comigo.

Período

É uma frase com uma ou mais orações, podendo ser:

Período simples é formada por uma única oração.

Ex.: O jantar hoje será macarronada.

Período composto é formada por duas ou mais orações.

Ex.: Comprarei aquela cadeira para dar para meu filho.

Funções sintáticas dos termos

Agora que sabemos o que é frase, oração e período fica mais fácil fazer a análise
sintática que analisa a estrutura (termos) do período e das orações que fazem parte
de um período.

Esses termos podem ser classificados conforme a posição que ocupam e a função
que desempenham na oração.

Termos Essenciais da oração:

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LINGUA PORTUGUESA

São considerados fundamentais e são formados pelo sujeito e predicados na


oração.

Saiba mais sobre os Termos Essenciais da oração

Termos Integrantes da oração:

Completam o sentido da oração (verbos e nomes)

São formados pelo complemento verbal (objeto direto e indireto)

Complemento nominal e o Agente da passiva.

Saiba mais sobre os Termos Integrantes da oração

Termos Acessórios da oração:

Tem uma função secundária na oração e são formados pelo adjunto adnominal,
adjunto adverbial e o aposto.

Saiba mais sobre os Termos acessórios da oração

Veremos agora cada um destes termos para você entender melhor

Tenho também uma postagem que coloco todas os artigos de português do site em
ordem alfabética e escrita exatamente como são pedidas nos editais para facilitar a
localização, vale a pena dar uma olhada.

Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade

Dicas de correspondência e documentos oficiais:

1. Conceitos, elementos, características, natureza, classificação

De acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, a redação


oficial “é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e

77 - CHARLES OLIVER
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LINGUA PORTUGUESA

comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo”. Além


disso, continua dizendo que “é inaceitável que um texto legal não seja entendido
pelos cidadãos”. Logo, a sua natureza é normativa e deve nortear a elaboração de
comunicações oficiais.

2. Princípios da Redação Oficial

Os princípios que regem a Redação Oficial são 4: impessoalidade, formalidade,


concisão, nível de linguagem. A impessoalidade decorre da “ausência de
impressões individuais de quem comunica”, “da impessoalidade de quem recebe a
comunicação, com duas possibilidades”, “do caráter impessoal do próprio assunto
tratado”. É preciso ressaltar que como é o servidor público quem redige as
comunicações oficiais, necessita-se manter o grau de impessoalidade, sem
interferência da opinião.

Além disso, é necessário que haja formalidade, padronização, nas comunicações,


utilizando, para isso, os pronomes de tratamento. Já a concisão, de acordo com o
documento oficial, está presente no texto “que consegue transmitir um máximo de
informações com um mínimo de palavras”. Logo, o autor deve ter conhecimento
para redigir o texto e ainda saber revisa-lo.

Vale ressaltar que o nível de linguagem se dá pela utilização da norma culta, por ser
uma comunicação do Serviço Público, que tem como objetivo informar, normatizar
leis e decretá-las.

3. Pronomes e Expressões de Tratamento

Os pronomes de tratamento são usados para manter a formalidade, impessoalidade


e respeito para com as autoridades. Lembrando que a concordância com esses
pronomes ocorre na terceira pessoa do singular sempre. Veja abaixo como deve ser
usado:

“São de uso consagrado:

Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:

a) do Poder Executivo;

Presidente da República; Vice-Presidente da República; Ministros de Estado;


Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de
Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de
Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais.

78 - CHARLES OLIVER
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b) do Poder Legislativo:

Deputados Federais e Senadores; Ministro do Tribunal de Contas da União;


Deputados Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.

c) do Poder Judiciário:

Ministros dos Tribunais Superiores; Membros de Tribunais; Juízes; Auditores da


Justiça Militar.

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é


“Excelentíssimo Senhor”, seguido do cargo respectivo:

● Excelentíssimo Senhor Presidente da República,


● Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
● Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo


respectivo:

● Senhor Senador,
● Senhor Juiz,
● Senhor Ministro,
● Senhor Governador.

4. Abreviações, siglas e símbolos

As Reduções Ortográficas também são comuns em comunicados oficiais nas


redações. Entretanto, há certas regras para fazer a redução.

● Símbolos: eles são reduções conhecidas internacionalmente. Eles são


escritos com letra minúscula, sem ponto, sempre no singular, e quando
símbolos químicos (com letras maiúsculas, sem ponto).
● Siglas: são abreviaturas que servem para reduzir locuções substantivas
próprias. Elas são escritas em letras maiúsculas quando a sigla tiver três
letras ou quanto todas as letras forem pronunciadas. Observação: quando
usar pela primeira vez a sigla, recomenda-se explicar, entre parênteses, seu
significado.
● Abreviaturas: para escrever as abreviaturas corretamente, necessita-se:
escrever a primeira sílaba e a primeira letra da segunda sílaba, seguida de
ponto, como em “adj.”. A abreviatura deve ter metade da palavra original,
caso contrário, é melhor escrever por inteiro.

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5. Tipos de Documentos usuais na Correspondência Oficial [1]

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6. Correio eletrônico: cuidados e características que devem pautar o tratamento de


assuntos oficiais por meio da internet

Sabe-se o quanto o correio eletrônico tornou-se um meio de comunicação barato e


muito útil, sendo a principal ferramenta para a transmissão de documentos. Como é

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muito flexível, o que se deve atentar impreterivelmente é quanto ao uso dos


pronomes adequados e uma linguagem correta.

Para que o correio eletrônico seja conhecido como documento legal, é preciso que
exista a certificação digital, a fim de atestar a identidade do remetente. É indicado
que se utilize o recurso de confirmação de leitura ou peça para o remetente
confirmar o recebimento. O campo assunto, por exemplo, deve ser de fácil
compreensão e de organização para ambos os envolvidos, remetente e destinatário.

[1] Retirado de http://www.campos.rj.gov.br/arquivos/Manual%20Oficial.pdf

Tipos de documentos oficiais:

Como vimos acima, o Manual de Redação especifica a padronização de


comunicações oficiais, de modo que a redação dos atos possa seguir um padrão e
assim organizar as correspondências conforme a natureza do documento.

Há diversos documentos oficiais, como o aviso, o telegrama, correio eletrônico. O


Padrão Ofício, por exemplo, corresponde a uma diagramação única de três
documentos: ofício, memorando e aviso. Dessa forma, é possível uniformizar todo o
procedimento, garantir agilidade e segurança ao seguir as normas para redigi-lo.

O Padrão Ofício conta de inúmeras partes. São elas:

• Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede. Por


exemplo: Of. 123/2002-MME;

• Local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita;

• Assunto, contendo o teor do documento;

• Destinatário com nome e cargo;

• Textos (caso não seja apenas encaminhamento de documentos, deverá conter


um texto que tenha introdução, desenvolvimento e conclusão).

• Fecho;

• Assinatura, de quem enviou;

• Identificação do signatário;

Diagramação e estrutura do Padrão Ofício

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As formas de diagramação do Padrão Ofício também são especificadas, como a


fonte utilizada (Times New Roman corpo12 no texto e 11 nas citações, e 10 nas
notas de rodapé), a paginação obrigatória após a segunda página, a paragrafação
de 2,5 cm, espaçamento simples entre linhas e 6 pontos após cada parágrafo.

Como já dito, o Padrão Ofício serve para três documentos. “O aviso é expedido
exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao
passo que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades”. E o memorando é
um tipo de comunicação estritamente interna. Aliás, é válido notar o quanto o
memorando tem como objetivo a rapidez e simplicidade. A sua tramitação é ágil.

Em relação à forma e estrutura do aviso e ofício, é necessário seguir as normas do


Padrão Ofício e adicionar o vocativo. No cabeçalho ou rodapé, é preciso conter:
nome do órgão ou setor, endereço postal, telefone e endereço de correio eletrônico.
Já o memorando tem como diferença o destinatário, o qual deve ser mencionado
pelo cargo que ocupa.

Além do Padrão Ofício, há outros documentos que seguem regras específicas,


como a exposição de motivos (que é especificamente dirigido ao Vice-Presidente da
República ou ao Presidente da República), mensagem, telegrama, fax e correio
eletrônico.

É válido ressaltar que o correio eletrônico, o e-mail, é um documento que permite


maior flexibilidade e praticidade. Não se tem uma estrutura específica ou normas,
porém, é indicado que a linguagem seja compatível e adequada. Para o e-mail
possuir um valor documental, é necessário existir certificação digital.

O telegrama também é outro documento que já foi superado por outros mais
inovadores e mais ágeis. Entretanto, se faz o uso dele quando não é possível o uso
do e-mail ou do fax. Sabe-se que o telegrama tem um valor elevado, por isso que,
se for ser utilizado, é necessário que seja conciso e claro. Não há um padrão a ser
seguido, porém, os próprios Correios têm uma estrutura pronta e padronizada, que
prima pela sintetização máxima da mensagem.

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