Você está na página 1de 72

Disciplina: Língua Portuguesa – 30 horas

Apresentação

Caro aluno,

Procuramos oferecer nesta apostila um vasto material para que vocês


trabalhem e reflitam sobre as várias linguagens, reflexão que os levará a ter
um bom domínio sobre o que falam, para quem e como falam, e tornará mais
fácil entender o outro lado da moeda: o que nos falam, quem e como nos
falam.

A língua é um organismo vivo e como tal vai se modificando e evoluindo com


o tempo e de acordo com o espação geográfico. A língua é dinâmica, não é
estática. Devemos compreender esse dinamismo como riqueza linguística e
cultural. Não podemos nos ater em preconceitos linguísticos.

A língua é viva porque é usada constantemente, em vários contextos, em


várias situações, o que faz com que ela tenha novos usos e novas
possibilidades. Isso acontece tanto no espaço quanto no tempo. No espaço
geográfico, diferentes regiões; no tempo, em diferentes situações que
mudam na sociedade. Assim como a sociedade vai mudando, a língua
acompanha essas mudanças da sociedade.

Fica aqui o convite para se comunicar, enfim, pois essa é a forma de garantir
nossa inserção na vida social, de nos tornarmos cidadãos que conhecem,
valorizam e respeitam as diversidades da língua portuguesa.

“A linguagem existe apenas como comunicação e enquanto transmitida, e


são as condições desta comunicação e transmissão e suas implicações que
devem ser esclarecidas.” (MARCONDES, Danilo. 2007).
Habilidades e Competências
Ao final do curso você será capaz de:

 Entender coesão e coerência textual.


 Identificar as regras gramaticais do Novo Acordo Ortográfico.
 Compreender os principais elementos sintático-semânticos da norma culta da
Língua Portuguesa.
 Identificar as tipologias e os gêneros textuais, tanto na linguagem literária
quanto na linguagem técnica.
 Reconhecer os elementos de coerência e coesão mais adequados aos
contextos comunicativos.
 Compreender e identificar as classes gramaticais da Língua Portuguesa.
 Entender o conceito de crase e aplicá-lo na escrita cotidiana.
 Dominar as regras básicas de acentuação gráfica.
 Reconhecer e distinguir palavras homônimas e parônimas.
 Aplicar a regra dos porquês na escrita diária.
 Diferenciar frase, oração e período.
 Identificar os elementos da oração.
 Compreender as regras básicas de concordância verbal.
 Compreender as regras básicas de concordância nominal.
Sumário
UNIDADE 1 – Comunicação e Linguagem 06
1. Comunicação 06
2. Linguagem 07
2.1 Funções da Linguagem 07
3. Discurso 09
3.1 Discurso Direto 09
3.2 Discurso Indireto 09

UNIDADE 2 – Ortografia (parte 1) 10


1. Acentuação gráfica 10
2. Uso do hífen 11
2.1 O hífen não será mais utilizado 11
2.2 O hífen é empregado 12
3. Trema 12

UNIDADE 3 – Ortografia (parte 2) 13


1. Homônimos 13
2. Parônimos 13

UNIDADE 4 – Crase 22
1. Conceito 22
2. Regras de uso da crase 22
3. Nunca ocorre crase 23
4. Crase facultativa 24
5. Casos especiais 24

UNIDADE 5 – Morfologia (parte 1) 25


1. Substantivos 25
1.1. Substantivo Comum 25
1.2. Substantivo Próprio 25
1.3. Substantivo Concreto 25
1.4. Substantivo Abstrato 26
1.5. Substantivo Simples 26
1.6. Substantivo Composto 26
1.7. Substantivo Primitivo 26
1.8. Substantivo Derivado 26
1.9. Substantivo Coletivo 26
2. Lista de coletivos 27
RESUMO DAS UNIDADES 1 A 5 28

UNIDADE 6 - Morfologia (parte 2) 30


1. Adjetivo 31
1.1. Classificação dos adjetivos 31
1.2. Locuções adjetivas 31
2. Artigo 32
3. Numeral 33

UNIDADE 7 – Morfologia (parte 3) 33


1. Pronome 33
1.1 Pronome Possessivo 34
1.2 Pronome Demonstrativo 34
1.3 Pronome Indefinido 34
1.4 Pronome Interrogativo 35

UNIDADE 8 – Morfologia (parte 4) 36


1. Introdução ao estudo do verbo 36
1.1 Locução verbal 38
2. Advérbio 38
2.1 Locução adverbial 39
2.2 Classificação das locuções adverbiais 39

UNIDADE 9 – Morfologia (parte 5) 40


1. Preposição 40
1.1. Locução prepositiva 40
2. Conjunção 41
2.1 Conjunções Coordenativas 41
2.2 Conjunções Subordinativas 41
2.3 Locução Conjuntiva 42
3. Interjeição 42

UNIDADE 10 – Estudo da Oração (parte 1) 44


1. Frase 44
2. Período 44
3. Oração 45
4. Sujeito 46
4.1 Sujeito Simples 46
4.2 Sujeito Composto 46
4.3 Sujeito Indeterminado 46
4.4 Oração sem sujeito 46
5. Predicado 47
6. Complemento verbal 48
RESUMO DAS UNIDADES 6 A 10 49

UNIDADE 11 – Estudo da Oração (parte 2) 50


1. Complemento Nominal 50
2. Agente da Passiva 50
3. Adjunto Adnominal 50
4. Adjunto Adverbial 51
5. Aposto 51
6. Vocativo 52

UNIDADE 12 – Concordância 52
1. Concordância Verbal 52
2. Concordância Nominal 53

UNIDADE 13 – Regência 55
1. Regência Verbal 55
2. Regência Nominal 57

UNIDADE 14 – O uso dos porquês 62


1. Porque - (junto e sem acento) 63
2. Porquê - (junto e com acento) 63
3. Por que - (separado e sem acento) 63
4. Por quê - (separado e com acento) 64

UNIDADE 15 – Figuras de linguagem 65


1. Figuras de Som 65
2. Figuras de Construção 65
3. Figuras de Pensamento 67
4. Figuras de Palavras 67

RESUMO DAS UNIDADES 11 A 15 69

FÓRUM DE DISCUSSÃO 71

QUESTÕES DISSERTATIVAS 71

BIBLIOGRAFIA 72
6

UNIDADE 1 – Comunicação e Linguagem

O objetivo desta unidade é apresentar os elementos necessários para


que a comunicação e linguagem ocorram de forma efetiva, tanto na escrita
quanto na fala.

1. Comunicação

Claro está que no discurso da Língua Portuguesa muitas vezes


ocorre confusões devidas à má utilização e intepretação do que se diz
ou escreve. No discurso oral, a frequência é muito maior, pois não
permite uma releitura ou análise da pontuação para que se entenda
claramente o que se quer dizer.
Segundo a gramática da Língua Portuguesa, para que a comunicação
aconteça são necessários os seguintes elementos:
a) O emissor, destinador ou remetente: a pessoa ou grupo de pessoas que
produzem a mensagem.
b) O receptor ou destinatário: a pessoa ou grupo de pessoas que recebem a
mensagem.
c) A mensagem propriamente dita: as informações transmitidas.
d) O canal de comunicação: o meio usado para a transmissão da
mensagem.
e) O código: no caso de uma mensagem escrita, é a língua. Além da língua,
outros códigos poderão ser usados, tais como cores, formas, sinais etc. Para
que a comunicação se estabeleça com eficiência, o emissor e o receptor
devem utilizar o mesmo código.
f) O contexto: a situação ou objeto a que a mensagem se refere.
É necessário que o emissor (aquele que fala) seja claro e objetivo ao
emitir a sua mensagem, sem deixar de levar em consideração a idade e as
características sociais e psicológicas do receptor, para que a comunicação se
estabeleça de forma clara e segura.
7

Deve-se levar em consideração, que


comunicar-se é um ato bilateral, pois
envolve o emissor (aquele fala ou escreve) e
o receptor (aquele que ouve ou lê).

2. Linguagem

Linguagem é a forma oral, escrita ou simbólica por meio da qual nos


comunicamos. A linguagem pode ser verbal ou escrita e não verbal.
A linguagem verbal ou escrita é a que utilizamos ao falar ou escrever,
seja no alfabeto romano, cirílico, árabe, etc. As letras que representam os
alfabetos são chamadas de signos linguísticos.
Já a linguagem não verbal, é a que também chamamos de simbólica, e é
representada por sinais, cores, desenhos, como também libras, que é a
linguagem utilizada por surdos e mudos para se comunicarem com o mundo
externo.

Temos dois tipos de linguagem:


verbal e não verbal.

2.1 Funções da Linguagem


É a vontade, o objetivo do emissor, que determinará o tipo e a função da
linguagem a ser utilizada no momento da comunicação.
De acordo com o objetivo do emissor, as funções podem ser:

a) Função Referencial ou Denotativa: quando o emissor deseja comunicar algo com o


sentido real do significado das palavras. Deve ser feito de forma clara e objetiva, e
8

geralmente é a mais usada na comunicação diária, explicando, comunicando,


descrevendo ou relatando experiências, científicas ou não.
Exemplo: noticiário de jornal, de TV, propaganda etc.

b) Função Emotiva ou Expressiva: quando o emissor acrescenta sua própria


impressão pessoal, causando no receptor esta mesma emoção, sensibilizando-o.
Exemplo: Ai! Esqueci tudo em casa.

c) Função Apelativa ou Conativa: quando o emissor busca influenciar o modo de


pensar e agir do receptor, convencendo-o de seu pensamento.
Exemplo: Por favor, Mariana, não me desaponte.

d) Função Metalinguística: quando o emissor usa a comunicação para explicar,


definir, analisar, criticar, traduzir ou trocar termos e expressões da própria
linguagem.
Exemplo: as definições de um dicionário, os conceitos de uma gramática, uma
crítica literária etc.

f) Função Poética: quando o emissor utiliza recursos poéticos para dar ênfase à
mensagem.
Exemplo: uma peça teatral, um poema etc.

g) Função Fática: quando o emissor demonstra querer chamar a atenção do


receptor. Predomina a preocupação do emissor com o canal, com a atenção.
Exemplo: um locutor testando o microfone, uma conversa de elevador etc.
9

3. Discurso
Discurso é a forma como se apresenta a linguagem verbal ou escrita.
Basicamente, pode ser:

3.1 Discurso Direto


No discurso direto, a comunicação é reproduzida fielmente à forma
como foram falados ou escritos.
Exemplo: Sigam-me, por favor!
A que horas chega o trem de passageiros?

3.2 Discurso Indireto


No discurso indireto, utiliza-se o recurso das 3 pessoas para reproduzir
a fala ou escrita.
Exemplo: Ela distribuiu os brindes para todos os alunos presentes.
Todos se acomodaram e esperaram em silêncio o início do filme.

O discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das
personagens, sem participação do narrador.

O discurso indireto é caracterizado por ser uma intervenção do narrador


no discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas
das personagens.
10

UNIDADE 2 – Ortografia (parte 1)

Em 2008, foi assinado o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, e


desde 1º de janeiro de 2009 as regras estão valendo em todo território nacional.

Abaixo, relacionaremos as regras de acentuação, ressaltando as


transformações ocorridas a partir do Novo Acordo Ortográfico.

1. Acentuação gráfica
 Paroxítonas

Some o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas:

Exemplo: ideia, boia.

Acento circunflexo em letras “dobradas”

Desaparece o acento circunflexo das palavras terminadas em êem e ôo


ou ôos:

Exemplo: creem, leem, enjoo.

 Acento agudo de algumas palavras paroxítonas

O acento no i e no u tônicos, depois de ditongos, em palavras


paroxítonas, sumiu.

Exemplo: bocaiuva, feiura.


Se o i e o u estiverem na última ou
na antepenúltima sílaba, o acento
continua como em: Piauí, feiíssimo.

a. Acento diferencial

Some o acento diferencial das palavras de mesma grafia.

Exemplo: pelo (preposição e substantivo), para (preposição e verbo).


11

Não some o acento diferencial em pôr


(verbo) / por (preposição) e pôde (pretérito) /
pode (presente).

Em fôrma (de bolo, por


exemplo) o acento permanece
facultativo.

b. Acento agudo no u tônico

Com a reforma ortográfica, desaparece o acento agudo no u tônico nos


grupos gue, gui, que, qui, dos verbos.

Exemplo: averigue, apazigue.

2. Uso do hífen

2.1 O hífen não será mais utilizado nos seguintes casos:

 Quando o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento começar


com uma vogal diferente:

Exemplo: extraescolar, autoestrada, agroindustrial.

 Quando o segundo elemento começar com s ou r, devendo haver a


duplicação destas consoantes.

Exemplo: contrarregra, antirreligioso, antissemita.

O hífen será mantido quando o prefixo terminar em r


Exemplo: hiper-requintado, inter-resistente, super-homem.
12

2.2 O hífen é empregado:

 Se o segundo elemento começa por h.


Exemplo: geo-história; giga-hertz; bio-histórico; semi-hospitalar; super-
homem, pré-história.
 Para separar vogais ou consoantes iguais.
Exemplo: inter-racial; micro-ondas; micro-ônibus; sub-bibliotecário; sub-
base; anti-inflamatório; contra-atacar; hiper-real.
 Prefixos 'pan' ou 'circum', seguidos de palavras que começam por
vogal, 'h', 'm' ou 'n'.
Exemplo: pan-hispânico; circum-murados; pan-americano; pan-helenismo;
circum-navegação.
 Com os prefixos 'pós', 'pré' e 'pró'.
Exemplo: pós-graduado; pré-operatório; pró-reitor; pós-auricular; pré-
datado; pré-escolar.

3. Trema

Com a reforma ortográfica, o trema desaparece em todas as palavras da


língua portuguesa.

Exemplo: frequente, linguiça, linguística.

O trema permanece em nomes


estrangeiros como Müller ou Citroën.
13

UNIDADE 3 – Ortografia (parte 2)

Na unidade 3 estudaremos as palavras homônimas e parônimas que são de


grande importância na Língua Portuguesa, para que se escreva e fale corretamente,
tanto na questão ortográfica quanto na questão fonética, pois palavras mal utilizadas
podem dar significado diferente do que de fato queremos dar.

1 – Homônimos

Ocorre homonímia quando há igualdade de fonemas (sons) ou de


grafemas (letras) em palavras que não possuem o mesmo significado.

Exemplo: Ele usa uma corrente de ouro no pescoço.

Ela caiu na corrente do rio.

A corrente filosófica de hoje é materialista.

Em todos os exemplos, observamos que a palavra corrente, foi utilizada


em sentidos diferentes, mas a escrita e pronúncia é a mesma,
independente do significado.

2 – Parônimos

São palavras que têm escrita semelhante e significados diferentes.

Exemplo: aprender/ apreender

inflação/ infração

amoral/ imoral

A seguir, uma lista dos principais parônimos em uso na Língua Portuguesa. Essa
lista deve ser estudada com bastante atenção para minimizar o uso equivocado das
palavras.
14

Acender: atear fogo, fazer arder, inflamar, abrasar.

Ascender: subir, elevar-se. Substantivo derivado: ascensão.

Acento: inflexão da voz, sinal gráfico.

Assento: base, cadeira, apoio, banco; registro, apontamento.

Acerca de: a respeito de, sobre. Falamos acerca de futebol.

A cerca de: a uma distância aproximada de. Moro a cerca de cinquenta metros do
supermercado. Estamos a cerca de dois meses das eleições.

Há cerca de: faz aproximadamente, existe(m) perto de. Trabalho aqui há cerca de
doze anos. Há cerca de trezentos candidatos.

Acidente: desgraça, desastre; relevo geográfico.

Incidente: acessório, superveniente; episódio, circunstância.

Afim: parente por afinidade (= parentesco de um cônjuge com os parentes do outro);


semelhante, análogo. Não podem casar os afins em linha reta, seja o vínculo
legítimo ou ilegítimo (disposição do Código Civil). Geografia e História são disciplinas
afins.

A fim (de): .Estou aqui a fim de colaborar com vocês.

Aleatório: fortuito, eventual, sujeito a contingências futuras.

Alheatório: que alheia, que transfere a outrem o domínio de algo.

Amoral: indiferente à moral, que não se preocupa com a moral.

Imoral: contrário à moda, indecente.

Ao encontro de: para junto de, favorável a. Iremos ao encontro de amigos. Essas
medidas vêm ao encontro das aspirações do povo.

De encontro a: em prejuízo de. O ônibus foi de encontro a um poste. Não apoiarei a


medida, pois ela vem de encontro às aspirações dos funcionários.

Ao invés de: contrário de. Ao invés de vender, comprou ainda mais um sítio.
15

Em vez de: em lugar de. Em vez de comprar um, comprou dois sítios.

A par: ciente, ao lado, junto. Estou a par do que houve.

Ao par: de acordo com a convenção legal, sem ágio (câmbio); de acordo com a
convenção legal, sem qualquer desconto ou abatimento (títulos, ações).

Área: superfície, espaço.

Ária: cantiga, melodia; povo antepassado dos indo-europeus.

Arrochar: apertar muito.

Arroxar: tornar roxo.

Ás: pessoa notável em sua especialidade, carta de jogo.

Az: esquadrão, ala do exército, fileira.

À-toa: imprestável, ruim, ordinário.

À toa: sem rumo. Andava à toa pelas ruas.

Atuar: agir, influenciar. Este remédio atua vagarosamente.

Autuar: reduzir a auto, processar. O criminoso foi autuado em flagrante.

Avocar: atrair, atribuir-se, chamar.

Evocar: trazer à lembrança, recordar. Evocamos os velhos tempos.

Brocha: prego curto de cabeça larga e chata; correia de couro cru.

Broxa: pincel grande para caiar ou para pintura ordinária.

Caçar: perseguir, apanhar (animais).

Cassar: anular, suspender, invalidar. Cassou sua licença, seu mandato etc.

Carear: confrontar, acarear.

Cariar: criar cárie.

Casual: acidental, fortuito, ocasional.

Causal: relativo à causa, que exprime causa.


16

Cavaleiro: homem a cavalo.

Cavalheiro: homem gentil, de boas maneiras e ações.

Cela: aposento de religiosos, cubículo.

Sela: arreio acolchoado de cavalgadura.

Censo: recenseamento, contagem. Censo demográfico, escolar etc.

Senso: juízo, tino, discernimento. Devemos ter senso de humor, de


responsabilidade.

Cerrar: fechar, apertar, encerrar.

Serrar: cortar, separar.

Cessão: ato de ceder, cedência.

Seção : setor, corte, subdivisão, parte de um todo.

Sessão: espaço de tempo em que se realiza uma reunião; reunião.

Chá: planta; as folhas dessa planta; infusão de tais folhas.

Xá: soberano da Pérsia.

Cheque: ordem de pagamento.

Xeque: chefe árabe; lance de xadrez; perigo. Ele pôs em xeque nossa segurança.

Cível: relativo ao Direito Civil; jurisdição dos tribunais civis.

Civil: referente às relações dos cidadãos entre si; polido.

Comprimento: extensão, tamanho, distância.

Cumprimento: saudação; ato de cumprir. Aceite meus cumprimentos pela sua


promoção.

Cocho: gamela, manjedoura.

Coxo: que coxeia, que tem falta de pé ou de perna.

Conjetura: suposição, hipótese.


17

Conjuntura: oportunidade, momento, ensejo, situação.

Coser: costurar.

Cozer: cozinhar.

Deferir: atender, conceder, anuir, despachar favoravelmente. Substantivo derivado:


deferimento.

Diferir: divergir; adiar, retardar, dilatar. Substantivo derivado: diferimento.

Degradar: rebaixar, desonrar, aviltar.

Degredar: exilar, desterrar, banir.

Delatar: denunciar, acusar. Substantivo derivado: delação.

Dilatar: adiar, prorrogar. Substantivo derivado: dilação.

Descrição: ato de descrever; explanação.

Discrição: moderação, reserva, recato, modéstia. Antônimo: indiscrição.

Descriminar: inocentar, isentar de crime. Substantivo derivado: descriminação. O juiz


optou pela descriminação do réu.

Discriminar: diferenciar, distinguir, separar, discernir. Substantivo derivado:


discriminação. Devemos condenar a discriminação racial.

Despensa: depósito de mantimentos.

Dispensa: escusa, licença, demissão.

Despercebido: não visto, não notado, não observado, ignorado. Não me passou
despercebido seu gesto.

Desapercebido: desprevenido, desguarnecido, desprovido. Estou desapercebido de


fósforo.

Dessecar: secar completamente, enxugar.

Dissecar: analisar, examinar, dividir anatomicamente.


18

Destratar: ofender, insultar, desacatar.

Distratar: desfazer um trato ou contrato.

Emergir: vir à tona, manifestar-se, aparecer.

Imergir: mergulhar, penetrar, afundar.

Eminente: alto, elevado; sublime, célebre. Substantivo derivado: eminência. Trata-


se de um cientista eminente.

Iminente: imediato, próximo, sobranceiro, prestes a acontecer. Substantivo


derivado: iminência. A chuva era iminente.

Emigrar: sair da pátria.

Imigrar: entrar (em país estranho) para viver nele.

Esbaforido: cansado, ofegante.

Espavorido: apavorado, espantado.

Espectador: testemunha, assistente.

Expectador: aquele que tem expectativa, esperançoso.

Espiar: espreitar, olhar.

Expiar: pagar, resgatar (crime, falta, pecado).

Estância: morada, mansão; estabelecimento rural; estação de água mineral.

Instância: pedido urgente e repetido; jurisdição, foro; ordem ou grau de hierarquia


judiciária.

Flagrante: evidente, manifesto. Em flagrante: no momento da ação.

Fragrante: aromático, perfumoso.

Florescente: florido, próspero, venturoso.

Fluorescente: que tem a propriedade da fluorescência; luminoso.

Fusível: peça de eletricidade.


19

Fuzil: arma de cano longo.

Incerto: duvidoso, indeciso, não certo.

Inserto: inserido, incluído.

Incipiente: principiante, iniciante.

Insipiente: ignorante.

Incontinente: que não se contém, imoderado.

Incontinenti: imediatamente, logo, em seguida.

Infligir: aplicar (pena, castigo, multa etc.).

Infringir: transgredir, desrespeitar, desobedecer.

Intercessão: intervenção, mediação.

Interseção: ponto em que se cruzam duas linhas ou superfícies.

Intimorato: sem temor, destemido.

Intemerato: puro, íntegro, incorrupto.

Lista: relação, rol, tira comprida e estreita; catálogo, cardápio.

Listra: risca de cor diferente num tecido.

Locador: que dá de aluguel, proprietário.

Locatário: que recebe de aluguel, inquilino.

Mandado: ato de mandar; ordem emanada de autoridade judicial ou administrativa.


Ele pretende impetrar um mandado de segurança.

Mandato: autorização que se confere a outrem, delegação. A procuração é o


instrumento do mandato. Os deputados recebem seu mandato do povo.

Mandante: que ordena, dirigente.

Mandatário: pessoa mandada, representante, delegado, procurador.

Originalmente: de maneira nova.


20

Originariamente: inicialmente.

Preceder: anteceder, vir antes.

Proceder: descender, provir, originar-se; comportar-se; realizar; caber, ter


fundamento.

Prescrever: determinar, preceituar, ordenar, receitar, ficar sem efeito, anular-se,


extinguir-se (um direito, que se conservou sem exercício por certo lapso de tempo).

Proscrever: condenar a degredo, desterrar; proibir, abolir, suprimir.

Prever: antever, profetizar, conjeturar, calcular.

Prover: abastecer, dotar.

Ratificar: validar, confirmar autenticamente (o que foi feito ou prometido).

Retificar: corrigir, emendar.

Remição: resgate, quitação.

Remissão: indulgência, perdão; ato ou efeito de remeter, mandar.

Remunerar: gratificar, premiar; pagar, recompensar. Substantivo derivado:


remuneração.

Renumerar: numerar novamente. Substantivo derivado: renumeração.

Subentender: entender ou perceber (o que não estava expresso).

Subintender: dirigir, exercer as funções de subintendente.

Subtender: estender por baixo.

Sustar: deter, suspender, interromper.

Suster: sustentar, manter, alimentar.

Tacha: pequeno prego, percevejo; mancha, nódoa.

Taxa: preço ou quantia que se estipula como compensação de certo serviço, ou


como remuneração de certo trabalho; razão do juro.
21

Tachar: pôr prego em; notar defeito em, censurar, criticar, acusar.

Taxar: regular o preço (de um gênero, de um serviço, etc.); lançar imposto sobre;
moderar, regular, limitar; avaliar (positiva ou negativamente).

Vestiário: guarda-roupa; pessoa encarregada do guarda-roupa de uma corporação;


quarto onde se troca de roupas.

Vestuário: conjunto das peças de roupa que se veste, traje.

Vultoso: grande, volumoso.

Vultuoso: vermelho e inchado (diz-se do rosto).


22

UNIDADE 4 – Crase

Nesta unidade iremos abordar o emprego do acento grave indicador da crase, suas
regras, exceções e uso facultativo.

1. Conceito
Crase é a fusão de duas vogais idênticas, indicada na Língua Portuguesa
por meio de um acento gráfico.
Exemplo: Fui à partida de tênis.
Fui a + a partida de tênis.

2. Regras de uso da crase


É fácil constatar quando há uma crase. Basta trocar o termo regido por um
masculino da mesma classe de palavras. Se obtivermos a combinação ao
é porque há preposição (a) e artigo (o) e, deste modo, haverá crase antes
do nome feminino, pois há a presença de preposição e artigo.
Vejamos:
Eu me referi a diretora.
Substituindo o termo regido por um masculino:
Eu me referi ao médico.
Constatamos que deu ao, portanto há crase: Eu me referi à diretora.
Compare:
Eu me referi a ela.
Substituindo por um masculino:
Eu me referi a ele.
Não deu ao, portanto, não há crase: Eu me referi a ela.

Sempre haverá crase quando ocorrer a fusão da preposição a com:


 O artigo feminino a ou as;
Exemplo: Fui à escola.
 O pronome demonstrativo a ou as;
23

Exemplo: Esta camisa é igual à que eu tinha.


 O a inicial dos pronomes aquele, aquela, aquilo.
Fui àquela loja.
 O a inicial do pronome relativo a qual (as quais);
Exemplo: A bolsa à qual nos referimos é esta.
 Na indicação do número de horas, desde que se trocando esse número
por meio-dia (único masculino de horas) obtenha-se ao meio-dia;
Exemplo: Chegou a uma hora da manhã – Chegou ao meio dia – então:
Chegou à uma hora da manhã.
 Diante das expressões adverbiais à moda de e à maneira de, mesmo
que as palavras moda ou maneira fiquem subentendidas;
Exemplo: Fez um gol à Neymar.
 Nas expressões adverbiais, e nas locuções prepositivas e conjuntivas
formadas por palavras femininas, como à tarde, à noite, às pressas à toa, à
vontade, às vezes, à exceção de, à vista de, à beira de, à proporção que, à
medida que etc.
Exemplo: Caminhavam às pressas.
Viajarei à tarde.
 Usa-se crase na expressão à vista.
 Se o pronome admitir artigo, haverá crase;
Exemplo: Dirijo-me à senhora
Dirijo-me ao senhor.

3. Nunca ocorre crase


 Antes de palavras masculinas;
Exemplo: Não assisto a jogo de azar.
 Antes de verbos (todo verbo é masculino);
Exemplo: Estou disposto a estudar.
 Nas expressões com palavras repetidas;
Exemplo: Ficamos cara a cara no balcão.
24

 Diante de pronomes que repelem o artigo;


Exemplo: Dirijo-me a Vossa Excelência.
Isso não pertence a ninguém.
 Quando um a (sem o s de plural) estiver diante de uma palavra no plural;
Exemplo: Refiro-me a candidatas interessadas.
 Nas expressões adverbiais formadas por palavras femininas que indicam
instrumento;
Exemplo: Ela escreveu a maquina uma bela reportagem.
 Com os pronomes relativos quem, cujo e que;
Exemplo: Era um artista a quem admirávamos.
4. Crase facultativa

 Diante de nomes de pessoas do sexo feminino;


Exemplo: Ele referiu à (a) Ivone.
 Diante de pronomes possessivos femininos;
Exemplo: Obedeço à (a) minha madrinha.
 Depois da preposição até, porque podemos dizer até ou até a;
Exemplo: Fomos até à (a) igreja.

5. Casos especiais:
 Com nomes de lugar precedidos de artigo pode ou não haver crase ou
qualquer outro tipo de combinação ou contração. Para ter certeza de que
um nome de lugar admite artigo, basta usar a regra: Se vou “a” e venho
“da”, crase há. Se vou “a” e venho “de”, crase pra quê?
Exemplo: Vou a Roma./ Venho de Roma.
Vou à Bahia./ Venho da Bahia.
 Com as palavras CASA e TERRA
Não ocorre crase com a palavra casa no sentido de lar, e com a palavra
terra no sentido de chão, a menos que venham determinadas:
Exemplo: Vou à casa de minha tia almoçar.
Visitarei à terra de meus avós.
25

UNIDADE 5 – Morfologia (parte 1)

A Língua Portuguesa é dividida em 10 classes gramaticais, subdivididas em


dois grupos:

a) Variáveis: podem apresentar mudança na forma. São os: substantivo,


adjetivo, verbo, artigo, pronome e numeral.

b) Invariáveis: não apresentam mudança na forma. São os: advérbio,


preposição, conjunção e interjeição.

A seguir, vamos estudar cada uma delas.

1- Substantivo
Substantivo é a palavra que dá nome aos seres. São classificados como
comum, próprio, concreto, abstrato, simples, composto, primitivo, derivado ou
coletivo.
Exemplo: lugares, objetos, sentimentos, pessoas etc.

1.1 – Substantivo Comum


Substantivo comum é aquele que dá nome ao grupo de seres de
uma mesma espécie.
Exemplo: gato, loja, pianista, menino.

1.2 – Substantivo Próprio


Substantivo próprio é aquele que dá nome a um ser entre todos
os outros seres de uma mesma espécie.
Exemplo: Maria, Pedro, Vila Velha, Brasil.

1.3 – Substantivo Concreto


Substantivo concreto é aquele que designa o ser que existe
independentemente de outros seres, podendo ser real ou imaginário.
Exemplo: soldado, faca, fantasma, duende.
26

1.4 Substantivo Abstrato


Substantivo abstrato é aquele que nomeiam seres que dependem de
outros para se manifestar ou existir. Designam ação, sentimento,
estado ou qualidade.
Exemplo: amor, ódio, beleza, feiura.

1.5 – Substantivo Simples


Substantivo simples é aquele formado por um único elemento.
Exemplo: sol, chuva, mar, lago, Maria, carroça.

1.6 – Substantivo Composto


Substantivo composto é aquele formado por dois ou mais elementos,
com ou sem hífen.
Exemplo: passatempo, girassol, pé de moleque (não tem mais o hífen
de acordo com a nova ortografia), antiaéreo.

1.7 – Substantivo Primitivo


Substantivo primitivo é aquele que não deriva de nenhuma outra
palavra.
Exemplo: laranja, terra, pão, pedra, rosa.

1.8 – Substantivo Derivado


Substantivo derivado é aquele que se origina de outra palavra.
Exemplo: laranjeira, terreiro, padeiro, pedreiro, roseira.

1.9 – Substantivo Coletivo


Substantivo coletivo é o substantivo comum que, no singular, designa
um conjunto de seres.
Exemplo: manada, enxame, multidão, rebanho.
27

2. – Lista de coletivos mais utilizados na Língua Portuguesa:

 Alcateia (coletivo de lobos)


 Arquipélago (coletivo de ilhas)
 Armada (coletivo de navios de guerra)
 Banda (coletivo de músicos)
 Bando (coletivo de aves, de crianças, de ciganos)
 Batalhão (coletivo de soldados)
 Cacho (coletivo de bananas e de uvas)
 Caravana (coletivo de viajantes)
 Colmeia (coletivo de abelhas)
 Constelação (coletivo de estrelas)
 Enxame (coletivo de abelhas)
 Esquadrilha (coletivo de aviões)
 Exército (coletivo de soldados)
 Frota (coletivo de navios mercantes, de ônibus)
 Horda (coletivo de desordeiros, de aventureiros e de bandidos)
 Junta (coletivo de bois, de médicos e de examinadores)
 Legião (coletivo de soldados e de demônios)
 Manada (coletivo de bois, de búfalos e de elefantes)
 Matilha (coletivo de cães de caça)
 Molho (coletivo de chaves e de verdura)
 Ninhada (coletivo de pintos)
 Plateia (coletivo de espectadores)
 Penca (coletivo de frutas e de chaves)
 Quadrilha (coletivo de salteadores)
 Réstia (coletivo de cebola e de alho)
 Vara (coletivo de porcos)
28

RESUMO DAS UNIDADES 1 A 5


Na unidade 1 desta apostila vimos os elementos da comunicação: emissor,
receptor, mensagem, canal de comunicação, código e contexto. Para que a
comunicação ocorra de forma clara e segura é necessário que haja emissor e
receptor, sem perder de vista que tanto um quanto o outro possuem suas próprias
características que podem interferir no processo de compreensão e interpretação
das ideias inferindo significados novos ao contexto.

A linguagem em si pode ser verbal ou não verbal e de acordo com o objetivo


do emissor pode estabelecer funções diferenciadas como: referencial ou denotativa,
emotiva ou expressiva, apelativa ou conativa, metalinguística e poética.

Com relação ao discurso, temos o direto que se caracteriza por ser uma
transcrição exata da fala das personagens, e o indireto que é caracterizado por ser
uma intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas próprias palavras para
reproduzir as falas das personagens.

A unidade 2 aborda o Acordo Ortográfico de 1990, firmado pelos vários


países que têm o português como língua oficial e está valendo em todo o território
nacional desde o dia 1º de janeiro de 2009. É importante e imprescindível conhecer
as principais mudanças estabelecidas pelo Novo Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa, principalmente no que diz respeito à acentuação gráfica, trema e uso do
hífen.

Acerca do uso do hífen manteve-se a regra atual em relação ao prefixo co-,


que em geral se aglutina com o segundo elemento mesmo quando iniciado por o
(coordenação, cooperação, coobrigação). Ficou abolido o uso do hífen quando o
segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas.
Exemplo: antirreligioso, antissemita, contrarregra, infrassom.

Na unidade 3 é apresentada uma lista de palavras homônimas e parônimas


que costumam causar dúvida e insegurança tanto na fala quanto na escrita. São
termos como cessão (com c e ss) que deriva de “ceder”, ato de ceder, cedência.
29

Seção (com s e ç) que indica divisão, departamento, setor, subdivisão. Como as


seções de supermercado, por exemplo, seção de frios, seção de limpeza etc. E por
fim, temos sessão (com s e ss) no sentido de assembleia ou reunião.

A crase ocupa toda a unidade 4 abordando conceito, principais regras,


exceções, casos especiais e por fim o uso facultativo da crase. Sempre se usa crase
quando ocorrer a fusão da preposição a com o artigo feminino a ou as. Exemplo: Fui
à escola. Nunca se usa crase diante de verbos, palavras masculinas ou expressões
repetidas como “cara a cara” ou “pouco a pouco”. A crase é facultativa nos casos de
nome de pessoas do sexo feminino, diante de pronomes femininos e diante da
preposição “até”. Exemplo: Nós dissemos à (a) Helena. Obedeço à (a) sua
madrinha. Iremos até à (a) fábrica.

Na unidade 5 damos início ao estudo das classes gramaticais começando


pelo substantivo que pode ser: comum, próprio, concreto, abstrato, simples,
composto, primitivo, derivado ou coletivo. Ao final apresentamos uma lista com os
principais substantivos coletivos. Exemplo: cáfila (coletivo de camelos), cordilheira
(coletivo de montanhas), rebanho (coletivo de gado, de ovelhas), resma (coletivo de
folhas de papel), turma (coletivo de estudantes, de trabalhadores).
30

UNIDADE 6 – Morfologia (parte 2)

Nesta unidade daremos continuidade ao estudo das classes gramaticais


enfatizando as seguintes: adjetivo, artigo e numeral. Todas pertencentes ao
grupo das variáveis.

1 – Adjetivo

Adjetivo é a palavra que expressa característica, qualidade, defeito ou estado


dos seres.

Exemplo: grande, pequeno, bom, ruim, fraco, cansado, triste, feliz.

O adjetivo sempre modifica um


substantivo ou pronome.

Exemplo: Maria é bonita.

Para saber se a palavra é um adjetivo, basta observar se é possível colocar a


palavra tão na frente do adjetivo. Por exemplo, podemos dizer tão bonita, mas não
podemos dizer tão Maria, pois Maria é um substantivo.

1.1 – Classificação dos adjetivos


Os adjetivos classificam-se em primitivos, derivados, simples, compostos e pátrios.

a) Adjetivo primitivo é aquele que não deriva de outra palavra da Língua


Portuguesa. Exemplo: velho, novo, grande, pequeno.

b) Adjetivo derivado é aquele que se origina de um substantivo, de um verbo


ou de outro adjetivo. Exemplo: verdadeiro (verdade)

c) Adjetivo simples é aquele que apresenta um só elemento.


31

Exemplo: Brasil, forte, verde, árvore, esmeralda, pedra.

d) Adjetivo composto é aquele formado por dois ou mais elementos,


separado ou não por hífen.
Exemplo: Verde-esmeralda, anglo-saxônico, girassol, micro-ondas.

e) Adjetivo pátrio é o que se refere à naturalidade ou nacionalidade.


Exemplo: capixaba, brasileiro, gaúcho, cearense, argentino.

1.2 – Locuções adjetivas


Locuções adjetivas são expressões que equivalem a adjetivos.
Exemplo: De triste – entristecido.
De mãe – maternal
2. Artigo

Artigo é a palavra usada antes de um substantivo para defini-lo ou indefini-lo.

Observe as orações abaixo:


Exemplo: Quero comer uma sobremesa.
Quero comer o brigadeiro.

Observe que uma sobremesa pode ser qualquer sobremesa, seja ela
brigadeiro, torta, sorvete etc. Já o brigadeiro, é aquele brigadeiro específico
que se encontra ali naquele momento.

 Artigo Indefinido
Os artigos indefinidos são usados para generalizar ou indefinir um
substantivo, como vimos no exemplo acima. São artigos indefinidos os
artigos: UM (UNS), UMA (UMAS).
Exemplo: um professor, uma janela, uns livros.
32

 Artigo Definido
Os artigos definidos são usados para individualizar, determinar ou definir
um substantivo. São artigos definidos os artigos: O (OS), A (AS).
Exemplo: o professor, a janela, os livros.

3. Numeral
Numeral é a palavra que indica a quantidade de seres ou a posição que os
seres ocupam em uma série.
Exemplo: Treze, vinte e sete, primeiro, décimo.

O numeral pode ser: cardinal, ordinal, multiplicativo ou fracionário.

a) Numeral cardinal indica quantidade exata de seres.

Exemplo: Treze dias;

Quatro pessoas;

Vinte e duas laranjas.

b) Numeral ordinal indica a ordem dos seres numa série.

Exemplo: Primeiro lugar;

Décimo passageiro;

c) Numeral multiplicativo indica quantidade multiplicada do mesmo ser.

Exemplo: Dobro, triplo, quíntuplo.

d) Numeral fracionário indica divisão de uma quantidade.

Exemplo: Um terço; Quatro quintos; Dois décimos.

São consideradas como numerais as palavras: ZERO, AMBOS, AMBAS,


PAR, NOVENA, DEZENA, CENTENA, DÉCADA, SÉCULO, DÚZIA, GROSA,
MILHEIRO, CENTENÁRIO, TRINCA, QUINA, SEMESTRE, BIMESTRE ETC.
33

UNIDADE 7 – Morfologia (parte 3)

Nesta unidade daremos enfoque à classe dos pronomes. Nosso objetivo é


compreender o conceito desta classe gramatical variável bem como aprender a
utilizá-los de forma adequada na escrita e na fala.

1. Pronome
Pronome é a palavra que substitui ou determina um nome.
Os pronomes classificam-se em: pessoais, possessivos, demonstrativos,
indefinidos, interrogativos e relativos.
Todos estão atrelados às pessoas do discurso, que são três:
 1ª pessoa: eu (singular) e nós (plural).
 2ª pessoa: tu, você (singular) e vós, vocês (plural).
 3ª pessoa: ele, ela (singular) e eles, elas (plural).

Pronomes pessoais substituem as três pessoas gramaticais (1ª pessoa, 2ª


pessoa e 3ª pessoa), podendo dividir-se em retos e oblíquos.

Pronomes oblíquos átonos: me, te, o, a, se, lhe, nos, vos, os, as, lhes, se.

Pronomes oblíquos tônicos: mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco,
convosco, si, consigo.

Entre os pronomes pessoais incluem-se os pronomes de tratamento, que


indicam respeito, cortesia, cerimônia.
Exemplo:
 Você  Vossa Majestade
 Vossa Alteza  Vossa Meritíssima
 Vossa Eminência  Vossa Reverendíssima
 Vossa Excelência,  Vossa Senhoria
 Vossa Magnificência  Vossa Santidade
34

1.1 Pronome Possessivo

Pronomes Possessivos são os pronomes que indicam o que pertence a cada


uma das pessoas gramaticais. São eles:

Singular

 1ª pessoa: meu, minha, meus, minhas


 2ª pessoa: teu, tua, teus, tuas
 3ª pessoa: seu, sua, seus, suas

Plural

 1ª pessoa: nosso, nossa, nossos, nossas


 2ª pessoa: vosso, vossa, vossos, vossas
 3ª pessoa: seu, sua, seus, suas

1.2 Pronome Demonstrativo

Os pronomes demonstrativos situam no espaço os seres de que se fala. São eles:

 este, esta, isto indicando que o ser está perto da pessoa que fala (o
falante);
 esse, essa, isso indicando que o ser está perto da pessoa com quem
se fala (o ouvinte);
 aquele, aquela, aquilo indicando que o ser está afastado do falante e
do ouvinte.

1.3 Pronome Indefinido


Os pronomes indefinidos são aqueles que se referem à 3ª pessoa gramatical
de modo vago, indeterminado, podendo ser classificados como variáveis e
invariáveis. São eles:

Variáveis
35

 algum, alguma, alguns, algumas;  muito, muita, muitos, muitas;


 nenhum, nenhuma, nenhuns,  pouco, pouca, poucos, poucas;
nenhumas;  certo, certa, certos, certas;
 todo, toda, todos, todas;  vário, vária, vários, várias;
 outro, outra, outros, outras;

Invariáveis

 alguém  nada
 ninguém  cada
 tudo  algo
 outrem  quem

1.4 Pronome Interrogativo

Pronomes interrogativos são os pronomes indefinidos que, quem, qual e


quanto empregados em frases interrogativas.

Pronomes relativos são os pronomes que aparecem em uma oração


representando uma palavra que já apareceu na oração anterior Também podem ser
variáveis ou invariáveis. São os seguintes:

Variáveis

 o qual, a qual, os quais, as quais;


 cujo, cuja, cujos, cujas;
 quanto, quanta, quantos, quantas.

Invariáveis

 que
 quem
 onde
36

UNIDADE 8 - Morfologia (parte 4)

Nesta unidade iremos estudar mais duas classes gramaticais: os verbos (tempo,
modo e voz) e os advérbios. Abordaremos também as locuções verbais e as
locuções adverbiais focando em diversos exemplos e classificações.

1. Introdução ao estudo do verbo


Verbo é a palavra que exprime ação, estado, mudança de estado e fenômeno da
natureza, indicando o tempo passado, presente e futuro. Os verbos admitem as
formas singular e plural.
Exemplo: Pedro pratica esporte.
Pedro e Gabriel praticam esportes.

As três pessoas gramaticais servem de sujeito para o verbo:


 1ª Pessoa (aquela que fala)
Singular � Eu ajudo.
Plural � Nós ajudamos.
 2ª Pessoa (aquela que ouve)
Singular � Tu ajudas.
Plural � Vós ajudais.
 3ª Pessoa (aquela de quem se fala)
Singular � Ele ajuda. Ela ajuda.
Plural � Eles ajudam. Elas ajudam.

O modo verbal indica a forma como o fato é expresso pela pessoa que envia a
mensagem. São três os modos:

Modo Indicativo: quando a pessoa que fala demonstra certeza sobre o fato.

Exemplo: Maria estudava para as provas.


37

Modo Subjuntivo: quando a pessoa que fala demonstra dúvida diante do fato.

Exemplo: Talvez Maria estude para as provas.

Modo Imperativo: quando a pessoa expressa o fato como uma ordem, um conselho,
um pedido.

Exemplo: Estude para as provas, Maria!

O tempo verbal localiza o fato em relação ao momento em que se fala.

 Presente: é quando o fato acontece no exato momento em que se fala.


Exemplo: Hoje trabalho até tarde.
 Pretérito: é quando o fato aconteceu num momento anterior àquele em
que se fala.
Exemplo: Ontem trabalhei até tarde.
 Futuro: é quando o fato ainda não aconteceu e poderá acontecer após
o momento em que se fala.
Exemplo: Amanhã trabalharei até tarde.

As vozes dos verbos são:

 Voz Ativa: é quando o sujeito pratica a ação expressa pelo verbo.


Exemplo: Eu comprei as frutas para a salada.

 Voz Passiva: é quando o sujeito sofre a ação expressa pelo verbo.


Exemplo: As frutas foram compradas por mim.

 Voz Reflexiva: é quando o sujeito pratica e sofre a ação expressa


pelo verbo.
Exemplo: Eu lavei-me antes de entrar em casa.
38

1.1 Locução Verbal

É formada por um verbo auxiliar e um verbo principal, que equivalem a uma


só forma verbal.

Exemplo 1: Este trabalho será refeito. Será é o verbo auxiliar, e refeito é o


verbo principal.

Exemplo 2: Os tios de Maria ficaram conversando até altas horas. Ficaram


é o verbo auxiliar, e conversando é o verbo principal.

2. Advérbio
Advérbio é a palavra que modifica um verbo, um adjetivo ou outro
advérbio, indicando uma circunstância. Observe as seguintes orações:
Exemplo: Visitei Joana à tarde.
Ontem visitei Joana à tarde.

Note que a segunda oração é mais completa, pois a palavra ontem


ampliou a informação expressa pelo verbo visitar. Ontem indica quando
ocorreu o fato de visitar, ou seja, indica uma circunstância de tempo. Nesta
oração, ontem é um advérbio que modifica o verbo.

Exemplo: Lugar lindo!

Lugar muito lindo!

Observe que a palavra muito está intensificando o significado do


adjetivo lindo. Muito é um advérbio que modifica o adjetivo.

Observe que um advérbio pode também modificar outro advérbio:

Exemplo: A vila ficava tão longe que demoramos a chegar.

Nesta oração, tão e longe são advérbios. O advérbio tão está


modificando o advérbio longe.
39

2.1 Locução Adverbial


Locução adverbial é um conjunto de palavras que tem a mesma função de um
advérbio.
Exemplo: Em breve teremos um novo shopping na cidade.
A locução adverbial “em breve” corresponde ao advérbio “brevemente”.

2.2 As locuções adverbias classificam-se em:

 Afirmação: com certeza, por certo, sem dúvida, de fato, etc.


 Dúvida: pode ser, é provável etc.
 Intensidade: de muito, de pouco, de todo, em demasia, em excesso,
por completo etc.
 Lugar: à direita, à esquerda, à distância, ao lado, de longe, de perto,
para dentro, por aqui, em cima, por fora, para onde, por ali, por dentro
etc.
 Modo: às cegas, às claras, à toa, à vontade, às pressas, a pé, ao léu,
às escondidas, em geral, em vão, passo a passo, de cor, frente a
frente, lado a lado etc.
 Negação: de forma alguma, de jeito algum, de modo algum, de jeito
nenhum etc.
 Tempo: à noite, à tarde, às vezes, de repente, de manhã, de vez em
quando, de súbito, de quando em quando, em breve, de tempos em
tempos, hoje em dia etc.
40

UNIDADE 9 – Morfologia (parte 5)

O objetivo da unidade 9 é estudar as classes gramaticais invariáveis: preposição,


interjeição e conjunção.

1. Preposição
Preposição é a palavra que relaciona dois termos, em que um completa ou
explica o sentido do outro. Veja a oração abaixo.
 Estou com fome.

Nesta oração, o termo fome, complementa o termo estou por meio da


preposição com.
Exemplo: Ele está sem tempo.
Vamos até o mercado.
Joana era contra a ideia de se mudar de cidade.

São preposições as palavras: A, DE, COM, ANTE, SOBRE, EM, ATÉ,


CONTRA, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE, ATRÁS,
APÓS, TRÁS, DESDE.

1.1 Locução prepositiva


Locução prepositiva é quando várias palavras funcionam como uma
preposição. Essas locuções geralmente terminam com o termo de.
Exemplo: Apesar de estarem cansados, foram à festa.
Os livros foram substituídos a fim de melhorar a qualidade de ensino.
João Manuel abaixou o preço sob pena de perder o cliente.
O professor ficou afônico em virtude de tanto falar.
Era preciso passar através de rios e montanhas para chegar ao camping.

As preposições podem se unir a artigos, advérbios e pronomes formando


novas palavras. Observe.
41

de + o = do em + isto = nisto
de + ele = dele em + aquele = naquele
de + este = deste em + um = num
de + isto = disto per + o = pelo
de + isso = disso per + a = pela
de + aquele = daquele a + o = ao
em + o = no a + os = aos
em + ele = nele a + onde = aonde

2. Conjunção
Conjunção é a palavra que liga orações ou termos semelhantes de uma
mesma oração.
Exemplo 1: Pedro estudou e passou no concurso.
O termo e é a conjunção que neste caso, está unindo os verbos estudou e
passou.
Exemplo 2: A prestação é muito alta, por isso não consegue pagá-la.
Exemplo 3: É um ser humano, logo merece todo nosso respeito.
Exemplo 4: Fique quieto, pois preciso terminar a leitura.
Exemplo 5: Fique quieto, porque preciso terminar a leitura.

2.1 Conjunções Coordenativas


As conjunções coordenativas são classificadas de acordo com as
relações que estabelecem com as orações ou termos. Podem ser:
Aditivas: e, nem, mas também etc.
Adversativas: mas, porém, todavia, contudo etc.
Alternativas: ou, ou... ou, ora... ora, já... já etc.
Conclusivas: logo, portanto, pois etc.
Explicativas: pois (anteposto ao verbo), porque, que, porquanto.
42

2.2 Conjunções Subordinativas


Causais: porque, pois, como etc.
Comparativas: como, qual, do que etc.
Condicionais: se, caso etc.
Conformativas: conforme, como (= conforme), segundo etc.
Consecutivas: que (precedido de tal, tanto, tão ou tamanho).
Concessivas: ainda que, mesmo que, posto que etc.
Finais: porque (= para que), que (= para que).
Proporcionais: à medida que, à proporção que etc.
Temporais: quando, mal, apenas etc.
Integrantes: que (no caso de certeza), se (quando há incerteza).

São conjunções: E, NEM, MAS, PORÉM, TODAVIA, CONTUDO,


ENTRETANTO, SENÃO, OU, ORA, LOGO, PORTANTO, POIS, ASSIM,
PORQUE, PORQUANTO, COMO, SE, CASO, CONFORME, EMBORA,
QUANDO, APENAS.

2.3 Locução Conjuntiva

Quando várias palavras exercem a função de conjunção, temos uma locução


conjuntiva.
Exemplo: Logo que cheguei, fui aplaudido.
Entrei, já que estava na porta.
Não só não estuda, mas também não trabalha.

3. Interjeição
Interjeição é a palavra que expressa emoção, sensação, apelo ou
saudação. Sendo assim, ao final da oração, sempre teremos o sinal de
exclamação.
43

Exemplo: Que saudades de você!


Bom dia!
Façam silêncio!

As interjeições são classificadas de acordo com o sentimento que


expressam.
As principais interjeições usadas na Língua Portuguesa podem expressar:

 Advertência: Alerta! Cuidado! Calma! Atenção! Devagar! Chega!


 Animação: Coragem! Vamos! Força! Firme!
 Alegria: Viva! Oba! Aleluia!
 Alívio: Ufa! Arre! Uf! Ah!
 Aprovação: Bravo! Bis! Viva! Boa!
 Apelo, chamamento: Alô! Olá! Psiu! Socorro! Ei!
 Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá!
 Desaprovação: Credo! Fora! Basta! Francamente! Xi! Puxa!
 Desejo: Oh! Oxalá! Tomara! Pudera!
 Dor, lástima: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! Ah! Oh!
 Dúvida, incredulidade: Qual! Qual o quê! Pois sim! Hum!
 Impaciência: Que droga! Puxa vida!
 Saudação: Salve! Adeus! Oi! Olá! Alô!
 Silêncio: Psiu! Silêncio!
 Surpresa, espanto: Ah! Oh! Xi! Ué! Uai! Puxa! Céus! Caramba!
Quê! Opa! Virgem! Putz!
44

UNIDADE 10 - Estudo da oração (parte 1)

Para nos comunicarmos não basta simplesmente usar as palavras de qualquer


forma. Elas se organizam e se relacionam de acordo com as regras da gramática da
Língua Portuguesa. Observe a frase:

Exemplo: Nadou Pedro tarde até lago no.

Como podemos observar essa frase não faz sentido, pois as palavras foram
dispostas fora da ordem gramatical para que a mensagem transmitida possa ser
entendida. Observe agora:

Exemplo: Pedro nadou até tarde no lago.

A mensagem agora foi transmitida com clareza e faz sentido para o receptor.

1. Frase
Frase é uma palavra ou um conjunto de palavras que têm sentido completo.
Exemplo: Silêncio!
Pare!
Estou com vontade de comer um doce.

2. Período
Período é a frase formada por uma ou mais orações, podendo ser simples ou
composto.
 Período Simples
Período simples é aquele formado por uma só oração.
Exemplo: Maria comprou os livros ontem.

Observe que há apenas um verbo (comprou) na frase. É isso que indica que o
período é simples.
45

 Período Composto
Período composto é o período formado por duas ou mais orações.
Exemplo: Maria comprou os livros que queria ontem.

Observe que neste exemplo há dois verbos (comprou e queria). A presença de dois
ou mais verbos é o que determina o período composto.

3. Oração
Oração é uma frase ou parte de uma frase que apresenta verbo ou
locução verbal, com ou sem sentido.
Exemplo: Estou muito cansada.
Estou (verbo)
Vimos que é uma frase com apenas um verbo, então temos apenas uma
oração.

Agora observe:

Exemplo: Estou muito cansada de viajar.

Estou/ viajar (verbos)

Neste caso, temos uma frase com dois verbos, então temos duas orações.

Observe que a locução verbal é considerada apenas como um verbo, pois


trabalham em conjunto.

Exemplo: Eles não vão ter paciência com os sobrinhos.

Locução Verbal: vão ter

Em uma oração, temos termos essenciais e termos acessórios. Os termos


essenciais da oração são o sujeito e o predicado.
46

4. Sujeito
Sujeito é o termo de quem se fala alguma coisa. O sujeito pode ser:
simples, composto, indeterminado ou oculto.

4.1 Sujeito Simples


Sujeito simples é aquele que tem um só núcleo.
Exemplo: Mariana chegou atrasada.
O ônibus quebrou no meio do caminho.

4.2 Sujeito Composto


Sujeito composto é o sujeito que tem dois ou mais núcleos.
Exemplo: Meninos e meninas brincavam juntos.
Frutas e legumes fazem bem para saúde

4.3 Sujeito Indeterminado


Sujeito indeterminado é aquele que não pode ser identificado pelo contexto
nem pelo verbo.
Exemplo: Trabalha-se muito naquele lugar.
Fizeram questão de estourar fogos de artifício.
Não há como saber quem trabalha e quem fez questão de soltar fogos, por
isso chamamos de indeterminado.

4.4 Oração sem sujeito


A oração é considerada oração sem sujeito nos seguintes casos:
 Verbos fazer e haver quando indicam tempo decorrido.
Exemplo: Faz dois anos que não o vejo.
Há meses ela espera conseguir o passaporte.
 Verbos que indicam fenômenos da natureza.
Exemplo: Chove muito durante o verão.
Ventou muito durante a noite.
47

 Verbo ser e estar indicando fenômenos meteorológicos.


Exemplo: Está muito frio em Londrina.
São duas horas da tarde.
 Verbo haver no sentido de existir.
Exemplo: Há colchões por todos os lados.
Havia uma multidão do lado de fora.

5. Predicado
Predicado é tudo aquilo que se afirma sobre o sujeito.
Como nosso objetivo é conhecer a gramática e seu uso, abordaremos
predicado de uma forma bem simples para que facilite a compreensão e
uso correto da fala e escrita.
Observe o exemplo abaixo para entender o que é o predicado.
Exemplo: Gabriel estuda muito para as provas.
O que estamos falando do Gabriel? Que ele estuda muito para as
provas, não é? Isso é o predicado.
São três os tipos de predicado: verbal, nominal e verbo-nominal.

 Predicado Verbal
Predicado verbal é aquele que tem um verbo como núcleo, indicando
ação.
Exemplo: As crianças correm pela praia.
Eles pintaram as paredes.

 Predicado Nominal
Predicado nominal é aquele que tem, como núcleo, um nome indicando
um estado ou uma qualidade do sujeito. O verbo, no caso de predicado
nominal, não indica uma ação. Ele tem como função ligar o núcleo do
predicado, sendo chamado de verbo de ligação.
48

Exemplo: A mãe estava preocupada com o filho.


José é um ótimo vendedor.

 Predicado Verbo-Nominal
É chamado predicado verbo-nominal aquele que tem dois núcleos: um
verbo e um nome, indicando ação e estado do sujeito.
Exemplo: Pedro chegou atrasado para a reunião.
No parque, os animais corriam livres.

6. Complemento Verbal
É o complemento que se dá a alguns verbos. Dividem-se em diretos e
indiretos.

Objeto Direto
Objeto direto é o complemento que se dá sem o uso de preposição.
Exemplo: Eles compram moedas.
Observe que compram está diretamente ligado a moedas sem o uso de
uma preposição.

Objeto Indireto
Objeto indireto é o complemento que se dá com o uso de preposição.
Exemplo: Ela precisa de ajuda.
Observe que o termo precisa não está diretamente ligado ao termo ajuda,
sendo necessário o uso da preposição de.
49

RESUMO DAS UNIDADES 6 A 10


Na unidade 6 desta apostila aprendemos a classe dos adjetivos que são
classificados em primitivos, derivados, simples, compostos e pátrios. Também vimos
as locuções adjetivas que equivalem a adjetivos. Ainda na sexta unidade abordamos
a classe dos artigos: Definidos: o, a, os, as e indefinidos: um, uma, uns, umas. A
classe dos numerais pode ser dividida em: cardinal, ordinal, multiplicativo e
fracionário.

A unidade 7 trata somente dos pronomes, que podem ser classificados em:
pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos. Vimos
que os pronomes de tratamento indicam respeito e fazem parte dos pronomes
pessoais.

Na oitava unidade focamos no estudo do verbo cuja definição é a apalavra que


exprime ação, estado, mudança de estado e fenômeno da natureza. Vimos que os
verbos possuem tempo (presente, pretérito e futuro), modo (indicativo, subjuntivo,
imperativo) e voz (ativa, passiva e reflexiva). As locuções verbais são formadas por
verbo auxiliar e verbo principal.

Ainda na unidade 8 estudamos o advérbio que é apalavra que modifica um verbo,


um adjetivo ou outro advérbio. Os advérbios podem ser: de afirmação, de dúvida, de
intensidade, de lugar, de modo, de negação e de tempo.

Na unidade 9 tratamos de duas classes gramaticais invariáveis: preposição e


conjunção. Preposição serve para unir palavras ou vocábulos, como pé de moleque,
por exemplo. Já as conjunções unem termos, períodos ou orações. Exemplo: A
aluna recebeu o prêmio porque estudou muito.

Por fim, na décima unidade pudemos compreender a diferença entre frase, oração e
período. Também vimos os tipos de sujeito: simples (um núcleo), composto (mais de
um núcleo), indeterminado (quando não se pode determinar o sujeito) e oculto
(oração sem sujeito). Com relação ao predicado (tudo aquilo que se afirma sobre o
sujeito), vimos que podem ser: predicado verbal, nominal ou verbo-nominal.
50

UNIDADE 11 – Estudo da oração (parte 2)

1. Complemento Nominal
Complemento nominal é aquele que completa o sentido de um nome, que pode
ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, sendo sempre precedido de
uma preposição.
Exemplo: A mudança de hábitos alimentares é recente.
O juiz foi favorável ao réu.

2. Agente da Passiva
Agente da passiva é o termo que indica o ser que pratica a ação, quando o
verbo está na voz passiva.
Exemplo: A casa foi construída pelo pedreiro.
Quem constrói? O pedreiro.
No verão, salva vidas são contratados pela prefeitura.
Quem contrata? A prefeitura.

3. Adjunto Adnominal
Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina um substantivo.
Exemplo: Seus tios são gentis.
O adjunto adnominal é seus, que está determinando o substantivo tios. Não
são tios de qualquer pessoa. São seus tios.

Os artigos, numerais, pronomes e adjetivos podem exercer função de


adjunto adnominal.

4. Adjunto adverbial
Adjunto adverbial é o termo que indica uma circunstância do fato expresso
pelo verbo ou intensifica o sentido do verbo, do adjetivo ou do advérbio.
Os adjuntos adverbiais podem expressar diferentes circunstâncias:
51

 Lugar (Lá, aqui, acolá)


 Tempo (Hoje, logo, amanhã)
 Modo (apressado, calmamente, pensativo)
 Intensidade (muito, pouco, bastante)
 Afirmação (sim, claro, exatamente)
 Negação (Não, nunca, jamais)
 Causa (morria de sono)
 Dúvida (talvez, pode ser)
 Instrumento (a caneta, a faca)
 Meio (a pé, de carro)
 Finalidade (livros para estudar)

5. Aposto
Aposto é o termo que se refere a um substantivo ou pronome, explicando-o.
Pode vir separado por vírgula, por dois pontos ou por travessão.
Exemplo 1: Paula, minha sobrinha, estuda Direito.
Para dizer que Paula estuda Direito, não é necessário dizer que ela é minha
sobrinha. Esta explicação é o aposto, que pode ser retirado da oração sem
alterar o sentido da mesma. Observe:
Exemplo: Paula estuda Direito.
Exemplo 2: Os barcos, de Pedro e Paulo, estão ancorados.
Seria o mesmo que dizer que: Exemplo: Os barcos estão ancorados.

6. Vocativo
Vocativo é o termo usado para chamar algo ou alguém, sendo sempre
separado por vírgula na oração.
Exemplo: Maria, venha aqui!
Que vestido quer usar, Cristina?
52

UNIDADE 12 – Concordância

Saber concordância verbal e nominal é fundamental para quem deseja falar e


escrever bem.

1. Concordância Verbal
 O verbo sempre deve concordar com o sujeito em pessoa e número.
Exemplo: Ele viajou ontem.
Eles viajaram ontem.

 Se o sujeito for composto por elementos da 3ª pessoa gramatical, o verbo


deve ir para a 3ª pessoa do plural.
Exemplo: O paciente e o médico foram ao consultório.
Os pacientes e os médicos foram ao consultório.

 Quando o sujeito é composto por elementos de pessoas gramaticais


diferentes, o verbo irá para o plural, na pessoa que tiver prevalência. A
primeira tem prevalência sobre as outras, e a segunda tem prevalência
sobre a terceira. Parece complicado, mas observe:
Exemplo: Meu amigo e eu tivemos uma pequena discussão.
Eu é primeira pessoa do singular, então o verbo ficará na primeira pessoa
do plural.

Exemplo: Tu e ele cumprirão com o prometido.

Ele é terceira pessoa do singular, então o verbo irá para a terceira pessoa
do plural.

 Quando o sujeito for formado por substantivo coletivo no singular, o verbo


ficará no singular.
Exemplo: O grupo reagiu com armas.
 Se o substantivo coletivo vier seguido de uma expressão no plural, o verbo
é facultativo no singular ou no plural.
53

Exemplo: O grupo de rebeldes reagiu com armas.


O grupo de rebeldes reagiram com armas.

 Quando o sujeito composto vier depois do verbo, este irá para o plural ou
concordará com o núcleo mais próximo.
Exemplo: Estudou matemática e física.
Estudaram matemática e física.

2. Concordância Nominal

 O artigo, o adjetivo, o pronome e o numeral concordam em gênero e


número com o substantivo ao qual se referem.
Exemplo: Os três professores voluntários foram chamados à direção.

 Se o adjetivo vier depois de mais de um substantivo, poderá concordar com


o mais próximo ou ir para o plural, no masculino, se os gêneros dos
substantivos forem diferentes.
Exemplo: Salgados e sobremesas comprados para a festa.
Salgados e sobremesas compradas para a festa.

 Se o adjetivo vier antes de mais de um substantivo, concordará com o


substantivo mais próximo.
Exemplo: Mantinha frescas as sobremesas e os salgados.
Mantinha frescos os salgados e as sobremesas.

 Quando dois ou mais adjetivos referem-se a um só substantivo, há duas


possibilidades de concordância:
a) O substantivo permanece no singular e coloca-se artigo antes do
substantivo e do último adjetivo.
Exemplo: Problemas desafiam a equipe amarela e a azul.
54

b) O substantivo vai para o plural e não se coloca artigo antes do adjetivo.


Exemplo: Problemas desafiam as equipes amarela e azul.

 Com as expressões: é proibido, é necessário, é bom, é preciso, tanto o verbo


quanto o adjetivo ficam invariáveis se o sujeito não vier com artigo.
Exemplo: É proibido entrada de pessoas estranhas.
Fruta é bom para saúde.

 Contudo, se o sujeito dessas expressões vier determinado por artigo, adjetivo


ou pronome, tanto o verbo quanto o adjetivo concordarão com ele.
Exemplo: É proibida a entrada de pessoas estranhas.
As frutas são boas para saúde.

 As palavras anexo, obrigado, mesmo e incluso são adjetivos, portanto


devem concordar em gênero e número com o substantivo ao qual se referem.
Exemplo: Segue anexo o documento.
Maria disse: Muito obrigada!

 As palavras caro, barato e meio são invariáveis quando têm a função de


advérbio. Quando têm a função de adjetivo, numeral ou pronome concordam
com o nome ao qual se referem.
Exemplo: Achei barato este casaco. (advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)

 Os vocábulos alerta e menos são invariáveis.


Exemplo: Fiquem alerta ao trânsito.
Menos coisa na mala é sempre melhor.
55

UNIDADE 13 – Regência (parte 1)

Observe as seguintes frases:

 Eles assistiram a um bom filme no cinema.


 Os bombeiros assistiram o rapaz acidentado.

Na primeira frase, o verbo assistir significa ver, presenciar e está ligado ao


complemento por meio de preposição. Na segunda frase, o verbo assistir significa
ajudar, socorrer, pois seu complemento está ligado diretamente a ele (o rapaz
acidentado).

Como podemos notar o sentido do verbo assistir com seu complemento é


diferente nas duas frases. É justamente essa mudança de sentido entre as palavras
de uma frase que chamamos de regência.

1. Regência Verbal

Toda vez que um termo pede preposição, dizemos que ele rege preposição.
O termo que rege outros termos é chamado de termo regente. Os outros termos,
subordinados ao termo regente, chamamos de termos regidos. Se o termo
regente for um verbo, temos a regência verbal.
Vamos voltar no exemplo exposto anteriormente:
Exemplo 1: Eles assistiram a um bom filme no cinema.
Termo regente - assistiram
Termo regido - ao filme

Exemplo 2: Os bombeiros assistiram o rapaz acidentado.


Termo regente - assistiram
Termo regido - o rapaz
56

Atenção aos verbos que apresentam maiores problemas de regência na Língua


Portuguesa:

 Aspirar
Quando significa inspirar, tragar, o verbo aspirar não pede preposição.
Exemplo: Nas cidades aspira-se muita fumaça.
Joyce aspirou o perfume do vidro.

Quando significa pretender, desejar, almejar, o verbo aspirar pede preposição.


Exemplo: Ele aspira a um aumento salarial.
Aspirava a uma grande viagem.

 Assistir
Quando significa ajudar, socorrer, prestar assistência, o verbo assistir não
pede preposição.
Exemplo: Os bombeiros assistiram os acidentados.
Ele assistiu a criança perdida.

Quando significa ver, presenciar, o verbo assistir pede preposição.


Exemplo: Nenhum visitante assistiu ao vídeo promocional.
Eles gostam de assistir a uma partida de futebol

 Preferir
Preferir é um verbo que exige a preposição a.
Exemplo: Prefiro suco de frutas a refrigerante.
Preferimos caminhar a malhar na academia.

 Querer
Quando significa desejar, o verbo querer não pede preposição.
57

Exemplo: Queremos uma casa no campo.


A menina queria a boneca da amiga.

Quando significa gostar, estimar, o verbo querer pede preposição.


Exemplo: Quero muito bem a você.
Queremos a felicidade a esses casais.

 Visar
Quando significa dar visto, o verbo visar não pede preposição.
Exemplo: A polícia visou meu passaporte.
Vise o alvo com atenção.

Quando significa pretender, ter como objetivo, o verbo visar pede preposição.
Exemplo: As mães sempre visam ao bem dos filhos.
Essas regras visam a orientar os passageiros no que podem ou não
carregar em suas bagagens.

2. Regência Nominal

Dá-se a regência nominal quando o termo regente é um nome, seja ele um


substantivo, adjetivo ou advérbio.

Exemplo: Elas estão imunes ao vírus da gripe.


Termo regente - imunes (adjetivo)
Termo regido - vírus

Lista de adjetivos e sua respectiva regência:

 Acessível – a
É uma pessoa acessível a todos.
 Acostumado – a, com.
Ele estava acostumado a certas mordomias.
58

Não estava acostumado com a vida na cidade.

 Adaptado – a
Laura está adaptada à cidade.
 Afável – a, com, para com.
Mostra-se afável a/com/para com estranhos.
 Afeiçoado – a, por.
Sempre foi afeiçoado a/pela vizinha.
 Aflito – com, por.
Ficou aflito com a demora.
Estava aflita por notícias.
 Agradável – a
É uma garota agradável a todos.
 Alheio – a
Pedro está alheio a tudo e a todos.
 Ansioso – de, por, para.
Ansioso de/por/para contar o caso, saiu correndo.
 Alienado – de
Mara estava alienada das dificuldades que eu enfrentava.
 .Análogo – a
Sua ocupação é análoga à minha.
 Apto – a, para.
Estava apto a/para fazer o balancete.
 Atento – a, em.
Fique atento a esse homem.

Estava atenta na confecção das peças.

 Avesso – a
Sou avesso a qualquer tipo de desonestidade.
 Benéfico – a
É um remédio benéfico a crianças.
59

 Capaz – de, para.


Era capaz de tudo para conhecê-la.
 Certo – de
Estava certo de sua capacidade intelectual.
 Compatível – com
Esta alimentação é compatível com sua dieta.
 Compreensível – a
Era um texto compreensível a todos.
 Comum – a, de.
Tem-se aí um substantivo comum a/de dois gêneros.
 Constituído – de, por.
A turma é constituída de/por advogados.
 Contrário – a
Sempre fora contrário a piqueniques.
 Cuidadoso – com
Marina, cuidadosa com tudo que é seu, serve de exemplo.
 Curioso – de, por.
Era curioso de salários dos amigos.
Maria estava curiosa por saber notícias de sua mãe.
 Desatento – a
Sempre estava desatento à explicação do professor.
 Descontente – com
Descontente com o trabalho pediu demissão.
 Desejoso – de
Sempre fora um homem desejoso de poder.
 Desfavorável – a
Foi o único desfavorável ao proposto.
 Diferente – de
Trouxe um projeto diferente de todos apresentados.
60

 Devoto – a, de.
Era devota a várias religiões.
Ana Cláudia é devota de Santa Rita de Cássia.
 Difícil – de
Sua historia foi difícil de entender.
 Digno – de
Digno de todas as honras.
 Entendido – em
Aquele professor era entendido em artes.
 Equivalente – a
A quantidade de suco é equivalente a um litro.
 Essencial – para
O que ele sabe é essencial para seu trabalho.
 Falho – de, em.
Falho de/em dinheiro, não foi com ela à festa.
 Fanático – por
Nunca vi menina tão fanática por cachorro quente.
 Firme – em
Firme em sua fé acredita que logo será curada.
 Generoso – com
Sempre generoso com os amigos, é querido de todos.
 Incompatível – com
Seu comportamento era incompatível com as normas da empresa.
 Necessário – a
Água é necessário à vida.
 Nocivo – a
Aquele trabalho é nocivo à saúde.
 Passível – de
Todo este trabalho é passível de correção.
61

 Preferível – a
EMPB é preferível a samba.
 Propenso – a, para.
Estou propenso a/para estudar novamente.
 Relacionado – com
Seu projeto foi relacionado com o da outra turma.
 Residente – em
Eles são residentes em áreas de risco.
Paula é residente na Rua Curitiba.
 Rico – de, em.
Esse vocabulário é rico de/em verbetes.
 Satisfeito – com
Todos os candidatos ficaram satisfeitos com o resultado das provas.
 Seguro – de, em.
Seguro de/em sua fama, vivia orgulhoso.
 Semelhante – a
E Semelhante a um bicho, devorava a comida catada no lixo.
 Sensível – a
Sempre foi sensível a solicitações de crianças.
 Suspeito – de
O vereador, suspeito de corrupção, foi preso.
 Útil – a, para.
Este instrumento é útil a/para nossa experiência.
 Vazio – de
Este saco está vazio de todo.
62

UNIDADE 14 - O uso dos porquês

A Língua Portuguesa apresenta diferentes formas de grafia e uso dos


porquês. Abaixo, temos um trecho do texto de Clóvis Sanches “Os porquês do
porquinho”. Embora seja um texto de conotação infantil, apresenta muito bem o uso
dos porquês:

Aconteceu na Grécia!

Era uma vez um jovem porquinho belo e bom, muito pequenino, cuja vida foi
dedicada à procura dos porquês da floresta. Tal porquinho, incansável em sua
busca, passava o dia percorrendo matas, cavernas e savanas perguntando aos
bichos e aos insetos que encontrava pelo caminho todos os tipos de porquês que
lhes viessem à cabeça.

- Por que você tem listras pretas se os cavalos não as têm? - perguntava
gentilmente o porquinho às zebras.

- Pernas compridas por quê? Se outros pássaros não as têm? - indagava às


seriemas, de forma perspicaz.

- Por que isso? Por que aquilo?

Era um festival de porquês, dia após dia, ano após ano, sem que ele encontrasse
respostas adequadas aos seus questionamentos de porquinho.

Por exemplo, sempre que se deparava com uma abelha trabalhando arduamente,
ele perguntava por quê. E a pergunta era sempre a mesma:

- Saberias, por acaso, por que fazes o mel, oh querida abelhinha?

E a abelha, com seus conhecimentos de abelha, sempre respondia assim ao


porquê:

- Fabrico o mel porque tenho que alimentar a colmeia.


63

Mas a resposta das abelhas não o satisfazia, porque eram os ursos os maiores
beneficiados com aquela atividade.

Como podemos observar, o fragmento de texto contempla grafias diferentes


dos porquês. Isso se deve à função que eles ocupam nas frases. Vejamos:

1. Porque
Porque (junto e sem acento) introduz uma causa. È uma conjunção
subordinativa causal.

 Escreva porque (junto e sem acento) quando for uma conjunção. Equivale a
visto que, pois, por causa, para que:
Exemplo: Não fez o teste porque não havia estudado.
Viajou para longe porque estava desiludida.
2. Porquê

 Escreva porquê (junto e com acento) quando for um substantivo. Nesse


caso, vem acompanhado de determinante e tem o significado de motivo,
razão:
Exemplo: Não sei o porquê de sua tristeza.
Nenhum porquê me fará feliz.
3. Por que
Por que equivale a pelo qual, pelos quais, pela qual, pelas quais. O que é um
pronome relativo.

 Escreva por que (separado e sem acento) em 3 situações diferentes:


a) o por é preposição e o que é pronome relativo. Tem o significado de pelo
qual e flexões:
Exemplo: A razão por que estudo é apenas esta.
Aquelas foram às dificuldades por que passei.
64

b) O por é preposição e o que é um pronome interrogativo. Tem o significado


de por qual motivo e usa-se nas interrogações diretas e indiretas.
Exemplo: Por que negas agora? (interrogativa direta).

Quero saber por que negas agora. (interrogativa indireta).


Observação: Na interrogativa direta a expressão por que (separada e sem
acento) fica no início da oração, na indireta, no meio.

c) O por é preposição e o que é uma conjunção integrante (a oração que ele


inicia pode ser trocada por isto):
Exemplo: Anseio por que me digam a verdade. (Anseio por isto).
Procurava o primo aflito por que não sabia do caso. (Aflito por isto).

4. Por quê
Por quê é empregado em final de frase ou quando a expressão estiver
isolada.
 Escreva por quê (separado e com acento) antes de sinal de pontuação.
Significa por que motivo.
Exemplo: Não sabe por quê, mas foi multado.
Ela chegou agora por quê?
65

UNIDADE 15 – Figuras de Linguagem

O objetivo desta unidade é conhecer as figuras de linguagem. Figura é um recurso


de linguagem que consiste em apresentar uma ideia por meio de combinações
incomuns de palavras. A figura resulta de um desvio da norma. São recursos que
tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras
de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras.

1. Figuras de som

 Aliteração: é a repetição ordenada de mesmos sons consonantais.


Exemplo: "Belos beijos bailavam bebendo breves brumas boreais" (Luan
Farigotini).
 Assonância: é a repetição ordenada de sons vocálicos idênticos.
Exemplo: “Ó Formas alvas, brancas, Formas claras” (Cruz e Sousa).
 Paronomásia: é a aproximação de palavras de sons parecidos, mas de
significados distintos.
Exemplo: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre
António Vieira).

2. Figuras de Construção

 Elipse: é a omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.


“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (encontravam-se).
 Zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.
Exemplo: Eu gosto de azul; ele, de verde.
 Polissíndeto: é a repetição de conectivos ligando termos da oração ou
elementos do período.
Exemplo: As ondas vão e vem, e vão, e são como o tempo. (Sereia – Lulu
Santos)
66

 Inversão: é a mudança da ordem natural dos termos na frase.


Exemplo: “Do que a terra mais garrida / Teus risonhos, lindos campos têm mais
flores" (Osório Duque Estrada, em Hino Nacional Brasileiro).
 Silepse: é a concordância não com o que vem expresso, mas com o que se
subentende com o que está implícito. A silepse pode ser:
a) De gênero
Vossa Excelência está preocupado.
b) De número
Os Lusíadas glorificou nossa literatura.
c) De pessoa
“O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa
coisinha verde e mole que se derrete na boca.”
 Anacoluto: é deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre
porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por
outra.
Exemplo: "O relógio da parede eu estou acostumado com ele, mas você
precisa mais de relógio do que eu”. (Rubem Braga)
 Pleonasmo: é uma redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.
Exemplo: "E “rir meu riso” e derramar meu pranto”. (Vinícius de Moraes).
 Anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos
ou frases.
“Amor é um fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer” (Camões).
 Antítese: é a aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem
pelo sentido.
Exemplo: "Eu vi a cara da morte, e ela estava viva". (Cazuza)
 Ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual,
obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.
67

Exemplo: “Fale mais alto, lá da esquina ainda não dá para ouvir.”


 Eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca;
em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.
Exemplo: Seu Jurandir partiu desta para uma melhor. (em vez de dizer que
ele morreu).

3. Figuras de pensamento

 Hipérbole: é exagerar uma ideia com finalidade enfática.


Exemplo: Fiz uma compra pela internet e a encomenda demorou 300 anos
pra chegar.
 Prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados
predicativos que são próprios de seres animados.
Exemplo: “Devagar as janelas olham...” (Carlos Drummond de Andrade).
 Gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão
ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax).
Exemplo: "O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a gula do
milionário." (Olavo Bilac).
 Apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa
personificada).
Exemplo: “Ó Leonor, não caias”!

4. Figuras de palavras

 Metáfora: é empregar um termo com significado diferente do habitual, com


base numa relação de semelhança entre o sentido próprio e o sentido
figurado. A metáfora é, pois, uma comparação em que o conectivo
comparativo fica subentendido.
Exemplo: “Meu coração é um balde despejado” (Fernando Pessoa).
68

 Metonímia: como a metáfora, é uma transposição de significado, ou seja,


uma palavra que geralmente significa uma coisa passa a ser usada com
outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita
com base na semelhança, como na metáfora. A metonímia procura sempre
alguma relação lógica entre os termos.
Exemplo: Sócrates tomou as mortes. (O efeito é a morte, a causa é o
veneno).
Você nunca leu Machado de Assis? (Nesse exemplo substituiu-se a obra
pelo nome do autor).
 Catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar
um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso
contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido
figurado.
Exemplo: O pé da cadeira estava quebrado.
 Antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma
expressão que o identifique com facilidade:
Exemplo: Rainha dos baixinhos, ao invés de Xuxa.
O poeta dos escravos nasceu na Bahia. (Poeta dos escravos = Castro
Alves).
 Sinestesia: trata-se de misturar, numa expressão, sensações percebidas
por diferentes órgãos do sentido.
Exemplo: "Como era áspero o aroma daquela fruta exótica" (Giuliano
Fratin)
“A luz gelada e pálida diluindo...” (Cruz e Sousa).
“Brancas sonoridades de cascatas...” (Cruz e Sousa).
69

RESUMO DAS UNIDADES 11 A 15


Na unidade 11estudamos o complemento nominal que é aquele que
completa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio). O agente da
passiva é o ser que pratica a ação quando o verbo está na voz passiva. O
adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina um substantivo e o
adjunto adverbial é o termo que indica circunstancia do fato expresso pelo verbo
ou intensifica o sentido do verbo, do adjetivo ou do advérbio.
Na unidade 12 vimos a concordância verbal e concordância nominal.
Concordância verbal significa que o verbo da oração deve concordar em pessoa
e número com o sujeito. A concordância nominal é quando o adjetivo, o artigo, o
pronome e o numeral concordam em gênero e número com o substantivo ao
qual se referem.
Palavras como anexo, obrigado, mesmo e incluso são adjetivos e por
isso devem concordar em gênero e número com o substantivo ao qual se
referem. Exemplo: A planilha segue anexa. Segue anexo o documento. Clarinha
disse: Muito obrigada! João disse: Obrigado! Os documentos foram inclusos.
Helenice costuma discordar dela mesma.
Tratamos da regência na unidade 13. Com relação à regência verbal vimos
uma lista de exemplos de verbos que exigem ou não o uso da preposição. Por
exemplo, o verbo preferir é um verbo que exige a preposição a. Observe os
exemplos: Prefiro suco de frutas a refrigerante. Prefiro caminhar a malhar na
academia.
A regência nominal ocorre quando o termo regente é um nome, seja
ele um substantivo, adjetivo ou advérbio. Vamos aos exemplos: o adjetivo
acostumado exige a preposição “a” ou a preposição “com”: “acostumado a” ou
“acostumado com”. Ele estava acostumado a certas mordomias. Não estava
acostumado com a vida na cidade. O adjetivo atento pede a preposição a ou
em: “atento a” ou “atento em”. Exemplo: Fique atento a esse homem. Estava
atenta na (na = em + a) confecção das peças.
70

A unidade 14 trata do uso dos porquês. Usamos “porque” junto e sem


acento quando introduz uma causa. Normalmente usado para responder
perguntas. Exemplo: Não viajei porque estava cansado. Desisti do curso porque
estava difícil. Analice comprou o vestido porque gostou do modelo. O porquê
(junto e com acento) é um substantivo, por isso vem sempre acompanhado de
um determinante e tem significado de sentido, razão: Não entendo o porquê de
tanta confusão.

Por que (separado e sem acento) equivale à expressão pelo qual, pela
qual, pelos quais e pelas quais. Também pode ter sentido de por qual motivo e é
empregado nas interrogativas diretas e indiretas. Exemplo: A dificuldade por que
passei. (pela qual). Por que você voltou? (interrogativa direta). Afinal, por que
você voltou? (interrogativa indireta). “Por quê” (separado e com acento) é usado
em final de frase antes de sinal de pontuação ou quando a expressão estiver
isolada. Exemplo: Você voltou por quê? Ela chegou atrasada por quê? Por quê?

Finalmente chegamos à última unidade desta apostila onde estudamos


as figuras de linguagens. Figura é um recurso que consiste em apresentar uma
ideia por meio de combinações incomuns de palavras. Na verdade, a figura
resulta de um desvio da norma. São recursos que servem para tornar as
mensagens mais expressivas. Vejamos alguns exemplos: “Meu coração é uma
manteiga derretida” (metáfora). “[...] É ferida que dói e não se sente”. (antítese).
Dona Joana foi para um lugar melhor. (eufemismo). “Como era áspero o aroma
daquela fruta exótica”. (sinestesia).
71

Bibliografia:
AMORA, Augusto Soares. Minidicionário da língua portuguesa. 20 ed. São Paulo:
Saraiva, 2014.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38 ed. Rio de Janeiro: Nova


Fronteira, 2015.

CASTILHO, Ataliba T. de & ELIAS, Vanda Maria. Pequena Gramática do Português


Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2012.

CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 5


ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.

FARACO, Carlos Alberto. Novo Acordo Ortográfico. Coluna do autor na rádio CBN –
Curitiba: Editora Parábola, 2009.

FIORIN, José Luiz & SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de texto: leitura e redação.
5. ed. São Paulo: Ática, 2006.

NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática de usos do português. São Paulo:


UNESP, 2000.

TERRA, Ernani. NICOLA, José de. Português- Língua, literatura e produção de


textos. São Paulo: Scipione, 2003.

TERRA, Ernani. NICOLA, José de. Práticas de linguagem – Gramática, literatura e


produção de textos. São Paulo: Scipione, 2003.

Você também pode gostar