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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
TEORIA MUSICAL

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
TEORIA MUSICAL

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

MÓDULO I

1 INTRODUÇÃO
2 O QUE É MÚSICA?
2.1 MÚSICAS DO MUNDO
2.2 A MÚSICA NO BRASIL
3 SOM, RUÍDO E SILÊNCIO
3.1 DO SOM
3.2 ONDAS SONORAS
3.3 SÉRIE HARMÔNICA
4 CARACTERÍSTICAS DO SOM
4.1 ALTURA
4.2 RITMO
4.3 INTENSIDADE
4.4 TIMBRE
5 PARTES DA MÚSICA
5.1 MELODIA
5.2 HARMONIA
5.3 CONTRAPONTO
5.4 RITMO

MÓDULO II

6 DAS ALTURAS À MELODIA


6.1 NOTAS MUSICAIS
6.2 PENTAGRAMA
6.3 CLAVES
6.4 SEMITOM, TOM, ALTERAÇÕES

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6.5 INTERVALOS
7 DAS DURAÇÕES AO RITMO
7.1 PULSO
7.2 FIGURAS E PAUSAS
7.3 AGRUPAMENTO DE NOTAS
7.4 PONTO DE AUMENTO E LIGADURA DE TEMPO
7.5 PONTO DE DIMINUIÇÃO
7.6 COMPASSO
7.7 ABREVIATURAS E SINAIS
7.8 ACENTO MÉTRICO, SÍNCOPE E CONTRATEMPO
7.9 QUIÁLTERAS

MÓDULO III

8 ESCALAS
8.1 GRAUS DA ESCALA
8.2 ESCALAS MAIORES
8.3 ESCALAS MENORES
8.3.1 Escala menor harmônica
8.3.2 Escala menor melódica
8.3.3 Relação entre as escalas maiores e menores
8.4 CICLO DAS QUINTAS
9 ESCALAS MODAIS
9.1 MODO JÔNIO
9.2 MODO DÓRICO
9.3 MODO FRÍGIO
9.4 MODO LÍDIO
9.5 MODO MIXOLÍDIO
9.6 MODO EÓLIO
9.7 MODO LÓCRIO
10 ESCALAS EXÓTICAS
11 MÚSICA SERIAL

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MÓDULO IV

12 TRANSPOSIÇÃO E MODULAÇÃO
13 HARMONIA
13.1 ACORDES
13.2 FORMAÇÃO DE ACORDES
14 TIMBRE
14.1 CLASSES DE INSTRUMENTOS
14.2 CLASSIFICAÇÃO VOCAL
15 TERMOS ESPECIAIS
15.1 EXPRESSÃO
15.2 DINÂMICA OU INTENSIDADE
15.3 AGÓGICA
15.4 ARTICULAÇÃO
15.5 OUTROS TERMOS MUSICAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO I

1 INTRODUÇÃO

O presente Curso de Teoria Musical é direcionado a todo aquele interessado


em conhecer um pouco mais sobre música em geral.
Não é necessário ter nenhum conhecimento anterior, nenhum pré-requisito
prévio. Basta ser curioso e estar disposto a investigar o que é a música, do que ela é
feita, quais são os seus elementos e como eles se relacionam entre si. Não ter medo
de perguntas e procurar por meio dos exemplos propostos no conteúdo do curso,
respostas iniciais para um aprofundamento e estudo contínuo sobre a música.
A Teoria Musical não está dissociada da prática musical. Uma sempre
precisa da outra para ser completa. Por isso, ao longo do curso, adicionamos
dezenas de exemplos em áudio que servem para ilustrar uma explicação ou
conteúdo proposto.
O estudo da música é muito prazeroso, desde que haja esforço e dedicação.
Estamos juntos nessa empreitada!
Bons estudos!

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2 O QUE É MÚSICA?

FIGURA 1 – NOTAS MUSICAIS

FONTE: Banco de imagens do Portal Educação.

A definição clássica de que a música é “a arte de combinar os sons”


segundo o dicionário Aurélio, não deixa de ser verdadeira, mas parece muito simples
diante de algo que nos traz tantas reflexões e que está tão presente em nossas
vidas.
Você já reparou a quantidade de música que ouvimos em um só dia? Seja
no celular, internet, mp3, no bar mais simples ou no restaurante mais sofisticado, na
espera telefônica ou no cinema, lá está ela, a música, penetrando nossos ouvidos e
mexendo com nossas emoções. Por sua imensa força expressiva, ela nos envolve e
nos faz cantar suas melodias, mover em seu ritmo, viajar no tempo e no espaço, nos
conectando a culturas de diferentes épocas e partes do mundo.
Nós vivemos mergulhados em um oceano de sons. Em qualquer lugar e
qualquer hora respira-se a música, sem nos darmos conta disso.
A música nos faz sentir algo diferente, se ela proporciona sentimentos, pode-
se dizer que tais sentimentos de alegria, melancolia, violência, sensualidade, calma
e assim por diante, são importantes experiências na vida de qualquer indivíduo.

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A linguagem é o sistema por meio do qual o indivíduo comunica suas ideias
e sentimentos, seja pela fala, da escrita ou de outros signos convencionais.
Nesse sentido, podemos redefinir a música como um tipo de linguagem
também, já que ela nos serve para expressar nossas ideias e emoções.
Essa analogia da música com a linguagem pode ser bastante útil para
compreendê-la melhor.
Assim como uma língua possui um texto, um idioma, a música por sua vez,
também possui um texto: a partitura.

FIGURA 2 - PARTITURA

FONTE: Arquivo pessoal do autor.

Da mesma maneira que somos alfabetizados quando crianças para entender


a “língua portuguesa”, também podemos ser alfabetizados para entender a “língua
musical”, com todos os seus símbolos e recursos expressivos.
Todos nós nascemos com a capacidade de aprender a cantar, tocar um
instrumento, ou criar canções e novos ritmos. Para isso, basta uma orientação
correta e motivação para desenvolver nossas habilidades.

2.1 MÚSICAS DO MUNDO

A música como qualquer outra arte acompanha historicamente o


desenvolvimento da humanidade. Ela pode ser observada ao analisar as épocas da
história, pois em cada uma, a música está sempre presente.

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A música é algo constante na vida da humanidade, pode-se comprovar isto,
em todos os registros da trajetória da história.
O enfoque multicultural da música é uma das premissas que propõe
preparar cada indivíduo para compreender a si mesmo e ao outro, por meio de um
melhor conhecimento do mundo. Nesse sentido, abarcar os conhecimentos das
diferentes formas de pensar do ser humano nos conduz a novas possibilidades
sonoras.
Um olhar mais profundo para as diferentes músicas do mundo, que pode ser
popular, clássica (erudita), folclórica, religiosa, profana, comercial, oriental e
ocidental; e que se expandiu de forma vertiginosa quando as mídias tornaram
acessível à escuta de músicas de lugares distantes, estimulando a curiosidade por
outras formas musicais de outros continentes que não a Europa.

Ouça alguns exemplos:

a) África

Músicas Africanas

Vídeos

Música Africana / Disponível em: http://migre.me/gsM48

Música Africana - Oxam / Disponível em: http://migre.me/gsMoW


Acesso em: 30 out. 2013.

b) Bach (clássico erudito)

Vídeo

Bach - Magnificat - 01 - Magnificat / Disponível em: http://migre.me/gsNyh

Acesso em: 30 out. 2013.

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c) Japão (koto)

Vídeo

Música Instrumental tradicional Japonesa Koto Sakura1 / Disponível em:


http://migre.me/gsNVd

Acesso em: 30 out. 2013.

d) Hungria

Vídeo

Música Húngara / Disponível em: http://migre.me/gsO5A

Acesso em: 30 out. 2013.

e) Índia

Vídeo

Música Indiana. Exotic sound of India. Instrumental / Disponível em:


http://migre.me/gsOpN

Acesso em: 30 out. 2013.

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f) Bulgária (mulheres búlgaras)

Vídeo

Bulgaria y su Música / Disponível em: http://migre.me/gsPpI

Acesso em: 30 out. 2013.

2.2 A MÚSICA NO BRASIL

FIGURA 3 - ÍNDIOS

FONTE: Disponível em: <http://silnunesprof.blogspot.com.br/2009/12/dancando-o-tore.html>


Acesso em: 30 out. 2013.

A música do Brasil tem a mesma base de que foi caracterizada a formação


de seu povo, ou seja, a mistura e integração de diferentes etnias, os europeus,
africanos e indígenas. Cada um desses povos já trazia sua própria cultura musical e

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aqui fundiram os elementos musicais trazidos pelos colonizadores portugueses, os
cantos dos negros escravos da África e a música dos indígenas que já habitavam o
Brasil. As influências musicais de outras ricas culturas foram se somando e se
multiplicado no decorrer da história, formando aquilo que reconhecemos hoje como
“Música Brasileira”, que tem uma característica própria e autêntica, mas também é
fruto de grande variedade de influências e fusões de estilos musicais preexistentes.
- Como era a música no Brasil na época em que os portugueses chegaram
aqui pela primeira vez?
- Como era a música dos índios e africanos?
- Quais e como eram os instrumentos que eles tocavam?
- Os portugueses trouxeram seus instrumentos junto com eles nas
caravelas?
- Como terá sido a reação dos negros e índios à música dos colonizadores?
- Como se deu as interações e influências musicais recíprocas?

Certamente é difícil avaliar e precisar como se deu a interação dessas


influências musicais sobre a população brasileira que começava a nascer. A
distância que separa o momento presente daquela época remota nos impede a
emissão de juízos categóricos. Entretanto, as informações disponíveis fornecidas
por historiados e musicólogos, permitem apresentar algumas indicações que
contribuem para uma melhor compreensão do mundo em que viveram os habitantes
da nossa terra brasileira.
Sabemos que a música tinha uma função muito clara, ou seja, uma
determinada ação específica e objetiva dentro da vida dos habitantes. A música
desse período histórico é marcadamente religiosa, ela está presente nos cultos dos
negros e índios (cantavam e dançavam em círculo, entoando canções em suas
línguas nativas e tocavam vários instrumentos de percussão e vários tipos de
flautas), bem como no uso das atividades das práticas da igreja católica: uso na
catequização, missas e festas (usavam instrumentos europeus como a viola e o
cravo).

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FIGURA 4 - VIOLINO (FAMÍLIA DAS CORDAS)

FONTE: Disponível em: <http://www.viaarte.org/2010/08/o-som-barroco-do-cravo.html>


Acesso em:30 out. 2013.

FIGURA 5 - FLAUTA DOCE

FONTE: Disponível em:<http://www.viaarte.org/2010/08/o-som-barroco-do-cravo.html>


Acesso em: 30 out. 2013.

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FIGURA 6 - CRAVO

FONTE: Disponível em: <http://www.viaarte.org/2010/08/o-som-barroco-do-cravo.html>


Acesso em: 30 out. 2013.

FIGURA 7 - VIOLA

FONTE: Disponível em:<http://luisdornelesdeoliveira.blogspot.com.br/2012/02/os-mais-belos-


louvores-no-violino-1.html> Acesso em: 30 out. 2013

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Instrumentos indígenas:

FIGURA 8 - FLAUTAS

FONTE: Disponível em: <07 [http://silnunesprof.blogspot.com.br/2009/12/dancando-o-tore.html]>


Acesso em: 30 out. 2013.

FIGURA 9 - MARACÁ OU CHOCALHO

FONTE: Disponível em: <http://silnunesprof.blogspot.com.br/2009/12/dancando-o-tore.html> Acesso


em: 30 out. 2013.

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FIGURA 10 - Berimbau

FONTE: Disponível em: <http://silnunesprof.blogspot.com.br/2009/12/dancando-o-tore.html> Acesso


em: 30 out. 2013.

FIGURA 11 - ATABAQUES

FONTE: Disponível em: <http://silnunesprof.blogspot.com.br/2009/12/dancando-o-tore.html>


Acesso em: 30 out. 2013.

Os religiosos que chegaram à nova terra vinham, imbuídos de um fervor


missionário que entendia ser necessária uma “europeização” da vida religiosa dos
moradores da terra, daí o nome: “Missões”, sob o patrocínio do reino português. As
práticas musicais indígenas por mais inocentes que parecessem deveriam ser

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banidas e nenhum lugar no culto pode ser aberto para ela. Para a evangelização dos
silvícolas vieram os jesuítas. A Companhia de Jesus foi fundada em 1539 por Inácio
de Loyola, o primeiro grupo de religiosos chegou à Bahia em 1549.

TÍTULO DO FILME: A MISSÃO (The Mission, ING 1986)


DIREÇÃO: Roland Joffé
ELENCO: Robert de Niro, Jeremy Irons, Lian Neeson, 121 min., Flashstar.
Resumo do filme: No século XVIII, na América do Sul, um violento mercador de
escravos indígenas, arrependido pelo assassinato de seu irmão, realiza uma
autopenitência e acaba se convertendo como missionário jesuíta em Sete Povos
das Missões, região da América do Sul reivindicada por portugueses e espanhóis,
e que será palco das "Guerras Guaraníticas”. O filme mostra como os jesuítas
ensinavam música aos guaranis. Palma de Ouro em Cannes e Oscar de fotografia.
Sugestão: ver as cenas de música (coral e fábrica de instrumentos) e a cena do
primeiro contato do Padre Gabriel com os índios, na floresta.

Procure conhecer e ouvir as músicas desses consagrados compositores brasileiros:

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3 SOM, RUÍDO E SILÊNCIO

FIGURA 12 – SOM DE CRIANÇAS

FONTE: Banco de imagens do Portal Educação.

3.1 DO SOM

O mundo onde vivemos está repleto de som. Repare!


Se pudéssemos ficar apenas um minuto, mesmo em um silêncio profundo,
vamos perceber vários sons a nossa volta.
O barulho de um carro que passa na rua, o som de pessoas conversando, o
som de passos próximo a nós, ou até mesmo o barulho da nossa respiração, o som
parece que está presente constantemente e de maneira ininterrupta segue
chamando a nossa atenção.

Mas todos os sons são iguais?

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Certamente não! Então qual a diferença ou semelhança entre o som
provocado pelo ato de roçar uma mão na outra e o som de uma corda solta de um
violão?
Se você procurar em qualquer livro de introdução a Física, você irá encontrar
a definição de que o som é um tipo de onda. As ondas sonoras podem ser
produzidas por meio de várias formas, dentre elas por meio do atrito entre diferentes
superfícies ou por vibrações de um corpo que tenha certa elasticidade, como por
exemplo, a vibração de uma corda de um instrumento.
Então, o atrito das mãos e a corda solta vibrando de um violão produzem
uma onda, nós reconhecemos isso como sons. A diferença entre eles está na
classificação dos tipos de sons; existem os sons de frequência definida que
chamamos de “sons musicais” e sons de frequência indefinida que chamamos de
“ruídos” ou “barulhos”.
Os instrumentos produzem sons de frequência definida, que também são
chamadas de “notas” ou “alturas”, por exemplo, o lá (também chamado de diapasão)
tem a frequência definida em 440 Hertz (Hz).
O compositor norte‐americano chamado John Cage (1912 ‐ 1992) procurou
de maneira científica realizar a experiência de um “silêncio profundo”, para isso
entrou um tipo de câmera que isola completamente qualquer tipo de som externo: a
câmara Anecoica.

FIGURA 13 - SALA ANECOICA

FONTE: Disponível em: <11 [http://blog.brasilacademico.com/2012/04/sala-mais-silenciosa-do-


mundo.html> Acesso em: 30 out. 2013.

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O resultado dessa experiência foi que mesmo nessas condições foi possível
ouvir dois tipos de sons: um agudo, produzido por seu sistema nervoso central, e
outro grave, gerado pelo sistema circulatório sanguíneo do compositor, ou seja, o
silêncio absoluto não existe!

3.2 ONDAS SONORAS

Segundo nos ensina os livros de física, o som é um tipo de onda. As ondas


precisam de um meio material para se propagarem. Exemplo: a onda em uma corda
(o material é a corda), onda num lago (o material é a água), onda de som (o material
é o ar).

FIGURA 14 - ONDA

FONTE: Disponível em:<http://musicaeadoracao.com.br/25406/matematica-na-musica-capitulo-3/>


Acesso em: 30 out. 2013.

As ondas sonoras dividem-se em três categorias:


• As ondas audíveis são aquelas que conseguimos ouvir. A sua frequência
está compreendida aproximadamente entre as frequências de 20 Hz e 20 kHz ou
20.000Hz.

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• As ondas infrassônicas têm frequências abaixo de 20 Hz. As ondas dos
tremores de terra são um exemplo de ondas infrassônicas.
• As ondas ultrassônicas têm frequências acima de 20 kHz. Os morcegos
conseguem ouvir frequências até 120 kHz, ouvem as ondas ultrassônicas que nós
não conseguimos ouvir.

FIGURA 15 – ONDA 2

FONTE: Disponível em:<http://musicaeadoracao.com.br/25406/matematica-na-musica-capitulo-3/>


Acesso em: 30 out. 2013.

3.3 SÉRIE HARMÔNICA

A série harmônica é considerada como um dos fenômenos acústicos mais


importantes e decisivos para o sistema tonal, ou seja, para toda música que tem um
tom definido (a grande maioria das músicas que escutamos).
A série harmônica é uma teoria física que estuda a composição do som,
mais precisamente, do que uma nota musical é constituída. A partir da derivação de
harmônicos de uma nota fundamental encontram-se os sons que formarão a tríade
maior, por exemplo, para a nota Dó, teremos da derivação de dois outros sons o Mi
e o Sol, e assim por analogia para todas as outras notas, assim temos, como dito
anteriormente, a tríade, o acorde mais estável do sistema tonal. Além disso, a série

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harmônica também define o grau de consonância entre uma nota fundamental e
seus harmônicos. Quão mais próxima à nota fundamental for o harmônico mais
consonante será, assim a oitava torna-se a consonância mais perfeita, seguida das
5a e 4a justas. Já as consonâncias variáveis originam-se a partir do 4o harmônico:
mi; e as dissonâncias surgem a partir do 6o harmônico. Portanto, quão maior for a
distância de uma nota de sua nota fundamental maior será seu grau de dissonância.
Uma classificação para os intervalos de acordo com o grau de consonância segue:
Consonâncias perfeitas: 4ª, 5ª, 8[ justas.
Consonâncias imperfeitas: 3ª, 6ª maiores e menores.
Dissonâncias suaves: 2ª maior e 7ª menor.
Dissonâncias fortes: 2ª menor; 7ª maior.
Dissonâncias neutras: 4ªs aumentadas e 5ªs diminutas.
Dissonâncias condicionais: intervalos aumentados e diminutos que podem, por meio
de enarmonia, serem reescritos como consonâncias. Ex. 2ª aumentada é igual a
uma 3ª menor; 3ª aumentada é igual a uma 4ª justa. Veremos isso mais
detalhadamente ao longo do curso.
A ilustração abaixo mostra as relações entre o tamanho de uma corda e a nota que
ela produz. Essa relação foi elaborada primeiramente pelo matemático grego
Pitágoras (570 a. C – 496 a. C)

FIGURA 16

FONTE: Disponível em: <14 [http://musicaeadoracao.com.br/25406/matematica-na-musica-capitulo-


3/> Acesso em: 30 out. 2013.

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A quantidade de harmônicos de um som fundamental é infinita. Quanto mais
afastados do som fundamental, menos audíveis e consonantes os harmônicos vão
ficando com relação à nota principal. Os intervalos entre os harmônicos também se
tornam menores. A série harmônica nos permite observar os intervalos consonantes
e dissonantes com relação a uma nota específica. Na pauta abaixo, estão
assinalados os doze primeiros harmônicos da nota dó 1. Observe, por exemplo, que
o segundo harmônico é um dó 2 (1/2 da corda), um intervalo consonante com a nota
fundamental. O décimo primeiro harmônico, por sua vez, é um fá# 4 (1/11), uma
nota bastante dissonante com relação à fundamental.

FIGURA 17 – SÉRIE HARMÔNICA

FONTE: Disponível em: <16 [http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/gritando-crian%C3%A7a.html>


Acesso em: 30 out. 2013.

4 CARACTERÍSTICAS DO SOM

4.1 ALTURA

A altura é a propriedade do som, que nos permite definir os sons como:


Sons agudos (“finos”)
Sons médios (região mediana)
Sons graves (“grossos”)

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Observe as cordas de um violão, de um violino ou de qualquer instrumento
de cordas. Veja e repare que quanto mais fina a corda mais aguda será o som que
ela irá reproduzir, assim como quanto mais grossa for a corda, mais grave será a
nota por ela produzida. Essa relação também existe com relação ao tamanho do
instrumento. Um flautim irá reproduzir um som bem mais agudo do que uma tuba.
Uma observação importante: não confunda altura com intensidade, uma nota aguda
ou grave pode ser produzida de maneira forte ou fraca (piano). A força para emissão
de uma nota não tem relação direta com a frequência utilizada.

4.2 RITMO

É a propriedade rítmica da música. Permite a distinção entre uma nota curta


de outra longa.
As figuras rítmicas determinam a duração de cada nota. Utilizamos sete
figuras musicais para representar a duração dos sons: Semibreve, Mínima.
Semínima, Colcheia, Semicolcheia, Fusa, Semifusa e ainda Quartos de fusa.

4.3 INTENSIDADE

A intensidade determina a força desprendida para a emissão de uma nota.


Os três tipos principais para intensidade, ou dinâmica são:
Forte (f)
Meio forte (mf) e
Fraco ou Piano (p).

Uma confusão muito comum em relação ao emprego de termos musicais no


nosso cotidiano aparece quando dizemos: “O som está muito alto!”.
Na verdade quando dizemos isso, queremos dizer que o som está muito
INTENSO, muito forte e não agudo, quando referimos à altura.

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FIGURA 18 – SONS FORTE E FRACO

FONTE: Disponível em: <http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/gritando-crian%C3%A7a.html>


Acesso em: 30 out. 2013.

4.4 TIMBRE

O timbre é a característica do som que nos permite identificar qual a origem


dele, ou seja, o que emite aquele determinado som.
Uma mesma nota, por exemplo, um Dó, pode ser emitido por um piano, ou
uma clarineta, ou mesmo uma voz humana. A diferença está no timbre que emite
esse som.
O estudo físico da onda nos permite ver a diferença do timbre, por meio
dessa ilustração:

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FIGURA 19 - TIMBRES

FONTE: Disponível em: <http://culturadigital.br/dacio/> Acesso em: 30 out. 2013.

5 PARTES DA MÚSICA

5.1 MELODIA

É a combinação dos sons sucessivos (dados uns após outros). É a


concepção horizontal da Música. É a ideia musical, para alguns é a parte mais
importante da música. É certamente uma das partes da música que mais nos chama
a atenção.
Existem dois tipos básicos de melodias:

Melodia por grau conjunto:

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FIGURA 20 – GRAU CONJUNTO

FONTE: arquivo pessoal do autor

Repare que a posição de cada nota é sucedida por outra nota, sem “saltos”,
é sempre uma nota em cima da linha e outra no espaço entre outras linhas e assim
sucessivamente tanto para baixo (mais grave) quanto para cima (mais agudo).
Compare com a próxima figura:

FIGURA 21 - SALTOS

FONTE: arquivo pessoal do autor

Essa melodia já tem vários saltos: notas com intervalos maiores entre uma e outra.

5.2 HARMONIA

A Harmonia é a parte da música que estuda a relação de dois ou mais sons


simultâneos. Observe na figura abaixo que as notas estão umas sobre as outras:

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FIGURA 22- HARMONIA

FONTE: arquivo pessoal do autor.

Dizemos que a harmonia é a concepção vertical da música. A figura acima


apresenta colunas de acordes (conjunto de três ou mais notas).

5.3 CONTRAPONTO

O contraponto é uma técnica usada na composição em que duas ou mais


vozes melódicas são compostas levando-se em conta ao mesmo tempo o desenho
melódico de cada uma delas e o tipo de intervalo entre as notas, por causa da
sobreposição das duas ou mais melodias.

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FIGURA 23 - CONTRAPONTO

FONTE: arquivo pessoal do autor.

5.4 RITMO

Antes entender o que é o ritmo, pensemos na seguinte pergunta:


O que é o tempo?
Essa pergunta já instigou vários estudiosos, matemáticos, físicos, filósofos e
curiosos ao longo da história da humanidade. Dificilmente vamos chegar a uma
definição definitiva sobre o que é tempo, mas é possível dizer que ele está
relacionado à sensação derivada da transição de um movimento.
O tempo, assim como o ritmo, é uma criação humana feita para ordenar os
acontecimentos que ocorrem na nossa vida. Somente a partir disso é que temos a
noção do presente, passado e futuro.
O ritmo na música tem relação com aquilo que já estudamos anteriormente
sobre a “Duração” do som: LONGO ou CURTO.
A música precisa da noção de tempo para existir e o ritmo ordena o tempo
que será necessário para ela acontecer, ou seja, ter um começo, um meio e um fim.

FIM DO MÓDULO I

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