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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE AGRONOMIA

DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE GEOLOGIA
Ob
ra

MODELAGEM GEOQUÍMICA: TRATAMENTO DE DADOS DE


PIRÓLISE ROCK-EVAL E CARBONO ORGÂNICO TOTAL
pa

DA FORMAÇÃO BARREIRINHA NA BACIA DO AMAZONAS


ra

THIAGO ASSEF GOMES


Co
ns
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ORIENTADOR
ta

Dr. NEDSON HUMBERTO FERNANDES

Fevereiro de 2008
THIAGO ASSEF GOMES
Ob

MODELAGEM GEOQUÍMICA: TRATAMENTO DE DADOS DE


PIRÓLISE ROCK-EVAL E CARBONO ORGÂNICO TOTAL
ra

DA FORMAÇÃO BARREIRINHA NA BACIA DO AMAZONAS


pa
ra

Trabalho de Graduação apresentado ao


curso de Geologia do Departamento de
Geociência da Universidade Federal Rural
Co

do Rio de Janeiro, para obtenção do título


de Bacharel em Geologia, sob a orientação
do Dr. Nedson Humberto Fernandes.
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Fevereiro de 2008

ii
THIAGO ASSEF GOMES

MODELAGEM GEOQUÍMICA: TRATAMENTO DE DADOS DE


Ob

PIRÓLISE ROCK-EVAL E CARBONO ORGÂNICO TOTAL


DA FORMAÇÃO BARREIRINHA NA BACIA DO AMAZONAS
ra
pa

APROVADO EM 29 DE FEVEREIRO DE 2008 PELA BANCA EXAMINADORA:


ra

_____________________________________________
Prof. Dr. Sérgio de Castro Valente
Co

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - Departamento de Geociências


ns

_____________________________________________
MsC. Eliane Petersohn
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
ul
ta

_____________________________________________
Dr. Nedson Humberto Fernandes
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

Fevereiro 2008
iii
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente ao Planeta Terra, que por 4,6 bilhões de anos preparou esse
fantástico e complexo sistema, permitindo através da Geologia desvendar os seus mistérios.
Geologia que não apenas fascina, mas que traduzir a mais bela das artes... Na mais sublime
das Ciências.

Agradeço aos meus pais, Lúcia e José, e ao meu irmão Diego, por todo amor e
Ob

carinho que me dedicam, por todo apoio, paciência e compreensão. Amo vocês e muito
obrigado por tudo.

Agradeço aos três malandros que estudaram comigo, Leonardo, Davidson e Ronni,
ra

que não me ajudaram em nada para a conclusão deste trabalho, mas que além das muitas
risadas, sempre foram e serão grandes amigos e companheiros.

Agradeço a minha ilustre turma (2003) “A gente falha, mas ao deixa rejeito”, por todos
pa

os anos de estudos, pelos trabalhos de campo, pelas partidas de baralho na praça da


alegria, pelos churrascos e festas da Rural. Enfim, por fazerem parte dos melhores anos da
ra
minha vida.

Agradeço a Tiara e ao André por serem minha segunda família nestes anos de
faculdade e por compartilharem, não só a mesma casa, mas também as alegrias e as
Co

tristezas vividas.

Agradeço a toda Superintendência de Definição de Blocos da ANP por tudo que


ns

aprendi ao longo do meu estágio, incentivando-me constantemente. Sempre serei grato por
todo o apoio que me dedicaram e por acreditarem na qualidade do meu trabalho.
ul

Agradeço a Superintendência de Gestão e Aquisição de Dados Técnicos da ANP por


disponibilizarem os dados geoquímicos para elaboração deste trabalho.
ta

Agradeço ao Dr. Nedson Humberto Fernandes, pela orientação e atenção prestada no


desenvolver deste trabalho e pelos conhecimentos transmitidos.

Muito obrigado a todos.

iv
RESUMO

A bacia intracratônica do Amazonas ocupa uma superfície de aproximadamente


606.233 km² e se distribui pelos estados do Amapá, Amazonas, Pará e Roraima, na região
norte do Brasil. Na porção mais profunda da bacia, a espessura sedimentar atinge até
7.000m.
A exploração de petróleo nesta bacia teve um grande impulso com a criação da
Petrobrás, em 1953. Com a primeira descoberta de óleo na bacia, deu-se início a uma série
Ob

de projetos e atividades exploratórias e se mantém até os dias de hoje. Dentre essas


atividades, a análise geoquímica é considerada fundamental para se entender a distribuição
de matéria orgânica e seu estado de maturação, indicando inicialmente, uma favorabilidade
ra

para obtenção de hidrocarbonetos.


O estudo e avaliação do potencial petrolífero de bacias sedimentares têm sido
apoiado por um forte desempenho da geoquímica orgânica. Auxiliando na identificação de
pa

rochas geradoras e petróleos, na caracterização do grau de evolução térmica e tipo de


matéria orgânica, reconstrução da história de geração e migração. Sendo assim, este
trabalho foi desenvolvido com o intuído de mostrar a caracterização de um modelo
ra

geoquímico para a Formação Barreirinha (geradora), na Bacia do Amazonas. Através do


tratamento de dados de Pirólise de Rock-Eval e Carbono Orgânico Total dos poços
perfurados na bacia, foi possível avaliar as condições para geração de hidrocarbonetos,
Co

criando mapas de concentrações para espessura da Formação Barreirinha, carbono


orgânico total (%), S1, S2, potencial de geração, índice de produção, S3, temperatura
máxima (°C), índice de hidrogênio (IH) e índice de oxigênio (IO), definindo as melhores
ns

áreas para geração de hidrocarbonetos na Bacia do Amazonas.


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v
ABSTRACT

The Amazonas intracratonic basin lies over a surface of approximately 606,233 km²
and it is distributed through Amapá, Amazonas, Pará and Roraima states in the north of
Brazil. At the deepest basin portion, the sediment thickness reaches over 7,000 m.
The oil exploration in that basin had a big growth with Petrobras foundation in 1953.
With the first oil discovery in the basin, many exploration activities have begun and kept
working until nowadays. Considering those activities, the geochemical analysis is an
Ob

important key over the distribution of organic matter understanding and its maturation status
– originally indicating – an advantage in hydrocarbons obtention.
The studies and evaluation of sediment basin oil potential have been supported by a
ra

strong performance of organic geochemistry. It supports the generating rocks identification


and oils, the characterization of thermal evolution degree and kind of organic matter, leading
to generation and migration history rebuilding. According to that, this work was developed
pa

aiming to introduce the characterization of a geochemical model to the Barreirinha Formation


(generating), in Amazonas basin. By the Rock-Eval’s Pyrolysis data treatment and Total
Organic Carbon of the drilled wells in the basin it was possible to evaluate the conditions to
ra

hydrocarbons generation, creating maps of concentration to thickness of Barreirinha


formation, total organic carbon (TOC%), S1, S2, generation potential, production index,
maximum temperature (°C), hydrogen index (HI) and oxygen index (OI), setting the best
Co

areas to hydrocarbons generation in Amazonas basin.


ns
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vi
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa de Localização da Bacia do Amazonas ....................................... 2


Figura 2 - Seção Geológica .................................................................................... 3
Figura 3 - Carta Estratigráfica ................................................................................. 5
Figura 4 - Diagrama Esquemático: geração, migração e acumulação de
hidrocarbonetos..................................................................................................... 10
Figura 5 - Ciclo de Análise (Picos S1, S2 e S3) ................................................... 14
Ob

Figura 6 - Mapa de poços da Bacia do Amazonas ............................................... 17


Figura 7 - Mapa de Espessura ............................................................................. 19
Figura 8 - Mapa de Concentração de Carbono Orgânico Total (COT) ................. 21
ra

Figura 9 - Mapa de Concentração de Pico S1 ...................................................... 23


Figura 10 - Mapa de Concentração de Pico S2 .............................................. ..... 25
Figura 11 - Mapa de Concentração do Potencial de Geração (PG) ..................... 27
pa

Figura 12 - Mapa de Concentração do Índice de Produção (IP) .......................... 29


Figura 13 - Mapa de Concentração de Pico S3 .................................................... 31
Figura 14 - Mapa de Concentração de Temperatura Máxima (Tmax) ................. 33
ra

Figura 15 - Mapa de Concentração do Índice de Hidrogênio (IH) ........................ 35


Figura 16 - Mapa de Concentração do Índice de Oxigênio (IO) ........................... 37
Co
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vii
SUMÁRIO

1 Introdução .......................................................................................................... 1
1.1 Objetivo .............................................................................................. 1
1.2 Metodologia ........................................................................................ 1
2 Localização ......................................................................................................... 2
3 Geologia Geral da Bacia do Amazonas .............................................................. 3
3.1 Evolução Tectônica-Estrutural ............................................................ 3
Ob

3.2 Estratigrafia ......................................................................................... 4


4 Sistema Petrolífero .............................................................................................. 8
4.1 Rochas Geradoras .............................................................................. 8
ra

4.2 Rochas Reservatórios ......................................................................... 9


4.3 Geração e Migração ............................................................................ 9
4.4 Selos ................................................................................................. 10
pa

4.5 Trapas ............................................................................................... 10


5 Histórico Exploratório ........................................................................... 11
6 Fundamentos de Geoquímica Orgânica ........................................................... 13
ra

6.1 Carbono Orgânico Total .................................................................... 13


6.2 Pirólise Rock-Eval ............................................................................. 13
7 Modelagem Geoquímica ................................................................................... 16
Co

7.1 Introdução ......................................................................................... 16


7.2 Mapa de Espessura .......................................................................... 18
7.3 Mapa de Concentração de Carbono Orgânico Total ........................ 20
ns

7.4 Mapa de Concentração do S1 .......................................................... 22


7.5 Mapa de Concentração do S2 .......................................................... 24
7.6 Mapa de Concentração do Potencial de Geração ............................ 26
ul

7.7 Mapa de Concentração do Índice de Produção ............................... 28


7.8 Mapa de Concentração do S3 .......................................................... 30
ta

7.9 Mapa de Concentração de Temperatura Máxima ............................ 32


7.10 Mapa de Concentração do Índice de Hidrogênio ........................... 34
7.11 Mapa de Concentração do Índice de Oxigênio .............................. 36
8 Considerações Finais ....................................................................................... 38
9 Referências Bibliográficas ................................................................................ 40
ANEXO 1: Dados dos Poços ............................................................................... 41

viii
1 INTRODUÇÃO

1.1 OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é realizar uma modelagem geoquímica da Bacia do


Amazonas, baseado nos dados geoquímicos de Pirólise Rock-Eval e Carbono Orgânico
Total de 68 poços que atingiram a Formação Barreirinha, com o intuito de se definir áreas
promissoras para geração de hidrocarbonetos através de mapas, gráficos e interpretações
Ob

de resultados.

1.2 METODOLOGIA
ra

Os dados de poços com as análises geoquímicas da Bacia do Amazonas, utilizados


neste trabalho, foram extraídos originalmente do Banco de Dados de Exploração e Produção
(BDEP), da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Essas
pa

análises correspondem aos dados de Pirólise Rock-Eval e Carbono Orgânico Total, no qual
o seu tratamento teve como princípio à organização e estruturação de tabelas e gráficos,
referentes à profundidade do poço; Carbono Orgânico Total; S1; S2; Potencial de Geração;
ra

Índice de Produção; S3; Tempetatura Máxima; Índice de Hidrogênio e Índice de Oxigênio.


Posteriormente, foi realizada uma seleção dos dados que corresponderia apenas a
Formação Barreirinha, distribuindo-os em uma nova tabela consolidada contendo a
Co

espessura da Formação Barreirinha (topo e base) registrada nos poços. Para organização
desse banco de dados, utilizou-se o Microsoft Excel.
Após o tratamento inicial dos dados, pôde-se então, exportá-los para o Golden
ns

Software Surfer7, com o objetivo da modelagem dos mapas de concentração para cada uma
das variáveis geoquímicas, exceto a profundidade das amostragens que fora substituída
ul
pelo mapa de espessura da Formação Barreirinha. O método utilizado para interpolação
geoestatística dos dados foi a krigagem (Kriging), que tem sido utilizado em diferentes
campos de atuação principalmente nas geociências. No SURFER a krigagem pode ser um
ta

interpolador exato ou aproximado dependendo dos parâmetros utilizados e da função


empregada no variograma (SURFER 7, 1999). Com a criação dos dez mapas de
concentração referentes às variáveis das análises geoquímicas, pôde-se exportá-los para o
ArcGIS 9.1, com o objetivo de inserir os valores de isolinhas e finalizar a estruturação ideal
do mapa. Por conseqüência, pôde-se interpretar e determinar as áreas mais favoráveis para
geração de hidrocarbonetos na Bacia do Amazonas.

1
2 LOCALIZAÇÃO

A Bacia do Amazonas situa-se na região norte do Brasil, ocupando parte dos estados
do Amazonas, Pará e Amapá compreendendo uma área de 606.233 km2 (Figura 1). É uma
bacia intracratônica, posicionada entre os escudos das Guianas, ao norte, e Brasileiro, ao
sul. É limitada a oeste pelo Arco de Purus, que a separa da Bacia do Solimões e a leste pelo
Arco de Gurupá, que a separa da Bacia do Marajó.
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Figura 1. Mapa de Localização da Bacia do Amazonas e seus respectivos limites.


ta

2
3 GEOLOGIA GERAL DA BACIA DO AMAZONAS

3.1 EVOLUÇÃO TECTÔNICA-ESTRUTURAL

Muitas teorias foram aventadas para tentar explicar a origem e a estruturação


presente na bacia, desde a idéia inicial de considerá-la como uma bacia paleozóica tipo sag
intracratônico (com uma geometria tipo prato extremamente simples, sem falhas), até as
Ob

idéias mais modernas que consideram falhamentos direcionais e esforços, não apenas
gravitacionais, mas também compressivos (CAMPOS e TEIXEIRA, 1988) e uma ou mais
fases de rifteamento, além de fases termais associadas (COUTINHO e GONZAGA, 1996).
ra

A seção geológica regional da Figura 2 ilustra as condições tectônicas e


estratigráficas generalizadas da bacia.
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Figura 2. Seção Geologia regional da Bacia do Amazonas, ilustrando as condições tectônicas


e estratigráficas generalizadas. As soleiras em vermelho ocorrem tanto na seqüência
evaporítica quanto na clástica. (Fonte: WANDERLEY FILHO et al., 2005).

O arcabouço estrutural da bacia é formado por uma calha central mais profunda, cujo
eixo tem direções aproximadas E-W e NE-SW, formando, em planta, um padrão escalonado.
A calha está ladeada, a norte e a sul, por duas grandes áreas de plataforma, separadas da
calha central por duas linhas de charneira. Estudos mais recentes identificaram faixas
alinhadas na direção NE-SW, constituídas por falhas transcorrentes e dobras, configuradas
3
num padrão en échelon. A origem de tais feições é atribuída à atuação de esforços
convergentes E-W sobre superfícies de descontinuidade pré-existentes, de direção NE-SW.
O mapeamento sísmico efetuado na região do Rio Tapajós permitiu a identificação de
feições de almofadas, domos e pequenos diápiros afetando as formações Nova Olinda,
Andirá e Alter do Chão (Wanderley Filho et al., 1988). Nova Olinda apresenta, nesta área,
mais de 400m de espessura de halita. Nesta unidade ocorreu a intrusão de mais de 600m de
diques e soleiras de diabásio, provável causadora da tectônica salífera, por efeito da
sobrecarga.
Ob

3.2 ESTRATIGRAFIA

O embasamento cristalino da bacia é constituído por rochas graníticas e


ra

metassedimentares, recoberto, em partes da bacia, por uma cobertura sedimentar


proterozóica de plataforma, representada pelo Grupo Purus, constando da Fm. Acari, com
calcários de plataforma correlacionados aos calcários do Grupo Bambuí e da Fm.
pa

Prosperança, com red beds.


Na coluna estratigráfica da Bacia do Amazonas, o pacote de rochas fanerozóicas, que
constitui o principal preenchimento sedimentar da bacia, pode ser dividido em 04 seqüências
ra

(Figura 3):
I - Seqüência de idade abrangendo desde o Neoordoviciano ao Eodevoniano,
correspondente ao Grupo Trombetas, composta pelas formações Autás-Mirim, Nhamundá,
Co

Pitinga e Manacapuru.

II - Seqüência de idade abrangendo do Eodevoniano (Emsiano) ao Carbonífero


ns

(Mississipiano-Viseano), correspondente aos grupos Urupadi e Curuá, composta pelas


formações Maecuru, Ererê, Barreirinha, Curiri, Oriximiná e Faro.
ul

III - Seqüência de idade equivalente ao intervalo Carbonífero (Mississipiano


Serpukoviano)/Neopermiano, correspondente ao Grupo Tapajós, composto pelas formações
ta

Monte Alegre, Itaituba, Nova Olinda e Andirá.

IV - Seqüência de idade abrangendo o Cretáceo/Terciário, correspondente ao Grupo


Javari, composta pelas formações Alter do Chão e Solimões.

4
Ob
ra
pa
ra
Co
ns
ul
ta

Figura 3. Carta Estratigráfica da Bacia do Amazonas. (Fonte: P. R. C. CUNHA et al, 1993).

5
A deposição da seqüência basal se inicia por um pacote arenoso de caráter regressivo,
representado por arenitos e folhelhos neríticos da Fm. Autás-Mirim e por arenitos neríticos e
depósitos glaciais da Fm. Nhamundá, o qual é recoberto por um intervalo transgressivo de
folhelhos e diamictitos da Fm. Pitinga, culminado no topo por um pacote composto por
arenitos e folhelhos neríticos e litorâneos da Fm. Manacapuru.
Separada pela discordância Eodevoniana relacionada à Orogenia Caledoniana
assenta-se uma outra seqüência, com um padrão regressivo-transgressivo-regressivo,
representado pelos Grupos Urupadi e Curuá. O Grupo Urupadi se inicia pela deposição de
Ob

arenitos e folhelhos neríticos e deltaicos da Fm. Maecuru, recobertos por um pacote


transgressivo, composto predominantemente por folhelhos e siltitos, com arenitos neríticos e
deltaicos subordinados, da Fm. Ererê. O caráter transgressivo acentua-se no início da
ra

deposição do Grupo Curuá, com a máxima transgressão correspondendo à deposição dos


folhelhos pretos, radioativos, da Fm. Barreirinha, principal geradora da bacia. A seguir, se
depositam diamictitos, folhelhos e siltitos glaciais da Fm. Curiri. O padrão regressivo se
pa

encerra com a deposição de arenitos e folhelhos fluviais da Fm. Oriximiná e arenitos flúvio-
deltaicos da Fm. Faro.
Após um novo período erosivo no Carbonífero-Mississipiano, devido à Orogenia
ra

Eoherciniana, deposita-se um novo ciclo regressivo-transgressivo-regressivo,


correspondente ao Grupo Tapajós, associado a mudanças climáticas de frio para quente e
árido. A sedimentação da seqüência se inicia com a deposição de arenitos eólicos e de
Co

wadis e folhelhos lacustres interdunas da Fm. Monte Alegre, que é o principal objetivo da
bacia. A seguir, numa relação transgressiva, se depositaram os calcários de inframaré e
evaporitos marinhos das formações Itaituba e Nova Olinda, que são os capeadores dos
ns

reservatórios Monte Alegre. A seqüência se encerra num pacote regressivo, com


sedimentação predominantemente continental de arenitos, siltitos e folhelhos avermelhados
da Fm. Andirá.
ul

O término desta seqüência é marcado por uma discordância ampla e de longa


duração, relacionada à Orogênese Gondwanide, resultado da colisão final dos continentes
ta

Laurásia e Gondwana, provocando um soerguimento que afetou a Bacia do Amazonas e se


estendeu até a Bacia do Paraná. Estima-se que cerca de 1.000m da Fm. Andirá tenham sido
removidos por erosão.
Um intenso vulcanismo básico afetou a bacia durante o Triássico e o Jurássico, na
forma de soleiras e diques de diabásio de direção geral N-S. Datações radiométricas
mostram idades variando entre 220Ma e 140 Ma, com 03 picos de maior freqüência aos 210
Ma, 180 Ma e 150 Ma. As soleiras ocorrem preferencialmente nas rochas evaporíticas e a
espessura das soleiras pode alcançar até cerca de 600m.
6
Ao final do evento tectônico conhecido como Diastrofismo Juruá (correspondente às
Orogêneses Kimmeridgiana tardia e Oregoniana, originadas pela abertura do Atlântico
Equatorial e pela subducção andina), cujos processos provocaram na bacia reativações de
fraturas pré-existentes e deformações compressivas ou cisalhantes, iniciou-se a deposição
da seqüência cretácica/terciária representada pelo Grupo Javari. No Neocretáceo
depositaram-se sedimentos fluviais arenosos da Fm. Alter do Chão, com drenagem correndo
provavelmente para oeste, em direção ao Oceano Pacífico. Com o soerguimento dos Andes,
a drenagem fluvial ficou represada, formando lagos rasos, drenados por rios meandrantes
Ob

de baixa energia, que depositaram pelitos da Fm. Solimões. A partir do Mioceno, época em
que o tectonismo andino foi mais ativo, a drenagem se inverteu, passando a correr para o
Oceano Atlântico.
ra
pa
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Co
ns
ul
ta

7
4 SISTEMA PETROLÍFERO

4.1 ROCHAS GERADORAS

Dados de pirólise Rock-Eval e de COT em amostras imaturas indicam que as


formações Pitinga, Barreirinha e Curiri são as que possuem potencial significativo para a
geração de hidrocarbonetos, em especial os folhelhos marinhos pretos silurianos da Fm.
Pitinga e devonianos da Fm. Barreirinha. Estes últimos são considerados os geradores
Ob

principais, sendo muito bem caracterizados em perfis de poços por sua alta radioatividade.
Os geradores da Fm. Pitinga têm teores de matéria orgânica (COT) em geral menores
que 2% e potencial gerador em torno de 4mg HC/g de rocha. Algumas amostras da seção
basal da formação apresentam teores de até 4% e potencial gerador de até 14mg HC/g de
ra

rocha. Os índices de hidrogênio e oxigênio mostram predominância de matéria orgânica do


tipo II. A espessura dos folhelhos varia de 20m a 40m na plataforma e chega a 120m no
depocentro.
pa

A Fm. Barreirinha pode ser dividida em 02 intervalos:


ra
I - O intervalo basal, com alta radioatividade e resistividade, apresentam teores de
matéria orgânica (COT) variando de 3% a 8%, bom potencial gerador de hidrocarbonetos
variando de 4 a 20 mg HC/g de rocha, e índices de hidrogênio entre 100 a 400 mg HC/g de
COT, indicando predominância de matéria orgânica do tipo II. A sua espessura varia de 30-
Co

40m na plataforma e 150-160m no depocentro.


II - O intervalo superior tem teores de matéria orgânica (COT) entre 1% e 2% e
potencial gerador máximo de 4mg HC/g de rocha. Os índices de hidrogênio são em geral
ns

menores que 200mg HC/g de COT e os índices de oxigênio em torno de 300mg CO2/g de
COT, indicando a predominância de matéria orgânica do tipo III. A sua espessura pode
ul

chegar a 150m no depocentro.


ta

Os folhelhos da Fm. Curiri, do Neodevoniano-Fameniano, possuem valores de


carbono orgânico entre 1% e 2% e potencial gerador de até 3mg HC/g de rocha. Dados
petrográficos e valores de índices de hidrogênio e oxigênio indicam o predomínio de matéria
orgânica do tipo III. Os geradores se encontram supermaturos nas partes mais profundas da
calha central, gradando para o estágio maturo em profundidades intermediárias e para o
estágio imaturo nas partes mais rasas das plataformas.

8
4.2 ROCHAS RESERVATÓRIOS

Os arenitos da Fm. Monte Alegre, de idade carbonífera, são considerados os


principais reservatórios da bacia. A sua distribuição é mais ou menos uniforme por toda a
bacia, com espessura variando, em geral, de 80m até o máximo de 140m no depocentro. A
sua porosidade é predominantemente secundária, com os maiores valores, em torno de
24%, ocorrendo de maneira geral nas áreas de plataforma, diminuindo em direção à parte
central da bacia. A permeabilidade chega a 1.200mD. Esta unidade está ausente nas partes
Ob

mais altas do Arco de Purus.


Com o resultado do poço 1-RUT-1-AM, foi comprovado um novo play que engloba os
reservatórios Pensilvanianos da Fm. Nova Olinda, supridos pelo gerador da Fm. Barreirinha.
Os arenitos da Fm. Nova Olinda têm espessura média de 6m a 40m e porosidade média de
ra

20%. Suas profundidades variam de 1.300m a 2.600m. Reservatórios secundários, porém


de boa qualidade, podem ser considerados tais como os arenitos devonianos da Fm.
Maecuru e os silurianos da Fm. Nhamundá.
pa

4.3 GERAÇÃO E MIGRAÇÃO


ra

A Fm. Barreirinha atinge as condições termais de início de geração de óleo em torno


de 1.800 m de profundidade. A geração deve ter se iniciado entre o Carbonífero (há 360
Ma), no depocentro da bacia, e o Permiano (há 280 Ma.), na área da plataforma. A maior
Co

parte da geração de óleo ter-se-ia completada no eotriássico. Valores de taxa de


transformação variam de 10% - 20% nas plataformas a 95% - 100% nos depocentros. A
evolução termal da matéria orgânica se deu principalmente por subsidência. O efeito térmico
ns

causado por intrusões de diabásio só foi importante em áreas em que os diques e soleiras
se achavam próximos da rocha geradora. Assim, na parte leste da bacia os folhelhos se
encontram supermaturos devido à grande quantidade de soleiras e diques que penetram na
ul

seção devoniana.
A fase principal de expulsão do óleo deve ter-se dado com o nível de maturação de
ta

aproximadamente Ro = 0,80%, condição que foi alcançada entre o Neocarbonífero, no


depocentro, e o Eopermiano, nas áreas de plataforma. Devido à pequena espessura dos
sedimentos cretáceos e terciários que ocorrem em geral na bacia, somente pequenas
quantidades de petróleo foram expelidas a partir do Jurássico. Cálculos volumétricos
preliminares indicam a possibilidade de serem expelidos da rocha-fonte cerca de 900 bilhões
de barris de óleo equivalente nas fases finais de geração/migração (GONZAGA et al., 1997).
A exemplo do que ocorre na vizinha Bacia do Solimões, acredita-se que a migração dos

9
hidrocarbonetos ocorra principalmente ao longo de planos de falha, que colocariam em
contato o gerador devoniano da Fm. Barreirinha com o principal reservatório, o arenito
carbonífero da Fm. Monte Alegre ou ainda para arenitos da Fm. Nova Olinda. Pode ocorrer
também migração direta deste gerador para reservatórios devonianos adjacentes, ou do
gerador da Fm. Pitinga para reservatórios contíguos silurianos, em ambos os casos por
contato direto ou migração lateral por meios permoporosos.

4.4 SELOS
Ob

Os calcilutitos e anidritas da Fm. Itaituba e evaporitos da Fm. Nova Olinda constituem


o selo para os arenitos da Fm. Monte Alegre e demais reservatórios carboníferos. Folhelhos
da Fm. Pitinga podem capear os arenitos silurianos da Fm. Nhamundá.
ra

4.5 TRAPAS
pa

As trapas são predominantemente estruturais, em geral feições dômicas


compressivas associadas a blocos altos de falhas reversas. Trapas associadas a
discordâncias poderão estar presentes, sejam paleogeomórficas, sejam relacionadas a
ra

truncamentos e adelgaçamentos. A Figura 4 ilustra os processos de geração, migração e


acumulação de hidrocarbonetos na Bacia do Amazonas.
Co
ns
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ta

Figura 4. Diagrama Esquemático: Geração, migração e acumulação de hidrocarbonetos


associados às fases estruturais da Bacia. (Fonte: Neves, C. A de O., 1989)

10
5 HISTÓRICO EXPLORATÓRIO

A exploração de petróleo na Bacia do Amazonas tem uma longa história, que se


iniciou com os trabalhos do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil (SGMB) e
prosseguiu com o Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) e o Conselho
Nacional do Petróleo (CNP), fundados em 1907, 1933 e 1938, respectivamente.
Com a criação da Petrobrás, em 1953, a exploração de petróleo nesta bacia teve um
grande impulso, podendo ser subdividida em diversas fases, a saber:
Ob

I - Na primeira fase, de 1953 a 1967, foram perfurados 53 poços estratigráficos e 58


poços pioneiros. Esta exploração intensificou-se bastante após a descoberta de petróleo,
ra

logo no início desta fase, nos poços 1-NO-1-AM, 1-NO-3-AM e 1-NO-4-AM (Fm. Nova
Olinda), perfurados a partir de 1953. A descoberta revelou-se sub-comercial em virtude da
pequena extensão do reservatório.
pa

Indicações de gás foram obtidas nos poços 2-CPST-1-PA (Rio Cupari), 2-BUST-1-PA
(Buiuçu), 1-CM-1-PA (Cuminá), 1-FA-1-AM (Faro), 1-FO-1-PA (Fordlândia), 2-LFST-1-AM
(Lago do Faro), 1-RX-4-AM (Rio Abacaxis) e 1-SO-1-AM (Sampaio). Indicações de óleo
ra

ocorreram nos poços 1-AM-1, 3, 6A, e 11-AM (Autás Mirim) e 1-MS-3-AM (Maués) e
indicações de óleo/gás no poço 1-AD-1A-AM (Andirá).
Deve-se ressaltar que a maioria dos poços, inclusive os pioneiros, foi perfurada,
Co

fundamentalmente, com base em dados gravimétricos, com algum suporte de dados de


Geologia de Superfície e com pouco controle sísmico, sendo locados, principalmente, às
margens dos rios para aproveitar as facilidades do deslocamento via fluvial.
ns

II - Numa segunda fase, entre 1971 e 1990, após levantamentos sísmicos


sistemáticos, foram perfurados 04 poços estratigráficos e 34 poços pioneiros, dois deles
ul

perfurados pela Pecten e pela Elf - Aquitaine sob regime de contrato de risco, além de 05
poços de extensão. As descobertas significativas de hidrocarbonetos nesta fase ocorreram
ta

nos poços 1-LT-1-AM (Lago Tucunaré) e 1-ICA-1-AM (Igarapé Cuia), em 1985, produtores
de gás e óleo, respectivamente. Boas indicações de gás ocorreram nos poços 1-BR-1A-PA
(Belterra), 1-FC-1-PA (Fazenda Cachoeira), 1-FZ-1-AM (Fazendinha), e 1-TR-1-PA (Tauari).
O poço 1-RCM-1-AM (Riacho Castanho Mirim), perfurado pela Pecten, recuperou gás em
teste de formação, porém sem registro de vazão. Boas indicações de óleo foram reportadas
nos poços 1-IJU-1-AM (Igarapé Jacuraru) e 1-PA-1-AM (Paraná do Autás-Mirim).

11
III - Uma terceira fase iniciou-se em 1996, que deve ganhar um novo impulso graças à
recente descoberta de gás, ocorrida em 1999, no poço 1-RUT-1-AM (Rio Uatumã), situado
no bloco BA-3 da Petrobrás. Esta descoberta, juntamente com as boas indicações de óleo,
observadas no poço 1-LIT-1-AM (Lago Itaúba) perfurado em 1996, abre novas e atraentes
perspectivas de se descobrir uma nova província produtora, em uma bacia de nova fronteira
de vastas dimensões.
Toda a Bacia do Amazonas foi recoberta com levantamentos gravimétricos e
magnetométricos terrestres de mais de 15 anos a nível regional e de baixa densidade (< 5
Ob

km), o que resultou em um mapa estrutural do embasamento cristalino. Foram ainda


realizados cerca de 78.065 km de levantamento sísmico 2D, 210 Km2 3D e 223.275 Km de
magnetometria em nível de reconhecimento (COPPE/UFRJ 2001).
ra

Até maio de 2006 foram perfurados 212 poços na Bacia do Amazonas, dos quais, 176
são exploratórios e 36 são de desenvolvimento ou especiais. Dos poços exploratórios, 107
são pioneiros, 61 são estratigráficos e 08 são de extensão.
pa

A bacia possui um sistema petrolífero ativo e comprovado. Diversas descobertas


foram feitas durante a história de exploração. Atualmente estão sendo desenvolvidos os
campos de Azulão e Japiim na região nordeste do setor. A disponibilidade de dados de
ra

poços mostra-se suficiente apenas em parte do setor, principalmente no centro.


Co
ns
ul
ta

12
6 FUNDAMENTOS DE GEOQUÍMICA ORGÂNICA

O estudo e avaliação do potencial petrolífero de bacias sedimentares têm sido


apoiado por um forte desempenho da geoquímica orgânica. Auxiliando na identificação de
rochas geradoras e petróleos, na caracterização do grau de evolução térmica e tipo de
matéria orgânica, reconstrução da história de geração e migração.
São apresentados neste capítulo, os fundamentos da caracterização de rochas e
petróleos, destacando as técnicas analíticas e ferramentas utilizadas nesse trabalho.
Ob

6.1 CARBONO ORGÂNICO TOTAL (%COT)

O teor de carbono orgânico refere-se à quantidade de matéria orgânica presente na


ra

rocha sedimentar. Por sua vez, esta é o resultado final da interação de fatores como a
quantidade de biomassa (autóctone e/ou alóctone) disponível para acumulação, a taxa de
sedimentação no sítio deposicional, e o grau de preservação da biomassa durante a
pa

deposição e a diagênese precoce (TISSOT e WELTE, 1984). Posteriormente, o valor de


COT também é influenciado pelo soterramento sedimentar e as reações responsáveis pela
ra
transformação da matéria orgânica em petróleo, diminuindo progressivamente ao longo da
metagênese e catagênese (TISSOT e WELTE, 1984).
De modo geral, as rochas sedimentares que apresentarem valores de COT igual ou
superior a 1%, são consideradas como rochas potencialmente geradoras de petróleo
Co

(PETERS e CASSA, 1994).

6.2 PIRÓLISE ROCK-EVAL


ns

Na Pirólise Rock-Eval, simula-se em condições físico-químicas de laboratório o


processo natural de meta/catagênese da matéria orgânica e a geração do petróleo.
ul

Utilizando pequenas amostras de rocha aquecidas em um micro-forno com atmosfera inerte


para que não ocorra combustão. As taxas de aquecimento e temperaturas usadas na pirólise
ta

(25°C/min e até 600°C respectivamente) são maiores do que as que controlam o processo
de geração na natureza (da ordem de alguns °C/Ma), a fim de compensar o pouco tempo da
análise (da ordem de 30min) (ESPITALIÉ et al., 1985). Durante o processo de aquecimento,
tem-se a liberação dos hidrocarbonetos livres porventura existente na atmosfera e o gás
carbônico gerados pelo craqueamento térmico do querogênio, sucessivamente (matéria
orgânica insolúvel presente nas rochas sedimentares). Estes gases são registrados por uma

13
unidade analógico-digital sob a forma de um pirograma, no qual podem ser observados os
três picos (denominados S1, S2 e S3) usados nos estudos geoquímicos.
O pico S1 corresponde à quantidade (mgHC/g de Rocha) de hidrocarbonetos livres
(betume), que não tenha sofrido migração e que podem ser extraídos normalmente por
solventes orgânicos, (ESPITALIÉ et al., 1985). O pico S2 corresponde à quantidade de
hidrocarbonetos (mgHC/g de Rocha) que a rocha analisada teria condição de produzir caso
o processo de maturação tivesse continuado. Finalmente, o pico S3 representa a quantidade
de dióxido de carbono (CO2) liberado pelo craqueamento térmico do querogênio e que está
Ob

presente na rocha (mgCO2/g de Rocha), (ESPITALIÉ et al., 1985).


A quantidade de hidrocarbonetos livres (S1) somado a quantidade de hidrocarbonetos
que a rocha poderia gerar, caso o processo tivesse continuado (S2), corresponde ao
ra

potencial de geração da rocha (S1+S2), cuja unidade é dada em mgHC/g de Rocha, (Smith,
1990). É fundamental citar que alguns autores não utlizam a relação de S1+S2 como
pontencial de geração, considerando apenas os valores de S2 como tal, porém, neste
pa

trabalho, utilizou-se o somatório de S1+S2 levando em consideração a capacidade total da


Formação Barreirinha na produção de hidrocarbonetos.Como a conversão do querogênio
em petróleo ocasiona uma progressiva redução do potencial gerador (S1+S2) acompanhada
ra

por um aumento progressivo da quantidade de hidrocarbonetos livres (S1), usa-se a relação


S1/S1+S2 (denominada índice de produção ou IP), como indicador do avanço do processo
de geração e do nível de maturação da rocha geradora.
Co
ns
ul
ta

Figura 5. Ciclo de Análise e exemplo de


registro obtido como resultado da Pirólise
Rock-Eval (modificado de TISSOT e WELTE,
1984).

14
A temperatura (em °C) na qual ocorre o máximo de geração de hidrocarbonetos pelo
craqueamento do querogênio é denominada de Tmax e corresponde ao grau de evolução
térmica da matéria orgânica, sendo utilizado como parâmetro de maturação. De modo geral,
as rochas termicamente imaturas apresentam valores de Tmax < 435 - 440°C e de IP < 0,1
enquanto aqueles que alcançaram o pico de geração apresentam valores de Tmax variando
entre 445 - 450°C e de IP da ordem de 0,4.
Uma vez que os picos S2 e S3 refletem, respectivamente, a quantidade de hidrogênio
e oxigênio presentes na matéria orgânica, ESPITALIÉ et al., (1985) propôs os índices de
Ob

hidrogênio (IH, obtido a partir da razão S2/COT e expresso em mgHC/g COT) e de oxigênio
(IO, calculado pela razão S3/COT e expresso em mgCO2/g COT). Estes índices, que são
correlacionáveis respectivamente às razões H/C e O/C, obtidas através de análises
ra

elementares, são o resultado da interação entre a natureza da matéria orgânica e seu grau
de preservação. De um modo geral, a matéria orgânica de origem terrestre é pobre em
hidrogênio e rica em oxigênio, enquanto a matéria orgânica de origem algálica é rica em
pa

hidrogênio (TISSOT e WELTE, 1984). Quando submetidas a condições oxidantes durante ou


logo após a deposição, a biomassa pode sofrer alteração, empobrecendo a matéria
orgânica. Os três tipos básicos de querogênio podem ser identificados com a integração de
ra

dados de IH e IO em diagramas do tipo Van Krevelen (ESPITALIÉ et al., 1985). Também


pode ser identificado o querogênio do tipo IV, porém, este corresponde à matéria orgânica
oxidada, não tendo assim nenhum potencial para geração de óleo e gás.
Co

Os querogênios do tipo III, de origem essencialmente terrestre (vegetais superiores),


caracterizam-se geralmente por baixos valores de IH (<300mgHC/gCOT) e altos de IO (>100
- 200mgCO2/gCOT). Os querogênios do tipo II, derivados predominantemente de biomassa
ns

marinha (material erbáceo, polens, esporos), apresentam valores de IH entre 400 -


700mgHC/gCOT, enquanto os querogênios do tipo I, geralmente de origem lacustre
(material algal), possuem valores mais altos de IH (>600-700mgHC/gCOT). Ambos (tipos I e
ul

II) apresentam baixos valores de IO (<100mgCO2/gCOT). Estes valores se referem apenas


as rochas geradoras imaturas, uma vez que com o avanço do processo de maturação, os
ta

valores de IH e IO tendem a diminuir, aproximando-se de zero.

15
7 MODELAGEM GEOQUÍMICA

7.1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento deste trabalho de modelagem geoquímica teve como princípio à


utilização de sessenta e oito poços (Figura 6) com análise geoquímica que atingiram a
Formação Barreirinha. Deste número total de poços, apenas três serão apresentados como
base de dados deste trabalho, de acordo com a portaria ANP nº114, de 05/072000. Os
Ob

poços 1FO 0001 PA, 1PAM 0001 AM e 2JUST 0001 AM foram selecionados por registrarem
valores elevados na maior parte das análises. A tabela completa com os valores dos poços
pode ser vistas no ANEXO1, assim como os gráficos referentes ao COT(%), Tmax(°C), IH e
ra

IO, todos relacionados com a profundidade.


Durante a interpretação dos mapas de concentração confeccionados para este
trabalho, são citados poços que não terão a base de dados disponibilizados. Esses poços
pa

estão acompanhados por (*), e seus dado culturais podem ser acessados pelo site:
www.bdep.gov.br > BDEP WebMaps > Versão em Português. Ou pelo link direto:
www.maps.bdep.gov.br/website/maps/viewer.htm
ra

Nas descrições a seguir é importante observar que na região noroeste da bacia não
há nenhum poço perfurado, tornando-se assim difícil de se obter qualquer tipo de informação
desta área. Porém, as isolinhas dos mapas de concentrações gerados nesse trabalho,
Co

atingem essa região. Isso ocorre graças ao método de interpolação dos dados provocado
pela krigagem, justamente pelo fato de não haver poços no qual o método pudesse extrair
informações. Portanto, os valores encontrados nessa porção da bacia, são valores criados
ns

estatisticamente de acordo com a malha de poços. Com isso, pode-se dizer que os valores
registrados nas proximidades dos poços são mais confiáveis do que os valores encontrados
nessa região mais afastada e sem poços.
ul

Os valores descritos como reais, correspondem aos índices obtidos através das
análises geoquímicas realizadas nas amostras coletadas nos poços, ou seja, indicam o valor
ta

da análise sem alteração. Já os valores das isolinhas encontrados nos mapas,


correspondem aos valores reais interpolados geoestatísticamente pelo método de Krigagem,
ou seja, são valores geoestatísticos e interpretativos.

16
Mapa de Localização
dos Poços
Formação Barreirinha - Bacia do Amazonas

Figura 6
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W

µ
Ob

2°0'0"N 2°0'0"N
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su

0 150 300 450 600

km
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W
lta

Mapa de localização da
Bacia do Amazonas Legenda:

Poços

1FO 0001 PA

1PAM 0001 AM

2JUST 0001 AM

Outros
7.2 MAPA DE ESPESSURA DA FORMAÇÃO BARREIRINHA

O mapa de espessura da Formação Barreirinha serve como referência para todos os


mapas de análise geoquímica confeccionados como comparação. É interessante saber qual
a espessura da formação no ponto de concentração de uma determinada análise. Isso
facilita o entendimento do processo evolutivo dos fatores que influenciam a geoquímica. Por
exemplo, se em uma determinada área, a quantidade de COT (%) encontrado estiver acima
da média da formação, é possível avaliar a espessura da formação naquela área para que
Ob

se possa entender e/ou justificar o alto valor de COT. Se a espessura for considerada
pequena para a quantidade de COT encontrado, então, pode-se dizer que ocorreu algum
processo anômalo de deposição de material orgânico. Caso a espessura naquele ponto seja
ra

considerada acima da média, os altos valores de COT podem ser justificados por haver uma
maior área de acumulação de material orgânico.
No mapa de espessura da Formação Barreirinha (Figura 7), pode-se visualizar três
pa

regiões de maior aporte sedimentar (A, B e C).


Na região A, localizada na porção central do mapa, a espessura varia de 140 a 240m.
É interessante observar que a espessura da formação diminui gradativamente no sentido
ra

nordeste, formando um trend deposicional. Esse trend está de total acordo com a deposição
dos sedimentos da bacia do amazonas que seguem a calha central, corroborado na
literatura. O poço 1AR 0001A AM* registra os valores reais de espessura desta região.
Co

Localizado na porção sudeste do mapa, a região B apresenta espessura sedimentar que


varia de 140 a 200m, onde os valores reais são registrados no poço 1SP 0001 AM*. A região
C, localizada no extremo leste do mapa, registra o ponto mais espesso da formação
ns

barreirinha, variando de 160 a 340m. O poço 1GU 0002 PA* registra os valores reais de
espessura dessa região.
ul
ta

18
Mapa de Espessura (metros)

Formação Barreirinha - Bacia do Amazonas

Figura 7
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W

µ
Ob

2°0'0"N 2°0'0"N
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2°0'0"S 2°0'0"S
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6°0'0"S 6°0'0"S
su

0 150 300 450 600

km
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W
lta

Mapa de localização da Legenda:


Bacia do Amazonas
Poços Espessura (metros)

1FO 0001 PA 20 140 260


40 160 280
1PAM 0001 AM
60 180 300
2JUST 0001 AM
80 200 320
Outros 100 220 340
Principais Áreas 120 240
de Maior Espessura
7.3 MAPA DE CONCENTRAÇÃO DE CARBONO ORGÂNICO TOTAL (COT)

O teor de carbono orgânico (%COT) refere-se à quantidade de matéria orgânica


presente na rocha sedimentar. Por sua vez, este é o resultado final da interação de fatores
como a quantidade de biomassa (autóctone e/ou alóctone) disponível para acumulação, a
taxa de sedimentação no sítio deposicional, e o grau de preservação da biomassa durante a
deposição e a diagênese precoce (TISSOT e WELTE, 1984)
No mapa de concentração para COT (Figura 8), os valores das isolinhas variam de
Ob

0,4 a 5,2%, lembrando que, de modo geral, as rochas sedimentares que apresentarem
valores de COT igual ou superior a 1%, são consideradas como rochas potencialmente
geradoras de petróleo (PETERS e CASSA, 1994). No mapa, são observadas três
ra

concentrações principais (A, B, e C).


A concentração A está localizada na porção oeste do mapa, apresentando valores de
isolinhas variando entre 2,2 e 3,8% onde o poço 1PAM 0001 AM (COT = 3,93%) registra o
pa

valor real desta concentração, assim como o poço 1RX0001 AM* por exemplo.
Localizada na porção centro-norte do mapa, a concentração B possui valores de
isolinhas que variam de 3,6 a 5,2%, cujos valores reais desta concentração estão
ra

registrados nos poços 2JUST 0001 AM (COT = 5,36%), 2NAST 0001 PA* e 2UMST 0001
AM*. A concentração C, localizada na porção nordeste do mapa, possui valores de isolinhas
que variam de 2,6 a 3,4%, nos quais os poços 2LIST 0001R AP* e 2IBST 0001A AP* são
Co

representantes dessa faixa de concentração.


ns
ul
ta

20
Mapa de Concentração
- Carbono Orgânico Total (%COT) -
Formação Barreirinha - Bacia do Amazonas

Figura 8
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W

µ
Ob

2°0'0"N 2°0'0"N
ra

C
pa

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2°0'0"S 2°0'0"S
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6°0'0"S 6°0'0"S
su

0 150 300 450 600

km
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W
lta

Mapa de localização da Legenda:


Bacia do Amazonas
Poços COT(%)
0,4 1,8 3,0 4,2
1FO 0001 PA
0,6 2,0 3,2 4,4
1PAM 0001 AM
0,8 2,2 3,4 4,6
2JUST 0001 AM 1,0 2,4 3,6 4,8
Outros 1,2 2,6 3,8 5,0

Principais 1,4 2,8 4,0 5,2


Concentrações 1,6
7.4 MAPA DE CONCENTRAÇÃO DE S1

Os valores de S1 correspondem à quantidade (mgHC/g de Rocha) de


hidrocarbonetos livres (betume), que não tenha sofrido migração e que podem ser extraídos
normalmente por solventes orgânicos (ESPITALIÉ et al., 1985).
De acordo com o mapa de concentração para o S1 (Figura 9), a média dos valores de
hidrocarbonetos livres variam entre 0,1 e 2,3 mgHC/g de Rocha. Em grande parte da bacia,
há um domínio de valores entre 0,1 e 0,6 mgHC/g de Rocha. Porém, são observadas três
Ob

regiões principais de concentrações de S1. Essas concentrações estão localizadas nas


porções oeste (A), centro-norte (B) e leste (C) da Bacia.
A concentração A, localizada na porção oeste da bacia, apresenta isolinhas cujos
ra

valores variam entre 1,0 a 1,8 mgHC/g de Rocha. O poço 1PAM 0001 AM, situado nessa
região, registra um índice de S1 equivalente a 1,88 mgHC/g de Rocha.
A concentração B, localizada no setor centro-norte, apresenta menor variação de
pa

isolinhas de S1 se comparada à concentração A. Seus valores vão de 1,0 a 1,4 mgHC/g de


Rocha, nos quais os poços 1LSA 0001 AM* e 2UMST 0001 AM* por exemplo, registram
valores próximos ao limite superior desta faixa de concentração. Localizada na porção leste,
ra

encontra-se a concentração C, que apresenta os maiores valores de isolinhas de S1,


variando de 1,1 a 2,3 mgHC/g de Rocha. Seu valor máximo real está registrado no poço
1FO 0001 PA (S1 = 2,53 mgHC/g de Rocha) sendo este o mais elevado de toda a formação.
Co

É interessante observar que dentre as três concentrações identificadas no mapa, a


que ocupa a área mais ampla é a B. Graças à pequena variação observada, apresentando-
se com uma distribuição mais gradacional de hidrocarbonetos livres. Por sua vez, a
ns

concentração C ocupa uma área menor, porém com maior variação dos valores de S1.
ul
ta

22
Mapa de Concentração
- S1 (mgHC/g de Rocha) -
Formação Barreirinha - Bacia do Amazonas

Figura 9
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W

µ
Ob

2°0'0"N 2°0'0"N
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2°0'0"S 2°0'0"S
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su

0 150 300 450 600

km
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W
lta

Mapa de localização da Legenda:


Bacia do Amazonas
Poços S1 (mgHC/g de Rocha)
1FO 0001 PA 0,1 1,3 1,9
0,7
1PAM 0001 AM 0,2 0,8 1,4 2,0
0,3 0,9 1,5 2,1
2JUST 0001 AM
0,4 1,0 1,6 2,2
Outros
0,5 1,1 1,7 2,3
Principais 1,2 1,8
Concentrações
0,6
7.5 MAPA DE CONCENTRAÇÃO DE S2

Os valores de S2 correspondem à quantidade de hidrocarbonetos (mgHC/g de


Rocha) que a rocha analisada teria condição de produzir caso o processo de maturação
tivesse continuado, (ESPITALIÉ et al., 1985).
O mapa de concentração para S2 (Figura 10), apresenta valores que variam de 1 a 18
mgHC/g de Rocha. Pode-se destacar duas concentrações principais, chamadas de A e B.
A Concentração A, localizada na porção centro-norte da bacia, apresenta uma área
Ob

com os maiores valores de isolinhas de S2 em toda a Formação Barreirinha, variando de 11


até 18 mgHC/g de Rocha. Essas isolinhas são definidas, principalmente, pelo valor real
registrado no poço 2JUST 0001 AM (S2 = 19,05 mgHC/g de Rocha).
ra

Localizada na porção oeste, a concentração B comporta-se como um prolongamento


associado à concentração A, porém, com uma área menor e com variação dos valores de
isolinhas entre 8 e 13 mgHC/g de Rocha. O poço 1PAM 0001 AM registra 9,55 mgHC/g de
pa

Rocha para S2, entretanto, outros poços associados a essa concentração, apresentam
valores discrepantes, resultando em uma média inferior a concentração A. Essa diferença é
registrada, por exemplo, nos poços 1AM 0015 AM* e 1AM 0007 AM*.
ra
Co
ns
ul
ta

24
Mapa de Concentração
- S2 (mgHC/g de Rocha) -
Formação Barreirinha - Bacia do Amazonas

Figura 10
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W

µ
Ob

2°0'0"N 2°0'0"N
ra
pa

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2°0'0"S 2°0'0"S
ra
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6°0'0"S 6°0'0"S
su

0 150 300 450 600

km
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W
lta

Mapa de localização da Legenda:


Bacia do Amazonas
Poços S2 (mgHC/g de Rocha)

1FO 0001 PA
1 7 13
1PAM 0001 AM 2 8 14

2JUST 0001 AM 3 9 15
4 10 16
Outros
5 11 17
Principais
Concentrações 6 12 18
7.6 MAPA DE CONCENTRAÇÃO DO POTENCIAL DE GERAÇÃO (PG)

A quantidade de hidrocarbonetos livres (S1) somado a quantidade de hidrocarbonetos


que a rocha poderia gerar, caso o processo de maturação tivesse continuado (S2),
corresponde ao potencial de geração da rocha (S1+S2) cuja unidade é dada em mgHC/g de
Rocha, (SMITH, 1990). Devido a esse somatório, é possível estabelecer uma relação entre o
mapa de concentração para S1+S2 e o mapa de concentração para S1 e/ou S2. Quando
essa comparação é feita pode-se observar uma grande semelhança entre os mapas de
Ob

S1+S2 e S2, no qual as isolinhas seguem um mesmo padrão e apresentam os mesmo


pontos de concentração. Isso é justificado pelos valores reais de S1 serem muito inferiores
aos valores reais de S2, influenciando pouquíssimo no potencial de geração da formação e
ra

fazendo com que os valores de S2 e de S1+S2 estejam muito próximos. Sendo assim, os
mapas de S1+S2 e S2, são relativamente semelhantes.
O mapa de concentração para o Potencial de Geração (Figura 11), apresenta valores
pa

de isolinhas que variam entre 1 e 19 mgHC/g de Rocha. São observadas duas


concentrações principais chamadas de A e B, assim como no mapa de S2.

A concentração A, localizada na porção centro-norte do mapa, tem uma variação dos


ra

valores de isolinhas entre 12 e 19 mgHC/g de Rocha. O Poço 2JUST 0001 AM registra um


valor real de 20,10 mgHC/g de Rocha para o potencial de geração (S1=1,05 mgHC/g de
Rocha e S2=19,05 mgHC/g de Rocha). A concentração B, localizada na porção oeste do
Co

mapa, apresenta valores de isolinhas que variam de 9 a 14 mgHC/g de Rocha. O poço


1PAM 0001 AM registra um valor real de 11,43 mgHC/g de Rocha para o potencial de
geração (S1=1,88 mgHC/g de Rocha e S2=9,55 mgHC/g de Rocha). Em ambos os poços, o
ns

potencial de geração é alavancado pelos valores de S2.


ul
ta

26
Mapa de Concentração
- Potencial de Geração (mgHC/g de Rocha) -
Formação Barreirinha - Bacia do Amazonas

Figura 11
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W

µ
Ob

2°0'0"N 2°0'0"N
ra
pa

!
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2°0'0"S 2°0'0"S
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on
!
!

6°0'0"S 6°0'0"S

0 150 300 450 600


su

km

64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W


lta

Mapa de localização da Legenda:


Bacia do Amazonas
Poços Potencial de Geração (PG)

1FO 0001 PA 1 8 14
2 9 15
1PAM 0001 AM
3 10 16
2JUST 0001 AM
4 11 17
Outros 5 12 18

Principais 6 13 19
Concentrações 7
7.7 MAPA DE CONCENTRAÇÃO DO ÍNDICE DE PRODUÇÃO (IP)

Os valores de S1/S1+S2 (denominada Índice de Produção ou IP) indicam o avanço do


processo de geração e do nível de maturação da rocha geradora, em outras palavras,
significa uma progressiva redução do potencial de geração (S1+S2) acompanhada por um
aumento progressivo da quantidade de hidrocarbonetos livres (S1), (ESPITALIÉ et al.,
1985).
No mapa de concentração do Índice de Produção (Figura 12), são apresentados
Ob

valores entre 0,1 e 2,3. Na porção oeste do mapa, as isolinhas variam de 0,1 até 0,5, porém,
na porção leste, são observadas duas concentrações, chamadas de A e B.
A concentração A, localizada na porção centro-leste, tem valores de isolinhas que vão
ra

de 0,8 a 1,8, cujo poço 2CPST 0001 PA*, registra o valor real do índice de produção nesta
concentração. Localizada na porção mais a leste da bacia, está a concentração B, que
apresenta valores de isolinhas variando de 1,0 a 2,3, indicando assim, que esta
pa

concentração possui os maiores valores de índice de produção em toda a formação. O poço


2XUST 0001 PA*, registra valores dentro da faixa de variação da concentração.
ra
Co
ns
ul
ta

28
Mapa de Concentração
- Índice de Produção (IP) -
Formação Barreirinha - Bacia do Amazonas

Figura 12
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W

µ
Ob

2°0'0"N 2°0'0"N
ra
pa

!
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!
2°0'0"S 2°0'0"S
ra
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A
on
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!

6°0'0"S 6°0'0"S
su

0 150 300 450 600

km
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W
lta

Mapa de localização da Legenda:


Bacia do Amazonas
Poços Índice de Produção (IP)

1FO 0001 PA 0,1 0,7 1,3 1,9


1PAM 0001 AM 0,2 0,8 1,4 2,0

2JUST 0001 AM 0,3 0,9 1,5 2,1


0,4 1,0 1,6 2,2
Outros
0,5 1,1 1,7 2,3
Principais
Concentrações 0,6 1,2 1,8
7.8 MAPA DE CONCENTRAÇÃO DE S3

Os valores de S3 correspondem à quantidade (mgCO2/g de Rocha) de dióxido de


carbono (CO2) liberado pelo craqueamento térmico do querogênio e que está presente na
rocha (ESPITALIÉ et al., 1985).
O mapa de concentração para S3 (Figura 13), apresenta valores de isolinhas que
variam de 0,2 a 3,2 mgCO2/g de Rocha. Na porção oeste do mapa, observa-se uma menor
freqüência de isolinhas de S3 e uma grande quantidade de poços perfurados. Essa relação
Ob

explica-se graças à pequena variação dos valores reais de S3 registrados pelos poços, que
vão de 0,2 até 1,0 mgCO2/g de Rocha. Por conseqüência, um menor número de isolinhas
são definidas. Nas demais partes da bacia são identificadas três concentrações (A, B e C)
ra

com valores superiores a 1,1 mgCO2/g de Rocha.


A concentração A, localizada na porção central da bacia, apresenta isolinhas de S3
que variam de 1,6 a 2,2 mgCO2/g de Rocha e seus valores reais são comprovados pelo
pa

poço 1AR 0001A AM*.


A concentração B, localizada na porção centro-norte, tem seus valores de isolinhas
variando de 1,2 a 1,6 mgCO2/g de Rocha. O poço 1CM 0001 PA* registra valores próximos a
ra

essa concentração.
Localizada na porção centro-sul da bacia, a concentração C, apresenta o maior valor
de isolinhas de S3 do mapa, com índices que vão de 1,6 até 3,2 mgCO2/g de Rocha. Nesta
Co

concentração, o maior valor de S3 é registrado pelo poço 1FO 0001 PA (S3 = 3,68 mgCO2/g
de Rocha).
ns
ul
ta

30
Mapa de Concentração
- S3 (mgCO2/g de Rocha) -
Formação Barreirinha - Bacia do Amazonas

Figura 13
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W

µ
Ob

2°0'0"N 2°0'0"N
ra
pa

!
B !

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! !
! ! !
!
2°0'0"S 2°0'0"S
A
ra
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C
on
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6°0'0"S 6°0'0"S
su

0 150 300 450 600

km
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W
lta

Mapa de localização da Legenda:


Bacia do Amazonas
Poços S3 (mgCO2/g de Rocha)

1FO 0001 PA 0,2 1,4 2,6


1PAM 0001 AM 0,4 1,6 2,8

2JUST 0001 AM
0,6 1,8 3,0
0,8 2,0 3,2
Outros
1,0 2,2
Principais
1,2 2,4
Concentrações
7.9 MAPA DE CONCENTRAÇÃO DA TEMPERATURA MÁXIMA (TMAX)

A temperatura (em °C) na qual ocorre o máximo de geração de hidrocarbonetos pelo


craqueamento do querogênio é denominada de Tmax e corresponde ao grau de evolução
térmica da matéria orgânica, sendo utilizado como parâmetro de maturação, (ESPITALIÉ et
al.,1985).
No mapa de concentração para Temperatura Máxima (Figura 14), os valores das
isolinhas variam de 350 a 445°C, entretanto, é interessante observar que em grande parte
Ob

da Formação Barreirinha, o Tmax varia entre 400 e 445°C. Esses valores são justificados
pelo efeito térmico causado por intrusões de diabásio, no qual os diques e soleiras
localizavam-se próximos da rocha geradora ou mesmo dentro dela. Assim, podemos
ra

identificar duas regiões de maior elevação térmica (A e B).


A concentração A, localizada na porção central da bacia, apresenta valores de
isolinhas que variam de 405 a 435°C. Os poços 1PAM 0001 AM e 2JUST 0001 AM
pa

registram valores reais de 430 e 421,13°C, respectivamente. Entretanto, no centro dessa


concentração, há uma região apresentando baixa anomalia térmica, apresentando valores
entre 350 e 395°C, possivelmente, uma área pouco atingida pelos diques e soleiras de
ra

diabásio. O poço 1AR 0001A AM* registra os valores desta zona fria.
A concentração B, localizada no limite leste da bacia, apresenta o maior pico terminal,
com valores que variam de 405 a 445°C. Os folhelhos encontrados nessa região estão
Co

supermaturos devido à grande quantidade de soleiras e diques que penetram na seção


devoniana.
ns
ul
ta

32
Mapa de Concentração
- Temperatura Máxima (°C) -
Formação Barreirinha - Bacia do Amazonas

Figura 14
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W

µ
Ob

2°0'0"N 2°0'0"N
ra

B
pa

A !
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2°0'0"S 2°0'0"S
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6°0'0"S 6°0'0"S
su

0 150 300 450 600

km
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W
lta

Mapa de localização da Legenda:


Bacia do Amazonas
Poços Tmax (°C)

1FO 0001 PA 350 375 400 425


1PAM 0001 AM 355 380 405 430

2JUST 0001 AM 360 385 410 435


365 390 415 440
Outros
370 395 420 445
Principais
Concentrações
7.10 MAPA DE CONCENTRAÇÃO DO ÍNDICE DE HIDROGÊNIO (IH)

Os valores do Índice de Hidrogênio (IH) são calculados através da razão S2/COT e


expresso em mgHC/g COT, isso se deve ao fato dos valores de S2 refletirem a quantidade
de hidrogênio presente na matéria orgânica, (ESPITALIÉ et al.,1985). É importante destacar
que quanto maior o valor de IH torna-se mais favorável a existência de óleo.
No mapa de concentração do Índice de Oxigênio (Figura 15), apresenta valores que
variam de 20 a 320 mgHC/g COT. Na porção leste da bacia, o número de isolinhas é muito
Ob

restrito devido aos valores reais registrados nos poços, estarem a baixo de 20 mgHC/g COT.
Além disso, são identificadas quatro concentrações de IH (A, B, C e D).
A concentração A, localizada na porção nordeste do mapa, apresenta valores de
ra

isolinhas que vão de 80 a 180 mgHC/g COT, no qual o poço 1IA 0001 PA*, registra o maior
valor desta concentração.
A concentração B, localizada na porção centro-norte da bacia, apresenta isolinhas de
pa

valores entre 160 e 320 mgHC/g COT, sendo esta a região com a maior concentração de IH.
O poço 2JUST 0001 AM registra 337,75 mgHC/g COT, sendo este o maior valor real do
índice de hidrogênio.
ra

A concentração C, localizada na porção centro-oeste do mapa, pode ser entendida


como uma extensão da concentração B. Os valores das isolinhas nessa área variam de140
a 240 mgHC/g COT, onde o poço 1PAM 0001 AM registra 186,35 mgHC/g COT como valor
Co

real de IH. Localizada na porção sudoeste, a concentração D tem isolinhas que variam de
100 a 200 mgHC/g COT, tendo o seus valores registrados pelo poço 1RU 0002 AM*.
ns
ul
ta

34
Mapa de Concentração
- Índice de Hidrogênio (mgHC/g de COT) -
Formação Barreirinha - Bacia do Amazonas

Figura 15
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W

µ
Ob

2°0'0"N 2°0'0"N
ra
pa

!
A !

B !
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2°0'0"S 2°0'0"S
ra
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D
on
!
!

6°0'0"S 6°0'0"S
su

0 150 300 450 600

km
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W
lta

Mapa de localização da Legenda:


Bacia do Amazonas
Poços
Índice de Hidrogênio (mgHC/g COT)
1FO 0001 PA 20 140 240
1PAM 0001 AM 40 160 260

2JUST 0001 AM 60 180 280


80 200 300
Outros
100 220 320
Principais
Concentrações 120
7.11 MAPA DE CONCENTRAÇÃO DO ÍNDICE DE OXIGÊNIO (IO)

Os valores do Índice de Oxigênio (IO) são calculados pela razão S3/COT e expresso
em mgCO2/g COT, isso se deve ao fato dos valores de S3 refletirem a quantidade de
oxigênio presente na matéria orgânica, (ESPITALIÉ et al.,1985). É interessante destacar que
quanto maior o valor do IO, mais favorável é para existência de gás natural.
Os valores das isolinhas no mapa de IO (Figura 16) variam de 10 a 230 mgCO2/g
COT. A porção oeste da bacia, mesmo com maior número de poços, apresenta uma
Ob

pequena variação do IO que vai de 10 a 50 mgCO2/g COT. Na poção leste da bacia,


encontra-se uma variação ainda mais inferior, cujos índices vão de 10 a 30 mgCO2/g COT.
Ambos os casos, são justificados pelas proximidades dos valores de IO registrados pelos
ra

poços. Na poção central da bacia, encontram-se os maiores valores de IO, distribuídos em


três concentrações principais (A, B e C).
A concentração A, localizada na porção centro-norte do mapa, tem valores de
pa

isolinhas entre 70 a 160 mgCO2/g COT e está representada, por exemplo, pelo poço 1CM
0001 PA*. Na concentração B, localizada na porção central do mapa, são observados dois
picos de isolinhas com valores máximos de 130 e 140 mgCO2/g COT e valor mínimo de 90
ra

mgCO2/g COT, registrados pelos poços 1AR 0001A AM* e 1JUT 0001 PA*. A concentração
C, localizada na poção centro-sul do mapa, apresenta valores de 90 a 230 mgCO2/g COT. O
valor real de IO desta concentração é de 243,90 mgCO2/g COT, registrado pelo poço 1FO
Co

0001 AM.
ns
ul
ta

36
Mapa de Concentração
- Índice de Oxigênio (mgCO2/g de COT) -
Formação Barreirinha - Bacia do Amazonas

Figura 16
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W

µ
Ob

2°0'0"N 2°0'0"N
ra
pa

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A !

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2°0'0"S 2°0'0"S
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C
on
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6°0'0"S 6°0'0"S
su

0 150 300 450 600

km
64°0'0"W 60°0'0"W 56°0'0"W 52°0'0"W
lta

Mapa de localização da Legenda:


Bacia do Amazonas
Poços Índice de Oxigênio (mgCO2/g de COT)

1FO 0001 PA 10 70 130 190

1PAM 0001 AM 20 80 140 200


30 90 150 210
2JUST 0001 AM
40 100 160 220
Outros
50 110 170 230
Principais 60 120 180
Concentrações
8 Considerações Finais

O tratamento de dados de Pirólise de Rock-Eval e Carbono Orgânico Total dos poços


que atingiram a Formação Barreirinha na Bacia do Amazonas permitiu a geração de um
Modelo Geoquímico. Esse tipo de modelagem é muito importante e apresenta resultados
que se aproximam do real quando aplicadas a bacias sem registros de grandes campos de
hidrocarbonetos, ou seja, são dados confiáveis e que mostram a realidade geoquímica da
bacia.
Ob

Os dados gerados neste trabalho ao serem comparados com os registrados pela


literatura, nos permitem identificar as melhores áreas para exploração de hidrocarbonetos.
Os resultados obtidos através do tratamento dos dados de COT(%), Índice de Hidrogênio
ra

(IH), Tmax (°C), Índice de Produção (S1/S1+S2), S1 e S2 (mgHC/g de Rocha) são


fundamentais para definição dessas áreas.
De modo geral, é aceito que as rochas sedimentares devem apresentar valores de
pa

COT superiores a 1% para serem consideradas como rochas potencialmente geradoras de


petróleo. Valores abaixo de 1% COT têm condições baixas em potencial geração. O
resultado final do tratamento de dados de COT para a Formação Barreirinha indica um valor
ra

médio de 2,66% COT para toda a formação podendo atingir valores superiores a 5% em
algumas regiões, mostrando que as rochas sedimentares são potencialmente geradoras.
Utilizando os valores de IH (mgHC/g COT), pode-se avaliar o potencial gerador da
Co

matéria orgânica presente em cada amostra de rocha. Pode-se dizer que o IH < 200mgHC/g
COT tem potencial para geração de gás, valores de IH variando entre 200 – 300mgHC/g
COT, tem potencial para gás e condensado e valores de IH > 300mgHC/g COT aparesentam
ns

potencial para óleo.


Os resultados obtidos para o índice de hidrogênio (IH) na modelagem geoquímica deste
trabalho, apresentam valores abaixo de 200mgHC/g COT, indicando que o potencial gerador
ul

da bacia é para gás. O que confirma a veracidade dessa modelagem é o fato de até hoje só
terem sido descobertos campos de gás na Bacia do Amazonas, como os campos de Japiim
ta

e Azulão.
As rochas termicamente imaturas apresentam valores Tmax < 435 - 440°C e de Índice
de Produção (IP) < 0,1 enquanto aqueles que alcançaram o pico de geração apresentam
valores de Tmax variando entre 445 - 450°C e de IP da ordem de 0,4. Os resultados da
modelagem apontam uma média da ordem 0,2 de IP, em algumas regiões esse valor pode
ser superior a 0,4, justificado por alguma forte alteração da matéria orgânica. O valor médio
de Tmax encontrado nessa modelagem é de 430°C. Entretanto, as anomalias termais

38
associadas às intrusões de diabásio são responsáveis pelos valores superiores a 1 IP e
também por valores superiores a 430°C de Tmax.
Os valores de S1 e S2 (mgHC/g de Rocha) são fundamentais para se entender
quanto de óleo a bacia gerou e quanto ele poderia gerar caso o processo de maturação
tivesse continuado. Porém, os valores de S1 encontrados na Formação Barreirinha, são
considerados muito baixo. O que significa que a bacia é termicamente imatura, exceto nas
zonas de intrusões de diabásio. Os valores de S2 < 5,0mgHC/g de Rocha, podem ser
considerados como baixo e moderado potencial de geração, e valores entre 5-10mgHC/g de
Ob

Rocha, tem um bom potencial de geração e valores acima de 10mgHC/g de Rocha são
considerados com um excelente potencial de geração. Neste trabalho registra-se o valor
médio de 5mgHC/g de Rocha para S2. Indicando um bom potencial de geração caso o
ra

processo de maturação tivesse continuado.


De modo geral, as principais áreas observadas nos mapas confeccionados neste
trabalho, mostram uma concentração elevada de Carbono Orgânico Total (%COT), S1, S2,
pa

Potencial de Geração (mgHC/g de Rocha), Índice de Produção (IP), S3 (mgCO2/g COT),


Temperatura Máxima (Tmax °C), Índice de Hidrogênio (mgHC/g de Rocha) e Índice de
Oxigênio (mgCO2/g COT) são encontradas nas proximidades dos poços 1FO 0001 PA,
ra

1PAM 0001 AM e 2JUST 0001 AM, indicando assim uma favorabilidade geoquímica para
geração de hidrocarbonetos nessas áreas.
Co
ns
ul
ta

39
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Anais XXXV C.B.G Belém-Pará, 1988. vol. 5 p. 2161-2172.

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Petrolífero. Convênio COPPE/UFRJ - ANP. Rio de Janeiro-RJ, 1999.
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COUTINHO, L. F. P., GONZAGA, F. G. - Evolução Tectonossedimentar e


Termomecânica da Bacia do Amazonas. Anais XXXIX CBG. 1996 p. 342-346.
ra

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Amazonas - Bol. Geoc. Petrobras, nº 1 vol. 8 jan/mar 1994 p. 47-55.
pa

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Revista Brasileira de Geociências - vol. 35 ed. temática especial - dezembro de 2005, p. 35-
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ra

GONZAGA, F. G., GONÇALVES, F. T. T., COUTINHO, L. F. C. - Modeling of


Generation and Migration in the Amazonas Basin,Brazil AAPG/ABGP Joint Research
Co

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Brasil.
ns

MILANI, E. J., ZALÁN, P. V. - The Geology of Paleozoic Cratonic Basins and


Mesozoic Interior Rifts of Brazil - AAPG Int. Conf. & Exhibition 1998 - Rio de Janeiro-Brazil -
Short Course Coord. Carminatti M.
ul

MOSSMANN, R., FALKENHEIN, F. U. H., GONÇALVES, A., NEPOMUCENO FILHO,


ta

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Petroleum Provinces of the World: AAPG Memoir 40 1986 p. 207-241.

NEVES, C. A. DE O. - O Estado da Arte: Prospectos Potenciais e Áreas Prioritárias


para Exploração na Bacia do Amazonas - I Seminário de Interpretação Exploratória - Sintex -
Petrobrás - Depex maio/89, p. 13-23.

40
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - Bacia do Amazonas, Relatório de Integração,
Contrato ANP/UFBA,1998, Relatório Restrito.

WANDERLEY FILHO, J. R., RICI, J. A., JUCÁ, G. A. C. - Halocinese na Região do


Rio Tapajós, Bacia do Amazonas- Anais XXXV C. B. G. Belém, Pará, 1988 v. 5 p. 2150-
2160.
Ob
ra
pa
ra
Co
ns
ul
ta

41
Ob

ANEXO 1
ra
pa

Dados de Análise Geoquímica

dos Poços
ra
Co
ns
ul
ta

42
1FO 0001 PA

Prof. COT S1 S2 PG IP S3 Tmax IH IO

198,00 0,53
216,00 1,00 6,17 1,84 8,01 0,77 0,61 497 184,00 61,00
357,00 0,75 3,94 0,97 4,91 0,80 0,62 483 129,33 82,67
708,00 0,63
822,00 0,68
846,00 0,40
Ob

978,00 0,49
1008,00 0,83 1,10 0,60 1,70 0,65 0,39 466 72,29 46,99
1023,00 0,72 1,34 0,62 1,96 0,68 0,43 474 86,11 59,72
1110,00 0,53
1119,00 1,00 3,75 1,34 5,09 0,74 0,82 419 134,00 82,00
ra
1128,00 0,93 2,53 0,81 3,34 0,76 0,60 468 87,10 64,52
1140,00 0,83 1,84 0,77 2,61 0,70 0,63 452 92,77 75,90
1146,00 1,03 2,58 0,69 3,27 0,79 0,57 465 66,99 55,34
1178,00 0,24
1278,00 1,78 2,30 0,62 2,92 0,79 4,00 383 34,83 224,72
1308,00 1,20 0,89 0,34 1,23 0,72 3,74 409 28,33 311,67
pa

1323,00 1,57 3,50 0,80 4,30 0,81 3,53 380 50,96 224,84
1341,00 1,60 3,44 1,12 4,56 0,75 3,43 367 70,00 214,38
1356,00 1,21 4,68 2,41 7,09 0,66 3,87 421 199,17 319,83
1362,80 0,36
ra
1362,80 0,41
1362,80 0,43
1368,00 1,03 3,11 1,85 4,96 0,63 3,20 406 179,61 310,68
1383,00 0,97 3,59 1,77 5,36 0,67 2,85 428 182,47 293,81
1392,00 0,88 3,57 1,91 5,48 0,65 2,99 437 217,05 339,77
1428,00 1,61 7,19 2,73 9,92 0,72 4,08 415 169,57 253,42
Co

1531,20 0,06
1531,20 0,19
ns
ul
ta
1PAM 0001 AM

Prof. COT S1 S2 PG IP S3 Tmax IH IO

288,00 0,09
300,00 0,18
318,00 0,26
333,00 0,16
357,00 0,30
384,00 0,02
Ob

420,00 0,06
612,00 0,05
630,00 0,07
645,00 0,27
663,00 0,50
ra
669,00 0,34
708,00 0,21
720,00 0,18
744,00 0,39
747,00 0,54
792,00 0,62
pa

819,00 0,29
840,00 0,22
882,00 0,32
921,00 0,29
ra
1002,00 0,18
1032,00 0,32
1071,00 0,11
1083,00 0,24
1095,00 0,33
1110,00 0,33
Co

1144,00 0,19
1149,00 0,25
1154,00 0,15
1227,00 0,65
1245,00 0,73
ns

1251,00 1,24 0,27 0,65 0,92 0,29 0,53 429 52,42 42,74
1260,00 2,02 0,82 1,61 2,43 0,34 0,47 429 79,70 23,27
1263,00 2,03 0,64 1,19 1,83 0,35 0,57 429 58,62 28,08
1275,00 5,10 2,56 12,86 15,42 0,17 0,46 430 252,16 9,02
ul

1281,00 4,92 2,64 13,92 16,56 0,16 0,47 430 282,93 9,55
1287,00 5,27 2,31 12,43 14,74 0,16 0,40 430 235,86 7,59
1290,00 6,26 2,81 15,86 18,67 0,15 437 253,35
1293,00 6,22 2,63 16,39 19,02 0,14 0,64 428 263,50 10,29
ta

1296,00 5,54 2,26 11,00 13,26 0,17 0,71 428 198,56 12,82
1332,00 0,94 0,17 0,66 0,83 0,20 0,30 432 70,21 31,91
1341,00 0,85
1356,00 0,58
2JUST0001 AM

Prof. COT S1 S2 PG IP S3 Tmax IH IO

127,00 0,23
151,00 0,50 0,88 0,33 429 176,00 66,00
196,00 0,64 0,30 0,22 546 46,88 34,38
250,00 0,13
376,50 0,33
Ob
376,80 0,34 0,14 0,18 0,32 0,44 0,04 52,94 11,76
451,90 0,31
505,00 0,46 0,11 0,36 0,47 0,23 0,16 428 78,26 34,78
508,00 0,35 0,54 0,54 0,00 0,17 536 154,29 48,57
514,00 0,34
517,00 0,28 0,10 0,51 0,61 0,16 0,15 423 182,14 53,57
ra

532,00 0,32 0,05 0,25 0,30 0,17 78,13


535,00 0,10
550,00 0,20 0,01 0,06 0,07 0,14 0,18 429 30,00 90,00
557,00 2,50 0,30 11,39 11,69 0,03 1,15 425 455,60 46,00
579,00 0,19
pa
580,00 0,10 0,06 0,17 0,23 0,26 170,00
584,00 0,45
587,50 5,87 1,65 24,59 26,24 0,06 2,70 419 418,91 46,00
594,00 0,12
600,00 0,25 0,08 0,51 0,59 0,14 0,13 425 204,00 52,00
ra

628,00 0,21 0,03 0,08 0,11 0,27 0,11 421 38,10 52,38
632,00 0,08
634,50 0,09
635,70 1,39 0,15 2,94 3,09 0,05 0,06 430 211,51 4,32
636,00 2,80 0,12 7,97 8,09 0,01 0,97 433 284,64 34,64
Co
637,30 0,06
637,30 0,09
645,00 0,19 0,11 0,19 0,30 0,37 0,09 100,00 47,37
651,00 0,83 0,07 2,93 3,00 0,02 1,15 435 353,01 138,55
663,00 0,72 0,08 0,52 0,60 0,13 0,07 428 72,22 9,72
ns
666,00 0,69 0,10 3,00 3,10 0,03 1,09 437 434,78 157,97
673,00 0,85 0,66 1,17 1,83 0,36 0,12 433 137,65 14,12
675,00 0,91 2,04 0,61 438 224,18 67,03
751,00 1,08 0,55 1,05 1,60 0,34 0,14 435 97,22 12,96
752,00 0,77 0,45 3,47 3,92 0,11 0,17 438 450,65 22,08
ul

829,00 3,53 0,08 9,33 9,41 0,01 0,79 423 264,31 22,38
829,00 4,64 0,81 11,79 12,60 0,06 422 254,09
832,00 5,14 1,54 16,74 18,28 0,08 0,94 423 325,68 18,29
838,00 5,88 0,97 13,90 14,87 0,07 0,32 419 236,39 5,44
ta

841,00 5,79 0,58 15,77 16,35 0,04 0,56 420 272,37 9,67
859,00 7,04 1,97 38,26 40,23 0,05 0,70 419 543,47 9,94
862,00 6,80 1,87 34,19 36,06 0,05 0,57 419 502,79 8,38
868,00 4,09 0,60 12,39 12,99 0,05 0,96 424 302,93 23,47
901,00 1,18 0,13 1,19 1,32 0,10 0,26 424 100,85 22,03
916,00 0,73 0,12 0,82 0,94 0,13 0,30 427 112,33 41,10
943,00 0,84 0,18 0,96 1,14 0,16 0,30 427 114,29 35,71
1019,00 0,67 0,18 0,48 481 26,87 71,64
1091,00 1,04 1,96 0,25 440 188,46 24,04
1169,00 0,32
1192,00 1,85 0,05 4,71 4,76 0,01 0,32 423 254,59 17,30
2JUST0001 AM

Prof. COT S1 S2 PG IP S3 Tmax IH IO


1195,00 1,32 0,07 3,62 3,69 0,02 0,21 422 274,24 15,91
1201,00 1,26 0,17 4,33 4,50 0,04 0,43 437 343,65 34,13
1204,00 1,18 0,11 3,24 3,35 0,03 0,44 434 274,58 37,29
1208,00 0,91 1,73 0,25 436 190,11 27,47
1210,00 1,00 0,15 1,11 1,26 0,12 0,74 427 111,00 74,00
1216,00 0,51
1222,00 0,60 0,08 0,99 1,07 0,07 0,11 430 165,00 18,33
Ob

1237,00 1,26
1252,00 0,93 0,13 0,98 1,11 0,12 0,54 423 105,38 58,06
ra
pa
ra
Co
ns
ul
ta

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