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A FILOSOFIA tem, pelo menos, 2.500 anos! São vinte e cinco séculos de
BUSCA DA SABEDO-RIA... Como "filia" (busca amorosa) que é, a "filosofia" nasce do
conhecimento prévio da própria ignorância em que vivem os homens e da qual o preceito
"conhece-te a ti mesmo!" é a mais solene advertência. Esse paradoxo saber-e-não-saber -
percorre toda a história da filosofia.
Mas, pensar que FILOSOFIA fica apenas no "desejo" de saber é uma atitude
reducionista. Ela é conhecimento: é CIÊNCIA, é LOGOS. É a arte da demonstração da
verdade: é LÓGICA, é retórica. É o saber acerca do próprio saber: é CRÍTICA e
EPISTEMOLOGIA. É a procura dos fundamentos e causas do ser: é ONTOLOGIA.
Ciência do ser enquanto ser, a Filosofia é a mais universal e desinteressada de todas as
ciências: é METAFÍSICA. Na procura da compreensão abre-se para perceber o mundo: é
COSMOLOGIA. No mundo, encontra o homem e interroga sobre ele: é
ANTROPOLOGIA. Dá critérios ao agir humano: é ÉTICA. E quando, querendo ser como
a teologia, busca a compreensão da realidade por excelência, Deus: é TEODICÉIA, coroa
e ápice.
A Filosofia é isso e muito mais. Ela é totalizante.
INTRODUÇÃO
Assim como as definições, as divisões da FI-LOSOFIA são igualmente várias.
Dependem da conceituação adotada.
A FILOSOFIA terá no decorrer dos séculos, um conjunto de preocupações, indagações
e interesses específicos... Deste ponto de vista, sugerimos a seguinte divisão:
I = FILOSOFIA ANTIGA, compreendendo os principais períodos da Filosofia grega, pois
tais períodos definiram os campos da investigação FILOSÓFICA na Antiguidade;
II = AS OUTRA ETAPAS, onde a Filosofia manifesta e exprime os problemas e as
questões em cada época em uma sociedade.
Em qualquer tempo, a FILOSOFIA enfrentando o NOVO e oferecendo caminhos,
respostas e pro-pondo perguntas, faz sua história. E assim pode-mos dividi-Ia.
PERÍODOS DA FILOSOFIA
2. PERÍODO SOCRÁTlCO
Do final do séc. V a.c. e todo o séc. IV a.c., quando a Filosofia investigava as questões
humanas, isto é, a ÉTICA, a POLÍTICA e as TÉCNICAS. Por es-tas questões, o nome
período ANTROPOLÓGICO.
Sócrates e seu discípulo Platão, dão ênfase ao AUTOCONHECIMENTO e às IDÉIAS.
Floresce a democracia e surge a figura política do CIDADÃO.
OS sofistas, professores remunerados, pela arte da persuasão, ensinavam aos jovens que
o mais importante era ser cidadão e que a filosofia era inútil.
3. PERÍODO SISTEMÁTICO
Do final do séc. IV a.c. ao final do séc. III a.c., quando a Filosofia busca reunir e
sistematizar tudo quanto foi pensado sobre a Cosmologia e a Antropologia, interessando-
se sobretudo em mostrar que tudo pode ser objeto do CONHECIMENTO filosófico,
desde as leis do pensamento (LÓGICA) aos critérios da verdade e da Ciência.
Cada campo do conhecimento é uma CIÊNCIA (ciência em grego, é "episteme"). A
lógica é um instrumento para a ciência. E a ciência das coisas divinas é a TEOLOGIA.
Este período chama-se SINTÉTICO porque busca a síntese dos conhecimentos de então
e ARIS-TÓTELES é o nome principal.
4. PERÍODO HElÊNICO
O período helênico ou helenismo, ou ainda grego-romano, vai do final do séc. II a.c. até
o séc. VI d.C. Neste longo período, que já alcança Roma e o pensamento dos primeiros
Padres da Igreja, a Filosofia se ocupa sobretudo com as questões da ética, do
conhecimento humano e das relações entre o homem e a Natureza e de ambos com Deus.
II - AS OUTRAS ETAPAS I Do séc. I d.C até hoje
Compreende seis grandes etapas: a Filosofia PATRÍSTICA, a MEDIEVAL, a Filosofia
da RENASCEN-ÇA, a Filosofia MODERNA, o ILUMINISMO e a Filosofia
CONTEMPORÂNEA.
Assim, pelo fato de estar na História e ter uma história, a Filosofia costuma ser
apresentada em grandes períodos. Vejamos.
FILOSOFIA NA ANTIGUIDADE
A filosofia nasce na Grécia, no século V a.C.,
com os filósofos pré-socráticos procurando
encontrar o princípio do universo e com os
sofistas praticando a retórica...
A atividade filosófica enquanto abordagem racional surge no contexto cultural grego se
expressando inicialmente como tentativa de explicar a realidade do mundo sem recorrer à
mitologia e à religião. É o período dos chamados filósofos pré-socráticos, de cujas obras
nos restaram apenas alguns fragmentos.
Dentre esses filósofos, alguns vão explicar o mundo apelando para uma arqué, ou seja, o
elemento constitutivo básico do qual a totalidade do universo seria constituída. Note-se
que a grande preocupação é que haja um princípio ordenador, que dê ordem ao universo.
Esses filósofos são chamados de fisiólogos, pois buscam explicar a fisis, a natureza
material. Assim, para Anaxágoras, o elemento primordial são as sementes que se
encontram misturadas no caos e são, em seguida, ordenadas pela Inteligência, formando
o cosmos; já para Anaximandro, esse princípio é o infinito; para Anaxímenes, é o ar;
para Tales de Mileto, a água; para Heráclito, o fogo; para Parmênides, é o ser; para
Empédocles são quatro elementos em combinação: a terra, a água, o ar e o fogo; para
Demócrito, era o átomo; e para Pitágoras, o número.
Um outro grupo de filósofos pré-socráticos já tinha uma preocupação mais voltada para
a vida dos homens. Foram os chamados sofistas, porque eram professores ambulantes de
retórica e oratória e foram acusados de estarem mais interessados em convencer pela
persuasão, com sacrifício atéda verdade, do que pela demonstração rigorosa da mesma.
Entre os sofIstas se destacaram Górgias, que era cético, achando que não se pode
conhecer a verdade, e Protágoras que entendia ser o homem a medida de todas as
coisas, todo conhecimento dependendo de cada indivíduo que conhece, não se podendo
chegar, pois, a uma verdade universal.
Sócrates, Platão e Aristóteles são os
pensadores clássicos da Grécia dos séculos
V e IV a.C. e que constituíram a filosofia
como metafísica, fornecendo os alicerces de
toda a tradição filosófica do Ocidente
ARISTOTELISMO
ARISTÓTELES( 385 – 322 )
M
PRESSOCRATISMO
Í TALES ( 640 – 547 )
T
SOFÍSTICA HELENISMO
I PROTÁGORAS ( 480 – 411 )
GÓRGIAS ( 485 – 380 )
C SOCRATISMO
A SÓGRATES (479 – 399 )
HOMERO
HESÍODO PLATONISMO
PLATÃO( 420 – 348 )
FILOSOFIA NA ERA
CRISTÃ
ARISTIPO (280-208)
ESTOICISMO ZENÃO DE CÍTIO (340-284)
ESCOLÁSTICA
ALBERTO MAGNO ( 1206-1230)
TOMISMO
TOMÁS DE AQUINO (1225-1274)
NOMINALISMO
AL FARABI (872-950) GUILERME DE OCCAM (1295-1350)
AVICENAS (980-1037)
AVERRÓIS (1126-1198) STO. ANSELMO (1023-1109)
ROGER BACON (1210-1294)
FILOSOFIA NO
RENASCIMENTO
MONALISA
VISÃO GERAL
FILOSOFIA NO RENASCIMENTO
O Renascimento promove uma volta direta
à cultura grega, rejeitando as contribuições
da Idade Média e inaugurando a era
moderna: séculos XV a XVII.
O naturalismo aristotélico que Santo Tomás pôs à disposição dos pensadores ocidentais
dos séculos XIV e XV foi, na realidade, um dos elementos substantivos para a revolução
cultural e filosófica que iria ocorrer com o Renascimento. É que, no aristotelismo, a
natureza para existir e funcionar prescindia da intervenção divina, sendo assim
incompatível com a visão teocêntrica da Idade Média. Abriam-se assim as portas para o
cosmocentrismo e para o antropocentrismo: os elementos centrais da realidade e,
conseqüentemente, da reflexão filosófica são o mundo natural e o homem, e não mais
Deus. A era moderna se caracterizará, com efeito, por desenvolver uma concepção na qual
a natureza física e o homem ocuparão o centro.
Mas estavam influindo também outros elementos que atuam no contexto sociocultural
dessa época e que ajudam a explicar as grandes trans-formações que ocorreram. Assim, é
grande a contribuição que dará a matemática árabe, que é introduzida na Europa pelas
invasões dos árabes na península ibérica. A matemática herdada da Grécia era muito
limitada, com poucas possibilidades enquanto instrumental técnico-operativo e lógico; seu
poder se multiplica com as contribuições da álgebra.
Ocorreu ainda uma grande transformação sócio-econômica: o feudalismo entrando em
declínio e desenvolvendo-se o mercantilismo e o colonialismo. Esse desenvolvimento no
plano econômico estimula inventos e descobertas no plano tecnológico, ampliando-se o
poder de manipulação que o homem exercia sobre a natureza. Estavam lançadas as bases
do capitalismo, que surgia como novo modo de organização da produção.
Por outro lado, houve significativas reformulações também no plano político, os príncipes
começando a se unir à burguesia e a se opor ao poder centralizado dos reis e dos papas.
Começaram a se formar as nações que se contrapunham aos grandes impérios. Cabe
referir-se ainda às transformações que se deram na própria religião. A Reforma Protestante
se insere nesse quadro de afIrmação do racionalismo individualista.
A grande revolução cultural que deu início à época moderna é marcada assim, no plano
filosófico, por um incisivo racionalismo e pelo naturalismo que se expressam: no âmbito
econômico, pelo capitalismo; no âmbito religioso, pelo protestantismo; e no âmbito social,
pelo individualismo burguês.
Estavam assim dadas as condições para o redimensionamento geral da perspectiva
filosófica. Apesar das pretensões alardeadas pelos renascentistas, não havia como
reproduzir a cultura grega, fazendo-a renascer. Na realidade, o que se retomou, com
renovado vigor, foi o racionalismo naturalista grego, agora instrumentalizado à altura
para possibilitar a superação da metafísica enquanto ciência das essências.
SUPERVISÃO FILOSÓFICA 4
FILOSOFIA NO RENASCIMENTO (Séc. XIV - XVI )
NATURALISMO
POMPONAZZI (1462-1525
G. BRUNO (1548-1600) HOBBES (1588-1676)
CAMPANELLA (1538-1639) BACON (1561-1626)
TELÉSIO (1509-1584) LOCKE ( 1632-1794)
BERKELEY ( 1565-1753)
HUMANISMO
ERASMO ( 1469-1536)
T. MOURS ( 1473-1535)
MAQUIAVÉL (1469-1527)
LUTERO (1488-150)
CALVINO (1532-1592)
MONTAIGNE (1532-1592) COPÉRNICO ( 1473-1543)
NICOLAU DE CUSA ( 1401-1464
PLATONISMO
PLETON ( 1365-1450)
PICO DELLA M. (1403-1494)
FICÍNO (1433-1499
FILOSOFIA NA
MODERNIDADE
FILOSOFIA NA MODERNIDADE
A era moderna elabora um grande projeto de
revolução cultural: o projeto iluminista que
se marca pela consolidação de uma filosofia
racionalista e pelo surgimento da ciência
(séculos XVII e XVIII)
A Idade Moderna se caracterizou no plano filosófico-cultural por um projeto iluminista:
tudo o que se faz é feito com a convicção de que as luzes da razão natural iluminam os
homens, eliminando as trevas da ignorância. Por meio dos conhecimentos obtidos
racionalmente, os homens não apenas se esclarecerão individualmente como ainda poderão
construir uma sociedade mais adequada e justa.
Esse projeto iluminista da filosofia, conduzido sob o mais exigente racionalismo, se
iniciou por duas grandes vias. De um lado, praticando-se uma filosofia crítica,
encarregada de superar a metafísica no plano teórico, mostrando a sua inviabilidade; de
outro, criando uma nova forma de conhecimento, a ciência, que substituiria o saber das
essências pelo saber dos fenômenos.
Assim, enquanto as preocupações da filosofia antiga e medieval eram ontológicas, as
preocupações da filosofia moderna são epistemológicas, ou seja, tratava-se, antes de
tudo, de avaliar qual a verdadeira capacidade de o homem conhecer a realidade que o
circunda.
Duas foram as orientações pelas quais se expressou a nova postura crítica da filosofia:
uma, a do racionalismo idealista que defendeu a posição de que o conhecimento
verdadeiro só é possível na intuição intelectual que se dá no ato de reflexão, ou seja, no
momento em que o sujeito pensante apreende seu próprio ato de pensar. É nesse
momento que se tem a evidência racional, único critério capaz de garantir a certeza do
conhecimento. Tomaram essa orientação Descartes, Malebranche, Espinosa e Wolff.
Uma vez garantida a evidência, é até possível reconstruir a metafísica, uma metafísica
idealista...
A outra orientação, assumida por pensadores como Bacon, Locke, Berkeley e Hume,
consistiu, ao contrário, na defesa da posição segundo a qual o único conhecimento
possível e válido é aquele que se tem por intermédio de idéias formadas a partir das
impressões sensíveis. Trata-se de um racionalismo empirista.
Para além dessas orientações filosóficas, formou-se ainda um saber novo, a ciência.
Tratava-se de um conhecimento diferente do conhecimento metafísico, pois, embora
seja impossível à razão atingir a essência das coisas, ela pode atingir os fenômenos das
mesmas, ou seja, sua manifestação empírica à consciência dos homens. Nomes como
Copérnico, Galileu, Kepler e Newton, entre tantos outros, nos lembram pesquisadores
trabalhando fora das universidades e produzindo novas explicações dos vários aspectos
da natureza, mediante uma postura ao mesmo tempo teórica e prática. Adotam uma nova
metodologia para seu conhecimento: um método simultaneamente matemático e
experimental. Esse novo conhecimento, além de seu alcance explicativo, no plano
teórico, revelava-se também muito fecundo pelo seu alcance técnico, no plano prático.
Permitia ao homem construir equipamentos por meio dos quais se ampliava seu poder
de manipulação do mundo.
N o século XVIII, o criticismo de Kant representou a tentativa de sintetizar essas várias
orientações e movimentos do iluminismo. Kant desenvolveu uma teoria do
conhecimento tal que integrava aspectos do idealismo e do empirismo. Insistia em que o
conhecimento pressupõe formas lógicas anteriores à experiência sensível, mas estas só
exerciam alguma função se aplicadas sobre conteúdos empíricos fornecidos pela
experiência.
Mas a síntese kantiana também se desdobrou, deixando uma dupla herança: uma que,
via Fichte, Schelling e Hegel, voltou à metafísica idealista, priorizando novamente o
sujeito e a intuição intelectual; a outra, priorizando o objeto e a experiência sensível, se
desenvolve como uma justificativa epistemológica da ciência, sobretudo com Comte.
SUPERVISÃO FILOSÓFICA 5
FILOSOFIA NA MODERNIDADE (Séc. XVI - XVIII)
LEIBNIZ ( 1646-1716)
ESPINOSA ( 1632-1677)
RACIONALISMO
IDEALISTA ROUSSEAU ( 1712-1779)
DESCARTES ( 1596-1650)
MALEBRANCHE ( 1638-1715) WOLFF ( 1659-1754)
PASCAL ( 1513-1632)
ILUMINISMO CRITICISMO
VOLTAIRE ( 1694-1773) KANT ( 1724-1804)
FILOSOFIA CONTEMPORÂNIA
No século XIX, assistimos ao fecundo
desdobramento da ciência, o surgimento de
novas perspectivas filosóficas que lançam
as raízes da filosofia contemporânea
O século XIX foi talvez o século mais fértil para a cultura filosófica, uma vez que ciência e
filosofia adquiriram sua autonomia plena e grandes , desdobramentos se dão em ambas as
frentes.
No âmbito da ciência, três aspectos se destacam: 1. grande desenvolvimento das ciências
naturais, sobretudo das ciências físico-químicas; 2. , as ciências biológicas adquirem uma
dimensão histórica em função da descoberta do caráter evolutivo da vida; e 3. formam-se
as ciências humanas (psicologia, sociologia, economia, política, história, antropologia,
geografia etc.) pela extensão do uso do método científico aos diversos aspectos da vida dos
homens.
Essa fecundidade do conhecimento científico toma igualmente fecundo o positivismo que
vai inspirar várias vertentes filosóficas que repercutiram no século XX: o evolucionismo,
o pragmatismo, o vitalismo e o cientificismo.
Já no âmbito da fIlosofia, multiplicam-se as novas orientações: na linha do subjetivismo,
surge a fenomenologia (Husserl, Scheler); a genealogia (Nietzsche); procurando unir a
dialética hegeliana com o naturalismo, a sociologia e a economia, surge o marxismo
(Feuerbach, Marx, Engels); buscando explorar a psicologia e o naturalismo, surge a
psicanálise (Freud, Jung).
SUPERVISÃO FILOSÓFICA 6
FILOSOFIA NO SÉCULO XIX
HEGEL ( 1770- 1831
IDEALISMO
DIALÉTICO
SAHELLING ( 1775-1854)
FICHTE (1762-1814
MARXISMO
CIÊNCIAS MARX ( 1818-1883)
HUMANAS ENGELS ( 1820-1895)
FEUERBACH ( 1804-1872)
NIETZSCHE ( 1844-1900)
PIAGET ( 1900-1980
DURKHEIM ( 1858-1917)
TRANS-POSITIVISMO
FILOSOFIA
CONTEMPORÂNIA
FILOSOFIA CONTEMPORÂNIA
O século XX: acentua-se a preocupação
com o conhecimento e com o sentido da
existência do homem
O século XX foi e continua sendo um período marcado por conquistas, contradições e
retrocessos em todos os planos. Duas guerras mundiais e centenas de conflitos bélicos
regionais o abalaram diuturnamente. As conseqüências desses conflitos são cada vez mais
desastrosas devido ao desenvolvimento e à sofisticação tecnológica dos armamentos. Os
esforços diplomáticos não impedem os conflitos políticos e econômicos que opõem entre
si as nações. Fortes ideologias provocam confrontos radicais: fascismo, nazismo,
socialismo, capitalismo. Se o sistema colonial desmoronou, a exploração econômica dos
países periféricos pelos países centrais se amplia e se aprofunda, dividindo os povos em
ricos dominantes e pobres dominados. Ocorre um incontrolável desenvolvimento técnico-
industrial que, ao mesmo tempo que resolve problemas básicos do homem, cria outros
tantos novos, dos quais perde o controle.
A ciência está na base de toda essa revolução permanente em que se transformou a
civilização ocidental no século XX. É o século da terceira revolução industrial, a da
tecnologia eletrônica e da cibernética, pela qual os homens ampliam o poder do
próprio cérebro.
No âmbito fIlosófIco, ocorre também uma multiplicidade de manifestações. Sem
dúvida, a ciência parece ser a principal preocupação da maioria dos filósofos. Assim,
quase todas as tendências filosófIcas contemporâneas dedicam espaço à discussão do
conhecimento científico, de modo especial àquele relacionado com as ciências
humanas.
Assim, é florescente a orientação neopositivista da filosofia que aborda
especialmente o discurso da ciência como seu tema, tratando das questões formais da
linguagem e da lógica utilizadas nesse discurso. Pensadores como Carnap, Popper,
Wittgenstein, Ayer, Russell, entre outros, além de manterem um pressuposto
cientifIcista de base - "só a ciência é conheci-mento verdadeiro e válido" -, entendem
que a única atividade especifIca-mente filosófIca é proceder à análise técnica e
rigorosa da linguagem da ciência.
Mas uma outra tendência, também herdeira do positivismo, dedica-se à
compreensão da atividade científIca, embora se preocupando menos com seus aspectos
formais. Trata-se do racionalismo transpositivista e é praticado no âmbito da reflexão
ftlosófica iniciada por filósofos/cientistas como Bruns-chvicg, Koyré, Poincaré,
Meyerson, Piaget, Bachelard, Kuhn, Feyerabend.
As preocupações relacionadas com o objeto e o método das ciências humanas
provocaram a emergência de tendências filosóficas que desenvolvem reflexões tanto
sobre os fundamentos epistemológicos como sobre o seu objeto. É o caso do
estruturalismo, que se formou a partir da inspiração da metodologia das ciências
semiológicas, especialmente da lingüística. Busca construir uma epistemologia válida
para todo o campo das ciências humanas. Assim, Lévi-Strauss o aplica à antropologia e
à etnologia; Godelier, à economia; Lacan, à psicologia; Dumezil, à história.
SUPERVISÃO FILOSÓFICA 7
FILOSOFIA NO SÉCULO XX
HUSSERL (1859-1938)
KIERKEGAARD (1813-1855)
FENOMENOLOGIA EXISTENCIALISMO HEIDEGGER (1905-1982)
SARTRE (1905-1980)
MAX SCHELLER (1874-1928)
HERMENÊUTICA RICOEUR ( 1913)
MERLEAU-PONTY (1808-1961)
DIALÉTICA
GRAMSCI (1891-1937)
HABERMAS (1929)
FREUD (1856-1939) TEORIA CRÍTICA MARCUSE (1908-1980)
ADORNO ( 1903-1959)
PSICANÁLISE
LÉVI-STRAUSS (1908)
ESTRUTURALISMO POPPER (1902)
SAUSSURE (1857-1913)
LINGUÍSTICA WITTGENSTEIN (1859-1951)
NEO POSITIVISMO
CARNAP (1891-1970)
UNIDADE II. 2
2. PROCURANDO CONCEITUAR...
É a ciência do transcendente, do que está para além do mundo da experiência. É a
ciência dos fundamentos, ciência fundamental.
Aristóteles propõe como objeto da filosofia primitiva as primeiras causas e princípios,
o ente conquanto ente, a primeira substância.
A Metafísica é, ao mesmo tempo, LÓGICA, ONTO-LOGIA, e TEOLOGIA. Por
outras palavras, a METAFÍSICA é "ONTO-TEO-LÓGICA".
É Ontologia porque é a ciência do ente enquanto ente, e enquanto busca os primeiros
princípios e causas do ser; é Teologia por-que na busca de compreender depara-se com
o "ato puro de ser" (Deus) a fonte dos seres; é Lógica porque procura conhecer os
princípios e as causas das coisas que é o "lógos" dos seres. E "Lógos" é a
inteligibilidade.
3.ONTOLOGIA
Vem do grego "on" e "lógica". Estudo do ser.
Ontologia, num sentido comum é o tratado do ser, ou mais exatamente do ente
enquanto ente. Estuda as propriedades mais gerais do ente enquanto tal; e busca nos
entes, saber o que é o ser.
A Ontologia tem por objeto, pois, o ENTE enquanto ente.
A Ontologia converte-se em METAFÍSICA: inteligibilidade integral dos entes do
mundo da nossa experiência.
4. CONCLUSÃO...
É a ciência primeira, isto é, a ciência que tem por objeto, o objeto comum a todas as
ciências: o Ser.
Metafísica é a filosofia buscando os fundamentos do Real, da realidade.
Entrada da metafísica
Os filósofos também criaram termos metafísícos, que
não se referem àquilo de que se constitui a realidade,
mas a como está organizada e como funciona. Alguns Léxico
dos termos metafísicos mais famosos são 'idéias' ou
'formas', 'substância', 'essência', 'categorias', 'espírito', Metafísica é um ramo
'mônadas' e 'númeno'. Deus também é um conceito da filosofia que estuda a
metafísico. constituição. a função e a
Os filósofos, é claro, criaram todo tipo de teoria organização da realidade
sobre a realidade. Cada novO sistema filosófico em geral.
requer um novo conjunto de termos metafísicos para O termo também é usado
descrever sua versão da realidade. Alguns desses mais especificamente para
termos metafísicos são bem estranhos! Para você se referir aos aspectos da
compreender a filosofia do ser e a metafísica, segue- realidade que não podem
se uma sinopse de como as idéias metafísicas ser observados e medidos.
surgiram e se transformaram no decorrer da história. como Deus e a virtude.
Isso o ajudará a ver por que as idéias metafísicas são
importantes.
Ser leva a conhecer
Esse argumento, conhecido como 'prova ontológica' da existência de Deus, mostra que,
quando você aprofunda a idéia de ser, a questão do conhecer vem à tona. Em outras
palavras, aceitar ou não determinada explicação da realidade depende em parte de como
você conhece as coisas e de corno a capacidade de conhecer as coisas se adapta à questão
do ser.
Mas eu estou me adiantando. Você terá de esperar até o Capítulo 3 para ver como o
estudo do conhecimento se enquadra na filosofia em geral. Por enquanto, a idéia é que o
que pensamos sobre o conhecimento influencia nosso pensamento sobre Deus.
Ser e pensamento
Muitos filósofos no Ocidente associaram Deus com o conhecimento. Alguns
afirmaram que o conhecimento humano não é capaz de compreender Deus, de modo
que temos de aceitar sua existência com base na fé. Outros sustentaram que o
conhecimento revela a existência de Deus.
Um dos exemplos mais espantosos desta segunda
Sabedoria em ação
visão foi apresentado pelo filósofo Baruch Spinoza,
Use o vitalismo para
que acreditava que a própria matéria conseguia
explicar por que as coisas
pensar! Ele acreditava que coisas como rochas e água
vivem se perdendo ou se
e árvores e azulejos - toda a realidade - estão vivas e
quebrando.
são capazes de conhecer - uma visão denominada
Diga que o vaso antigo de
'vitalismo'.
sua mãe estava tão
desesperado que não quis
Não apenas a realidade consegue pensar, disse mais existir; ele saltou da
Spinoza, mas a própria realidade é Deus. Deus e mesa e se espatifou no
natureza, para Spinoza, são dois lados da mesma chão enquanto você
moeda. passava por lá.
Formas de ser
Eis algumas das idéias mais importantes propostas pelos filósofos para compreender o
ser e seu funcionamento:
Santo Tomás de Aquino A realidade foi criada por Deus de acordo com Seu plano
(confirmado pela 'prova ontológica').
1. significa "existe, de modo que a pergunta se refere à existência da realidade e pode ser
transcrita como: "O que existe?";
2. PROCURANDO CONCEITUAR...
TEORIA DO CONHECIMENTO vem a ser o estudo reflexivo e crítico da origem, da
natureza, dos limites e do valor do conhecimento.
Estudo reflexível e crítico.
Certo é que o estudo do Conhecimento (a Gnosiologia no sentido genérico) abrange o
estudo dos vá-rios aspectos sob os quais o conhecimento se pode considerar: o aspecto
lógico, psicológico e crítico. Mas, é desse último - o crítico - que se ocupa a
Gnosiologia, tal como a entende a maioria dos autores que no séc. XX se servem dessa
palavra, atual-mente em voga.
Em sentido mais restrito, a gnosiologia vale o mesmo que crítica, ou teoria do
CONHECIMENTO: parte da filosofia que trata do problema crítico, isto é, do valor
objetivo do Conhecimento. Daí surge o CRITICISMO.
3. CRITICISMO
Essa palavra vem de "CRÍTICA". A palavra "crítica" vem de "crisis", julgar, juiz
(grego).
É a posição dos filósofos que reconhecem a legitimidade do problema crítico e para os
quais, portanto, a crítica, ou a Teoria do Conhecimento é legítima ou até necessária,
como pressuposto e base de toda a ulteriores investigações filosóficas. Ou seja,
CRITICISMO é um julgamento apurado que inicia o ato de filosofar. Neste sentido o
Criticismo, aparece em to-dos os filósofos.
4. GNOSE
Como vimos, GNOSE é, etimologicamente, CONHECIMENTO (clássico).
É, originalmente, a ação de conhecer, aprender. Características dominantes:
a) é uma forma de conhecer a verdade;
b) é uma dádiva, um Dom iluminativo;
c) esse conhecimento é de origem divina.
A questão do conhecimento é permanente na própria experiência e determinação
racional do homem e, universal na reflexão filosófica.
O conhecimento representa o fundamento da vida mental e consciente e seu
significado central.
Para ARISTÓTELES, o conhecer é a relação entre o sujeito conhecedor e o objeto
conhecido.
5. CONCLUINDO...
Tudo começa com uma pergunta: Podemos ter um conhecimento exato do mundo
em que vivemos? As respostas são muitas: o homem pode conhecer tudo; não
podemos conhecer nada, conhecemos apenas parte da realidade; etc.
Conhecer é APRENDER um objeto... Essa apreensão se verifica mediante uma
construção que o sujeito elabora a partir dos elementos sensíveis deter-minados pelo
objeto. O conhecimento resulta, pois, primeiramente da atividade de EU sobre a
realidade.
Atualmente surgem os problemas:
Conhecimento e comunicação; Conhecimento e
vida; Conhecimento e Ideologia; Conhecimento e História, etc.
A Teoria do Conhecimento constitui-se como par-te autônoma de Filosofia a partir
da KANT (1724-1804) que elaborou a mais completa teoria filosófica sobre o
conhecimento.
O CONHECIMENTO
..........A verdade é um dos temas mais difíceis de tratar, e não apenas em filosofia.
Todo o ser humano, de alguma forma, julga estar de posse da verdade, pelo menos
naquilo que é fundamental para ele: a sua religião, o seu partido, a sua equipa de
futebol, os seus amigos, etc. Por outro lado, os poucos exemplos apontados bastam
para ficarmos conscientes das divergências que podem existir no que respeita à
verdade: as guerras religiosas, as guerras partidárias, a oposição entre adeptos, etc.,
tudo em nome de verdades diferentes.
Como se pode constatar, aquilo que se estuda nos cursos de graduação em filosofia
com o nome de Teoria do Conhecimento corresponde mais exatamente à chamada
Crítica, estando separada da Lógica e Filosofia da Ciência, como disciplina autônoma.
A Teoria do Conhecimento tem por objetivo buscar a origem, a natureza, o valor e os
limites do conhecimento, da faculdade de conhecer. Às vezes o termo usado ainda
como sinônimo de epistemologia, o que não é exato, pois a mesma é mais ampla,
abrangendo todo tipo de conhecimento, enquanto que a epistemologia limita-se ao
estudo sistemático do conhecimento científico, sendo por isso mesmo chamada de
filosofia da ciência.
1. Os principais problemas da Teoria do Conhecimento
Pode-se fazer uma divisão didática da Teoria do Conhecimento, baseada nos
problemas principais enfrentados por ela:
•A possibilidade do conhecimento
•A origem do conhecimento
•A essência do conhecimento
•As formas do conhecimento
•O valor do conhecimento (o problema da verdade)
Se há conhecimento humano, existe a verdade, porque esta nada mais é do que a
adequação da inteligência com a coisa (segundo a concepção aristotélico-tomista).
Com a existência da verdade, há conseqüentemente a existência da certeza, que é
passar a inteligência à verdade conhecida. A inteligência humana tende a fixar-se na
verdade conhecida. Metodologicamente, há primeiramente o conhecimento, depois a
verdade, e finalmente a certeza. Tal tomada de posição perante o primeiro problema
da crítica, é chamado de dogmatismo, sendo defendida por filósofos realistas, como
por exemplo, Aristóteles e Tomás de Aquino.
Se, ao contrário, se sustentar que a inteligência permanece, em tudo e sempre, sem
nada afirmar e sem nada negar, i.é, sem admitir nenhuma verdade e nenhuma certeza,
sendo a dúvida universal e permanente o resultado normal da inteligência humana, está
se defendendo o ceticismo.
Para o idealismo o ente, i.é, o ente transcendental compões-se somente de idéias. Para
o materialismo, somente matéria. Para o realismo, idéias e matéria. Para o
racionalismo, é razão.
Entre todos os animais, nós, os seres humanos, somos os únicos capazes de criar
e transformar o conhecimento; somos os únicos capazes de aplicar o que
aprendemos, por diversos meios, numa situação de mudança do conhecimento;
somos os únicos capazes de criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com
ele registrar nossas próprias experiências e passar para outros seres humanos. Essa
característica é o que nos permite dizer que somos diferentes dos gatos, dos cães, dos
macacos e dos leões.
Exemplo:
Descobrir uma vacina que evite uma doença; descobrir como se dá a respiração dos
batráquios.
UNIDADE II. 4
LÓGICA
Os filósofos empregam os termos 'moral' e 'ética' para se referir ao modo como as pessoas
deveriam agir. Um ato moral ou um ato ético é o que é certo de se fazer. Um ato imoral ou
antiético é errado. Perguntas sobre como agir, portanto, são também perguntas sobre o
bom e o ruim.
O campo da ética é uma área filosófica vital atualmente, como foi para os gregos antigos.
Das questões relacionadas aos Dez Mandamentos à clonagem genética, os temas morais e
éticos interessam não apenas àqueles que têm como profissão pensar nessas coisas, mas
também às pessoas comuns como você. As punições judiciais deveriam ser aplicadas com
base nas circunstâncias particulares de uma pessoa? Ou, independentemente das
diferentes situações, existem padrões e julgamentos ideais aplicáveis a todos os casos? As
pessoas nascem com traços que as fazem agir diferentemente - talvez até imoralmente
segundo alguns critérios - das outras? Os filósofos abordam estas e outras questões de
ética baseados em seus pressupostos sobre a realidade e suas prioridades como filósofos.
Porque sou tão importante
Santo Agostinho concebeu a beleza como todo harmonioso, isto é, com unidade, número,
igualdade, proporção e ordem. A beleza do mundo não é mais do que o reflexo da suprema
beleza de Deus, onde tudo emana. A partir da beleza das coisas podemos chegar à beleza
suprema (a Deus).
São Tomás de Aquino identificou a beleza com o Bem. As coisas belas possuem três
características ou condições fundamentais: a) Integridade ou perfeição ( o inacabado
ou fragmentário é feio); b) a proporção ou harmonia (a congruência das partes); c) a
claridade ou luminosidade. Como em Santo Agostinho, a beleza perfeita identifica-se
com Deus.
2. PROCURANDO CONCEITUAR...
COSMOLOGIA é um ramo da filosofia geral que estuda os entes materiais da física
teórica enquanto tais. O objeto material da Cosmologia é dado pelo conjunto universal
dos entes físicos. ENTE FÍSICO é qualquer objeto real da análise física.
A história da Cosmologia divide-se em três períodos:
a) ANTIGO (de Platão a Descartes): dois problemas, a origem e o princípio primordial
da natureza(física) ou Cosmos.
b) CLÁSSICO (de Descartes a Einstein): problemática da astronomia e da física.
c) MODERNO (de Einstein até hoje): problemática da física moderna e da lógica.
3. COSMOS
Vem de "COSMOS", ordem; é o UNIVERSO como sistema unitário, bem ordenado, de
galáxias, estrelas e o sistema planetário do Sol.
Foi Pitágoras o primeiro a usar o termo de COSMOS para designar a ordem e harmonia
matemática do sistema planetário e sideral.
Depois passou a significar o próprio MUNDO ordenado (PLATÃO).
A palavra (Cosmos) é usada indiferentemente em lugar de "mundo". ]aspers, porém,
estabeleceu uma distinção entre MUNDO e COSMOS, o "Mundo" é a imagem do
mundo que cada um forma, mas por isso mesmo não é o COSMOS como a soma total
de todas as coisas e os "eu existentes", isto é, a totalidade.
A ESTRUTURA DO UNIVERSO
Mas para saber o que é o homem, ela precisa utilizar métodos e, de fato, usa de muitos
métodos: fenomenológico, transcendental, dedutivo, histórico e ainda outros.
Scheler disse que o homem possui espírito, pode amar, admirar, contemplar. Os outros
animais não dispõem de nada disso.
Eles contam com o instinto, não contam com a razão.
São limitados em sua participação nas coisas do mundo.
Platão, seu esforçado aluno, afirmou que o homem é alma e que, com isso, é imortal.
O corpo seria uma espécie de prisão para a alma Este filósofo achava que o corpo e a
alma não se entendem muito bem. Exemplo: o corpo pode ter sono, mas o espírito
pode precisar que ambos fiquem acordados.
A verdade é que já foi muito comum a definição do homem com sendo um animal
racional. Muitos filósofos aceitaram esta definição: Agostinho, Descartes, Spinoza,
Kant, Hegel e outros.
Mas hoje isso mudou.
São muitas as definições baseadas em características do homem. Exemplos: para
Sartre, o homem é um ser livre; para Gabriel Marcel, problemático; para Luckmann,
religioso.
E ainda há tantas definições...
Descartes, Locke, Leibnitz achavam que quando um corpo humano se forma, Deus
cria uma alma para ele. Outros, porém, como Marx e Comte duvidaram disso.
Para estes últimos, a alma seria como um pensamento (que é o resultado das
operações mentais). A alma então seria somente o resultado do próprio corpo,
conseqüência da existência dele.
Kant supunha apenas que a mente do homem não é competente para falar tanto a
respeito da alma. Seria como, mais ou menos, uma formiga querer explicar o
funcionamento de um computador.
O homem apresenta algumas peculiaridades que indicam como ele é, apresenta sinais
de como anda vivendo e de quem ele é.
Vamos ver mais de perto, está bem?
Usando de símbolos, o ser humano construiu a linguagem. Com ela tornou-se
possível a comunicação.
Movendo-se no tempo e no espaço, o homem faz e refaz a própria história. Exerce seu
direito, seus deveres, seu destino pela política. Sempre, em cada caso, dono de sua
razão e de sua liberdade.
Existe uma constante atividade nas pessoas para aprender, crescer, usufruiu melhor de
suas possibilidades. Cada pessoa atua querendo estar bem, atua querendo ser mais e ir
mais além de si mesma.
Platão, Descartes, Hegel, Nietzsche, Sartre e muitos outros filósofos sugeriram que de
fato é assim.
Mas Blondel, Rahner e Gabriel Marcel entenderam que o caminho para qualquer coisa
melhor nesta vida está sempre relacionado a uma presença de Deus.
Vimos a vida.
E a morte?
O que acontece quando a pessoa morre, segundo os filósofos?
Feuerbach, Comte, Nietzsche achavam que tudo termina com a morte, até mesmo a
alma. Esses primeiros filósofos são ainda hoje seguidos por uma quantidade enorme de
pensadores.
No entanto, outros filósofos diagnosticaram que a alma continua a viver, mesmo após
a morte do corpo. Filósofos como Platão, Agostinho e Descartes.
Mas alguns filósofos, como Kant, escreveram que não podemos afirmar nem uma
coisa nem outra. O assunto é misterioso e não dispomos de uma resposta satisfatória.
Cada filósofo, como vimos aqui, acrescenta um pedacinho a este estudo. Cada filósofo
chama a nossa atenção para aspectos que ele considera importante, e geralmente para
alguma característica humana.
A sinopse, que se apresenta a seguir, não aspira a ser uma supervisão completa,
mas apenas uma ajuda introdutória para situar-se na variada terminologia e no
vasto conceituário acerca do tempo. O elenco de expressões se amplia ainda
mais em seções específicas deste texto.
ALGUNS DOS MUITOS NOMES DO TEMPO
Tempo do relógio; tempo medido, contado; referente ao deus do
Chrónos, tempo: Chrónos; tempo-valor mercantil: time is money; o
tempo just.in.time (estoque zero, plena oferta e demanda) da Qualidade
cronológico Total; tempo publicitário; teletempo, telessegundo. - cronologia.
cronograma, cronômetro, sincronia, sincronicidade. diacronia,
Derivados ucronia (cf. utopia), etc.
tempo delico -Que "retoma" (círculo, ciclo, roda do tempo): eterno retorno.
tempo dinâmico - Com textura dinâmica (dynamic time warping: cf. DEL RISO).
Não é possível analisar tal situação como simples decorrência da vontade cada um: as
crianças não freqüentam escola e estão soltas na rua não por vontade própria, nem
porque seus pais relapsos. Antes, é preciso tentar entender por que o Brasil tem um
dos índices mais vergonhosos de distribuição de renda, ao mesmo tempo que se situa
entre os oito ou dez países mais ricos mundo!
É por estas situações e muitas outras ninguém pode se considerar apolítico pena de a
pretensa neutralidade justificar a política vigente. O homem despolitizado
compreende mal o mundo em que vive e é facilmente manobrado por aqueles que
detêm o poder.
A formação social capitalista e a organização
tecnocrática do Estado
Mas a reflexão filosófica contemporânea, esclarecida pelas descobertas das ciências
sociais, mantém-se muito atenta aos processos de opressão que se insinuam
disfarçadamente mesmo no interior das formas democráticas de governo. Procede a
uma severa análise das mesmas, sob o prisma da perspectiva ideológica. Assim, em
que pese toda sua retórica liberal, o Estado burguês moderno não assegura
efetivamente os direitos de todos os seus supostos cidadãos. Não constitui, de fato,
um Estado autenticamente democrático, uma vez que para ser tal precisaria
assegurar a todos os indivíduos as efetivas condições de existência: o exercício do
poder social, a obtenção dos bens naturais da produção e o usufruto dos bens
simbólicos da cultura.
Ora, com efeito, não é isso que vem ocorrendo na sociedade contemporânea. Com
efeito, ela está predominantemente organizada sob uma formação social capitalista,
em virtude da predominância do modo de produção próprio do capitalismo. É que as
relações sociais que os indivíduos estabelecem entre si são diretamente
influenciadas em decorrência do intercâmbio que, mediante o trabalho, eles
praticam com a natureza. O desenvolvimento das forças produtivas (processo
tecnológico) e a divisão social do trabalho é que vão determinando as relações
sociais, especialmente as relações de classes.
Mas as classes, contrapondo-se mutuamente, vivem em situação de permanente
conflito. Os conflitos, contudo, não podem ocorrer efetivamente, pois isso
ameaçaria o funcionamento do conjunto social. Por isso mesmo, a classe dominante
vai criar um instrumento propriamente político para sustentar o conjunto das
relações sociais que são do seu interesse. Esse instrumento é o Estado.
O Estado é o instrumento pelo qual a classe economicamente dominante se faz
também politicamente dominante. E o Estado faz isso mediante dispositivos
jurídico-administrativos, bem como por meio de processos propriamente
ideológicos. Enquanto superestrutura jurídico-:administrativa, o Estado pode até
adquirir alguma autonomia, escapando ao controle dos grupos economicamente
dominantes. Por isso mesmo, na história política do Ocidente, a burguesia esposou,
desde o século XVIll, o liberalismo como sua ideologia, no sentido de defender suas
atividades contra uma excessiva intervenção do aparelho de Estado, quando ela
pudesse ameaçar-lhe os interesses.
Não há dúvida de que, desde Platão, a natureza política da sociedade e o papel do
Estado vêm sendo discutidos pela filosofia e pelas ciências sociais. Mas até hoje os
homens não conseguiram nem encontrar um sentido completo para o Estado nem
constituir uma forma adequada de organização da sociedade que atendesse
efetivamente aos interesses de todos os indivíduos. Isso porque os homens ainda não
conseguiram resolver a questão do poder que entre eles vigora.
O fato é que as experiências históricas de Estado, inclusive em sua forma moderna de
Estado liberal capitalista, não instauraram uma real democracia, entendida essa como
a forma de organização social que assegurasse o máximo de igualdade entre as
pessoas.
A realidade histórica é que milhões de indivíduos não encontram sua realização
humana nessa esfera da mediação social de sua existência. Marginalizados e
excluídos, são totalmente desumanizados. Só poucas pessoas encontram aí condições
de infra-estrutura para uma existência mais humana.
UNIDADE II.13
Para isso, lançou mão do conceito aristotélico de causalidade. Tudo possui uma
finalidade, e, para Santo Tomás de Aquino, essa finalidade está ligada a Deus. Santo
Tomás de Aquino também incorporou idéias neoplatônicas ao seu pensamento. Por
exemplo, ele via a alma humana como a forma platônica do eu.
Segmentação lógica
Santo Tomás de Aquino também se valeu, como os outros filósofos escolásticos, dos
conceitos e procedimentos lógicos de Aristóteles. Essa lógica tomou-se notória por ser
intricada e desnecessária. Com isso, os acadêmicos medievais adquiriram a reputação de
absortos em si mesmos e obsessivamente fixados no uso de terminologia obscura.
Embora Santo Tomás de Aquino fizesse um uso bem-sucedido e influente da lógica
aristotélica, vários filósofos, ao associar Aristóteles e neoplatonismo, chegavam a
conclusões absurdas. Eles se fixavam tanto na terminologia lógica de Aristóteles que
passaram a acreditar que essa terminologia determinava, em vez de apenas refletir, a
maneira de ser das coisas.
Isso os levou a se engajar em discussões estéreis sobre categorias e causas, o que eram e
como deveriam ser aplicadas. A idéia de que o logos, ou verbo, podia levar a uma visão
da unidade estava se perdendo em meio às querelas sobre palavras, que tinham pouca
relação com a realidade.