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Aula 3 - Sexo e Gênero
Aula 3 - Sexo e Gênero
Gênero
Meta da aula
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de: 1. reconhecer a
diferença entre os conceitos de “sexo” e “gênero”; 2. identificar a perspectiva
adotada pelos cientistas sociais para a explicação das diferenças entre os
gêneros.
INTRODUÇÃO
Sexo e gênero
Em 1935, Margaret Mead publicou um livro que causaria grande impacto nos
meios acadêmicos e transcenderia os muros universitários, projetando os
debates sobre os papéis sexuais. Sex and Temperament in Three Primitive
Fundação CECIERJ / Consórcio CEDERJ
Curso de Extensão: Conceitos Fundamentais de Sociologia
Societies foi o título original da obra que, no Brasil, veio a ser traduzida apenas
como Sexo e temperamento, sem mencionar no título a comparação feita entre
os comportamentos de três diferentes sociedades em relação ao
“temperamento” de homens e mulheres.
O que podemos notar a partir disso é que há uma forte influência de aspectos
sociais sobre aquilo que comumente é pensado como o resultado de estruturas
biológicas. Não se trata, obviamente, de dizer que não há diferenças entre
ambos os sexos, mas sim de ressaltar a influência social sobre os modos de
comportamentos de homens e mulheres.
Desse modo, aquilo que antes era pensado como um determinismo biológico
passa a ser observado como o resultado de influências culturais. Temos aqui,
enfim, a distinção entre sexo e gênero. As pessoas nascem pertencendo a um
dos sexos, mas elas só passam a pertencer ao gênero masculino ou feminino
através de um processo de aprendizado, ou seja, de socialização. O sexo,
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Curso de Extensão: Conceitos Fundamentais de Sociologia
Política e Gênero
“Por mais de uma década a generalização mais comum foi aquela onde a
mulher era universalmente dominada, e onde em todos os lugares os homens
tendiam a ter mais prestígio que elas (idem)”.
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Curso de Extensão: Conceitos Fundamentais de Sociologia
Embora tais ideias fossem de grande valia para reduzir a misoginia ocidental,
elas claramente obscureciam a análise das relações de gênero em outros
contextos sociais. Toda e qualquer relação de gênero já era previamente
pensada como uma relação de poder, onde os homens dominavam as
mulheres. Desse modo, fechava- se a possibilidade de entrever relações de
gênero de outra natureza, onde a dominação e o poder não fossem as
questões centrais.
que se construiu através das relações que teve com outros seres, sejam estes
outros do outro sexo ou do mesmo. Assim, a autora fala de “divíduos” ao invés
de “indivíduos”, ressaltando desse modo como cada sujeito se vê como o
resultado de um processo de contatos e não como algo isolado e independente
do todo.
Os preceitos feministas que viam a vida política como algo merecedor de mais
prestígio do que a esfera doméstica conduziam, assim, a uma visão já “pré-
fabricada” das relações, onde os homens se apropriavam dos trabalhos de
suas esposas subservientes. É esta perspectiva que Strathern mostra não se
confirmar em seu estudo, pois, segundo ela, os homens e as mulheres
melanésias se veem como o resultado de um processo de contatos, em que os
atos de um têm efeitos sobre o outro e vice-versa, o que não permite falar,
então, de dominação ou subordinação (STRATHERN, 2006, p. 472).
CONCLUSÃO