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Acao Cominatoria Obrigacao Fazer Cirurgia Alto Custo Modelo 202 BC165
Acao Cominatoria Obrigacao Fazer Cirurgia Alto Custo Modelo 202 BC165
DISTRIBUIÇÃO DE URGÊNCIA
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO NEGADO
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00, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, para, por intermédio de seu
patrono – instrumento procuratório acostado --, ajuizar a presente
AÇÃO COMINATÓRIA
C/C
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA,
INICIALMENTE
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No caso expressou o cirurgião na declaração supra que:
DO DIREITO
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Veja que a Ré, sem ressalvas quanto a valores de custos de
internação, na cláusula retro, fala para o usuário apresentar a Guia de Internação “ . . . em
estabelecimento credenciado da CONTRATADA. “ E o hospital aludido nestes autos É
CREDENCIADO JUNTO À RÉ, tanto que este aspecto sequer foi ventilado na recusa, salvo o
motivo dos custos financeiros.
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Neste contexto, ou seja, quanto à dubiedade da cláusula, o conceito
de hospital de “alto custo”, por sua imprecisão, é inapropriado para definir-se quais os hospitais a
que teria acesso a Autora.
2
Em verdade, Excelência, é notório e público, o que independe de
produção de provas nestes autos(CPC, art. 334, inc. I), que a Ré assegura aos seus
pretendentes e usuários atendimento médico e hospitalar em toda rede por ela mantida e os
conveniados, sem qualquer ressalva na mídia(publicidade). Ora, do contrário, fazer ressalva que
o atendimento tão-somente ocorrerá em hospitais sem alto custo, muito provavelmente boa parte
de seus clientes e possíveis usuários, jamais aceitarão estas condições.
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A nossa Carta Política exalta o princípio da dignidade humana(CF,
art. 1º, inc. III), onde não se pode fazer a redução do homem à condição de mero objeto do
Estado de terceiros. Veda-se, como dito, a coisificação da pessoa, ou seja, a vida da pessoa
humana. Aqui estamos diante de um tríplice cenário, ou seja: concernentes às prerrogativas
constitucionais do cidadão, a limitação da autonomia de vontade e à veneração dos direitos da
personalidade.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal
e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Com efeito, extrai-se da leitura do texto acima que o direito à saúde e, por
conseguinte, o direito á própria vida com qualidade e dignidade, consubstancia direito
fundamental inerente a todo ser humano, de sorte que não pode ficar à mercê de meros
interesses econômicos-financeiros, de cunho lucrativo.
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planos de saúde, quando prevê a faculdade do assegurado na escolha da assistência médica
que irá receber, seja esta credenciada ou não(art. 1, inc. I):
Art. 12. São facultadas a oferta, a contratação e a vigência dos produtos de que tratam o inciso I
e o § 1o do art. 1o desta Lei, nas segmentações previstas nos incisos I a IV deste artigo,
respeitadas as respectivas amplitudes de cobertura definidas no plano-referência de que trata o
art. 10, segundo as seguintes exigências mínimas: (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.177-44, de 2001)
(...)
II - quando incluir internação hospitalar:
hospitalar:
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a) cobertura de internações hospitalares, vedada a limitação de prazo, valor máximo e
quantidade,
quantidade, em clínicas básicas e especializadas, reconhecidas pelo Conselho Federal de
Medicina,
Medicina, admitindo-se a exclusão dos procedimentos obstétricos; (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.177-44, de 2001)
Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste
Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos
após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas
partes determinada forma de execução.
Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como
os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos .
( destacamos )
Art. 51 – São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que:
(...)
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IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o
consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a
eqüidade;
(...)
§ 1º - Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
(...)
II – restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza e conteúdo do
contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela
autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou
serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu
conteúdo.
(...)
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com
caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze,
de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. (Redação dada pela nº 11.785, de
2008)
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Sobressai da norma acima mencionada que são nulas de pleno
direito as obrigações consideradas “ incompatíveis com a boa-fé ou a equidade. “ (inciso IV).
“Dessa maneira percebe-se que a clá usula geral de boa-fé permite que o juiz crie
uma norma de conduta para o caso concreto, atendo-se sempre à realidade social,
o que nos remete à questã o da equidade, prevista no final da norma em comento. “
(NUNES, Luiz Antô nio Rizzato. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor.
Consumidor. 6ª
Ed. Sã o Paulo: Saraiva, 2011, p. 671)
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DO PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
Art. 84 - Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não
fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências
que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 2° - A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287 do
CPC).
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§ 4° - O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
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No que concerne à antecipação de tutela, especialmente para que a
requerida seja compelida a autorizar a realização do ato cirúrgico buscado e arcar com as suas
despesas, justifica-se a pretensão pelo princípio da necessidade, a partir da constatação de que
sem a tutela a espera pela sentença de mérito importaria denegação de justiça, já que a
efetividade da prestação jurisdicional restaria gravemente comprometida, implicando mesmo em
risco de vida para a Requerente, tendo em vista a sua frágil e tenra idade e a urgente
necessidade da realização do aludido procedimento cirúrgico .
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À luz do art. 273, I, do CPC, a antecipação dos efeitos da tutela deve
ser concedida se estiverem presentes a verossimilhança das alegações do requerente e o risco
de dano irreparável ou de difícil reparação. Neste diapasão, mostra-se inquestionável a
concessão da tutela, para possibilitar a consecução do exame prescrito pelo médico, na medida
em que o segurado continua experimentando fortes dores no corpo e sofrendo desmaios
repentinos.
DA REPARAÇÃO DE DANOS
CÓDIGO CIVIL
Art. 187 – Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.
PEDIDOS
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b) seja ratificada, na sentença, em todos os seus termos, o pedido de tutela
antecipada ora formulado;
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Respeitosamente, pede deferimento.
Beltrano de Tal
Advogado - OAB(PE) 112233