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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DE RECIFE - PE

PEDE PRIORIEDADE NA TRAMITAÇÃO DA AÇÃO – PORTADORA DE DOENÇA GRAVE


(art. 1211-A do CPC)

DISTRIBUIÇÃO DE URGÊNCIA
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO NEGADO

MARIA DE TAL, brasileira, solteira, menor impúbere, residente e


domiciliada na Rua das pedras, nº. 000 – apto. 222 – Boa Viagem – Recife (PE), CEP nº.
554433-222, possuidora da RG nº. 7.888.999 – SSP/PE, inscrita no CPF(MF) sob o nº.
333.444.555-66, neste ato representada por seu pai (CC, art. 1690), senhor Manoel, brasileiro,
maior, casado, advogado, residente e domiciliado em Belém(PA), na Rua da situação, nº. 000,
apto. 121, com identidade nº. 22.333.444 – SSP/PA, inscrito no CPF(MF) sob o nº. 777.888.999-

1
00, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, para, por intermédio de seu
patrono – instrumento procuratório acostado --, ajuizar a presente

AÇÃO COMINATÓRIA
C/C
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA,

contra PLANO DE SAÚDE X, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ(MF)


sob o nº. 11.222.333/0001-44, estabelecida na Av. da medicina, nº 000, em
Fortaleza(CE), CEP 11222-333, em razão das justificativas de ordem fática e de direito
abaixo evidenciadas.

INICIALMENTE

1) PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DA AÇÃO

A Autora, em face do que dispõe o Código de Processo Civil,


assevera que é portadora de doença grave – documento comprobatório anexo --, fazendo jus,
portanto, à prioridade na tramitação do presente processo , o que de logo assim o requer.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


Art. 1.211-A – Os procedimentos judiciais em que figure como parte ou interessado
pessoa com idade igual ou superior a 60 ( sessenta ) anos, ou portadora de doença
grave, terão prioridade de tramitação em todas as instâncias. ( com redação da Lei nº.
12.008/09 )
2
2) MENOR IMPÚBERE – REPRESENTAÇÃO POR SEU PAI

Importa ressaltar que a Autora tem apenas 13 anos de idade, quando


nascida aos 00 dias do mês de fevereiro do ano de 0000, consoante se destaca pelo documento
de identidade anexo. (doc. 01)

Há, nesta ordem de raciocínio, de ser representada na ação por seu


pai, que também é o patrono da mesma na querela, à luz da Legislação Substantiva Civil(CC,
art. 1690), o que se comprova a paternidade por meio do documento de identidade da
menor(doc. 01) e, mais ainda, pela certidão de nascimento da mesma. ( doc. 02)

ALÍGERAS CONSIDERAÇÕES FÁTICAS

A Promovente mantém vinculo contratual de assistência de saúde


com a Ré, na qualidade de dependente de seu pai, ora seu representante legal nesta ação,
desde os idos de 1996, ano que nasceu, cujo contrato ora segue anexo( doc. 03).

A Autora, de outro lado, é portadora de doença grava, denominada


mielomeningocele, a qual apresenta deformidades nos membros inferiores e, por este motivo,
necessita de correção cirúrgica imediata. Há, para tanto, declaração expressa de seu médico-
cirurgião, na hipótese o Dr. Fulano (CRM/PE nº 0000), requisitando a pronta intervenção
cirúrgica. ( doc. 04)

2
No caso expressou o cirurgião na declaração supra que:

“ A menor Maria é portadora de mielomeningocele apresentando deformidade nos MMII,


necessitando de correção cirúrgica para melhorar a saúde.
saúde.
Solicito liberação de cirurgia em hospital que tenha UTI Pediátrica. “ ( destacamos )

Diante disso, a Autora, por meio de sua genitora, as quais(mãe e


filha) residem em Recife/PE, procuraram o Plano de Saúde X de Recife para saber da
autorização do mesmo Plano de Saúde X de Fortaleza(via intercâmbio de comunicação), a qual
a Autora(dependente de seu pai como usuária do plano de saúde da Ré) tem vinculo contratual.

Para surpresa das mesmas, primeiramente o Plano de Saúde X de


Recife, verbalmente, por telefone, evidenciou à mãe da Autora, que havia uma recusa por parte
do Plano de Saúde X de Fortaleza de autorizar o ato cirúrgico . Apavorada, procurando, então, o
Plano de Saúde X de Recife, recebeu expressamente a recusa do Plano de Saúde X de
Fortaleza, onde destacou-se o seguinte motivo: “ SEM COBERTURA CONTRATUAL PARA
HOSPITAL DE ALTO CUSTO. “( Anexo - doc. 5)5)

O Hospital almejado pelo cirurgião é o Real Hospital Português de


Beneficência de Pernambuco. Ora, primeiro devemos sopesar que o aludido hospital é
credenciado junto à Ré, o que autoriza a Autora a escolhê-lo quando bem lhe aprouver; por outro
ângulo, de regra os planos de saúde, sobretudo a Promovida, procuram, visando minimizar
custos, realizar o procedimento cirúrgico em sua rede própria de hospitais. Mas aqui há um
detalhe grave, asseverado verbalmente pelo senhor médico cirurgião que realizará o
2
procedimento médico: não há UTI infantil no Hospital do Plano de Saúde X . A Autora, como
visto, é uma criança e, em face de uma cirurgia de grande porte a que se submeterá – inclusive
com a presença de dois cirurgiões ortopédicos --, poderá ter conseqüências durantes e após o
ato cirúrgico.

Muito provavelmente o hospital em liça serve, tão-somente, para


efeitos de melhor viabilizar as vendas do plano de saúde aos usuários e, assim, ludibriá-los com
a falsa sensação que a Ré disponibiliza aos usuários a melhor rede de hospitais credenciados.
Quem nunca ouviu frase parecida como esta ? Ela é usual e, mais, absolutamente traiçoeira e
ilegal( na medida que trata-se claramente de repudiada propaganda enganosa).

Os pais, pois, ao darem a notícia à filha, ouviram palavras de


apreensão e desconforto psicológico da criança, na medida que agora não tinha mais certeza da
realização do ato cirúrgico. Diariamente fala que tem medo de ir para um hospital e “dá tudo
errado”. É absolutamente incômodo escutar esta pequenina voz de sofrimento e angústia.

Aqui, e expressamos com profundo pesar, estamos diante de dois


valores:

o valor da vida em debate diante dos custos de um procedimento cirúrgico,


ou, em última análise, o lucro do plano de saúde.

É absurdo e vergonhoso asseverar-se isso, mas é o que se


evidencia, lamentavelmente, do quadro fático encontrado nesta exordial.
2
A Autora, ao pagar mais de uma década seu plano de saúde, viu-se
profundamente decepcionada e porque não dizer abalada psicologicamente com tal episódio,
pois, agora, submete-se a hipótese a ser atendida para um procedimento cirúrgico(complexo),
como criança que é, em um hospital onde o critério levado em conta é o menor valor de
despesas para a Ré.

DO DIREITO

Primeiramente devemos esclarecer que não existe qualquer cláusula


expressa indicando a inviabilidade da intervenção cirúrgica em hospital de “ alto custo”, ou seja,
isto não foi contratado, conforme se depreende pela cópia do contrato anexo. ( doc. 03)

Ao contrário, Excelência, os procedimentos descritos no contrato,


mais precisamente em sua cláusula 6.3., dão conta que na internação hospitalar deverá seguido
estes procedimentos(doc. 03):

“ 6.3. INTERNAÇÃO HOSPITALAR: O usuário deverá encaminhar o Pedido de Internação


devidamente preenchido pelo médico cooperado, para a sede da CONTRATADA, juntamente
com o cartão magnético Unimed, carteira de identidade civil e comprovante de pagamento
atualizado da mensalidade do plano. Após a entrevista/exame inicial procedido pela
CONTRATADA, esta, se comprovada a necessidade, expedirá e entregará ao CONTRATANTE
Guia de Internação, a ser apresentada no ato de sua internação em estabelecimento
credenciado da CONTRATADA. “

2
Veja que a Ré, sem ressalvas quanto a valores de custos de
internação, na cláusula retro, fala para o usuário apresentar a Guia de Internação “ . . . em
estabelecimento credenciado da CONTRATADA. “ E o hospital aludido nestes autos É
CREDENCIADO JUNTO À RÉ, tanto que este aspecto sequer foi ventilado na recusa, salvo o
motivo dos custos financeiros.

Ademais, todos estes procedimentos contratuais foram feitos , onde,


inclusive, ajoujando-se às disposições da referida cláusula contratual, anexamos à presente
cópia da “Guia Solicitação de Internação”, de nº. 000000. ( doc. 06)

Ainda que não fosse este o entendimento, haveria, sem sombra de


dúvidas, extremada dubiedade na mens legis contratualis que se objetiva no contrato, na
medida que, neste caso, haveria notório confronto á disciplina da Código Consumerista:

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR


Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:
(...)
III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação
correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os
riscos que apresentem; “

2
Neste contexto, ou seja, quanto à dubiedade da cláusula, o conceito
de hospital de “alto custo”, por sua imprecisão, é inapropriado para definir-se quais os hospitais a
que teria acesso a Autora.

Muito interessante, neste diapasão, o texto inserto na Apelação Cível


nº. 351.697-4/0-00, do Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo, em acórdão da lavra do
eminente Desembargador Ariovaldo Santini Teodoro, onde o mesmo destacou que:

2
Em verdade, Excelência, é notório e público, o que independe de
produção de provas nestes autos(CPC, art. 334, inc. I), que a Ré assegura aos seus
pretendentes e usuários atendimento médico e hospitalar em toda rede por ela mantida e os
conveniados, sem qualquer ressalva na mídia(publicidade). Ora, do contrário, fazer ressalva que
o atendimento tão-somente ocorrerá em hospitais sem alto custo, muito provavelmente boa parte
de seus clientes e possíveis usuários, jamais aceitarão estas condições.

A bem da verdade, ínclito Magistrado, a Ré, ao tomar esta medida de


recusa abusiva e odiosa, negando o tratamento cirúrgico em razão do fator preço , coisificou a
vida como objeto.

2
A nossa Carta Política exalta o princípio da dignidade humana(CF,
art. 1º, inc. III), onde não se pode fazer a redução do homem à condição de mero objeto do
Estado de terceiros. Veda-se, como dito, a coisificação da pessoa, ou seja, a vida da pessoa
humana. Aqui estamos diante de um tríplice cenário, ou seja: concernentes às prerrogativas
constitucionais do cidadão, a limitação da autonomia de vontade e à veneração dos direitos da
personalidade.

Ademais versa o art. 196 da Constituição Federal que:

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal
e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Com efeito, extrai-se da leitura do texto acima que o direito à saúde e, por
conseguinte, o direito á própria vida com qualidade e dignidade, consubstancia direito
fundamental inerente a todo ser humano, de sorte que não pode ficar à mercê de meros
interesses econômicos-financeiros, de cunho lucrativo.

Assim, o direito da Autora, além de encontrar amparo constitucional, possui


também amparo legal previsto na Lei nº. 9.656/98, o qual regula os contratos de seguros de

2
planos de saúde, quando prevê a faculdade do assegurado na escolha da assistência médica
que irá receber, seja esta credenciada ou não(art. 1, inc. I):

LEI FEDERAL nº. 9.656/98


Art. 1o Submetem-se às disposições desta Lei as pessoas jurídicas de direito privado que
operam planos de assistência à saúde, sem prejuízo do cumprimento da legislação específica
que rege a sua atividade, adotando-se, para fins de aplicação das normas aqui estabelecidas, as
seguintes definições: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

I - Plano Privado de Assistência à Saúde: prestação continuada de serviços ou cobertura de


custos assistenciais a preço pré ou pós estabelecido, por prazo indeterminado, com a finalidade
de garantir, sem limite financeiro, a assistência à saúde, pela faculdade de acesso e
atendimento por profissionais ou serviços de saúde, livremente escolhidos, integrantes ou não
de rede credenciada, contratada ou referenciada, visando a assistência médica, hospitalar e
odontológica, a ser paga integral ou parcialmente às expensas da operadora contratada ,
mediante reembolso ou pagamento direto ao prestador, por conta e ordem do consumidor;
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

II - Operadora de Plano de Assistência à Saúde:


Saúde: pessoa jurídica constituída sob a modalidade
de sociedade civil ou comercial, cooperativa, ou entidade de autogestão, que opere produto,
serviço ou contrato de que trata o inciso I deste artigo; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-
44, de 2001)

§ 1o Está subordinada às normas e à fiscalização da Agência Nacional de Saúde Suplementar -


ANS qualquer modalidade de produto, serviço e contrato que apresente, além da garantia de
cobertura financeira de riscos de assistência médica, hospitalar e odontológica , outras
características que o diferencie de atividade exclusivamente financeira, tais como: (Redação
dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
2
a) custeio de despesas; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

b) oferecimento de rede credenciada ou referenciada;


referenciada; (Incluído pela Medida Provisória nº
2.177-44, de 2001)

c) reembolso de despesas; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

d) mecanismos de regulação; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

e) qualquer restrição contratual, técnica ou operacional para a cobertura de procedimentos


solicitados por prestador escolhido pelo consumidor;
consumidor; e (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-
44, de 2001)

f) vinculação de cobertura financeira à aplicação de conceitos ou critérios médico-


assistenciais. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

§ 2o Incluem-se na abrangência desta Lei as cooperativas que operem os produtos de que


tratam o inciso I e o § 1o deste artigo, bem assim as entidades ou empresas que mantêm
sistemas de assistência à saúde,
saúde, pela modalidade de autogestão ou de administração. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

Art. 12. São facultadas a oferta, a contratação e a vigência dos produtos de que tratam o inciso I
e o § 1o do art. 1o desta Lei, nas segmentações previstas nos incisos I a IV deste artigo,
respeitadas as respectivas amplitudes de cobertura definidas no plano-referência de que trata o
art. 10, segundo as seguintes exigências mínimas: (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.177-44, de 2001)
(...)
II - quando incluir internação hospitalar:
hospitalar:
2
a) cobertura de internações hospitalares, vedada a limitação de prazo, valor máximo e
quantidade,
quantidade, em clínicas básicas e especializadas, reconhecidas pelo Conselho Federal de
Medicina,
Medicina, admitindo-se a exclusão dos procedimentos obstétricos; (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.177-44, de 2001)

Destaca-se, portanto, que a hipótese é de direito intertemporal, onde


duas regras possivelmente possam colidir-se quando da aplicação a determinados casos,
sobretudo levando-se em conta que o contrato da Autora, como dito em linhas inaugurais, foi
pactuado nos idos de 1996 e, de outra banda, as regras acima estudadas são de lei promulgada
em 1998.

Devemos sopesar que a Lei nº. 9.656/98 é um dispositivo de cunho


social, reconhecido constitucionalmente, inclusive como normas insertas em seu bojo de
proteção à saúde(CF, arts. 196 a 200), portanto, como decorrência, uma norma de ordem
pública infraconstitucional, bem assim como o Código de Defesa do Consumidor. Neste mesmo
ponto, assinale-se que o contrato deve ter abrandado o seu princípio do pacta sunt servanda, da
fidelidade extrema ao quanto avençado, cedendo, por conseguinte, aos excessos de
onerosidade, impossibilidade de cumprimento da prestação convencionada, lesão enorme,
abuso de direito, sempre colimando com o objetivo primordial, qual seja, o fim social.

Neste contexto, Excelência, a regra de direito intertemporal inclusa


nas Disposições Transitórias do Código Civil de 2002, que manteve a Lei de Introdução ao
Código Civil, é clara quando regra que seja respeitado o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e
2
a coisa julgada, salvo se a convenção contenha conteúdo que contrarie preceitos de ordem
pública:

Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste
Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos
após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas
partes determinada forma de execução.

Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como
os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos .
( destacamos )

Desta maneira, o próprio Código Civil reconhece que os negócios e


demais atos jurídicos constituídos anteriormente à sua vigência são válidos. No entanto, os seus
efeitos que sejam produzidos depois, subordinam-se aos seus dispositivos, atendendo ao
princípio da irretroatividade da lei e do ato jurídico perfeito, com a condição de que nada
convencionado prevalecerá quando ferir preceitos de ordem pública estabelecidos para
assegurar, em especial, a função social dos contratos , o que inegavelmente é o caso do plano
de saúde.

De outro bordo, emérito Magistrado, é de se ressaltar, ainda com


referência à irretroatividade da lei e ao ato jurídico perfeito, que os contratos de planos de saúde ,
como na hipótese em vertente, são típicos de execução diferida no tempo , sujeitos, por este
ângulo, a mutações, adaptações, conforme o interesse geral, público, social, econômico, etc.,
sem que isto implique em quebra aos citados princípios. Assim, tem como característica ínsita
sua consumação na propagação do tempo e por esta razão estão sujeitos à aplicação da lei
2
nova, sem que tal represente lesão ao ato jurídico perfeito ou retroação, prevalecendo a regra
rebus sic stantibus, ou seja, o tempo rege o contrato.

É consabido, de outro turno, adentrando à legislação infra-constitucional,


que as cláusulas contratuais atinentes aos planos de saúde devem ser interpretadas em
conjunto com as disposições do Código de Defesa do Consumidor , de sorte a alcançar os fins
sociais preconizados na Constituição Federal.

A exclusão imposta pela Ré deve, assim, ser avaliada com


ressalvas, observado de maneira concreta que a natureza da relação ajustada entre as partes e
os fins do contrato celebrado, não podem ameaçar o objeto da avença, bastando para tanto que
se confira a previsão do artigo 51, inc. IV e § 1º, inc. II do Código de Defesa do Consumidor :

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao


consumidor.

Art. 51 – São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que:
(...)

2
IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o
consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a
eqüidade;
(...)
§ 1º - Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
(...)
II – restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza e conteúdo do
contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.

Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela
autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou
serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu
conteúdo.
(...)
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com
caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze,
de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. (Redação dada pela nº 11.785, de
2008)

§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser


redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.

2
Sobressai da norma acima mencionada que são nulas de pleno
direito as obrigações consideradas “ incompatíveis com a boa-fé ou a equidade. “ (inciso IV).

Nesse contexto, professa Rizzato Nunes que:

“Dessa maneira percebe-se que a clá usula geral de boa-fé permite que o juiz crie
uma norma de conduta para o caso concreto, atendo-se sempre à realidade social,
o que nos remete à questã o da equidade, prevista no final da norma em comento. “
(NUNES, Luiz Antô nio Rizzato. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor.
Consumidor. 6ª
Ed. Sã o Paulo: Saraiva, 2011, p. 671)

O entendimento jurisprudencial solidificado é uníssono em


acomodar-se à pretensão ora trazida pela Autora, senão vejamos:

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MÉDICO-HOSPITALARES COBRANÇA DIRIGIDA À PACIENTE


E AO RESPONSÁVEL. DENUNCIAÇÃO À LIDE DA INTERVENIENTE E DA SEGURADORA.
Preliminares já examinadas no saneador e sentença fundamentada, estando ausente
nulidade Prova dos autos indica que a entrada no hospital ocorreu mediante convênio
e o contrato dispõe sobre a abrangência nacional para emergências e urgências,
evidenciando os documentos a atuação da rede parceira (UNIMED BH e UNIMED
PAULISTANA) Negativa de cobertura que se mostra abusiva, sequer comprovada a
notificação da paciente Também não consta na relação do contrato como sendo
hospital de alto custo. Responsabilidade da denunciada diante da Lei nº 9.656/98.
Pagamento a ser feito diretamente ao hospital diante do vínculo jurídico, bem como se
2
aplica o princípio da efetividade (art. 5º, C.F.) Ausente responsabilidade da denunciada
CAA/MG pelo ressarcimento. Recurso parcialmente provido. (TJSP; APL 0176983-
98.2007.8.26.0100; Ac. 6705360; São Paulo; Trigésima Quinta Câmara de Direito
Privado; Rel. Des. Jose Malerbi; Julg. 06/05/2013; DJESP 14/05/2013)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. PLANO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA. CIRURGIA


CARDÍACA. AUSÊNCIA DE URGÊNCIA/EMERGÊNCIA. REEMBOLSO. HOSPITAL DE ALTO
CUSTO. ESCOLHA DO USUÁRIO. PEDIDO IMPROCEDENTE. SENTENÇA MANTIDA.
Verificada a inexistência de abusividades no contrato em relação ao reembolso de
valores gastos fora da rede credenciada, optando o apelante por realizar
procedimento sem ser caso de urgência/emergência e em hospital não credenciado,
não faz jus ao reembolso integral dos valores pagos. (TJMG; APCV 1.0701.10.037435-
7/001; Rel. Des. Alberto Henrique; Julg. 14/03/2013; DJEMG 22/03/2013)

RECURSO DE APELAÇÃO E ADESIVO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE


CLÁUSULA CONTRATUAL C/C CONSTITUTIVA NEGATIVA. QUATRO AÇÕES APENSAS
ENVOLVENDO AS MESMAS PARTES PROLAÇÃO DE SENTENÇA ÚNICA. CONTRATO DE
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MÉDICOS E HOSPITALARES. INTERNAÇÃO PARA
TRATAMENTO E POSTERIOR TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA PROCEDÊNCIA.
PREJUDICIAL DE NULIDADE DA SENTENÇA. CERCEAMENTO DE DEFESA. REJEIÇÃO.
IRRESIGNAÇÃO RECURSAL DA RÉ. ALEGAÇÃO DE LEGALIDADE DE TODAS AS
CLÁUSULAS CONTRATUAIS. AUSÊNCIA DE CONTRATAÇÃO QUANTO À INTERNAÇÃO E
TRATAMENTO PARA TRANSPLANTES DE MEDULA ÓSSEA E CLÁUSULA EXPRESSA
2
QUANTO À VEDAÇÃO A TRATAMENTO EM HOSPITAL DE ALTO CUSTO. RAZÃO EM
PARTE. INTERNAÇÃO PARA TRATAMENTO. POSSIBILIDADE. MEDIDA DE URGÊNCIA
(ART. 35-C, LEI Nº 9.656/98) E HOSPITAL CONVENIADO DA RÉ QUE NÃO CONSTA DO
ROL DOS QUE UTILIZAM TABELA DE ALTO CUSTO. NEGATIVA DE TRANSPLANTE DE
MEDULA ÓSSEA. INVIABILIDADE. CONTRATO DE ADESÃO. CLÁUSULA ABUSIVA QUE
AFETA SOBREMANEIRA O OBJETO DO CONTRATO. SAÚDE DA AUTORA. NULIDADE.
PROCEDIMENTO REALIZADO FORA DA ÁREA DE ATUAÇÃO DA UNIMED. HOSPITAL DE
ALTO CUSTO NÃO CONTEMPLADO NO CONTRATO. CLÁUSULA EXPRESSA. OPÇÃO DO
USUÁRIO. COBERTURA DO PROCEDIMENTO MÉDICO NO LIMITE DA TABELA DO
PLANO DE SAÚDE. REFORMA DA SENTENÇA NESSE TÓPICO, E, POR CONSEQUÊNCIA,
ANULAÇÃO DA SENTENÇA QUE EXTINGUIU A AÇÃO ORDINÁRIA CONEXA A QUAL O
HOSPITAL BUSCA O RESSARCIMENTO DO PROCEDIMENTO (TRANSPLANTE) JUNTO À
AUTORA. IRRESIGNAÇÃO DA ADERENTE. DISCORDÂNCIA QUANTO À VERBA DE
SUCUMBÊNCIA FIXADA NA AÇÃO PRINCIPAL E PEDIDO DE CONDENAÇÃO DA RÉ AO
PAGAMENTO DE VERBA DE SUCUMBÊNCIA NAS CAUTELARES EM APENSO. RAZÃO
EM PARTE. AÇÕES DISTINTAS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DEVIDOS EM AMBAS AS
AÇÕES (PRINCIPAL E CAUTELARES). APLICAÇÃO DO ARTIGO 20 §§ 3º E 4 DO CPC.
RECURSOS PROVIDOS EM PARTE.
Não há que se falar em cerceamento de defesa em razão de o magistrado não ter
realizado audiência de instrução e julgamento, se os fatos estão sobejamente
demonstrados por meio de prova documental e esta se mostra desnecessária para o
julgamento da lide. Tratando-se o procedimento da paciente/recorrida uma medida de
urgência, ou seja, a internação preventiva no hospital são Luiz localizado na cidade de
são paulo/sp para evitar complicações ao transplante de medula óssea necessário, e
sendo o referido hospital uma instituição conveniada da operadora do plano de saúde,
2
o qual não consta do rol dos que utilizam de tabela de alto custo, deve esta arcar com
os custos da internação. Mantém-se o afastamento da cláusula contratual que
restringe o procedimento médico de transplante de medula óssea da autora/usuária,
se o contrato em discussão é de adesão e a referida cláusula prejudica sobremaneira o
tratamento médico necessário à recuperação da saúde da autora. Existindo no
contrato em discussão, cláusula expressa que veda a cobertura para tratamento no
hospital albert einstein, em razão deste praticar tabela de alto custo, merece reforma
a decisão recorrida neste tópico, para que seja excluída a condenação da recorrente ao
pagamento da totalidade dos custos do referido procedimento, devendo estes ser no
limite da tabela praticada pela unimed/apelante relativamente aos hospitais
acobertados pelo plano de saúde da apelada, consoante os termos da cláusula IX, do
contrato. Provido o recurso da recorrente unimed para exclusão de sua condenação ao
pagamento do procedimento de transplante de medula óssea da recorrida, deve ser
anulada a sentença que extinguiu sem resolução de mérito a ação ordinária nº
585/2008 para que, no juízo singular, a entidade hospitalar que realizou o referido
procedimento busque junto à autora/recorrida o ressarcimento dos seus custos. A teor
da regra do § 4º do art. 20 do CPC, nas causas em que não houver condenação, os
honorários não estão adstritos aos limites percentuais de 10% a 20% previstos no § 3º
do mesmo dispositivo, podendo ser adotado como base de cálculo o valor dado à
causa, ou mesmo ser fixado o montante em valor determinado. São devidos
honorários advocatícios à parte vencedora referentes à ação principal e às ações
cautelares tendo em vista que se trata de ações distintas. (TJMT; APL 24109/2011;
Segunda Câmara Cível; Relª Desª Marilsen Andrade Addário; Julg. 19/12/2012; DJMT
15/01/2013; Pág. 25)

2
DO PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

Diante dos fatos narrados, bem caracterizada a urgência da


realização do exame requisitado pelo médico da Requerente, credenciado junto ao Plano de
Saúde X, especialmente tendo em vista tratar-se de paciente com risco em face da cirurgia
negada, não resta alternativa senão requerer à antecipação da tutela preconizada na lei.

O art. 84 da lei consumerista autoriza o juiz a conceder a


antecipação de tutela, e mais, “Sendo relevante o fundamento da demanda ” deve o Juiz impor
uma multa diária para que não haja por parte do prestador dúvidas em cumprir imediatamente o
designo judicial:

Art. 84 - Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não
fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências
que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.

§ 1° - A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por


elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado
prático correspondente.

§ 2° - A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287 do
CPC).

§ 3° - Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de


ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após
justificação prévia, citado o réu.

2
§ 4° - O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.

§ 5° - Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente,


poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão,
remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade
nociva, além de requisição de força policial.

Não bastasse o comando emanado do Código de Defesa do


Consumidor, o Código de Processo Civil também autoriza o Juiz a conceder a antecipação de
tutela “existindo prova inequívoca”:

Art. 273 - O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os


efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca,
se convença da verossimilhança da alegação e:

I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou


II - ...

§ 1° - Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as


razões do seu convencimento.

§ 2° - Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de


irreversibilidade do provimento antecipado.

§ 3° A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua


natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4° e 5°, e 461-A.

2
No que concerne à antecipação de tutela, especialmente para que a
requerida seja compelida a autorizar a realização do ato cirúrgico buscado e arcar com as suas
despesas, justifica-se a pretensão pelo princípio da necessidade, a partir da constatação de que
sem a tutela a espera pela sentença de mérito importaria denegação de justiça, já que a
efetividade da prestação jurisdicional restaria gravemente comprometida, implicando mesmo em
risco de vida para a Requerente, tendo em vista a sua frágil e tenra idade e a urgente
necessidade da realização do aludido procedimento cirúrgico .

No presente caso, estão presentes os requisitos e pressupostos


para a concessão da tutela requerida, existindo prova inequívoca e verossimilhança das
alegações, além de fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, mormente no
tocante à necessidade de o requerente ter o amparo do plano de saúde contratado.

O fumus boni júris caracteriza-se pela própria requisição do exame


prescrito, efetuada por médico cadastrado junto à Requerida, que evidencia o caráter
indispensável da cirurgia, sua necessidade e urgência para possibilitar a obtenção de resultado
positivo e extirpação do gravame da saúde da mesma.

Evidenciado, igualmente, está o periculum in mora, eis que a


demora na consecução do ato cirúrgico, objeto da lide, certamente acarretará em agravamento
do quadro clínico da paciente, ora Autora, pondo em risco a própria vida desta criança, levando-
se em conta a sua idade(13 anos), e que a solução tardia da moléstia pode obviamente causar
dano irreparável, ante a natureza do bem jurídico que se pretende preservar - a saúde, e, em
última análise, a vida.

2
À luz do art. 273, I, do CPC, a antecipação dos efeitos da tutela deve
ser concedida se estiverem presentes a verossimilhança das alegações do requerente e o risco
de dano irreparável ou de difícil reparação. Neste diapasão, mostra-se inquestionável a
concessão da tutela, para possibilitar a consecução do exame prescrito pelo médico, na medida
em que o segurado continua experimentando fortes dores no corpo e sofrendo desmaios
repentinos.

A reversibilidade da medida também é evidente, uma vez que a


requerida, se vencedora na lide, poderá ressarcir-se dos gastos que efetuou, mediante ação
indenizatória.

DIANTE DISTO, REQUER-SE, COMO MEDIDA DE TUTELA


ANTECIPADA, INAUDITA ALTERA PARS, NO SENTIDO DE DETERMINAR QUE A RÉ
AUTORIZE A REALIZAÇÃO DO ATO CIRÚRGICO DA AUTORA, PRETENDIDO ATRAVÉS DA
GUIA SOLICITAÇÃO DE INTERNAÇÃO 000000, A SER REALIZADO EM HOSPITAL
ESCOLHIDO E CREDENCIADO JUNTO À RÉ, QUAL SEJA O REAL HOSPITAL PORTUGUÊS
DE BENEFICÊNCIA EM PERNAMBUCO, DE IMEDIATO, SOB PENA DE MULTA DIÁRIA DE
R$ 1.000,00(MIL REAIS), DETERMINANDO-SE, OUTROSSIM, QUE O MEIRINHO CUMPRA O
PRESENTE MANDADO EM CARÁTER DE URGÊNCIA.

DA REPARAÇÃO DE DANOS

A Ré, de outro contexto, deve ser condenada a reparar os danos


sofridos pela pequena Maria. A mesma tomou-se de angustia ao saber que sua cirurgia não
2
seria eventualmente realizada. Até porque, na sua pequena cabeça, seus coleguinhas de
colegas já previam a hipótese de visitá-la no hospital e a mesma, deliberadamente, os avisou
que possivelmente isso já não mais era possível, ao menos no momento de elucidar a notícia.

Não fosse isto, Excelência, a gravidade do quadro clínico da Autora,


e de quantos outros que necessitem de uma intervenção cirúrgica, constitui por si só motivo mais
que suficiente para que a Ré suporte a condenação no ônus de indenizar.

Não percamos de vista o que, neste contexto, disciplina o Código


Civil:

CÓDIGO CIVIL
Art. 187 – Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.

PEDIDOS

Diante do que foi exposto, pleiteia a Autora que Vossa Excelência


defira os seguintes pedidos:

a) a citação da requerida, na pessoa de seu representante legal, para,


querendo, no prazo legal, contestar o presente feito, sob as penas da revelia;

2
b) seja ratificada, na sentença, em todos os seus termos, o pedido de tutela
antecipada ora formulado;

c) sejam JULGADOS PROCEDENTES todos os pedidos formulados na


presente demanda, tornando definitiva a antecipação de tutela concedida e
declarar a obrigação da requerida em custear e/ou autorizar a realização do
ato cirúrgico descrito nesta peça inicial, desconstituindo-se eventual
cláusula contratual que preveja a exclusão de cobertura em face do fator
econômico do procedimento cirúrgico, com a condenação da mesma ao
pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, estes a serem
arbitrados equitativamente por V. Ex.ª;

d) pede, mais, a condenação da mesma indenização por danos morais, na


forma do art. 186 c/c art. 187 do Código Civil;

e) com a inversão do ônus da prova, face à hipossuficiência da Autora frente


à Requerida, nos termos do Artigo 6º inciso VIII do CDC, protesta e requer a
produção de provas admissíveis à espécie , em especial a oitiva do
representante legal da requerida e de testemunhas, bem como perícia, se o
caso assim o requerer.

Dá-se à causa o valor estimativo de R$ 100,00(cem reais).

2
Respeitosamente, pede deferimento.

Recife (PE), 00 de maio do ano de 0000.

Beltrano de Tal
Advogado - OAB(PE) 112233

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