Você está na página 1de 9

AULA 01

INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES DA AMAZÔNIA - IESAM


CURSO: CONTÁBEIS
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À ECONOMIA
PROFESSOR: RINALDO MORAES

Nota: Este texto deve ser entendido como um apêndice, um complemento, das
bibliografias sugeridas em sala de aula para esta disciplina. Aqui só se encontram os
aspectos norteadores. O aluno deve fazer, com efeito, o uso intensivo de livros para um
maior aprofundamento, pois nada o substitui. Leia livros! A leitura – e o estudo - nos
livros aumenta a (i) nossa competência técnica, a (ii) nossa empregabilidade no mercado
de trabalho e a (iii) nossa competitividade individual na resolução de problemas
complexos – ou não - neste mundo globalizado.

NOÇÕES GERAIS DE ECONOMIA

ÍNDICE:
1. ASPECTOS GERAIS
2. NECESSIDADES HUMANAS
3. RECURSOS PRODUTIVOS
4. BENS E SERVIÇOS
5. AGENTES ECONÔMICOS
6. MERCADO
7. MÉTODOS DE ANÁLISE EM ECONOMIA
8. TEORIAS E MODELOS
9. ECONOMIA POSITIVA E NORMATIVA
10. BIBLIOGRAFIA

1. ASPECTOS GERAIS

O objetivo central deste texto é o de tratar das principais noções gerais da ciência
econômica mencionando, de forma simples, os conceitos básicos da economia como,
por exemplo, o que vem a ser (i) bens e serviço, o (ii) que são recursos produtivos e o
que os compõem. Trata, também, do que vem a ser os (iii) agentes econômicos e da (iv)
definição de mercado.

O ponto de partida deste texto é sobre as necessidades. Com efeito, é da


necessidade humana que advém toda a preocupação dos economistas, pois caso as
necessidades não existissem....não haveria precisão de se ter economista. Todos teriam o
que bem quisessem. Bem, mas a realidade não é assim. É bem complexa e existem
muitas necessidades, principalmente para as pessoas que habitam países ou regiões que
são relativamente pobres e apresentam elevados problemas na disparidade de renda e na
distribuição de riqueza. Neste exemplo, podemos encaixar a Amazônia (Brasil) ....toda a
América Latina, parte da Ásia (menos o Japão e Coréia do Sul)....a Europa Oriental (e
grande parcela da Europa Ocidental)....e mesmo os Estados Unidos, onde o número de
pobres cresce assustadoramente.

2 – NECESSIDADES HUMANAS
O que é uma necessidade humana? Entende-se, por esta, a sensação de que falta
alguma coisa unida ao desejo de satisfazê-la.

Acreditamos que todas as pessoas sentem necessidade de adquirir alguma coisa.


Sentem desejo....tanto por roupas, alimentos, água, quanto por bens de consumo como
televisão, computador, geladeira e etc.

Com efeito, não há limite para as necessidades humanas. E estas vão


aumentando à medida em que aumenta a renda.

Mas como satisfazer as necessidades humanas? O que você faria se aparecesse


uma Lâmpada de Aladim em sua frente e, após esfregá-la, o gênio dissesse-me: peça-me
o que queres meu amo (ou minha ama)....que te darei. O que você pediria? Bom, se você
é uma pessoa habituada ao comportamento comum....deveria, então, pedir um carro
importado, as melhores roupas, uma casa de praia, dinheiro, muito dinheiro (de
preferência dólar), além de melhores médicos à sua disposição. Que tal um bom iate,
ainda?

Entretanto, necessidades materiais não é tudo. Você poderia pedir, ainda, para o
gênio, amor, felicidade, prestígio, paz, alegria ou uma boa sogra ou sogro.

E dia após dia, os pedidos aumentariam, pois as necessidades, do campo


material, nunca seriam totalmente satisfeitas. Sempre se teria desejo por uma nova
coisa. Desde fato advém a verdade dita pelos economistas e verificada na sociedade: que
as necessidades humanas são ilimitadas. Mas nem todas as necessidades podem ser
satisfeitas. E por outro lado, também, não existe gênio que ajude a satisfazê-la. O que
existe, de fato, são recursos escassos, insuficiente satisfazer a todos.

Este dilema de recursos escassos versus necessidades ilimitadas é que norteará


boa parte da preocupação dos economistas. Em forma de pergunta: como posso
melhorar a qualidade de vida de uma nação que dispõe de poucos recursos? Que
recursos são esses que limitam o desenvolvimento de uma nação e a necessidade de seu
povo?

3 – RECURSOS PRODUTIVOS

Vimos, centralmente, no item anterior que as necessidades humanas são


ilimitadas. Algumas necessidades são não econômicas, como amor e felicidade, por
exemplo. Mas vamos falar de necessidade econômica, que caracterizam,
fundamentalmente, por serem ilimitadas. A fim de satisfazê-las, necessitariamos de uma
grande quantidade de bens econômicos.

Para a produção em grande escala desses bens econômicos oportuno seria que
existisse um conjunto infinitamente grande de recursos capaz de produzir tais bens.
ENTRETANTO, ESSA QUANTIDADE INFINITA DE RECURSOS NÃO EXISTE.
Nesse ponto, deparamos com o desafio da escassez.

2
Veremos, agora, em que consistem tais recursos. O que são esses recursos?

De cara, os recursos produtivos, também denominados FATORES DE


PRODUÇÃO, são os elementos utilizados no processo de fabricação dos mais variados
tipos de bens (mercadorias). São utilizados para satisfazer as necessidades humanas.

Fatores de produção

Produção de bens

Tipos de fatores de produção (ou recursos produtivos): (i) trabalho, (ii) terra, (iii)
matérias-primas, (iv) energia, (v) equipamento, (vi) combustíveis.

Os fatores de produção (ou recursos produtivos) podem ser classificados em


quatro grande grupos: (i) terra, (ii) capital, (iii) trabalho, (iv) capacidade empresarial e
(v) tecnologia.

(i) Terra: nome designado de recursos naturais, tais como florestas, recursos
minerais, recursos hídricos, etc. Compreende, ainda, solo, tanto para fins
agrícolas, quanto solo utilizado na construção de estradas, casas etc.
Deve ser destacado é que a quantidade de recursos naturais, ou Terra, é
limitado (tanto para países pobres quanto rico).

(ii) Trabalho: constitui trabalho, no sentido econômico, qualquer esforço


despendido por médico, operário ou de um agricultor rural. Fator
trabalho, então, é todo esforço humano despendido na produção de bens e
serviços. Em qualquer nação, o fator trabalho é limitado, principalmente
o trabalho especializado. Deve ser dito, ainda, que o trabalho é o fator de
produção mais importante em qualquer sistema econômico.

(iii) Capital (ou bens de capital): é um conjunto de bens fabricados pelo


homem e que são utilizados no processo produtivo. Portanto, não se
destinam, diretamente, à satisfação das necessidades através do consumo.
Por capital entenda-se: computadores, máquinas, equipamentos, usinas,
estradas de ferro, mobiliários de escritórios, entre outros, além de todos
os tipos de equipamentos utilizados na fabricação de bens e serviços.

(iv) Capacidade empresarial (ou organização empresarial): esse fator é


decorrente do fato de que o empresário exerce funções fundamentais no
processo produtivo. É o empresário que organiza a produção e combina
os demais recursos produtivos. É ele, também, que assumi riscos e quem
colhe o ganho do sucesso (lucro) e do fracasso prejuízo da empresa.

(v) Tecnologia (ciência técnica): este, também, é um fator fundamental no


processo produtivo. A exemplo dos outros, é necessário para as
demandas humanas, mas escasso, principalmente para os países/regiões
pobres.

3
A par do exposto acima, os recursos produtivos são limitados. Vejamos, agora, a
remuneração dos proprietários dos recursos produtivos.

Remuneração dos proprietários de recursos

Terra Aluguel
Trabalho Salário
Capital Juros
Capacidade empresarial Lucro

O que significa a remuneração dos proprietários dos recursos? De um modo


geral, é o preço pago pela utilização dos serviços dos fatores de produção aos
proprietários desses mesmos fatores.

Ora, numa empresa, os trabalhadores oferecem a sua força de trabalho e


recebem, em troca, um salário. Se os capitalistas emprestam dinheiro, recebem juros.
Proprietários de terra, aluguéis...e os proprietários de empresas, lucros.

4 – BENS E SERVIÇOS

De um modo geral, o objetivo de uma indústria é produzir bens e serviços para


vendê-los e obter lucros. Mas o que é bens? E serviços?

De forma global, BEM é tudo aquilo que permite satisfazer as necessidades


humanas. Por que um bem é procurado? Porque é útil...tem utilidade. Caso não fosse
útil, não teria utilidade.

Os bens podem ser LIVRES e ECONÔMICOS.

• Bens livres: são úteis...existem em quantidade ilimitada e podem ser obtidos


sem nenhum esforço na natureza. Ex: luz solar, o ar, o mar. Esses bens não
possuem preços.
• Bens econômicos: são úteis...possuem preços...são relativamente escassos e
supõem a ocorrência de esforço humano para obtê-lo.

Os bens econômicos são classificados em dois grupos: Bens materiais e serviços


(ou bens imateriais).

• Bens materiais: São de natureza material, podem ser estocados, tangíveis


(podem ser tocados), como roupas, alimentos, livros, tv...etc.
• Serviços: não podem ser tocados (intangíveis). Ex: serviço de um médico,
consultoria de um economista, serviços de um advogado (apenas para citar
alguns) e acabam no mesmo momento de produção. Não podem ser
estocados.

4
Os bens materiais classificam-se em bens de consumo e bens de capital.

• Bens de consumo: são aqueles diretamente usados para a satisfação das


necessidades humanas. Os bens de consumo podem ser (i) bens de consumo
durável (como carros, móveis, eletrodomésticos...) e (ii) bens de consumo
não durável (tais como gasolina, alimentos, cigarro).

• Os bens de capital são os bens de produção (ou os bens de produção são os


bens de capital. Ou seja: bens de capital são aqueles que permitem produzir
outros bens. Exemplo: equipamentos, computadores, edifícios,
instalações...etc.

Deve ser dito que tantos os bens de consumo quanto os bens de capital são
classificados como bens finais, pois já passaram por todas as etapas de
transformação possíveis. São bens acabados.

Aqueles bens que ainda estão inacabados, que precisam ser transformado para
atingir a sua finalidade precípua, são os bens intermediários. Ex: o aço, o vidro e a
borracha usados na produção de carros.

Os bens podem ser classificados, ainda, em bens privados e bens públicos.

• Bens públicos: referem-se ao conjunto de bens fornecidos pelo setor público:


transporte, segurança, transporte e justiça.

• Bens privados: são produzidos e possuídos privadamente: tv, carro,


computador...etc.

5 – AGENTES ECONÔMICOS

Agentes econômicos são pessoas de natureza física ou jurídica que, através de


suas ações, contribuem para o funcionamento do sistema econômico (tanto capitalista
quanto capitalista).

Os agentes econômicos são os seguintes:

• Empresas
• Famílias
• Governo (nas três esferas)

i) empresas: são os agentes encarregados de produzir e comercializar bens


e serviços. Como é realizada a produção? Através da combinação dos
fatores produtivos adquiridos juntos às famílias. As decisões da empresa
são todas guiadas para o objetivo de se conseguir o máximo de lucro e
mais investimentos.

5
ii) família: incluem todos os indivíduos e unidades familiares da economia
e que, no papel de consumidores, adquirem os mais diversos tipos de
bens e serviços, objetivando o atendimento de suas necessidades. Por
outro lado, são as famílias os proprietários dos recursos produtivos e são
elas que fornecem às empresas os diversos fatores de produção, tais
como: trabalho, terra, capital e capacidade empresarial. Recebem em
troca, como pagamento, salários, aluguéis, juros e lucros....e é com essa
renda que compram os bens e serviços produzidos pelas empresas. O que
sempre as famílias buscam é a maximização da satisfação de suas
necessidades.

iii) governo: inclui todas as organizações que, direta ou indiretamente, estão


sob o controle do Estado, nas suas esferas federais, estaduais ou
municipais. Vez por outra o governo atua no sistema econômico ,
produzindo bens e serviços, através, por exemplo, da Petrobrás,
Empresas de Correios e etc.

6 – MERCADO

Em sentido geral, o termo MERCADO designa um grupo de compradores (lado


da procura) e vendedores (lado da oferta) de bens, serviços ou recursos que estabelecem
contato e realizam transações entre si.

O lado dos compradores é constituído tanto de consumidores, que são


compradores de bens e serviços quanto de empresas, que são compradoras de recursos
(trabalho, terra, capital e capacidade empresarial) utilizados na produção de bens e
serviços.

O lado dos vendedores é constituído pelas empresas, que vendem bens e serviços
aos consumidores e pelos proprietários de recursos (trabalho, terra, capital e capacidade
empresarial) que os vendem (ou arrendam) para as empresas em troca de remuneração
(salários, aluguéis, lucros...).
MERCADO

Compradores Vendedores

Consumidores Empresas

Lado da procura Lado da oferta

P P

6
Q Q
7 – MÉTODOS DE ANÁLISE EM ECONOMIA

A economia, por ser uma ciência, utiliza-se de métodos científicos para


interpretar os problemas. Os métodos científicos caracterizam-se pelo raciocínio lógico
e classificam-se em (i) Dedutivo e (ii) Indutivo.

• Método Dedutivo: é um método de raciocinar que parte de conclusões


gerais para as particulares (ou específicas). Exemplo:

Todo jogador da seleção brasileira é valorizado,


Denilson é um jogador da seleção brasileira.
Logo, Denilson é um jogador valorizado

Toda empresa tenta maximizar o lucro.


A Intel é uma empresa.
Logo, a Intel tenta maximizar seu lucro.

• Método Indutivo: é um método de raciocinar que parte de fatos particulares


para se chegar a conclusões gerais. Exemplo:

João acordou cedo hoje.


João tem acordado cedo todos os dias.
Por conseguinte, João acordará cedo amanhã.

A sol se levantou hoje.


O sol tem se levantado todos os dias.
Por conseguinte, o sol se levantará amanhã.

Nota: é importante notar que uma conclusão pode ser válida sem que seja
necessariamente verdadeira. Será que João irá acordar cedo amanhã? Mais certo é que o
sol irá se levantar no dia seguinte.

8 – TEORIAS E MODELOS

A economia, a exemplo de qualquer ciência, preocupa-se com a previsão e a


explicação de fenômenos. Como explicar esses fenômenos? Como explicar a inflação?
Depressão?

Para explicar os fenômenos econômicos, é utilizado as TEORIAS. Em


economia, utilizar teorias significa extrair conhecimentos sobre o funcionamento do
sistema econômico.

Por outro lado, uma teoria pode ser apresentada sob a forma de MODELO. O
que é um modelo?

7
Modelo: representação simplificada da realidade ou das principais características
de uma teoria. Em termos simples, os modelos podem ser comparados aos MAPAS DE
UMA CIDADE.
Fenômenos econômicos

Teorias

Modelos

9 – ECONOMIA POSITIVA E NORMATIVA

Os argumentos que compõe a teoria econômica podem ser classificados em (i)


positivos e (ii) normativos.

Os argumentos positivos caracterizam-se por procurar entender e explicar os


fenômenos econômicos como eles realmente são. Trata do que é. Por exemplo: a região
amazônica se destaca como a maior produtora de minério do ferro do Brasil. Outro
exemplo: São Paulo é o primeiro Estado brasileiro na produção industrial.

Os argumentos normativos, por sua vez, dizem respeito ao que deveria ser. Por
envolver juízo de valor sobre o que deve ser, tais argumentos não podem ser
confrontados com os fatos objetivos da realidade. São argumento, ainda, influenciados
por fatores filosóficos, sociais e culturais. Ex: a região amazônica necessitaria ser mais
assistida pelo poder público federal. Outro exemplo: A economia brasileira poderia
priorizar mais a agricultura familiar para evitar o êxodo rural. Ou, ainda: o combate ao
desemprego deveria ser uma prioridade em relação ao combate da inflação.

10. EXERCÍCIO DINÂMICO (as respostas podem ser escritas tanto à mão quanto no
computador. Devem ser preferencialmente extensas para melhor se verificar o
aspecto dissertativo do aluno).

A) Analise o dilema recursos escassos versus necessidades ilimitadas, já que este é um


dos principais problemas que norteia a preocupação dos economistas.

B) Conceitue bens de capital, bens de consumo, bens intermediários e fatores de


produção.

C) Quais são os principais recursos produtivos e por que são encontrados de forma
ilimitada na natureza? E os recursos naturais? São finitos?

D) O que se entende por Agente Econômico e de que forma esses agentes podem se
relacionar com o mercado. O que é o mercado? O que deve ser entendido por
mercado amazônico?

E) Conceitue método dedutivo e indutivo. Teorias e modelos. Cite exemplos


destacando a Amazônia

8
FUNDAMENTAL A LEITURA DA BIBLIOGRAFIA ABAIXO

11. BIBLIOGRAFIA BÁSICA


VASCONCELOS, Marco. Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva, 1999.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CASTRO, Antonio B. & LESSA, Carlos. Introdução à economia: uma abordagem
estruturralista. Rio de Janeiro: Forense, 1967.
LACERDA, Antônio C (vários autores). Economia brasileira. São Paulo: Saraiva,
2000.
MACHON, Morcillo. Introdução à economia. São Paulo: Nacional, 1984.
MANKIW, N. Introdução à economia. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
MONTORO Filho, André F. B. Manual de economia. 17Edição. São Paulo: Saraiva,
1991.
PASSOS, Carlos Roberto Martins. Princípios de economia. São Paulo: Pioneira, 1998.
PINTO, ANÍBAL & FREDES, CARLOS. Curso de economia: elementos de teoria
econômica. 4º ed. Rio de Janeiro: DIFEL, 1977.
ROSSETTI, José P. Introdução à economia. 17ª ed. São Paulo: Atlas, 1988.
SANDRONI, Paulo. Novo dicionário de economia. 4 ed. São Paulo: Best Seller, 1994.
SILVA, César & LUIZ, Sinclair. Economia e mercados – introdução à economia. 16º
edição. São Paulo: Saraiva, 2000.
SOUZA, Nali de Jesus de. Curso de economia. São Paulo: Atlas, 2000.
WESSELS, Walter. Economia. São Paulo: Saraiva, 1999.
WONNACOTT, Paul. Economia. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 1994.

Você também pode gostar