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Resumo
1 Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria, RS. Professora do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IF FARROUPILHA). E-mail: luciana.santos@iffarroupilha.edu.br.
2 Licenciada em Matemática pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IF
FARROUPILHA). Aluna do curso de Pós-graduação em Gestão Escolar do IF FARROUPILHA. E-mail:
anajara-floriano@bol.com.br.
ISSN 2176-1396
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Introdução
sua origem quatro Câmpus: Câmpus São Vicente do Sul, Câmpus Júlio de Castilhos, Câmpus
Alegrete e Câmpus Santo Augusto.
No ano de 2010, o IF Farroupilha expandiu-se com a criação do Câmpus Panambi,
Câmpus Santa Rosa e Câmpus São Borja; no ano 2012, com a transformação do Núcleo
Avançado de Jaguari em Câmpus do IF Farroupilha e no ano de 2013 com a criação de mais
um câmpus na cidade de Santo Ângelo e a implantação do Câmpus Avançado de Uruguaiana.
Assim, o IF Farroupilha constitui-se por nove campi e um Câmpus Avançado, no qual oferta
cursos de formação inicial e continuada, cursos técnicos de nível médio, cursos superiores e
cursos de pós-graduação, além de outros Programas Educacionais fomentados pela Secretaria
de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC). Além destes campi, o IF Farroupilha atua
em mais 38 cidades do Estado a partir da oferta de cursos técnicos na modalidade de ensino a
distância.
Nesse contexto, os Institutos Federais (IFs), de acordo com sua Lei de Criação, devem
ofertar 20% de suas vagas em cursos de Licenciaturas (especialmente na área de ciências e
matemática e para a educação profissional). Partindo desse compromisso, o IF Farroupilha
oferta cursos de licenciatura desde o início das suas atividades, visando atender à demanda de
formação de professores nas áreas com maior carência de profissionais. No total são 7 cursos
de licenciatura diferentes, com oferta de 6 turmas anuais, em 8 Câmpus. São eles:
Licenciatura em Matemática, Licenciatura em Química, Licenciatura em Física, Licenciatura
em Ciências Biológicas, Licenciatura em Computação, Licenciatura em Educação do Campo
(ciências agrárias e ciências da natureza). Atualmente, o IF Farroupilha possui 882 alunos
matriculados nestes cursos de Licenciatura (dados Censo 2014).
Em nossos estudos, observamos que os Cursos de Licenciatura, em geral, ao longo da
história são oferecidos por instituições específicas, por um grupo de professores
especializados em suas áreas e seguindo uma seqüência e uma lógica de conteúdos e
conhecimentos que muitas vezes estão distantes dos reais interesses dos alunos do curso.
Assim, por iniciativa do grupo de professores que atuava no Curso de Licenciatura em
Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IF
FARROUPILHA), câmpus Júlio de Castilhos, surgiu a proposta de um curso de formação que
atendesse tanto acadêmicos do curso como comunidade em geral.
A proposição era de criar um espaço formativo de integração e aproximação também
com os docentes da rede pública e ao mesmo tempo oferecer atividades coletivas e integradas
capazes de compor uma formação mais ampla aos acadêmicos a partir da discussão de
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temáticas que fossem do interesse dos mesmos. Tal atividade foi intitulada Circuito de
oficinas interdisciplinares: reflexões e ações na Licenciatura em Matemática e fez parte do
cronograma de ações do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação e Educação Matemática
(NEPEM) do IFFARROUPILHA (Projeto Edital CAPES 28/2010), câmpus Júlio de
Castilhos, bem como teve respaldo nas discussões e estudos realizados no âmbito Projeto
Institucional contemplado no Edital CAPES 19/2013 intitulado como Rede de Formação de
Professores do IF Farroupilha: Consolidando um Espaço de Formação, Estudos e Pesquisas
nas Licenciaturas.
O NEPEM é um grupo constituído por professores e alunos do curso e tem como
objetivo constituir-se em um espaço de reflexão compartilhada envolvendo os saberes e
fazeres acerca do processo de ensino e aprendizagem da Matemática.
As ações desenvolvidas neste núcleo têm o apoio do Programa de Consolidação das
Licenciaturas (PRODOCENCIA) através da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES), e tem servido como um estímulo para a realização de atividades
diferenciadas no interior do curso de licenciatura. As ações realizadas neste núcleo são
planejadas coletivamente e realizadas em parceria por alunos, professores e docentes da
escola básica.
Tendo em vista este contexto, este artigo procura discutir e problematizar a relevância
de tais oficinas na formação inicial do professor de matemática no IF Farroupilha, localizado
no município de Júlio de Castilhos, RS. Assim, para a construção desse trabalho nos
utilizamos de uma investigação de caráter qualitativo e documental pautado na análise das
fichas de avaliação dos acadêmicos que participaram das oficinas propostas pelo Curso de
Licenciatura em Matemática nas três edições de oferta do curso, procurando elementos que
demonstrassem de que maneira estas oficinas contribuíram em seus processos formativos.
Foram utilizados como aportes teóricos os estudos de: Garcia (1999, 2012), Fiorentini (2003),
e Mizukami (2008, 2010), Pimenta (2000) especialmente no que se refere à formação de
professores e a educação matemática.
A fim de facilitar a discussão e a compreensão sobre a temática organizamos este
artigo da seguinte maneira: primeiramente tecemos considerações sobre a formação inicial de
professores de matemática no âmbito de um Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia. Em seguida, explicitamos a organização destas oficinas, a metodologia
empregada para sua operacionalização e as suas potencialidades para a formação de
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professores tendo por base os registros encontrados. Finalizando o presente artigo tecemos
considerações sobre as contribuições desta experiência para a formação inicial de professores.
Outro autor que tem se dedicado a pesquisar e discutir a formação docente é Garcia
(1999, 2012) e aqui nos auxiliar com um de seus estudos no qual pontua a importância de que
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[...] as licenciaturas têm sido apontadas como absolutamente essenciais por serem o
espaço privilegiado da formação docente inicial e pelo importante papel que podem
ter na profissionalização docente, para o desenvolvimento de pedagogias
apropriadas às especificidades da educação profissional, o intercâmbio de
experiências no campo da educação profissional, o desenvolvimento da reflexão
pedagógica sobre a prática docente nesta área, o fortalecimento do elo entre ensino-
pesquisa-extensão, pensar a profissão, as relações de trabalho e de poder nas
instituições escolares, a responsabilidade dos professores etc.
A fim de complementar a idéia referida acima acreditamos ser pertinente destacar que
existem diferentes tipos de conhecimentos necessários ao ensinar. Portanto, não basta o
conhecimento do conteúdo a ser ministrado, mas que “Existem outros tipos de conhecimentos
que também são importantes referentes aos estudantes, a como se ensina e ao contexto onde
se ensina” (GARCIA, 2012, p. 72).
Assim, pensando nessas diferentes variáveis que apresentamos a proposição das
oficinas pedagógicas que são apresentadas e discutidas no item a seguir.
feita por meio de formulário eletrônico enviado para os emails cadastrados e também durante
a visita as escolas, ou quando os alunos fazem os estágios, as praticas e os encontros do
PIBID.
No primeiro ano de realização do circuito a partir desta pesquisa as oficinas oferecidas
discutiam as seguintes temáticas: A matemática no cotidiano; Comunicação e fala, Logaritmo
e suas aplicações, Matemática na sala de aula; O movimento e a matemática; a construção de
resenhas e resumos. Vale ressaltar que em seu primeiro ano estas oficinas contaram com a
participação de cerca de 40 sujeitos.
Ao término de cada oficina os participantes realizavam uma avaliação referente a
temática abordada. O ponto de destaque nestas avaliações foi o fato de que os sujeitos
ressaltaram que as estratégias utilizadas durante as oficinas foram muito importantes,
principalmente por apresentar exemplos do cotidiano escolar e possibilitar situações em que
eles podiam esclarecer suas dúvidas e ampliar seus conhecimentos. Ainda a este respeito a
grande maioria colocou que as temáticas abordadas além de enriquecedoras e interessantes,
foram proveitosas e divertidas.
Levando-se em conta que as oficinas eram oferecidas aos sábados pela manhã a fim de
contemplar a maior parte dos acadêmicos do curso e professores que trabalhavam nas escolas,
podemos perceber que em relação a distribuição do tempo para as atividades foram
consideradas boas. Os participantes consideraram que a proposição de tais atividades aos
sábados favoreceu para que um bom número pudesse participar.
As estratégias utilizadas para desenvolver os temas de cada encontro foram muito
importantes, pois conseguiram atrair os interesses dos participantes, de forma que ainda
auxiliaram para que ampliassem os conhecimentos e melhorassem seu desempenho escolar,
pessoal e profissional. Segundo os próprios participantes a organização das oficinas mostrou
que é possível trabalhar a matemática de uma maneira mais lúdica e prazerosa, fugindo do
lugar comum do livro didático e da listagem de exercícios.
No segundo e terceiro ano, devido ao bom resultado com as oficinas do primeiro ano,
tivemos cerca de 150 inscritos entre eles alunos dos Cursos de Licenciatura em Matemática e
de Sistemas de Informação, professores da rede estadual e municipal e professores do próprio
instituto. Os próprios acadêmicos pediram para que fossem realizadas novas oficinas. Assim,
foi feita uma nova pesquisa referente ao que os alunos gostariam de trabalhar nesta segunda
edição, sendo que o foco ficou em metodologias inovadoras para o ensino da Matemática e a
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O ambiente pode ser físico ou digital, mas em qualquer uma das situações, deve-se
atender de maneira especial à pessoa que aprende, considerando a situação ou o
espaço onde atua, interage e aprende o aluno e a utilização de ferramentas e meios
que facilitam o aprendizado.
Considerações finais
REFERÊNCIAS
GARCIA, M. Formação de professores: para uma mudança educativa. Porto: Porto Editora,
1999.