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A QUÍMICA COMO FERRAMENTA PARA O

ESTUDO DE SUPERFÍCIES ESPACIAIS


Professora Diana Andrade
Observatório do Valongo – UFRJ
diana@astro.ufrj.br
Aula 2

Do Laboratório para o Espaço


Sideral

Espectrometria de massas por


tempo de vôo
DETERMINAÇÃO DAS ESTRUTURAS

Algumas técnicas são muito uteis:


- Espectrometria de massas (MS);
- Espectroscopia no Infravermelho (FTIR);
- Espectroscopia de Fotoeletron (XPS e UPS);
- Particle-induced X-ray emission (PIXE).
Espectrometria de massas (MS);
Espectrometria de massas (MS);
Espectrometria de massas (MS);
Espectrometria de massas (MS);
Espectrometria de massas (MS);
Espectrometria de massas (MS);
Espectrometria de massas (MS);
Espectrometria de massas (MS);

C 3H 8
Espectrometria de massas (MS);
No Universo...
RADIAÇÃO E PARTÍCULAS INCIDINDO SOBRE GELO
ASTROFÍSICO

13
Primeiros trabalhos: Metodologia Experimental

Fonte de
íons (252Cf)

O Sol é substituido por fontes


de íons, luz síncrotron e
canhão de elétrons
Processos de Alteração e Destruição:

 FOTÓLISE: Fótons (UV, Raios X)


 RADIÓLISE: Partículas (e-, íons, CRs); Vento solar.
 AQUECIMENTO: Colisão entre os grãos

Reações químicas
Dessorção
Aquecimento e Evaporação
Sputtering (erosão)
Compactação
Porque necessitamos de Ultra-alto vácuo?
Necessário se queremos encontrar quantitativamente as taxas de reação,
probabilidade de aderência (SP, sticking probabilities), barreiras para reações e
mecanismos de reações dominantes que serviriam de base para a química do
estado sólido de regiões interestelares.

No caso de sistemas de alto vácuo, a atmosfera é dominada por moléculas


16 de H2O
numa quantidade entre 90-95%. Outros contaminantes: nitrogênio, oxigênio,
argônio e, em menor proporção, gás carbônico, neônio, hélio, metano, criptônio,
hidrogênio, oxido nítrico
Porque necessitamos de Ultra-alto vácuo?

P = 10-7 mbar  1 monocamada de água a cada 10 s.

P = 10-8 mbar  1 monocamada de água a cada 100 s.

P = 10-9 mbar  ~ 4 monocamadas de água a cada hora.

Além disso, temos que garantir que o feixe de radiação chegue até a
amostra sem que sofra os efeitos das camadas superficiais
contaminantes;

Que os íons dessorvidos não sejam neutralizados por estas camadas


superficiais, chegando ao detector sem colidirem com as moléculas do
gás residual.

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Precisamos ainda garantir que não haverá perda da energia inicial do
feixe de radiação ionizante nem dos íons desservidos.
Porque necessitamos de Ultra-alto vácuo?

O que precisa ser feito?

Bombas de vácuo eficientes;

Aquecimento das paredes da câmara até 150 oC;

P ~ 10-9 – 10-11 mbar.

Consequência: atmosfera de H2
Preparando a amostra
Preparando a amostra

No caso de análise na fase gasosa,


haveria uma agulha onde sairia o gás
no lugar do substrato com a amostra.
20
E a T seria de câmara (~ 300 K).
Foto da Câmara de Ultra-alto váuo do Laboratório de
Química de Superfícies (LaQuiS) da UFRJ
Espectrometria de Massas
O espectro de massas é um gráfico contendo a razão
massa/carga dos fragmentos carregados e suas
concentrações relativas.

Em algumas condições é possível encontrar valores


absolutos.

Quando não  normalização pelo pico base (PB).

PB  sinal mais intenso do espectro.

Na fase gasosa, pode aparecer um pico com massa


(M+1)+ e/ou (M+2)+  Isótopos.
Espectrometria de Massas
Espectrometria de Massas

24
Espectrometria de Massas

(Impacto de elétrons)
Espectrometria de Massas

Espectrômetro de baixa resolução  separação de


massas unitárias.

Espectrômetros de alta resolução  4 casas decimais.

26
Espectrometria de Massas

Alguns Exemplos

27
Gelo de água - PDMS

28
Espectrometria de Massas
Ex. Investigações da superfície pelo
impacto de íons rápidos
PDMS: Plasma Desorption Mass
spectrometry by 252Cf FF
– E~ 65MeV; (Regime eletrônico)
– Baixo fluxo ~ 1000 cm-2 s-1.

Ex. Gelo de água


+
+

Cluster 25
+

Ex. PET
Metanol - PDMS

30
Espectrometria de Massas
Metanol - PDMS

31
Resultados
Similar aos
hidrocarbonetos
AE13=22,31 eV
AE14=15,30 eV
AE15=13,82 eV

PDMS PI12 = 11,26 eV


Metanol PI13 = 11,13 eV
PI14 = 10,40 eV
PI15 = 9,83 eV
PI16 = 12,6 eV 29 e 31

Adaptado de Wagner et al. (1993)


Resultados
Comportamento  dos hidrocarbonetos

série
HpCO+
PDMS
Metanol Comportamento similar
até aqui

Adaptado de Wagner et al. (1993)


PI29 = 8,12 eV – C2H5+ e HCO+
PI30 = 10,88 e 11,0 eV - C2H6+ e HCOH+
Espectrometria de Massas
Metanol - PDMS

30 < m/q < 100 u/e

34
Espectrometria de Massas
Metanol - PDMS

Clusters

35
Resultados

(CH3OH)HCO+

PDMS
Metanol
(CH3OH)CH3OH2+
Ácido fórmico - PDMS

37
Espectrometria de Massas
Ex. Investigações da superfície pelo impacto de íons rápidos
Gelo de acido Fórmico (HCOOH) à 55K
Reativos

Decaimento
exponencial
(dupla)

Anômalo
PSD

Martin e co-autores (2005) mostraram que e- com E~1eV induzem interessantes


reações químicas em clusters de ácido fórmico, os quais não aparecem no espectro
da molécula isolada.
Espectrometria de Massas
Ex. Investigações da superfície pelo impacto de íons rápidos
Gelo de acido Fórmico (HCOOH) à 55K

39
Espectrometria de Massas
Ex. Investigações da superfície pelo impacto de íons rápidos
Química Teórica: ácido fórmico

41

versus
(HCOOH)nOH- versus (HCOOH)n(H2O)HCOO-

42
Ácido fórmico – EXAFS e PSID

43
Espectrometria de Massas
PSID – Dessorção de íons estimulada por fótons

NEXAFS – HCOOH
Espectroscopia de
absorção de Raio-X

44
Espectrometria de Massas
PSID – Dessorção de íons estimulada por fótons
PSID – Photon Stimulation Ion Desorption
– Raios X; Feixe Pulsado (LNLS)

TOF-MS
– Dissociação molecular.
– Desorção estimulada.
– Íons positivos e negativos.
– NÃO produz Clusters

Gelo de acido Fórmico


(HCOOH) à 55K
Andrade et al. 2008

Feixe pulsado
Espectrometria de Massas
PSID – Dessorção de íons estimulada por fótons - HCOOH
Curvas de rendimento para diferentes energias

46
PSID - Metanol

47
NOS AMBIENTES ESPACIAIS...

Abundancias moleculares dependem do mecanismo


de formação e destruição.

Fotodessorção pode explicar a abundancia de íons


e neutros na fase gasosa detectados em ambientes
frios.

Fótons de raio-X de estrelas jovens podem penetrar


regiões densas dos discos proto-planetários 
dissociação e dessorção de moléculas que estavam
no mantos dos grãos. 48
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA

Contribuição da dessorção de íons a partir do metanol


condensado.

Partícula ionizante: Fótons de raio-X mole.

Ambiente simulado: Disco proto-planetário.


ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA

Porque metanol???

Álcool mais simples;

Importante precursor de espécies mais complexas;

Abundante na fase condensada nos mantos interestelares e


nos grãos protoestelares.

O enriquecimento de metanol na fase gasosa nas nuvens


frias e densas seria uma evidência de que o metanol está
sendo liberado dos grãos por processos não-térmicos (fóton
ou raios cósmicos).
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA

Inpiração:

Das observações:
T-Tauris emitem grande quantidade de fótons de Raio-X;
Esses fótons alcançam o interior do disco.

Estudo anteriores:
Najita, Bergin & Ullom (2001) analisaram a dessorção de moléculas nos discos
protoplanetários  aquecimento dos grãos por raio-X pode ser uma fonte
significante de dessorção molecular no topo do disco.

Aikawa & Herbst (1999) calcularam a distribuição e abundância de várias


moléculas nos discos protoplanetários levando em conta a adsorção, reações
químicas e dessorção não térmica.  altas abundâncias devido a eficiência de
ionização dos raios-X  favorecimento de reações íon-molécula.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA

Experimento

Laboratório nacional de Luz Síncrotron


(LNLS) – Campinas – Brasil.

Energia dos fótons: 537 eV (O 1s).

Modo single-bunch do acelerador – 1


pico a cada 311 ns, com largura de 60
ps.

P ~10-9 mbar T = 55 K.

Espessura do filme: ~ 2𝜇𝑚.


ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA

Experimento
Fótons interagem com a amostra induzindo excitação e ionização de caroço 
dissociação e dessorção.

Fragmentos ionizados dessorvem da superfície e são acelerados por um campo


elétrico  discriminado em massa por um tubo de vôo – detectados.

Calibração em massa é feita apenas com o SIMION.

Divisão da contagem por start  Rendimento de dessorção;

Área do pico
# ions dessorvidos
por fóton incidente
# fótons/bunchs
# bunchs
PROCESSO A NÍVEL MOLECULAR
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA

Processo a nível molecular


Se a energia de um fóton for suficiente para promover um elétron (de
valência ou de camada interna) de um orbital da molécula, cuja
energia é menor, para um orbital de energia maior, a molécula ficará
num estado chamado de estado excitado  foto-excitação.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA

Processo a nível molecular

Caso a energia seja suficiente para vencer as forças que mantém o


elétron ligado, este pode ser ejetado, desacoplando-se
completamente dos orbitais moleculares  molécula sem um elétron
+ elétron (fotoelétron) livre  foto-ionização.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
Processo a nível molecular
Após a excitação ou ionização, a molécula é forçada a buscar uma nova configuração
de mais baixa energia, devido ao buraco criado – Relaxação eletrônica - Processo
Auger e fluorescência de raio-X  mutuamente excludentes.
A probabilidade de ocorrência das transições Auger é favorecida para energias de
ligação abaixo de 2 keV. Esta probabilidade é chamada rendimento Auger (Auger
yield).

 Z, a probabilidade de ocorrência
do mecanismo Auger .

Curva de probabilidade de ocorrência do processo Auger


e da fluorescência para alguns elementos químicos.
Relaxação - Fluorescência

Fluorescência de raio-X: Figura mostra o buraco


de caroço e decaimentos K-alfa, K-beta e L-alfa
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
Exemplo didático do Be:
O estado atômico neutro do Be será tomado como referencia,
atribuindo-se a ele energia zero.
(b) um elétron é removido do
nível K.

A energia correspondente a esse


estado é igual à energia de ligação
do elétron removido (Ek).

O único mecanismo possível de


desexcitação é a emissão de
elétron Auger, pois as regras de
seleção de dipolo proíbem
emissões de raios-X para
transições que envolvam estados
de mesmo momento angular (do
tipo 2s-1s).
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA

Exemplo didático do Be:

A repulsão coulombiana
entre os elétrons 2s na
presença da lacuna no nível
1s, conduz à transição Auger
 resultando
no íon Be++.

A energia no estado final é a


soma das energias de
ionização dos estados
anteriores, denotadas por
EL1(Be0) e EL1(Be+).
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
Exemplo didático do Be:
A energia do elétron emitido
(EA) é dada por:

e é função unívoca dos níveis


envolvidos, ou seja, é
independente da energia do
fóton incidente, que gerou a
primeira vacância.

Cada elemento da tabela


periódica possui seu conjunto
de energias Auger
características.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
Exemplo didático do Be:

Pelo menos estados de


energia de três elétrons
tomam parte do
processo.

Portanto H, He e Li
isolados não podem gerar
elétrons Auger.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
Processo a nível molecular

Para os elementos mais pesados, a estabilização ocorre via sequência


de emissões Auger e raios-X, resultando em estado de ionização
múltipla.

Dependendo de como ocorra o rearranjo dentro do átomo, têm-se


diferentes processos Auger.
2e- 2h 1e- 1h 1e- 2h 2e- 3h
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA

DESSORÇÃO IÔNICA ESTIMULADA POR FÓTONS (PSID) OU ELÉTRONS (ESID)


Em ambos os casos, o que se forma após o impacto são íons, espécies
neutras e elétrons secundários. Todas essas espécies podem
dessorver ou interagir com outras na própria superfície.
DIFERENÇAS:
Na excitação e ionização estimulada por elétrons, o impacto do
elétron fornece parte de sua energia e momento para o alvo
(amostra).

Em contraste, a absorção de fóton ressonante transfere TODA a


energia e momento do fóton para o sistema.

Assim, a energia do elétron (Ei) pode causar qualquer excitação (ΔE)


numa faixa de 0 ≤ ΔE ≤ Ei, enquanto um fóton monoenergético
promoverá somente excitações referentes à ΔE = hν.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA

DESSORÇÃO IÔNICA ESTIMULADA POR FÓTONS (PSID) OU ELÉTRONS (ESID)

Em ambos os casos, o que se forma após o impacto são íons, espécies


neutras e elétrons secundários. Todas essas espécies podem
dessorver ou interagir com outras na própria superfície.
DIFERENÇAS:
Feixe de elétrons atua como uma fonte de radiação branca com
energia máxima de um pseudo-fóton (Ei = hν).

Excitações por feixe de elétrons são então menos específicas do que


excitações por fóton ressonante. Logo, os decaimentos são mais
complexos de interpretar.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
DESSORÇÃO IÔNICA ESTIMULADA POR FÓTONS (PSID) OU ELÉTRONS (ESID)
Esquema mostrando o processo de
dessorção devido ao impacto de raios-X
(ou elétrons) na superfície congelada
(poeira interestelar/cometa).

Elétrons ou fótons de raio-X interagem


com moléculas da superfície, excitando-as
ou ionizando-as. Fótons podem ser
absorvidos e os elétrons capturados.

Ambos podem ser espalhados.

Fótons, podem ainda ser refletidos ou


transmitidos pela superfície.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
DESSORÇÃO IÔNICA ESTIMULADA POR FÓTONS (PSID) OU ELÉTRONS (ESID)

a) Se um fóton (ou elétron) incidente é


absorvido (ou capturado) (t ∼ 10−17 s), ele pode
promover um elétron de uma molécula da
superfície para um estado excitado ou para o
contínuo, criando um buraco de caroço. 
ionização, fotoelétrons são ejetados pela
superfície. Elétrons secundários são também
formados.

b) após relaxação  emissão de elétron Auger


(Z < 30).

c) Por causa da repulsão colombiana dos


buracos positivos, devido ao processo Auger,
ocorre dissociação molecular e dessorção.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
DESSORÇÃO IÔNICA ESTIMULADA POR FÓTONS (PSID) OU ELÉTRONS (ESID)
RESULTADOS

Mais intensos  𝐶𝐻2+ . Seguido por: 𝐻+ , 𝐻3 𝑂+ .


ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
DESSORÇÃO IÔNICA ESTIMULADA POR FÓTONS (PSID) OU ELÉTRONS (ESID)
RESULTADOS - METANOL

M/q = 16 (𝐶𝐻4+ ou O+) é intenso.

CH4 foi observado por FTIR de


methanol puro a 10 K irradiado por
He+ 3 keV (Palumbo, Castorina &
Strazzulla 1999), mas experimentos
do grupo simulando raios cósmicos
em metanol a 55 K mostrou que m/q
16 é devido ao O+.  sugerimos O+.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
DESSORÇÃO IÔNICA ESTIMULADA POR FÓTONS (PSID) OU ELÉTRONS (ESID)
RESULTADOS - METANOL

Em comparação, o espectro negativo mostra apenas O- e H-.


Cátions são mais facilmente formados do que ânions.  auger.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
DESSORÇÃO IÔNICA ESTIMULADA POR FÓTONS (PSID) OU ELÉTRONS (ESID)
RESULTADOS - METANOL

Fragmentos devido a ruptura do C-O


são intensos

Rotas de dissociação sugeridas:


ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
DESSORÇÃO IÔNICA ESTIMULADA POR FÓTONS (PSID) OU ELÉTRONS (ESID)
RESULTADOS - METANOL

Fortes candidatas na
formação dos íons
negativos.

Pouco favoráveis na
formação dos íons
negativos.

(Baixa intensidade de C+ e
𝐶𝐻3+ ).
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
PRODUÇÃO DE ÍONS EM DISCOS PROTO-PLANETÁRIOS
Um disco proto-planetário é um disco de poeira e gás ao redor de
estrelas muito jovens, num estágio inicial de formação planetária.
TW Hya é a T-Tauri mais
próxima conhecida (~5 x 106
A).
Ela tem um rico espectro de
emissão de molécula e íons
atômicos resultantes de
fotoionização de camada
interna (K) por raios-X.

Talvez haja um planeta sendo


formado na região interna do
disco (< 5 UA).
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
PRODUÇÃO DE ÍONS EM DISCOS PROTO-PLANETÁRIOS

A luminosidade de raio-X da TW
Hya, integrada de 0.2 a 2 keV é
2 x 1030 erg s-1

Então, o fluxo de fótons numa


energia específica:

Seção de Densidade
choque de de coluna
foto do H.
absorção
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
PRODUÇÃO DE ÍONS EM DISCOS PROTO-PLANETÁRIOS

O fluxo de íons (ions/cm2s):

Rendimentos iônicos obtidos neste


trabalho

Assim, encontramos o
fluxo de íons dessorvidos
do metanol como função
da distância a estrela
central.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
PRODUÇÃO DE ÍONS EM DISCOS PROTO-PLANETÁRIOS
Fluxo de íons dessorvidos do metanol como função da
distância a estrela central.

Por exemplo, a 40 ua, um fluxo de 5,8 x


108 fótons cm-2 s-1 pode produzir 4,2
íons.cm-2.s-1 de 𝐶𝐻2+ e 0,35 íons.cm-2.s-1
de 𝐻𝐶𝑂+ .

Serão necessários cerca de 1 MA para


HCO+ alcançar a quantidade de 1,1 x 1013
ions.cm-2.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
PRODUÇÃO DE ÍONS EM DISCOS PROTO-PLANETÁRIOS
Fluxo de íons dessorvidos do metanol como função da distância a
estrela central.

Também encontramos o tempo de meia


vida do metanol no disco.

Por exemplo, metanol sobrevive:

~ 6,2 anos a 10 ua e ~ 308 anos a 70 ua.


ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA

A partir de resultados de laboratório (do grupo)  Cálculos quanticos


para várias reações interestelares envolvendo ácido fórmico e acético
na fase gasosa e condensada.
Idéia é:
Tentar entender quais reações poderiam ser mais favoráveis para
produzir glicina em regiões iluminadas por raios-X e UV, como nas
regiões de formação estelar.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
Cálculo das entalpias das reações
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
Cálculo das entalpias das reações
Resultados da espectrometria de massa
Ácido fórmico é mais destruído
por raios-X que o acético, na fase
gasosa.
A sobrevivência do ácido acético é
quase 6 vezes maior.
HCOOH+ a partir da
fotodissociação do ácido acético é
desprezível.

Pilling et al. (2008)


Para o ácido acético, 𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂𝐻 + e 𝐶𝑂𝑂𝐻 + representam 19% da
dissociação por raio-X e quase metade dos caminhos de dissociação
por UV.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
Cálculo das entalpias das reações
Resultados da espectrometria de massa
No caso do ácido fórmico usando
raios-X, apenas 2% dos canais de
dissociação envolvem precursores
de aminoácidos HCOOH+ e
COOH+.

No caso do UV, ambas as


moléculas produziram quase a
mesma quantidade de íons pais (~
Pilling et al. (2008) 20%).

Então, na fase gasosa, CH3COOH


tem vantagem.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
Cálculo das entalpias das reações
Resultados da espectrometria de massa

Andrade et al (2009)  acido


fórmico a 56 K – Borda O 1s –
535 eV.

Sem formação de COOH+ e de


HCOOH+ - Formação de
(HCOOH)H+

Uma fração do HCOOH é


dessorvido intacto.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
Cálculo das entalpias das reações

Foram feitos cálculos de entalpias das reações para investigar o


favoritismo na formação da glicina envolvendo reações de dois corpos.

Um dos reagentes é o ácido fórmico ou acético ou o radical


carboxílico.

Geometria dos reagentes e produtos foram otimizadas.

Os cálculos foram feitos em quatro diferentes níveis na fase gasosa


(B3LYP/6-31G*, B3LYP/6-31+ +G**, MP2/6-31G*, and MP2/6-31+
+G**) e em MP2/6-31+ +G** na fase condensada.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
Cálculo das entalpias das reações
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
Cálculo das entalpias das reações
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
Cálculo das entalpias das reações
Conclusão

Na fase gasosa:
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
Cálculo das entalpias das reações
Conclusão

Na fase condensada:

HCOOH+ + 𝑁𝐻2 𝐶𝐻 ou HCOOH+ + 𝑁𝐻2 𝐶𝐻2 𝑂𝐻


ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA

Ionização, dissociação e dessorção da pirimidina na fase condensada e


gasosa usando fótons de raio-X (394 a 427 eV) e prótons de 2,5 MeV. 
TOF.

Resultados foram aplicados a TW Hya.


ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
RESULTADOS
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
RESULTADOS
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
RESULTADOS
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
RESULTADOS
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
RESULTADOS

Half-life of the pyrimidine molecule as a function of the distance r


from the central star TW Hydra.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA

Fótons de Raio-X - T = 10 K P = 1 x 10-9 mbar.


ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
RESULTADOS
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
RESULTADOS
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
RESULTADOS

ACETONA

Todos os fragmentos mostram mais alto rendimento na ressonancia


O1s→ ᴨ*  forte evidência de que a dessorção por Auger é o
mecanismo dominante.
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
RESULTADOS

Canais de dissociação
ESPECTROMETRIA DE MASSAS APLICADA A ASTROQUÍMICA
RESULTADOS
101

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