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ATALAIA - ALAGOAS

Jackson Cabral de Santana Udenízio da Silva


Eng. Civil e de Seg. do Trabalho Eng. Civil e de Seg. do Trabalho
CREA 567-D/AL CREA 7428-D/AL

DEZEMBRO - 2015
ASSOCIADOS DO INSTITUTO BRASILEIRO DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS DE ENGENHARIA DE ALAGOAS – IBAPE/AL

LAUDO DE VISTORIA TÉCNICA

1.0 – Preâmbulo:

Interessado: Polícia Militar do Estado de Alagoas

Data de Referência: dezembro de 2015

Imóvel: RESERVATÓRIO ELEVADO EM ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO


Localizado na Rua Alto Do Cemitério S/N, município de Atalaia - Alagoas

Peritos: Jackson Cabra de Santana Udenízio da Silva


CREA 567/D-AL CREA 7428/D-AL
Pós-graduados em Eng. de Seg. do Trabalho - Pós-graduados em Engenharia de
Avaliações e Perícias - Associados do IBAPE/AL

2.0 – Objetivo:

Constitui o objetivo do presente trabalho, a realização de uma Inspeção Predial no


imóvel acima citado, por solicitação dos Policiais Militares do Estado de Alagoas,
ANDERSON RICARDO JANUÁRIO DA SILVA - 1º TENENTE PM, IVANILDO
AMARO DA SILVA – CABO PM e CARLOS HENRIQUE DO LIVRAMENTO – CABO
PM, para integrar os processos de promoção dos referidos militares, conforme abaixo
discriminados:

 1º Ten. QOC PM - Anderson Ricardo Januário da Silva, aberto pela Portaria nº


006/ 2015 CPOP/SPO, publicada ao BGO nº 203, de 05.11.2015.

 CB PM Iranildo Amaro da Silva, aberto pela Portaria nº 447/ 2015 CPP/SPO,


publicada ao BGO nº 200, de 29.10.2015.

 CB PM Carlos Henrique do Livramento Silva, aberto pela Portaria nº 440/ 2015


CPP/SPO, publicada ao BGO nº 200, de 29.10.2015.

3.0 – CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO

O imóvel vistoriado constitui-se de um reservatório (caixa d'água) elevado


construído em concreto armado (ver fotos nos anexos deste laudo). O Reservatório
em questão está Localizado Na Rua Alto Do Cemitério S/N, Limitando-Se À Direita

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Com O Cemitério Municipal De Atalaia, À Esquerda, Com Estação De Tratamento De


Água Do “Saae” Da Prefeitura De Atalaia.

A altura do solo até laje superior do reservatório mede 16,00 m, segundo


informações dos funcionários do SAAE, e confirmadas em visita in loco, pelos peritos
signatários do presente Laudo.

4.0 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Embora sendo incomum, a perícia técnica de engenharia é utilizada como prova


em casos dessa natureza na maioria das vezes para enriquecimento de detalhes e
formação de convicção dos julgadores do processo.

Os peritos autores deste laudo não têm, nem poderiam ter, nenhuma intenção de
intervir no resultado dos processos já acima descritos, a não ser no sentido de
esclarecimentos aos julgadores, de detalhes da área de atuação destes peritos.

Os processos objeto deste laudo, segundo nos foi informado pelos solicitantes do
mesmo, originaram-se basicamente do seguinte fato:

 Os militares Anderson Ricardo Januário da Silva 1° tenente PM, Ivanildo


Amaro da Silva cabo PM e Carlos Henrique do Livramento Silva cabo PM,
ambos lotados na 4ª COMPANHIA INDEPENDENTE DA POLICIA MILITAR,
Localizada à Avenida Pedro Acioly, s/n, bairro Vila José Paulino CEP
57.690-000, na Cidade de Atalaia – Al, em uma ação de bravura e coragem,
conseguiram no dia 25 de novembro de 2013, que a senhora Adriana
Barbosa de Oliveira, de 40 anos de idade, filha do Sr. Nelson Barbosa de
Oliveira e da Sra. Josefa de Oliveira, no momento de desespero, pensou em
cometer suicídio, tentando saltar do alto do Reservatório Elevado em
concreto armado de uma altura de 16,00 m, localizado à direita do Cemitério
Municipal de Atalaia e a esquerda do sistema de tratamento de água do
SAAE da Cidade, que abastece a cidade baixa de Atalaia.

5.0 - RESSALVAS E PRINCÍPIOS

O presente Laudo Técnico obedece aos seguintes princípios:

a) O laudo apresenta todas as condições limitativas impostas pela metodologia


empregada, que afetam as análises, opiniões e suas conclusões;

b) Os signatários inspecionaram pessoalmente a propriedade objeto da perícia e o


laudo foi elaborado por si e ninguém, a não ser os próprio peritos, prepararam
as análises e as respectivas conclusões;

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c) O laudo foi elaborado com estrita observância dos postulados constantes do


Código de Ética Profissional;

d) Os honorários profissionais dos peritos não estão, de qualquer forma,


subordinados às conclusões deste laudo;

e) Os peritos não têm nenhuma inclinação pessoal em relação à matéria


envolvida neste laudo no presente, nem contempla para o futuro, qualquer
interesse no objeto desta perícia;

6.0 – METODOLOGIA

A metodologia empregada na presente vistoria constou de visita “in loco” ao


imóvel para observação visual dos problemas que por ventura se apresentam na
edificação, constatações de não conformidades com as normas técnicas vigentes, e
levantamento fotográfico para posterior emissão de laudo técnico.

Tal procedimento se completa, e, tem por base conceitual, a solicitação dos


contratantes para apresentação de provas técnicas que pudessem comprovar, devido
às condições da edificação, o ato de bravura que culminou com o processo a que se
destina este Laudo.

7.0 – RELATÓRIO DA VISTORIA:

Chegamos ao imóvel às 24/11/2015 ÀS 09h30min H, fomos recebidos pelo Sr.


Aderson Ricardo Januário da Silva, que nos levou as dependências objeto da vistoria,
fazendo verificações visuais e registro em solo e no topo do reservatório (ver anexo
fotográfico deste laudo) e temos a relatar o seguinte:

7.1 A laje superior do reservatório (tampa) não possui guarda corpo para
proteção dos operadores;

7.2 A altura do solo até laje superior do reservatório mede 16,00 m;

7.3 O piso cimentado na laje da tampa do reservatório apresentava pequena


declividade do centro para as bordas, o que facilitaria a ação de
deslocamento de um corpo ali colocado, principalmente devido à ação do
vento (mormente em se tratando de uma altura de 16,00m).

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16,00m

VISTAS DA CAIXA D'ÁGUA

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8.0 – OBSERVAÇÕES:

I) RISCO DE MORTE

No entender dos peritos autores deste laudo, inexiste dúvidas quanto à


possibilidade de morte de uma pessoa ao sofrer uma queda livre da altura de 16,00
metros. O que deixa claro o risco a que estavam submetidas as pessoas (pretensa
suicida e militares).

Vamos aqui ilustrar com notícia recente que levantamos na internet:

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II) SEGURANÇA

Do ponto de vista da Engenharia de Segurança do Trabalho podemos afirmar no


caso em epígrafe que a situação da mulher pretendia se atirar da laje, bem como os
militares burlaram a sua tentativa, incorreram em total falta de segurança, pois não se
deve permanecer em uma laje naquela altura sem os EPIs (Equipamentos de
Proteção Individual) adequados, principalmente porque, conforme já citado no item 7
deste laudo, a laje não possuía guarda-corpo ou qualquer outro tipo de equipamento
de proteção coletiva (EPI).

Borda da Laje

FOTO TIRADA DE CIMA DA TAMPA (LAJE) DA CAIXA D'ÁDUA


MOSTRANDO A AUSÊNCIA DE GUARDA-CORPO

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Borda da Laje

FOTO TIRADA DE CIMA DA TAMPA (LAJE) DA CAIXA D'ÁDUA


MOSTRANDO A AUSÊNCIA DE GUARDA-CORPO

9.0 – CONSIDERAÇÕES

Nas imagens seguintes, procuramos apresentar uma simulação da situação do


dia do fato objeto deste laudo, com a representação fotográfica da localização das
pessoas envolvidas.

Tais imagens foram produzidas com base na narração dos fatos pelos policiais
militares envolvidos, e embora não possam reproduzir com exatidão o
posicionamento dos mesmos no local onde ocorreu o salvamento, acreditamos que
se pode ter uma ideia aproximada dos acontecimentos, e que virá a auxiliar nas
conclusões do processo, por quem de direito.

Nas fotos a seguir foram utilizados dois dos militares que participaram do evento,
mais um militar que estava presente do dia da vistoria e uma senhora que se prestou
para auxiliar, passando-se pela mulher que foi salva no dia real do episódio.

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Por medidas de segurança as fotos foram tiradas com os componente em solo e


feita a montagem para simulação dos fatos.

FOTOS MOSTRANDO A SIMULAÇÃO DOS SALVAMENTO

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10.0 – CONCLUSÃO

Diante dos fatos registrados nos itens anteriores, temos a concluir o


seguinte:

 O local onde aconteceu a tentativa de suicídio e a ação que


culminou com o impedimento da concretização do fato, apresenta
um quadro de total insegurança para quaisquer pessoas que
permanecem naquele local, por menor que seja o tempo de
permanência.

 Os agentes (militares) que praticaram o salvamento não estavam


portando equipamentos de proteção individual adequados para
aquela situação, e portanto se expuseram ao risco de morte, no afã
de salvar a mulher que ameaça se atirar de cima da laje.

 No entender dos peritos signatários deste, os policiais militares


envolvidos na ação, cometeram um ato de muita coragem e
bravura, com alto risco de morte para os mesmos.

 Esperam estes peritos ter contribuído, dentro das suas atribuições


legais, para o saneamento de dúvidas porventura existentes na
conclusão dos processos objeto deste laudo.

É o relato, e parecer.

Maceió, 18 de dezembro de 2015

Udenízio da Silva Jackson Cabral de Santana


Eng. Civil e de Seg. do Trabalho Eng. Civil e de Seg. do Trabalho
CREA 7428-D/AL CREA 567-D/AL

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