Você está na página 1de 1

XIII SIMPÓSIO DE RECURSOS HÍDRICOS DO NORDESTE

COMPORTAMENTO DA UMIDADE DO SOLO


EM REGIÕES DO SERTÃO PERNAMBUCANO
Bruno e Silva Ursulino (1); Rochele Sheila Vasconcelos (2); Larissa Ferreira David Romão Batista (3);
Suzana Maria Gico Lima Montenegro (4) & Patrice Ronaldo da Silva Oliveira (5)
1 Mestrando em Engenharia Civil. UFPE, brunosenga@gamil.com; 2 Doutora em Engenharia Agrícola. UFRPE, rochelly17@hotmail.com;
3 Mestre em Engenharia Civil. UFPE, larissafbatista@gmail.com; 4 Professora Titular. Departamento de Engenharia Civil - UFPE, suzanam@ufpe.br;
5 Gerente de meteorologia e mudanças climáticas – GMMC - APAC, patrice.oliveira@apac.pe.gov.br

INTRODUÇÃO RESULTADOS
Propriedades físicas, químicas, interações biológicas e atividades antrópicas As Figuras 2 a 5 apresentam as variações da precipitação acumulada com o
constituem o processo de formação dos solos, justificando o seu caráter comportamento da umidade do solo nas três profundidades, e o índice de umidade
heterogêneo [1]. Além desses fatores, as condições ambientais, também relevantes (WI), para o município de Sertânia (A) e Araripina (B).
à ciência do solo, têm sofrido transformações cada vez mais rápidas e abrangentes. Precipitação 10 cm 20 cm 40 cm Precipitação 10 cm 20 cm 40 cm
Espera-se que esse cenário de mudanças climáticas tenha impacto direto em 0.45 120 0.45 120

Umidade do solo (cm³.cm-3)


fenômenos como armazenamento, escoamento de rios e recarga de aquíferos,

Umidade do solo (cm³.cm-³)


100 100

Precipitação (mm)
0.40 0.40

Precipitação (mm)
principalmente em regiões mais vulneráveis como o semiárido brasileiro [2]. 80 80
0.35 0.35

Reafirma-se a importância dos dados de campo e das análises do 0.30


60
0.30
60

comportamento da umidade para compreensão dos diversos fenômenos 40 40

0.25 0.25
componentes dos ciclos hídricos e sedimentológicos, para a modelagem 20 20

computacional das variáveis físicas e para setores como o agrícola, que dependem 0.20 0 0.20 0

desses estudos [3]. A1 A2


Figura 2. Variação da precipitação e da umidade do solo nas diferentes profundidades em Sertânia-PE,
no ano de 2014 (A1) e 2015 (A2).

0.6 A3 0.6 A4
OBJETIVO 0.5
0.4
0.5
0.4
WI

WI
0.3 0.3
Este trabalho busca contribuir para a caracterização da umidade do solo em 0.2 0.2

duas localidades distintas do estado de Pernambuco, através do monitoramento por 0.1 0.1

técnica da Reflectometria no Domínio do Tempo (TDR).


Figura 3. Distribuição do índice de umidade (WI) em Sertânia-PE, no ano de 2014 (A3) e 2015 (A4).

Precipitação 10 cm 20 cm 40 cm Precipitação 10 cm 20 cm 40 cm
0.7 250 0.7 250
METODOLOGIA 225
Umidade do solo (cm³.cm-3)

Umidade do solo (cm³.cm-3)


225
0.6 0.6
200 200

Precipitação (mm)
Precipitação (mm)
0.5 175 0.5 175
Os dados de umidade do solo foram obtidos na Agência Pernambucana de 0.4 150 0.4 150

Águas e Clima - APAC, no período de 2014 a 2015 para os municípios de Sertânia 0.3
125
100 0.3
125
100

e Araripina, nas profundidades de 10 cm, 20 cm e 40 cm. 0.2 75 0.2 75


50 50
0.1 0.1
Após tratamento dos dados, foi calculado o índice de umidade, Wetness 0.0
25
0 0.0
25
0
Index (WI), que representa uma proporção diária de umidade no solo, podendo ser
B1 B2
analisado de acordo com diferentes profundidades [2].
Figura 4. Variação da precipitação e da umidade do solo nas diferentes profundidades em Araripina-PE,
no ano de 2014 (B1) e 2015 (B2).
0.7
0.6
B3 0.7 B4
0.6

Área de estudo 0.5


0.4
0.5
WI

0.4
WI

0.3 0.3
0.2 0.2
0.1 0.1
0.0 0.0

Figura 5. Distribuição do índice de umidade (WI) em Araripina-PE, no ano de 2014 (B3) e 2015 (B4).

A análise de correlação do conteúdo de água no solo entre as diferentes


profundidades demonstrou baixa relação nos resultados de Sertânia, com variação
do coeficiente entre 0,0837 (relação linear entre 10 e 20 cm) e 0,3997 (relação
linear entre 10 e 20 cm) no ano de 2014. Em Araripina, os resultados apresentaram
uma melhor correlação, sobretudo entre as camadas de 10 e 20 cm, com
coeficientes 0,7895 em 2014 e 0,8117 em 2015.
Figura 1. Localização das estações de monitoramento.

CONCLUSÕES
Bacia Precipitação Os dois solos analisados apresentaram sensibilidade à precipitação durante o
Tipo de solo
Hidrográfica anual período observado. O teor de água no solo no município de Sertânia demostrou
1. Moxotó 635 mm Neossolo Litólico maior variação entre as três profundidades, em especial na camada de 40 cm, que
2. Brígida 500 a 800 mm Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico manteve-se superior as duas camadas superficiais. Em Araripina, a umidade do solo
apresentou maior proximidade entre os três diferentes níveis observados, com
melhor correlação entre as camadas de 10 e 20 cm.

[1] DE SOUZA, E.R.; MONTENEGRO, A.A.A.; MONTENEGRO, S.M.G.L. “Variabilidade especial da umidade do solo em Neossolo Flúvico”. Revista
Brasileira de Recursos Hídricos 13(2), pp. 177 – 187.
[2] MONTENEGRO, A. A. A.; RAGAB, R. (2010). “Hydrological response of a Brazilian semi-arid catchment to diferente land use and climate change
scenarios:a modelling study”. Hydrological Processes 24, pp. 2705 – 2723.
[3] DA SILVA, J. R. L.; MONTENEGRO, A. A. A.; MONTEIRO, A. L. N.; SILVA JÚNIOR, V. P. (2015). “Modelagem da dinâmica de umidade do solo em
diferentes condições de cobertura no semiárido nordestino”. Revista Brasileira de Ciências Agrárias 10(2), pp. 293 – 303.

Você também pode gostar