Você está na página 1de 12

8º Congresso Nacional de Geotecnia, Lisboa 2002

ESTUDO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICO DA ÁREA DE AMPLIAÇÃO


DA ETAR DA GUIA

GEOLOGICAL AND GEOTECHNICAL STUDY FOR THE GUIA WASTE


WATER TREATMENT PLANT ENLARGEMENT AREA

DINIS DA GAMA, CARLOS*


BORGES, ALEXANDRA **

RESUMO

O artigo descreve a caracterização geológica e geotécnica efectuada para a ampliação da actual


Estação de Tratamento de Águas Residuais da Guia, em Cascais, englobando duas alternativas
de localização. Este estudo foi elaborado no âmbito do Estudo Prévio da ampliação da ETAR,
tendo envolvido a realização de um conjunto de trabalhos de prospecção geológico-geotécnica,
com o principal objectivo de recolher dados geológicos e parâmetros geotécnicos para o
dimensionamento das estruturas, cujos resultados se apresentam, bem como as principais
conclusões que condicionaram a solução da ampliação da ETAR.

Em particular, é descrito o método de tratamento de dados da fracturação do maciço de


fundação da obra, através do processamento dos valores do RQD relativos aos testemunhos das
sondagens de prospecção efectuadas no local, o qual permitiu estabelecer o zonamento do
referido maciço e determinar os volumes de escavação esperados e as técnicas construtivas mais
adequadas, de forma a contribuir para a escolha das melhores opções de ampliação.

ABSTRACT

The article describes the geological and geotechnical characterization study performed for the
Guia Waste Water Treatment Plant enlargement project, in Cascais, which considered two
location alternatives. The study was developed within the Preliminary Plan for upgrading the
plant and was formed by a series of geological and geotechnical tasks for the purpose of
creating a data base for foundation and structural design, as well as for influencing the selection
process of the plant enlargement solutions.

In particular, the data processing method for the available information on fractures in the
foundation rock mass, as obtained through the RQD values taken from the drill cores extracted
from boreholes performed on site, is described and allowed the zoning of that rock mass in
order to apply excavability criteria and so determining expected excavation volumes under the
most appropriate techniques, thus contributing for the definition of project solutions.

(*) Instituto Superior Técnico, Lisboa, dgama@ist.utl.pt


8º Congresso Nacional de Geotecnia, Lisboa 2002

(**) FBO Consultores, Lisboa, alexandra.borges@fbo.pt


8º Congresso Nacional de Geotecnia, Lisboa 2002

1. INTRODUÇÃO

O Sistema de Saneamento da Costa do Estoril integra a drenagem e tratamento das águas


residuais urbanas de uma zona que se desenvolve desde a Amadora até Sintra, compreendendo
a totalidade do concelho de Cascais, uma área importante do concelho de Sintra, a maior parte
do concelho de Oeiras, e uma pequena parte do concelho da Amadora, com uma superfície total
de, aproximadamente, 22 000 hectares, e envolvendo, presentemente, uma população
equivalente de cerca de 720 000 habitantes.

O sistema é basicamente constituído por um Interceptor Geral, uma Estação de Tratamento


Preliminar (ETAR da Guia) e um Emissário Submarino.

No âmbito do Estudo Prévio Relativo ao Projecto de Beneficiação do Tratamento de Águas


Residuais (Fase Líquida) do Sistema de Saneamento da Costa do Estoril, foi realizado um
conjunto de trabalhos de prospecção geológico-geotécnica com o objectivo de caracterizar, do
ponto de vista geológico e geotécnico, a área interessada pelos estudos.

Para a ampliação da actual ETAR, estavam previstas duas áreas alternativas, uma adjacente ao
actual edifício, avançando para a falésia, denominada Área da Falésia e a outra, a Norte,
denominada Área dos Muchaxos. Na presente comunicação serão apresentados apenas os
resultados referentes à Área dos Muchaxos.

2. BREVE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA

2.1 Litoestratigrafia

A área abrangida pelo projecto de ampliação da ETAR da Guia situa-se junto ao farol da Guia,
concelho de Cascais, onde predominam rochas sedimentares datadas do Cretácico. Do ponto de
vista litoestratigráfico, ocorrem as seguintes formações, da base para o topo:

VALANGIANO - CV1 (“Calcários, margas e arenitos”) - constituída, da base para o topo, por
um nível de calcários gresosos cinzentos, compactos com pequenos elementos de quartzo, e
calcários amarelos, ligeiramente margosos, com estratificação ondulante e estreitos interbancos
margosos, numa espessura total de 5,5 m. Segue-se um outro nível dificilmente diferenciável do
anterior, formado por calcários ligeiramente mais margosos, cinzentos ou amarelos, com
quartzo detrítico disperso. Segue-se uma camada de margas calcárias violáceas ou amarelas
nodulares intercaladas por um nível muito fossilífero, a qual apresenta uma espessura de cerca
de 2,8 m. Esta unidade apresenta estratificação com orientação N65ºE, 12ºSE.

HAUTERIVIANO INFERIOR - CH1 (“Margas e calcários margosos com Toxaster”) -


representada na área em estudo por uma sequência, da base para o topo, de calcários amarelos
em bancos individualizados, calciclásticos com uma espessura de cerca de 1 m e margas
cinzentas azuladas, compactas, com vestígios de moscovite. Para o topo, estas margas tornam-
se mais calcárias, amarelas, com concreções de calcite, nódulos e finos leitos sem continuidade
de calcário margoso, apresentando uma espessura de cerca de 5 m. Segue-se um outro nível
constituído por calcários e margas calcárias cinzento-azuladas a amarelas, nodulares com
estratificação ondulada, resultante da passagem progressiva das margas subjacentes.
8º Congresso Nacional de Geotecnia, Lisboa 2002

Encontram-se alternados em bancos de cerca de 0,5 a 1 m. Trata-se de um nível muito


fossilífero com uma espessura da ordem de 10 m. Esta unidade apresenta estratificação com
orientação aproximadamente N15ºW, 6ºE.

HAUTERIVIANO – BARREMIANO INFERIOR - CHBA1 (“Calcários recifais e calcários com


Chofatellas e Dasicladaceas”) - surge na sequência da anterior e é composta, da base para o
topo, por margas amarelas com romboedros de dolomite e nódulos de calcário, com passagem
progressiva às camadas adjacentes, seguindo-se um calcário amarelo dolomítico, compacto, em
dois bancos separados por um interbanco mais margoso. Este nível apresenta uma espessura
total de 3,5 m. Segue-se um outro, constituído por calcários dolomíticos maciços, compactos,
sem estratificação aparente. Por fim, aparece um nível composto por dolomias sacaroides sem
qualquer traço de estratificação. A maior parte da rocha encontra-se epigenizada mas,
localmente, algumas passagens muito irregulares são constituídas por um calcário bréchico
heterométrico, ou por calcário microbréchico heterométrico, ou ainda por calcário
microbréchico e calciclástico. Observam-se também passagens com madreporários e
estromatoporídeos. Este nível deverá corresponder a um edifício recifal, com cerca de 5 m de
espessura. Esta formação apresenta estratificação com orientação aproximada de N45ºW, (10-
15)ºNE a subhorizontal.

1
CHBA

Figura 1 – Extracto da Carta Geológica de Portugal, na escala 1/50000, folha 34C - Cascais [1]

2.2 Tectónica

Na Área dos Muchaxos, foi identificada uma falha com orientação geral entre N25º a 35º,
subvertical a 85ºE, com caixa com cerca de 9 m de largura, preenchida com material argilo-
arenoso, que se encontra identificada na Carta Geológica acima mencionada, como Falha da
Guia. Esta falha corresponde a um desligamento direito, demonstrado por evidências de
fracturação brechóide em ambos os bordos da falha com a presença de estrias horizontais.
8º Congresso Nacional de Geotecnia, Lisboa 2002

Associada a esta falha estará o conjunto de fracturas, cuja medição intensa e localizada,
permitiu fazer um tratamento estatístico, utilizando a projecção estereográfica polar (rede de
Schmidt), que permitiu a identificação das principais famílias de diaclases, ocorrentes em cada
um dos blocos da falha. Assim, as principais famílias identificadas no bloco Norte da falha
(Figura 2) apresentam atitudes de N10ºE; 85ºE, N55ºW; 80ºSW e Subhorizontal.

Figura 2 – Representação estereográfica das Figura 3 – Representação estereográfica das


diaclases do bloco Norte da Falha da Guia diaclases do bloco Sul da Falha da Guia

No bloco Sul, as principais famílias identificadas apresentam atitudes (Figura 3) N30ºE; 85ºSE,
N70ºW; 75ºSW, N70ºW; 80ºNE e N15ºW; 25ºNE.

A análise das famílias de diaclases medidas a norte e a sul da falha da Guia confirmam a
movimentação relativa dos dois blocos, como desligamento direito.

3. TRABALHOS DE PROSPECÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA

Na Área dos Muchaxos foram realizados trabalhos de prospecção geotécnica, nomeadamente


sondagens mecânicas de furação à rotação e ensaios in situ (ensaios de absorção de água, tipo
Lugeon) de modo a caracterizar as formações ocorrentes.

Os trabalhos realizados possibilitaram a caracterização geomecânica das formações interessadas


pelas obras de ampliação da actual ETAR da Guia, tendo em vista o dimensionamento da
estrutura, delimitando zonas problemáticas, no que se refere às condições de fundação, e avaliar
sobre a escavabilidade dos terrenos, de modo a permitir a escolha dos métodos mais adequados
para as soluções de ampliação da actual ETAR.

Na Figura 4 estão localizadas as sondagens e na Figura 5, para além da localização, é


representada a coluna litológica e o RQD, para o caso da Área dos Muchaxos.
8º Congresso Nacional de Geotecnia, Lisboa 2002

Figura 4 – Planta geológica e localização dos trabalhos de prospecção geológico-geotécnica


efectuada na Área dos Muchaxos

Figura 5 – Distribuição das sondagens realizadas, respectiva coluna litológica e RQD


8º Congresso Nacional de Geotecnia, Lisboa 2002

Após a execução das sondagens foram escolhidas as amostras de entre os testemunhos recolhidos
durante as operações de furação, as quais foram sujeitas a ensaios laboratoriais de caracterização
mecânica. A análise dos resultados obtidos nos trabalhos de prospecção permitiram fazer um
zonamento do maciço rochoso e definir os parâmetros geotécnicos a adoptar.

O critério de escolha das amostras foi dirigido para os intervalos que apresentaram maior
coerência, dada a elevada heterogeneidade da maioria dos testemunhos recolhidos. Houve
igualmente cuidados especiais para a obtenção de amostras de descontinuidades destinadas aos
ensaios de deslizamento de diaclases.

Foram ensaiados 107 provetes convenientemente preparados a partir dos testemunhos das
sondagens, de acordo com a normalização contida nos Métodos Sugeridos pela Sociedade
Internacional de Mecânica das Rochas e para os testes indicados no Quadro 1.

Quadro 1 - Ensaios laboratoriais realizados sobre testemunhos das sondagens


Ensaios Quant. Propriedades a determinar
Tensão de rotura, módulo de elasticidade e
Compressão Uniaxial 12
coeficiente de Poisson
Compressão Triaxial 7 Tensão de rotura e módulo de deformabilidade
Compressão Pontual 18 Correlação com a resistência à compressão uniaxial
Corte Directo 16 Tensão de rotura, coesão e ângulo de atrito
Deslizamento de Curvas ‘tensão de corte – deslocamento’ para várias
17
Diaclases tensões normais

4. PARÂMETROS GEOTÉCNICOS

De acordo com os valores dos ensaios laboratoriais realizados sobre amostras das sondagens
efectuadas na área dos Muchaxos, apresentam-se de seguida vários histogramas da distribuição
dos principais resultados obtidos nos vários ensaios (ver Figuras 6 a 10 e Quadro 2).

Re s is tência Com p r e s s ão Un iaxial por profundidade

150 14
125 18
RCU (MPa)

100 16 7 17
15 8
75
11 12
50 10 9 13
25
0
0 5 15 20 25
Profundidade (m)

Figura 6 – Resultados obtidos nos ensaios de resistência à compressão uniaxial


8º Congresso Nacional de Geotecnia, Lisboa 2002

M ó d u lo de Elas t icidade p o r p r o f u n d idade

100
18
80 8
14
E (GPa)

60 16 7
15
40 10
11 17 13
12 9
20

0
0 5 15 20 25
Profundidade (m)

Figura 7 – Distribuição de valores do módulo de elasticidade

C o e f icie n t e P o i s s o n p o r p r o f u n d i d a d e

0.4
Coef . Poisson (ad.)

11 9
8 10
0.3 16 13
14 15 7 18
0.2 12
17
0.1

0
0 5 15 20 25
Profundidade (m)

Figura 8 – Distribuição de valores do coeficiente de Poisson

Re s is t ê n c ia Com p r e s s ão Triaxial por profundidade

150 29
26
RCT (MPa),P=3MPa

125
100
28
75 25
24 27
50 23
25
0
10 15 20
Profundidade (m)

Módulo Elasticidade por profundidade

80 29
E 60 29
28 28
(G 25
27 27 25
Pa 40 26 26 24 24
) 20 23 23
0
10 15 20
Profundidade (m)
E (GPa) para P=3 MPa E (GPa) para P=6 MPa

Figura 9 - Resultados obtidos nos ensaios de compressão triaxial


8º Congresso Nacional de Geotecnia, Lisboa 2002

Índice de Carga Pontual por profundidade

8
Is [50] (MPa)

6
4
2
0

0 5 10 15 20
Profundidade (m)

Figura 10 - Resultados obtidos nos ensaios de compressão pontual

Quadro 2 - Resumo dos parâmetros geotécnicos


Prof Sondagens
(m)
S7 S8 S9 S 10 S 11 S 12 S 13 S 14
RQD=12
RQD= 27 (C3)
0
RQD=0% RQD=0% (C2) RQD=0% RQD=0% RQD=0% RQD=21 RCU=125

(C1) (C1) RCU=44 (C1) (C1) (C1) (C1) MPa
5
MPa E=55 GPa
ν = 0.17
RQD=12
RQD=25%
(C2)
5 (C2)
RQD=0% RQD=0% RQD=0% RQD=0% RQD=0% RQD=26 RCU=69

(C1) (C1) (C1) (C1) (C1) (C1) MPa
10 RCU=58
E=35GPa
MPa
ν = 0.17
RQD = 32 RQD = 97
10 RQD = 66
RQD=0% RQD=0% (C2) RQD=0% RQD=0% (C3) RQD = 65
– (C2)
(C1) (C1) RCU = 45 (C1) (C1) RCU = 78 (C2)
15
MPa MPa
RQD = 69 RQD = 24 RQD=19 RQD = 53
(C2) (C1) RQD = 5 (C2) RQD = 63 (C3)
15
RCU = 68 RCU = 25 (C3) RQD=0% RCU= 34 (C2) RQD = 53 RCU = 80

MPa MPa RCU = 138 (C1) MPa RCU = 36 (C2) MPa
20
E = 61 GPa E = 25 GPa MPa E = 19 GPa MPa E = 42 GPa
ν = 0.27 ν = 0.26 ν = 0.29 ν = 0.25
Classes de maciço - C1: Classe 1; C2: Classe 2; C3: Classe 3

5. ESCAVABILIDADE

A metodologia do estudo consistiu na realização do levantamento geológico pormenorizado


com colheita de amostras consideradas representativas e em número suficiente, dos vários
domínios geológicos observados, e das suas variações internas de litologia quando existiam,
para determinação de parâmetros físico-mecânicos indispensáveis para atingir os objectivos
pretendidos.

Esta fase de recolha atendeu ao número suficiente de amostras para serem submetidas ao ensaio
de resistência à compressão uniaxial (σn). De entre os ensaios geomecânicos possíveis de
8º Congresso Nacional de Geotecnia, Lisboa 2002

aplicar neste caso escolheu-se o anteriormente referido, por ser o mais expedito com vista à
obtenção do parâmetro resistente pretendido.

Escolheu-se para o efeito o critério de escavabilidade de Franklin (ver Figura 11), que em
abcissas utiliza σn e em ordenadas considera o espaçamento entre fracturas e o RQD, dado que
foi medido “in situ” aquando do estudo geológico, e vem assinalado nas respectivas sondagens.

Espaçamento 6
médio entre EE Desmonte com
fracturas EXPLOSIVOS
[m] 2
ME D
0,6
100
E EXPLOSIVOS PARA
R DESAGREGAR EE – Extremamente elevado
Q 75 0,2
D
50 M
C ME – Muito elevado
E – Elevado
[%] 25 P – Pequeno
0,06
0
MP – Muito pequeno
P ESCAVAÇÃO
MECÂNICA ESCARIFICAÇÃO
0,02
MP A B
0,006
MP P M E ME EE
0,03 0,1 0,3 1 3 10 30
Índice de resistência a cargas pontuais Is50 [MN/m2]

1 2 5 10 20 50 100 200 500


Resistência à compressão uniaxial [MPa]

0 10 20 30 40 50 60 70
Número de Schmidt

Figura 11 - Classificação da escavabilidade de maciços rochosos


(Franklin et al 1971 in L.Jimeno, 1997[2])

Observando o ábaco da figura anterior, denotam-se claramente quatro zonas segundo as quais é
necessário aplicar distintos métodos de desmonte, permitindo classificar as várias massas
rochosas quanto à escavabilidade. Assim, consideraram-se: A - Escavação mecânica, B -
Escarificação, C - Explosivos para desagregar e D - Desmonte com explosivos.

Assim, apresentam-se na Figura 12 vários ábacos de Franklin, considerando intervalos de 5m,


destinados a caracterizar tri-dimensionalmente a escavabilidade dos terrenos na área do
projecto.
8º Congresso Nacional de Geotecnia, Lisboa 2002

Profundidade 0 – 5 (m) Profundidade 5 – 10 (m)

F1 – Muito Afastadas F1 – Muito Afastadas


Espaçamento 6 Espaçamento 6
F2 – Afastadas F2 – Afastadas
médio entre F1 médio entre F1 Desmonte com
Desmonte com
fracturas F3 – Mediamente afastadas fracturas EXPLOSIVOS F3 – Mediamente
2 EXPLOSIVOS 2 afastadas
[m] [m]
F2 D
F4 – Próximas
F5 – Muito próximas
F2 D F4 – Próximas

0,6 0,6 F5 – Muito próximas

F3 EXPLOSIVOS F3 EXPLOSIVOS
PARA PARA
0,2 0,2
DESAGREGAR
DESAGREGAR •
F4 F4
S9
• (4.62-4.86) 0,06
0,06
S 14 ESCAVAÇÃO
ESCAVAÇÃO (1.38 – 1.79)
F5 MECÂNICA ESCARIFICAÇÃO
MECÂNICA ESCARIFICAÇÃO S 14
F5 •
A B A B (9.7 – 10.37)

0,006
0,006
1 2 5 10 20 50 100 200 500
1 2 5 10 20 50 100 200 500
Resistência à compressão uniaxial [MPa]
Resistência à compressão uniaxial [MPa]

Profundidade 10 – 15 (m) Profundidade 15 – 20 (m)

F1 – Muito Afastadas F1 – Muito Afastadas


Espaçamento 6 Espaçamento 6
F2 – Afastadas F2 – Afastadas
médio entre F1 Desmonte com médio entre F1 Desmonte com
fracturas EXPLOSIVOS F3 – Mediamente afastadas fracturas EXPLOSIVOS F3 – Mediamente afastadas
2 2
[m] F4 – Próximas [m] F4 – Próximas
F2 D F5 – Muito próximas
F2 D F5 – Muito próximas
0,6 0,6

F3 EXPLOSIVOS F3 •
EXPLOSIVOS
PARA 0,2 •• PARA
0,2 • DESAGREGAR DESAGREGAR
S14 (15.14-15.95)
• •
F4 F4 S14 ( 16.8 – 17.3 )
S9
0,06 (12.91–13.61) 0,06 S7(17.91–18.37)
S 12
ESCAVAÇÃO (13.91-14.8)
ESCAVAÇÃO • S7(18.37–18.62)
ESCARIFICAÇÃO MECÂNICA ESCARIFICAÇÃO
F5 MECÂNICA F5
S8 (18.5 – 19.15 )
A B A B S11(19.8–20.59)
0,006 0,006
1 2 5 10 20 50 100 200 500 1 2 5 10 20 50 100 200 500
Resistência à compressão uniaxial [MPa] Resistência à compressão uniaxial [MPa]

Figura 12 – Aplicação do critério de Franklin a quatro sectores da área de estudo

Destas representações poderá concluir-se que há um certo domínio para a escavação com
recurso a explosivos para desagregar. No entanto, há a salientar o facto de que as amostras
retiradas para análise deveriam apresentar integridade suficiente para que delas se pudessem
extrair os provetes necessários à execução dos ensaios, daí que houvesse alguma tendência para
escolher as de melhor qualidade em cada umas das caixas de sondagens.

Tendo em conta a solução desenvolvida no Estudo Prévio para tratamento do maciço, no caso
de se optar pela Área dos Muchaxos, que envolve a escavação do bloco sul da falha da Guia, foi
feita uma análise por área de influência de cada uma das sondagens realizadas, donde
resultaram os volumes de escavação totais para cada processo de escavação considerado (ver
Quadros 3 e 4).

6. CONCLUSÕES

Na presente comunicação foi descrito o método aplicado na quantificação de volumes de


terreno a serem escavados pelos métodos mais adequados na área previsível para a implantação
das instalações de ampliação da estação de tratamento da Guia, em Cascais, tendo em vista o
fornecimento de informações detalhadas aos projectistas e aos executantes do empreendimento.
8º Congresso Nacional de Geotecnia, Lisboa 2002

Quadro 3 – Volumes de escavação por área de influência das sondagens


Área de in- Área ocupada Escavação Escarificação Explosivos para
Sond Prof. (m)
fluência (m2) (m2) mecânica (m3) (m3) desagregar (m3)
0–5 3 241 8 334 -
2315
5 – 10 - 11 575 -
+
S7 3686 10 – 15 (*) - 13 192 -
647 *
(Piso Inferior) 15 – 20 * - 5 332 9 478
20 – 27,5 * - - 22 215
0–5 689 1 606 -
5 – 15 - 4 590 -
S8 2183 459
15 – 20 - 1 836 459
20 – 27,5 - - 3 442,5
0–5 372 248 -
S10 1150 124 5 – 20 - 1 860 -
20 – 27,5 - 930 -
0–5 1 304 6 846 -
5 – 15 - 16 300 -
S11 1680 1630
15 – 20 - 2 934 5 216
20 – 27,5 - - 12 225

Quadro 4 - Volumes totais de escavação por intervalos de profundidade


Profundidades (m) TOTAL
VOLUMES (m3)
0-5 5 – 10 10 – 15 15 – 20 20 – 27,5
Volume Total de Escavação
5 606 - - - - 5 606
Mecânica (m3)
Volume Total de
17 034 22 640 24 257 10 722 930 75 583
Escarificação (m3)
Volume Total de Explosivos
- - - 15 153 37 883 53 036
para Desagregar (m3)
TOTAL 22 640 22 640 24 257 25 875 38 813 134 225
ÁREA TOTAL DE ESCAVAÇÃO : 4 528 m2 + 647 m2 para o caso de piso inferior.

AGRADECIMENTOS

Os autores desejam manifestar o seu agradecimento à SANEST, Saneamento da Costa do


Estoril, S.A., pela autorização concedida para a publicação dos resultados obtidos.

REFERÊNCIAS

[1] Ramalho, M.M.; Rey, J.; Zbyszewski, G.; Matos Alves, C.A.; Moitinho de Almeida, F.
Costa, C.; Kullberg, M.C. (1981). Carta Geológica de Portugal, na escala 1/50 000.
Notícia explicativa da folha 34C (Cascais). Serviços Geológicos de Portugal.

[2] López Jimeno, C; Díaz Mendez, B. (1997). Classificación de los terrenos ségun su
excavabilidad. Manual de túneles y obras subterráneas. Ed. C. Lopéz Jimeno. Entorno
Grafico, S.L. Madrid. pp 183-210.

Você também pode gostar