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Mesmo comparado ao pré-pandemia, consumo de

energia cresceu 1,4% em janeiro


05/02/2021 - 14:50
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O consumo de energia elétrica no início de 2021 demonstrou sinais robustos de


crescimento, mesmo quando comparado ao mesmo período do ano passado,
quando o país não sentia ainda os impactos da pandemia de COVID-19. No
mês de janeiro, o indicador registrou alta de 1,4% em relação a 2020. A
geração, com base nos dados prévios, também evoluiu, cerca de 1,9%, já
considerando o volume de 871,22 MW médios de energia importada no
período. Os dados integram o InfoMercado Quinzenal, divulgado pela Câmara
de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE.
O mercado livre, no qual geradores, comercializadores e consumidores podem
negociar preços e condições contratuais bilateralmente entre si, apresentou
uma alta de 9,1% do consumo na comparação anual, mantendo uma trajetória
de expansão registrada desde agosto de 2020. Enquanto isso, o Ambiente de
Contratação Regulada – ACR, em que toda a compra e venda de energia
passa pelas distribuidoras, reverteu o resultado de dezembro e teve queda de
1,9%.
Boa parte desse resultado se deve à migração de consumidores que saíram do
mercado regulado e passaram a adquirir seu fornecimento no Ambiente de
Contratação Livre – ACL. Se desconsiderarmos as migrações entre os
ambientes no período de janeiro de 2020 até o mesmo mês deste ano, é
possível observar uma neutralidade no consumo de energia para o mercado
regulado, com 0,3% de aumento, e uma elevação um pouco menor, de 4%,
para o ACL.
Os dados, embora ainda prévios, indicam que janeiro concentrou um maior
volume de adesões ao mercado livre do que qualquer outro mês de 2020.
Foram adicionadas 683 novas cargas especiais, a grande maioria de pequeno
porte, com consumo de até 0,2 MW médios.
Ramos de atividades e Estados
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o consumo de energia
no primeiro mês de 2021 apresentou crescimento de setores considerados
eletrointensivos, como extração de minerais metálicos (16,6%), têxteis (12,1%),
minerais não-metálicos (10,7%) e metalurgia e produtos de metal (6,9%).
Na outra margem do ranking, estão os ramos de transportes (-6,8%) e serviços
(-9,6%). Considerando o período de férias escolares, estes setores
permanecem especialmente afetados pela lenta recuperação da pandemia.
O Amazonas, sob os efeitos da quarentena imposta desde o dia 15 para
controlar a pandemia de COVID-19, registrou queda de 12,9% no consumo em
janeiro. Outros estados, como Rio Grande do Sul (-10%), Rio Grande do Norte
(-9%) e Acre (-8%) também apresentaram quedas significativas. Destaque para
o crescimento de 11% no consumo do Espírito Santo impulsionado pelo
crescimento do ACL, especialmente o ramo industrial, com destaque o setor de
minerais não-metálicos.

Geração de Energia
Do ponto de vista da geração, destaque para as usinas eólicas, que
apresentaram um aumento expressivo, da ordem 98,6%, em relação ao mesmo
período do ano passado. Esse salto, de acordo com a CCEE, tem duas causas
principais: o crescimento da capacidade instalada da fonte de um ano para
outro e o cenário meteorológico que levou as eólicas da região Nordeste a ter
uma produção muito abaixo da esperada em janeiro de 2020.
Em relação às demais fontes, foi verificada uma redução de 9,3% por parte das
hidrelétricas, um crescimento de 18,9% das fotovoltaicas e uma alta de 18%
das térmicas.
Vale mencionar ainda a hidrelétrica de Belo Monte, localizada no rio Xingu.
Devido às restrições operativas determinadas para a sua defluência, a usina
produziu 56% menos energia do que em janeiro de 2020. No começo do ano
passado, a UHE representava 6,4% da geração no Sistema Interligado
Nacional – SIN. Em janeiro de 2021, passou a representar apenas 2,7%.

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