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2GEO 049 – GEOLOGIA APLICADA À ENGENHARIA

5ª. AULA

TECTÔNICA DE PLACAS:
Definições, Dinâmica, Tipos de
Movimentos, Fenômenos Geológicos
Associados, Motor da Movimentação
ESTRUTURA DA AULA
- HISTÓRICO;
- EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO;
- A DINÂMICA DAS PLACAS;
- TIPOS DE PLACAS;
- MOTOR DAS MOVIMENTAÇÕES
- FENÔMENOS GEOLÓGICOS ASSOCIADOS
Referências Indicadas
O conceito unificador das Ciências da Terra.

✓ A porção mais externa da Terra é constituída por cerca


de 20 distintas "Placas" (~ 100 km de espessura), que se
movem entre si;

✓ Este movimento é o que faz com que terremotos e


cadeias de montanhas surgam.
Histórico da Teoria
Histórico
• Século XV - Confecção dos
primeiros mapas da costa
africana e da América
(expansão ultramarina
européia);

• A linha da costa do continente


americano passa a ser
conhecida e desperta
curiosidade pelo fato de
apresentar um encaixe com o
continente africano;

Primeiro Atlas do Mundo, por Abraham Ortelius em 1570.


Planisfério de Cantino, 1502 – Um dos primeiros mapas da América do Sul. Observar riqueza de detalhe da
África. Representando as descobertas portuguesas. Fonte: MAGALHÃES (2009).
• Abraham Ortelius (1527 – 1598) – geógrafo e cartógrafo belga,
foi um dos primeiros a propor a deriva continental;

• Compilou o primeiro atlas mundial Theatrum Orbis Terrarum


(Teatro do Mundo), surgido em 1570;
• Ortelius sugere a possibilidade de deriva continental a partir da
forma dos continentes;
Abraham Ortelius (1527 – 1598)

• Francis Bacon (1620), filósofo inglês percebeu encaixe perfeito


entre América do Sul e África = Continentes unidos no passado.

• Deixa registrado na história a sugestão do movimento das


massas continentais;

* Movimentos dos grandes blocos continentais.


Francis Bacon (1527 – 1598)
• Além de Bacon, Benjamim Franklin e Antonio Snider-Pellegrini sugeriram
possibilidade de deriva continental;

Ilustração de Snider-Pellegrini, em 1858, antes da separação e depois da separação.


• Abordagens sobre a deriva continental são
esquecidas por serem apenas
especulações;

• Volta à tona em outros momentos;

• Mas, cai novamente no esquecimento por


falta de suporte científico;
• Eduard Suess, geólogo austríaco, realizou vários trabalhos, sendo um
dos mais importantes para a Geologia moderna o quarto volume de -
Das Antlitz der Erde ou A Face da Terra em 1909.

• Foi o primeiro a introduzir o conceito de movimento eustático em 1888


(sincronismo nos depósitos marinhos globais;)
Eduard Suess (1831-1914)

• Eduard, partindo de várias implicações geológicas e principalmente de


fósseis de plantas do Permiano (~251 Ma), propôs o termo Terra de Gondwana

• Os continentes da América do Sul, África, Atártica, Austrália e Índia


formavam o supercontinente Gondwana.

Wagreich, M. & Neubauer, F. 2014. The geological thinking of Eduard Suess (1831-1914) between basic research and application: an introduction.
Austrian Journal of Earth Sciences, 107(1): 4-5.
• Séculos seguintes, retomada da idéia com suporte
científico;

• Alfred Wegener (1880 – 1930), meteorologista alemão -


publica 4 trabalhos sobre A origem dos continentes e
oceanos (1915-1929);

• Só alcança a comunidade científica a partir de 1922


quando passa a ser traduzido para o inglês;

• Propõe que todos os continentes estavam juntos


formando um mega continente, o qual denominou de
Pangea, do grego “todas as terras”;
Livro: A origem dos continentes e
oceanos Alfred Wegener - 1910
Cientista alemão

Pangea

Teoria da deriva continental


• Segundo Wegener, essa grande massa continental fragmentou-se originando

os continentes atuais;
• Alexander Du Toit (1878 – 1948) – Refina a teoria de Wegener
propondo separação do Pangea em dois grandes continentes – Laurasia
(H. Norte) e Gondwana (H. Sul); com a publicação dos livros:
Comparação Geológica da América do Sul e da África (1927) e os
Nossos continentes errantes: Uma hipótese de deriva continental
Alexander Du Toit. Fonte:
(1937).
http://www.insugeo.org.ar/lib
ros/cg_24/20.htm
Evolução dos Conhecimentos

• Wegener pensava que os continentes


flutuavam como os barcos sobre a crosta
oceânica sólida;

• Forças das marés, Sol e Lua atrairiam os


fragmentos de continentes causando seus
movimentos;

• Tal pensamento era falho, pois essas forças


não são suficientes para mover os
continentes;
• Em 1947, pesquisadores das
Universidades de Columbia e
Princeton (EUA) mapeiam o
assoalho oceânico e coletam
rochas;

• Acreditava-se que o fundo


oceânico era composto por
granitos antigos, mas a coleta de
basaltos novos provou o contrário;

• Maurice Ewing da Universidade de


Columbia foi o responsável por Maurice Ewing (esquerda) e FranK Press (direita) – co-
coletar os basaltos, mapear parte autor do livro Understanding Earth (Para Entender a
do assoalho oceânico e descobrir a Terra).

Dorsal Mesoatlântica;
Anos 1950: Ressurgimento da Teoria da
Deriva Continental;

• Desenvolvimento de Sonares →
Expedições militares para mapeamento
do assoalho oceânico;
Sonar moderno (ecobatímetro)
• O mapeamento de uma cadeiade
montanha submarina no centro do
Oceano Atlântico levou à descoberta de
um rifte* formado no centro da
elevação;

*Vale formado por fratura da crosta e posterior afundamento (subsidência);


• Marie Tharp e Bruce Heezen, trabalharam com Maurice Ewring e anos
mais tarde, dedicaram-se a mapear o assoalho oceânico;
• Tharp e Heezen descobriram que os riftes ao longo das dorsais eram
tectonicamente ativos;
• Terremotos gerados por falhamentos tectônicos indicavam estes locais;
• Mais tarde, dorsais foram mapeadas nos Oceanos Índico e Pacífico;

a) Marie Tharp na Universidade


Columbia trabalhando no
mapeamento do fundo oceânico;
b) Marie Tharp e Bruce Heezen com o
primeiro mapa do Oceano Atlântico.
• Os cientistas observam dinâmica ativa do assoalho, ao contrário do que
se esperava (cadeias de montanhas, fendas, fossas, atividade sísmica e vulcânica);
EVIDÊNCIAS QUE CONFIRMAM

A TEORIA DA TECTÔNICA DE PLACAS


DEPÓSITOS DE CARVÃO:

carvão de plantas antigas do pântano as camadas de


carvão encontradas na Antártida indicaram que esta
terra congelada teve uma vez um clima tropical a
Antártida deve ter sido mais próxima do Equador.
DEPÓSITOS GLACIAIS:
DISTRIBUIÇÃO DAS CADEIAS DE
MONTANHAS:
• DISTRIBUIÇÃO DE ROCHAS DE MESMA
IDADE E COMPOSIÇÃO;

(Crátons)
(Cinturões móveis pré-cambrianos)

(Cinturões móveis fanerozoicos)


A DINÂMICA DA MOVIMENTAÇÃO
DAS PLACAS TECTÔNICAS
A ESTRUTURA DAS TERRA E AS PLACAS TECTÔNICAS
Placas Tectônicas

Litosfera: porção externa rígida da Terra (~ 100


km). As Placas são compostas de materiais
rochosos;
Astenosfera: parte do manto sob a litosfera;
A Litosfera se assenta sobre a Astenosfera.
Placas

Grupo de rochas todos se movendo na mesma direção;

Pode ter crosta oceânica e continental ou apenas um


tipo.
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Um Mosaico de Placas
Um Mosaico de Placas

A Litosfera da Terra é
feita de placas em
movimento
Litosfera: espessura variada compartimentada por falhas e
fraturas profundas
Movimento moderno das placas

• Geologia
• Medições GPS
•Dados magnéticos
TIPOS DE MOVIMENTOS DAS
PLACAS TECTÔNICAS
Três tipos de limites de placa

Transformante Divergente Convergente


LIMITE DIVERGENTE
DE PLACAS
Geralmente começam dentro de continentes —
cresce até tornar-se a bacia oceânica
O Ciclo de Wilson

• Com a explicação de Harry Hess sobre a expansão do assoalho oceânico, outra


questão surge:

• Se o processo de formação e expansão de placas são contínuos, a área da


superfície terrestre deveria aumentar com o tempo?

• Do contrário, para onde iria a litosfera que estava sendo empurrada?


• Uma outra parte dos geólogos
acreditavam que os continentes eram
destruídos e reciclados retornando para o
interior da Terra;

• Em 1965, John Tuzo Wilson, geólogo


canadense, caracterizou os limites básicos
entre placas tectônicas em torno do
globo;
J. Tuzo Wilson (1908 - 1993)
• Wilson caracterizou que as placas rígidas
moviam-se sobre a superfície terrestre e
que elas se aproximam, deslizam ou
separam-se em relação à outra;
CICLO DE WILSON

FORMAÇÃO DO
ASSOALHO OCEÂNICO
Resumo do Ciclo de Wilson
1) Supercontinente formado;

2) Fragmentação de continentes por incidência


de hot spots, com formação de rifte e adição
magmática;

3) Abertura de bacia oceânica;

4) Crosta oceânica entra colide com a continental


e entra em subducção pro interior da Terra
sendo reciclada;
5) Colisão de placas com fechamento de oceanos;

6) Formação de um supercontinente;
Ciclo de Wilson. Processos de formação e reciclagem
das placas tectônicas.
• Locais com diferentes fases do Ciclo de Wilson
DIVERGENTE

Exemplos
Islândia
Rifts continentais

• África Oriental, do Rio Grande rift


• Embora ele não pode chegar tão longe a partir da
formação do Oceano.
• Fendas muitas vezes começa em uma junção tripla
(dois centros de difusão se reúnem para a bacia do
oceano de formulário, um para trás).
LIMITE CONVERGENTE
DE PLACAS
Densidades relativas são importantes:

crosta continental≈ 2.8 g/cm3


Crosta oceânica ≈ 3.2 g/cm3
Astenosfera ≈ 3.3 g/cm3
A Terra está expandindo ?

Nova crosta criada na dorsal oceânica — antiga crosta


destruída (reciclados) em zonas de subducção.

A Terra está mantendo constante seu diâmetro.


2. CONVERGENTE

Tipos:
A – Oceânica-Continental
Ex.: Andes

B – Oceânica-Oceânica
Ex.: Japão

C – Continental-Continental

Ex.: Himalaia
Oceano–Oceano

Arcos de Ilha:
• Cinturões tectônicos de sismicidade alta
• Arco de fluxo de calor elevado de vulcões
ativos
• Faz fronteira com uma trincheira submarina
Fig. 2.9
•As Trincheiras
Oceano–Continente

Arcos continentais:

• Vulcões ativos;

• Muitas vezes acompanhada de compressão da crosta


superior
Continente–Continente

Nos limites do oceano–continente, convergência de colisão


é retomada por subducção.

Nos limites do continente–continente, convergência é


acomodada por deformação da crosta sem subdução (ambos as
placas são demasiadas fortes para serem subductadas).
Exemplo –

A Cordilheira do Himalaia
LIMITE DE PLACAS POR
FALHAS TRANSFORMANTES
Falha de Santo André
As Pesquisas sobre a
Tectônica de Placas e
os seus Movimentos Atuais
O Assoalho oceânico
como um registro magnético

Durante e após a Segunda Guerra, notou-se que o campo


magnético perto do oceano exibiu variação significativa.
Análise mostra que as mudanças nas rochas refletem
alterações no campo magnético da terra ao longo do tempo.
Reversões Magnéticas num vulcão
O registro magnético
Reversões Magnéticas nas dorsais meso-
oceânicas
O projeto de perfuracão oceânica

JOIDES Resolution

Box 2.1
Movimento atual das placas
Idade magnética dos oceanos
Taxas de movimentacao
das placas

A maioria obtida das anomalias


magnéticas no assoalho oceânico

Espalhamento rápido: 10 cm/ano


Espalhamento lento: 3 cm/ano
A evolução das placas
tectônicas no tempo
geológico

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Mecanismo de Movimento
das Placas Tectônicas

Pensado para ser convecção do manto.


Atrito na base da Litosfera transfere
energia da Astenosfera para a Litosfera.
Convecção pode ter derrubado Astenosfera
4-6 vezes.
• Harry Hess (1962) em Princeton -
reúne as evidências dos
mapeamentos e da idade de rochas
e propõe a expansão do assoalho
oceânico;

• Propõe o modelo baseado no


conceito básico de convecção do
calor no manto terrestre com
padrões circulares;
Dois Modelos de
Conveccão do Manto
Dorsal de divergência e Trincheira de
Empurrão
CORRENTES DE
CONVECÇÃO
HOT SPOT/PLUMAS MANTÉLICAS

Exemplo: Havaí
Volcanismo por Hotspot
Assoalho de mar do Havaí
FENÔMENOS GEOLÓGICOS
ASSOCIADOS
TERREMOTOS
TERREMOTOS
VULCÕES
TRINCHEIRAS OCEÂNICAS
CADEIAS DE MONTANHAS
HIDROCARBONETOS
FIM DA 5ª.AULA

Por hoje é só!


Obrigado

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