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Bloco Sul
Festa do boi de mamão
O Boi de mamão é uma festa que acontece em Santa Catarina e no Paraná, sendo uma
variação do Bumba meu boi do Nordeste. A Festa do boi de mamão é muito colorida e
apresenta vários personagens; nela, o boi adoece, morre e volta a viver. A história trata da
tristeza de um cavaleiro que, ao ver seu boi de estimação morto, busca um médico e um
curandeiro para ressuscitá-lo. Ao fim, o boi retorna à vida e todos comemoram com cantorias e
danças. Há ainda a Bernunça, um dragão de boca gigante que durante o espetáculo vai em
direção ao público brincando de “engoli-lo”. Essa festa acontece entre o Natal e o Carnaval.
Desenvolvimento
O trabalho pode ser centrado na música, tanto para os bebês de zero a 1 ano e 6 meses de
idade como para as crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses de idade. Entre os
objetivos de realizar um trabalho com o Boi de mamão, na Educação Infantil, estão:
incentivar a musicalização e o interesse pela música;
estimular a socialização, já que as canções do folguedo serão executadas em grupo;
transmitir noções de ritmo e percussão;
desenvolver a expressão corporal;
possibilitar o conhecimento de uma manifestação cultural bastante significativa da região
Sul do Brasil.
Como fazer: Se possível, providenciar instrumentos de percussão para o trabalho. Entre
esses instrumentos está o chocalho, relativamente simples de ser manipulado por bebês. Para
as crianças de 2 a 3 anos, sugere-se também o pandeiro, o reco-reco, o ganzá, o triângulo e o
tambor.
O ritmo das canções que acompanham a Festa do boi de mamão é marcante. Por isso,
comece cantando os versos, tanto para os bebês como para as crianças de até 3 anos de
idade. Os bebês podem ser incentivados a acompanhar a batida das canções com palmas e
com o chacoalhar de algum dos instrumentos de percussão (para aqueles que já
desenvolveram essa habilidade).
Ao cantar os versos do Boi de mamão para as crianças de 2 a 3 anos de idade, pode-se
pedir a elas que fiquem em pé, em fila, e tentem andar no ritmo da canção enquanto cantam a
música e batem palmas. Andar, cantar e bater palmas (tudo ao mesmo tempo) pode ser
bastante complexo para as crianças dessa faixa etária, mas certamente a tentativa vai
proporcionar momentos de diversão e será uma oportunidade de desenvolver a coordenação
motora das crianças.
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Cantiga popular
Caso seja possível, também pode ser confeccionada uma grande Bernunça (o dragão com
a boca gigante) de papelão e de tecido, realizando uma brincadeira diferente com os bebês e
com as crianças de até 3 anos de idade. A cabeça da Bernunça pode ser feita de papelão, e seu
corpo, de tecido. O corpo desse dragão gigante deve ser confeccionado de modo a permitir a
passagem das crianças por dentro dele, como se estivessem em um túnel. Assim, aquelas que
já engatinham e as que já adquiriram a habilidade de andar podem ser incentivadas a passar
por dentro da Bernunça, entrando pela boca e atravessando o túnel de tecido que representa o
corpo.
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Dança do pezinho
A Dança do pezinho tem origem em Portugal e hoje faz parte da cultura da região Sul do
Brasil. Nela, todos cantam, marcando o ritmo com os pés, e os pares giram em redor de si
próprios, de braços dados.
Desenvolvimento
Inserir a dança no cotidiano, em forma de projetos ou oficinas de dança, constitui atividade
importante para a socialização, a afetividade e o desenvolvimento motor de crianças de todas
as faixas etárias. É possível utilizá-la para além das festas ligadas às datas comemorativas ou
cívicas.
SILVEIRA, A. R. F. Faz melão, faz melancia: um relato sobre dança, educação infantil e
educação física. Zero-a-Seis, Florianópolis, v. 14, n. 25, p. 81-88, jan. 2012. Disponível
em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/zeroseis/article/view/22148>. Acesso em: 30
jan. 2018.
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Como fazer: Essa é uma música para dançar em pares. As crianças devem estar uma de
frente para a outra e de mãos dadas. Quando começam os versos da canção, levam um dos
pés para frente e balançam o pezinho junto com sua dupla. Na parte em que diz “Depois não vá
dizer/Que você já me esqueceu”, elas devem oferecer à outra um dos braços e dar uma volta
completa, trocando em seguida o braço e dando outra volta. A dança deve ser realizada de
forma improvisada e sem muita relação com coreografias fixas. Crianças de 2 anos (ou até
menores) já conseguem imitar os movimentos repassados e se interessam muito por aprender
movimentos diferentes no processo de conhecer o próprio corpo.
Assim, a Dança do pezinho pode ser apresentada como brincadeira – tanto para as
crianças que já adquiriram a habilidade de andar – como para os bebês que, sentados, podem
ser incentivados a mexer os pés e as pernas acompanhando o ritmo da canção.
Cantiga popular
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Desenvolvimento
Essa brincadeira, típica do estado do Rio Grande do Sul, é adequada para crianças que já
desenvolveram plenamente a habilidade de andar e já brincam seguindo alguns combinados,
regras e padrões. Pode ser executada por crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses de
idade, considerando os limites individuais e a fase de desenvolvimento em que ela se encontra.
Também pode ser realizada por crianças 4 anos a 5 anos e 11 meses de idade.
Como brincar: Em roda, as crianças vão se organizar em trios; dois integrantes de cada trio
se dão as mãos e levantam os braços para fazer a “toca”. A outra criança será o coelho e deve
ficar sentada dentro da toca. Uma criança do grupo deve ficar no centro da roda, sem “toca”, e
quando ela disser "Coelho, sai da toca", os coelhos devem deixar rapidamente suas tocas e
escolher outra para entrar. A criança do centro da roda vai procurar entrar em alguma “toca” e
quem não conseguir uma toca vai para o meio da roda e a brincadeira recomeça.
Existe uma variação dessa brincadeira que pode fazer com que ela se torne mais simples:
Quase sempre é possível adaptar brincadeiras em razão da faixa etária das crianças, das
condições do ambiente, do número de crianças disponíveis para a brincadeira etc. Desse modo,
cabe ao adulto selecionar a variação da brincadeira mais adequada à turma.
Vale lembrar, também, que uma mesma brincadeira pode ser executada de maneiras
diferentes a depender da região ou município.
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Cuca
A cuca é um bolo que pode ser feito com frutas como banana, abacaxi ou maçã, ou ainda
com chocolate ou goiabada. Essa é uma receita trazida pelos imigrantes alemães para o Rio
Grande do Sul. Em Santa Cruz do Sul, cidade gaúcha, acontece a Festa da cuca no mês de
junho.
Desenvolvimento
As aulas de culinária na Educação Infantil proporcionam momentos que incentivam o
aprendizado, a sociabilidade e a cooperação entre crianças.
Desse modo, promover aulas de culinária pode ser algo estimulante. As crianças que não
têm familiaridade com o ato de cozinhar podem descobrir, assim, gostos e habilidades antes
desconhecidos.
Entre os objetivos desse trabalho podem-se citar:
levar as crianças a perceber o cuidado necessário com a manipulação dos alimentos;
incentivar hábitos saudáveis;
sensibilizá-las para o fato de que cozinhar é um processo que exige paciência,
concentração e preparo;
motivar o ato de compartilhar a comida com os outros colegas;
dar às crianças a oportunidade de tocar, sentir e cheirar alimentos desconhecidos.
Segundo orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde do
Brasil, os bebês não devem consumir açúcar no primeiro ano de vida. Em 2016, a Academia
Americana de Pediatria alterou essa recomendação, indicando que o açúcar seja introduzido na
dieta dos bebês somente após os 2 anos de idade. Desse modo, é fundamental saber se os
pais (ou responsáveis) e cuidadores das crianças seguem essas recomendações. Uma
sugestão interessante é substituir o açúcar usado na receita por uvas passas trituradas no
liquidificador ou no processador.
O uso do ovo na receita também requer atenção: alguns bebês menores de 1 ano já podem
apresentar, em algum grau, alergia ao ovo. É importante acompanhar se há e quais são as
restrições alimentares dos bebês e crianças de sua sala.
Como fazer: A receita da cuca é bastante simples e a mistura dos ingredientes pode ser
feita à mão. Essa aula de culinária pode ser aplicada a crianças de todas as faixas etárias,
sendo que a preparação do alimento deve ser realizada somente por você. Em turmas de
crianças de 3 anos de idade ou mais, é possível eleger “ajudantes” que vão auxiliá-lo no
processo. Fique atento ao uso de açúcar e ovo, fazendo substituições quando necessário e, ao
final do preparo, compartilhe a cuca entre as crianças. Oriente-as também a lavar as mãos
antes de reunir os ingredientes e iniciar o preparo da receita.
Cuca de maçã
Ingredientes
Massa
3 ovos
2 colheres de sopa de margarina
1 xícara de leite
3 xícaras de farinha de trigo
2 colheres de sopa de fermento
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2 xícaras de açúcar
1 pitada de sal
2 maçãs
canela
Farofa
2 colheres de sopa de margarina
1 xícara de açúcar
3 colheres de sopa de farinha de trigo
Modo de preparo: Auxilie as crianças a misturar o açúcar com a margarina até virar um
creme. Adicione os ovos, a farinha, o leite, o fermento e o sal e mexa bem. Para a farofa, o ideal
é que fique com uma consistência bem grossa. Para isso, misture os ingredientes devagar, sem
mexer muito. Unte uma forma com margarina e despeje a massa. Coloque as maçãs picadas
em pedaços grandes para não afundar na forma. Por último, jogue a farofa, salpique canela e
leve ao forno, em temperatura média, por aproximadamente 40 minutos.
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Lenda da erva-mate
A erva-mate é típica do Rio Grande do Sul. Com a erva-mate, o gaúcho costuma fazer uma
bebida chamada chimarrão e oferecê-la aos visitantes, como forma de demonstrar sua
hospitalidade. O chimarrão é feito em uma cuia, na qual a erva é colocada já moída e sobre ela
é derramada água quente, sem ferver.
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Cuia para tomar chimarrão
Desenvolvimento
Indicada para todas as faixas etárias, esta atividade combina a contação de histórias com a
prática culinária e tem como objetivos principais:
compartilhar com as crianças uma lenda importante do repertório folclórico da região Sul;
estimular o gosto delas pela cultura tradicional e pelo conhecimento de lendas ligadas aos
povos indígenas da região em que vivem;
mostrar os cuidados com a manipulação de alimentos;
incentivar hábitos saudáveis.
Como fazer: Tanto com os bebês como com as crianças, o mais indicado é contar histórias
sobre o chá-mate antes da aula de culinária. Organize as crianças em roda e leia a lenda,
utilizando-se de recursos variados, como instrumentos de percussão (chocalhos ou pandeiros),
diferentes entonações de voz, fantoches e desenhos.
O uso de fantoches enriquece a contação de histórias, servindo de estímulo visual até
mesmo para os bebês. Pode-se confeccionar os fantoches com as crianças ou trazê-los
prontos para a aula. São necessários três fantoches, um para cada personagem da lenda: Yari,
a indígena; seu pai, o guerreiro; e o mensageiro de Tupã.
Lenda da erva-mate
Conta a lenda que havia um guerreiro da tribo Guarani que vivia com sua filha, Yari. Ele já
não podia mais sair de sua cabana, pois estava velho e cansado. Yari havia recusado muitos
pedidos de casamento apenas para ficar ao lado do pai. Certo dia, os dois receberam a visita
de um viajante que dormiu na cabana. A índia entoou um canto suave e triste para que o jovem
adormecesse.
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No dia seguinte, o viajante revelou ser um enviado de Tupã e lhes concedeu um desejo para
retribuir a hospitalidade. O velho desejou que suas forças fossem recobradas para que Yari
pudesse se casar.
O mensageiro de Tupã entregou ao velho um galho de árvore com folhas verdes de Caá,
ensinando-lhe a preparar uma infusão que lhe devolveria toda a força e vigor. Yari foi
transformada em deusa dos ervais e protetora da raça Guarani, sendo chamada de Caá-Yari, a
deusa da erva-mate.
Agora, convide as crianças para acompanhar o preparo do chimarrão. Para evitar acidentes,
ele deve ser preparado por você.
Chimarrão
Ingredientes
Erva-mate para chimarrão
Água morna
Modo de preparo: Coloque em uma cuia 2/3 de erva-mate para chimarrão. Tape a cuia e
incline-a para que a erva-mate encoste em um dos lados. Coloque a água morna no lado da
cuia que ficou sem a erva. Feche a boca da bomba com seu dedo e coloque-a dentro da cuia
descendo-a rente à sua parede.
Para saber mais sobre a erva-mate, leia o texto a seguir. Se desejar, converse com as
crianças sobre suas propriedades e usos.
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Desenvolvimento
Como brincar: Peça às crianças que formem uma roda e passem um limão ou um objeto
pequeno ao colega do lado.
Explique a todos para manter a mão direita aberta em cima da mão de um colega e a mão
esquerda aberta debaixo da mão do outro colega.
As crianças cantam a música a seguir, passando o objeto de mão direita em mão direita.
Quando a música acaba, quem fica com o objeto na mão, sai da roda.
O último a ficar com o objeto ganha a brincadeira.
Cantiga popular
Para as crianças da faixa etária de 4 anos a 5 anos e 11 meses, sugere-se que, depois da
brincadeira, cante a música com a turma e conversem sobre o gênero textual que faz parte da
tradição oral. O texto pode ser repetido, ouvido e falado. Pergunte às crianças se alguém
conhece outra cantiga. Caso conheçam, proponha que as cantem para os colegas.
Se possível, reproduza a letra da cantiga em um cartaz e realize a leitura, solicitando às
crianças que acompanhem, apontando as palavras no cartaz. Com essa estratégia, elas
começam a perceber a relação entre o que é lido (falado) e o que é escrito. Repita a leitura,
perguntando a todos se identificam palavras que rimam.
Proponha a análise da cantiga, observando alguns aspectos do texto:
Qual é o tema da cantiga?
Quais são as palavras que rimam?
Uma sugestão é organizar as crianças em grupos e apresentar uma lista de palavras para
que encontrem outras palavras que rimem. Essa atividade favorece a criação de versos e/ou
estrofes, que devem ser registradas em um cartaz. A atividade promove o contato com textos
escritos e permite às crianças construir, à medida que vão conhecendo as letras do alfabeto,
hipóteses sobre o ato de escrever.
Inicialmente, esse processo pode ser expresso por meio de rabiscos e garatujas, mas,
pouco a pouco, as crianças passam a entender que a escrita é uma representação gráfica da
oralidade.
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Bolinha de gude
A bolinha de gude (ou bila, bolita etc.) é um brinquedo conhecido desde a Roma Antiga.
Com o passar do tempo, a bolinha foi feita de vários materiais, como argila, aço, pedra, plástico
e vidro. No Brasil, as bolinhas trazidas pelos portugueses foram chamadas de bolinhas de
gude. Gude é o nome de pedrinhas redondas e lisas retiradas de leitos de rios. São várias as
brincadeiras que utilizam essas bolinhas, assim como os nomes que possuem: caçapinha,
fubeca, peteleco, triângulo, buracão, entre outros.
A brincadeira com bolinhas de gude pode ser desenvolvida com crianças na faixa etária de
4 anos a 5 anos e 11 meses. Não é recomendada antes dessa faixa etária por questões de
segurança, uma vez que a criança pode levar as bolinhas de gude à boca.
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Desenvolvimento
Conte para as crianças que bolija é o nome pelo qual a bolinha de gude é chamada no
município de Jaguarão, no Rio de Grande do Sul. Para brincar com as bolijas, as crianças fazem
no chão de terra um buraco, chamado de imbar. Seu diâmetro é pequeno, como o de um buraco
de golfe. Depois, todos devem tomar a mesma distância e atirar as bolijas com o dedo polegar,
dando impulso no indicador, tentando chegar o mais próximo possível do imbar. Quem chegar
mais perto é o primeiro a jogar, e assim por diante. Quando alguém acerta o imbar, ganha o
direito de “nicar” os companheiros, que significa acertar a bolija dos demais. Se acertar, ganha
a bolija do colega, que sairá da brincadeira. Ganha quem tiver mais bolijas.
Após apresentar a brincadeira com as bolijas, amplie a conversa com as crianças com
algumas perguntas. Solicite a participação da turma e realize as intervenções necessárias para
garantir a compreensão das informações.
O texto menciona que a bolinha de gude é conhecida como bolija em uma cidade do Rio
Grande do Sul. Você conhece outros nomes dados à bolinha de gude?
De acordo com o texto, como se brinca de bolija?
Na brincadeira, o que significa “imbar” e “nicar”?
Proponha às crianças brincar de bolija.
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Pau de fita
Pau de fita é uma dança folclórica geralmente acompanhada por sanfona, violão e pandeiro,
e os dançarinos fazem zigue-zagues em torno de um mastro no qual as fitas vão sendo
enroladas. A vestimenta lembra a das quadrilhas: as mulheres usam vestidos com estampas
alegres e flores no cabelo e os homens usam chapéu e camisa quadriculada ou xadrez. A
dança foi trazida para o Brasil por portugueses e espanhóis, e no Sul do país tornou-se
tradicional em muitas festas típicas, como o Boi de mamão.
Desenvolvimento
Organize as crianças em roda para conversar sobre a importância da dança, informando
que ela proporciona a expressão de emoções e sentimentos, permite o reconhecimento do
corpo e combina movimento e ritmo. Por meio dela desenvolvemos os sentidos, como a visão,
o tato, a audição. É uma arte utilizada para se divertir e para interagir com outras pessoas.
Questione as crianças sobre:
Que tipo de música você gosta de dançar?
Que sensações a dança desperta em você?
Quem conhece uma dança folclórica chamada Pau de fita?
Conte para a turma como é esse tipo de dança, reforçando suas características e
convide-as a reproduzi-la. Antes, prepare o mastro, enfeitando-o com longas fitas
multicoloridas, e escolha a música que acompanhará a brincadeira.
Como dançar: Para dançar o Pau de fita, é necessário um número par de dançarinos, uma
longa fita de cetim para cada participante e um mastro alto, com cerca de 1,5 metros de altura.
As fitas ficam presas no topo do mastro e cada criança deve segurar uma fita. A
coreografia pode ser simples, com os dançarinos girando para o mesmo lado, ou, então, com
as meninas virando para um lado e os meninos para o outro, ziguezagueando.
De acordo com a coreografia adotada, formam-se diferentes trançados das fitas no mastro.
Em Santa Catarina são comuns os desenhos tramadinho, trenzinho, zigue-zague, zigue-zague a
dois, feiticeira e rede de pescador.
É interessante que as crianças experimentem essa dança com propostas diferentes. Elas
podem desenvolver a coreografia como uma ciranda, girando ao redor do mastro, ou com
passos alternados, zigue-zague, enquanto giram. Elas perceberão que, conforme se altera os
movimentos da dança, o traçado das fitas enroladas no mastro também se modifica.
Para finalizar, converse com as crianças sobre como foi a experiência e o que acharam da
dança. Esta atividade pode ser realizada também na apresentação da Festa junina ou em
outras festividades.
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Confecção de bilboquê
Bilboquê, também conhecido em Santa Catarina como biloquê, é um brinquedo formado por
uma bola com furo e um pequeno bastão amarrado a ela. O objetivo da brincadeira é encaixar a
bola no bastão. Acredita-se que tenha sido inventado na França, por causa de seu nome de
origem francesa. É um brinquedo artesanal, popular entre as crianças de comunidades
indígenas, que costumam construir vários de seus brinquedos.
O bilboquê, brincadeira comum no Rio Grande do Sul, pode ser confeccionado a partir de
garrafas PET.
Desenvolvimento
Os principais objetivos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças ao se realizar a
atividade de confecção e manuseio de um bilboquê na Educação Infantil são:
coordenar com precisão e eficiência suas habilidades motoras no atendimento a seus
interesses e a suas necessidades de representação gráfica;
estabelecer relações de comparação;
atuar com autonomia, reconhecendo suas conquistas e limitações.
Como fazer: Peça previamente para os pais ou responsáveis que enviem uma garrafa PET
com a tampa, vazia e higienizada. Prepare um espaço adequado para a construção do
brinquedo. Para construí-lo, observe as orientações a seguir.
Bilboquê
Como fazer: Pegue uma garrafa PET de tamanho médio e corte-a próximo do gargalo,
fazendo uma “taça”. Para o brinquedo, use a parte de cima da garrafa, com a tampa. Passe a
fita adesiva na borda da garrafa, fazendo um acabamento para a proteção dos dedos das
crianças. Depois, peça a elas que façam uma bolinha com papel amassado e passe bastante
fita adesiva em torno dela para que não se desfaça. Prenda uma ponta de um pedaço de
barbante na bolinha e a outra ponta na tampa da garrafa. Permita que as crianças enfeitem o
bilboquê com fitas adesivas coloridas.
Para brincar, basta sacudir a garrafa para cima, tentando fazer com que a bolinha entre na
garrafa.
Converse com as crianças sobre alguns aspectos do texto apresentado:
De acordo com o texto, este brinquedo pode ser confeccionado aproveitando garrafas PET.
Quais as vantagens de construir algo utilizando materiais que já foram usados? (Essa
pergunta pode ser lançada a crianças na faixa etária de 4 anos a 5 anos e 11 meses, mas
algumas crianças de faixa etária anterior também já conseguem respondê-la).
Você já brincou de bilboquê? Aproveite este momento para conversar com a turma e dizer
que muitos brinquedos podem ser construídos por eles.
Peça que relatem como o bilboquê deve ser construído, segundo as orientações do texto.
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Materiais lúdicos – Bloco Sul
Assista com as crianças ao vídeo Como fazer um brinquedo de PET: bilboquê. Isso ajudará
na confecção do brinquedo e fará que conheçam outra explicação instrucional. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=0QMjhdQmjFw>. Acesso em: 22 jan. 2018.
Converse com a turma, conduzindo a uma comparação entre as informações apresentadas
no texto e no vídeo para a construção do brinquedo. Pergunte se os materiais utilizados são
semelhantes e se as orientações são parecidas. Pergunte, também, que diferenças as crianças
perceberam entre as duas propostas para a confecção do bilboquê.
Para finalizar, as crianças poderão brincar com o bilboquê na área externa da escola.
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Lenda do boitatá
Boitatá é a história da cobra-grande, a boiguaçu (em tupi, m’boi quer dizer “cobra”, e guaçu,
“grande”), que se transformou em um monstro de fogo (boitatá, do tupi, que significa cobra de
fogo). A origem da lenda se explica pelo fogo-fátuo, luz emanada pela decomposição de
substâncias animais, geralmente em pântanos e cemitérios. A imaginação popular atribuiu à
imagem de uma cobra de fogo aquele rastro cintilante que se desloca com o movimento do
vento, serpenteando como uma cobra luminosa. Essa lenda é atribuída à região Sul do país.
Desenvolvimento
Escolha um espaço amplo para que as crianças possam sentar em roda e conversar sobre
a narrativa da boitatá. Explique que lendas são histórias que apresentam acontecimentos
misteriosos, em que fatos históricos se transformam em situações imaginárias e resgatam a
cultura folclórica, além de contribuir com a ampliação do repertório das crianças e o
desenvolvimento da apreciação estética por meio da leitura. Pergunte às crianças quais lendas
elas conhecem e mencione algumas: mula sem cabeça, saci-pererê, negrinho do pastoreio,
caipora e curupira, entre outras.
Pesquise imagens da boitatá, apresente-as às crianças e pergunte se elas conhecem
alguma lenda com essa personagem.
Incentive-as a falar o que conhecem sobre a lenda relacionada a este ser. Pergunte que
animal é este e se conhecem alguma história em que a cobra é a personagem principal.
Leia o texto a seguir.
Lenda do boitatá
Conta a lenda que, no início do mundo, houve uma noite muito longa, que parecia não ter
fim. Choveu sem parar, deixando tudo alagado. A maioria dos animais morreu, menos a
boiguaçu, ou cobra-grande, que conseguiu sobreviver se enroscando na árvore mais alta que
encontrou e ficando ali até a água baixar. Para saciar a fome, ela passou a se alimentar
comendo os olhos dos animais mortos – como havia muitos, ela não se dava ao trabalho de
comer as outras partes do corpo, contentando-se apenas com os olhos.
Como se acredita que todos os seres vivos que possuem olhos mantêm neles a última luz
que viram em vida, a boiguaçu comeu tantos que acabou ficando brilhante, com o brilho de
uma luz fria, meio azulada. Quando os indígenas a viram assim, não a reconheceram e
passaram a chamá-la de boitatá. De tanto comer olhos, a cobra foi ficando cada vez mais cheia
de luz até arrebentar, dando origem às estrelas. Com a explosão surgiu uma faixa de luz
intensa e, em seguida, o Sol, que ao subir ao céu trouxe finalmente o nascimento do dia,
interrompendo aquela noite que parecia interminável. A boitatá ressuscitou com o surgimento
do dia.
Dizem que no verão a boitatá percorre os campos em busca de olhos, deixando um rastro
de luz por onde passa. De acordo com a lenda, aquele que encontrar a boitatá e olhar
diretamente para seus olhos ficará cego. Para se prevenir, caso encontre uma boitatá, o melhor
a fazer é fechar os olhos e permanecer imóvel, até que ela vá embora.
Pode ser interessante elaborar algumas perguntas para “antes da leitura da lenda”,
procurando envolver as crianças, deixá-las imaginar como seria uma personagem com o nome
“boitatá”, e depois da leitura perguntar se o que elas imaginaram se confirmou ou não.
Ao fim da leitura, converse com a turma sobre alguns aspectos importantes dessa lenda.
O que aconteceu no início do mundo?
Por que todos os animais morreram, menos a boiguaçu?
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Materiais lúdicos – Bloco Sul
Por que a boiguaçu passou a ser chamada de “bicho de boitatá”, cobra de fogo?
O que a boitatá fez que deu origem às estrelas e terminou com a escuridão da noite?
Para finalizar, peça às crianças que façam um desenho para representar a história.
A atividade traz, entre diversos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, as seguintes
finalidades:
demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos,
necessidades e maneiras de pensar e agir;
comunicar suas ideias e sentimentos com desenvoltura a pessoas e grupos diversos;
estabelecer relações de comparação.
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Materiais lúdicos – Bloco Sul
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