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EVOLUÇÃO

DOS TRÊS REINOS


AO HOMEM
EVOLUÇÃO – DOS TRÊS REINOS AO HOMEM

Muitas e muitas vezes nos questionamos com uma


pergunta: De onde provêm os espíritos que povoam a Terra.
Para podermos estudar bem o assunto, teremos de
voltarmos no tempo, bem no passado, na origem. Os
aborígenes que povoaram a Terra, inicialmente, são filhos
que originaram exatamente dos três reinos da natureza. Os
espíritos cósmicos foram acompanhando a ascensão dessas
massas espirituais, no transcorrer das encarnações inferiores.
Iniciaremos a partir do momento em que o espírito é
gerado ignorante, dotado, porém, de todos os instintos do
bem e do mal. Ele se encontra num estado de torpor; como
se acabasse de acordar, da mesma forma, quando nascido
em um corpo que o espírito não reconhece.
Assim que a faísca indestrutível lhe formar a
individualidade, ela gruda – se assim podemos dizer – ao
átomo da matéria, que é o seu corpo astral, o qual
juntamente com a sua individualidade, se transforma e se
aperfeiçoa. Posteriormente, a faísca e o astral se unem à
matéria mais simples e vulgar, a ele predestinada no planeta.

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Da mesma forma que um mineral é constituído de


agrupamento de células, ainda que externamente se
apresente denso, na essência é poroso e permite a penetração
do ar.
O centro de toda a célula é uma individualidade
ainda não revelada, cujo único propósito é o de ser uma
corrente vital, ou seja, afastar ou atrair diversos fluídos,
nocivos ou dispensáveis, para a manutenção ou alimentação
deste mundículo. Durante o tempo da permanência em meio
inorgânico, a essência astro-espiritual revela a existência de
instinto, ou daquele germe da instintividade, que no caso, a
ciência denomina como o “meio químico”, que faz os
corpos se atraírem, rapidamente ou lentamente, ou se
separarem, na ausência de afinidade.
Ainda que esta existência inconsciente possa parecer
incrivelmente longa, do ponto de vista humano, ela, apesar
de tudo, apresenta-se bastante tênue e, para romper a ligação
da individualidade germinada do seu centro, pouco é
preciso, desde que ela não esteja muito presa à matéria pelos
espíritos. Assim, abalos atmosféricos fortes, terremotos,
etc., precipitam a transferência desses habitantes invisíveis.
Bilhões de intelectos, prontos para a partida, se libertam e

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são arrastados por turbilhões formados, e seu lugar é


ocupado por outros, postados no primeiro degrau da
existência.
Passemos ao segundo reino. Na peregrinação da
vida, passando por formas rochosas minerais, e assim por
diante a faísca indestrutível, aos poucos, vai aliviando-se
dos fluídos pesados e adquirem entre outros, o primeiro
sentido – a impressionabilidade às influências externas – o
tato. O mercúrio, por exemplo, sente as menores oscilações
da temperatura. Então, a faísca está pronta para passar ao
nível seguinte, e testar-se no reino vegetal.
Com base na lei imutável, a tudo aplicável, toda a
habitabilidade adquirida deve ser utilizada em busca do
aperfeiçoamento, e cada propriedade atende a uma
necessidade conhecida. A impressionabilidade adquirida é
utilizada pela planta para sentir o ambiente em volta e suprir
as suas necessidades, pois todo o vegetal, até o ínfimo, deve
crescer e sustentar-se pela alimentação. O ser testa os seus
primeiros passos visando atender a essas duas premências,
já manifestando a sua capacidade instintiva de saber
encontrar os elementos nutritivos, escolher os úteis,
descartar os nocivos, adaptar-se ao meio ambiente, procurar

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por calor, luz, umidade, evitar os obstáculos ao


desenvolvimento; enfim, há muitas provas de sua atividade
racional embrionária.
Ainda com tudo isso, a sua individualidade não
despontou, e a alma se encontra numa espécie de estado de
sonolência, sem se dar conta de sua personalidade, ou seja,
age por conta de suas emoções instintivas. Entretanto, o bem
enraizado, com haste e folhas desenvolvidas, possui maior
clareza da situação, e formam um mundo específico, pois a
sua vida celular pulula de outras vidas invisíveis.
No reino vegetal também se desenvolvem os
aspectos hostis, ou seja, um par de plantas pode possuir
fluidos antagônicos; neste caso elas não se suportam.
No vegetal dessa forma claramente se delineia o
modelo do futuro ser humano: o vegetal toma água,
alimenta-se, digere o alimento, dorme, possui um sistema
nervoso, receptível aos fluídos, calor, frio, luz;
consequentemente, ele está pronto para passar ao reino
animal.
A vida animal inicia-se é claro, a partir das espécies
menos evoluídas, que, aos poucos, adquirem a autonomia de
locomoção. Neste estágio, o instinto apresenta como um

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degrau à consciência e discernimento. Para aperfeiçoar-se,


trabalhar e desenvolver suas habilidades, no animal desperta
duas grandes forças da natureza – o esforço e a auto-
preservação. Ele é obrigado a procurar alimento e defender-
se dos inimigos, e, assim, refletir, e até usar de artimanhas.
Mais tarde, inicia-se a necessidade de defender a fêmea e a
prole, despontando também outra poderosa força-motriz: o
amor e a lei de atração.
Neste período, começam a manifestar-se todos os
germens do bem e do mal; o animal ama, odeia, torna-se
predador, ciumento, grato, vingativo, lascivo e ambicioso,
mas ainda não dispõe de livre arbítrio. Seus defeitos e
virtudes são tolhidos pela natureza, que o preserva de tudo
aquilo que possa vir a ser nocivo, mas, ao se preparar para
passar para a alma humana, e tendo adquirido as poderosas
forças motrizes mencionadas na vida racional, no animal
desperta a consciência da responsabilidade. No caráter do
animal, a sua personalidade já se acha nitidamente denotada,
e, no nível de sua compreensão, ele sabe perfeitamente se
age bem ou mal. Além disso, nele assomam a teimosia, a
indolência e a insubmissão, e ele conhece o medo da
punição. No animal, a consciência já se apresenta como uma

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voz interior incorruptível, que o leva à necessidade de


cumprir com o dever, e constitui a base instintiva da
consciência humana, ainda que num outro plano de
desenvolvimento.
Os animais têm sua linguagem espiritual, ainda que
restrita, dependendo do grau de desenvolvimento em que se
encontram. Em todo animal se espreita uma idêntica faísca
psíquica divina, geradora do progresso de que é dotado um
homem, ou até um espírito perfeito, em quem aquele deverá
se transmutar. Isto quer dizer, também, que existe uma raiz
comum da linguagem de pensamento, na qual ele deverá se
comunicar um dia; e estando no mesmo nível de seus
semelhantes, ele se entende com eles perfeitamente.
Um animal normal, ainda que de uma espécie bem
ínfima, tem a noção da morte corpórea, por ele temida, visto
que dela procura se salvaguardar. Nos animais superiores,
existe inclusive a consciência da Divindade, ou seja, da
força da qual tudo depende. Essa consciência, sem dúvida, é
indefinida e obscura, mas, de qualquer forma, é profunda, de
modo que num perigo ou desgraça ele recorre a ela.
Por falar da consciência da morte nos animais, devo
mencionar que a sua percepção, no momento da passagem

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para o outro mundo, é idêntica à dos seres humanos, no


mesmo nível de desenvolvimento. Um animal experimenta
o mesmo tipo de pavor, perturbação e choque forte, quando
lhe é arrancado corpo astral; em seguida, vem o
esquecimento. Mas, por outro lado, o seu despertar no além
e o retorno da consciência ocorrem mais rápido e mais
facilmente do que quando se trata de um ser humano
bestificado e onerado por delitos. Agora, chegamos ao
grande momento, quando começa a vida da alma humana.
O espírito do animal, transmutando-se em humano,
torna-se externamente pior, pois ele já não é contido pelas
leis sábias da natureza que, até então, lhe criavam
obstáculos intransponíveis. Mas isso não significa,
propriamente, que ele anda para trás, pois, nos recônditos de
sua alma, espreitam- se as boas qualidades adquiridas; ele é
arrastado até o entorpecimento da razão pelas paixões
sórdidas desenfreadas, permitidas com total liberdade.
Somente com o tempo, em provações da vida, ele se acalma,
aprende a se dominar, começa a encarar tudo corretamente e
domina seus instintos.
Imagine, por exemplo, qua aos habitantes selvagens
deste mundo, de repente, sejam revelados todos os mistérios

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da nossa ciência e eles se vejam detentores do poder de que


dispomos hoje. Pense como eles utilizariam? Aparvalhados,
sem saberem o que fazer com eles, e não mais contidos por
obediência obrigatória, tornar-se-iam insolentes,
dissipadores, malfeitores, trazendo perigo tanto para si como
para outros, enquanto não alcançassem o equilíbrio.
Nós, os humanos, temos uma enorme graça, a de
contarmos com os espíritos protetores, mentores invisíveis,
que nos inspiram, apóiam e nos protegem dos inimigos
invisíveis aos nossos olhos rudes. E quanto aos animais?
Parece-me, já está escrito que eles se tornam humanos, que
deveriam também ter uma proteção oculta.
Em todo o caminho da ascensão, a indestrutível
faísca psíquica possui protetores, segundo seu nível de
evolução. Quanto menos for desenvolvido o espírito, menor
será a delineação de sua individualidade e,
consequentemente, a assistência a ele; mas, à medida que a
consciência da individualidade o destacar das massas, ele
será alvo das atenções. Voce há de convir que compreender
e orientar o espírito de uma ameba, por exemplo, é bem
mais fácil do que fazê-lo com o seu, meu amigo, e por isso o
seu orientador deve ter um feitio diferente.

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Tanto nesta, como em outras questões da economia


mundial, deve haver uma coerência. Assim, para orientar os
primeiros passos no reino animal, são designados os
espíritos de animais, mas que estão muito acima no degrau
da evolução. Tal trabalho não só lhe desenvolve as
habilidades, mas lhes serve de ocupação útil; ao mesmo
tempo, eles vão retribuindo ao que antes usufruíram.
Devido a essa interação imutável, a grandiosa
evolução transcorre como um círculo vicioso, movida por
um único princípio, progredindo lenta, mas firmemente;
assim é, desde as almas que não têm a consciência de si,
ainda insensíveis, mas ligadas ao átomo da matéria, que se
ajudam que se apóiam uma na outra e, lentamente, vão
tornando-se espíritos perfeitos. A enorme espiral ascendente
faz uma derivação, e aqueles que alcançaram uma
determinada altura tornam a descer para trabalhar, velar e
apoiar os que ainda estão subindo; o círculo é fechado, e
este perpetuum móbile nunca cessa.
A sabedoria do Ser inefável é para nós que somos
simples átomos, inconcebível ainda que Sua bondade
infinita nos tenha provido de forças para ascender e juntar-
nos a Ele pelo arrebatamento da alma. Aqueles que, em sua

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ignorância, rejeitam a existência do Ser superior, empolados


de sua pífia vaidade humana, e presos a divagações tolas,
sempre serão muito ridículos.
Vamos dar uma pequena olhada na evolução cíclica
da humanidade. Ademais, no decorrer dos ciclos, que vão se
alternando neste ou noutro planeta, a população espiritual
vai mudando, e os mesmos papéis são interpretados por um
novo elenco de atores, a galgarem a escada social do
Universo. Assim, a orgia que você presenciou não passou de
uma repetição ampliada da sucessão de fatos semelhantes.
O quadro que eu desejo mostrar diz respeito ao
passado da Terra, mas que se repetirá no futuro longínquo
novamente. Nos tempos do porvir, quando a lembrança
sobre nós for enterrada embaixo das cinzas dos séculos idos,
preservar-se-á apenas, associada a nossos conhecimentos, as
tradições populares, contos e lendas, longínquos, obscuros e
incompreensíveis.
Assim, na época em que termina um determinado
ciclo de grandes catástrofes, os atores do palco mundial
dividem-se: uns ascendem para um planeta superior, outros
descem para terras inferiores na qualidade de promotores de
progresso, e os terceiros, finalmente, ainda que evoluídos

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mentalmente, mas cuja moral ainda está longe do nível


desejado, fica na terra, constituindo os assim chamados
“anjos caídos” – um mistério que se repete em todos os
mundos, tanto no nosso como nos sistemas a que
correspondem.
Imagine, agora, que o ciclo se consumará; a divisão
completou-se – uns sobem, outros descem, e os exércitos da
terceira espécie recebem a ordem de seus juízes superiores e
dirigentes, para que permaneçam na mesma terra, a fim de
ensinar às pessoas, que acabaram de vir de um planeta
inferior, tudo o que a razão dos primeiros já pesquisou,
estudou e assimilou em termos da fé, da sociedade, da
ciência e da moral. “Orientem essas mentes fracas e ensinem
o que viram, conheceram e aprenderam” – essa é a sentença.
Agora, quanto aos “remissos”. Estes não parecem muito
lisonjeados com a missão a eles confiada, ainda que
grandiosa: sentem-se infelizes. Estão longe de seus amigos,
companheiros e até de desafetos, ou seja: de toda aquela
família espiritual em que, por muitos séculos, concentraram
a sua afeição ou hostilidade. E você sabe que este último
sentimento é causa de muitos aborrecimentos na trilha
monótona de uma vida.

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Os espíritos que são arrastados, periodicamente, em


avalanches racionais migratórias para um mundo novo,
estão, em todos os sentidos, abaixo de seus antigos
habitantes; eles se sentem deslocados, como que perdidos,
sem saberem usufruir das benesses proporcionadas.
Entretanto, ainda que o manto carnal e o
esquecimento contribuam em muito para não denunciar os
“remissos”, eles não perderam a razão superior, o saber
adquirido, a intuição, que lhes animam as recordações. Tão
logo os “remissos”, espalhados entre as massas, começam a
se reconhecer uns aos outros – não como pessoas
individuais, mas como respectivos pares –, vão reunindo-se
e juntando os fragmentos das tradições que se salvaram da
destruição, formando entre si uma sólida corrente... tornam-
se senhores de uma multidão ignara, à qual foram
conclamados para orientar e prodigalizar os ensinamentos.
Cientes de que o poder sobre a consciência humana é
o mais infalível, os “remissos”, astutos e ávidos por
autoridade, restabelecem o sacerdócio e, dos fundos dos
templos, envoltos em véu de mistério, governam os povos
ingênuos, fazendo-os venerá-los e temê-los, já que
intercedem por eles junto à Divindade, sem a qual não

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sobreviveriam. Estes guardiães do novo ciclo se proclamam


– e com fundamento, alias – representantes de Deus na terra.
Maus representantes, diga-se de passagem! Não obstante,
eles foram, de fato, designados pela vontade superior para
orientar os irmãos menores, instituir a fé em Deus, as leis,
traçar o caminho de ascensão à Divindade e impulsionar as
ciências e as artes, das quais eram os curadores.
Mas, ao invés de tolerância e amor, que deveriam
patentear os mentores dignos deste nome, os “remissos” dão
asas à sua vaidade e egoísmo, dirigindo seu cabedal de
conhecimento e forças da natureza unicamente para infundir
medo, buscando solidificar o poder.
Dos templos têm saído todos aqueles que são
indispensáveis na condução dos destinos dos povos – reis,
sacerdotes, cientistas, médicos; mas todos eles ocultam
ciosamente o seu saber; quando muito, compartilham, a
contragosto, seus fragmentos, e, esteja onde estiver voltada
a curiosidade arguta do irmão menor, este sempre se vê
diante de um mistério impenetrável.
O lado positivo é que entre eles sempre se encontram
espíritos muito evoluídos, que compreendem a sua
destinação. Justamente eles é que disseminam os

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ensinamentos para seus menores e aceitam discípulos, sendo


ajudados por missionários. Estes últimos, inspirados no
verdadeiro amor ao próximo, saem da escuridão dos
templos, anunciam as grandes verdades e propagam as leis
imutáveis de concórdia e amor. Entre esses missionários se
encontram emissários divinos que abrem brechas de luz na
escuridão e impulsionam o progresso por muitos séculos.
O tempo encarrega-se do resto. Os graus de
conhecimento que alcançam os povos e o sistema social,
implantado pelos governantes para o seu próprio bem-estar,
promovem o hábito à ordem e contribuem para o
desenvolvimento dos intelectos. Assim, os mais enérgicos,
persistentes e sensatos, ascendem-se a tal ponto que se
tornam iniciados.
É claro que esses noviços, ainda são prepotentes e
ególatras em compartilharem os conhecimentos e
iluminarem os irmãos menores, esquivam-se, sob o pretexto
do juramento de silêncio, exercendo um domínio ainda mais
rigoroso de que o de seus predecessores. Mas a brecha de
luz está aberta, e o exército de mestres vai preenchendo-se
de novos adeptos das camadas inferiores.

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Assim tem sido o desenvolvimento humano,


iluminado e impulsionado para frente por missionários
divinos; e toda vez que reacendem a luz da verdade, as
trevas começam a se densificar e a fé, a minguar.
Os primeiros adeptos de qualquer revelação, ou, se
quiser, de uma doutrina, ao vencerem o limiar da ignorância,
tornam-se ciosos e moralmente altaneiros, propalando, de
peito cheio, a verdade, e prometendo renovar o mundo. Com
o desaparecimento do grande pregador e de seus primeiros
discípulos, os seres humanos habituam-se à luz; os
seguidores ulteriores acabam por esquecer o terrível manto
das trevas que enredava a humanidade, buscando, apenas,
sem muito enlevo usufruir dos benefícios auferidos. No
homem, então se assoma o mal; a luz, obtida com tanto
sacrifício, torna-se um direito de poucos, que se vai
esvanecendo até se extinguir por completo, em meio à total
indiferença, descrença e rejeição...
Para você entender melhor, basta lembrar o que já
aconteceu na terra, ou seja: como envelheceu, empanou e
morreu Osíris, cedendo lugar a Júpiter, que, por sua vez, foi
substituído pela doutrina divina de Cristo.

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Observe também que, em todas as épocas de


transição, os homens destronaram furiosos os que antes por
eles era venerado; não existe nada sagrado para as mãos
bárbaras dos fanáticos. Mas esse desvario se volatiza
rapidamente, e, no bojo de novas crenças transformadas,
medram os imitadores do passado.
Mãos engenhosas, cabeças inteligentíssimas usurpam
o poder e as massas ingênuas e ignorantes atam-se aos
grilhões; então os que mais bradaram contra as atrocidades e
despotismo dos templos, proclamam a intolerância religiosa,
em todos os seus aspectos, e mantém a humanidade, por
séculos, sob o mais cruel jugo espiritual.
Entrementes, nessa escola sanguinária, as
habilidades se desenvolvem; até os de menor dom para o
aprendizado alcançaram seus irmãos, e, respirando ódio e
indignação, galgam os últimos degraus que os separam dos
“remissos”.
Seus seres foram os que mais sofreram durante a
longa jornada da árdua ascensão; seu intelecto, mais pesado
e menos flexível, estava impregnado de vaidade e estreiteza.
Como certos, só existiam os seus conhecimentos, hauridos
ao preço de muitos sacrifícios; eles só reconhecem o direito

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à existência naquilo que pudessem apalpar ou comprovar


com seus instrumentos imperfeitos.
E, já que nenhum bisturi é capaz de descobrir uma
alma na matéria dissecada, nenhum microscópio jamais lhe
propiciou a visão de um corpo astral, e eles – muito menos –
não estão em condições de perceber o invisível, concluem
então que só existe aquilo que se vê, descartando
insolentemente qualquer princípio espiritual da criação.
Apresentando como explicação as leis da natureza –
aquelas que conhecem, é claro -, eles propagam o
materialismo; a não-existência toma o lugar de Deus; a
intolerância científica, predecessora da intolerância
religiosa, reina absoluta e... Assim, chegaremos até o fim de
um ciclo.
As ciências exatas – cruéis, imutáveis e materialistas
– crescem e florescem; mas em suas ramificações fenece a
fé, a vergonha e as leis morais.
Desencadeia-se uma verdadeira orgia. As
descobertas se sucedem e a s terríveis forças da natureza são
escravizadas para os trabalhos sujos; sem conhecerem as leis
que governam os gigantes do espaço, estes são
transformados em trabalhadores forçados; não lhes passando

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pela cabeça que pode acontecer o pior, como com o


aprendiz do feiticeiro, que não conseguiu domar as forças
invocadas.
Os conhecimentos esotéricos, dos quais lançavam
mão somente em casos especiais, sendo transmitidos apenas
ao círculo de pessoas de confiança, tornam-se patrimônio da
turba; ao se exorbitá-los, por conta de maus instintos
desenfreados, a humanidade é levada à decadência, da qual
você já foi provavelmente, uma testemunha. Num átimo,
surge uma nova catástrofe mundial, pondo fim à grande
parte da criminosa espécie humana, às suas ciências, delitos
e abusos...
Nesta jornada da humanidade no decorrer de séculos,
inserem-se à história moral e social dos povos, que se vão
substituindo uns aos outros na Terra, durante o tempo de
duração de um determinado ciclo.
É assim, o caminho espinhoso das nações inferiores
que ascendem à perfeição pela escada invisível. Assim ele
foi, e assim será; os interpretes mudam, mas os papéis e as
fraquezas continuam os mesmos.

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