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E
DESENVOLVIMENTO
O PODER DA VERDADE
PARA TRANSFORMAR NAÇÕES
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Índice:
03 – O ABC da Cultura 14
07 – Revivendo a Reforma 45
08 – O Poder da História 54
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A MUDANÇA DE MODELO (PARADIGMA)
Introdução:
Mesmo após três anos com Cristo, os discípulos tinham uma perspectiva bem diferente do que o
verdadeiro a respeito de quem Ele era e o que Ele veio para fazer. Os discípulos tinham um modelo
(paradigma) faltoso. Jesus se esforçou para mudar a paradigma deles para que eles pudessem
conhecer a realidade.
C - Escolhe as cinco palavras do item A que você mais usa para descrever seus próprios alvos.
D - Definição de sucesso
Pensando nessas palavras percebe-se que a nossa sociedade define o sucesso em termos de
autoridade, poder e ganhando. Nossa sociedade descreve fracasso em termos de trabalhando,
servindo os outros e sendo subordinado.
Mas os dois conceitos nem sempre estão em choque. Jesus, o Deus-Homem, era Senhor e
também Servo. De fato, a liderança boa lidera através de servir.
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II - Os valores “direito” do Reino
A - Leia Lc. 3:4-6.
Nessa passagem, João Batista prega a mensagem de Isaías sobre a vinda do Reino de Cristo. Neste
reino as coisas estão invertidas (ou melhor, restauradas à ordem certa).
B - Estude Mt. 10:39.
Neste reino “invertido” (direito) como se acha a vida?
C - Valores e ambições
O sistema de valores no Reino está em contraste com os valores do mundo. Por isso, a ambição
do Cristão deve ser diferente da ambição do mundo. A ambição do Cristão é: Ser Servo.
D - Há três palavras gregas principais no NT para “servo:”
a. DOULOS – escravo, sujeito, servo para sempre.
b. DIAKONOS (do diako = atender um serviço) – ajudante, garçom, servo.
c. THERAPON – um servo que faz os serviços menores; servo comum.
E - O termo “servo” no NT:
O termo “servo” no NT tem um significado semelhante ao uso atual da palavra. Ela se refere à
pessoa que cuida dos serviços menores.
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1- de:____________________________________________________________
2- para: ___________________________________________________________
Quem é Cristo
O que/Quando é o
Reino?
Quem são os
discípulos?
C - Para Refletir
1 - De onde vem nossa história “ou expectativa?”.
2 - O que estas “histórias” ou expectativas produzem?
3 - O que acontece quando nossa maneira de compreender a realidade é diferente do que a
maneira (certa) em que Deus a compreende?
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A História que Transforma
Gênesis 1:1 diz: “No princípio Deus . . .” Este é o começo da nossa história. Esta declaração estabelece toda
a trama da nossa história. Que é o homem? O animismo, o teísmo e o secularismo têm respostas diferentes
para esta pergunta. Que é a natureza? Para onde está indo a história? Também para estas perguntas, o
animismo, o teísmo e o secularismo dão respostas diferentes. São histórias muito poderosas que formam o
perfil de nações inteiras. Nós temos uma história incrivelmente poderosa. Uma história capaz de
transformar indivíduos, comunidades e nações.
Pense em nossa história como um livro. A história começa num jardim e termina numa cidade. O primeiro
capítulo do livro é sobre a criação. “No princípio, Deus criou os céus e a terra.” Neste primeiro capítulo, Ele
cria o homem. Põe o homem no meio do jardim e dá ao homem uma tarefa: seja o Meu representante no
jardim; desenvolva a terra.
O capítulo dois da nossa história registra a Queda. O homem se rebela contra o Rei dos Céus. É o começo
da morte. É o começo da fome. Você já parou para pensar que a fome não é natural? A morte não é
natural. São produtos da rebelião do homem contra o Deus vivo.
Os capítulos dois a nove da nossa história narram Deus desdobrando a história. Ele trabalha na história
para levantar Abraão, Moisés e os profetas. Tudo isto faz parte da nossa história.
O décimo capítulo da nossa história é o Evangelho—a vida, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Este é
o ponto focal da nossa história e de toda a história humana. É o capítulo principal, mas não é o único
capítulo.
No capítulo onze, Deus estabelece a Igreja. A Grande Comissão é a reformulação de Jesus da aliança de
Deus com Abraão. O que é a Grande Comissão? Fazer discípulos. Fazer discípulos de que? Nações!
O capítulo doze descreve a volta do Rei. Ele está voltando com o Seu Reino e esse é o “Fim” da nossa
história! O Rei está voltando. E quando Ele voltar vai querer alguma coisa pronta para a Sua volta. Ele quer
a Sua noiva pronta (Apocalipse 19:7), e Ele também quer a glória das nações pronta (Apocalipse 21:24-26)
para ser levada pelos reis das nações para dentro da cidade celestial.
Como a glória da Coréia vai estar pronta para a volta de Cristo? Como a glória do Brasil vai estar pronta
para a volta de Cristo? Somente se forem discipuladas. Esta é a nossa história.
Mas, o que nós fizemos? Tiramos o capítulo dez do livro e dissemos que ele é a história toda. Isto é tudo
o que temos para contar. E esquecemos o resto da história. Tiramos o Evangelho do contexto e dizemos:
“Muito bem. Aqui está a história secular; aqui está a história animista. Vamos colocar o Evangelho aqui.”
Usando uma outra analogia, nos esquecemos de estabelecer um alicerce para a vida do povo de Deus. O
Evangelho é a pedra angular do alicerce, mas não é o alicerce todo. O alicerce não pode ficar sem a pedra
angular, mas a pedra angular sozinha não pode suportar o edifício todo.
Qual é o alicerce da destruição de uma comunidade? Qual é o alicerce da destruição de uma nação? Qual é
o alicerce da nossa própria destruição pessoal? Mentiras! Satanás é o pai da mentira. Ele destrói não
somente a pessoa, mas também comunidades e nações, levando-as a acreditar em mentiras.
Qual é o alicerce do desenvolvimento de uma comunidade? A verdade. O conhecimento de Deus. Nós,
cristãos, temos uma história poderosa. Mas, na verdade, a nossa história compete com outras histórias. O
animismo tem uma maneira de ver a realidade, muito diferente do secularismo. Estas duas cosmovisões
possuem uma compreensão da realidade muito diferente do teísmo bíblico.
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Que é o homem?
Homem, a Imagem de Deus
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Homem e Mulher
Mas, tem uma coisa extraordinária a respeito da nossa história. Veja novamente Gênesis 1:27: “Criou, pois,
Deus o homem à Sua imagem . . . homem e mulher os criou.” Você percebe o significado desta declaração.
São somente palavras religiosas? O que dizem estas palavras? Que Deus nos fez como Ele. Quem é como
Ele? Homens e mulheres! Não só os homens. Homens e mulheres! Na história bíblica, homens e mulheres
são iguais diante de Deus em dignidade e valor.
Muitas vezes, nas minhas viagens pelo mundo, eu fico muito aborrecido. Eu vejo a pobreza. Uma das
maiores responsáveis pela pobreza no mundo é uma mentira! A mentira de que os homens são melhores
do que as mulheres. Viajo pelo mundo e ouço as histórias culturais que dizem que os homens são melhores
do que as mulheres. Na América do Sul chamam a isto de machismo: “Os homens são melhores do que as
mulheres!” E as mulheres são tratadas como empregadas. Em algumas culturas elas são tratadas como
escravas. Em outras, são tratadas como brinquedos, como objetos sexuais. Os homens abandonam as suas
mulheres quando elas ficam grávidas. Então, elas são obrigadas a cuidar dos filhos sozinhas e sem nenhum
recurso. Algumas culturas acreditam que as mulheres não têm mentes, portanto não vale a pena dar-lhes
educação escolar. A pobreza que vem desta mentira é impressionante. É óbvio que homens e mulheres são
diferentes. Mas é mentira dizer que, porque são diferentes, um é melhor do que o outro.
Veja o que mais a Bíblia diz: “Homem e mulher os criou.” O que isto quer dizer? Ao criar o homem, Deus
quis expressar a Si mesmo plenamente. Ele não conseguiria expressar tudo o que Ele é fazendo dois
homens. Ele não conseguiria expressar o Seu coração de mãe criando dois homens. Para criar uma imagem
que expressasse plenamente quem Deus é, Ele tinha de criá-los homem e mulher. Além das diferenças
físicas visíveis, eles também diferem em papel e função. Estas diferenças são para ser celebradas e gozadas.
Há uma reação ao machismo acontecendo no mundo—o feminismo radical. O feminismo diz que homens e
mulheres são iguais e, portanto, são o mesmo. As pessoas falam em liberar as mulheres. Liberar as
mulheres para serem o que? Como os homens. A o agir desta forma, elas mantiveram o mesmo e velho
paradigma. O que precisamos orar e advogar é que os homens sejam homens, não somente “animais
machos”. Cristo mostrou o que significa ser um homem no Seu relacionamento com a Sua noiva—mulher—
a Igreja. Ele é a cabeça da Igreja. Como Ele lidera a Igreja? Da cruz. Cristo é a cabeça da Igreja a partir da
cruz! O que Ele fez? Ele morreu por Sua noiva. Cristo foi um líder-servo. Esta é a nossa história. É uma
história radical.
Dando Nomes aos Animais
Vejamos o último exemplo de como o homem foi feito à imagem de Deus. Gênesis 2:19 diz: “Havendo,
pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves do céu, trouxe-os ao
homem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que homem desse a todos os seres viventes, esse
seria o nome deles.” O homem está no jardim e Deus lhe traz os animais. Por que Ele traz os animais para o
homem? Para dar nomes a eles. É o que a Bíblia diz. Mas, você sabe o que Deus poderia ter feito? Ele
poderia ter dito: “Adão, Eu sou Deus. Eu fiz os animais. Eu dei nomes a eles. Eu quero que você memorize
os nomes deles. Eu quero que você os chame pelos nomes que Eu dei a eles.” Ele poderia ter feito isto?
Sim! Porque Ele é Deus! Foi o que Ele fez? Não! Ele trouxe os animais para Adão e disse: “Adão, eu fiz você
semelhante a Mim. Eu poderia dar os nomes aos animais. Você também pode. Eu quero que você dê nomes
aos animais e Eu vou chamá-los pelos nomes que você der a eles.” Que Deus é este? Que Deus diria a Adão:
“Eu criei os animais, mas você pode dar os nomes deles, e Eu vou chamá-los pelos nomes que você der a
eles.”? Que homem é este? Esta é uma história incrível!
Antes do nascimento do meu filho mais velho na Suíça, minha esposa e eu conversamos sobre que nome
dar ao bebê. De repente, senti um calafrio na espinha, e estou sentindo-o novamente, só de pensar nisto.
Nós íamos dar um nome a esta criança e o Deus do universo ia chamar a criança pelo nome que nós íamos
dar a ela. Por toda a eternidade este ia ser o nome da criança. O nome do meu filho é Nathan e é assim que
Deus o chama! E onde ele ganhou esse nome? Nós lhe demos. Que Deus é esse? Que espécie de homem
Ele criou? Esta é a nossa história.
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Para Onde Vai a História?
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Na Grande Comissão (Mateus 28.19-20), o Cristo ressurreto dá a Sua ordem à Igreja: “Vocês devem fazer
discípulos de todas as nações.” Na verdade, ela não era novidade. Foi simplesmente a reformulação de
Cristo à ordem dada a Abraão. Como ele devia ser uma bênção a todas as nações (Hebraico MISHPACHAH:
tribo/família), nós temos de discipular as nações (Grego ETHNE: grupo de pessoas).
Nos países e nas culturas fatalistas a história é uma coisa que acontece com você. Na história bíblica, a
história é uma coisa que você faz. Por que? Porque somos portadores da imagem de Deus. Veja dois
exemplos. Milhões de pessoas foram salvas da fome porque Larry Ward, o fundador da missão Food for the
Hungry [Alimentando os Famintos], posicionou-se contra o holocausto da fome. Através da JOCUM - Jovens
Com Uma Missão, centenas de milhares de pessoas têm a oportunidade de ser treinadas e participar de
missões por causa da visão de Darlene e Loren Cunningham. De que forma Deus quer mudar o curso da
história da sua comunidade, da sua nação? Através da sua vida! O hinduísmo diz que a pessoa é como uma
pedra. Quando ela entra na água não faz ondulações. E se você pensasse de si mesmo desta forma? A
história bíblica é radicalmente diferente. Quando um homem ou uma mulher entram na água, eles
produzem ondulações que continuam pela eternidade.
Quando minha esposa, Marilyn, e eu estávamos estudando na Terra Santa no final dos anos sessenta, a
cada dois fins de semana saíamos para uma viagem de estudos pelo campo. Num determinado fim de
semana, subimos uma colina na região norte de Israel. Eu estava parado no topo da colina, quando avistei
uma floresta. Eu ainda não havia visto uma floresta no deserto, por isso ela chamou a minha atenção. O
nosso professor discursava, mas eu não ouvia nada do que ele dizia. Eu estava olhando a floresta. Continuei
olhando, quando notei que todas as árvores tinham a mesma altura. Que espécie de floresta era aquela?
Normalmente, as árvores de uma floresta não são da mesma altura; algumas são pequenas, outras são
grandes. Continuei olhando, e percebi que as árvores estavam dispostas em fileiras. Virei-me para o
professor e perguntei: “Dr. “Rainey, o senhor poderia me explicar que floresta é esta?” Ele respondeu:
“Sim. Esta floresta foi plantada pelos judeus.” E em seguida, ele me falou algo que jamais vou esquecer,
mas que eu não sabia o quanto era importante, até vir trabalhar com a missão Alimentando os Famintos.
Ele disse: “Darrow, havia duas visões diferentes para esta terra. Os árabes, que tinham vivido aqui
acreditavam que Alá tinha lançado uma maldição sobre a terra. A terra estava amaldiçoada e eles tinham
de viver debaixo da maldição da terra. Não havia nada que pudessem fazer. Mas, os judeus sabiam que esta
havia sido uma terra onde manava leite e mel.” Dois povos olhando para os mesmos recursos naturais—
quase nenhum. Qual era a diferença? A diferença estava na visão. A diferença está na história. Como
podemos começar a ajudar as comunidades e as nações a verem com os olhos de Deus? Quais são os
propósitos de Deus para a comunidade, para a nação?
Quando William Carey foi para a Índia, ele viu montanhas que tinham sido despojadas das suas árvores. Ele
poderia ter ficado deprimido com aquilo, mas ele entendia a história bíblica. O bom propósito de Deus era
que aquelas montanhas voltassem a ficar cobertas de árvores. Porque ele entendia a história, podia prever
o que ela significava para a Índia. Ao espalhar a história, ele pôde ajudar os indianos a verem os propósitos
de Deus para o seu país. Onde havia uma terra devastada, ele enxergava jardins; onde havia mentes vazias,
ele via aquelas mentes sendo cheias do conhecimento. Ele entendia que a terra tinha de ser cheia do
conhecimento de Deus.
Como é que nós, que estamos envolvidos com desenvolvimento, vamos trabalhar com as pessoas das
comunidades para ajudá-las a começar a enxergar a visão de Deus para a terra? Não a nossa visão, não a
visão das pessoas. A visão delas é o que pode estar segurando-as na pobreza. Como vamos ajudá-las a ver
com os olhos de Deus? Quais são os Seus bons propósitos para a comunidade, para a terra? E como vamos
incentivá-los a buscar os propósitos de Deus? É aqui que o desenvolvimento se inicia: com a Visão de Deus
de uma Comunidade. É mais do que elaborar projetos—é apresentar as pessoas ao Deus do universo, não
somente para que as suas almas sejam salvas, mas para que também possam começar a ouvir a História de
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Deus e ter os corações, mentes e vidas transformadas. Desenvolvimento começa com conhecer Deus,
entender e aplicar as Suas leis e princípios, ouvir a Sua História e ter as vidas ligadas ao desdobrar da
História de Deus. Desenvolvimento começa com uma visão, e “sem visão o povo perece”.
É imperativo que leiamos Apocalipse 21, porque é o fim da nossa história. Quando Cristo voltar, Ele vai
voltar com a Sua cidade, a cidade de Deus. E os reis da terra vão trazer o esplendor das nações para dentro
dela. Como o esplendor das nações vai ser preparado para a segunda vinda de Cristo? Somente se as
nações forem discipuladas. E é por isso que Ele nos fala, que Ele nos ordena, a discipular as nações. Jesus
tem uma tarefa—voltar com o Reino. E Ele nos encarregou de uma tarefa—discipular as nações. Temos que
preparar as nações para a volta do Rei, para que a glória das nações esteja pronta para Ele. Daí porque a
Grande Comissão é não somente possível, mas vai acontecer antes da Sua volta, porque esse é o Seu
propósito. Precisamos discipular as nações!
Qual é a Natureza do Universo?
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um homem! Somos feitos à imagem de Deus. Como vamos ajudar as pessoas a ouvirem esta história? Isto é
uma parte do que significa discipular nações.
A última história, a minha preferida. Eu não sei se você já teve a oportunidade de ver uma foto ou mesmo a
própria estátua Davi de Michelangelo. É a estátua do Rei Davi no exato momento em que ele tinha acabado
de matar Golias. Ele era um jovem, em toda a glória da sua juventude, e tinha acabado de defender o nome
do Deus vivo. Ele estava disposto a morrer pelo nome do Deus vivo. Foi nesse momento que o artista
Michelangelo conseguiu capturar Davi. É uma obra de arte. Quanto ela vale? Não tem preço. Não é
somente um tesouro nacional, é um tesouro do mundo. O que ela foi um dia? Um pedaço de pedra numa
montanha. Não tinha nenhum valor. Então, um dia, um homem saiu e trabalhou duro para arrancar aquele
bloco de mármore da montanha. Provavelmente, ele trabalhou meses para tirar aquele bloco da
montanha. E o bloco passou a valer um pouco mais; valeu o trabalho de um homem. Depois, um outro
homem veio com um cavalo cansado e pôs o bloco de mármore numa carroça. O cavalo cansado puxou o
bloco até Florença, na Itália, deixando-o no estúdio de Michelangelo. O bloco de pedra foi colocado sobre
um pedestal, onde Michelangelo o estudou por alguns instantes. Certo dia, ele estava num canto do seu
estúdio trabalhando numa outra escultura e olhou para o bloco. Em seguida, mudou para um quadro que
estava pintando e deu algumas pinceladas. E, aí, olhou de novo para o mármore. O que ele estava
procurando? Ele procurava o que estava dentro do mármore. E um dia ele o viu; ele viu Davi. Tomou o
cinzel e o martelo e começou a revelar o que ele viu dentro da pedra. Não sei quanto tempo levou, mas um
dia a obra estava acabada. E agora, quanto ela valia? Não tinha preço. O que a fazia ser tão valiosa? O que
fez que algo que não tinha valor se transformasse num tesouro de valor incalculável? Um artista que foi
feito à imagem de Deus.
Mas, esse não é o fim da história. Quando ouvi esta história, fiquei sabendo que aquele bloco tinha uma
grande falha. Era uma trinca que ia até à base da pedra e Michelangelo tinha que trabalhar em torno dessa
falha. Ele sabia com o que estava lidando e trabalhou contornando aquele defeito para dar forma à glória
de Davi. Ele pegou uma pedra que tinha uma falha e a transformou numa obra de arte. Ele pôde fazer isto
porque era feito à imagem de Deus.
Você tem consciência de que é isto que está acontecendo nas nossas vidas? Você tem consciência de que é
isto que Deus está fazendo na sua vida? Somos como aquela pedra fria e defeituosa. E o Deus do universo
vem até à pedra fria e com falhas, e olha para ela. O que Ele procura? A glória que está “lá dentro”! Deus vê
toda a maravilha e beleza que há dentro de nós e quer revelá-la ao mundo. E Ele toma o Seu cinzel e o Seu
martelo e começa a revelar a glória.
Sabe aqueles dias da sua vida? Os dias difíceis? Os dias de dor e talvez até dias em que você desejou
morrer? Você vê o golpe se aproximando e pede: ‘Deus, não! Segure o golpe. De novo não! Não agüento
mais!’ Você está nas mãos do Escultor do universo. Se Ele retivesse o golpe, a glória não poderia ser
revelada. Temos um Deus maravilhoso e Ele nos fez à Sua imagem. Esta é a nossa história. Esta história vai
transformar nações.
1. Qual o significado do fato de que somos feitos à imagem de Deus (Gênesis 1:27)?
2. Qual é uma das causas gerais da pobreza no mundo?
3. Quais os dois princípios sobre os homens e as mulheres que são derivados do homem ser criado à
imagem de Deus (Gênesis 1:27)?
4. Qual o significado desses dois princípios para a sociedade?
5. O que você sente ao saber que Deus fez o homem para dar nomes aos animais?
6. Descreva os três diferentes conceitos da história e seu significado para a humanidade.
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7. De acordo com cada um dos seguintes, qual é a fonte dos recursos?
Secularismo:
Teísmo Bíblico:
8. Como o conceito bíblico de recursos impactou o seu pensamento?
9. Qual a moral da História que Transforma?
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O Poder da História
Ao nos aproximarmos do século 21, como devemos entender a missão da Igreja? Grande parte da Igreja do
final do século 20 vê a Grande Comissão de Cristo como um chamado para o evangelismo – a salvação dos
perdidos e a implantação de igrejas. Outros cristãos dizem que devemos nos preocupar não somente com
evangelizar, mas também com discipular: “A Grande Comissão tem a ver com discipulado. Precisamos
discipular as pessoas para serem espirituais, se dedicarem à leitura da Bíblia, à oração, à comunhão, irem à
igreja.” Mas é isto o que diz
Mateus 28:18-20? Não!
A Grande Comissão é um
chamado a discipular as nações
(ethnos), “ensinando-os a
obedecer a tudo o que lhes
ordenei.” Deus quer redimir
todas as tribos e nações para Si
mesmo. Isto começa, mas não se
encerra, com o evangelismo das
pessoas. A partir das pessoas,
precisamos discipular as nações.
Este discipulado, porém, não
pode ser somente espiritual ou
religioso. As pessoas precisam ser
discipuladas para viverem a vida
em toda a sua plenitude coram
Deo – “diante da face de Deus.”
Por que a Igreja se esqueceu que
a Grande Comissão envolve o
discipulado de nações? Porque
ela esqueceu a cosmovisão
bíblica. Se queremos ser fiéis à
missão que Cristo deu à Igreja do
século 21, precisamos voltar à
nossa preciosa herança de uma
cosmovisão bíblica.
Neste pequeno documento,
examinaremos duas questões
fundamentais de cosmovisão:
primeiro, por que perdemos a
cosmovisão bíblica? Segundo,
quais são alguns dos
fundamentos da cosmovisão – “A
História Transformadora” – que são críticos para o discipulado de nações.
A história que vamos narrar estabelece a estrutura das nossas vidas, e deveria também estabelecer a
estrutura das nossas vidas profissionais, como agentes de desenvolvimento. Temos uma história dramática.
É uma história que pode transformar indivíduos, comunidades e até nações. Nossa História começa num
jardim e termina numa cidade. Ela começa em Gênesis 1 e termina no livro de Apocalipse. Ela começa com
Deus. “No princípio, criou Deus o céu e a terra …” Ela começa num jardim, com uma ordem para a
humanidade desenvolver a terra. Esta é uma história sobre Deus, a Sua criação e o lugar do homem na Sua
criação. A nossa História nos mostra como o homem se rebelou contra o Rei dos céus, e como o Rei enviou
o Seu Príncipe à terra para morrer pela raça rebelde. Em seguida, vemos o Príncipe dar uma ordem à Igreja.
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Ele está convocando a Igreja para ir e fazer discípulos de todas as nações – não somente evangelizar, não
somente discipular pessoas para serem religiosas. O objetivo da Comissão é discipular nações, construir
nações, não somente ouvir tudo o que Cristo ensinou, mas considerar como precioso tudo que Ele ensinou.
E então, a nossa História termina com a volta do Príncipe. Jesus vai voltar e, quando Ele voltar, não vai mais
existir fome. Nem pobreza. E quando Ele voltar, a glória das nações será entregue ao Reino de Deus. Esta é
a nossa história. Precisamos olhar para as nossas vidas dentro do contexto desta história. E temos que ver
o nosso trabalho de desenvolvimento, as nossas vidas profissionais, no contexto dessa história. Mas a nossa
geração se esqueceu desta História. O que eu gostaria de fazer em primeiro lugar, é ver porque perdemos a
História, e ver o impacto dessa perda sobre a nossa área de trabalho – o desenvolvimento. Em seguida,
gostaria de examinar alguns dos aspetos chaves desta História, e começar a estabelecer a estrutura mental
do nosso trabalho.
Cada cultura tem a sua história. O que eu procurei fazer, foi olhar de maneira abrangente, extensa, as
histórias culturais do animismo, do secularismo e do teísmo bíblico. Cada uma destas cosmovisões tem um
ponto de partida diferente – e um entendimento bem diferente da natureza do ser humano, da natureza e
da história. Cada uma destas cosmovisões cria uma história diferente. A história do secularismo estabelece
a trama do desenvolvimento moderno; ela cria a estrutura na qual a indústria de desenvolvimento funciona
atualmente. Mas como cristãos, temos uma cosmovisão diferente. Se tivéssemos consciência disto,
teríamos desenvolvido um conceito bastante
diferente de desenvolvimento.
A cosmovisão pode ser comparada a um par
de óculos. Ela define o que vemos, não o que
há para ser visto. Entre nós há muitos que
usam óculos. O que aconteça quando você
tira os seus óculos? O mundo pareça
diferente. Cosmovisão é como os óculos da
mente. Todo mundo tem esses óculos em
suas mentes, e as lentes desses óculos foram
fabricadas pela cultura de cada um. Eu fui
criado nos Estados Unidos e os óculos
culturais com os quais cresci são seculares.
Tornei-me cristão quando era adolescente,
mas continuei a olhar o mundo com óculos
seculares. Tinha o “coração circunciso”, mas
a “mente não circuncisa” Como profissional,
continuei olhando o mundo através daquela
mente não circuncisa.
Em contraste com o secularismo, o animismo
tem uma perspectiva bem diferente da
realidade. O animismo também tem uma
história sobre a natureza do ser humano, da natureza e da história, porém estabelece um sistema de
valores e um estilo de vida muito diferentes. Muitos dos pobres do mundo usam os óculos do animismo, e
esta maneira de enxergar pode contribuir para as circunstâncias da sua pobreza. O secularismo, o
animismo e o teísmo bíblico enxergam o mundo de uma perspetiva radicalmente diferente. Cada um deles
estabelece valores diferentes na cultura e, assim, formam sociedades e instituições diferentes.
Vamos ilustrar como funcionam estes óculos da mente. O que você vê nesta ilustração?
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Algumas pessoas vêem uma velha, e outras vêem uma
jovem bonita. Estamos todos olhando a mesma coisa, mas
vemos coisas diferentes. Depende da sua percepção. Isto é
um exemplo de como funciona a cosmovisão. A cosmovisão
determina o que você vai ver, e não o que há para ser visto.
A nossa História começa com estas palavras: “No princípio,
criou Deus os céus e a terra.” A Bíblia diz que antes do
universo existir, Deus já existia. Deus está fora da Sua criação
e cria um mundo verdadeiro. E em cada estágio do início da
nossa História, Deus diz: “É bom.” Ao encerrar o processo da
criação, Ele diz: “É muito bom!” Imagine um artista pintando
um quadro. Ele trabalha um pouco e diz “Ah, isto é bom.” E
trabalha mais um pouco. “Ah, está bom” E quando termina a
obra-prima, ele exclama: “Isto é muito bom!” Deus existe e
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Europa e a América do Norte há uns 130 anos e é a cosmovisão do homem moderno. É a cosmovisão de
Charles Darwin, da educação moderna, e da sociedade consumista moderna. Você nota, Deus não existe.
Mas não é só Deus que não existe, não há nada transcendental. Não há espiritualidade; a única realidade é
a matéria. Tudo é definido em termos materiais. Tanto os problemas quanto as soluções são definidos em
termos materiais. Na verdade, nada mais pode haver, porque por definição, matéria é tudo o que existe. A
industria moderna de desenvolvimento nasceu desta cosmovisão. A educação moderna ocidental nos
ensina a pensar desta maneira. E não é diferente para os Cristãos. A menos que nos conscientizemos de
que as cosmovisões existem, e comecemos a analisar a nossa cosmovisão, a nossa tendência será cair nesta
cosmovisão secular moderna.
Este foi o momento em que a Igreja deveria ter-se agarrado com firmeza à cosmovisão bíblica. Mas em vez
de defender esta cosmovisão contra o secularismo, a Igreja da virada do século cometeu um erro muito
grave. Em vez de serem pró-ativos com a cosmovisão bíblica, os cristãos reagiram à cosmovisão secular.
Eles disseram, “Deixaremos o mundo para os secularistas. A nós interessam somente as coisas espirituais.”
Ou seja, a Igreja aceitou uma cosmovisão “grega” ou dividida. No pensamento grego, o mundo estava
dividido entre o mundo espiritual e o mundo material. “O espiritual é bom e o material é mau. O espiritual
é sagrado e o material é secular.” Então a Igreja da virada do século estava interessada em teologia, ética e
missões, mas não em razão, negócios e política. Estas eram coisas do mundo.
Infelizmente, como esta cosmovisão dividida era ensinada nas escolas bíblicas e nos seminários, ela
estabeleceu a natureza de grande parte da Igreja, e reformulou o conceito da Grande Comissão. Então, os
formados pelas escolas bíblicas e pelos seminários entravam nas igrejas como pastores, ou iam para Ásia,
África ou América Latina como missionários e plantavam Igrejas de mentes gregas. O propósito da Igreja e
da Grande Comissão era pregar o evangelho, salvar almas para a eternidade – o foco era somente o
espiritual. E ponto final. A isto chamo de “paradigma de primeira ordem” da Grande Comissão.
Alguns cristãos dizem que precisamos ir além do evangelismo; temos que discipular. Então, quando uma
pessoa vem a Cristo, ela precisa ser discipulada. Mas esses cristãos, vêem a tarefa somente no sentido
espiritual ou religioso. Eles querem ensinar os novos crentes a orar e a ler a Bíblia e nada mais. Este é o
“paradigma de segunda ordem.” Neste caso, a Grande Comissão foi reduzida a uma atividade espiritual.
Mas, a Grande Comissão diz que devemos fazer discípulos de que? Nações! Não somente indivíduos.
“Ensinando-os (nações) a obedecer tudo o que lhes tenho ordenado”. Deus quer redimir as nações para Si
mesmo. O discipulado das nações começa com indivíduos conhecendo Cristo. Portanto, tem que haver
evangelismo. E também, tem que haver discipulado, mas este tem que ir além de ajudar as pessoas a se
tornarem espirituais. As pessoas precisam ser discipuladas em todas as áreas da vida. Normalmente o que
acontece é irmos à Igreja aos domingos, onde o “espiritual” acontece. E depois, o que acontece de segunda
a sábado? Trabalhamos no mundo e vivemos de acordo com as regras do mundo. E muitas vezes como
agentes de desenvolvimento, fazemos as coisas da igreja no domingo e nos envolvemos com a indústria do
desenvolvimento no restante da semana. Às vezes temos vontade de trazer algo “espiritual” para a nossa
semana, então vamos à igreja ou temos um estudo bíblico durante a semana. Mas, como profissionais,
continuamos a funcionar com uma cosmovisão secular.
A cosmovisão secular não é muito forte. Não é muito atraente. Mas, uma nova cosmovisão esta vindo, por
que vivemos num mundo não somente pós cristão, mas também um mundo pós moderno. O secularismo
está morrendo. Se você olhar para o mundo comunista, você percebe que ele está desmoronando. Por que
é que as estruturas e as instituições do comunismo estão desmoronando? Porque foram edificadas sobre
os fundamentos do secularismo, e estes não são fundamentos fortes. Se você olhar cuidadosamente
Europa e América do Norte, vai observar que eles estão vivendo de lembranças. Do lado de fora, as suas
sociedades parecem boas e saudáveis, mas, se você olhar para o seu núcleo, vai ver que estão
apodrecendo. Existe uma falência moral e espiritual no coração da cultura ocidental de hoje.
17
Uma nova cosmovisão está surgindo, a cosmovisão pós-moderna – o que muitos estão chamando de Nova
Era. Mas na verdade não é uma era “nova”, mas uma era velha. É o hinduísmo vestido com uma linguagem
ocidental e está invadindo o que foi o mundo moderno. Veja, por exemplo, o filme Guerra nas Estrelas. Um
grande filme, tecnicamente brilhante e avançado para o seu tempo. Guerra nas Estrelas é um folhetim do
Hinduismo. Muito daquilo que está saindo dos estúdios Disney tem uma forte influência da Nova Era. Esta é
a cosmovisão que está vindo. Merece mais atenção do que está recebendo, por que estará influenciando a
formação dos nossos filhos e, quem sabe, também, a dos filhos deles.
A cosmovisão afeta todas as áreas da vida. O que está no núcleo é a nossa cosmovisão. A cosmovisão de
um povo estabelece os princípios fundamentais da
sua cultura.
Esta, por sua vez, afeta todas as áreas e
instituições da vida. Portanto, a cosmovisão afeta
os princípios fundamentais da cultura, e estes
afetam educação, política, desenvolvimento e
economia.
Vamos tomar como exemplo a área do
desenvolvimento. Alguns anos atrás, um amigo
meu foi à uma conferência da USAID (U.S. Agency
for International Development – Agência Norte
Americana para o Desenvolvimento Internacional)
em Washington, D.C., EUA. A maioria dos
participantes esteve envolvida com
desenvolvimento durante 20 ou 25 anos. A
pergunta em todos os lábios era: “O que é
desenvolvimento?” Muitas pessoas estavam
investindo as suas vidas em algo, sem nunca ter
descoberto o que realmente estavam fazendo.
Nós, envolvidos em desenvolvimento, somos na
grande maioria ativistas. Queremos ajudar os
pobres a sair da pobreza. Queremos ver as coisas
mudarem. Então, nos envolvemos com agências de desenvolvimento. E queremos fazer projetos. Os
projetos tratam de estratégias e métodos, com pessoal e orçamentos.
A maioria de nós participa de organizações cristãs porque é motivada por Cristo no seu trabalho. Dizemos
que queremos fazer aquilo que fazemos bem. Então, a cada ano, reavaliamos os projetos que estamos
fazendo. Queremos ser profissionais, então avaliamos o nosso trabalho e o comparamos com o que os
outros estão fazendo. Contratamos consultores externos para examinar e avaliar o nosso trabalho, porque
queremos fazer o nosso trabalho profissionalmente. Mas a pergunta é, que tipo de projeto? O tipo de
projeto que fazemos será determinado pela nossa política e o nosso conceito de desenvolvimento. O que é
desenvolvimento? Será que realmente já consideramos esta questão?
Durante as minhas viagens, observei que a maioria das pessoas envolvidas em desenvolvimento são
ativistas. Estamos sempre ocupados cumprindo prazos, concluindo projetos, apresentando relatórios e
elaborando novos projetos. Estamos muito ocupados e quando você pergunta “O que você está fazendo?”
estamos ocupados demais com os projetos para refletir sobre a pergunta, “O que é desenvolvimento?” A
pergunta diz respeito às teorias de desenvolvimento. É aqui que estabelecemos os nossos alvos e objetivos
para o projeto. Mas a maioria, se formos honestos, diremos que temos pouco tempo para isto porque
estamos ocupados demais fazendo projetos.
É razoável, mas a pergunta é: “De onde veio o nosso conceito de desenvolvimento?” Poucos de nós voltam
ao começo. E então começamos a perguntar: “Por que?” Aqui está o seu conceito de desenvolvimento. Por
18
que? Bom, queremos que você pergunte por que, e volte e comece a expor os valores pessoais e culturais.
Comece a expor os valores da indústria da qual você faz parte – a ética da indústria. Não me refiro à moral;
refiro-me ao ethos da indústria, à cultura. De onde vem a cultura da indústria? Do seu sagrado sistema de
crenças, a cosmovisão. Mas a maioria de nós está tão ocupada que nunca tem tempo para refletir sobre o
que é desenvolvimento, ou mais profundamente, refletir sobre os princípios e paradigmas que estão por
trás das nossas políticas. A sabedoria exige o nosso envolvimento em ação e reflexão. Portanto, temos que
nos envolver com o nosso mundo, mas também precisamos refletir sobre por que estamos fazendo o que
estamos fazendo. E se de fato somos cristãos, com corações circuncisos mas mentes não circuncisas, e se
fazemos parte de uma indústria que foi definida por uma cosmovisão secular, poderemos estar envolvidos
em muitos projetos seculares.
Quando estive na Bolívia há um ano e meio, fiz este apresentação. Depois da apresentação, alguns obreiros
me procuraram e me ajudaram com este diagrama. Eles disseram: “Darrow, entendemos o que queremos
fazer. Queremos fazer o certo porque somos cristãos. E é por esta razão que avaliamos os nossos projetos
todos os anos, porque buscamos a excelência nas coisas que estamos fazendo.” Então, disseram isto: “O
que você está nos dizendo é ‘Não é suficiente fazer as coisas da maneira certa. Precisamos, além disso,
fazer as coisas certas.” O que eles entenderam é que podemos fazer as coisas erradas da maneira mais
profissional. Se tudo o que fazemos é analisar os nossos projetos desta maneira, poderemos fazer todas as
coisas erradas com excelência. Então, não basta ser um ativista. Precisamos parar para refletir. E temos que
refletir ao nível da cosmovisão. Precisamos começar a levar a sério a cosmovisão da Palavra de Deus no
contexto do nosso trabalho, porque não queremos simplesmente fazer as coisas da maneira certa –
queremos fazer as coisas certas. E fazer as coisas certas com excelência. São dois processos diferentes.
O PODER DA HISTÓRIA
GUIA DE ESTUDO
7. Descreva, com as suas próprias palavras, a relação entre projetos, políticas, princípios e paradigmas no
diagrama “Impacto da Cosmovisão Sobre o Desenvolvimento.”
8. Qual a diferença entre “fazer as coisas da maneira certa” e fazer as coisas certas”?
9. Para um trabalhador compassivo, por que não é suficiente fazer as coisas da maneira certa?
19
O Reino de Deus...
O cristianismo perdeu o Ocidente. O Ocidente vive um estado de decadência moral e cansaço espiritual. A
decadência começou com o abandono da cosmovisão bíblica e continuou com a influência bárbara do
secularismo chegando à sociedade ocidental. A ascensão da cultura pós moderna (neo-animista) dominou a
última década do século 20.
A Igreja da nossa geração abandonou a cultura muito depressa. Está esperando o céu, esquecida de sua
missão. Por que? O que aconteceu? Nos esquecemos do Reino de Deus e de que a nossa tarefa é discipular
nações.
E. Stanley Jones, estadista missionário na Índia declarou: “O Reino é a resposta total de Deus para a
necessidade total do homem.” Muito interessante. Gálatas 3:8 diz que as Escrituras previam que Deus iria
justificar os gentios pela fé e anunciou o Evangelho primeiro a Abraão. Qual foi o Evangelho que Ele
anunciou primeiro a Abraão? Todas as nações serão abençoadas através de você. Esta é a boa notícia. A
boa notícia do Reino de Deus. Jesus ensinou e pregou a boa notícia do Reino de Deus e modelou o Reino de
Deus com a própria vida.
Antes de examinarmos alguns dos elementos críticos do Reino, vamos definir o Reino de Deus. A definição
mais simples é: o Reino de Deus é todo o ambiente onde Cristo, o Rei, reina. Portanto, o Reino de Deus é
qualquer lugar onde Cristo está reinando. Cristo está reinando em sua vida? Então o Reino de Deus está aí.
Cristo está reinando em sua igreja? Então o Reino de Deus está lá. O Reino de Deus pode estar numa igreja
local, numa comunidade, ou numa nação onde Cristo está reinando. Outra maneira de dizer isto é que o
Reino de Deus é o lugar onde é feita a vontade de Deus. O que oramos na Oração do Pai Nosso? “Venha o
Teu Reino, seja feita a Tua vontade assim na terra como no céu.” Primeiro, oramos pela volta de Cristo com
o Seu Reino. Depois, oramos por nós mesmos, para que o Reino possa ser manifestado hoje em nossas
vidas.
Se você está plantando uma igreja, que tipo de igreja vai ser? Mateus 25:31-46 descreve a volta de Cristo
como Rei. Quando Ele voltar, Ele vai separar as ovelhas dos bodes. O fator diferencial entre os dois é o
ministério da compaixão. As ovelhas manifestaram compaixão; os bodes não. Precisamos edificar igrejas do
Reino que sejam sal e luz para as suas comunidades, dispostas a criticar a cultura desses lugares e a se
posicionar ao lado da justiça e da verdade em meio à corrupção. Precisamos criar igrejas que entendam
que precisam santificar todas as áreas da vida. Precisamos construir igrejas que entendam que o caráter de
Deus é compassivo, e que Ele quer manifestar a Sua compaixão através da Igreja. Precisamos discipular
cristãos do Reino e edificar igrejas do Reino se queremos que o Reino venha.
Agora vamos ver os sete elementos que descrevem a natureza do Reino de Deus. Primeiro, o Reino é
revelado na pessoa de Jesus Cristo, o Rei. Colossenses 1:19 diz que em Jesus Cristo habita toda a plenitude
de Deus. O que Jesus revelou na carne? Ele revelou como Deus é. Ele pôde dizer: “Quem me vê, vê o Pai.”
Mas, Ele também revelou na carne como é o Reino de Deus. Alguém afirmou que nós construímos nações
de acordo com o deus que cultuamos. Edificamos instituições baseados no deus que cultuamos. Que tipo
de deus cultuamos? Ao olhar para qualquer instituição ou examinar uma nação, você poderá ter uma idéia.
Não devemos simplesmente viver a vida cristã dentro do contexto da nossa cultura; temos de vivê-la diante
da face de Deus de formas que ajudam a redimir a nossa cultura e edificar a nossa nação. O Reino é
revelado na pessoa de Cristo.
Segundo, o Reino é abrangente. É inteiramente inclusivo. O que Colossenses 1:20, “... e por meio dele
reconciliasse consigo todas as coisas...”, diz que Cristo veio redimir? Todas as coisas. Por que Cristo morreu
na cruz? Para salvar almas? Sim. Mas, isso é tudo? Não! Por que Cristo morreu na cruz? Para salvar o
homem. Sim. Mas, isso é tudo? Não. Por que Ele morreu na cruz? O que diz a Palavra de Deus?
Reconciliasse consigo todas as coisas, não só a alma do homem, não só o homem. Ele quer reconciliar com
Ele todas as coisas. Talvez ainda não acreditemos nisto, por isso Paulo escreve: “... tanto as coisas que
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estão na terra quanto as que estão no céu.” Por que Cristo morreu? Para restaurar algumas coisas? Poucas
coisas? Não, para restaurar todas as coisas para Ele mesmo.
Vamos verificar Romanos 8:18-23. Na leitura desta passagem, procure ver o que Paulo diz que está
esperando a redenção.
Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós
será revelada. A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam
revelados. Pois ela foi submetida à futilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da
vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria natureza criada será libertada da
escravidão da decadência em que se encontra para a gloriosa liberdade dos filhos de Deus.
Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto. E não só isso, mas
nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando
ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo.
A criação foi sujeitada à queda. O que Paulo está dizendo que está aguardando a redenção? Toda a criação!
Quatro vezes Paulo diz que toda a criação está aguardando a redenção. Depois disso, ele fala dos filhos de
Deus. Quem são os filhos de Deus? Eu sou. Se você é cristão, você é. O que Paulo diz que a criação está
aguardando? Ele diz que a criação está aguardando a revelação dos filhos de Deus. O que isto quer dizer?
Que fomos declarados santos e justos; agora devemos viver vidas santas e justas para os nossos
semelhantes e para a criação. Por meio da justificação fomos declarados filhos de Deus. Quando
recebemos a Cristo como nosso Senhor e Salvador, fomos adotados na família de Deus. Na medida em que
crescemos em Cristo, vamos ficando cada vez mais parecidos com o nosso Pai, revelando o nosso ser como
filhos e filhas de Deus. Expressamos mais a Sua natureza. Expressamos mais o que significa ser um ser
humano pleno. Expressamos mais o que Deus nos criou para sermos.
Leia novamente o versículo 21. O que a criação toda está esperando? “A própria natureza criada será
libertada da escravidão da decadência em que se encontra para a gloriosa liberdade dos filhos de Deus.” Do
que a natureza vai ser redimida? Da escravidão da decadência. Para que ela vai ser redimida? Para a
gloriosa liberdade dos filhos de Deus. A natureza está ansiosamente esperando que estejamos maduros em
Cristo para podermos ser mordomos de tudo o que Deus criou. Ao amadurecermos como cristãos, veremos
a necessidade de nos posicionarmos contra o mal natural no mundo, lutarmos contra a fome e a pobreza,
sermos bons mordomos da natureza. Os cristãos deveriam estar liderando, não seguindo, o movimento
ecológico. Por que deveríamos estar liderando esse movimento? Porque somos filhos de Deus e Deus está
redimindo todas as coisas para Si mesmo. Deus está em ação libertando toda a criação.
A abrangência da Sua ação é a humanidade toda e todos os nossos relacionamentos. Não é só libertar as
almas para o céu. Isto é o que o pietismo diz: “Só precisamos salvar almas para o céu.” O liberalismo diz
que nós não precisamos nos preocupar com a alma; precisamos nos preocupar com o corpo. O que diz o
Reino de Deus? Que tudo precisa ser redimido. O todo precisa ser redimido.
Cosmovisão é a maneira completa de ver, e o Reino é a maneira completa de viver. Se grandes áreas da
nossa vida são “incircuncisas”, então grandes áreas da nossa cultura serão “não-redimidas”. Vamos redimir
a cultura somente até ao nível em que as nossas próprias vidas forem circuncisas. Se somente os nossos
corações forem circuncisos, se somente a nossa parte espiritual for circuncisa, jamais conseguiremos
redimir as nossas culturas.
Terceiro, o Reino de Deus santifica o comum. Isto significa que o Reino de Deus dá dignidade às coisas que o
mundo chama de servis. De acordo com 1 Coríntios 10:31, “Assim, quer vocês comam, quer bebam, ou
façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus”, o que é que temos de santificar? O nosso
comer e o nosso beber. As coisas comuns. Zacarias 14:20-21 ilustra isto muito bem.
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Naquele dia será gravado nas campainhas dos cavalos: SANTO AO SENHOR; e as panelas na casa
do Senhor serão como as bacias diante do altar. Sim todas as panelas em Jerusalém e Judá serão
santas ao Senhor dos Exércitos; todos os que oferecerem sacrifícios virão, lançarão mão delas e
nelas cozerão a carne do sacrifício. Naquele dia já não haverá mercador na casa do Senhor dos
Exércitos.
Viu o que diz? Nas panelas vai estar gravado SANTO AO SENHOR. As campainhas dos cavalos vão ter a
inscrição SANTO AO SENHOR. Quando o Reino de Deus chega numa casa, as coisas pequenas e
insignificantes tornam-se santas. Quando tratamos bem as pequenas coisas, estamos gravando nelas “Isto
é santo ao Senhor”.
23
procuraram-na e morreram sem receber a promessa. Eles foram firmes e inabaláveis. Você está disposto a
viver a sua vida deste modo? Isto é andar na fé. E o versículo 16 diz: “Por isso, Deus não se envergonhava
de ser chamado o Deus deles.” Você não gostaria de ter isto como o seu epitáfio? Não seria maravilhoso
saber que Ele não se envergonhava de nós? Como conseguimos isso? Mantendo a promessa diante de nós,
sendo inabaláveis, confiando Nele até à morte.
Hebreus 12:28-29 afirma: “Portanto, já que estamos recebendo um reino inabalável, sejamos agradecidos
e, assim,. adoremos a Deus de modo aceitável, com reverência e temor, pois o nosso Deus é um fogo
consumidor.” Note a frase em itálico e tente imaginar isto. O Reino das Trevas e o Reino da Luz estão sendo
construídos lado a lado. Deus está construindo o Seu Reino em todo o mundo hoje. Ao mesmo tempo,
Satanás está trabalhando freneticamente na construção de um reino de mentira. Olhando para o mundo
podemos ver todo o tipo de atividade acontecendo. Grande parte do que Satanás está construindo chega a
impressionar. É muito atraente; resplandecente. Me atrai.
Grande parte do que Deus está construindo as pessoas não vêem. São pessoas agindo em silêncio,
despretensiosamente. São pessoas que visitam os presos, alimentam os que têm fome, vestem os nus,
abrem as suas casas para estranhos, cuidam de viúvas, e cuidam de órfãos com AIDS. Esse é o Reino de
Deus, e você pode não percebê-lo. Mas, um dia, vai acontecer um abalo. O mundo todo vai ser sacudido. E
o que vai desabar? Tudo o que Satanás construiu. Vamos olhar e ficar admirados de ver que Deus esteve
construindo o Seu Reino em nosso meio. O reino abalável vai ser um monte de entulhos. O Reino inabalável
será revelado em toda a sua glória.
Durante a primavera de 1997, estive em Belo Horizonte, visitando a base da JOCUM. Lá, um grupo de 15
Jocumeiros cuida de mais de dez bebês infectados com o vírus HIV. O mundo nem sequer sabe que lá existe
uma base. Aquelas crianças são crianças “jogadas fora”. Mas o Reino de Deus está naquela base. Diversas
agências na China trabalham com órfãos. “Crianças jogadas fora”. Sem nomes, sem história, sem registro
de nascimento. Quando os orfanatos ficam lotados, algumas crianças são colocadas em “quartos da
morte”, onde são deixadas sem comida até morrerem. Há uma equipe da Alimentando os Famintos
trabalhando lá. O mundo não sabe que estas coisas estão acontecendo. Deus está construindo o Seu Reino
e Satanás está construindo o seu reino.
Um dia vai acontecer um abalo e, quando esse abalo acontecer, o Reino das Trevas vai desmoronar e virar
um monte de entulhos. Mas, o Reino inabalável vai permanecer e a glória de Deus vai ser revelada. Outro
dia, Gary Stephens me contou que quando a JOCUM iniciou o seu trabalho em Hong Kong há muitos anos,
eles fizeram o trabalho que ninguém queria fazer, e sem o dinheiro necessário para realizá-lo. Esse trabalho
não chamou a atenção do mundo. Portanto, se você está trabalhando num lugar quieto e você está vendo
o reino de Satanás avançando à sua volta, não desanime, porque quando vier o abalo, a obra do Reino de
Deus será revelado.
Sétimo, o Reino de Deus é ofensivo. Leia Mateus 16:18 “E eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” O reino de Satanás não vai
vencer a igreja. Até cerca de seis meses atrás, eu pensava que a posição da Igreja era defensiva, a Igreja
estava na defensiva. Quem estava na ofensiva? Satanás. Mas, o que diz a Bíblia? “Eu vou edificar a minha
igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Para que servem as portas de uma cidade? Para
impedir a entrada do exército atacante. As portas são defensivas. Jesus disse que as portas do inferno não
vão prevalecer contra as investidas do Reino de Deus. Quem está na defensiva? Satanás. Quem está na
ofensiva? Os cristãos têm que estar na ofensiva. A igreja não pode só ficar reagindo aos ataques de
Satanás. Precisamos estar na ofensiva desafiando o seu reino. As portas do inferno não vão agüentar os
ataques do Rei! Jesus derrotou Satanás na cruz! A morte de Cristo foi um ato ofensivo contra Satanás.
Colossenses 1:15 diz que Cristo triunfou sobre os principados e potestades na cruz. Lá Ele foi um
conquistador vitorioso. As portas do inferno não vão prevalecer contra o avanço do Reino de Deus!
Devemos estar na ofensiva.
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Jesus Cristo derrotou Satanás! Na batalha decisiva da guerra, a guerra espiritual nos lugares celestiais, Jesus
venceu. Jesus é vitorioso! E Ele não foi vitorioso só na ressurreição. Ele foi vitorioso na cruz! A cruz foi a
vitória de Cristo sobre Satanás. A arma mais poderosa de Satanás contra nós era o medo da morte. Jesus
enfrentou a morte de frente. Na cruz, Jesus encarou Satanás e não piscou. Foi uma luta. Ele segurou as
lágrimas. Clamou ao Pai. Mas, foi soberano na cruz. Ele escolheu a cruz e a Sua vitória veio na cruz.
O Reino de Deus está na ofensiva. Temos uma mentalidade defensiva? “Não podemos discipular nações, é
impossível.” Não, não somente é possível, mas vai acontecer (se não no nosso turno, vai ser numa futura
geração de cristãos), porque o propósito de Deus na história é que a glória das nações seja revelada quando
Jesus voltar com o Reino. Ele venceu a morte para que você não precise mais temer a morte. Ele morreu
não para nos livrar do sofrimento, mas para nos livrar para o sofrimento. Há uma batalha acontecendo e
nós somos do exército do Rei. Sangue vai ser derramado, mas as portas do inferno não prevalecerão.
Celebremos a vitória que é nossa!
O Reino de Deus...
Guia de Estudo
1. Antes de ler a monografia, ore e tome um tempo para refletir sobre as perguntas que provocam o
pensamento a seguir (1.a e b somente).
a. Leia Mateus 16:16-18. O que significa “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”?
b. Quando a Reforma chegou à Holanda, as igrejas da Holanda decidiram fechar as portas todos os
dias, menos aos domingos. Essas igrejas só ficavam abertas aos domingos em vez de todos os dias
da semana. Essa prática era mais ou menos espiritual? Por que?
4. Em Romanos 8:18-32 aprendemos que a criação está aguardando que os filhos de Deus ajam em
relação à criação como filhos de Deus. Cite uma coisa prática que você pode fazer para tratar a
natureza mais gentilmente.
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O ABC da Cultura
A Teia de Mentiras
I. Introdução
No altiplano boliviano, muitos dos índios Aymaras converteram-se a Cristo, mas ainda vivem na
pobreza. Eles ainda reverenciam a divindade local, o Pacha Mama.
Ruanda foi o berço do reavivamento da África oriental. Oitenta por cento dos ruandenses
entregaram as vidas a Cristo. O país foi evangelizado e igrejas foram plantadas. Porém do dia 6 de
abril a meados de julho de 1994, aconteceu um genocídio. De uma nação de 7 milhões de pessoas,
um milhão foram mortos e dois milhões refugiados. O que aconteceu? Não existe uma resposta
simples.
A tese deste escritor é que nestes dois exemplos o animismo está no coração das duas culturas.
Mesmo que o Evangelho tenha chegado e que igrejas tenham sido plantadas, houve uma falha no
discipulado das “nações” sobre as “verdades profundas” do pleno conselho de Deus. Não houve uma
transformação das mentes dos indivíduos e dos princípios fundamentais da cultura. Muitas vezes, as
práticas cristãs religiosas cobriram a mente animista.
26
III. As Ferramentas da Escravidão
A. Paulo argumenta que Satanás usa duas grandes armas para nos escravizar.
1. A filosofia centrada no homem (Colossenses 2:8), que ele chama de vã, enganosa e baseada
em tradição humana. Com suas próprias palavras descreva:
a) Vã (kenos) :
b) Enganosa (apate) – engano
c) Tradição humana (paradosis) – da palavra “transmissão”
d) Leia 1 Pedro 1:18-19. Como Pedro descreve as conseqüências de seguir a filosofia
centrada no homem, a qual é transmitida de geração a geração?
27
da sociedade humana. As potestades, embora seres espirituais pessoais, invadiram o
tecido da sociedade. Assim, até instituições cristãs refletem estas influências
demoníacas quando as potestades invadem as instituições humanas.
B. Liberdade da Escravidão
1. Qual o fundamento para a destruição da comunidade (nacional)? *5
2. Qual o fundamento para o desenvolvimento da comunidade (nacional)? *6
3. Se indivíduos e nações vão estar permanentemente (leia “desenvolvimento sustentável” )
libertas do impacto da pobreza, os projetos de desenvolvimento precisam estar situados
dentro de um contexto maior. A pregação de Cristo pode libertar as pessoas do poder de
Satanás. A troca de stoicheion falsos por stoicheion do Reino estabelecem um alicerce de
desenvolvimento permanente.
4. Obreiros compassivos são obreiros de sabedoria.
28
Revivendo a Reforma
29
Que valores e ideais são estes? Quais são os princípios da Reforma? Eles não podem ser aplicados em nossa
geração? Eles não podem ser adaptados às presentes necessidades do Leste Europeu, da União Soviética,
da América Norte e do mundo faminto?
Eu não tenho dúvida de que podem e deveriam ser revividos. Uma revolução para mudar as estruturas não
é o suficiente para promover liberdade e prosperidade. A simples mudança da proteção ou das estruturas
que elas manipulam não resolve o problema. O problema é mais profundo, está nas mentes e nos corações
das pessoas que constróem e controlam as estruturas. É necessária uma nova reforma. A transformação
dos corações e das mentes das pessoas é fundamental para qualquer mudança duradoura nas áreas
práticas da política e da economia.
Espírito (Teológico)
Democrático Capitalismo
(Político) (Econômico)
* Por capitalismo, eu quero dizer o sistema econômico fundamentado na ética, descrito neste artigo, e não
o consumismo ocidental amoral, que hoje conhecemos.
Em contraste, a dinâmica é removida se os três elementos estiverem separados de modo puramente
materialista ou espiritualista.
O mundo moderno é ateísta e materialista em suas suposições e rouba das esferas políticas e econômicas o
seu fundamento teológico e moral. O resultado é uma tendência para definir problemas em condições
unicamente físicas e soluções em condições meramente materiais.
30
Democrático Capitalismo
(Político) (Econômico)
De modo semelhante, a dinâmica está perdida se as coisas são vistas em termos puramente espirituais. Os
gregos dividiram o mundo em elementos físicos e espirituais, considerando o físico profano e o espiritual
sagrado. Muitas igrejas evangélicas e fundamentalistas do Ocidente hoje pensam como os gregos e
separam o espiritual do físico. Concentrar-se somente nas “coisas espirituais” e desprezar a realidade física
na qual vivemos torna a Igreja totalmente irrelevante no mundo de hoje.
Espírito (Teológico)
Como A. James Reichley mostrou em Religion ia American Public Life [Religião na Vida Pública Americana]:
A única força cultural mais influente atuante na nova nação foi a combinação de convicções
religiosas e atitudes sociais conhecidas como Puritanismo. Na época da Revolução, pelo menos 75
por cento de cidadãos americanos tinham crescido em famílias que abraçavam alguma forma de
Puritanismo. Entre os remanescentes, mais da metade tinham raízes em tradições relacionadas
com o Calvinismo europeu.
O novo sistema político e econômico dos Estados Unidos teve sucesso por causa de uma cosmovisão e
valores judaico-cristãos. A tese de Reichley é que a metafísica humano-ateísta não é suficiente para
estabelecer ou manter o capitalismo democrático. John Adams, um dos fundadores e segundo presidente
dos Estados Unidos, escreveu a respeito da Constituição dos Estados Unidos: “A nossa Constituição foi feita
para um povo moral e religioso. Ela é inteiramente inadequada para o governo de qualquer outro povo.”
O Leste e o Oeste estão numa crise. As atuais metafísicas não são suficientes para apoiar instituições
democráticas, um desenvolvimento econômico ou mesmo a própria vida. O Leste Europeu e a extinta
União Soviética não deveriam olhar para o Oeste, mas para Cristo. Da mesma forma, um mundo faminto
não deveria ficar desejando a opulência e o materialismo do Oeste mas a liberdade e a oportunidade
proporcionadas pelo “espírito do capitalismo democrático”.
LEMA TEOLÓGICO
Solo Christo – Só Cristo
Sola Fide – Só a Fé
Sola Scriptura – Só a Palavra
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LEMA ECONÔMICO
“Trabalhe o mais duro que você puder”
“Economize o máximo que você puder”
“Dê o máximo que você puder”
LEMA POLÍTICO
“Todos os homens são os pecadores”
Lema Teológico
Sola Fide = Só a Fé
Os Reformadores entenderam a mensagem de Efésios 2:8-9: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da
fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie" (NVI) [grifo meu].
Quando nos aproximamos do trono da graça, chegamos com as “mãos vazias”. Não há nada que podemos
trazer. Nossa salvação está em Cristo e em Sua obra completa e não em nossas obras.
Isto contrasta com os sistemas de crença que dizem que os sacramentos salvam, penitências salvam, boas
intenções salvam, boas obras salvam ou até mesmo aquela “correção teológica” salva.
Da mesma forma, só a fé contrasta com a noção humanista moderna de que “o homem é bom”. A fé
otimista do humanismo é que o saber, a vontade e a tecnologia humanos podem garantir a evolução de um
novo homem e uma sociedade perfeita.
Lema Econômico
O lema econômico, “trabalhe o mais duro que você puder, economize o quanto você puder, dê o quanto
você puder”, foi articulada por Charles Wesley durante a reforma da Igreja da Inglaterra.
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riqueza; dá-me o pão que me for necessário, para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga:
‘Quem é o Senhor?’ ou que, empobrecido, não venha a furtar, e profane o nome de Deus” [grifo do autor].
Os Reformadores entenderam, articularam e viveram um “ascetismo exterior”, um estilo de vida simples.
Isto contrasta com a extravagância da Igreja Católica Romana e o lema do hedonismo: “Comamos,
bebamos e nos alegremos, porque amanhã morreremos”. A contrapartida moderna é expressada no ditado
de pára-choque: “No fim, ganha aquele que tem mais brinquedos”.
É trabalhar duro e viver um estilo de vida simples que leva à geração de capital. Mas, o que deve a pessoa
fazer com este capital?
Lema Político
O lema político está fundamentada no entendimento de que todos os homens são pecadores.
34
O apóstolo Paulo afirmou isto claramente quando disse: “Pois todos pecaram [no passado] e [continua
momento a momento no presente a] estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3:23 NVI).
Semelhantemente, em Gênesis 6:5-6 está registrado: “Viu o Senhor que a maldade do homem se havia
multiplicado na terra, e que era continuamente mau todo o desígnio do seu coração; então se arrependeu
o Senhor de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração” [grifo meu].
A profundidade e a extensão da rebelião do homem contra Deus foram entendidas pelos Reformadores
como “depravação total”. O pecado toca todas as áreas de todas as vidas. Isto não implica porém que
homem não é nada ou que ele é sem valor ou insignificante. Pelo contrário, homem ainda é o “príncipe” de
toda a criação, ele ainda leva consigo a imagem de Deus.
Por causa do entendimento da depravação de homem, os Reformadores viram que era imperativo impedir
que qualquer pessoa pudesse ter a oportunidade de ter poder ilimitado na igreja ou na sociedade. Como o
filósofo e historiador inglês, Lord Acton (1834-1902), resumiu na declaração: “O poder tende a corromper e
o poder absoluto corrompe absolutamente” (Citado em Push, Pull and the Body Politic [Empurre, Puxe e a
Política Corporativa] de Page Smith, L.A. Times Opinion, 24 de dezembro de 1989].
Para se opor a esta tendência, os Reformadores enfatizaram o “sacerdócio dos crentes” na Igreja e
desenvolveram um sistema de “cheques e extratos” na vida política.
Na Igreja, todo membro é um ministro. Duas passagens chaves ilustram a importância da variedade de
indivíduos dentro da unidade maior da Igreja. Pedro fala do templo do qual nós somos individualmente
“pedras vivas”, enquanto que Paulo fala de nós como partes distintas do corpo do qual Cristo é a cabeça.
1 Pedro 2:4-5, 9-10:
À medida que se aproximam dele, a Pedra viva—rejeitada pelos homens, mas escolhida por Deus
e preciosa para ele—vocês também, como pedras vivas, vão sendo edificados como casa
espiritual para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por
meio de Jesus Cristo... Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo
exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a Sua
maravilhosa luz. (NVI)
Efésios 1:22; 4:11-13:
Deus colocou todas as coisas debaixo dos seus pés e o designou como cabeça de todas as coisas
para a igreja... e ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para
evangelistas e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do
ministério, para que o corpo de Cristo podem ser edificado, até que todos alcancemos a unidade
da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e nos cheguemos à maturidade, atingindo a medida
da plenitude de Cristo. (NIV)
Com ênfase neste ensino, os Reformadores acentuaram a importância dos “leigos” na Igreja serem um
corpo que ministra. Deveria haver uma liderança plural sob o senhorio ou liderança de Cristo. Os pastores-
mestres são “capacitadores” dos membros para serem uma congregação de ministros.
Na sociedade maior, os reformadores quiseram impedir que um homem pudesse conquistar muito poder
político e, assim, criaram um sistema de cheques e extratos, ou pluralismo democrático. Tipicamente três
braços do governo (o executivo, o legislativo e o judiciário) foram formados: Cada um tinha o seu próprio
papel e cada um deveria agir como uma âncora contra os abusos do outro.
Os suíços estavam tão preocupados com a propensão de homens pecadores para corrupção que colocaram
cada um dos braços do governo em uma cidade diferente, de forma que estes homens não apenas não
pudessem trabalhar juntos, mas também não pudessem confraternizar.
O modelo da Reforma está em oposição ao do humanismo otimista moderno. No humanismo, o homem é
bom e as estruturas são corruptas. O problema do homem está “fora dele”. A utopia se torna possível na
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medida em que o homem evolui e cria mais e melhores estruturas humanas. Este é o sonho fracassado do
sistema comunista. Falhou porque era baseado em premissas defeituosas.
Assim, o lema político “todos os homens são pecadores” reconhece a necessidade de proteger o homem
dele mesmo, de maneiras práticas, no governo da igreja e no governo nacional.
Conclusão
O mundo e a Igreja estão em uma encruzilhada.
O mundo está no meio de uma mudança sem precedentes. O Leste Europeu pós-comunista e a União
Soviética dissolvida estão à procura de novos começos e, eu espero, novos fundamentos. A Europa
Ocidental pós-cristã e os Estados Unidos abandonaram a herança judaico-cristã que os fez grandes e está
deslizando para uma cultura de morte, um abismo que as pessoas do Leste Europeu e da antiga União
Soviética conhecem muito bem. O mundo faminto está à beira da morte, mas com a promessa dos recursos
e metodologias agrícolas que devem pôr fim à fome persistente.
A Igreja tem uma mensagem vital para levar a esse mundo doente. Começa com “Cristo e Ele crucificado”.
Mas não termina aí. Precisamos articular um mundo bíblico e visão de vida para desafiar o animismo antigo
e o ateísmo moderno. Precisamos proclamar os princípios bíblicos vitais que criarão um fundamento sólido
sobre o qual devemos construir sociedades de liberdade e oportunidade sem precedentes.
A Igreja vai desafiar os modelos existentes e pedir a reforma de mentes e corações? Ou vamos sucumbir
aos modelos humanistas que só enxergam os problemas do nosso mundo em termos materiais? Ou ainda
pior, a Igreja vai abandonar o mundo, enfiar a cabeça na areia e viver no mundo grego de uma dicotomia
espiritualizada?
A esperança jorra da transformação do coração e da mente e da correspondente revolução da vida e da
cultura.
O fundamento sobre o qual o novo reformador das Américas, Europa ou o Terceiro Mundo precisa
construir é o modelo triádico do Espírito do Capitalismo Democrático.
A Igreja vai liderar ou acompanhar? A escolha é nossa!
Revivendo a Reforma
PERGUNTAS PARA DEBATE
2. O que significa a frase “a metafísica atual não é suficiente para apoiar as instituições democráticas”?
4. O Humanismo ensina que o homem é basicamente “bom”. Como esta suposição afeta os conceitos
humanistas de governo?
5. Grande parte do mundo deseja a liberdade das instituições democráticas e a riqueza gerada pelos
mercados livres. Isto é possível sem uma base judaico-cristã?