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GEOGRAFIA

Portugal
Melgaço
Rio de Localização geográfica: Europa Meridional
Rio Neiva Castro
218 Km 2
Área: 92 065 km
População: 9 927 556 habitantes (1998)
Capital: Lisboa
Outras cidades importantes: Aveiro, Beja,
Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra,
Évora, Faro, Funchal, Guarda, Leiria, Ponta
Delgada, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal,
Viana do Castelo, Vila Real, Viseu
Data de independência: 1143
560 Km

Regime político: República constitucional


Unidade monetária: Escudo
Língua oficial: Português
Religião maioritária: Catolicismo
Comprimento: 550/560 Km
Cabo de Stª Maria Largura: 160 Km

Madeira

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Área: 779 km

Densidade População: 323 hab./Km2


População: 257.290 habitantes (1998)
N.º Concelhos: 11

Nome de ilha e arquipélago de Portugal. Situa-se no Atlântico Oriental e oferece algumas das mais belas
paisagens do País. Como sucede com os Açores, o arquipélago constitui uma região autónoma, administrada
por um governo regional com sede no Funchal.
O arquipélago é formado pelas ilhas da Madeira e do Porto Santo, e pelos ilhéus Selvagens (Grande, Pitão
Grande e Pitão Pequeno) e Desertas (Grande, Bugio e Chão).
As ilhas são de natureza vulcânica. Os pontos mais altos são Pico Ruivo de Santana (1862 m), situado na
Madeira, e o Pico do Facho (517 m), em Porto Santo. Devido à sua origem vulcânica, toda a morfologia das
ilhas é acidentada. A Ilha da Madeira, designadamente, é característica pelas suas arribas altas, por vezes de
centenas de metros. As praias de areia são inexistentes e as estreitas faixas litorais são constituídas por materiais
grosseiros, de cor escura.
A taxa de crescimento da população é muito elevada, e como a estrutura socioeconómica do arquipélago não
permite aproveitar a mão-de-obra activa, as migrações para o estrangeiro e também para o Continente sucedem-
se. De forma idêntica, a população rural, procurando melhores condições económicas e sociais, abandona os

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campos e parte para o Funchal, único aglomerado caracteristicamente urbano. O povoamento, aliás, é
predominantemente disperso, acompanhando a divisão da propriedade e a preponderância da pequena
exploração familiar.
Apesar do relevo irregular, parte do solo encontra-se cultivado, à custa de um enorme esforço humano. A área
cultivada representa cerca de 30% da superfície da ilha principal, o que foi conseguido através da construção de
socalcos e de canais de irrigação. A restante superfície é coberta por floresta (40%) e por terrenos incultos
(30%). Da produção agrícola merecem especial destaque, pelo seu peso na economia madeirense, a cultura da
cana-de-açúcar e as produções de banana, cereais e vinho, este último com projecção mundial.
A criação de gado é significativa na economia das pequenas explorações familiares. A pesca, praticada em
diversos pontos do litoral, tem no Funchal um dos mais importantes portos. O mesmo porto é também um
importante elemento de ligação ao exterior, nomeadamente no que respeita ao trânsito de passageiros, como o
são ainda os aeroportos de Santa Catarina e do Porto Santo.
Como ponto turístico, a Ilha da Madeira proporciona a quem a visita cenários de variadíssima beleza. Para isso
contribuem as suas montanhas abruptas, os vales verdejantes e floridos, o panorama do mar e das escarpas do
litoral. Mas também as festas e a gastronomia típica fazem do arquipélago um destino turístico muito apreciado.
O arquipélago já era conhecido no século XIV, mas só entre 1418 e 1420 foi redescoberto por João Gonçalves
Zarco e Tristão Vaz Teixeira, tendo o seu povoamento começado em 1425, já que as ilhas se encontravam
desertas.

Açores

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Área: 2.330 km

Densidade População: 104 hab./Km2


População: 242.620 habitantes (1998)
N.º Concelhos: 19

O arquipélago dos Açores é formado por nove ilhas e alguns ilhéus inabitados (as Formigas). Ao grupo
ocidental pertencem Santa Maria e São Miguel; ao grupo central, a Terceira, a Graciosa, São Jorge, o Pico e o
Faial; e ao grupo ocidental pertencem as Flores e o Corvo. O arquipélago situa-se no Atlântico norte, a 760
milhas a oeste de Lisboa e a 2110 a leste de Nova Iorque.
O interior das ilhas é extremamente montanhoso, havendo a registar a maior altitude no cume da Ilha do Pico
(2345 m).
Todas as ilhas são de origem vulcânica, conhecendo-se erupções históricas nas ilhas de S. Miguel, Terceira, São
Jorge, Pico e Faial. O vulcanismo mantém-se activo na ilha de S. Miguel, sendo aproveitado como fonte de
energia geotérmica. Numa das crateras extintas fica a caldeira das Sete Cidades, com 12 km de perímetro e 70
m de profundidade, a 850 m de altitude.
Estas ilhas situam-se numa zona de forte actividade sismíca tendo já sofrido vários abalos, de que se pode
destacar o sismo mais recente ocorrido em 9 de Julho de 1998, sentido em seis das ilhas, que atingiu a
magnitude de 5,8 da escala de Richter.
O clima do arquipélago é temperado, variando entre cerca de 14 graus no Inverno e 21 graus no Verão, e a
pluviosidade é relativamente elevada.
Apesar da presença do mar, a actividade das populações é predominantemente rural. Em todo o arquipélago é o
milho a cultura dominante, a que se segue a da batata doce, a do trigo e a do inhame. A pesca é praticada por
pequenos grupos, destacando-se de entre estes os baleeiros. O turismo é uma actividade que, nas últimas
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décadas, tem assumido um papel de relevo no equilíbrio socioeconómico do arquipélago, revelando-se um
importante factor de desenvolvimento e combate ao isolamento insular.
Sobretudo a partir dos anos 60, a população mais jovem dos Açores, em busca de melhores condições de vida,
partiu, em forte fluxo migratório, para Portugal continental e, transpondo o Atlântico, para os Estados Unidos
da América, o Canadá e o Brasil. Em consequência, verificou-se um decréscimo da população, bem como o seu
envelhecimento. Nos anos mais próximos, contudo, tem havido um aumento da taxa de natalidade. Por outro
lado, as ilhas oferecem já maiores oportunidades, tendo, portanto, maior capacidade de fixação das novas
gerações.
Como o arquipélago da Madeira, os Açores são uma região autónoma de Portugal, o que lhes concede o
privilégio de uma administração com órgãos regionais próprios, contudo dependentes, em última instância, das
instituições nacionais com sede em Lisboa.

União Europeia

Na sequência das duas Grandes Guerras, a Europa Ocidental perdeu para os Estados Unidos e para a União
Soviética a sua posição secular de centro dos acontecimentos mundiais. Assim, a perda da hegemonia europeia
deu lugar a novas ideias de estruturação política e económica do continente.
A ideia de criar uma união permanente dos estados europeus foi avançada pelo ministro dos Negócios
Estrangeiros francês Robert Schuman, que, a 9 de Maio de 1950, tornou pública a intenção de criar a
Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). O objectivo era submeter a totalidade da produção franco-
alemã naqueles domínios a uma alta autoridade comum. A 18 de Abril de 1951 foi assinado em Paris o tratado
que instituiu a CECA, tendo como estados fundadores a Bélgica, a República Federal da Alemanha, a França, a
Itália, o Luxemburgo e a Holanda. Seria ainda proposta pela França a criação de uma Comunidade Europeia da
Defesa (CED). Porém, este plano acabou por fracassar, sendo rejeitado pela própria Assembleia Nacional
francesa, o que veio a significar um retrocesso nos esforços de unificação europeia.
Um novo impulso foi lançado em 1956, com as negociações para a instituição da Comunidade Europeia da
Energia Atómica (EURATOM) e da Comunidade Económica Europeia (CEE), mais tarde Comunidade
Europeia (CE). O tratado que instituiu estas novas comunidades foi assinado em Março de 1957, em Roma,
pelos seis estados-membros da CECA.
Nos anos que se seguiram à instituição da CEE foram poucas as iniciativas tendentes ao estabelecimento de
uma mais forte união política entre os estados-membros. Só no fim dos anos 60, e após várias cimeiras dos
chefes de Estado e de Governo, é que se obtiveram resultados no sentido de uma união económica e política.
Segundo o relatório Tindemans (primeiro-ministro belga encarregado pelos seus homólogos de elaborar um
plano que conduzisse à União Europeia), a concretização da União Europeia deveria estar concluída em 1980.
Seria então criada uma União Económica e Monetária, proceder-se-ia à reforma das instituições comunitárias e
à adopção de uma política externa comum, sem esquecer a política social e uma política regional comum. Este
ambicioso plano não pôde ser realizado, devido à existência de grandes divergências em relação à estrutura
constitucional da União Europeia.
Nos anos 70, a CEE desenvolveu instrumentos políticos tendentes ao processo de integração. Foi criada a
Cooperação Política Europeia (1970) com vista a uma harmonização no campo da política externa. Surgiu
depois o Sistema Monetário Europeu (1979), com o fito de zelar pela estabilidade monetária da Europa.
A partir da década de 80 os chefes de Estado e de Governo concordaram em dar à unificação europeia uma
nova dimensão, através de uma reforma institucional da CE. Foi criada a comissão Dooge com o objectivo de
elaborar propostas para um melhor funcionamento da cooperação europeia. As atenções estavam centradas nas
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preocupações e nos interesses dos cidadãos da comunidade para se conseguir uma Europa mais próxima dos
cidadãos em domínios como a educação, a saúde, o combate à droga e ao terrorismo. Nas reuniões do Conselho
Europeu de Junho de 1985, realizadas em Milão, traçou-se o caminho que levaria à União Europeia. Consistia
na criação de um espaço económico sem fronteiras e no reforço do sistema da cooperação política europeia
(que incluía as questões da segurança e da defesa, bem como a melhoria das estruturas de decisão da
Comunidade e o reforço das competências do Parlamento Europeu).
A entrada em vigor do Acto Único Europeu, a 1 de Julho de 1987, constituiu um marco essencial no caminho
para a União Europeia, porque permitiu à Comunidade realizar um grande mercado sem fronteiras internas e
reforçar a cooperação no domínio das políticas do ambiente, investigação e tecnologia. A ideia da concretização
do mercado interno levou a que no início dos anos 90 os chefes de Estado e de Governo da CE convocassem
duas conferências governamentais: uma destinada à criação da União Económica e Monetária, e outra destinada
a regulamentar a realização da união política. Os resultados destas duas conferências, realizadas em Dezembro
de 1990 em Roma, estão expressos no Tratado da União Europeia, assinado por todos os estados-membros na
cidade holandesa de Maastricht a 7 de Fevereiro de 1992. A ratificação e entrada em vigor só aconteceu a 1 de
Novembro de 1993. O Tratado enfrentou algumas dificuldades, porque a ratificação da Dinamarca foi recusada
num primeiro referendo, e só após a cedência de algumas condições especiais é que o povo dinamarquês deu o
seu voto favorável. A opinião pública francesa também se encontrava dividida; o referendo passou por uma
escassa maioria.
A União Europeia dos nossos dias é composta por quinze estados (além dos seis membros fundadores da
CECA, Reino Unido, Irlanda, Portugal, Espanha, Áustria, Suécia, Grécia, Finlândia e Dinamarca) que têm
interesses em comum, como sejam: promover o progresso económico e social, e preservar a paz no continente.
As instituições da União Europeia são as seguintes: Parlamento Europeu, Comissão Europeia, Conselho
Europeu, Conselho da União Europeia, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Banco Europeu de
Investimento, Comité das Regiões, Comité Económico e Social e Comité Consultivo da CECA.

Organização de Segurança e Cooperação na Europa (OSCE)

A Organização de Segurança e Cooperação na Europa foi criada nos anos 70, sob o nome de Conferência de
Segurança e Cooperação na Europa (CSCE), como uma plataforma de diálogo e negociação entre o Este e o
Oeste do continente europeu. Resultou dos Acordos de Helsínquia, assinados a 1 de Agosto de 1975. Os
Acordos estavam divididos em três secções principais, que diziam respeito a: (1) questões relacionadas com a
segurança na Europa; (2) cooperação no campo económico, científico e tecnológico, e do meio-ambiente; (3)
cooperação humanitária. De 1975 até 1990, a CSCE funcionou como uma conferência contínua.
As novas necessidades de segurança na Europa nos anos 90 levaram a uma mudança fundamental na CSCE e a
um reforço do seu papel. Reflectindo estas mudanças, na cimeira realizada em Budapeste em 1994 foi
reconhecido que o desempenho da CSCE não cabia no âmbito do que se denomina, normalmente, por
conferência. Procedeu-se a uma reforma da instituição, que se passou a designar por OSCE.
A Carta de Paris, datada de Novembro de 1990, marcou o ponto de viragem na História da organização: de um
papel virado para negociações e diálogo passou a uma estrutura operacional activa. Assim, foram criadas novas
instituições, como o Centro de Prevenção de Conflitos, em Viena, o Departamento para a Realização de
Eleições Livres, em Varsóvia, o Secretariado, em Praga, e diversos órgãos políticos consultivos.
Em Julho de 1992, um novo documento de Helsínquia criou instrumentos para reforçar a intervenção da OSCE
na protecção dos direitos humanos e para prevenir conflitos e crises. Surgiu o cargo de Alto Comissário das
Minorias Nacionais com a função de intervir em casos de tensões étnicas que pudessem resultar em conflitos
regionais. Em Dezembro de 1992, o Conselho da OSCE instituiu um novo posto de secretário-geral. Em
Dezembro de 1993, um novo órgão - o Comité Permanente - foi estabelecido em Viena.
Hoje, a OSCE compreende 53 estados, incluindo todos os países da Europa e também os Estados Unidos da
América e o Canadá. De uma maneira geral, pretende servir de instrumento de prevenção de conflitos e crises,
fazendo, para isso, contactos com representantes locais e iniciando o diálogo entre as partes.

Biosfera - zona descontínua e envolvente da Terra em que se desenvolvem os seres vivos, e que abrange parte
da crusta, da atmosfera e da hidrosfera.

Atmosfera - camada gasosa que envolve a Terra e outros astros; o ar que se respira;

Hidrosfera - a parte da superfície terrestre composta de vastas zonas de água (oceanos, mares, lagos)

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Litosfera - parte externa e rígida da Terra, que inclui a crusta terrestre

Freático - relativo ao lençol de água subterrânea existente próximo da superfície e que pode ser aproveitado
por meio de poços.

Águas subterrâneas
O estudo das águas subterrâneas reveste-se de uma importância cada vez maior, na medida em que o problema
da água potável se tem vindo a agravar. As águas subterrâneas provêm essencialmente da infiltração da água da
chuva, que, uma vez no subsolo, podem formar toalhas ou lençóis de água.

Água
A água, tal como o sol, é praticamente inseparável da vida na Terra. Os conhecimentos de biologia permitem
afirmar, com pequena margem de incerteza, que a vida se originou primitivamente na água. Em virtude da sua
abundância e grande dispersão, a água é, por vezes, considerada como um líquido inerte, destinado a preencher
os espaços dos seres vivos e entre os inertes. Contudo, a água é uma das substâncias mais importantes que
existem, por ser absolutamente indispensável aos seres vivos, altamente reactiva, com propriedades pouco
frequentes que a diferenciam da maioria dos outros líquidos.
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A água e os produtos da sua ionização, iões hidrogénio (H ) e oxidrilo (OH ), são factores imprescíndíveis na
determinação da estrutura e das propriedades biológicas de todos os componentes celulares.
A água possui pontos de fusão, ebulição e calor de vaporização, e uma tensão superficial de maior valor que os
outros líquidos que contêm hidrogénio nas moléculas (H2S e NH3) e que a maior parte dos líquidos correntes.
A coesão interna entre as moléculas da água é relativamente elevada.
Pelo seu poder ionizante, a água é um bom dissolvente. Muitos sais dissolvem-se com facilidade na água, assim
como substâncias não iónicas como os açúcares, alcoóis, aldeídos e cetonas.
A água encontra-se na natureza nos três estados, sólido, líquido e gasoso. A designação de água em sentido
restrito reserva-se para o estado líquido, pois no estado sólido denomina-se granizo, neve ou gelo, e no estado
gasoso vapor de água.
A água é um líquido inodoro, transparente e, quando observada em pequenas espessuras, incolor.
Sendo uma substância com comportamento específico diferente do de qualquer outro composto conhecido, é a
partir das suas propriedades físicas que se definem as dos outros compostos. Assim, por exemplo, o seu ponto
de ebulição tomou-se para 100 na escala centígrada e o seu ponto de congelação tomou-se para zero na mesma
escala.
Para a água ser considerada potável, deve apresentar as seguintes características qualitativas: não ter sabor; não
ter cheiro; não se alterar com o tempo nem deixar depósito. Deve apresentar também as seguintes
características quantitativas: ter o pH entre 5,0 e 8,5; a concentração de nitratos não ultrapassar 1,5 mg/l; o teor
de cloretos não ultrapassar os 150 mg/l; a matéria oxidante não apresentar uma concentração, expressa em
oxigénio, superior a 2,0 mg/l; o resíduo seco não ultrapassar os 100 mg/l; não ter presentes bactérias
patogénicas, nem nitratos e amoníaco. A presença de nitratos é indicadora de água inquinada.
Para fins industriais, a água, dependendo da sua utilização, deve obedecer a outras condições. O teor de
carbonatos e sulfatos dissolvidos na água denomina-se dureza.
A água que contém em solução sais minerais em quantidade suficiente para lhe caracterizar o sabor denomina-
se água mineral. Em geral, sai da nascente a temperatura superior à do ambiente (se a diferença for superior a 5
o
ou 6  C denomina-se água termal). Em virtude do efeito terapêutico de algumas das substâncias dissolvidas
designa-se, também, por água medicinal.

Bacia hidrográfica
Região definida pelo facto de todas as águas nela precipitadas serem conduzidas a um determinado rio. No seu
conjunto, as correntes de água que se encontram nessa região formam um sistema hidrográfico.

Recursos hídricos
São as águas em circulação no ciclo hidrológico que podem ser utilizadas pelos humanos num determinado
momento e num determinado local. Embora a água seja um recurso renovável, as quantidades disponíveis têm
diminuído.

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Ciclo da água
A água é a única substância que existe em todos os três estados da matéria (sólido, líquido e gasoso) na
Natureza. A coexistência destes três estados implica que existam transferências contínuas de água de um estado
para outro; este movimento da superfície para a atmosfera e vice-versa é o ciclo da água.

Poluição dos rios


A poluição é a contaminação do meio ambiente pelos desperdícios humanos. Não é fácil chegar-se a acordo
sobre o que é a contaminação, pois diferentes pessoas podem considerar este problema segundo pontos de vista
muito diversos. O nível social desempenha um papel importante quando se procura determinar o que é ou não é
aceitável para o meio ambiente.
Entre os bens da natureza, a água é uma substância essencial à vida.
O ser humano pode subsistir com 5 litros de água por dia. Algumas populações nómadas da zona sariana
conseguem-no durante longos períodos de tempo. Contudo, tendo em conta os aspectos de higiene pessoal e
doméstica, calcula-se que são necessários, no mínimo, 40 a 50 litros de água por pessoa. A isto teremos de
juntar a água necessária para a agricultura e para a pequária. O total, em determinados países e regiões,
representa um consumo diário que pode atingir os 1000 litros por habitante.
Sabe-se que as águas doces (rios, lagos, etc.) do planeta em condições de utilização são cada vez menos, em
virtude de a sua qualidade diminuir, de dia para dia, por causa da poluição. O problema da alteração das águas
doces por contaminação é já conhecido há muito tempo. A poluição da água dos rios iniciou-se nos primeiros
dias da civilização. Os humanos foram sempre atraídos para junto dos cursos de água, que lhes garantiam água
para beber e para as suas actividades, tais como a irrigação dos campos e a criação de animais.
Consequentemente, as primeiras civilizações, como a da Mesopotâmia (região situada entre os rios Tigre e
Eufrates) e a da China antiga (rios Amarelo e Yangtse), desenvolveram-se ao longo de grandes rios.
Os rios são poluídos pela contaminação de lixos orgânicos, incluindo as excreções humanas e dos animais,
e resíduos agrícolas resultantes da decomposição das plantas. Com o aumento da população e a aparição da
actividade industrial, a poluição dos rios e lagos não cessou de aumentar.
Em 1961, a Organização Mundial de Saúde deu a seguinte definição relativa à poluição das águas doces: "Um
curso de água considera-se poluído logo que a composição ou estado da água são directa ou indirectamente
modificados pela actividade humana, de tal maneira que a água se presta menos facilmente às utilizações que
teria no seu estado natural". Esta definição inclui também as modificações das propriedades físicas, químicas e
biológicas da água que a podem tornar salobra (não potável) ou não utilizável para consumo nas actividades
domésticas, industriais, agrícolas, etc.
O grau de poluição das águas pode ser calculado a partir da necessidade bioquímica de oxigénio, que se
determina pelo peso (por volume unitário da água) de oxigénio dissolvido utilizado no decorrer dos processos
biológicos das bactérias aeróbias contidas na água. Os seus valores variam entre cerca de 1 mg/l, nas águas
naturais, e os 300-500 mg/l, nas águas domésticas não depuradas. Se a concentração de substâncias poluentes
aumenta consideravelmente, a sua degradação esgota o oxigénio dissolvido na água, podendo produzir a morte
de muitos seres aquáticos. A partir deste momento, as bactérias aeróbias, que, em condições normais, mantêm o
seu poder auto-depurador da água, são substituídas por bactérias anaeróbias que contribuem para a putrefacção
da água.
Embora a poluição da água possa ser acidental, a maior parte das vezes resulta de escoamentos descontrolados
de origens diversas.
As principais fontes poluidoras são:
- as águas residuais urbanas, que contêm os resíduos colectivos resultantes da vida quotidiana. O seu
volume está em aumento constante, chegando em certas cidades a atingir os 600 litros por habitante e por dia, o
que significa cerca de 50 quilos de substâncias secas e sólidas por habitante e por ano;
- as águas de origem industrial, que são a principal fonte de poluição das águas dos rios. A maioria das
unidades industriais utiliza água em quantidade variável nos diferentes processos de fabrico. Os principais
factores poluentes são o petróleo, o carvão, as indústrias químicas e as que utilizam como matéria-prima a
celulose;
- a poluição de origem agrícola, proveniente essencialmente de certos produtos utilizados na agricultura,
como os adubos, insecticidas e dejectos de origem animal.
A lista dos produtos poluentes das águas dos rios e lagos de um país compreende centenas de substâncias.
A sua diversidade aumenta com as múltiplas combinações químicas em que participam. Entre os produtos
orgânicos mais conhecidos encontram-se os ácidos gordos, ésteres, aminoácidos, detergentes aniónicos e

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aminas. Entre os compostos inorgânicos encontram-se numerosos sais dissolvidos no estado iónico: sódio,
cálcio, potássio, nitratos, cloretos, bicarbonatos, fosfatos e sulfatos.
O poder de biodegradação da água é enorme, mas, se a concentração de substâncias orgânicas e químicas
ultrapassa certos limites, as águas não a podem regenerar pela acção das bactérias. A vida desaparece e os rios e
lagos transformam-se em gigantescos esgotos.
Os resíduos industriais lançados nos rios provocam verdadeiras hecatombes nas comunidades aquáticas, sendo
particularmente notados os seus efeitos sobre os peixes.
Pode verificar-se que numerosas substâncias ácidas, sulfuretos, amoníaco, etc., paralisam as reacções biológicas
provocando a morte de seres vivos. O aumento de temperatura da água, que implica um aumento do consumo
de oxigénio, pode ameaçar seriamente toda a vida aquática. A utilização intensiva de água pela indústria
(siderúrgica, do papel, etc.) amplia todos os dias este perigo.
Entre os elementos poluentes da água susceptíveis de provocar efeitos tóxicos no organismo, podemos citar os
nitratos e os produtos fluorados que, embora sendo essenciais na prevenção da cárie dentária, se se encontrarem
em concentração elevada podem provocar a fluorose crónica. São também poluentes das águas dos rios metais
tóxicos como o arsénico, o selénio, o chumbo e o cádmio.
Os pesticidas desempenham um papel muito importante na poluição das águas continentais e são muito nocivos
para os seres vivos. São ainda causa de poluição os hidrocarbonetos, os detergentes aniónicos (que entram na
preparação de detergentes sintéticos) e a radioactividade resultante de resíduos radioactivos.
A poluição da água dos rios, sob o ponto de vista sanitário, constitui um problema cada vez mais preocupante
para todos os países.

Poluição dos mares e oceanos


O mar foi desde sempre considerado como um vazadouro natural e durante milénios os ciclos biológicos
asseguravam em larga medida a absorção dos dejectos e a purificação das águas. Actualmente, graças à
sociedade industrializada e ao mundo militarizado, chegamos a um estado de desequilíbrio do meio marinho.
Nele actuam diversos factores químicos, físicos e biológicos.
O mar possui uma grande capacidade de autodepuração e constitui um meio pouco favorável ao
desenvolvimento da maioria dos germes patogénicos. Contudo, o lançamento incontrolado de águas utilizadas,
provenientes de zonas urbanas, e os resíduos industriais tornaram as águas costeiras num meio propício ao
desenvolvimento de microrganismos patogénicos.
Embora os microrganismos não representem, em regra, um grande perigo para os indivíduos que se banhem nas
praias, com excepção do caso de elevadas poluições fecais, constituem um risco indiscutível para quem se
alimenta de seres vivos criados nesse meio.
Por exemplo, a presença de abundante matéria orgânica favorece o desenvolvimento e crescimento de bancos
de moluscos comestíveis que absorvem e retêm numerosos microrganismos patogénicos para os humanos. Este
fenómeno explica a frequência de salmoneloses humanas e outras doenças provocadas por ingestão de
moluscos (ostras, amêijoas, berbigão, etc.). Contaminações semelhantes podem ocorrer com os peixes que
entram na cadeia alimentar dos humanos.
A poluição química dos mares e oceanos reveste uma importância muito maior do que a poluição por
microrganismos. Numerosos detergentes e pesticidas arrastados pelas águas fluviais têm efeitos muito
nocivos sobre a fauna e a flora litorais.
Outros produtos de origem industrial podem ter efeitos catastróficos nas comunidades costeiras. Os agentes
poluentes, em geral, percorrem toda a cadeia trófica marinha, iniciando-se no fitoplâncton e zooplâncton, para
se concentrarem finalmente nos moluscos e peixes que são comidos pelos humanos.
Os produtos petrolíferos têm um efeito nefasto sobre toda a vida marinha e litoral onde actuam. As
correntes marinhas facilitam a formação de marés negras, que se abatem sobre as praias e outras zonas
costeiras. Os hidrocarbonetos espalhados nos mares e oceanos provêm sobretudo dos petroleiros que
limpam os seus depósitos no alto mar e descarregam assim em cada viagem cerca de um por cento do seu
carregamento. Esta percentagem pressupõe, ao fim de alguns anos, a existência de muitos milhares de
toneladas de produtos petrolíferos espalhados pelos oceanos.
Entre as águas mais gravemente poluídas destacam-se as do Mar Mediterrâneo (também, por isso, designado a
"fossa da Europa"), atravessado por milhares de petroleiros, as do Mar do Norte, o Canal da Mancha e os mares
próximos do Japão.
A contaminação do meio ambiente por produtos petrolíferos tem como efeito a diminuição da fotossíntese, o
tornar difícil a oxigenação das águas devido à camada de hidrocarbonetos e a intoxicação de muitos animais. As
aves são particularmente afectadas. Em 1963, um acidente com o navio Ger-Maersk, na embocadura do Rio

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Elba, foi responsável pela morte de cerca de 500 000 aves de 19 espécies diferentes. Calcula-se que na Grã-
Bretanha o número de aves vítimas de intoxicação por hidrocarbonetos seja de 250 000 por ano. Além das aves,
são afectados os moluscos, os crustáceos costeiros e os peixes.
Quanto mais elevado for o nível do organismo na cadeia alimentar, maior é a concentração de poluentes que
podem acabar por afectar os humanos, pois estes também são um elo da cadeia alimentar.
Poluição das águas subterrâneas
A água é essencial à vida na Terra. No interior dos organismos, a água é o meio no qual se dão complexos
processos metabólicos. Os organismos simples não podem realizar nenhuma função sem a presença de água e a
privação dela causa rapidamente a morte. Contudo, a água tem que ser pura.
Os humanos, sendo os organismos mais complexos, são afectados pelas alterações químicas que a água possa
experimentar. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, calcula-se em 1200 milhões o número de
pessoas que carecem de água própria para consumo ou sentem, mesmo, falta de água.
Há claras disparidades entre os consumos domésticos, municipais e industriais entre os países desenvolvidos e
os não desenvolvidos. A titulo de exemplo, em 1990, o consumo de água nos Estados Unidos da América era de
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cerca de 2162 m per capita, enquanto na Guiné-Bissau era de apenas 18 m .
A água subterrânea é poluída, directa ou indirectamente, pela contaminação de diversas substâncias que
são prejudiciais à saúde dos organismos e que reduzem a sua utilidade.
As águas subterrâneas, no seu estado natural, estão relativamente livres de contaminação. É por isso que são
utilizadas na alimentação. A poluição das águas subterrâneas é especialmente insidiosa porque não é visível. Os
municípios, no fornecimento de água às populações, têm o cuidado de testar a sua qualidade rotineiramente. É
sempre fonte de preocupação qualquer alteração que se encontre na água. Em muitos casos, a contaminação por
poluentes de um aquífero cuja água é utilizada na alimentação é muito lenta, pois o seu trajecto é feito através
do solo e de rochas permeáveis - não se desloca livremente. Por vezes é significativo o espaço de tempo que
decorre entre a introdução do poluente num aquífero e a sua presença na água que se bebe, mas em terrenos
muito permeáveis a contaminação da água pode ocorrer muito rapidamente.
A poluição das águas subterrâneas, muitas vezes, só aparece depois de a indústria ou outra actividade por ela
responsável ter cessado a sua laboração há muitos anos. Por exemplo, produtos químicos armazenados ou
derramados no solo podem demorar anos a atingir um aquífero. Depois de ser atingido o aquífero, a área
contaminada tende a ser alargada e a fonte fica inutilizada. Este é o problema que pode ser causado por lixeiras
localizadas em aterros não impermeabilizados ou por substâncias tóxicas derramadas imprevidentemente nos
solos.
Substâncias como os pesticidas ou herbícidas utilizados na agricultura podem atingir a água subterrânea
através da água de irrigação que penetra no solo.
Os nitratos, uma das substâncias mais utilizada nos fertilizantes, é pernicioso, mesmo em pequenas
quantidades, na água que possamos beber.
A chuva pode também dissolver as substâncias de uma entulheira e arrastá-las para os aquíferos.
Metais pesados, tais como o mercúrio, o chumbo, o crómio, o cobre e o cádmio, conjuntamente com outras
substâncias químicas venenosas, podem ser concentrados nos aquíferos a partir de depósitos de lixo.
Resíduos líquidos e sólidos existentes em depósitos, bem como resíduos de canos de esgoto, podem conter
microrganismos, como bactérias patogénicas e vírus, que podem contaminar as águas subterrâneas. Resíduos
eliminados pelas indústrias e pelas bases militares podem ser altamente tóxicos, contendo altas contaminações
de metais pesados e outros produtos perigosos.
Produtos resultantes da drenagem de minas de carvão e de metais podem contaminar a superfície e
posteriormente as águas subterrâneas. As estações de abastecimento de gasolina são, geralmente, fontes
poluentes da água subterrânea, assim como os líquidos que são armazenados em fossas, desde que atinjam
terrenos permeáveis.
As águas subterrâneas poluídas são muito difíceis de purificar. Devido ao seu lento movimento e grande
volume, uma operação de limpeza numa região poderá levar décadas e custar dezenas de milhões de contos
para ficar completa.
A poluição das águas subterrâneas pode ser evitada, desde que haja cuidado. A lixeira de uma cidade não deve
ser construída acima do nível das águas subterrâneas. O local deve ser isolado por um leito constituído por uma
espessura significativa de argila. A parte superior deve ser isolada da água da chuva por uma cobertura
impermeável. Barreiras podem impedir que as correntes de água superficiais se dirijam para as lixeiras. A
prevenção da poluição das águas subterrâneas pode ser cara mas é muito mais barata do que a despoluição
posterior.

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Poluição sonora
O ruído, elemento natural da vida, não é facil de definir de maneira satisfatória. Pode ser considerado como um
som, desprovido de carácter musical agradável, cuja intensidade pode ir até mais de 140 decibéis.
Com o desenvolvimento da civilização industrial urbana, o ruído atingiu uma importância que não pára de
aumentar. É neste sentido que deve ser considerado como um dos elementos poluentes do ambiente.
Os mais notórios efeitos fisiológicos e patalógicos do ruído são a fadiga auditiva, a dissimulação
(psicologicamente, o lesado tem tendência a mostrar que ouve), a surdez profissional e os traumatismos
acústicos. Outros efeitos podem ainda ser mais graves, tais como as lesões do nervo auditivo provocadas pelos
ruídos (traumatismo acústico), que se traduzem por uma perda irreversível do sentido da audição. Outros efeitos
ainda manifestam-se ao nível do sono, das dores de cabeça, da falta de apetite e do rendimento do trabalho.

Poluição atmosférica
A estratosfera encontra-se entre os 15 e os 50 km acima da superfície da Terra. É nesta camada da atmosfera
que a energia solar quebra algumas moléculas de oxigénio (O2). Os átomos de oxigénio (O) combinam-se com
moléculas intactas de oxigénio (O2) e originam ozono (O3). A camada de ozono originada absorve os raios
ultravioletas do Sol, evitando que estes atinjam a Terra. Se estes raios atingissem a Terra, a vida não seria
possível, porque os seres vivos não toleram doses elevadas de radiação ultravioleta.
A troposfera é a camada atmosférica que envolve a Terra. É geralmente composta por 78% de azoto (N 2), 21%
de oxigénio (O2) e 0,03% de dióxido de carbono (CO2). O ar apresenta ainda, em maior ou menor grau, gases
poluentes que são substâncias que têm efeitos perniciosos. Os seres vivos podem morrer quando a taxa de
poluente atinge um nível elevado.
Acima do nível limiar, começam a sentir-se os efeitos da poluição. Contudo, esses efeitos dependem da
concentração e do tempo de exposição. Altos níveis de poluição podem ser tolerados, desde que o tempo de
exposição seja curto.
Não é a quantidade absoluta que é importante mas a dose, entendendo-se por dose o valor obtido multiplicando
a concentração pelo tempo de exposição.
Os factores que determinam o nível de poluição são: a quantidade de poluentes no ar; o espaço no qual os
poluentes estão dispersos; os mecanismos que removem os poluentes do ar.
Vulcões, fogos e tempestades de areia lançam fumos e outros poluentes naturais na atmosfera, por onde podem
ficar durante milhões de anos. As árvores e outras plantas emitem para a atmosfera compostos orgânicos
voláteis. Contudo, a biosfera possui mecanismos que removem, assimilam e reciclam os poluentes naturais.
Quando os poluentes se dispersam na atmosfera, ocorre a sua limpeza, pois o radical hidróxido (OH) combina-
se com muitos deles tornando-os inofensivos ou precipitando-os na Terra, onde os microrganismos do solo
convertem alguns dos compostos em produtos inofensivos. A química de toda esta limpeza é complexa e está a
ser investigada.
Com a descoberta do fogo, os humanos começaram a acrescentar a estes outros poluentes naturais. Durante
séculos, a poluição provocada pelos humanos foi destruída pelos processos naturais e não teve naturalmente
efeitos prejudiciais. Com a Revolução Industrial começou a utilizar-se o carvão para aquecimento e obtenção de
energia, e a poluição do ar passou a ser significativa. Esta poluição tornou-se conhecida como "nevoeiro
industrial", mistura de nevoeiro e fumo (smog), uma irritante mistura de compostos sulfurosos e vapor de
água.
As substâncias estranhas que provocam a poluição atmosférica, na forma sólida, líquida e gasosa, concentram-
se em suspensão na atmosfera. Não fazem parte da composição habitual do ar, onde por vezes se encontram em
quantidades anormais.
As suas fontes possíveis são os procedimentos industriais e as combustões, tanto domésticas como industriais,
principalmente de combustíveis sólidos (carvão) e líquidos (gasolina, petróleo, etc.), que produzem fumos,
poeiras e óxido de enxofre, e também os veículos motorizados, cuja densidade nas regiões fortemente
urbanizadas determinam uma poluição atmosférica elevada.
A importância de cada uma das fontes de poluição está relacionada com a concentração e a toxicidade dos
agentes poluentes e das condições meteorológicas locais.
Das substâncias mais poluentes da atmosfera são de destacar os anidridos sulfurosos, o óxido de carbono, os
óxidos de azoto, os hidrocarbonetos gasosos libertados depois da combustão incompleta dos
hidrocarbonetos líquidos, o chumbo, os fluoretos, etc.
O anidrido sulfuroso é dos poluentes mais vulgares na atmosfera das grandes cidades e zonas industriais. O
principal perigo representado pelo anidrido sulfuroso resulta das reacções químicas que em certas condições

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ambientais (humidade) o transformam em anidrido sulfúrico, que origina o ácido sulfúrico que está na base dos
nevoeiros industriais (smog) e das chuvas ácidas.
As condições climáticas influem de maneira determinante na repartição da poluição atmosférica. O vento pode
dispersar os agentes poluentes emitidos numa região determinada ou transportá-los para uma zona distante do
seu ponto de emissão. As inversões térmicas (inversão de temperaturas) são também importantes para a
poluição do ar sobre as cidades. Por vezes o ar mais quente das camadas superiores impede que o ar mais frio,
próximo do solo, se eleve e disperse os poluentes.
O conhecimento de todos estes factores, ao nível microclimático, é indispensável para poderem ser
estabelecidos os graus de poluição nos centros urbanos e industriais.

Chuva ácida
Denominação da precipitação com pH inferior ao normal, isto é, abaixo de 5,0. O fenómeno deve-se aos
elevados níveis de poluição, e é altamente nocivo para os solos agrícolas, as florestas e o património construído.

Efeito de estufa
Designa-se assim o aquecimento global do planeta, verificado em consequência do aumento de poluentes
gasosos na atmosfera, principalmente de dióxido de carbono, que absorvem as radiações infravermelhas.

Custos económicos da poluição


Quais são as relações entre a economia de um país e a sua política de ambiente?
Algumas políticas ambientais são relativamente baratas, não tendo custos monetários directos, isto é, não
envolvendo investimentos por parte da administração. Tais políticas têm, por vezes, custos reais invisíveis. Os
custos da política de ambiente têm que ser pagos por algum segmento da sociedade. É o caso das políticas
relacionadas com o controlo da poluição produzida pela obtenção de energia e seu uso, a protecção pública de
doenças transmissíveis pela água, a conservação do solo e o manuseamento e utilização de matérias tóxicas, a
protecção de espécies em extinção, a diminuição da camada de ozono, etc.
A equidade de princípios admite que aqueles que beneficiam das políticas de ambiente as paguem. Nestes,
incluem-se as pessoas cujas actividades são reguladas e cuja saúde é protegida por leis contra a poluição. É
preciso reconhecer que a imposição de certas regras força as empresas a utilizar novas tecnologias, o que tem os
seus custos. Esses custos reflectem-se no preço dos produtos por elas fabricados, e assim afectam os
consumidores. O custo do controle de poluição inclui o preço de compra, a instalação, o fornecimento e a
manutenção de equipamento próprio e a implementação das estratégias de controlo.
Proibir oficialmente um produto poluente custa dinheiro, porque há perda de emprego e de maquinaria, e
porque obriga a novos investimentos com vista ao fabrico de novos produtos.
Em alguns casos, uma medida para o controlo da poluição pode levar à reciclagem de materiais e à evolução
tecnológica, revelando um processo menos caro para obter produtos com o mesmo efeito. Na maior parte dos
casos, porém, o controlo da poluição é caro. Assim, o resultado de maior regulamentação, para prevenir um mal
externo poluente, impõe custos económicos que ultimamente têm sido distribuídos pelo Estado, pela indústria e
pelos consumidores.
Os custos do controlo da poluição crescem exponencialmente com o nível de controlo que se pretende
conseguir. Isto significa que uma redução parcial da poluição pode ser conseguida com medidas pouco caras,
mas um aumento dessa redução requer medidas cada vez mais caras e 100% de controlo é impossível a
qualquer custo.
Em muitos casos, as estratégias e as tecnologias para controlo da poluição são conhecidas e estão disponíveis.
Os custos do equipamento, trabalho e manutenção são calculados com relativa fiabilidade.
A importância deste controlo torna-se evidente quando se comparam os custos com os benefícios, que se
traduzem na qualidade de vida humana e dos componentes ambientais não humanos.
Estudos recentes têm provado que a política ambiental não precisa de diminuir a riqueza de uma nação,
podendo transferir a riqueza dos poluidores para o controlo da poluição e para a indústria menos poluente. A
indústria da protecção ambiental é geradora de emprego e o argumento de que a protecção do ambiente é má
para a economia é infundado. Verifica-se também que os países que têm melhores condições ambientais são
aqueles que têm economias mais robustas e melhores taxas de criação de emprego.

Erosão - fenómeno que resulta da actividade dos agentes da dinâmica externa (ar, vento, água, gelo, seres
vivos, etc.) que alteram o relevo terrestre;

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A erosão é um fenómeno que implica a remoção do material de um lugar para o outro, com intervenção de
diversos agentes (agentes de erosão). A erosão é precedida pela meteorização, fenómeno que provoca a
alteração química e física das rochas e minerais. Meteorização e erosão são conceitos diferentes, embora muitas
vezes confundidos.
Nem sempre é fácil compreender como a Terra, que aparentemente é tão firme e sólida, se altera em muitos
aspectos. Sobre ela actuam a água, o vento, a neve, o ar húmido, a temperatura, os seres vivos, etc.
A erosão não actua continuamente sobre um primeiro e único relevo. Os agentes internos são construtivos,
trabalham alternadamente com os agentes externos com tendência a estabelecer o equilíbrio. São os agentes
internos que contribuem para a formação de novos relevos subjacentes aos perfis da superficie terrestre. É a
fase de orogénese. A seguir, os agentes externos actuam com toda a energia, tendendo a nivelar os relevos. É a
fase erosiva ou gliptogénese.
O material resultante da meteorização que se mantém desagregado no local de origem está sujeito a diversas
forças. Umas são passivas ou protectoras, como a resistência das rochas aos agentes geológicos, cuja
variabilidade depende dos componentes da rocha e do cimento que as liga. A altitude a que se encontra a rocha
também é um factor que influencia a erosão, considerando-se o nível do mar como o ponto zero da erosão, isto
é, o local onde esta se detém, não prosseguindo a partir desse nível.
Outras forças são activas ou destrutivas. Entre estas considera-se a gravidade, que tende a fazer cair todos os
corpos na direcção do centro da Terra, a atracção lunar, que provoca as marés e os deslocamentos periódicos
das grandes massas de água, e a radiação solar, que é um conjunto muito variado de radiações luminosas,
caloríficas, eléctricas, magnéticas, corpusculares, etc. Estas são consideradas forças puras ou primárias.
A erosão tende a reduzir gradualmente as zonas salientes e a transformar a superfície em peneplanícies (ciclo de
erosão). Os produtos de desagregação podem ficar no próprio lugar ou próximo dele, contribuindo para a
formação do solo. Alguns são deslocados a maior ou menor distância. Podem ser transportados em suspensão
ou em dissolução na água. Conforme os agentes erosivos ou as condições particulares em que se efectua, a
erosão assume aspectos diferentes:
Erosão eólica: se todos os produtos da meteorização ficassem sobre a rocha mãe, acabavam por formar uma
camada protectora que, inclusivamente, protegeria a rocha de uma maior destruição. Mas o vento encarrega-se
de levantar continuamente esses detritos (fenómeno de deflação), pelo que o processo erosivo não pára. Além
da sua função de transporte, o vento também causa erosão quando os detritos arrastados devido à deflação vão
de encontro a outras rochas. Tem o mesmo efeito que uma lima sobre qualquer material, cujo desgaste será
proporcional à sua dureza. Esta erosão específica denomina-se corrosão, originando rochas alveolares e blocos
pedunculados.
Se os detritos com a dimensão da areia são arrastados pelo vento, no solo ficam os sedimentos mais grosseiros,
constituindo-se desta maneira os regs (desertos de pedra).
As argilas e areias arrastadas pelo vento dão origem a cristais e sulcos de 10 cm a 10 m de profundidade,
constituindo as dunas. As dunas conservam o mesmo perfil transversal, mas a areia desloca-se continuamente,
empurrada pelo vento. Estas dunas vivas ou móveis podem ser prejudiciais para os terrenos de cultura e para as
povoações.
Erosão fluvial: também designada erosão normal, tem como agente principal as águas correntes (águas de
arroiamento ou escorrência, em particular as águas selvagens que não correm em leito próprio), as torrentes, os
ribeiros e os rios.Quando chove, podemos admitir que cerca de um terço da água caída volta a evaporar-se,
outro terço corre à superfície e o outro terço infiltra-se no terreno. A erosão das águas superficiais resulta das
partículas que a água transporta e da inclinação dos terrenos sobre que desliza. Os detritos podem ser
transportados em suspensão, rolamento pelo fundo e dissolução.
A erosão dos rios que traça o seu perfil varia com a inclinação, a natureza litológica do leito, o caudal, a
velocidade de escoamento e as condições climatéricas. Se o perfil do curso de água é inclinado, verifica-se um
aprofundamento do vale em V (erosão vertical em profundidade); se o perfil está próximo do nível de base, é a
erosão lateral que predomina.
Erosão límnica: Nos lagos pequenos, a erosão é muito pouco significativa. Nos lagos grandes, chamados mares
interiores, as ondas actuam como nos mares.
Erosão cársica: Existente principalmente nas regiões calcárias, é realizada pelas águas subterrâneas que se
infiltram nas rochas permeáveis onde circulam. As rochas permeáveis mantêm a água até certa altura, formando
o manto aquífero, cujo nível superior se denomina nível freático. As águas subterrâneas originam galerias e
canais, grutas, cavernas, etc., em profundidade, enquanto que na superfície a erosão modela formas particulares
muitas vezes ruiniformes, em que sobressaem os lapiazes, covões, algares, poljes, dolinas, etc.

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Erosão glaciária: é provocada pelo gelo dos glaciares quando se desloca lentamente em direcção às regiões
mais baixas. A acção erosiva é realizada pela massa de gelo em deslocação e pelos detritos transportados por
essa massa gelada. A erosão glaciar origina a formação de vales em U (caleira glaciária), que nas zonas litorais
constituem os fiordes.
Erosão marinha: A superficie dos oceanos é três vezes superior à das terras emersas, pelo que a sua acção
erosiva é muito significativa no modelado das costas e no depósito de material transportado pelos rios. A erosão
é realizada por acção das ondas e das marés, que desgastam a base das falésias, provocando um retrocesso dos
alcantilados.

Reciclagem
A reciclagem consiste na recuperação e transformação de qualquer desperdício. A sua importância económica
traduz-se na possibilidade de aquisição de materiais por preços mais favoráveis que o dos mesmos materiais
antes da sua primeira utilização. O princípio da reciclagem é utilizado em todas as aplicações que impliquem
conservação dos recursos naturais da Terra e na resolução de problemas de poluição ambiental.
A reciclagem de desperdícios durante um processo de fabrico é corrente na indústria. É o caso da indústria da
madeira, que aproveita desperdícios para o fabrico de aglomerados. Começa também a ser vulgar o uso
imediato de subprodutos de uma determinada indústria noutra indústria. É o caso do fabrico de rações
alimentares para animais a partir dos subprodutos das indústrias cervejeiras e das destilarias (malte e bagaços).
Este processo é geralmente designado por "reciclagem interna", em contraponto com a "reciclagem externa"
como é a recuperação de papel, metal, material de vidro (por exemplo, garrafas) etc., usados.
O papel pode ser transformado em polpa e reprocessado em papel reciclado, cartões e outros produtos. O vidro
pode ser triturado e utilizado para substituir a areia na construção civil, no betão ou no asfalto, ou pode ser
refundido e utilizado no fabrico de novos materiais de vidro. Determinados plásticos podem ser refundidos e
com eles fabricarem-se placas sintéticas. Estas placas, não sendo biodegradáveis, podem utilizar-se em
vedações, sinalizações, estaleiros, etc. Os metais podem ser refundidos e refabricados. Reciclar o alumínio pode
poupar cerca de 90% da energia gasta para fazer o mesmo objecto com alumínio proveniente da blenda
(minério de alumínio). Restos de alimentos e desperdícios caseiros (gorduras, folhas, etc.) podem ser
transformados por compostagem para produzir adubos. Os produtos têxteis podem ser reciclados em adubos
para utilizar na agricultura. Pneus velhos podem ser fundidos ou triturados e transformados em numerosos
produtos.
A reciclagem torna-se mais rentável se se proceder à pré-separação dos produtos a reciclar. Com a crescente
consciência ecológica das populações, este sistema está a ganhar a adesão de muitas comunidades, onde são
distribuídos contentores para plástico, metal, vidro, papel, etc. O abandono conjunto destes materiais implica
uma prévia selecção antes da sua distribuição às diferentes indústrias.

Rochas sedimentares
Rochas constituídas pela estratificação de sedimentos com origens diversas. Os sedimentos depositados numa
bacia de sedimentação são lentamente cobertos por outros sedimentos, vão afundando e experimentam
transformações que originam as rocha deste tipo.

Rochas magmáticas
As rochas resultantes da solidificação de magmas são denominadas rochas magmáticas. Podem ser divididas
em vários grupos, nomeadamente o das plutónicas, o das vulcânicas e o das filonianas.

Rochas metamórficas
As rochas alteradas por temperaturas e/ou pressões mais elevadas do que as verificadas aquando da sua génese
são denominadas metamórficas.

Compilado por:

- Pedro Passos

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