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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

MICHEL VIEIRA

COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS:
ANÁLISE DA PLATAFORMA BIM NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO

Tubarão
2017
MICHEL VIEIRA

COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS:
ANÁLISE DA PLATAFORMA BIM NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito
parcial à obtenção do título de Engenheiro
Civil.

Orientador: Profª. Norma Beatriz Camisão Schwinden, Esp.

Tubarão
2017
A todos que fizeram parte desta jornada e que
me impulsionaram a tornar essa conquista
possível. A minha família e amigos que
sempre estiveram ao meu lado, para sempre
serei grato e os levarei comigo em meu
coração.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por esta conquista e por mais um passo em minha vida.
Aos meus pais e meu irmão que por mais difícil que possa ter sido a caminhada
sempre me apararam e me incentivaram a seguir em frente.
Aos meus amigos que sempre estiveram do meu lado e contribuíram para que eu
que finalizasse esta etapa com êxito.
A minha orientadora, Profª Norma Beatriz Camisão Schwinden, pela dedicação e
apoio neste trabalho, a minha eterna admiração.
A meu primo Raulino de Oliveira Maciel, que me proporcionou adquirir
experiência e uma nova visão.
A todos que de alguma forma contribuíram com seus conhecimentos para que eu
obtivesse sucesso.
“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.” (Charles Chaplin).
RESUMO

De acordo com a atual economia brasileira, os empreendedores estão buscando meios de


diminuir custos, reduzir tempo e melhorar sua qualidade, eficiência e rendimento nos
canteiros de obras. Com isso, surge a compatibilização de projetos como mecanismo aplicado
nesta pesquisa. Este trabalho faz uma breve abordagem dos principais conceitos envolvidos na
gestão de projetos, demonstra a plataforma BIM como uma solução para a compatibilização
dos projetos e apresenta uma análise sobre o uso da plataforma BIM com alunos de
engenharia e profissionais do município de Tubarão/SC. Nas análises expôs-se o
conhecimento dos participantes sobre o tema e a utilização da plataforma. Com os resultados
obtidos, que ainda demonstram um elevado percentual de não utilização do sistema, a
pesquisa busca incentivar o conhecimento e uso da plataforma.

Palavras-chave: Coordenação de projetos. Compatibilização de projetos. BIM.


ABSTRACT

According to the actual status of the Brazilian economy, the entrepreneurs are finding ways to
lower the resources and time to approve quality, efficiency and performance on work field.
Thereby, arises a compatibility of projects as mechanism applied on this research. This work
paper is a brief approach of the primary concepts involving the management of those projects,
demonstrating the platform BIM as a solution for the project’s compatibility and presenting an
analysis on how to use the BIM platform with Engineering students and Professionals on this
area in Tubarão/SC. On the analysis was exposed the knowledge from the coworkers about
the theme and how to use the platform. As the results shows, demonstrating an elevated
percentage of non-usage of the system, the research tries to encourage the knowledge and the
usage of the platform.

Keywords: Project’s Coordination. Project’s Compatibility. BIM.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Responsabilidades do agente compatibilizador ....................................................... 23


Figura 2 – Estruturação de uma equipe de compatibilização de projetos ................................ 25
Figura 3 – Compatibilização de projetos de edificações .......................................................... 28
Figura 4 - Check List de compatibilização de projetos ............................................................ 29
Figura 5 – Ciclo de vida de uma edificação. ............................................................................ 32
Figura 6 – Modelos BIM de comunicação. .............................................................................. 33
Figura 7 – Diferentes dimensões do BIM. ................................................................................ 35
Figura 8 – Partes em vigor da NBR 15965. .............................................................................. 41
Figura 9 – Questionário Alunos – Você conhece a plataforma BIM?...................................... 44
Figura 10 – Questionário Alunos – Você utiliza algum software BIM?. ................................. 47
Figura 11– Questionário Alunos – Você tem interesse em aprender e conhecer mais sobre
BIM? ......................................................................................................................................... 48
Figura 12 – Por quais motivos você gostaria de aprender mais?.............................................. 49
Figura 13 – Está ciente de que a partir de 2019 as obras públicas do Estado de Santa Catarina
terão de ter os projetos compatibilizados? ................................................................................ 51
Figura 14 – Você tem conhecimentos das Normas Brasileiras sobre o BIM? (NBR 15965 e a
NBR ISSO 12006)? .................................................................................................................. 52
Figura 15 – Você conhece o BIM? ........................................................................................... 53
Figura 16 – Você utiliza a plataforma BIM? ............................................................................ 55
Figura 17 – Quando começou a utilizar o BIM? ...................................................................... 56
Figura 18 – Você tem conhecimento das ações do Governo de Santa Catarina e do Caderno
BIM? [...] .................................................................................................................................. 57
Figura 19 – Você fez a implantação para atender as “novas exigências” do Governo?........... 57
Figura 20 – Houve muita resistência para trocar do modelo tradicional CAD para o BIM? ... 58
Figura 21- Por quais motivos você implantou o BIM? ............................................................ 59
Figura 22 – O uso da plataforma BIM para fazer os projetos é total ou parcial [...]? .............. 60
Figura 23 – Quais são os principais softwares BIM que você utiliza? ..................................... 60
Figura 24 – Você desenvolve que tipos de projetos? ............................................................... 61
Figura 25 – Quais disciplinas você projeta com a plataforma BIM? ....................................... 61
Figura 26 – De que maneira se deu a implantação da plataforma BIM? [...] ........................... 62
Figura 27 – Utiliza o BIM em todos os processos? [...] ........................................................... 63
Figura 28 – A implantação trouxe benefícios? Quais? ............................................................. 63
Figura 29 – Quais as maiores dificuldades encontradas durante o processo de implantação
[...]? ........................................................................................................................................... 64
Figura 30 – Você tem conhecimento das Normas Brasileiras sobre o BIM? (NBR 15965 e a
NBR ISSO 12006) .................................................................................................................... 65
Figura 31 – Você utiliza a linguagem IFC para importar e exportar arquivos [...]? ................ 65
Figura 32 – Você tem conhecimento das Normas Brasileiras sobre o BIM? (NBR 15965 e a
NBR ISSO 12006) .................................................................................................................... 67
Figura 33 – De que maneira deseja fazer essa implantação? ................................................... 69
Figura 34 – Pretende utilizar o BIM em todos os processos? [...] ............................................ 71
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Investimento na fase de projetos x práticas convencionais ................................... 18


Gráfico 2 – Desenvolvimento de um produto comparando Engenharia Sequencial e ES ....... 21
Gráfico 3 – Questionário Alunos – Como você conheceu? ..................................................... 45
Gráfico 4 – Questionário Alunos – Quais softwares você já ouviu falar? ............................... 46
Gráfico 5 – Questionário Alunos – Qual software BIM você utiliza ou já utilizou? ............... 50
Gráfico 6 – Como você conheceu? ........................................................................................... 54
Gráfico 7 – Você tem conhecimento das ações do governo? ................................................... 66
Gráfico 8 – Você pensa em implantar o BIM? ......................................................................... 68
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 12
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 12
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 14
1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 14
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 14
1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..................................................................... 14
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 16
2.1 ECONOMIA BRASILEIRA ........................................................................................... 16
2.2 VALOR DE UM PROJETO ............................................................................................ 16
2.3 ENGENHARIA SIMULTÂNEA .................................................................................... 18
2.3.1 Conceito de Engenharia Simultânea ......................................................................... 18
2.3.2 Integrantes do projeto ................................................................................................. 21
2.3.2.1 Gerente de projetos ..................................................................................................... 23
2.3.2.2 Coordenador de projetos............................................................................................. 24
2.3.2.3 Compatibilizador ........................................................................................................ 24
2.3.2.4 Projetista ..................................................................................................................... 25
2.4 COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS ....................................................................... 26
2.4.1 Conceito de Compatibilização de Projetos................................................................ 26
2.4.2 Benefícios...................................................................................................................... 29
3 PLATAFORMA BIM ....................................................................................................... 31
3.1.1 Interoporabilidade ...................................................................................................... 32
3.1.2 Níveis de maturidade BIM ......................................................................................... 33
3.1.3 Dimensões Modelo BIM .............................................................................................. 34
3.1.4 Níveis de Desenvolvimento ......................................................................................... 36
3.1.5 Benefícios do BIM ....................................................................................................... 39
3.1.6 Normas em vigor ......................................................................................................... 41
3.1.7 O BIM em Santa Catarina.......................................................................................... 42
4 ANÁLISE DA PESQUISA - QUESTIONÁRIO ............................................................ 43
4.1 QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AOS ALUNOS ..................................................... 43
4.2 QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AOS PROFISSIONAIS ........................................ 52
4.2.1 Utiliza o BIM................................................................................................................ 55
4.2.2 Grupo 2 – Não utiliza o BIM ...................................................................................... 66
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 72
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 74
ANEXOS ................................................................................................................................. 78
ANEXO A – QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS PROFISSIONAIS .......................... 79
APÊNDICE A– QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS ALUNOS ................................... 82
12

1 INTRODUÇÃO

Um fator que vem preocupando muito as construtoras é a questão do retrabalho,


ou algum erro não previsto, que face à alguma incompatibilidade não prevista, em que se tem
que buscar a solução em plena obra, gerando mais gasto e perdendo mais tempo. A atual
situação econômica do Brasil está reduzindo cada vez mais o mercado da construção civil, e
os empreendimentos que restam não geram mais os lucros que se obtinham há tempos atrás,
com isso têm-se que procurar diminuir cada vez mais os custos.
Um dos grandes causadores de custos desnecessários são projetos mal
compatibilizados, ou não compatibilizados, que são feitos de maneira individual e acabam em
confrontos entre si demandando mais tempo para reparos.
Segundo Martins (2015) a palavra projeto deriva do latim “projectum” do verbo
“proicere” que quer dizer, “antes de uma ação”, por isso deviam prever possíveis
incompatibilidades.
Para Nakamura (2011), a compatibilização de projetos é um dos maiores desafios
enfrentados por escritórios de engenharia e arquitetura, por isso é fundamental para evitar
erros e retrabalhos devido à interferência entre projetos de diferentes especialidades.
Vindo para facilitar a compatibilização de projetos surgiu a tecnologia Building
Information Modeling (BIM), que integra vários softwares auxiliando os profissionais a
entrarem em sintonia um com o outro, criando assim uma maneira de resolver as
incompatibilidades ainda em projeto.
Desta forma este trabalho busca saber: Qual o conhecimento que os alunos do
curso de engenharia civil e profissionais da área de Tubarão tem a respeito da tecnologia
BIM?

1.1 JUSTIFICATIVA

Compatibilizar projetos não é algo que se vê diariamente, entretanto se praticado


evitaria diversos problemas em obras. Em acesso a um artigo Santos (2013) expõe:

O termo é pouco conhecido pelos não especialistas, mas a


chamada compatibilização de projetos de engenharia é tendência em crescimento
na construção civil. O motivo é simples: a construção de qualquer edificação exige
uma série de projetos – topográfico, estrutural, hidrossanitário, elétrico, de
refrigeração, arquitetônico, entre outros. Na maior parte dos casos, esses projetos são
13

feitos separadamente, o que aumenta as chances de conflito se o problema for


identificado apenas durante a obra. Isso exige alterações de última hora ou até a
quebra de estruturas já construídas para adaptação. A compatibilização consiste
justamente em sobrepor da melhor forma possível todos os projetos antes do início
da construção, evitando o retrabalho.

A preocupação com a compatibilização dos diversos projetos não surgiu


recentemente, já vem de muito tempo atrás, mas apenas nos últimos anos pode-se observar
sua aplicação. Segundo Franco e Agopyan (1993), a elaboração de projetos é a fase mais
importante para um empreendimento, pois nela são tomadas as decisões que irão garantir a
qualidade, o custo e o desenvolvimento da edificação.
Na construção civil, assim como em outros setores da indústria, os projetos têm
importância fundamental na qualidade final do produto e no prazo de execução da obra
(BALEM, 2015, p. 15).
Com a compatibilização de projetos pode-se ter um melhor rendimento, evitar
problemas em obra que poderia ser resolvido no projeto e poupar gastos. Por exemplo, na
execução de um projeto podemos ter tubulações que cruzam pilares ou vigas, o que em obra
você tem de tomar decisão, mudar o trajeto ou retirar. Em ambas as opções ter-se-á gastos que
não foram previstos, o que dificilmente ocorreria se tivesse sido feito uma compatibilização
de projetos.
Algumas ferramentas vem tomando destaques como o Building Information
Modeling (BIM) ou, em português, Modelagem da Informação da Construção, descrito por
STEINER (2016, p.19) “é o nome dado ao processo de construção que utiliza informações
parametrizadas e geométricas para modelar um projeto em todas as suas etapas, desde a
concepção até a manutenção, podendo ainda considerar a possível reforma e demolição da
edificação.”
Gerar conhecimento, expor as vantagens e avaliar o uso da tecnologia BIM são
algumas das propostas que estão apresentadas neste trabalho, com a aplicação de
questionários entre acadêmicos de Engenharia Civil e Engenheiros do município de Tubarão.
14

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Avaliar a aplicação da plataforma Building Information Modeling (BIM) em


projetos de Engenharia no município de Tubarão.

1.2.2 Objetivos específicos

Para atender ao objetivo geral acima, foram designados como objetivos específicos:

- Elaborar pesquisa bibliográfica relativa à compatibilização de projetos, e a plataforma


BIM;
- Desenvolver questionários para analisar o uso da plataforma BIM;
- Aplicar pesquisa acerca da plataforma BIM com os acadêmicos de engenharia civil e
profissionais da área do município de Tubarão;
- Identificar os pontos que mais restringem a utilização do BIM no âmbito de pesquisa;

1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Quanto a sua natureza, a pesquisa enquadra-se como aplicada, que segundo


Silveira e Córdova (2009, p.35), “Objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática,
dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.”
Em relação ao objetivo, a pesquisa é do tipo exploratória, ou seja, o pesquisador
irá obter conhecimento de uma área pouco explorada e estimular a prática desta. Para Silveira
e Cordóva (2009 apud GIL, 2007), este tipo de pesquisa busca ter uma maior familiaridade
com o problema e envolve levantamentos bibliográficos, entrevistas com pessoas que tiveram
experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a
compreensão.
A pesquisa, além da pesquisa bibliográfica, onde as fontes de pesquisas foram
monografias, artigos, livros e materiais disponíveis na rede de computadores, é procedida
como estudo de campo.
15

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Para facilitar o entendimento o trabalho está estruturado em cinco capítulos, sendo


o primeiro a introdução, justificativa, objetivos e metodologia.
O segundo capitulo trata-se da fundamentação teórica acerca do tema abordado,
buscando explorar mais sobre a compatibilização de projetos.
No terceiro capítulo há uma fundamentação teórica sobre a plataforma BIM.
O quarto capítulo tem-se a aplicação dos questionários, com alunos e Engenheiros
Civis que atuam no município de Tubarão e uma análise das respostas obtidas.
O quinto capítulo traz a conclusão, referência bibliográfica e considerações finais.
16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo serão abordados temas relacionados a engenharia simultânea,


compatibilização de projetos, gestão de projetos e a atual situação brasileira, de modo a ter-se
contextualizado os conceitos destacados na pesquisa.

2.1 ECONOMIA BRASILEIRA

A atual situação econômica brasileira faz com que o setor de construção civil
venha passando por um grande momento de transformação. O Brasil enfrenta uma crise
financeira que influencia diretamente a construção civil, que em anos anteriores teve seu
período de ascensão, com o crescimento de empreendimentos.
Afirma Amorim (2015) que a construção civil no Brasil vive uma crise sem
precedentes. Segundo levantamento de MELHORES E MAIORES, sua rentabilidade do setor
caiu de 11,2% em 2013, para 2,3% em 2014.
Para Quintão (2015) no ano de 2015 o setor da construção civil encolheu 8%,
conforme o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-
SP). Para 2016, o Sinduscon-SP estima uma redução de 5% no Produto Interno Bruto (PIB). E
para Cataldo (2016), a construção civil representa em torno de 9% do PIB brasileiro, o que
significa que uma parte da retração se deve à perda de dinamismo do setor.
O Sinduscon-SP anunciou em 2016 que a estimativa de crescimento para o PIB é
de 0,5% para o ano de 2017. Na avaliação do Sinduscon-SP acredita que haverá melhora e a
confiança empresarial ira ajudar nas decisões de investir a partir do segundo semestre de 2017
(BONATELLI, 2016).

2.2 VALOR DE UM PROJETO

Com a atual situação econômica brasileira o setor da construção civil tem de


investir em estratégias para diminuir custos, um bom projeto é de suma importância para
reduzir gastos desnecessários.
Um projeto sempre tem começo, meio e fim. Pois projeto é um conjunto de tarefas,
arranjado numa sequência ou relação definida, que produz um efeito ou saída pré-definida. Para
17

que os projetos tenham sucesso precisa-se antes de tudo uma visão clara sobre sua finalidade e
sobre o resultado final esperado (FACCIONI FILHO et al., 2011).
A falta de planejamento de um empreendimento sem a análise e exclusão dos
problemas que podem ocorrer é extremamente provável que encontre obstáculos no caminho
que interfiram no prazo, custo e preferências do cliente (FERNANDES, DE PIERE, 2016).
Para Balem (2015, p.18) “projeto pode ser definido como uma ação prévia de um
empreendimento, pesquisa ou desenho de modo sistemático e planejado para alcançar um
objetivo”.
Para Wagner (2015) elaborar projeto é contribuir para a solução de problemas e
ainda cita alguns de seus benefícios:

evita surpresas durante a execução;

desenvolve diferenciais competitivos;

antecipa situações desfavoráveis;

facilita as decisões do responsável pela obra;

aumenta o controle gerencial;

reduz o custo de execução;

ajuda a comparar possíveis propostas.

O gráfico 1 mostra a relação de maior investimento na fase de projetos x práticas


convencionais, demonstrando o potencial de redução de custos e de prazos de obra que podem
ser conseguidos se realizado maior investimento na área de projetos.
18

Gráfico 1 – Investimento na fase de projetos x práticas convencionais

Fonte: Melhado (1994 apud BALEM, 2015, p 18).

Afirma Wagner (2015) que a organização de um projeto auxilia a sistematização


do trabalho em etapas a serem cumpridas, identificar deficiências a superar e apontar falhas
durante a execução das atividades previstas. Já que é um processo participativo desde o
começo, pois não se pode fazer soluções sem a participação de todos os envolvidos. E o
projeto é a menor unidade administrativa de qualquer plano ou programa. Destaca ainda que
um bom projeto tem de se comunicar com todas as informações necessárias.
Para IETSUGU (2012) o planejamento exige experiência e conhecimento dos
profissionais que estarão no desenvolvimento do projeto, garantindo assim a sua eficiência da
finalidade concebida e atendendo a demanda social pretendida.

2.3 ENGENHARIA SIMULTÂNEA

2.3.1 Conceito de Engenharia Simultânea

Engenharia simultânea ou projeto simultâneo prega que a integração de todos os


envolvidos é necessária para se chegar a melhor qualidade do produto final. Sob esta ótica,
Fernandes e De Piere (2016), afirmam que a engenharia simultânea tem como proposta
desenvolver os produtos em menor prazo e custos possíveis, com boas qualidades e atendendo
aos requisistos dos clientes.
19

Segundo Balem (2015, p.26) “a Engenharia Simultânea (ES) é vista como um novo
modo organizacional da empresa para explorar, eficientemente, as potencialidades em
ascensão de equipamentos e softwares disponíveis para o desenvolvimento de produtos e
processos” (apud KRUGLIANSKAS, 1993).
A separação entre atividades de projeto e execução, fruto dessa divisão de
especialidades, produziu o conhecido modelo de engenharia “por cima do muro”, ou seja,
depois de prontos, os projetos são entregues ao setor da produção, que deverá executá-los.
Esse método contrasta fortemente com a ideia de inter-relacionamento das partes envolvidas
em um empreendimento, fator necessário para se pensar a qualidade desde o começo do
processo (concepção e desenvolvimento de projeto), um princípio fundamental da engenharia
simultânea (HARTLEY, 1998 apud REZENDE; ANDERY, 2008).
Amorim (2013) afirma que a engenharia simultânea tem como característica principal
a simultaneidade de atividades, assim sendo o projeto todo desenvolvido de maneira
integrada, abrangendo toda as etapas do processo de criação de um produto e garantindo
ganho de produtividade e qualidade se comparado aos métodos sequenciais de produção.
Hartley (1998) diz que a engenharia simultânea pode ser aplicada com benefícios para
qualquer modelo de processo produtivo, não importando o porte da organização ou ramo de
atividade. Essa flexibilidade permite variações nas definições e abordagens da engenharia
simultânea, as quais se adaptam conforme os objetivos, o ambiente produtivo e necessidades
levantadas. A inserção da engenharia simultânea deve alcançar a organização como um todo,
exigindo, também, o rompimento de paradigmas relacionados à estrutura, cultura e gestão
organizacional.
Para Hartley (1998), estas são algumas das principais características da Engenharia
Simultânea:

satisfação do cliente;
equipes multidisciplinares;
desenvolvimento simultâneo;
líder para coordenar todo o processo de desenvolvimento de produto;
padronização dos projetos;
compartilhamento de informações;
ferramentas informatizadas para agilizar os processos;
práticas gerenciais e instrumentos para garantir a qualidade.

Sob o ponto de vista de Rezende e Andery (2008), no caso do setor da construção


civil, a engenharia simultânea apresenta-se como instrumento de grande potencial para
20

promover melhoria de fatores críticos, tais como a baixa qualidade verificada nos produtos e
serviços, a fragmentação do processo de projeto, além de possibilitar a redução de prazos e
custos dos empreendimentos. Para isso, afirma que é necessária a correta adaptação dos
modelos e ferramentas desenvolvidos em outros setores industriais, como o de manufatura e
tecnologia da informação, para as necessidades da indústria da construção.
Para Fabrício (2002), os ciclos de vida dos empreendimentos são bastante longos
e compreendem diversas fases, desde a montagem das operações até o descarte ou reabilitação
das edificações, passando pelas fases de projeto, construção, uso e manutenção. Durante essa
fase estão atuando diversos agentes independentes com diferentes objetivos e papéis junto ao
empreendimento. Essa complexidade temporal traz dificuldades e limitações para o preceito
básico da engenharia simultânea. Apesar disso as etapas iniciais do empreendimento são as
que apresentam mais oportunidades de intervenção e agregação de valores ao
empreendimento.
De acordo com Fabrício (2002), a engenharia simultânea tem como ponto de
partida identificar necessidades dos clientes, seus desejos e atendê-los rapidamente através de
um processo de projeto que garanta agilidade e materialização de novos conceitos de produto.
A superioridade dos resultados, alcançados com o desenvolvimento de produtos
por meio da engenharia simultânea frente ao processo sequencial, pode ser ilustrada
esquematicamente pelo gráfico 2 proposto por Kruglianskas (1995 apud Fabrício, 2002, p.
168) na qual são apresentadas curvas que representam o tempo de desenvolvimento e a área
sobre a curva o custo de projeto ao longo do tempo.
21

Gráfico 2 – Desenvolvimento de um produto comparando Engenharia Sequencial e ES

Fonte: Kruglianskas (1995 apud FABRÍCIO, 2002, p. 168).

Analisando o gráfico 2, pode-se verificar que em relação à engenharia sequencial,


além das decisões um grande número de revisões é necessário e as modificações ocorrem
tardiamente, até mesmo depois do lançamento do produto, já na engenharia simultânea as
decisões concentram-se nos primeiros meses de projeto. Isso reforça a ideia de que a
qualidade deve ser buscada desde as primeiras fases dos empreendimentos e que os projetos
tem um papel crucial nesta busca (FABRICIO, 2002).
Com isso, pode-se concluir que a engenharia simultânea se destaca como uma
nova forma de organizar e gerenciar o processo de concepção e desenvolvimento de novos
produtos e serviços em várias indústrias de ponta. Na essência do processo de engenharia
simultânea está à procura de uma precoce e mais intensa colaboração entre os agentes
envolvidos, diretos e indiretamente, na concepção, produção e uso de um novo produto ou
serviço (FABRÍCIO, 2002).

2.3.2 Integrantes do projeto

Pode-se notar no setor da construção civil dificuldades durante o projeto para


identificar a figura correta para a tomada de decisões independentemente da estratégia a ser
adotada.
22

Segundo Molon e De Piere (2016), o conjunto de todos os envolvidos no projeto,


desde o planejamento, compatibilização e execução são chamados de agentes
compatibilizadores, O conjunto deles são responsáveis pela gestão e controle da
compatibilização do projeto.
Os participantes do projeto podem ser divididos em quatro partes:

 gerente de projetos;
 coordenador de projetos;
 compatibilizador;
 projetista.

Com isso Nascimento (2015), ressalta que a denominação desses participantes de


projetos pode ter respostas diversas de acordo com o órgão ou empresa que se está atuando,
mas suas funções são as mesmas e podem estar envolvidas, sendo alguma delas: orientar
equipes, garantir a qualidade do produto final, negociar os contratos com fornecedores e
prestadores de serviços, supervisionar a execução de obras e zelar pela obediência às normas
que envolvam o projeto.
Nascimento (2015), reforça que apenas o engenheiro civil e arquiteto são
capacitados a exercerem a função de coordenador de projetos e gerente de projetos. Sendo o
engenheiro o mediador que deverá ter uma formação generalista, lidar com as equipes
multidisciplinares e garantir a compatibilização de projetos.
A figura 1 mostra as responsabilidades de um agente compatibilizador frente a um
projeto.
23

Figura 1 - Responsabilidades do agente compatibilizador

Fonte: Nascimento (2015, p.22).

2.3.2.1 Gerente de projetos

O gerente de projetos é a figura que concentra a tomada de decisões estratégicas


no nível mais alto da pirâmide. Devendo possuir características bastante especificas para
conduzir uma equipe de projetos. Considerando que o desenvolvedor dos projetos sejam
pessoas com um grau de independência considerável, parece razoável que o gerente de
projetos conduza a equipe baseado em lideranças que vão da democrática à liberal
(FERREIRA, 2001). E Nascimento (2015) acrescenta que o gerente de projetos é o
profissional que conduz toda a equipe e tem de tomar as maiores decisões estratégicas do mais
alto nível da hierarquia.
Para Pires (2017), é o profissional que tem como objetivo a entrega do serviço
resultante do projeto conforme acordo, satisfazendo o cliente final e equipes.
O perfil exigido hoje no mercado é de um profissional com experiência em sua
área de atuação (desenvolvimento de software, infraestrutura, construção civil), domínio de
técnicas, vivencia em gerenciamento de projetos, processos e ferramentas de gerenciamento,
tendo preferencialmente uma especialização na área de projetos, Master in Business
24

Administration (MBA) e ou uma certificação internacional como Project Manager


Professional (PMP) em português Profissional de Gerenciamento de Projetos.
Em projetos menores ou projetos altamente automatizados o Gerente de Projetos
operacionaliza facilmente estes projetos, porém em situações mais complexas é necessário
dividir a responsabilidade, delegando a um outro membro de equipe, o Coordenador de
Projetos (Pires, 2017).

2.3.2.2 Coordenador de projetos

Sob a ótica de Nascimento (2015), o Coordenador de Projetos é aquele que tem a


função de tomar decisões para dinamizar o projeto, de forma a melhorar o planejamento,
cronograma, melhorar orçamentos, estar no controle da qualidade e descrever o escopo das
atividades, documentando sempre tudo o que ocorre durante o processo.
Já Pires (2017) diz que este é o profissional que comumente atua em dois tipos
diferentes de contexto. Sendo o primeiro o mais frequente, quando este profissional atua na
coordenação de uma área ou frente importante dentro de um projeto. E muito comum nestes
projetos que haja coordenadores responsáveis por alguma parte, como pela fase da
programação de construção em projeto de desenvolvimento de software, pois tal função as
vezes não poderia ser exercida pelo gerente de projeto. Complementa Ferreira (2001) que o
Coordenador de Projetos é a figura que operacionaliza a Gerência. E que a falta de
conhecimento técnico do gerente de projetos muitas vezes justifica a presença deste
profissional.
Este profissional deve se manter imparcial e representar, em primeiro plano, o
empreendedor. E também os objetivos básico que devem nortear seu trabalho são os de
orientar a equipe de projeto, garantir projetos sem incompatibilidades e falhas, garantir a
satisfação do cliente e definir metas e prazos para a equipe (ALGAYER, 2014).

2.3.2.3 Compatibilizador

Na visão de Ferreira (2001) o Compatibilizador é o sujeito que compreende o


raciocínio conceitual e consegue levar a informação dimensional para a discussão. E há quem
acredite que projetar necessariamente é compatibilizar, mas como ocorre com coordenador e
25

gerente de projetos, este ato pode ser divido em uma etapa conceitual e outra dimensional. Se
tratando de um projeto simples, com poucas áreas técnicas, pode-se perceber que
conceituação e dimensionamento físico acontecem quase simultaneamente. Porém, o ato de
conceituação propicia um nível de raciocínio a mente humana a ligar informações inovadoras.
Nascimento (2015) afirma que o compatibilizador é uma função exercida pelo
engenheiro e arquiteto, por terem habilidades técnicas e gerenciais apuradas para lidar com
diferentes assuntos técnicos e fazer com que ideias conceituais se tornem dimensionais e
passíveis de discussão entre o grupo. Mas como ideias são concebidas pelo arquiteto delega-
se a ele a responsabilidade. A fim de buscar uma melhor decisão e com isto poder formar uma
equipe com mais de um profissional dependendo do tamanho da obra.
A figura 2 representa a estruturação de uma equipe de compatibilização de
projetos onde o coordenador diretor é o responsável por dirigir os demais profissionais.

Figura 2 – Estruturação de uma equipe de compatibilização de projetos

Fonte: Melhado (1994, apud Nascimento, 2015, p. 24)

2.3.2.4 Projetista

Para Ferreira (2001) este é a figura que dimensiona de maneira focada. O


projetista estrutural é o responsável pelo dimensionamento da estrutura, tendo que tomar
como referência o dimensionamento do edifício. Surge a necessidade de compatibilizar
através da interferência entre o dimensionamento conceitual da estrutura e da arquitetura. Em
pequenas construções fica evidente a compatibilidade dimensional entre as áreas, mas em uma
edificação complexa é necessário ter algum intermediário.
26

2.4 COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS

2.4.1 Conceito de Compatibilização de Projetos

A compatibilidade é definida como atributo do projeto cujo componentes dos


sistemas ocupam espaços que não conflitam entre si, e que possui confiabilidade e dados
compartilhados até o final da obra (GRAZIANO, 2003 apud MIKALDO e SCHEER, 2008).
Logo compatibilização de projetos é a atividade que torna os projetos compatíveis, que
proporciona soluções integradas entre as diversas áreas que tornam um empreendimento
factível (MIKALDO e SCHEER, 2008).
A significação do conceito de compatibilização são que partes de alguma coisa
devem ocupar o mesmo espaço de maneira harmoniosa. Para a engenharia civil, isto pode ser
exemplificado por meio de informações, desenhos e memórias de cálculos. Tais informações
precisam ser confiáveis e consistentes a fim de que tudo ocorra com transparência até a
entrega da obra durante a utilização e manutenção da edificação (NASCIMENTO, 2015).
Nascimento (2015) ainda ressalta que o objetivo é destacar a importância da
compatibilização e destacar tudo que está ao seu redor envolvido com ela. Observando está
prática pode ser adotada tanto para pequenas e grandes empresas, quanto para pequenas e
grandes obras. Tentar acabar com o estigma de que a reunião de compatibilização de projetos
não dá em nada.
Sob a ótica de Callegari (2007) a compatibilização compõem-se em uma atividade
de gerenciar e integrar projetos afins, conduzindo para a obtenção dos padrões de controle de
qualidade de determinada obra e visando o perfeito ajuste entre os mesmos. Buscando
simplificar a execução, otimização e utilização de materiais, tempo e mão de obra, bem como
as posteriores manutenções e tendo como objetivo minimizar os conflitos entre os projetos
inerentes a determinada obra.
Na visão do mesmo autor Callegari (2007), afirma que a compatibilização
também compreende a ação de detectar falhas relacionadas às inconsistências geométricas e
interferências entre os subsistemas projetuais. É imprescindível para uma produção controlada
a compatibilização, pois é uma atividade constante durante a concepção dos projetos
complementares e mutante para o projeto arquitetônico. Ela nasce a partir do projeto
arquitetônico, não impedindo sua flexibilidade no desenvolvimento compatível com os
demais projetos e serviços. E a falta de compatibilização de projetos pode induzir a erros e a
27

custos adicionais, tendo que tomar decisões durante a execução da obra, botando em risco a
qualidade do produto e a eficácia do processo.
Mesmo hoje em dia ainda é comum ver empresas desenvolvendo projetos sem a
utilização da compatibilização de projetos, como afirma Avilla (2011) mesmo com o avanço
tecnológico e do processo de produção da construção civil ainda é comum a falta de
integração entre os projetos durante a etapa desenvolvimento.
A compatibilização consiste numa atividade necessária para que as diversas
soluções dimensionais, tecnológicas e estéticas sejam compatíveis entre si e no conjunto dos
projetos. Os projetos do produto a executar e a compatibilizar normalmente compreendem
(SILVA, 2004),

 projeto de arquitetura;
 projeto de fundações;
 projeto estrutural;
 projeto de instalações elétricas;
 projeto de instalações hidráulicas e sanitárias;
 projeto de segurança predial;
 projetos de conforto térmico e de climatização;
 projeto de iluminação;
 projeto dos sistemas e redes de telecomunicações;
 projeto de automação predial ou domótica;
 projeto de tratamento acústico;
 projeto de arquitetura de interiores;
 projeto de paisagismo.

Ainda para Silva (2004) a coordenação também realiza compatibilização de


projetos importantes para a racionalização construtiva das edificações, são estes:

 projeto de vedação;
 projeto de fachadas;
 projeto de esquadrias;
 projeto de impermeabilização;
 projeto de revestimentos;
28

 projeto de contrapiso;
 projeto de formas de madeira.

A figura 3 ilustra as fases de uma compatibilização de projetos de uma edificação.

Figura 3 – Compatibilização de projetos de edificações

Fonte: Silva (2004)

A figura 4, segundo GIACOMELLI (2014, apud BALEM, 2015, p.25) demonstra


como determinada empresa faz sua compatibilização de projeto. Cada combinação
(arquitetônico versus estrutural) tem alguns itens específicos a serem verificados que
normalmente são os que mais revelam inconsistência. Então o gerenciador de projetos utiliza
esta sequência como manual para facilitar o processo de sobreposição de desenhos.
29

Figura 4 - Check List de compatibilização de projetos

Fonte: GIACOMELLI (2014, apud BALEM, 2015, p.25)

2.4.2 Benefícios

Na visão de Callegari (2007) a compatibilização de projetos visa a redução das


possíveis falhas que ocorrem na etapa de concepção até a execução da obra arquitetônica.
Visando detectar falhas e interferências físicas e geométricas. As ferramentas de análise como
sobreposição no CAD 2D (plantas, cortes, elevações) propiciam maior eficácia para a
visualização das incompatibilidades.
Ainda segundo Callegari (2007) ainda afirma que o projeto quando acontece em
fase de compatibilização, se mostra dinâmico, conferindo ao mesmo um sentido de processo
continuo, onde as incompatibilidades são identificadas, analisadas e solucionadas. Ainda
nesta fase permite a retroalimentação das etapas, corrigindo e propondo novas soluções com o
aumento da eficiência. Desta maneira, a elaboração de futuros projetos terá uma redução de
incertezas construtivas. A análise das incompatibilidades entre projetos possibilita a melhoria
da qualidade do processo de projetos, através da sua adequação e eficácia, onde importantes
ações corretivas são tomadas para o aperfeiçoamento e a melhoria contínua dos sistemas
projetual e construtiva.
30

De acordo com Melhado (2005) ressalta que na compatibilização, os projetos de


diferentes especialidades são superpostos para verificar as interferências entre eles e os
problemas são evidenciados para que a coordenação possa agir sobre eles e solucioná-los.
Além disso, ele ainda ressalta que a compatibilização funciona como uma malha fina, na qual
possíveis erros possam ser detectados.
Para Avila (2011) a compatibilização se justifica como ferramenta de suma
importância no desenvolvimento do projeto. Com a possibilidade da sobreposição das
informações com o auxílio do CAD 2D, ficando evidente as interferências e possibilitando
propor adequações em tempo hábil, evitando que soluções inadequadas apressadas sejam
tomadas no canteiro de obras.
O mesmo Avila (2011) complementa que com a verificação física, dimensional e
sistêmica dos projetos, são reduzidos substancialmente as falhas e surpresas durante a
execução do empreendimento, aumentando sua construbilidade, sem improvisações ou
interrupções durante a obra.
Horostecki (2014, apud Algayer, 2014, p.51) comenta sobre a relevância da
compatibilização de projetos:

“Compatibilizar projetos requer investimentos que podem
representar de 1% a 1,5% do custo da obra, mas gera diminuição de
despesas que varia de 5% a 10% desse mesmo custo”;
“Além de reduzir o tempo gasto no canteiro de obras, os ganhos são
garantidos pela redução do desperdício e eliminação do retrabalho. A
previsibilidade também garante diminuição do desperdício de
material e conquista de tempo durante as obras”;
“No projeto em análise, verificar, dentre as várias possibilidades
para problema, a que possibilite uma menor interferência com os
demais projetos, diminuindo assim os custos em obra”;
“Após a compatibilização, todos os projetos são detalhados com
uma maior consistência, tornando o orçamento mais próximo do
real”;
“Garantir a fidedignidade ao projeto arquitetônico, não exigindo
alterações durante a obra”;
“Possibilitar a interferência do incorporador nas decisões de cada
projeto, que influenciarão diretamente o custo da obra e, assim, seu
lucro”;
“Controlar os prazos de uma obra de forma mais eficaz”.
31

3 PLATAFORMA BIM

Building Information Modeling (BIM), ou Modelagem da informação da


Construção, segundo Steiner (2016) é o nome dado ao processo de construção que utiliza
informações parametrizadas e geométricas para modelar um projeto em todas suas etapas,
desde a concepção até a manutenção.
Embora recentemente tenha ganhado um destaque maior no cenário brasileiro, o
conceito BIM não é tão novo, sua primeira aparição foi no século passado. O seu conceito foi
definido pioneiramente em 1975 por Chuck Eastman (Steiner, 2016).

Definir elementos de forma interativa... derivando seções, planos isométricos


ou perspectivas de uma mesma descrição de elementos... Qualquer mudança
no arranjo teria que ser feita apenas uma vez para todos os desenhos futuros.
Todos os desenhos derivados da mesma disposição de elementos seriam
automaticamente consistentes... qualquer tipo de análise quantitativa poderia
ser ligada diretamente à descrição... estimativas de custos ou quantidades de
material poderiam ser facilmente geradas... fornecendo um único banco de
dados integrado para análises visuais e quantitativas... verificação de código
de edificações automatizado na prefeitura ou no escritório do arquiteto.
Empreiteiros de grandes projetos podem achar esta representação vantajosa
para a programação e para os pedidos de materiais (EASTMAN, 1975, apud
STEINER, 2016, p.19).

A plataforma BIM pode ser considerada uma transição significativa na prática de


projetos. Enquanto CAD o principal é a automação dos aspectos da produção do desenho
tradicional, o BIM é a mudança de paradigma. Pela automação parcial do detalhamento de
modelos de uma edificação no nível da construção, o BIM redistribui a concentração dos
esforços, dando mais ênfase à fase de concepção de projeto (EASTMAN et al., 2014).
Em 2014 foi publicado o Caderno BIM pela Secretaria de Planejamento do Estado
de Santa Catarina, que serve de base para futuras licitações das obras públicas. É tido como
conceito de Building Information Modeling “uma metodologia de troca e compartilhamento
de informações durante todas as fases do ciclo de vida de uma edificação” e possui como
características, ricas em dados e abrangentes, modelos tridimensionais e semanticamente
ricos” (MARGOTTI et. al.,Caderno BIM/SC, 2014, p.8).
A Figura 5 é demonstra o compartilhamento de informações do ciclo de vida de
uma edificação (projeto, construção, manutenção, demolição e reciclagem).
32

Figura 5 – Ciclo de vida de uma edificação.

Fonte: Manzione (2013, apud Caderno BIM, 2014, p.7)

3.1.1 Interoporabilidade

A interoperabilidade permite que múltiplos especialistas e aplicações contribuam


para o trabalho, representando a necessidade de passar dados entre aplicações, pois uma
aplicação sozinha não pode suportar todas as tarefas associadas ao projeto. É eliminada a
replicação de dados que já foram gerados, do mesmo modo que a arquitetura e construção são
atividades colaborativas, as atividades que apoiam também são (Eastman et al., 2014).
Sua capacidade de trocar informações entre softwares com transparência e
possibilitar com que profissionais de várias áreas possam contribuir com o projeto, torna a
interoperabilidade uma das características fundamentais para a existência do BIM. Para
facilitar o entendimento, foi criada uma linguagem comum onde os softwares possam se
comunicar (STEINER, 2016).
Segundo o site Coordenar Consultoria de Ação “Para que o BIM funcione por
todo o ciclo de vida do edifício é obrigatório o uso do IFC [Industry Foundation Classes].
Sem IFC não existe interoperabilidade e sem ela dependeremos somente de um único
33

fabricante de software” (Manzione, 2016 - BIM: Conheça os 204 softwares BIM, IFC
compatíveis no mundo). Sob a ótica de Steiner (2016), existindo dependência de um software
que não compartilha dados no formato IFC, é o oposto de “interoperabilidade ou aberto”,
denominado de formato de dados “proprietário ou nativo”, é possível que seja usado os
softwares BIM sem a troca de informações, embora sua essência seja o compartilhamento de
informações.
Há três modelos de comunicação em BIM destacados (STEINER, 2016, p.23):

Bespoke ou Sob Medida: Quando todos falam a língua de todos.


Single Platform / Closed BIM ou Plataforma Única / BIM Fechado:
Todos falam em uma única língua.
Common Platform / Open BIM ou Plataforma Comum / BIM Aberto:
Cada um fala a sua língua e se comunicam através de um intérprete.

Figura 6 – Modelos BIM de comunicação.

Fonte: Manzione (adaptação Steiner, 2016).

3.1.2 Níveis de maturidade BIM

Os estágios de maturação BIM possuem requisitos mínimos que caracterizam o


nível e definem as principais metas a serem atingidas pelo profissional, equipe ou empresa
que esteja adotando o BIM (SUCCAR, 2009, apud STEINER, 2016, p. 28).
Assim para o BIM foram definidos três estágio de maturação e um pré-estágio
(SUCCAR, 2009, apud STEINER, 2016, p.29):

 PRÉ-BIM: Sem integração entre projetos (maioria 2D). Projetos


geralmente em papel, sem boa estruturação e com alto risco de erros com
compatibilização de projetos.
34

 ESTÁGIO 1: Modelagem baseada em objetos. Transição do CAD para o


BIM (utilização de informação paramétrica e objetos reais), com
possibilidade de análise e simulação de projeto. As disciplinas são tratadas
singularmente e a documentação majoritariamente é representada por
desenhos 2D em papel.

 ESTÁGIO 2: Modelo baseado em colaboração. Esse estágio envolve o


trabalho de vários colaboradores que trocam informações das duas ou três
disciplinas entre si. São exploradas a quarta e a quinta dimensão (4D e
5D).

 ESTÁGIO 3: Integração baseada em rede. É a passagem da colaboração


para integração em tempo real. Inclui a inteligência de negócios, os
princípios do LEAN construction, as políticas de sustentabilidade e a
análise de operação da edificação durante todo o ciclo de vida. Abrange
múltiplas disciplinas.

3.1.3 Dimensões Modelo BIM

Desde que os conceitos de BIM começaram a fazer parte da indústria de


edificação, houve uma expansão de sua utilização ao longo do ciclo de vida dos edifícios. Sua
concepção pura, seguido pelo projeto de execução, marketing e planificadores da construção
(4D) que foi passado a adotar também esta tecnologia. Os modelos BIM vão além das três
dimensões (CARDOSO, 2013).
35

Figura 7 – Diferentes dimensões do BIM.

Fonte: Cardoso (2013)

As 7 dimensões do BIM são caracterizadas por Hamed (2015, p.1):

 MODO COLABORATIVO (3D-BIM): gira em torno de um modelo de


dados integrados a partir do qual as várias partes interessadas, tais como
arquitetos, engenheiros, construtores, fabricantes e proprietários de projeto
podem extrair e gerar pontos de vista e informações de acordo com suas
necessidades. Visualizações tridimensionais permite aos participantes ver
em tempo real as modificações feitas em uma parte do projeto.
 AGENDAMENTO (4D-BIM): é usado para atividades relacionadas com
planejamento local de construção. A quarta dimensão do BIM permite que
os participantes para extrair e visualizar o progresso de suas atividades por
meio do ciclo de vida do projeto. A utilização da tecnologia 4D-BIM pode
resultar em melhor controle sobre a detecção de conflitos ou sobre a
complexidade das mudanças que ocorrem durante o curso de um projeto
de construção. 4D BIM fornece métodos para gerenciar e visualizar
informações de status da construção, alterar impactos, bem como apoiar a
comunicação em várias situações, como informar a equipe de
construção ou advertência sobre os riscos.
 ESTIMANDO (5D-BIM): é usado para a composição de orçamento e
análise de custo atividades relacionadas. A quinta dimensão de BIM
associado com 3D e 4D (Tempo) permite aos participantes visualizar o
andamento de suas atividades e os custos relacionados com o tempo. A
utilização da tecnologia 5D-BIM pode resultar em uma maior precisão e
previsibilidade de orçamentos, mudanças de escopo do projeto e os
36

materiais, equipamentos ou mudanças de mão de obra. 5D BIM fornece


métodos para extrair e analisar os custos, avaliação de cenários e impactos
das mudanças.
 SUSTENTABILIDADE (6D-BIM): ajuda a realizar análises de energia
consumo. A utilização da tecnologia 6D-BIM pode resultar em estimativas
de energia mais completas e precisas no início do processo de projeto.
Também, permite a medição e verificação durante a construção e melhores
processos de escolha de instalações de alto desempenho. É nesta etapa que
podemos associar o BIM com o Green Building, chamado por alguns
autores de Green BIM. Dessa forma, é fácil ver que os dois conceitos
conversam entre sim.
 MANUTENÇÃO (7D-SIM): utilizado pelos gestores na operação e
manutenção das instalações durante todo o seu ciclo de vida. A sétima
dimensão do BIM permite que os participantes para extrair e rastrear dados
de ativos relevantes, tais como status do componente, especificações,
manutenção / manuais de operação, datas de garantia etc. A utilização da
tecnologia 7D-BIM pode resultar em mais fácil e rápida substituição de
peças, cumprindo e otimizado uma gestão racionalizada ciclo de vida de
ativos ao longo do tempo. 7D BIM proporciona processos para o
gerenciamento de subcontratante / fornecedor, facilitando a manutenção
durante todo o ciclo de vida da construção. Nesta etapa, ainda não muito
usada no Brasil, é que se enquadra nova norma de desempenho para
edificações, a NBR 15575.

3.1.4 Níveis de Desenvolvimento

Level of Development (LOD), que em português significa Nível de


Desenvolvimento (ND), foi criado para facilitar o entendimento do nível de BIM exigido em
um modelo. A organização BIMForum, dos Estados Unidos, define Nível de
Desenvolvimento como “uma referência que permite aos profissionais da indústria da AEC
especificar e articular com elevado nível de clareza o conteúdo e a fiabilidade das
informações dos modelos em vários estágios de projeto e processos de construção” (Level of
Development Specification – Draft for public comment, 2016, apud STEINER, 2016, p.36).
O Caderno BIM, que servirá como documento base para elaborar e contratar
projetos desenvolvidos com BIM, definiu os níveis desenvolvimento como:
ND 0 – Concepção do produto: Não há possibilidade de estabelecer a
necessidade do programa e verificar sua viabilidade, portanto, elabora-se um esboço a fim de
contribuir com a análise de viabilidade.
Escopo de Atividades:
1. Levantamento de informações;

2. Identificação das necessidades;


37

3. Vistoria no local proposto;

4. Reunião preliminar para levantamento das diretrizes de projeto e análise


das interferências; e

5. Esboço.

ND 100 – Estudo Preliminar: Inclui elementos do projeto, podendo ser


representados graficamente com um símbolo ou outra representação genérica.
Escopo de Atividades:
1. Vistoria no local definido para a obra;

2. Definição de cronograma de projetos;

3. Reunião preliminar para apresentação das diretrizes e apresentação do


programa de necessidades elaborado pela contratante e também proposta
de solução de interferências;

4. Estudo preliminar;

5. Reunião para apresentação volumétrica do estudo preliminar; e


6. Modelos BIM do estudo preliminar.

ND 200 – Anteprojeto: Conversão de elementos conceituais em objetos


genéricos com dimensões básicas. Desenvolvimento do arquitetônico e dos demais elementos
do empreendimento, definindo e consolidando informações, possibilitando a elaboração dos
projetos legais.
Escopo de Atividades:
1. Anteprojeto Arquitetônico básico;

2. Reunião de aprovação do anteprojeto, com assinatura de ata de


aprovação;

3. Anteprojeto Estrutural com base no Anteprojeto Arquitetônico;

4. Climatização com base nos Anteprojetos Arquitetônico e Estrutural;

5. Instalações hidráulicas, elétricas e sistemas com base nos Anteprojeto


Arquitetônico e Estrutural; e
6. Compatibilização de Anteprojetos: Arquitetônico x Estrutural x
Climatização x Instalações.
38

ND 300 - Projeto Legal: Elementos de modelos graficamente representados,


como um conjunto em termos de tamanho, quantidade, forma, localização e orientação.
Escopo de Atividades:
1. Aprovação e acompanhamento de Projetos Legais;

2. Reunião de aprovação de Projetos Legais;

3. Projeto Estrutural com base no Arquitetônico;

4. Climatização com base nos Anteprojetos Arquitetônico e Estrutural;

5. Instalações hidráulicas, elétricas e sistemas com base nos Anteprojeto


Arquitetônico e Estrutural;
6. Compatibilização de Anteprojetos: Arquitetônico x Estrutural x
Climatização x Instalações;
7. Solicitar por ofício, para a contratante, a Licença Ambiental Prévia
(LAP), quando necessário; e
8. Solicitar por ofício a supressão de vegetação, quando necessário.

ND 350 – Identificação e Solução de Interfaces – Projeto Básico (PB): Os


elementos genéricos são transformados para os elementos finais, com visão da construção e
da identificação das interfaces entre as especialidades.
Escopo de Atividades:
1. Projetos Básicos Arquitetônicos;

2. Projetos Básicos de todas as disciplinas complementares;

3. Compatibilização total de todas as disciplinas;

4. Aprovação formal dos Projetos Básicos, com termo expedido pela


contratante; e

5. Memoriais Descritivos e de Cálculos.


ND 400 – Projeto de Detalhamento de Especialidades – Projeto Executivo
(PE): Contempla o desenvolvimento final e o detalhamento de todos os elementos do
empreendimento. O resultado deve ser um conjunto de informações técnicas claras e objetivas
sobre todos os elementos, sistemas e componentes do empreendimento.
Escopo de Atividades:
1. Modelos BIM finais;
39

2. Desenhos;

3. Quadros;

4. Animação e renderização gerados a partir do modelo;

5. Orçamento;
6. Composição de Custos baseado no planejamento de execução da obra;
7. Cronograma físico-financeiro;
8. Planejamento preliminar de execução da obra;
9. Caderno de Encargos;
10. Descrição de todos os itens no memorial descritivo, na planilha
orçamentária, na modelagem, bem como das técnicas aplicadas; e
11. Reunião de aprovação final do projeto.

ND 500 – Obra Concluída: Tem-se fim da gestão de fases de obra. Geração do


projeto de “As Built” e manuais.

Todos os níveis de desenvolvimento aqui citados estão no Caderno BIM do


Estado de Santa Catarina, publicado em 2014.

3.1.5 Benefícios do BIM

Com o aperfeiçoamento das tecnologias, surgem cada vez mais softwares para dar
suporte a indústria da Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC). Os softwares BIM trazem
inúmeros benefícios ao profissionais da área. Os benefícios são separados por Chuck Eastman
et. al. em quatro partes: a pré-construção para o proprietário, benefícios no projeto, benefícios
à construção e à fabricação e benefícios pós-construção (EASTMAN, Manual de BIM 2014,
p.16).
Steiner (2016, p.25), listou algumas das vantagens que o BIM oferece, seus
principais usos e benefícios no ciclo da vida de uma edificação.
 Facilidade em modelar: Ficou mais fácil desenhar com a ajuda dos
softwares BIM, pois neles existem famílias específicas de cada elemento.
Ou seja, o elemento já está pronto, você apenas deve atribuir as
40

características que deseja para cada um deles. É possível também criar


novas famílias. Além da existência de elementos específicos de projeto, os
softwares BIM geram cortes e vistas automáticos facilitando o serviço do
desenhista e reduzindo o tempo de trabalho.
 Atribuição de informação ao elemento: selecionar por exemplo uma
parede, você pode atribuir informações a ela. Sendo assim, você define
quantas e quais camadas essa parede vai possuir, você determina que tipo
de material, a espessura e o valor da mesma. Essas características estarão
vinculadas com aquele elemento, e, portanto, estarão relacionadas em
tabelas de quantitativos e estimativas de obra.
 Identificação de conflitos: Alguns softwares checam conflitos durante o
processo de modelagem dos elementos, mas existem também programas
específicos para checagem de conflitos existentes. Esses conflitos são
detectados ainda em fase de projeto com o uso das ferramentas BIM,
otimizando o serviço, reduzindo o retrabalho no canteiro de obras, o custos
e possíveis problemas de disputas judicias devido a erros ou mudanças na
execução do projeto.
 Cronograma de obra: A variável tempo é acrescida ao modelo 3D, ou
seja, as fases de execução da obra são definidas em projeto e é possível
acompanhar se cada etapa está sendo feita no tempo previsto. O
planejamento da obra é facilitado com o uso das ferramentas de simulação.
 Redução de alterações de projeto no canteiro de obra: Com o uso da
ferramenta BIM, a construção do projeto é feita virtualmente por
completo, o que possibilita a visualização do projeto e das etapas de
construção. Isso faz com que decisões ou alterações importantes sejam
tomadas ainda em fase de projeto, reduzindo o tempo de execução da obra
e aumentando a qualidade e desempenho da construção.
 Melhor controle e previsão do custo da obra: Tabelas de quantitativos
são geradas a partir das informações embutidas no modelo em qualquer
etapa do projeto, facilitando a previsão do custo total ou parcial da obra.
Nas fases iniciais, as estimativas de custo são baseadas nos valores
unitários por metro quadrado e com o avanço do projeto, os quantitativos
ficam mais detalhados e precisos (BIM Handbook, p.18).
 Análise energética da edificação: É possível analisar a eficiência
energética da edificação com a utilização de alguns softwares BIM ainda
em fase de projeto. É possível ainda fazer uma avaliação LEED para saber
se o modelo atende ou não as especificações da certificação.
 Planejamento do Canteiro de Obras: Alguns programas BIM
possibilitam fazer uma representação gráfica da disposição do canteiro de
obras, sendo diretamente ligado com o cronograma da obra. Ou seja, é
possível visualizar e decidir qual a melhor disposição para os elementos
permanentes e provisórios assim como, a melhor maneira de utilizar os
espaços existentes em um canteiro de obra através de uma simulação
virtual.
 Alteração automática: Se houver alguma alteração nas características de
algum objeto que seja controlado por regras paramétricas, o mesmo será
automaticamente alterado em todos os locais que ele estiver presente no
modelo. Por exemplo, se o tamanho de uma janela for alterado, todas as
41

janelas presentes no modelo, que possuíam as mesmas características da


que foi mudada, serão automaticamente alteradas. Se o preço unitário de
um material for alterado, a valor total será alterado automaticamente. Se a
quantidade desse material for aumentada na obra, consequentemente o
valor total desse material será também alterado automaticamente.
 Colaboração entre múltiplas disciplinas de projeto: Facilita o trabalho
simultâneo de vários profissionais que modelam diferentes disciplinas.
Isso faz com que o tempo e as omissões no projeto sejam menores,
tornando-se menos custoso (BIM Handbook, p. 17).

3.1.6 Normas em vigor

Atualmente no Brasil temos duas normas sobre o BIM em vigor, a NBR 15965
que é a primeira norma brasileira que trata do Sistema de Classificação da Informação da
Construção, sendo que algumas partes dela constam em vigor. E a NBR ISO 12006 que é
internacional.

Figura 8 – Partes em vigor da NBR 15965.

Fonte: STEINER (2016)

Alguns trechos da NBR 15965 já foram publicados e estão disponíveis no ABNT


Catálogos. As publicações das normas relacionadas a Modelagem da Informação da
Construção seguem os padrões normais ABNT, em papel. Porém, viu-se a necessidade de
pensar em um modo diferente de publicação devido ao fato que tudo relacionado com o BIM
é digital e que a NBR 15965 tem como premissa ser entendida e utilizável não apenas por
42

pessoas, mas também por softwares (Catelani, informação verbal – BIM International
Conference – BIC 2016, São Paulo, Set. 2016 apud STEINER, 2016, p.44).

3.1.7 O BIM em Santa Catarina

A iniciativa de exigir o BIM em obras públicas é muito importante, pois de acordo


o Professor Dr. Eduardo Toledo da USP, ao ver resultados positivos, o mercado e as
indústrias AEC sentem-se motivadas a iniciar o processo de implementação. (Prof. Dr.
Eduardo Toledo, Seminário Regional Construindo BIM: desafios e perspectivas para
implantação no Brasil, 2014 apud STEINER, 2016, p.48).
Em 2014 o Estado de Santa Catarina publicou o Caderno BIM, “documento base e
que contém os procedimentos para desenvolvimento de projetos com o BIM... e será um dos
anexos de futuros editais para contratação de projetos” (Caderno BIM, 2014). Santa Catarina
foi o primeiro Estado a exigir que suas obras públicas seja utilizado o BIM (Seminário BIM,
obras públicas, Da Silva, 2016). A partir de 2019 será obrigatório o uso do BIM em licitações
(Informação verbal, Seminário BIM em março de 2014).
A implementação da Modelagem da Informação da Construção no Estado de
Santa Catarina apesar de avançada em alguns pontos segue com outros que precisam ser
analisados para a obtenção e uma melhor qualidade no projeto, como a compatibilização das
Leis ligadas à construção do Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária, Prefeitura, entre
outras (STEINER, 2016).
43

4 ANÁLISE DA PESQUISA - QUESTIONÁRIO

O objetivo deste trabalho é de verificar como está a implementação da plataforma


BIM com os alunos do curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina –
UNISUL e com profissionais engenheiros e arquitetos do Município de Tubarão/SC. Para
isso, elaborou-se um questionário online no Google Forms a fim de analisar, por meio das
respostas dos participantes como está o processo.
Este tipo de pesquisa já foi feito no Estado de Santa Catarina em empresas da
indústria AEC, serviram para possuir um indicativo sobre qual estágio está a implementação
no estado. Estudos recentes como o de Steiner, L. (2016), mostram o grau de conhecimento
em que as empresas possuem sobre a plataforma BIM.
Foram elaborados dois questionários, sendo um para os alunos de Engenharia
Civil da UNISUL e outro para os profissionais engenheiros e arquitetos. Com isso, a análise
será dividida em tópicos.

4.1 QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AOS ALUNOS

Os questionários foram encaminhados via e-mails para 750 alunos atuantes do


primeiro ao décimo semestre do curso de Engenharia Civil da UNISUL, obtendo um resultado
baixo, com apenas 120 respostas. Vale ressaltar que a pesquisa não dividiu os semestres, não
demonstrando então qual o conhecimento real de cada semestre sobre o tema abordado, e sim
vendo o conhecimento do curso como um todo.
A primeira pergunta abordada foi sobre o conhecimento sobre a plataforma BIM,
as respostas se dividiram em dois grupos: os que conhecem a plataforma BIM e os que não a
conhecem. Conforme a figura 9,percebe-se que 60% (72) dos alunos participantes do primeiro
ao décimo semestre não possuem conhecimento sobre a plataforma BIM, já 40% (48) a
conhecem, um índice bom, pois quase metade dos alunos participantes conhecem a
plataforma, o que demonstra o crescimento da plataforma e a busca dos alunos por
conhecimento.
44

Figura 9 – Questionário Alunos – Você conhece a plataforma BIM?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Como mencionado anteriormente, as respostas dividiram em dois grupos, com


isso, houve uma redução no número de participantes para a segunda e terceira pergunta.
Buscando ter uma melhor compreensão sobre como foi obtido o conhecimento
sobre a plataforma BIM, a segunda pergunta teve como finalidade obter essa resposta.
Obteve-se 54 respostas, sendo 3 delas que não conhecia, então foram descartadas, restando 51
respostas.
Por ser uma pergunta discursiva, foram obtidos diversos tipos de respostas, para
facilitar o entendimento, as respostas foram divididas em: universidade, internet,
feiras/seminários, cursos, revistas/artigos, mercado de trabalho, estágio e pela pesquisa. Foi
elaborado um gráfico no Microsoft Excel para uma melhor análise.
Pode-se observar no gráfico 3 que a universidade (18) e a internet (11) são os
meios que mais informaram os alunos sobre a plataforma BIM. Mas podemos observar que há
um certo interesse dos alunos para o seu crescimento, sendo que alguns buscaram cursos,
seminários e até mesmo pelo mercado de trabalho. Outros obtiveram o conhecimento da
plataforma por meio de um breve resumo feito pela pesquisa (6).
45

Gráfico 3 – Questionário Alunos – Como você conheceu?

Como você o conheceu?


20

18

16 Universidade
14 Internet
Feiras/seminários
12
Cursos
10
Revistas/Artigos
8
Mercado de Trabalho
6 Estágio

4 Pela pesquisa

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Aprofundando um pouco mais, a quarta questão procurou conhecer sobre quais


softwares BIM já ouviram falar. Esta questão obteve 58 alunos participantes, destes, 6
responderam que não conhecem, com isso foram retirados, restando 52 respostas. Observando
o gráfico 4 foi de grande surpresa a quantidade de softwares conhecidos pelos alunos, mas
como já era esperado o software mais conhecido entre eles vem sendo o Revit (35), em
seguida o AutoCAD (21) e Sketchup (6). Por haver mais cursos participantes, e uma maior
divulgação o Revit tem uma maior popularidade entre os alunos, muitos acreditam que Revit é
o BIM. Porém a pergunta demonstrou o conhecimento de outros softwares como, Archicad,
MS Project, QiBuilder, Infraworks, Civil 3D entre outros. Desde o planejamento,
arquitetônico, até o estrutural.
46

Gráfico 4 – Questionário Alunos – Quais softwares você já ouviu falar?

Quais softwares você já ouviu falar?


40
Revit
35 AutoCAD
Ms Project
30
ArchiCad
25 Vectorworks
SolidWorks
20
Sketchup
15 QiBuilder
Civil 3D
10
Infraworks
5 Multicalc
BricsCAD
0

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

A pergunta seguinte foi feita com o objetivo de identificar o número de alunos que
já utilizam a plataforma BIM. Nesta questão teve-se 119 alunos participantes, como é
demonstrado na figura 10, a sua grande maioria diz não utilizar nenhum software BIM (100)
enquanto (16) utilizam algum software. Este resultado já era esperado, pois o questionário foi
aplicado com alunos do primeiro ao décimo semestre, sendo grande maioria os alunos
iniciantes, tem-se um número maior de participantes que não utiliza.
47

Figura 10 – Questionário Alunos – Você utiliza algum software BIM?.

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Com o intuito de demonstrar e incentivar a criação de novos cursos sobre a


plataforma BIM na universidade, foi elaborada a seguinte questão (Figura 11): Você tem
interesse em aprender e conhecer mais sobre BIM? O resultado foi surpreendente, com 120
alunos a participantes nesta questão, o interesse foi quase unânime, 117 alunos têm interesse
em aprender e conhecer mais sobre o tema, e apenas 3 não possuem interesse. Analisando esta
resposta, pode-se observar que o desejo de aprimorar e se preparar para o mercado de trabalho
futuro já vêm desde as fases iniciais do curso.
48

Figura 11– Questionário Alunos – Você tem interesse em aprender e conhecer mais sobre
BIM?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Para entender melhor sobre os motivos dos alunos de conhecer o BIM, perguntou-
se por quais motivos gostariam de aprender mais. Para isso foi desenvolvida uma pergunta
com múltiplas escolhas, em que o participante poderia escolher mais de uma opção e ainda
dizer com suas palavras algum outro motivo que o teria interessado sobre a plataforma.
As opções disponibilizadas pelo autor foram:
1. Melhorias na qualidade no projeto
2. Diminuição de erros por meio de compatibilização
3. Demanda de mercado
4. Outros
49

Figura 12 – Por quais motivos você gostaria de aprender mais?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

A figura 12 mostra as opções escolhidas. Com 114 participantes, a opção mais


selecionada foi “melhorias na qualidade do projeto”, seguida da opção “diminuição de erros
por meio de compatibilização”. Já se imaginava que essas seriam as opções mais
selecionadas, pois se percebe hoje em dia a necessidade de aprimorar os projetos na fase de
planejamento para reduzir erros em obras, o retrabalho é menor, evitando gastar dinheiro e
tempo com decisões que seriam tomadas no canteiro de obra. Em terceiro lugar ficou a opção
“demanda do mercado”, que demonstra a preparação que os alunos estão tendo para quando
saírem da universidade.
Querendo conhecer mais dos alunos que utilizam a plataforma BIM, foi
perguntado qual software BIM utilizam ou já utilizaram. Com apenas 38 participantes, sendo
que 16 responderam que nunca utilizaram, restaram apenas 22 respostas para analisar. O
gráfico 5 demonstra os softwares utilizados pelos alunos restantes, alguns responderam que
utilizam mais de um software. O mais utilizado e mais popular entre os alunos é o Revit (17),
como visto no gráfico 4, seguido Civil 3D (2) e QiBuilder (2).
50

Gráfico 5 – Questionário Alunos – Qual software BIM você utiliza ou já utilizou?

Qual software BIM você utiliza ou já


utilizou?
18

16

14

12 Revit
AutoCAD
10
Civil 3D
8
Infraworks
6 QiBuilder

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

O governo do Estado de Santa Catarina em 13 de março de 2014 fêz o primeiro


seminário BIM, onde em um pronunciamento verbal foi dito que a partir de 2019 as licitações
deverão prever os projetos compatibilizados. Com isso surgiu a seguinte pergunta para saber
se os alunos estão cientes da exigência.
Com 119 respostas a figura 13 demonstrou que poucos alunos estão cientes da
ação do governo, apenas 27 sabem disso, enquanto 92 nem tinham ideia. Para futuros
profissionais engenheiros e arquitetos são de grande importância conhecer as ações do
governo em relação a esta área, pois para seguir futuramente as licitações vão ser necessários
o aprimoramento do profissional.
51

Figura 13 – Está ciente de que a partir de 2019 as obras públicas do Estado de Santa Catarina
terão de ter os projetos compatibilizados?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Existem duas normas em vigor atualmente no Brasil a NBR 15965 que trata dos
sistemas de informação e a NBR ISSO 12006 que é uma norma internacional. Foi elaborada
uma questão buscando saber se os alunos tinham conhecimento sobre essa norma, foram
obtidas 119 respostas. Como demonstrado na figura 14, a grande maioria (106) não tem
conhecimento de nenhuma delas, sendo que 6 conhecem a NBR 15965, apenas 1 conhece a
NBR ISSO 12006 e somente 6 conhecem ambas NBR. Um resultado esperado, já que a
apenas alguns anos a plataforma vem ganhando espaço no cenário brasileiro, então se é pouco
discutido sobre as NBR e nada comentado na universidade.
52

Figura 14 – Você tem conhecimentos das Normas Brasileiras sobre o BIM? (NBR 15965 e a
NBR ISSO 12006)?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

4.2 QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AOS PROFISSIONAIS

Os questionários foram encaminhados via e-mails para professores da UNISUL


atuantes na área e para associados da Associação Regional de Engenheiros e Arquitetos de
Tubarão (AREA-TB). Tiveram-se como participantes 31 profissionais, um número pequeno
para a quantidade de profissionais do município, mas demonstrando a compreensão do tema
abordado para estes.
A primeira pergunta (figura 15) iniciou-se buscando saber se conheciam a
plataforma BIM, com isto gerou uma divisão de dois grupos, os que conhecem a plataforma e
os que não a conhecem. Com isto 18 responderam que conhecem a plataforma e 13
desconhecem. Comparando ao número de respostas, foi um número elevado de profissionais
que não conhecem, já que há um crescimento de abordagem sobre o tema nos últimos anos.
53

Figura 15 – Você conhece o BIM?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Sentiu-se a necessidade de saber como foi o primeiro contato dos participantes


com o BIM, e por isso, perguntou-se como cada uma delas conheceu a plataforma. A questão
era aberta, portanto, foram obtidas respostas variadas. Nesta questão o número de
participantes caiu para 18 e para simplificar o entendimento foi utilizado sinônimos como:
 Faculdade = cursos de capacitação, mestrado e pós-graduação
 Publicações = revistas, noticiários e artigos
54

Gráfico 6 – Como você conheceu?

Como você conheceu?


7

5 Internet
Mercado de Trabalho
4
Faculdade
Publicações
3
Palestras
2 AREA-TB

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

O gráfico 6 demonstra o número de vezes que vezes que os códigos foram citados
durante a pesquisa e demonstra que a maioria dos participantes conheceu o BIM por meio da
faculdade(6) (pós-graduação, mestrado e cursos de capacitação). Em Santa Catarina o BIM
também ficou conhecido pela participação dos profissionais no Primeiro Seminário Estadual
de BIM, organizado pelo Governo do Estado em 13 de março de 2014. Um dos participantes
demonstrou conhecimento sobre o que está acontecendo no Estado de Santa Catarina em
relação ao BIM e como ele teve seu contato com a plataforma “através de artigos, e norma do
Governo Estadual que determina a implantação da plataforma BIM para obras públicas.”
(P13). Outros conheceram por publicações (4), tanto artigos, revistas e noticiários. Alguns
pela Internet (3), por palestras (2), pela Associação Regional de Engenheiros e Arquitetos de
Tubarão – AREA-TB (1) e até mesmo pelo questionário (1).
O questionário novamente se dividiu em dois grupos: os que utilizam a plataforma
BIM e os que não a utilizam. Pela resposta anterior o resultado já era esperado, sendo que dos
31 participantes 26 não utilizam, quase a totalidade dos participantes e apenas 5 utilizam a
plataforma BIM conforme demonstrado na figura 16.
55

Figura 16 – Você utiliza a plataforma BIM?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

A partir deste momento, a análise será dividida em dois grupos:


 4.2.1 –Grupo 1 - utiliza o BIM
 4.2.2 – Grupo 2 - não utiliza o BIM

4.2.1 Utiliza o BIM

A pesquisa possibilitou parcialmente demonstrar que apenas poucas pessoas


utilizam o BIM de alguma maneira, e com isso foram direcionadas algumas perguntas a esse
grupo com o objetivo de entender como se deu a implementação da plataforma.
É possível observar na figura 17 o resultado da primeira pergunta, que se refere ao
ano em que começou a utilizar a plataforma BIM. No Estado de Santa Catarina houve uma
disseminação maior a partir do Primeiro Seminário Estadual do BIM. Portanto, foi
surpreendente ver que uma das respostas foi que se deu início no processo de implementação
da plataforma em 2013. A partir do Primeiro Seminário em 2014 houve um aumento no
número de participantes que começaram a utilizar, nos anos de 2015 (2), 2016 (1) e 2017 (1).
56

Figura 17 – Quando começou a utilizar o BIM?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

O Primeiro Seminário Estadual de BIM divulgou que iria iniciar o processo de


implementação da plataforma BIM a partir de 2019 (Informação Verbal) e que a exigiria em
suas licitações. Essa informação mobilizou as empresas e profissionais que exercem obras
públicas. Com o intuito de saber sobre o conhecimento dos profissionais participantes sobre
este assunto, foi perguntado se eles tinham conhecimento dessa ação do Governo e o que
pensavam a respeito (figura 18). Com apenas 3 participantes, foi possível observar que eles
não tinham conhecimento sobre a ação do Governo, sendo 2 respostas não (não tinha
conhecimento do assunto) e 1 resposta vagamente (ouviu falar em parte), observa-se a
necessidade dos profissionais se aprofundarem um pouco mais sobre este tema e conhecerem
mais sobre as iniciativas do Governo do Estado de Santa Catarina.
57

Figura 18 – Você tem conhecimento das ações do Governo de Santa Catarina e do Caderno
BIM? [...]

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

A seguinte pergunta (figura 19) tal como a pergunta anterior buscou saber sobre
como os profissionais participantes estão lidando com as novas exigências do Governo. A
resposta foi unânime, dos 4 participantes, todos responderam que não fizeram a implantação
para atender as exigências do Governo. Mesmo com os benefícios que o BIM traz para os
profissionais e clientes, nota-se que ainda hoje existe muita resistência em inovar e investir
em novas tecnologias, principalmente quando se demora para ter retorno.

Figura 19 – Você fez a implantação para atender as “novas exigências” do Governo?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)


58

Com isso perguntou-se aos participantes se houve muita resistência para iniciar o
processo de adoção do BIM. Nota-se que dos 5 participantes que utilizam o BIM 3 deles
tiveram dificuldades para trocar de modelo, enquanto outros 2 tiveram um processo mais
tranquilo.

Figura 20 – Houve muita resistência para trocar do modelo tradicional CAD para o BIM?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Para compreender a adoção do BIM pelos profissionais, perguntou-se quais foram


os motivos que os levaram a tomar a decisão de investir nesta tecnologia. Para isso, foi
desenvolvida uma questão de múltipla escolha, onde os participantes poderiam escolher mais
de uma afirmação e acrescentar com suas palavras algum outro motivo. Segue as opções que
foram disponibilizadas:
1. Melhorar qualidade do projeto
2. Diminuir erros através de compatibilização
3. Demanda do mercado
4. Sugestão do cliente
5. Tem o hábito de investir em inovação/novas tecnologias
6. Outros

Como é demonstrada na figura 21, a maioria dos participantes selecionou mais de


uma afirmação. As mas escolhidas foram “melhoria na qualidade do projeto” e “diminuir
erros através de compatibilização” ambas com 4 respostas. Com isso pode-se ver que a
59

preocupação na etapa de planejamento, fase de projeto, está cada vez maior, pois um projeto
bem elaborado, compatibilizado, com quantitativos e cronogramas, diminuem muito o
retrabalho, evita-se gastos desnecessários e tempo com decisões a serem tomadas no canteiro
de obra. Logo em seguida vem as alternativas “demanda do mercado” (2) e “tem o hábito de
investir em inovação/novas tecnologias” (1), demonstrando uma preocupação em acompanhar
a evolução do mercado e o investimento em novas tecnologias que vem surgindo.

Figura 21- Por quais motivos você implantou o BIM?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

A pergunta seguinte (figura 22) foi dividida em duas etapas:


1. O uso da plataforma BIM para fazer os projetos é total ou parcial com auxílio
de outros programas CAD?
2. Quais são esses outros softwares?

Na primeira parte, dos 5 participantes apenas 1 faz o uso total do BIM, os outros
4 fazem uso parcial dele. Já na segunda parte, responderam que estão utilizando para auxiliar
softwares como QiBuilder, AutoCAD e Promob.
60

Figura 22 – O uso da plataforma BIM para fazer os projetos é total ou parcial [...]?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Foi elaborada a seguinte pergunta (figura 23) buscando conhecer quais os


principais softwares utilizados pelos participantes. Os mais utilizados entre eles foram o Revit
e o QiBuilder, logo depois o CypeCAD e o Microstation.

Figura 23 – Quais são os principais softwares BIM que você utiliza?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Com isso buscou conhecer quais tipos de projetos os profissionais participantes


executam, foram disponibilizadas 3 opções (figura 24): “público”, “privado” e “público e
privado”. Observou-se que a maioria (3) desenvolvem projetos públicos e privados, sendo
assim devendo ficar de olho nas ações do Governo do Estado e se adequando as suas novas
exigências, enquanto o restante (2) desenvolvem projetos privados.
61

Figura 24 – Você desenvolve que tipos de projetos?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Podem ser desenvolvidos todos os tipos de projetos com a plataforma BIM, mas
nem todas as disciplinas possuem softwares que contemplam totalmente a necessidade dos
projetistas. Com isso foi elaborou-se a seguinte pergunta (figura 25) com o propósito de
conhecer quais tipos de projeto os participantes desenvolvem. Analisando as respostas,
observa-se que um deles desenvolve mais de um tipo de disciplina. A mais desenvolvida é o
arquitetônico (3), o estrutural (1) e outros (2).

Figura 25 – Quais disciplinas você projeta com a plataforma BIM?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)


62

Geralmente a implementação do BIM se dá por meio de cursos. Mesmo sabendo


disso, a pergunta seguinte (figura 26) teve como objetivo conhecer de que maneira se deu a
implantação do BIM. Foi obtido 3 respostas pelos participantes, afirmando que a implantação
se deu por “curso e utilização do software”, “grupos de estudos, aproximadamente 6 meses” e
“módulo de pós-graduação, depois, estudando sozinha”. Pode-se notar que o interesse em
conhecer a plataforma levou a 2 dos profissionais aprenderem sem cursos, apenas tendo uma
breve apresentação e despertando seus interesses e buscando meios de ter uma melhor
compreensão.

Figura 26 – De que maneira se deu a implantação da plataforma BIM? [...]

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Perguntou-se aos participantes se os mesmo fazem o uso completo ou apenas em


alguns processos (figura 27). O BIM pode ser utilizado em todo ciclo da edificação, desde
modelar, compatibilizar, planejar, quantificar até o acompanhamento da obra, mas isto não é
instantâneo, leva tempo e necessita de muito conhecimento para utilizá-lo. Dos 5 participantes
que utilizam o BIM, 3 deles responderam, tendo como respostas, “Não. Nos projetos”, “Sim”
e “a princípio para projetar e quantificar”. Demonstrando as respostas vão desde o que utiliza
apenas nos projetos, até o que utiliza em toda etapa, sendo um deles tem a possibilidade de
aumentar o número de processos que utiliza.
63

Figura 27 – Utiliza o BIM em todos os processos? [...]

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

A figura 28 teve como objetivo demonstrar os benefícios que a implantação do


BIM trouxe para os profissionais participantes. Obtendo 4 respostas, observou-se que utilizar
a plataforma BIM traz diversos benefícios para quem o utiliza. As seguintes respostas dos
participantes demonstram os benefícios trazidos a eles, “qualidade”, “melhor
compatibilização”, “mais velocidade e menos erros ao projetar” e até um “programa
completo”. Mesmo sendo um investimento alto, se paga a longo prazo e serve até mesmo de
marketing para promover seu trabalho.

Figura 28 – A implantação trouxe benefícios? Quais?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Como observou-se anteriormente o BIM tem diversos benefícios. Mas, para isso
tem de passar por um período de adaptação, o qual é muito trabalhoso. Com isso a seguinte
pergunta (figura 29) buscou compreender quais as dificuldades encontradas no dia-a-dia
pelos profissionais participantes.
As maiores dificuldades encontradas pelos participantes foram:
 “poucas pessoas conhecem os benefícios que traz”
64

 “falta de utilização do sistema por parceiros do sistema”


 “os programas são um pouco rígidos quando se trata de modelagens
complexas ou com formas irregulares, principalmente com curvas”
 “adaptação ao novo programa, uma vez que domino muito o AutoCAD,
tive de sair da zona de conforto”

Embora estes profissionais utilizem a plataforma BIM, muitos dos projetos


desenvolvidos passam por outros profissionais que não utilizam, o que torna uma dificuldade
a interação entre eles, dificultando para quem utiliza ele.

Figura 29 – Quais as maiores dificuldades encontradas durante o processo de implantação


[...]?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Teoricamente por serem usuários da plataforma BIM, estes deveriam conhecer as


normas que a regem, no entanto, não é isso que acontece. Perguntou-se sobre o conhecimento
deles das normas brasileiras sobre o BIM (figura 30), 3 participantes não as conhecem, o que
não é muito bom, 1 conhece apenas a NBR 15965 e 1 conhece as duas normas vigentes no
país.
65

Figura 30 – Você tem conhecimento das Normas Brasileiras sobre o BIM? (NBR 15965 e a
NBR ISSO 12006)

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Para encerrar este grupo, foi questionado se os usuários fazem o uso da linguagem
IFC. Sendo fundamental para a utilização completa do BIM, 4 participantes responderam e
todos eles fazem o uso dela, o que é importante. A linguagem IFC significa permitir que a
interoperabilidade exista, sendo ela a essência do BIM, somente assim é possível utilizar o
BIM por completo, em todos os ciclos de vida da edificação.

Figura 31 – Você utiliza a linguagem IFC para importar e exportar arquivos [...]?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)


66

4.2.2 Grupo 2 – Não utiliza o BIM

Fazem parte deste grupo os 26 participantes que responderam não utilizar a


plataforma BIM. Foi feita uma análise com a possível implantação da plataforma.
A primeira pergunta direcionada a este grupo (gráfico 7), foi dividida em 2 partes.
A primeira questiona se os participantes conhecem as ações do Governo do Estado de Santa
Catarina de implementação do BIM e o Caderno BIM. A segunda busca saber o que os
participantes acham dessa iniciativa.

Gráfico 7 – Você tem conhecimento das ações do governo?

Você tem conhecimento das ações do


governo?
16
14
12
10 Sim
8 Superficialmente
6 Não
4
2
0
Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Algumas das observações feitas pelos participantes são expostas a seguir:


 “Imprescindíveis para o controle dos recursos públicos aplicados” (P14)
 “Conheço superficialmente o BIM, não tenho uma posição em relação aos
atos do governo em relação ao BIM”
 “Conheço, porém sem detalhes. É fundamental a implantação da
plataforma BIM para controle de obras públicas, atualmente, o sistema de
projeto e fiscalizações são precários e ineficientes”

Analisando as observações feitas pelos participantes, percebe-se que é


fundamental a iniciativa do Governo do Estado de Santa Catarina, otimizando o serviço e
melhorando o controle das obras.
67

De mesmo modo que o grupo 1 foi questionado sobre o conhecimento dos


profissionais em relação as normas vigentes no Brasil que tratam da Modelagem da
Informação da Construção, perguntou-se ao grupo 2 sobre o seu conhecimento.
A figura 32 demonstra as respostas dos participantes (25), a maioria (22) não
conhecem nenhuma das normas vigentes sobre o tema, apenas 2 conhecem ambas normas e
somente1 conhece a NBR 15965. Com isso vê-se a necessidade do Governo do Estado de
reforçar sobre a existência das NBR, pois observa-se o número de profissionais que já
ouviram falar sobre elas.

Figura 32 – Você tem conhecimento das Normas Brasileiras sobre o BIM? (NBR 15965 e a
NBR ISSO 12006)

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Surgiu a necessidade de conhecer sobre o interesse dos profissionais em implantar


a plataforma. Com isso a seguinte pergunta foi elaborada (gráfico 8). A maior parte (8)
responderam que não pensam em implantar a plataforma, outros já tem em mente a
implantação (6), alguns estão indecisos (3), analisando o que ira fazer e outros pensam em
futuramente (2) implantar o BIM.
Segue algumas das observações feitas pelos participantes:
 “no segmento ao qual trabalho, não há necessidade” (P12)
 “ainda não pensei a respeito, mas creio que em um futuro próximo terei de
me adaptar a essa plataforma”
68

Gráfico 8 – Você pensa em implantar o BIM?

Você pensa em implantar o BIM?


9
8
7
6 Sim
5 Não
4 Talvez
3 Futuramente
2
1
0

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Após a última pergunta a participação dos profissionais que responderam não ter
interesse na implantação encerrou.
A seguinte pergunta buscou conhecer as razões pelas quais os participantes
querem implantar o BIM. Foi elaborada uma pergunta aberta, sendo assim, melhorando a
análise e a intenção de cada participante (10).
Segue expostas as opiniões de cada participante:
 “plataforma moderna e ágil para projetos e obras” (P1)
 “novas ferramentas são sempre bem vindas para melhoria contínua na
apresentação de projetos aos Clientes e Alunos.” (P2)
 “acredito que seja mais prático” (P3)
 “ganho de tempo e qualidade técnica” (P4)
 “agilidade e precisão” (P5)
 “tanto pela obrigatoriedade, quanto pela necessidade de aprimoramento
das técnicas de projeto e fiscalização” (P6)
 “para me qualificar e continuar no mercado” (P7)
 “para melhorar a compatibilização entre os projetos e facilitar os
processos” (P8)
 “em virtude do benefício da capacidade de partilhar um único modelo
digital integrado e consistente” (P9)
 “para agilizar e melhorar o detalhamento de projetos” (P10)
69

Após a pergunta aos profissionais sobre se desejam implantar a plataforma BIM,


surgiu a necessidade de conhecer de que maneira desejam iniciar esse processo de
implantação. A questão foi de múltipla escolha, onde o participante pode assinalar mais de
uma afirmativa.
As opções disponibilizadas foram:
1. Através de consultoria com empresas especializadas
2. Oferecendo cursos aos funcionários
3. Utilizando serviço de empresas terceirizadas de projeto/planejamento

Conforme a figura 33, a opção mais assinalada foi de iniciar o processo “através
de consultoria com empresas especializadas”, a segunda opção foi “oferecendo cursos aos
funcionários” e a última “utilizando serviço de empresas terceirizadas de
projeto/planejamento”. Pode-se observar que apenas uma pequena parte pensa em terceirizar
o serviço, mesmo estes já começam a se familiarizar com o conceito BIM.

Figura 33 – De que maneira deseja fazer essa implantação?

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

Como foi perguntado ao grupo 1 que utiliza o BIM sobre a resistência para trocar
do modelo tradicional para o BIM, foi perguntado para o grupo 2. A pergunta se dividiu em
duas partes, na primeira buscando saber se há resistência para a troca de modelos e na
segunda querendo saber quais os fatores que dificultam a troca. A pergunta foi discursiva,
onde cada um podia expressar sua opinião, então foram obtidas as seguintes respostas:
70

 “sim, costume” (P1)


 “acho o CAD muito bom de trabalhar” (P2)
 “pelas informações que colhi, não se aplica muito bem a paisagismo” (P3)
 “já estamos fazendo cursos que nos auxiliem a implantar o BIM nos
nossos trabalhos. Porém ainda é muito forte o uso do CAD dentro do
escritório e dos demais profissionais que terceirizamos” (P4)
 “alguns dos principais fatores é a necessidade de qualificação, a falta de
investimento público para aquisição de softwares, e a adaptação de toda a
cadeia envolvida” (P5)
 “sim, devido à falta de conhecimento técnico sobre o tema” (P6)
 “motivação e disponibilidade de tempo e dedicação para aprender sobre
isso” (P7)
 “sim, investimento em treinamento” (P8)
 “sim, pela forma, digamos que mais prática, de que a grande maioria use o
CAD e a sua facilidade de enviar e receber arquivos nesse formato
(DWG)” (P9)

Enquanto 3 dos participantes responderam não terem resistência para a troca de


modelo, pode-se analisar que os demais têm dificuldades variadas, alguns já estão se
preparando para a implantação, outros tem resistência devido ao seu conhecimento sobre o
tema e uns por estarem familiarizados demais com o CAD.
Como última pergunta a este grupo, perguntou-se se os profissionais pretendem
utilizar o BIM em todos os seus processos (projetar, compatibilizar, quantificar, acompanhar a
obra entre outras). Como demonstra a figura 34, dos 11 participantes, 8 pretendem utilizar o
BIM por completo, outros 2 estão dúvida se utilizaram em todos os processos e 1 consideraria
utilizar o BIM caso mudasse sua área de atuação.
71

Figura 34 – Pretende utilizar o BIM em todos os processos? [...]

Fonte: Questionário da plataforma BIM (autor)

De toda pesquisa ressalta-se que embora a adoção ao BIM seja um processo lento,
a plataforma traz diversos benefícios. Analisando as respostas, constata-se que falta uma
participação maior dos profissionais para uma melhor utilização do BIM no município de
Tubarão, pois por vários profissionais não utilizarem, muitos outros deixam de aderir por essa
dificuldade de compatibilizar. Com os resultados de ambos os questionários, vê-se a
necessidade do município em investir em seminários para promover a plataforma BIM para os
profissionais conhecerem melhor suas facilidades e quem sabe assim, passarem a aderir a ela.
O município de Tubarão é um polo formador de profissionais da área, com isso
tanto as universidades quanto à Prefeitura devem estimular os acadêmicos, em palestras,
feiras e promover um maior número de cursos na cidade.
Ainda que muitos profissionais acabem se acomodando e com isso não evoluem,
seja por falta de tempo e falta de interesse, o mercado está progredindo e com o tempo quem
não acompanhar a evolução do mercado, acabará por ficar para trás, e a plataforma BIM é
uma das maiores evoluções tecnológicas nos últimos anos.
72

5 CONCLUSÃO

O intuito desse estudo de caso foi de analisar o conhecimento dos alunos de


engenharia civil da UNISUL e profissionais da área, sobre a plataforma Building Information
Modeling, buscando saber se há utilização do sistema atualmente no município.
Dessa forma, o estudo foi iniciado desenvolvendo uma pesquisa bibliográfica com
tópicos ligados ao tema proposto. Iniciou-se com uma pesquisa sobre a atual situação
econômica da construção civil no país, seguido da importância de um projeto, engenharia
simultânea, os participantes de um projeto, compatibilização de projetos, os níveis da
plataforma BIM, seus benefícios e as normas vigentes atualmente no Brasil.
A plataforma BIM não é algo atual, vem sendo estudada ha anos no Brasil, porém
pouco se falava sobre ela. A proposta do Governo do Estado de Santa Catarina de exigir o uso
do BIM em licitações de projetos públicos, foi uma iniciativa muito importante, pois
impulsionou as empresas e profissionais a adotarem essa tecnologia.
Com o intuito de analisar o conhecimento acerca do tema abordado, realizou-se
um estudo de caso no município de Tubarão/SC sobre o BIM com os alunos de Engenharia
Civil e profissionais. O primeiro questionário foi aplicado com os alunos, com 120
participantes, ao analisar pode-se entender o nível de conhecimento sobre o BIM. Sendo ainda
pouco comentada na universidade, 60% dos alunos não conhecem a plataforma, o software
BIM que mais conhecem é o Revit, pois é o mais popular e divulgado entre os universitários,
84% não utiliza nenhum software, mas a grande maioria, 97,5% tem interesse em aprender e
conhecer mais sobre o BIM. Com tamanho interesse dos alunos, vale o investimento em
cursos de capacitação pela universidade.
O segundo questionário, aplicado com os profissionais foi dividido em duas
partes, para os que conhecem a plataforma e os que não a conhecem, contando com respostas
de 31 participantes. Ao analisar as respostas teve-se uma grande surpresa, pois apenas um
pouco mais da metade, 58,1% conheciam sobre o BIM, e destes, somente 16,1% já utilizam a
plataforma. Mesmo entre os que conhecem e utilizam a plataforma, poucos são os que
conhecem as ações do Governo do Estado de Santa Catarina em torno do tema, pois nenhum
fez as implantações para atender as novas exigências do Governo. Uma das dificuldades
exposta que vale ser ressaltada, é a falta de utilização do sistema por parceiros da área.
Embora o Governo do estado de Santa Catarina tenha dado um grande passo em
relação à implementação do BIM, percebe-se a falta de interesse de alguns profissionais. Pois
uma das maiores dificuldades de implementação do processo, decorre do alto investimento e
73

seu retorno a longo prazo, a saída da zona de conforto para se familiarizar com o novo sistema
e a falta de tempo para aprender juntamente com os projetos que já estão em andamento.
A principal dificuldade encontrada no decorrer do trabalho foi a falta de
participação por parte dos profissionais da área do município de Tubarão.
Entretanto com a análise dos resultados obtidos fica demonstrado que o BIM
melhora tanto na elaboração dos projetos, como também no processo construtivo e a
comunicação entre os profissionais envolvidos no projeto facilitando sua compatibilização,
essencial ao novo tempo.
A partir do proposto e aqui, desenvolvido, entende-se que os objetivos geral e
específicos foram alcançados, pois o estudo contribuiu para o entendimento do sistema em
questão.
Portanto registra-se como sugestão para novos trabalhos de pesquisa um estudo
aprofundado do processo de implementação da plataforma BIM em escritórios de Engenharia
e Arquitetura na região de Tubarão/SC.
74

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<http://www.rwengenharia.eng.br/qual-a-importancia-de-um-projeto/>. Acesso em:
10 abr. 2017.
78

ANEXOS
79

ANEXO A – QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS PROFISSIONAIS

Pesquisa acadêmica – TCC Michel Vieira


Esta pesquisa tem por objetivo de determinar através de entrevista e análise das respostas
dadas no questionário, como está o processo de implantação da plataforma BIM no município
de Tubarão/SC.
Os resultados desta pesquisa farão parte do Trabalho de Conclusão de Curso, realizado
pelo acadêmico do curso de Engenharia Civil da UNISUL, Michel Vieira. Este questionário
foi uma adaptação feita partir do questionário elaborado por Luisa Ramos Steiner. Para
qualquer outra informação, o (a) Sr (a) poderá entrar em contato com o pesquisador pelo do e-
mail: vieiramichel91@gmail.com
Building Information Modeling (BIM), ou Modelagem da informação da Construção, é
o nome dado ao processo de construção que utiliza informações parametrizadas e geométricas
para modelar um projeto em todas suas etapas, desde a concepção até a manutenção
(STEINER, 2016). O principal benefício do modelo BIM é consequência da habilidade de
partilhar um único modelo digital integrado e consistente, que tem capacidade de suportar
todos os aspectos no ciclo de vida do projeto na construção (CRESPO; RUSCHEL, 2007).
BIM são o conjunto de informações sobre um edifício, a partir do qual é possível criar um
modelo digital 3D que integra todas as informações relacionadas com esse mesmo projeto
(estruturas, custos, tempo…), facilitando a visualização do resultado final e a cooperação
entre os diferentes especialistas (projetistas, engenheiros, arquitetos, etc.), prevenindo
problemas e situações que só seriam detectados durante a construção do edifício (CARDOSO
et al., 2013).
1) Você conhece o BIM?
o Sim
o Não
2) Como você o conheceu?
3) Você utiliza a plataforma BIM?
PERGUNTAS DIRECIONADAS PARA O GRUPO 1- UTILIZAM O BIM
4) Quando começou a utilizar o BIM?
o 2017
o 2016
o 2015
o 2014
o 2013
o Anterior a 2012
5) Você tem conhecimento das ações do Governo do Estado de Santa Catarina e do Caderno
BIM? Se sim, o que pensa a respeito?
6) Você fez a implantação para atender as “novas exigências” do Governo?
o Sim
o Não
7) Houve muita resistência para trocar do modelo tradicional CAD para o BIM?
o Sim
o Não
8) Por quais motivos você implantou o BIM?
o Melhorar qualidade do projeto
80

o Diminuir erros através da compatibilização


o Demanda do mercado
o Sugestão do cliente
o Tem o hábito de investir em inovação/novas tecnologias
o Outro _________________
9) O uso da plataforma BIM para fazer projetos é total ou parcial com o auxilio de outros
programas CAD? Quais são esses outros softwares?
10) Quais são os principais softwares BIM que você utiliza?
11) Você desenvolve que tipos de projetos?
o Público
o Privado
o Público e privado
12) Quais disciplinas você projeta com a plataforma BIM?
o Arquitetônico
o Estrutural
o MEP
o Outro _____________
13) De que maneira se deu a implantação da plataforma BIM? Consultoria, curso? Por quanto
tempo?
14) Utiliza BIM em todos os processos? (projetar, compatibilizar, quantificar, acompanhar a
obra...) Se não, em quais processos você usa a plataforma?
15) A implantação trouxe benefícios?
16) Quais as maiores dificuldades encontradas durante o processo de implantação e no dia-a-
dia do uso da plataforma BIM?
17) Você tem conhecimento das Normas Brasileiras sobre o BIM? (NBR 15965 e a NBR ISO
12006)
O Sim
O Não
O Somente a NBR 15965
O Somente a NBR ISO 12006
18) Você utiliza a linguagem IFC para importar e exportar arquivos, possibilitando o acesso
de qualquer software BIM ao objeto durante o ciclo de vida da edificação (OpenBIM)?
PERGUNTAS DIRECIONADAS AO GRUPO 2- NÃO UTILIZA O BIM
19) Você tem conhecimento das ações do Governo do Estado de Santa Catarina e do Caderno
BIM? Se sim, o que pensa a respeito?
20) Você tem conhecimento das Normas Brasileiras sobre o BIM? (NBR 15965 e a NBR ISO
12006)
O Sim
O Não
O Somente a NBR 15965
O Somente a NBR ISO 12006
21) Você pensa em implantar o BIM?
22) Por que você quer fazer a implantação?
23) De que maneira deseja fazer essa implantação?
O Através de consultoria
O Oferecendo cursos aos funcionários
81

O Utilizando serviço de empresas terceirizadas de projetos/planejamento


24) Há resistência muito grande para trocar do modelo tradicional CAD para a modelagem
BIM? Se sim, devido quais fatores?
25) Pretende utilizar o BIM em todos os processos? Ou seja, para projetar, compatibilizar,
quantificar, acompanhar a obra, etc.
Fonte: Questionário Luisa Ramos Steiner
82

APÊNDICE A– QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS ALUNOS

Pesquisa acadêmica – TCC Michel Vieira


Esta pesquisa tem por objetivo de determinar através de entrevista e análise das respostas
dadas no questionário, como está o processo de implantação da plataforma BIM no município
de Tubarão/SC.
Os resultados desta pesquisa farão parte do Trabalho de Conclusão de Curso, realizado
pelo acadêmico do curso de Engenharia Civil da UNISUL, Michel Vieira. Este questionário
foi uma adaptação feita partir do questionário elaborado por Luisa Ramos Steiner. Para
qualquer outra informação, o (a) Sr (a) poderá entrar em contato com o pesquisador pelo do e-
mail: vieiramichel91@gmail.com
Building Information Modeling (BIM), ou Modelagem da informação da Construção, é
o nome dado ao processo de construção que utiliza informações parametrizadas e geométricas
para modelar um projeto em todas suas etapas, desde a concepção até a manutenção
(STEINER, 2016). O principal benefício do modelo BIM é consequência da habilidade de
partilhar um único modelo digital integrado e consistente, que tem capacidade de suportar
todos os aspectos no ciclo de vida do projeto na construção (CRESPO; RUSCHEL, 2007).
BIM são o conjunto de informações sobre um edifício, a partir do qual é possível criar um
modelo digital 3D que integra todas as informações relacionadas com esse mesmo projeto
(estruturas, custos, tempo…), facilitando a visualização do resultado final e a cooperação
entre os diferentes especialistas (projetistas, engenheiros, arquitetos, etc.), prevenindo
problemas e situações que só seriam detectados durante a construção do edifício (CARDOSO
et al., 2013).
1) Você conhece o BIM?
o Sim
o Não
2) Como você o conheceu?
3) Quais softwares você já ouviu falar?
4)Você utiliza algum software BIM?
O Sim
O Não
5) Você tem interesse em aprender e conhecer mais sobre BIM?
6) Por quais motivos você gostaria de aprender mais?
O Melhorias na qualidade do projeto
O Diminuição de erros por meio de compatibilização
O Demanda do mercado
O Outros ________________
7) Está ciente de que à partir de 2019 as obras públicas do Estado de Santa Catarina terão de
ter os projetos compatibilizados?
O Sim
O Não
8) Você tem conhecimento das Normas Brasileiras sobre o BIM? (NBR 15965 e NBR ISO
12006)
O Sim
O Não
O Somente a NBR 15965
83

O Somente a NBR ISO 12006

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