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Universidade Do Sul de Santa Catarina Michel Vieira Compatibilização de Projetos - Análise Da Plataforma Bim No Município de Tubarão
Universidade Do Sul de Santa Catarina Michel Vieira Compatibilização de Projetos - Análise Da Plataforma Bim No Município de Tubarão
MICHEL VIEIRA
COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS:
ANÁLISE DA PLATAFORMA BIM NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO
Tubarão
2017
MICHEL VIEIRA
COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS:
ANÁLISE DA PLATAFORMA BIM NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO
Tubarão
2017
A todos que fizeram parte desta jornada e que
me impulsionaram a tornar essa conquista
possível. A minha família e amigos que
sempre estiveram ao meu lado, para sempre
serei grato e os levarei comigo em meu
coração.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por esta conquista e por mais um passo em minha vida.
Aos meus pais e meu irmão que por mais difícil que possa ter sido a caminhada
sempre me apararam e me incentivaram a seguir em frente.
Aos meus amigos que sempre estiveram do meu lado e contribuíram para que eu
que finalizasse esta etapa com êxito.
A minha orientadora, Profª Norma Beatriz Camisão Schwinden, pela dedicação e
apoio neste trabalho, a minha eterna admiração.
A meu primo Raulino de Oliveira Maciel, que me proporcionou adquirir
experiência e uma nova visão.
A todos que de alguma forma contribuíram com seus conhecimentos para que eu
obtivesse sucesso.
“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.” (Charles Chaplin).
RESUMO
According to the actual status of the Brazilian economy, the entrepreneurs are finding ways to
lower the resources and time to approve quality, efficiency and performance on work field.
Thereby, arises a compatibility of projects as mechanism applied on this research. This work
paper is a brief approach of the primary concepts involving the management of those projects,
demonstrating the platform BIM as a solution for the project’s compatibility and presenting an
analysis on how to use the BIM platform with Engineering students and Professionals on this
area in Tubarão/SC. On the analysis was exposed the knowledge from the coworkers about
the theme and how to use the platform. As the results shows, demonstrating an elevated
percentage of non-usage of the system, the research tries to encourage the knowledge and the
usage of the platform.
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 12
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 12
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 14
1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 14
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 14
1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..................................................................... 14
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 16
2.1 ECONOMIA BRASILEIRA ........................................................................................... 16
2.2 VALOR DE UM PROJETO ............................................................................................ 16
2.3 ENGENHARIA SIMULTÂNEA .................................................................................... 18
2.3.1 Conceito de Engenharia Simultânea ......................................................................... 18
2.3.2 Integrantes do projeto ................................................................................................. 21
2.3.2.1 Gerente de projetos ..................................................................................................... 23
2.3.2.2 Coordenador de projetos............................................................................................. 24
2.3.2.3 Compatibilizador ........................................................................................................ 24
2.3.2.4 Projetista ..................................................................................................................... 25
2.4 COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS ....................................................................... 26
2.4.1 Conceito de Compatibilização de Projetos................................................................ 26
2.4.2 Benefícios...................................................................................................................... 29
3 PLATAFORMA BIM ....................................................................................................... 31
3.1.1 Interoporabilidade ...................................................................................................... 32
3.1.2 Níveis de maturidade BIM ......................................................................................... 33
3.1.3 Dimensões Modelo BIM .............................................................................................. 34
3.1.4 Níveis de Desenvolvimento ......................................................................................... 36
3.1.5 Benefícios do BIM ....................................................................................................... 39
3.1.6 Normas em vigor ......................................................................................................... 41
3.1.7 O BIM em Santa Catarina.......................................................................................... 42
4 ANÁLISE DA PESQUISA - QUESTIONÁRIO ............................................................ 43
4.1 QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AOS ALUNOS ..................................................... 43
4.2 QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AOS PROFISSIONAIS ........................................ 52
4.2.1 Utiliza o BIM................................................................................................................ 55
4.2.2 Grupo 2 – Não utiliza o BIM ...................................................................................... 66
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 72
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 74
ANEXOS ................................................................................................................................. 78
ANEXO A – QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS PROFISSIONAIS .......................... 79
APÊNDICE A– QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS ALUNOS ................................... 82
12
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
1.2 OBJETIVOS
Para atender ao objetivo geral acima, foram designados como objetivos específicos:
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A atual situação econômica brasileira faz com que o setor de construção civil
venha passando por um grande momento de transformação. O Brasil enfrenta uma crise
financeira que influencia diretamente a construção civil, que em anos anteriores teve seu
período de ascensão, com o crescimento de empreendimentos.
Afirma Amorim (2015) que a construção civil no Brasil vive uma crise sem
precedentes. Segundo levantamento de MELHORES E MAIORES, sua rentabilidade do setor
caiu de 11,2% em 2013, para 2,3% em 2014.
Para Quintão (2015) no ano de 2015 o setor da construção civil encolheu 8%,
conforme o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-
SP). Para 2016, o Sinduscon-SP estima uma redução de 5% no Produto Interno Bruto (PIB). E
para Cataldo (2016), a construção civil representa em torno de 9% do PIB brasileiro, o que
significa que uma parte da retração se deve à perda de dinamismo do setor.
O Sinduscon-SP anunciou em 2016 que a estimativa de crescimento para o PIB é
de 0,5% para o ano de 2017. Na avaliação do Sinduscon-SP acredita que haverá melhora e a
confiança empresarial ira ajudar nas decisões de investir a partir do segundo semestre de 2017
(BONATELLI, 2016).
que os projetos tenham sucesso precisa-se antes de tudo uma visão clara sobre sua finalidade e
sobre o resultado final esperado (FACCIONI FILHO et al., 2011).
A falta de planejamento de um empreendimento sem a análise e exclusão dos
problemas que podem ocorrer é extremamente provável que encontre obstáculos no caminho
que interfiram no prazo, custo e preferências do cliente (FERNANDES, DE PIERE, 2016).
Para Balem (2015, p.18) “projeto pode ser definido como uma ação prévia de um
empreendimento, pesquisa ou desenho de modo sistemático e planejado para alcançar um
objetivo”.
Para Wagner (2015) elaborar projeto é contribuir para a solução de problemas e
ainda cita alguns de seus benefícios:
evita surpresas durante a execução;
desenvolve diferenciais competitivos;
antecipa situações desfavoráveis;
facilita as decisões do responsável pela obra;
aumenta o controle gerencial;
reduz o custo de execução;
ajuda a comparar possíveis propostas.
Segundo Balem (2015, p.26) “a Engenharia Simultânea (ES) é vista como um novo
modo organizacional da empresa para explorar, eficientemente, as potencialidades em
ascensão de equipamentos e softwares disponíveis para o desenvolvimento de produtos e
processos” (apud KRUGLIANSKAS, 1993).
A separação entre atividades de projeto e execução, fruto dessa divisão de
especialidades, produziu o conhecido modelo de engenharia “por cima do muro”, ou seja,
depois de prontos, os projetos são entregues ao setor da produção, que deverá executá-los.
Esse método contrasta fortemente com a ideia de inter-relacionamento das partes envolvidas
em um empreendimento, fator necessário para se pensar a qualidade desde o começo do
processo (concepção e desenvolvimento de projeto), um princípio fundamental da engenharia
simultânea (HARTLEY, 1998 apud REZENDE; ANDERY, 2008).
Amorim (2013) afirma que a engenharia simultânea tem como característica principal
a simultaneidade de atividades, assim sendo o projeto todo desenvolvido de maneira
integrada, abrangendo toda as etapas do processo de criação de um produto e garantindo
ganho de produtividade e qualidade se comparado aos métodos sequenciais de produção.
Hartley (1998) diz que a engenharia simultânea pode ser aplicada com benefícios para
qualquer modelo de processo produtivo, não importando o porte da organização ou ramo de
atividade. Essa flexibilidade permite variações nas definições e abordagens da engenharia
simultânea, as quais se adaptam conforme os objetivos, o ambiente produtivo e necessidades
levantadas. A inserção da engenharia simultânea deve alcançar a organização como um todo,
exigindo, também, o rompimento de paradigmas relacionados à estrutura, cultura e gestão
organizacional.
Para Hartley (1998), estas são algumas das principais características da Engenharia
Simultânea:
satisfação do cliente;
equipes multidisciplinares;
desenvolvimento simultâneo;
líder para coordenar todo o processo de desenvolvimento de produto;
padronização dos projetos;
compartilhamento de informações;
ferramentas informatizadas para agilizar os processos;
práticas gerenciais e instrumentos para garantir a qualidade.
promover melhoria de fatores críticos, tais como a baixa qualidade verificada nos produtos e
serviços, a fragmentação do processo de projeto, além de possibilitar a redução de prazos e
custos dos empreendimentos. Para isso, afirma que é necessária a correta adaptação dos
modelos e ferramentas desenvolvidos em outros setores industriais, como o de manufatura e
tecnologia da informação, para as necessidades da indústria da construção.
Para Fabrício (2002), os ciclos de vida dos empreendimentos são bastante longos
e compreendem diversas fases, desde a montagem das operações até o descarte ou reabilitação
das edificações, passando pelas fases de projeto, construção, uso e manutenção. Durante essa
fase estão atuando diversos agentes independentes com diferentes objetivos e papéis junto ao
empreendimento. Essa complexidade temporal traz dificuldades e limitações para o preceito
básico da engenharia simultânea. Apesar disso as etapas iniciais do empreendimento são as
que apresentam mais oportunidades de intervenção e agregação de valores ao
empreendimento.
De acordo com Fabrício (2002), a engenharia simultânea tem como ponto de
partida identificar necessidades dos clientes, seus desejos e atendê-los rapidamente através de
um processo de projeto que garanta agilidade e materialização de novos conceitos de produto.
A superioridade dos resultados, alcançados com o desenvolvimento de produtos
por meio da engenharia simultânea frente ao processo sequencial, pode ser ilustrada
esquematicamente pelo gráfico 2 proposto por Kruglianskas (1995 apud Fabrício, 2002, p.
168) na qual são apresentadas curvas que representam o tempo de desenvolvimento e a área
sobre a curva o custo de projeto ao longo do tempo.
21
gerente de projetos;
coordenador de projetos;
compatibilizador;
projetista.
2.3.2.3 Compatibilizador
gerente de projetos, este ato pode ser divido em uma etapa conceitual e outra dimensional. Se
tratando de um projeto simples, com poucas áreas técnicas, pode-se perceber que
conceituação e dimensionamento físico acontecem quase simultaneamente. Porém, o ato de
conceituação propicia um nível de raciocínio a mente humana a ligar informações inovadoras.
Nascimento (2015) afirma que o compatibilizador é uma função exercida pelo
engenheiro e arquiteto, por terem habilidades técnicas e gerenciais apuradas para lidar com
diferentes assuntos técnicos e fazer com que ideias conceituais se tornem dimensionais e
passíveis de discussão entre o grupo. Mas como ideias são concebidas pelo arquiteto delega-
se a ele a responsabilidade. A fim de buscar uma melhor decisão e com isto poder formar uma
equipe com mais de um profissional dependendo do tamanho da obra.
A figura 2 representa a estruturação de uma equipe de compatibilização de
projetos onde o coordenador diretor é o responsável por dirigir os demais profissionais.
2.3.2.4 Projetista
custos adicionais, tendo que tomar decisões durante a execução da obra, botando em risco a
qualidade do produto e a eficácia do processo.
Mesmo hoje em dia ainda é comum ver empresas desenvolvendo projetos sem a
utilização da compatibilização de projetos, como afirma Avilla (2011) mesmo com o avanço
tecnológico e do processo de produção da construção civil ainda é comum a falta de
integração entre os projetos durante a etapa desenvolvimento.
A compatibilização consiste numa atividade necessária para que as diversas
soluções dimensionais, tecnológicas e estéticas sejam compatíveis entre si e no conjunto dos
projetos. Os projetos do produto a executar e a compatibilizar normalmente compreendem
(SILVA, 2004),
projeto de arquitetura;
projeto de fundações;
projeto estrutural;
projeto de instalações elétricas;
projeto de instalações hidráulicas e sanitárias;
projeto de segurança predial;
projetos de conforto térmico e de climatização;
projeto de iluminação;
projeto dos sistemas e redes de telecomunicações;
projeto de automação predial ou domótica;
projeto de tratamento acústico;
projeto de arquitetura de interiores;
projeto de paisagismo.
projeto de vedação;
projeto de fachadas;
projeto de esquadrias;
projeto de impermeabilização;
projeto de revestimentos;
28
projeto de contrapiso;
projeto de formas de madeira.
2.4.2 Benefícios
3 PLATAFORMA BIM
3.1.1 Interoporabilidade
fabricante de software” (Manzione, 2016 - BIM: Conheça os 204 softwares BIM, IFC
compatíveis no mundo). Sob a ótica de Steiner (2016), existindo dependência de um software
que não compartilha dados no formato IFC, é o oposto de “interoperabilidade ou aberto”,
denominado de formato de dados “proprietário ou nativo”, é possível que seja usado os
softwares BIM sem a troca de informações, embora sua essência seja o compartilhamento de
informações.
Há três modelos de comunicação em BIM destacados (STEINER, 2016, p.23):
5. Esboço.
4. Estudo preliminar;
2. Desenhos;
3. Quadros;
5. Orçamento;
6. Composição de Custos baseado no planejamento de execução da obra;
7. Cronograma físico-financeiro;
8. Planejamento preliminar de execução da obra;
9. Caderno de Encargos;
10. Descrição de todos os itens no memorial descritivo, na planilha
orçamentária, na modelagem, bem como das técnicas aplicadas; e
11. Reunião de aprovação final do projeto.
Com o aperfeiçoamento das tecnologias, surgem cada vez mais softwares para dar
suporte a indústria da Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC). Os softwares BIM trazem
inúmeros benefícios ao profissionais da área. Os benefícios são separados por Chuck Eastman
et. al. em quatro partes: a pré-construção para o proprietário, benefícios no projeto, benefícios
à construção e à fabricação e benefícios pós-construção (EASTMAN, Manual de BIM 2014,
p.16).
Steiner (2016, p.25), listou algumas das vantagens que o BIM oferece, seus
principais usos e benefícios no ciclo da vida de uma edificação.
Facilidade em modelar: Ficou mais fácil desenhar com a ajuda dos
softwares BIM, pois neles existem famílias específicas de cada elemento.
Ou seja, o elemento já está pronto, você apenas deve atribuir as
40
Atualmente no Brasil temos duas normas sobre o BIM em vigor, a NBR 15965
que é a primeira norma brasileira que trata do Sistema de Classificação da Informação da
Construção, sendo que algumas partes dela constam em vigor. E a NBR ISO 12006 que é
internacional.
pessoas, mas também por softwares (Catelani, informação verbal – BIM International
Conference – BIC 2016, São Paulo, Set. 2016 apud STEINER, 2016, p.44).
18
16 Universidade
14 Internet
Feiras/seminários
12
Cursos
10
Revistas/Artigos
8
Mercado de Trabalho
6 Estágio
4 Pela pesquisa
A pergunta seguinte foi feita com o objetivo de identificar o número de alunos que
já utilizam a plataforma BIM. Nesta questão teve-se 119 alunos participantes, como é
demonstrado na figura 10, a sua grande maioria diz não utilizar nenhum software BIM (100)
enquanto (16) utilizam algum software. Este resultado já era esperado, pois o questionário foi
aplicado com alunos do primeiro ao décimo semestre, sendo grande maioria os alunos
iniciantes, tem-se um número maior de participantes que não utiliza.
47
Figura 11– Questionário Alunos – Você tem interesse em aprender e conhecer mais sobre
BIM?
Para entender melhor sobre os motivos dos alunos de conhecer o BIM, perguntou-
se por quais motivos gostariam de aprender mais. Para isso foi desenvolvida uma pergunta
com múltiplas escolhas, em que o participante poderia escolher mais de uma opção e ainda
dizer com suas palavras algum outro motivo que o teria interessado sobre a plataforma.
As opções disponibilizadas pelo autor foram:
1. Melhorias na qualidade no projeto
2. Diminuição de erros por meio de compatibilização
3. Demanda de mercado
4. Outros
49
16
14
12 Revit
AutoCAD
10
Civil 3D
8
Infraworks
6 QiBuilder
Figura 13 – Está ciente de que a partir de 2019 as obras públicas do Estado de Santa Catarina
terão de ter os projetos compatibilizados?
Existem duas normas em vigor atualmente no Brasil a NBR 15965 que trata dos
sistemas de informação e a NBR ISSO 12006 que é uma norma internacional. Foi elaborada
uma questão buscando saber se os alunos tinham conhecimento sobre essa norma, foram
obtidas 119 respostas. Como demonstrado na figura 14, a grande maioria (106) não tem
conhecimento de nenhuma delas, sendo que 6 conhecem a NBR 15965, apenas 1 conhece a
NBR ISSO 12006 e somente 6 conhecem ambas NBR. Um resultado esperado, já que a
apenas alguns anos a plataforma vem ganhando espaço no cenário brasileiro, então se é pouco
discutido sobre as NBR e nada comentado na universidade.
52
Figura 14 – Você tem conhecimentos das Normas Brasileiras sobre o BIM? (NBR 15965 e a
NBR ISSO 12006)?
5 Internet
Mercado de Trabalho
4
Faculdade
Publicações
3
Palestras
2 AREA-TB
O gráfico 6 demonstra o número de vezes que vezes que os códigos foram citados
durante a pesquisa e demonstra que a maioria dos participantes conheceu o BIM por meio da
faculdade(6) (pós-graduação, mestrado e cursos de capacitação). Em Santa Catarina o BIM
também ficou conhecido pela participação dos profissionais no Primeiro Seminário Estadual
de BIM, organizado pelo Governo do Estado em 13 de março de 2014. Um dos participantes
demonstrou conhecimento sobre o que está acontecendo no Estado de Santa Catarina em
relação ao BIM e como ele teve seu contato com a plataforma “através de artigos, e norma do
Governo Estadual que determina a implantação da plataforma BIM para obras públicas.”
(P13). Outros conheceram por publicações (4), tanto artigos, revistas e noticiários. Alguns
pela Internet (3), por palestras (2), pela Associação Regional de Engenheiros e Arquitetos de
Tubarão – AREA-TB (1) e até mesmo pelo questionário (1).
O questionário novamente se dividiu em dois grupos: os que utilizam a plataforma
BIM e os que não a utilizam. Pela resposta anterior o resultado já era esperado, sendo que dos
31 participantes 26 não utilizam, quase a totalidade dos participantes e apenas 5 utilizam a
plataforma BIM conforme demonstrado na figura 16.
55
Figura 18 – Você tem conhecimento das ações do Governo de Santa Catarina e do Caderno
BIM? [...]
A seguinte pergunta (figura 19) tal como a pergunta anterior buscou saber sobre
como os profissionais participantes estão lidando com as novas exigências do Governo. A
resposta foi unânime, dos 4 participantes, todos responderam que não fizeram a implantação
para atender as exigências do Governo. Mesmo com os benefícios que o BIM traz para os
profissionais e clientes, nota-se que ainda hoje existe muita resistência em inovar e investir
em novas tecnologias, principalmente quando se demora para ter retorno.
Com isso perguntou-se aos participantes se houve muita resistência para iniciar o
processo de adoção do BIM. Nota-se que dos 5 participantes que utilizam o BIM 3 deles
tiveram dificuldades para trocar de modelo, enquanto outros 2 tiveram um processo mais
tranquilo.
Figura 20 – Houve muita resistência para trocar do modelo tradicional CAD para o BIM?
preocupação na etapa de planejamento, fase de projeto, está cada vez maior, pois um projeto
bem elaborado, compatibilizado, com quantitativos e cronogramas, diminuem muito o
retrabalho, evita-se gastos desnecessários e tempo com decisões a serem tomadas no canteiro
de obra. Logo em seguida vem as alternativas “demanda do mercado” (2) e “tem o hábito de
investir em inovação/novas tecnologias” (1), demonstrando uma preocupação em acompanhar
a evolução do mercado e o investimento em novas tecnologias que vem surgindo.
Na primeira parte, dos 5 participantes apenas 1 faz o uso total do BIM, os outros
4 fazem uso parcial dele. Já na segunda parte, responderam que estão utilizando para auxiliar
softwares como QiBuilder, AutoCAD e Promob.
60
Figura 22 – O uso da plataforma BIM para fazer os projetos é total ou parcial [...]?
Podem ser desenvolvidos todos os tipos de projetos com a plataforma BIM, mas
nem todas as disciplinas possuem softwares que contemplam totalmente a necessidade dos
projetistas. Com isso foi elaborou-se a seguinte pergunta (figura 25) com o propósito de
conhecer quais tipos de projeto os participantes desenvolvem. Analisando as respostas,
observa-se que um deles desenvolve mais de um tipo de disciplina. A mais desenvolvida é o
arquitetônico (3), o estrutural (1) e outros (2).
Como observou-se anteriormente o BIM tem diversos benefícios. Mas, para isso
tem de passar por um período de adaptação, o qual é muito trabalhoso. Com isso a seguinte
pergunta (figura 29) buscou compreender quais as dificuldades encontradas no dia-a-dia
pelos profissionais participantes.
As maiores dificuldades encontradas pelos participantes foram:
“poucas pessoas conhecem os benefícios que traz”
64
Figura 30 – Você tem conhecimento das Normas Brasileiras sobre o BIM? (NBR 15965 e a
NBR ISSO 12006)
Para encerrar este grupo, foi questionado se os usuários fazem o uso da linguagem
IFC. Sendo fundamental para a utilização completa do BIM, 4 participantes responderam e
todos eles fazem o uso dela, o que é importante. A linguagem IFC significa permitir que a
interoperabilidade exista, sendo ela a essência do BIM, somente assim é possível utilizar o
BIM por completo, em todos os ciclos de vida da edificação.
Figura 31 – Você utiliza a linguagem IFC para importar e exportar arquivos [...]?
Figura 32 – Você tem conhecimento das Normas Brasileiras sobre o BIM? (NBR 15965 e a
NBR ISSO 12006)
Após a última pergunta a participação dos profissionais que responderam não ter
interesse na implantação encerrou.
A seguinte pergunta buscou conhecer as razões pelas quais os participantes
querem implantar o BIM. Foi elaborada uma pergunta aberta, sendo assim, melhorando a
análise e a intenção de cada participante (10).
Segue expostas as opiniões de cada participante:
“plataforma moderna e ágil para projetos e obras” (P1)
“novas ferramentas são sempre bem vindas para melhoria contínua na
apresentação de projetos aos Clientes e Alunos.” (P2)
“acredito que seja mais prático” (P3)
“ganho de tempo e qualidade técnica” (P4)
“agilidade e precisão” (P5)
“tanto pela obrigatoriedade, quanto pela necessidade de aprimoramento
das técnicas de projeto e fiscalização” (P6)
“para me qualificar e continuar no mercado” (P7)
“para melhorar a compatibilização entre os projetos e facilitar os
processos” (P8)
“em virtude do benefício da capacidade de partilhar um único modelo
digital integrado e consistente” (P9)
“para agilizar e melhorar o detalhamento de projetos” (P10)
69
Conforme a figura 33, a opção mais assinalada foi de iniciar o processo “através
de consultoria com empresas especializadas”, a segunda opção foi “oferecendo cursos aos
funcionários” e a última “utilizando serviço de empresas terceirizadas de
projeto/planejamento”. Pode-se observar que apenas uma pequena parte pensa em terceirizar
o serviço, mesmo estes já começam a se familiarizar com o conceito BIM.
Como foi perguntado ao grupo 1 que utiliza o BIM sobre a resistência para trocar
do modelo tradicional para o BIM, foi perguntado para o grupo 2. A pergunta se dividiu em
duas partes, na primeira buscando saber se há resistência para a troca de modelos e na
segunda querendo saber quais os fatores que dificultam a troca. A pergunta foi discursiva,
onde cada um podia expressar sua opinião, então foram obtidas as seguintes respostas:
70
De toda pesquisa ressalta-se que embora a adoção ao BIM seja um processo lento,
a plataforma traz diversos benefícios. Analisando as respostas, constata-se que falta uma
participação maior dos profissionais para uma melhor utilização do BIM no município de
Tubarão, pois por vários profissionais não utilizarem, muitos outros deixam de aderir por essa
dificuldade de compatibilizar. Com os resultados de ambos os questionários, vê-se a
necessidade do município em investir em seminários para promover a plataforma BIM para os
profissionais conhecerem melhor suas facilidades e quem sabe assim, passarem a aderir a ela.
O município de Tubarão é um polo formador de profissionais da área, com isso
tanto as universidades quanto à Prefeitura devem estimular os acadêmicos, em palestras,
feiras e promover um maior número de cursos na cidade.
Ainda que muitos profissionais acabem se acomodando e com isso não evoluem,
seja por falta de tempo e falta de interesse, o mercado está progredindo e com o tempo quem
não acompanhar a evolução do mercado, acabará por ficar para trás, e a plataforma BIM é
uma das maiores evoluções tecnológicas nos últimos anos.
72
5 CONCLUSÃO
seu retorno a longo prazo, a saída da zona de conforto para se familiarizar com o novo sistema
e a falta de tempo para aprender juntamente com os projetos que já estão em andamento.
A principal dificuldade encontrada no decorrer do trabalho foi a falta de
participação por parte dos profissionais da área do município de Tubarão.
Entretanto com a análise dos resultados obtidos fica demonstrado que o BIM
melhora tanto na elaboração dos projetos, como também no processo construtivo e a
comunicação entre os profissionais envolvidos no projeto facilitando sua compatibilização,
essencial ao novo tempo.
A partir do proposto e aqui, desenvolvido, entende-se que os objetivos geral e
específicos foram alcançados, pois o estudo contribuiu para o entendimento do sistema em
questão.
Portanto registra-se como sugestão para novos trabalhos de pesquisa um estudo
aprofundado do processo de implementação da plataforma BIM em escritórios de Engenharia
e Arquitetura na região de Tubarão/SC.
74
REFERÊNCIAS
EASTMAN, Chuck et al. Manual de BIM. São Paulo: Bookman, 2014. 477 p.
Disponível em: <https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr;=&id=YSg6AgAAQBAJ&oi=fnd&pg=PR1&dq=manual+BIM&ots=lS1pmDiExc&
75
FACCIONI FILHO, Mauro et al. Gerência de Projetos. 4. ed. Palhoça: Unisul Virtual,
2011. 214 p.
OLIVEIRA, Otávio José de; MELHADO, Silvio Burratino. Modelo de gestão para
pequenas empresas de projeto de edifícios. São Paulo: EPUSP, 2005.
SANTOS, Altair. Compatibilizar projetos reduz custo da obra em até 10%. 2013.
Disponível em: <http://www.cimentoitambe.com.br/compatibilizar-projetos-reduz-
custo-da-obra-em-ate-10/>. Acesso em: 12 mar. 2017.
SILVA, Rafael Fernandes Teixeira da. O Uso de BIM nas Contratações Públicas
de Projetos de Arquitetura e Engenharia CASE –Governo de Santa
Catarina. Brasília: Seminário Bim Obras Públicas, 2016. 20 slides, color.
ANEXOS
79