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Auditoria História, competência e atuação na

enfermagem
De maneira geral, pode-se definir auditoria como uma atividade de exame e
avaliação de procedimentos, processos, sistemas, registros e documentos com
o objetivo de aferir o cumprimento dos planos, metas, objetivos e políticas da
organização.
–Auditoria Interna: o auditor é funcionário da empresa e a revisão das
atividades é contínua.
– Auditoria Externa ou Independente: o auditor pertence a uma empresa
independente e o exame das informações é periódica (semestral ou anual).
O trabalho executado tanto pela interna quanto pela externa é o mesmo.
Ambas executam seu trabalho seguindo técnicas de auditoria, fazem avaliação
dos controles internos da organização, verificam se os registros correspondem
à realidade e formulam sugestões de melhoria para as falhas encontradas.
Objetivo da auditoria

A auditoria tem por objetivo de emitir um parecer sobre a adequação dos


documentos e processos analisados.
Este documento reflete a compreensão do auditor sobre análises de registros
e demonstrativos, tanto financeiros, quanto operacionais. Dá aos leitores uma
visão geral da atividade da empresa e, principalmente, o que foi concluído
sobre ela.
Este parecer destina-se a acionistas, diretores, administradores, analistas de
mercado, entidades financeiras, etc.
História
● Etimologicamente, o termo auditoria deriva-se do latim audire, que
significa ouvi.

● Inicialmente foi traduzido pelos ingleses como auditing, para designar


termos técnicos para a revisão dos registros contábeis, mas atualmente o
entendimento de seu sentido é mais amplo e consiste na ação
independente de confrontar determinada condição com um critério
preestabelecido, que se configura como a situação ideal para que se possa
opinar ou comentar a respeito de algo ou de alguma situação.
● A auditoria nasceu na era antes de Cristo na Antiga Suméria, e em
seguida, surgiu nas províncias romanas no primeiro século depois de
Cristo; porém, foi no século 18 na Inglaterra, com a Revolução Industrial,
que houve grande desenvolvimento da auditoria mediante o surgimento
das grandes empresas, das necessidades por parte dos investidores de
acompanhamento do capital investido e da taxação do imposto de renda
com base no lucro.
No antigo Egito, havia a necessidade de se ratificar as atividades praticadas nas
grandes construções, bem como a verificação de registros de arrecadação de
impostos.

Outros povos, como os sumérios, babilônios, sírios, cretenses, gregos e


romanos, realizavam registros das escriturações de patrimônios adquiridos ou
já possuídos, considerando tais atos como prática de auditoria
Foi na Inglaterra, em 1756, com a Revolução Industrial e expansão do
capitalismo, que fatores de desenvolvimento, tais como o surgimento de
grandes fábricas e o uso intensivo de capital monetário, contribuíram para a
efetiva necessidade de utilização constante e aprimorada das atividades de
auditoria, que naquele momento se apresentava como uma das formas de se
praticar a contabilidade, ou seja, a auditoria realizada como atividade
necessária, mas não classificada como tal, surgiu como uma ramificação da
contabilidade.
Foi a grandeza econômica e comercial da Inglaterra e da Holanda, no fim do
século passado, bem como dos Estados Unidos, onde hoje a profissão é mais
desenvolvida, que determinou a evolução da auditoria como consequência do
crescimento das empresas, do aumento de sua complexidade e do envolvimento
do interesse da economia popular nos grandes empreendimentos.
Desse período em diante, segundo Almeida(10), os vários marcos na história da
contabilidade vieram a contribuir direta ou indiretamente para o fortalecimento
da auditoria, com a criação das Associações dos Contadores Públicos,
regulamentação de normas e padrões contábeis por profissionais capacitados,
aumento da importância da profissão do auditor como guardião da
transparência das informações contábeis das organizações e sua divulgação
para o mercado de capitais, entre outros.
No Brasil é difícil precisar a data do primeiro trabalho de auditoria, mas a
primeira evidência concreta pode ser constatada no Decreto n° 2.935, de 16 de
junho de 1862, que aprovava a reorganização da Cia. de Navegação por Vapor
– Bahiana – Anonyma, e determinava que os auditores deveriam ser
convocados anualmente em assembleia ordinária, os quais teriam como função
analisar e examinar as contas da empresa
A partir de 1965, segundo Alberton(12), com a regulamentação das atividades
dos Bancos de Investimentos, Bolsas de Valores, Sociedades corretoras e
distribuidoras de Títulos e Valores Imobiliários, houve uma crescente criação
de resoluções que tornavam a auditoria e o parecer dos auditores obrigatórios
nas instituições acima citadas e ainda a regulamentação e registro dos auditores
independentes.

Já na saúde, a auditoria teve início quando o enfoque passou a ser não apenas
contábil, mas em uma linha também administrativa, que tinha como objetivo
avaliar a eficácia e a efetividade da aplicação dos controles internos
Já na saúde, a auditoria teve início quando o enfoque passou a ser não apenas
contábil, mas em uma linha também administrativa, que tinha como objetivo
avaliar a eficácia e a efetividade da aplicação dos controles internos.
A auditoria em saúde foi instituída em 1984 no Brasil, por meio da resolução
45 de 12 de julho de 1984, pelo extinto Instituto Nacional de Assistência
Médica da Previdência Social (INAMPS), que a exprime como um conjunto de
ações administrativas, técnicas e observacionais, que buscam a caracterização
definida do desempenho assistencial, efetuado pelos integrantes de todos os
níveis de execução, notadamente os referenciados às unidades médico-
assistenciais próprias, contratadas, conveniadas e em regime de cogestão.
Especificamente, no Brasil, a história da auditoria na saúde inicia-se com a origem da
previdência em 1923, por meio da Lei Eloy Chaves, com a criação da Caixa de
Aposentadorias dos Ferroviários, de proteção social, oferecendo pensão,
aposentadoria, assistência médica e auxílio farmacêutico. A partir da década de 1930,
paralelamente às Caixas, proliferaram os Institutos de Aposentadoria e Pensões aos
trabalhadores urbanos: Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM),
em 1933; Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC), em 1933;
Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB), em 1934; Instituto de
Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), em 1936; Instituto de Previdência e
Assistência dos Servidores do Estado (IPASE), em 1938
No ano de 1960, a Lei Orgânica da Previdência Social (lei no 3.807, de 26 de
agosto de 1960) unificou a legislação aplicável aos Institutos.
A unificação da gestão, no entanto, demoraria mais alguns anos e seria
implantada com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS),
em 1966.
As atividades de auditoria no Instituto Nacional de Previdência Social – INPS
eram realizadas pelos supervisores, por meio de apurações em prontuários de
pacientes e em contas hospitalares.
Nesse período não havia auditorias diretas em hospitais.
A partir de 1976 as chamadas contas hospitalares transformaram-se em Guia de
Internação Hospitalar – GIH – e assim as atividades de auditoria ficam
estabelecidas como Controle Formal e Técnico.
Além disso, a auditoria veio contribuir com a saúde por meio de ações,
inicialmente provocadas pela necessidade de aperfeiçoamento das GIH,
utilizadas pelo INAMPS, chamado mais adiante de Sistema de Assistência
Médica da Previdência Social (SAMPS), que reconheceu o cargo de médico
auditor, passando assim a auditoria a ser realizada nos próprios hospitais
Outro marco importante foi a criação do Sistema Nacional de Auditoria (SNA),
previsto pela lei 8.080 de 19 de setembro de 1990, com a função de coordenar a
avaliação técnica e financeira do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo
território nacional, em cooperação técnica dos estados, municípios e Distrito
Federal.
Atualmente, de acordo com Brito e Ferreira(17), a auditoria já tem conquistado
uma porção considerável das entidades que prestam serviços de saúde, devido à
eficácia de seus resultados, pelo controle e programação das ações e,
principalmente, por direcionar os caminhos a serem traçados pelas instituições.
Auditoria em saúde

Vem sendo empregada há mais de 50 anos, podendo ser definida como análise
sistemática e formal de atividades por profissional não-envolvido na sua
execução, com o objetivo de assegurar a conformidade, a qualidade e o
controle em uma função, processo ou instituição.
Para que seja realizada de forma efetiva, é preciso que os auditores (internos)
conheçam as atividades que estão sendo auditadas, além do fluxo de auditoria e
custos de materiais e medicamentos.
Isso torna a auditoria em saúde ainda mais específica.
O auditor atua junto aos profissionais da assistência, a fim de monitorar o
estado clínico de paciente internado, verificando a procedência e gerenciando o
internamento, auxiliando na liberação de procedimentos ou materiais e
medicamentos de alto custo, e também verificando a qualidade da assistência
prestada(
CLASSIFICAÇÕES QUE MELHOR ESPECIFICAM O CAMPO DE ATUAÇÃO
DO AUDITOR

- auditoria regular ou ordinária: é aquela realizada em caráter de rotina. É


periódica, sistemática e previamente programada, com vistas à análise e verificação
das fases específicas de uma atividade, ação ou serviço;

- auditoria especial ou extraordinária: é realizada para atender às apurações de


denúncias e indícios de irregularidades administrativas. É indicada para a
verificação de uma atividade específica e deve ser autorizada por autoridade
competente.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS TIPOS DE AUDITORIA

• auditoria analítica: é o conjunto de procedimentos especializados para análise


de relatórios, processos e documentos, visando avaliar se os serviços ou
sistemas de saúde atendem às normas e padrões previamente definidos;

• auditoria operativa: é a verificação de processos e documentos comparados


aos requisitos legais/normativos que regulamentam o SUS/Operadoras de
Saúde (OPS) e as atividades relativas à área de saúde, por meio do exame
direto dos fatos, documentos e situações;
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS TIPOS DE AUDITORIA

• auditoria de gestão: atividades que abrangem áreas de controle, fiscalização


orçamentária, financeira e contábil, avaliação técnica da atenção à saúde, avaliação de
resultados e comprovação de qualidade;
• auditoria contábil: avaliação sistemática de transações, procedimentos, rotinas e
demonstrações contábeis de uma entidade versus cumprimento de metas previstas em
planos de saúde e/ou de trabalho, apuração de resultados, comprovação de qualidade,
para o cumprimento das atividades de controle financeiro, contábil e patrimonial nas
instituições.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ÁREA

• auditoria interna ou de 1ª parte: executada por auditores habilitados da própria


organização auditada, que tem como função examinar os controles e avaliar a eficiência e
eficácia da gestão. Essa área da auditoria tem por finalidade promover melhoria nos
controles operacionais e na gestão de recursos;
• auditoria externa ou de 2ª parte: executada por auditores ou empresa independente
contratada para verificar as atividades e resultados de uma determinada organização ou
sistema. É o exame das demonstrações contábeis ou de alguma área específica ou
procedimento predefinido como objeto de trabalho especial;
• auditoria de 3ª parte: avaliação aplicada por uma entidade certificadora.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A EXECUÇÃO

• auditoria prospectiva ou auditoria prévia: tem caráter preventivo; procura


detectar situações de alarme para evitar problemas. Geralmente está ligada ao
setor de liberação de procedimentos ou guias das operadoras de Planos de
saúde;
• auditoria retrospectiva: avalia resultados e repara as falhas. Realizada após a
alta do paciente. Dessa forma, o paciente que deixou o internamento não é
beneficiado após a avaliação dos dados obtidos. Entretanto, o benefício se
reverte de forma global aos demais.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A EXECUÇÃO

• auditoria concorrente: acontece durante um fato ou processo, para acompanhar a


execução das atividades e garantir a qualidade do produto. É realizada quando o paciente
ainda se encontra hospitalizado ou em atendimento ambulatorial. Pode ser feita de quatro
maneiras: pela avaliação feita pelo paciente e sua família, verificando suas percepções
acerca da assistência prestada; pela entrevista do funcionário após a prestação do cuidado,
levando-o à reflexão; pelo exame do paciente e confronto com as necessidades levantadas
e pela verificação do cumprimento das atividades a serem realizadas pelos profissionais.
Algumas modalidades de atuações dos auditores na área da saúde englobam:

Auditoria de contas hospitalares

Auditoria da qualidade da assistência

Auditoria de liberação
No Brasil, segundo Azevedo(27), a auditoria apresenta-se como atividade em
plena expansão, justificada pelas necessidades cada vez maiores de
racionalização de custos na assistência à saúde pública ou privada.
Competências
O que são
competências

● Quais são as competências necessárias para um auditor?

● Como é o trabalho do auditor e quais as subdivisões de auditoria


existentes em saúde?
● foi preciso que o perfil do auditor evoluísse de forma progressiva, estando

em constante aperfeiçoamento. Algumas marcas são, porém,

indispensáveis desde o início de sua realização, tais como a ética, o

respeito, a responsabilidade e o sigilo de informações.


● Por esses motivos, aliados à necessidade da utilização da palavra
“qualidade” e também “administração de recursos” e voltada para uma
clientela cada vez mais exigente, a auditoria ganha um grande grau de
importância nos setores das instituições que prestam serviços à saúde,
dando uma especificidade a esse termo trazido da contabilidade, que passa
a ser auditoria em saúde, realizada por profissionais capacitados nessa
área e muitas vezes somada ao trabalho de outras áreas que contribuem
para a realização de um processo de auditoria bem desenvolvido
Requisitos a um auditor

Independência;

Integridade;

Eficiência;

Confidencialidade.
Independência

Situações de perda de independência:


– Envolvimento financeiro com um não-cliente que possua relação de
investidor – ou empresas coligadas ou controladas – com o cliente;
– O exercício de cargo dentro do período sob auditoria;
–A existência de relacionamentos pessoais e familiares com o cliente;
– A aceitação de bens e serviços fora do contrato ou da maneira geral para
terceiros.
Integridade

Realizar seus trabalhos com honestidade, responsabilidade e ética. Quebras de


integridade:
– Omitir algum fato importante que conheça, cuja exposição seja
indispensável;
– Deixar de relatar ou dissimular fraudes e irregularidades;
– Negligenciar riscos na execução de qualquer trabalho;
– Não reunir evidências suficientes para justificar a expressão de sua opinião.
Eficiência e Confidencialidade

Eficiência – planejar e julgar a viabilidade técnica da execução, tendo em vista


o escopo do trabalho a ser realizado, todo o serviço a ser prestado. Dessa
forma, minimizam-se os custos e aumenta-se a qualidade.

Confidencialidade - Utilizar as informações confidenciais exclusivamente


durante a execução do serviço. É regra mandatória que nenhum dado,
informação, documento ou demonstração seja utilizado em interesse próprio
ou de terceiros.
Auditoria em enfermagem
Auditoria em enfermagem

Função de controle do processo administrativo, verificando se os resultados da


assistência estão de acordo com os objetivos.

Ferramenta de cunho gerencial, que tem como finalidade avaliar a qualidade da


assistência, de processos e de custos

análise qualitativa da assistência de enfermagem prestada, corroborando com a


premissa do trabalho do enfermeiro, que é oferecer ao seu cliente assistência de
boa qualidade
O enfermeiro auditor, segundo Melo e Vaitsman(33), desenvolve todas as
atividades de sua competência na auditoria de acordo com aspectos técnicos,
atentando às legislações vigentes do Ministério da Saúde, Agência Nacional de
Saúde Suplementar, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, às Normas de
Auditoria de Enfermagem, ao Código de Ética de Enfermagem e Legislação do
Conselho Federal de Enfermagem, Conselho Regional de Enfermagem, lei
9.656/1998, Lei do Código de Defesa do Consumidor, contratos e coberturas
contratuais, exclusões de cobertura e Tabelas contratuais, sempre mantendo os
padrões de qualidade da instituição.
De acordo com a resolução-COFEN n° 266/1991 estão relacionadas abaixo algumas
atividades privativas do enfermeiro auditor em exercício de sua função(34):
• organizar, dirigir, planejar, coordenar e avaliar, prestar consultoria, auditoria e emissão
de parecer sobre os serviços de auditoria de enfermagem;
• atuar na elaboração de medidas de prevenção e controle sistemático de danos que
possam ser causados aos pacientes durante a assistência de enfermagem;
• o enfermeiro auditor, segundo a autonomia legal conferida pela lei e decretos que tratam
do exercício profissional de Enfermagem, para exercer sua função não depende da
presença de outro profissional;
tem o direito de visitar/entrevistar o paciente, com o objetivo de constatar sua
satisfação com o serviço de Enfermagem prestado, bem como a qualidade
desse serviço. Se necessário, deve acompanhar os procedimentos prestados no
sentido de dirimir quaisquer dúvidas que possam interferir no seu relatório;
tem o direito de acessar, in loco, toda a documentação necessária, sendo-lhe
vedado retirar da instituição os prontuários ou suas cópias; pode, também, se
necessário, examinar o paciente, desde que autorizado por ele ou por seu
representante legal;
- quando integrante de equipe multiprofissional, deve preservar sua autonomia,
liberdade de trabalho, e sigilo profissional; bem como respeitar autonomia,
liberdade de trabalho dos membros da equipe, respeitando a privacidade, e o
sigilo profissional, salvo nos casos previstos em lei, que objetivem a garantia
do bem estar do ser humano e a preservação da vida;

- quando em sua função, deve sempre respeitar os princípios profissionais,


legais e éticos no cumprimento do seu dever.
Para que o enfermeiro possa realizar a auditoria da qualidade é necessário que
alguns indicadores sejam levados em consideração, tais como:
1) as anotações de enfermagem, que devem ser claras, precisas, legíveis e
descritas de forma a contar todos os procedimentos realizados ao paciente,
intercorrências e queixas;
2) o estado de saúde do paciente e o estado emocional de sua família;
3) o processo de enfermagem, rotinas e descrição dos procedimentos;
4) protocolos, como os de troca de sonda/cateteres, diluição de medicamentos,
preparo para exames, entre outros
Filosofias de auditoria
Filosofias de auditoria - O ENFOQUE FINANCEIRO DA AUDITORIA

• As demonstrações financeiras e os dados contabilísticos são verificáveis;

• Não existem necessariamente conflitos entre o auditor e a administração sujeita ao

exame de auditoria;

• As demonstrações financeiras e toda a informação publicada e sujeita a verificação

está livre de erros intencionais e outras irregularidades;

• A existência de um sistema de controlo interno elimina a probabilidade de

irregularidades;
Filosofias de auditoria - O ENFOQUE FINANCEIRO DA AUDITORIA

• A aplicação consistente dos princípios contabilísticos geralmente aceitos gera uma

representação razoável da situação financeira e dos resultados da empresa;

• Na ausência de evidência em contrário, o que se considerou válido na empresa sujeita a

auditoria, é extrapolável para o futuro;

• Ao examinar os dados contabilísticos e financeiros com o propósito de expressar a sua

opinião independente, o auditor actua estritamente como auditor; • O estatuto do auditor

independente impõe adequadas obrigações


Filosofias de auditoria - O ENFOQUE FINANCEIRO DA AUDITORIA
Esse conjunto de postulados permite construir o edifício técnico-jurídico da auditoria, que
se baseia essencialmente em três pontos fundamentais:

1) Natureza dos fenómenos contabilizados, relatados e auditados

-dados verificáveis; teoria da evidência, teoria da amostragem, e o estabelecimento de


limitações à responsabilidade social do auditor.
Filosofias de auditoria - O ENFOQUE FINANCEIRO DA AUDITORIA
2) Comportamento ético dos administradores
-Admite-se, então, a não existência de conflitos de interesses entre o auditor e o órgão de
gestão da empresa sujeita a auditoria e, simultaneamente, assume-se que as
demonstrações financeiras estão isentas de irregularidades.

3) Comportamento dos auditores


- impõem a independência como um pilar do exercício da profissão de auditor.
Filosofias de auditoria - OS ORGANISMOS PROFISSIONAIS E A FUNÇÃO

DE AUDITORIA
A auditoria às demonstrações financeiras efectuadas de acordo com os princípios
contabilísticos geralmente aceites é afectada por um conjunto de restrições inerentes, na
medida em que princípios alternativos são permitidos na contabilidade, os princípios não
estão devidamente hierarquizados, o risco e a incerteza têm um reflexo cada vez maior
nas demonstrações financeiras, o que implica, cada vez mais, um exercício de julgamento
subjectivo por parte dos auditores.
Filosofias de auditoria - OS ORGANISMOS PROFISSIONAIS E A AUDITORIA
Argumentos que criam a procura da auditoria:

a) Conflito de interesses: É o argumento típico da teoria da agência, que considera a


empresa como uma rede de interesses e contratos, apresentando os utilizadores e os
accionistas de uma empresa em conflito potencial com os administradores em relação à
sua gestão e comunicação do seu desempenho.
Filosofias de auditoria - OS ORGANISMOS PROFISSIONAIS E A AUDITORIA
Argumentos que criam a procura da auditoria:
b) A auditoria como suporte de decisões económicas: Trata-se, igualmente, de
uma condição que conduz a procura de auditoria. Assim, as demonstrações financeiras
são uma importante fonte, quando não única, de informação para o processo de tomada
de decisão de investimento, desinvestimento, financiamento e todo um amplo ramo de
outras decisões. Como corolário, esses utilizadores procuram no auditor a validação, em
termos de segurança informativa, das demonstrações financeiras, incluindo a sua
divulgação.
Filosofias de auditoria - OS ORGANISMOS PROFISSIONAIS E A AUDITORIA
Argumentos que criam a procura da auditoria:

c) Complexidade: A complexidade crescente da informação financeira, na qual se


introduzem, cada vez mais, valorimetrias alternativas, estimativas e projecções,
aumentam o risco de interpretações enviesadas e de erros intencionais.
Filosofias de auditoria - OS ORGANISMOS PROFISSIONAIS E A AUDITORIA
Argumentos que criam a procura da auditoria:

d) Distância, tempo e custo, devidamente interligados: Sendo impossível à


generalidade dos utilizadores da informação financeira verificarem directamente as
demonstrações financeiras e atestarem a fiabilidade das asserções do órgão de gestão,
confiam que o relatório do auditor independente satisfará as suas necessidades.
Filosofias de auditoria - O ENFOQUE SOCIAL
O conceito social de auditoria compreende um exame realizado por uma determinada
pessoa, independente das partes envolvidas, que compara o produto final com os
objectivos e comunica os resultados obtidos. É uma parte essencial do mecanismo de
controlo público e privado.

...mais ampla - permite abarcar as atividades não financeiras e inclusivamente atividades


sem processamento contabilístico.
Filosofias de auditoria - O ENFOQUE SOCIAL
Nesse contexto, o conceito social de auditoria é adaptativo e a sua interpretação
operacional depende não só dos valores éticos, mas também do valor de julgamento
efectuado pela sociedade em relação aos aspectos a que a prestação de contas deve ser
aplicada.
O processo de auditoria consiste em verificar o grau de cumprimento em relação a um
conjunto de normas específicas, que derivam do sistema social, abrangendo, por isso,
matizes de carácter cultural, social e político.
Filosofias de auditoria - O ENFOQUE SOCIAL
Quatro referenciais básicos:

Verificação e comprovação,
• As questões centrais relativas à responsabilidade apresentam-se muito
dispersas, são complexas e/ou de grande importância para o cumprimento/desempenho de
obrigações/ deveres; conseqüentemente e para que possam ser demonstradas tem que se
recorrer ao processo de auditoria;
• As questões centrais relativas aos elementos da auditoria (conduta,
desempenho, realização, registo dos acontecimentos, asserções, verificação de factos)
têm de ser comprovadas por evidências.
Filosofias de auditoria - O ENFOQUE SOCIAL
Quatro referenciais básicos:

responsabilidade,
● competencia e autoridade

independência e ética

e económico.
Quais as características e competências necessárias a
um auditor?
Filosofias de auditoria - O ENFOQUE SOCIAL
É de primordial importância que em uma auditoria em serviço suplementar de saúde, seja
esta executada por profissionais capacitados que apresentem, além do conhecimento
técnico cientifico, atributos pessoais tais como: imparcialidade, prudência e diplomacia
entre tantos outros.

Estes profissionais devem avaliar sempre as normas e padrões necessários a uma


auditoria, no sentido de mantê-las ajustadas às transformações da realidade e por fim
emitir um parecer construtivo com o objetivo de auxiliar a melhoria contínua do sistema
de qualidade da empresa.
Filosofias de auditoria

18/06/2016 - Lancepress COI apoia banimento da Rússia do atletismo da Olimpíada do Rio • Em nota oficial,

COI diz que atitude da Iaaf está alinhada à política de tolerância zero no combate ao doping . Uma reunião na

próxima terça-feira em Lausanne, envolvendo o COI, federações internacionais e nacionais e organismos

antidoping, debaterá a possibilidade de avaliar o caso de cada atleta para uma possível “justiça individual" aos que

estiverem comprovadamente limpos. Porém, eles competiriam como "atletas neutros", não representando a Rússia.
Filosofias de auditoria

Você defende o banimento:

• De toda a delegação Russa?

• Do atletismo da Rússia?

• Dos atletas flagrados?


Isto É - 16/07/2016 Oficiais de 10 países se juntam para pedir exclusão da Rússia da

Olimpíada • Oficiais de antidoping de pelos menos 10 países e 20 grupos de atletas estão

preparando um pedido em conjunto ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para excluir

completamente a delegação russa dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Estadão - 17.07.16 – • “É decepcionante ver partes interessadas na competição olímpica

querendo banir um outro membro da família dos jogos Olímpicos deste modo desleal”,

Spyros Capralos, CO da Grécia.


Auditoria e evidencias
Conforme a NBC TA 500 - é objetivo do auditor definir e executar procedimentos de
auditoria a fim de conseguir evidência de auditoria apropriada e suficiente que lhe
possibilitem obter conclusões razoáveis para fundamentar de maneira adequada a sua
opinião.

Informações utilizadas pelo auditor para chegar às conclusões em que se fundamentam a


sua opinião e seu relatório.

Natureza cumulativa
Auditoria
A suficiência é a medida da quantidade de evidência de auditoria.
A quantidade da evidência de auditoria necessária é afetada:
- pela avaliação do auditor dos riscos de distorção;
- pela qualidade de tal evidência de auditoria;
A evidência apropriada se relaciona com a natureza e época de
aplicação dos procedimentos e se refere à qualidade da evidência.
Auditoria e evidências
Adequação da evidência de auditoria
É a medida da qualidade da evidência de auditoria, isto é, a sua relevância e
confiabilidade para suportar as conclusões em que se fundamenta a opinião do auditor.
A suficiência e adequação da evidência de auditoria estão inter-relacionadas; porém, a
obtenção de mais evidência de auditoria não compensa a sua má qualidade.
Auditoria e evidências
❖ A classificação é feita conforme os procedimentos que originaram a evidência:

a) Evidência física
b) Evidência documental
c) Evidência testemunhal
d) Evidência analítica
Auditoria baseada em evidências

Nos serviços de saúde, público e particular, o controle e avaliação dos

resultados obtidos objetivam, não somente a produtividade do

profissional e a viabilidade econômica financeira do sistema idealizado,

por meio de indicadores financeiros, como também sua capacidade de

prestar atendimento de qualidade.

Tem aumentado a preocupação das organizações e fontes pagadoras

de serviços de saúde com o aprimoramento dos recursos destinados ao

financiamento das ações de saúde.


Financeiro, relacionado com as questões econômica, de custos assistenciais, com o
intuito de controle e verificação de fraudes, consistência dos procedimentos cobrados
pelo prestador, análise quantitativa dos itens de cobrança contra abusos e irregularidades.

De qualidade, voltado aos processos assistenciais da rede prestadora, com uma análise
qualitativa, verificando os recursos disponíveis, atendimento, melhoria de processos,
satisfação do paciente, entre outros.
As estatísticas e pesquisas mostram a facilidade com que a fraude pode ocorrer de fato,
já que 70% dos médicos americanos admitem ter mentido a favor de seus pacientes, e um
em cada dez médicos não vê problemas em falsificar os relatórios.
No Brasil, uma pesquisa realizada pela Federação Nacional das Seguradoras
(FENASEG) em conjunto com o Instituto de Pesquisa IBOPE, em 2004, mostra que
quatro em cada dez segurados estão propensos a fraudar seu seguro.
A auditoria de qualidade é um instrumento que possibilita a confirmação de
eficiência dos controles das empresas, ela tranquiliza a administração, garante
negócios seguros e claros aos investidores, além de prevenir possíveis falhas, e
ainda sugere a correção para melhoria no desempenho da empresa.

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