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MARÇO DE 2023
OSVALDO HENRIQUES
CAPITULO 1
Introdução à Auditoria. A Contabilidade e a Auditoria.
A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AUDITORIA
Segundo vários autores há conhecimento que por volta do ano 4000 antes de Cristo
se efectuavam auditorias na Babilónia, na China e no Egipto sobretudo relacionadas
com a cobrança de impostos e com o controlo dos armazéns dos faraós.
Mais tarde (1800 AC a 95 DC) existem referências bíblicas a controlos internos e a
realização de auditorias de surpresa. Também durante o império romano era normal
os imperadores encarregarem funcionários de inspeccionarem as contabilidades das
diversas províncias.
Em 1547 tinha sido publicado em língua inglesa (depois de ter sido escrito
sucessivamente em italiano, holandês e francês) um livro de autor anónimo que
versava a escrituração comercial e que se dirigia entre outros, aos auditores.
Nos países socialistas, a auditoria não tem perseguido, objectivos idênticos aqueles
que são seguidos nos países capitalistas, dando-se mais ênfase à verificação da
eficácia das medidas de controlo interno.
Em Cuba, logo após o termo da Revolução que instaurou o regime socialista, alguns
departamentos governamentais mais importantes, criaram secções de auditoria
interna.
Esta informação financeira deve ser credível de forma a permitir aos "utentes" a
tomada de decisões económicas.
Assim:
Por outro lado, está interessado que as mesmas funcionem por longos períodos, pois
é um bom sinal de "saúde" da economia.
7) Público - as empresas afectam o público porque são - empregadoras,
contribuintes e em alguns casos constituem investimentos alternativos para as
poupanças.
Compreensibilidade
Relevância
Uma boa parte da informação financeira está sujeita a algum risco de não chegar a
ser representação fidedigna daquilo que ela pretende retratar devido, sobretudo, a
dificuldades inerentes, à identificação das operações e a outros acontecimentos a
serem valorizados ou a concepção e aplicação de técnicas de valorimetria e
apresentação.
Se a informação deve representar fidedignamente as operações e outros
acontecimentos que tenha por fim representar, é necessário que estes sejam
contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e realidade
económico-financeira e não meramente com sua forma legal.
Para que seja fiável, a Informação Financeira deve ser neutra (livre de preconceitos),
isto é, não deve influenciar a tomada de uma decisão.
Para que a informação seja fiável deve ser completa, tendo em conta as fronteiras
da materialidade e do custo da preparação e divulgação. Comparabilidade
Os utentes devem ser capazes de comparar:
2 —O equilibrio entre beneficio e custo é mais uma limitação difusa (confuso, não
conciso) do que uma característica qualitativa.
As informações passadas aos gestores da empresa devem ser explícita; e claras, para
que, diante das análises eles possam tomar as melhores decisões em virtude d
".rescimento e expansão dos negócios.
Credibilidade
Veracidade
Fiscalização de processos
Em termos práticos, o controlo dos processos internos poderá ter um peso bastante
significativo na empresa, já que poderá significar uma redução de custos que apenas
poderá ser detectado através de uma auditoria externa. Com isto, a optimização de
processos poderá lançar a empresa para um maior controlo de custos que poderá
significar uma maior saúde financeira para a empresa.
Mais controlo
Melhoria da informação
Uma auditoria externa realizada à empresa irá contribuir para que as informações
sobre a situação económica, patrimonial e financeira da empresa sejam correctas,
havendo assim uma melhoria em todos os aspectos ligados ao seu negócio. A
informação rigorosa e exacta do ponto de situação das finanças da sua companhia
são determinantes para fazer uma boa gestão.
Maior correcção
Além de uma maior exactidão, haverá uma maior correcção em todos os registos
financeiros e contabilísticos da empresa, possibilitando assim um olhar "diferente"
para as áreas que estão a falhar. Deixarão de haver desvios anormais, contas mal
processadas ou em lugares incorretos na contabilidade, o que poderá possibilitar
uma diminuição de tempo nos processos financeiros dentro da sua empresa.
Conselhos legais
Com isso veio o aparecimento do auditor interno que deve amparar-se de todos os
meios e provas que tiver disposição a seu alcance para averiguar a consistência dos
reg istros contabilísticos, mesmo que recorra a provas externas. Ou seja, para chegar
às finalidades da auditoria devem-se buscar os recursos necessários para desfecho e
afirmação das informações e inventário obtidos.
TIPOS DE AUDITORIA
Auditoria Interna
Podemos definir auditoria interna como uma técnica de controlo de gestão que,
mediante a análise, verificação e avaliação independente das actividades da
empresa, e da eficácia e conformidade do funcionamento das demais técnicas do
controlo, tendo em vista auxiliar os gestores e os demais serviços no desempenho
das suas funções e responsabilidades.
Auditoria Operacional
• Auditar a estratégia.
O campo de investigação da auditoria operacional é o conjunto do controlo interno
pelo que a mesma se preocupa sobretudo com a eficácia das operações e o
cumprimento das políticas e, se for o caso, com a adequação das mesmas. Por outras
palavras, a auditoria operacional, integra:
c. Organizar
a empresa ou entidade a fim de que os planos, normas e procedimentos
possam de facto operar;
d. Controlar a forma como os referidos planos, normas e procedimentos estão a
atingir os seus fins.
Nas entidades sem fins lucrativos a auditoria de gestão toma geralmente a
designação de "Value for Money" sendo o seu principal objectivo avaliar se tais
entidades estão a funcionar de forma eficiente e se os seus gestores estão a dar o
devido valor ao dinheiro.
A auditoria previsional visa dar uma opinião sobre a razoabilidade dessa informação
financeira prospectiva, tendo em vista o princípio contabilístico da continuidade. A
auditoria sobre a informação financeira prospectiva abrange a emissão de opinião,
sobre alguns aspectos, designadamente a informação contida no relatório de gestão
sobre a evolução previsível da sociedade, tanto nas contas individuais como nas
consolidadas, os pressupostos e consistência das previsões constituídas pelas
sociedades emitentes de títulos sujeitas a oferta pública ou para efeitos de admissão
à cotação e projectos de avaliação a económica e de saneamento financeiro das
empresas em acções e emitidas com efeito no futuro, entre outros.
Auditoria informática
Auditoria social
A crescente importância dos aspectos sociais no seio das empresas tem levado a que
em alguns países industrializados, se tenham começado a desenvolver, desde o
início da década de 70 do século passado, estudos relacionados com a
responsabilidade social das empresas, a qual se pode reflectir, por exemplo, na
deterioração que a mesma produz na qualidade de vida (poluição), na qualidade dos
seus produtos, na confiança que inspira aos consumidores e aos seus accionistas
minoritários, etc.
A utilização da palavra auditoria aqui referida não deve ser encarada como uma
medida quantitativa, como acontece com a auditoria financeira.
Auditoria fiscal
A auditoria fiscal tem por objectivo fazer um exame da situação fiscal da empresa
tendo em vista o controlo da sua regularidade fiscal.
Para tal torna-se necessário averiguar os aspectos específicos definidos pelas normas
e doutrina fiscais, a valorimetria, as normas de incidência, liquidação e cobrança. as
regras de retenção na fonte e de pagamento do imposto e as obrigações
contabilísticas e declarativas.
Auditoria Forense
Auditoria forense (forensic audit) surgiu como forma de responder a aspectos legais
relacionados com as matérias contabilísticas. Trata-se, na realidade, de uma
especialização da auditoria financeira direcionada primordialmente para a
investigação e deteccção de actos ilegais cometidos pelos órgãos de gestão das
empresas ou por outras entidades e que, em ambos os casos, possam afectar as
demonstrações financeiras das empresas em causa.
Embora este estágio aborde a auditoria financeira, também conhecida como auditoria
externa, existem outros tipos de auditoria, tais como:
Se o auditor interno for funcionário da empresa, deve exercer a sua atividade de forma
independente dos serviços da organização que são objeto da sua atenção, que permitirá
desenvolver a sua atividade de forma livre e objetiva. Por esta razão o auditor interno deverá
depender hierarquicamente do órgão de gestão ou da comissão de auditoria, caso haja.
(Costa, 2014).
Auditoria de gestão é segundo Almeida (2014), Nabais (1993) e Costa (2014), uma
extensão do âmbito da auditoria operacional, na medida em que cobre um largo espetro de
procedimentos, métodos de avaliação, políticas e enfoques, tendo o objetivo de avaliar a
performance da empresa em relação a um conjunto de pressupostos ou de regras aceites para
a guiar.
É um tipo de auditoria de gestão que aborda a empresa como um todo, com o propósito de
compreender os fatores estratégicos internos e externos que a envolvem, incluindo a
avaliação de alternativas estratégicas, sua implementação, avaliação e controlo. Abrange
por consequência uma visão integrada dos aspetos fundamentais do processo de gestão
estratégica, ligando-o ao processo de tomada de decisão.
Auditoria social para Nabais (1993), avalia os aspetos de responsabilidade social no seio
da empresa. No entanto, Costa (2014), refere que o termo auditoria usado neste contexto
não é consensual, sendo usadas expressões como auditoria da responsabilidade social ou
balanço social.
Auditoria informática, consiste num exame simplificado e independente de acordo com
os standards de auditoria geralmente aceites, cujo objetivo é averiguar se os critérios de
informação são cumpridos, se as atividades desenvolvidas e recursos aplicados em
determinada organização estão de acordo com as disposições estabelecidas previamente ou
com os standards e boas práticas relevantes. (Trigacheiro, 2014).
Propósito do trabalho
A auditoria interna ou operacional visa elaborar sugestões para o aprimoramento da
gestão operacional, salvaguardar os activos da empresa e tornar mais eficientes os
controlos internos.
A auditoria externa independente, por sua vez, verifica se possíveis falhas nos
controlos internos podem produzir efeitos relevantes nas demonstrações
contabilísticas.
Dependência profissional
A auditoria externa, por ser independente, sofre menores restrições, tendo maior
autonomia para reportar suas críticas e opiniões.
Formato do relatório
Os rel rios de auditoria interna destinam-se quase sempre aos gesa:es da empresa;
normalmente é res ita sua circulação.
A principal razão para que tal tivesse acontecido teve sobretudo a ver com o facto
de grandes multinacionais terem aberto subsidiárias em Angola, o que levou à
necessidade de as suas demonstrações financeiras serem auditadas uma vez que
iriam integrar as contas consolidadas das respectivas empresas-mãe.
O ensino da auditoria nos últimos anos passou a fazer parte da estrutura curricular
dos cursos nas Universidades de Angola.
O trabalho do Revisor Oficial de Contas deve ser realizado de acordo com as normas
técnicas, aprovadas ou reconhecidas pela Ordem dos Contabilistas e Revisores
Oficiais de Contas.
O Revisor Oficial de Contas deve possuir uma cédula profissional, que é emitida pela
Ordem.
Entre as competências do ROC, incluem-se a fiscalização da gestão para observância
das disposições legais e estatutárias de empresas e outras entidades, a consultoria e a
docência.
A Certificação legal das contas, que se destina a testar a sinceridad . :egularidade das
contas.
Revisão legal de empresas consiste na fiscalização das contas e da gestão, bem como
do cumprimento das disposições legais e estatutárias.
Um Revisor Oficial de Contas (ROC) funciona como um auditor externo que tem a
responsabilidade e a quem é reconhecida a competência legal para rever a
contabilidade e auditar contas e serviços respeitantes a qualquer tipo de entidade e
organização, mesmo as de cariz público. Cabe-lhe a responsabilidade de conferir se
todas as contas estão em conformidade com o estipulado pelas normas técnicas
aprovadas ou reconhecidas pela Ordem dos Revisore'. de Contas (OROC), emitindo
após a revisão ou auditoria de contas uma certificação legal das mesi7t ou um
relatório de auditoria, documentando a sua opinião sobre a situação financeira, os
resultados das operações e os fluxos de caixa da entidade em questão.
CAPITULO 2
Príncipio
Contabilístico
As demonstrações financeiras devem apresentar de forma verdadeira e apropriada, aspectos
materialmente relevantes, sobre a posição financeira da Instituição (e ou Empresa), o resultado
das operações e os fluxos de caixa, relativamente à data, e ao período a que se referem, de
acordo os princípios contabilísticos geralmente aceites.
1) Da Continuidade
A empresa é uma entidade que desenvolve a sua actividade de modo contínuo, tendo uma
duração ilimitada. Não tem como objectivos a respectiva liquidação ou a redução significativa
do volume das suas operações.
2) Da Consistência
As políticas contabilísticas de uma empresa perpetuam-se de um exercício para o outro.
3) Da Especialização (ou do Acréscimo)
Reconhecimento dos proveitos e os custos quando obtidos ou incorridos, independentemente
do seu recebimento ou pagamento. Devem ser incluídos nas demonstrações financeiras dos
períodos a que respeitam.
4) Do Custo Histórico
Os registos contabilísticos devem basear-se em custos de aquisição ou de produção, em valores
nominais ou constantes.
5) Da Prudência
Possibilidade de integração nas contas um grau de precaução mediante a realização de
estimativas exigidas em condições de incerteza sem, no entanto, permitir a criação de reservas
ocultas ou provisões excessivas ou a deliberada quantificação de activos e proveitos por
defeito ou de passivos e custos por excesso.
6) Da Substância sobre a Forma
7) Da Materialidade
Separação dos elementos das rubricas do activo e do passivo (balanço), dos custos e perdas e
de proveitos e ganhos (demonstração de resultados), não havendo lugar a encontro de saldos.
9) Da Correspondência de Balanços Sucessivos
• Organização
• Procedimentos Normativos
• Registos e Relatórios
• Auditoria Interna
A eficiência do Controlo deriva da qualidade dos meios humanos, materiais e metodológicos
empregues na actividade de auditoria, bem como da eficiente aplicação das normas técnicas
da contabilidade.
O trabalho de auditoria, enquanto actividade a desenvolver em colaboração e cooperação
(pessoal e institucional), implica uma correcta aplicação de processos organizacionais e de
relações humanas, por forma a garantir melhores resultados.
"A imagem verdadeira e apropriada está para a contabilidade, assim como ajustiça está para
o direito",
Esta expressão, vem a propósito para relembrar que as demonstrações financeiras devem
mostrar uma imagem verdadeira e apropriada da posição financeira, do desempenho e das
alterações na posição financeira de uma entidade, seja ela da economia real ou da economia
social.
• As próprias empresas pretendem ter um sistema uniforme que lhes permita aferir do
desempenho financeiro das suas unidades produtivas espalhadas por diferentes países;
• Investidores e outros utentes da informação financeira, porque têm de conviver com esta
magnitude de diferenças, principalmente quando pretendem analisar determinado sector de
actividade à escala internacional, incorrem em despesas extra de análise com as consequências
negativas a elas associadas.
Perante esta falta de base de comparação, a informação financeira perde a sua credibilidade
e nasce a necessidade de criar uma metodologia comum a ser seguida pelas unidades
económicas, com vista à comparação e compreensão das informações pelos diversos agentes
económicos.
Aplicadas a uma qualquer actividade profissional, as normas têm fundamentalmente a ver com
a qualidade do trabalho executado pelo que, no que respeita à auditoria, elas debruçam-se não
só sobre as qualidades profissionais dos auditores como também sobre o julgamento pelos
mesmos exercido na execução do seu exame e na elaboração do consequente relatório.
Neste capítulo iremos fazer referência às normas emitidas pelos seguintes três organismos:
AICPA que, como já referimos, foi o primeiro organismo profissional que publicou normas
de auditoria;
IFAC, organismo representativo da profissão contabilística a nível mundial, que foi criado em
1977.
A origem das normas de auditoria remonta a 1917 quando o AIA antecessor do AICPA
preparou os primeiros documentos técnicos sobre auditoria. Desde Outubro de 1939 que o
Committee auditing procedure (Comité dos procedimentos de auditoria), hoje denominado
Auditing Standards Board (Departamento de normas de auditoria) do AICPA tem vindo a
emitir diversos Statements on auditing procedure (declarações de normas de auditoria) que
anteriormente se chamavam Statements on auditing procedure (declarações de procedimentos
de auditoria).
Tais documentos referem-se aos procedimentos de auditoria que serão estudados que de acordo
com o julgamento profissional do auditor que pode conduzi-lo a realizar procedimentos
adicionais aos recomendados pelo referido Conselho
As primeiras normas de auditoria foram aprovadas em 1948 e dividem em três grandes grupos:
normas gerais, normas relativas ao trabalho de campo e normas para a elaboração de relatórios.
O AICPA emite regularmente diversos documentos técnicos interpretativos das dez normas
acima referidas.
A UEC foi criada em 17 de Novembro de 1951. Em Dezembro de 1976 a UEC criou o seu
Departamento de normas de auditoria, a partir de 1978, passou a emitir diversas normas com o
objectivo de:
Até final de 1986 foram publicadas pela UEC 20 normas de auditoria (ORDENAÇÃO
NUMÉRICA)
9-Revisão por um auditor independente das demonstrações financeiras não anuais de uma
empresa, Janeiro 1982
A FEE que substituiu a UEC nunca emitiu qualquer norma de auditoria por considerar que tal
não se justificava face a existência das normas internacionais de auditoria da IFAC, que serão
abordadas a seguir.
A primeira norma de auditoria da IFAC foi publicada em Janeiro de 1980 e debruçava-se sobre
o objectivo e o âmbito da auditoria das demonstrações financeiras; Em Julho de 1994 todas as
normas (standards) e declarações (statements) da IFAC foram objecto de uma ordenação por
assuntos.
Em seguida vem a estrutura actual de pronunciamentos técnicos emitidos pelo IAASB que é
uma comissão permanente da IFAC.
PRONUNCIAMENTOS TÉCNICOS
80.rectângulo — ISAs — Normas internacionais de auditoria (80, 90, 100 e 11 0 mesma linha)
90.rectângulo- ISREs - trabalhos de revisão
trabalhos de
100.rectângulo- ISAEs -
asseguração
11 0.rectângulo — ISRSs- serviços relacionados
12 .rectângulo IAPSs- Declarações práticas internacionais de auditoria (120, 130, 140 e 150
0
mesma linha)
200 Objectivo e princípios gerais que governam uma auditoria de demonstrações financeiras
315 Compreensão da entidade e do seu meio envolvente e avaliação dos riscos de distorções
materiais
570 Continuidade
710 Comparativos
1004 As relações entre as entidades de supervisão bancária e os auditores externos dos Bancos
1014 0 relato pelos auditores sobre o cumprimento das normas internacionais de relato
financeiro
NORMAS INTERNACIONAIS DE TRABALHOS DE REVISÃO (ISRE) (90 rectângulo)
3000 Trabalhos de asseguração que não sejam auditorias ou revisões de informação financeira
histórica
As Directrizes Técnicas são preparadas pela Comissão Técnica das Normas, submetidas a
consulta aos revisores/auditores e aprovadas pelo Conselho Directivo, sendo de aplicação
obrigatória, salvo se existirem razões fundamentadas para a sua não aplicação. Quando tal
suceda, o revisor/auditor deve ter plena consciência que é de sua responsabilidade provar que
a orientação e/ou os procedimentos alternativos utilizados proporcionam, pelo menos,
segurança equivalente àquela que seria proporcionada pela disposição derrogada.
Âmbito de aplicação
Normas Gerais
O revisor/auditor deve realizar o seu trabalho como diligência e zelo profissionais e cumprir as
disposições do Código de Ética e Deontologia Profissional designadamente no tocante a
independência, competência e sigilo profissional.
O revisor/auditor deve acordar com o seu cliente, e redigir a escrito de forma clara e completa,
os termos do seu compromisso, designadamente a natureza e âmbito do trabalho, o nível de
segurança a proporcionar e o tipo de relatório a apresentar, quando tais termos não resultem
expressamente da lei.
O revisor/auditor é responsável pela opinião que expressa, podendo contudo, para a formação
dessa opinião, recorrer ao trabalho de outros revisores/auditores ou de outros peritos. Em caso
algum pode o revisor/auditor recorrer a qualquer forma de subcontratação que vise derrogar ou
limitar a sua responsabilidade.
Acções preparatórias
O revisor/auditor deve adquirir conhecimento suficiente da entidade e do seu negócio, através
de uma prévia recolha e apreciação crítica de factos significativos, dos sistemas contabilístico
e de controlo interno, e dos factores internos e externos que condicionam a estrutura
organizativa e a actividade exercida pela entidade.
Planeamento
O revisor/auditor deve planear o trabalho de campo e estabelecer a natureza, extensão,
profundidade e oportunidade dos procedimentos a adoptar, com vista a atingir o nível de
segurança que deve proporcionar e tendo em conta a sua determinação do risco da
revisão/auditoria e a sua definição dos limites de materialidade.
Normas de Relato
No documento final que emitir, o revisor/auditor deve, de uma forma clara e sucinta, além de
expressar a sua opinião, se for caso disso, identificar a natureza e o objecto do trabalho e,
tratando-se de relato de revisão/auditoria ou de exame simplificado, descrever as
responsabilidades do órgão de gestão e as suas próprias e o âmbito do trabalho efectuado, bem
como, eventualmente, apresentar as informações complementares que entenda necessárias.
Nos casos de revisão/auditoria conducente a uma certificação legal das contas ou a um relatório
do auditor externo, porque o revisor/auditor proporciona um nível de segurança aceitável, a sua
opinião deve ser expressa de uma forma positiva, isto é, declarando se as demonstrações
financeiras, tomadas como um todo, apresentam, ou não, de forma verdadeira e apropriada, em
todos os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira, o resultado das operações e
os fluxos de caixa da entidade, com referência a uma data e ao período nela findo, de acordo
com o referencial adoptado na preparação das mesmas (princípios contabilísticos geralmente
aceites ou os especificamente adoptados em Portugal para um dado sector de actividade).
Quando estiver perante situações que não lhe permitam expressar uma opinião, o
revisor/auditor deve declarar expressamente as razões.
Quando o trabalho tenha um objecto, uma finalidade elou um âmbito específico ou limitados,
tais circunstâncias devem ser claramente descritas no relatório e tidas em conta na opinião.
RT - RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS
IT - INTERPRETAÇÕES TÉCNICAS
Conceitos fundamentais
Entende-se por ética a parte da filosofia que trata da moral. Ética e moral são também
considerados os ramos do conhecimento que têm a ver com os costumes, ou seja, com as
fonnas de comportamentos habituais ou normais.
A ética é pois a ciência do dever ser, o que implica a existência de valores. Os valores são
atribuições feitas pelo espírito humano, são elementos essenciais da ética.
Dever se entende como o acto que tem de se encontrar em virtude de uma ordem, preceito
ou contrato. Assim sendo, a deontologia profissional tem pois a ver com as regras de
qualquer actividade profissional. (Viu-se que a deontologia profissional do auditor encabeça
as normas de auditoria da IFAC).
Enquanto a ética está relacionada com características de ordem geral, a deontologia abarca
um âmbito mais restrito.
(Ética ciência dos valores. É lei — abrangência é geral. Deontologia ciência dos deveres. É
norma — âmbito é restrito).
- Parte B, que ilustra como é que a estrutura conceptual deve ser aplicada aos contabilistas
profissionais em prática pública (professional accountants in public practice);
- Parte C, que ilustra como é que a estrutura conceptual deve ser aplicada aos contabilistas
profissionais em entidades (Professional accountants in business).
A parte A do Código de Ética da IFAC, que se intitula Aplicação Geral do Código, integra
seis secções.
Começa-se por salientar que um marco que distingue a profissão contabilística é a sua aceitação
da responsabilidade de actuar no interesse público e que portanto a responsabilidade do
contabilista profissional não é a de satisfazer exclusivamente as necessidades de um cliente ou
de uma entidade patronal específica.
De seguida, refere-se que ao contabilista profissional se exige que cumpra com os seguintes
princípios fundamentais: integridade, objectividade, competência e devido zelo profissionais,
confidencialidade e comportamento profissional.
A' a) Manter conhecimento e perícia profissionais ao nível exigido para assegurar que os
clientes ou entidades patronais recebam um serviço profissional competente; e
b) Actuar diligentemente .com zelo ou cuidado) de acordo com as ponpas técnicas e
profissionais aplicáveis quando prestam serviços profissionais. decttcct do
Secção 140 — Confidencialidade
Este princípio impõe aos contabilistas profissionais a obrigação de se absterem de:
a) Divulgar fora da firma ou da entidade empregadora informação confidencial obtida como
resultado de relações profissionais e empresairias sem autorização apropriada e especifica ou a
não ser que haja um direito ou obrigação legal ou profissional a divulgar
b) Usar informação confidencial obrida como resultado de relações profissionais e empresariais
em seu proveito ou no de terceiros
INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS
No que se refere a incompatibilidades, estabelece-se que as mesmas podem ser de três tipos, a
saber:
a)-lncompatibilidades em) geral, ou seja, considera-se que a profissão de auditor "é
incompatível com qualquer outra que possa implicar a diminuição da independência, de
prestígio ou da dignidade da mesma ou ofenda outros princípios de ética e deontolo
profissional".
b)-lncompatibilidades absolutas, ou seja, os auditores "não podem exercer funções de membros
de órgãos de administração, gestão, direcção ou gerência em empresas ou outras entidades
salvo as de gestor e liquidatários judiciais e outras decorrentes de atribuição por lei".
Se se pode considerar estranho que um auditor possa exercer as funções de gestor ou
liquidatário judiciais mais estranho ainda é o facto de tais incompatibilidades não se aplicarem
quando os auditores exercem as suas funções "em pessoas colectivas públicas, de utilidade
pública administrativa ou de mera utilidade pública, bem como em instituições particulares de
solidariedade social".
c)-lncompatibilidades relativas, ou seja, não pode exercer funções de auditor numa empresa ou
outra entidade aquele que:
- Tiver, ou cujo cônjuge ou parentes em linha recta tiverem, participação no capital social
da mesma;
- Tiver o cônjuge ou qualquer parente ou afim na linha recta ou até ao 30. grau na linha
colateral nela exercendo funções de membro de órgãos de administração, gestão, direcção ou
gerência;
- Nela prestar serviços remunerados que ponham em causa a sua independência
profissional;
- Exercer numa concorrente funções que não sejam enquadráveis nas competências
exclusivas e específicas dos auditores, salvo concordância das empresas ou outras entidades
em causa;
-nela tenha exercido nos últimos três anos funções de membro dos seus órgãos de
administração, gestão, direcção ou gerência.
Finalmente, os auditores "que nos últimos três anos tenham exercido funções de auditoria das
contas em empresas ou outra entidade não podem nela exercer funções de membros dos seus
órgãos de administração, gestão, direcção ou gerência, salvo as de gestor e liquidatário judiciais
e outras decorrentes de atribuição por lei"
CAPÍTULO 4
PLANEAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO
TRABALHO DE AUDITORIA
O planeamento é a função administrativa que determina os objetivos que devem ser atingidos
e como se deve fazer para alcançá-los.
Planear uma auditoria significa desenvolver uma estratégia geral e uma abordagem
pormenorizada quanto a natureza, tempestividade e extensão esperadas de uma auditoria,
devendo o auditor planear e realizar de forma eficiente.
O processo de auditoria deve ser visto como um elemento integrante de um sistema de gestão
e um instrumento que permite aferir o cumprimento dos planos definidos contribuindo para a
melhoria contínua da Organização.
4.1.1 - COMPROMISSO
O auditor deve estabelecer um acordo com o seu cliente, identificando os termos do
compromisso necessários e registar numa carta compromisso de auditoria ou um contrato de
trabalho.
O contrato a ser rubricado entre o auditor e a instituição a ser auditada (cliente) deve conter
dentre outros objectivos, os seguintes aspectos:
> O acesso restrito, por parte do auditor, a quaisquer registos, documentos e outras
informações necessárias e relacionadas com a auditoria.
4.1.2 - PLANEAMENTO
O Planeamento é a fase em que são traçados e elaborados os cronogramas de trabalho, a
elaboração do orçamento de horas, orçamento de moedas e a elaboração da carta proposta.
Os objectivos do planeamento de auditoria podem ser atingidos de modo mais eficiente quando
o mesmo é efectuado por escrito e quando a emissão desses objectivos resulta na elaboração de
programas de auditoria.
> Risco de controlo que é o risco de não existir um bom sistema de controlo interno que
previna ou detecta em tempo útil, os erros ou irregularidades relevantes.
> Risco de detecção: é o risco de não serem descobertos eventuais erros ou irregularidades
relevantes.
4.1.3 - EXECUÇÃO
A fase de execução compreende a realização de provas e reunião de evidências em quantidade
e qualidade, baseando-se nos objectivos, critérios e na metodologia selecionada durante o
planeamento.
> Reunião de abertura dos trabalhos de auditoria; Para o início dos trabalhos é pertinente
que se faça uma reunião da equipa de auditores com o gerente da área e ou com o
dirigente da organização, a fim de apresentar o plano de trabalho, esclarecer o objectivo
do trabalho a ser executado e solicitar o devido apoio para o bom desempenho das
actividades.
> Estudo e avaliação dos controlos internos; A execução do trabalho de auditoria requer que
o auditor estuda e avalia o sistema de controlo interno da instituição (a ser auditada) para
determinar o grau de confiança a ser depositada e a natureza e extensão dos
procedimentos de auditoria. Quanto melhor e mais eficientes e eficazes forem os
controlos internos implantados na entidade auditada, mais segurança adquire o auditor
com relação aos exames que está a proceder.
Compromisso Planeamento
O auditor deve utilizar diversas fontes para obter o conhecimento da actividade da empresa e
tem a tarefa de_dialogar e debater com o pessoal afecto a empresa, com os auditores internos
(caso han, advogados, consultores, analisar relatórios, visitar as instalações bem como tomar
contacto com as actas de reuniões da assembleia geral e os relatórios de contas.
Sistemas de Informação é um sistema automatizado (que pode ser denominado como Sistema
Informacional Computadorizado), seja manual, que abrange pessoas, máquinas elou métodos
organizados para recolha, processamento, tramitação e disseminação de dados que representam
informação para o usuário e/ou cliente.
Informações são dados oferecidos de uma forma significativa e útil para os indivíduos. Dados
são correntes de factos brutos que importam eventos que estão ocorrendo nas organizações ou
no ambiente fisico, antes de terem sido organizados e arranjados de uma forma que as pessoas
possam entendê-los e usá-los.
Todo Sistema de Informação que manipula dados e gera informação, usando ou não recursos
de tecnologia em computadores, pode ser genericamente considerado como um sistema de
informação. Por exemplo, o sistema de informação organizacional pode ser conceituado como
a organização e seus vários subsistemas internos, contemplando ainda o meio ambiente externo
4.2.2.1 - Sistema Contabilístico
Um sistema contabilístico tem a tarefa de efectuar os registos de uma empresa pelos quais as
transacções são processadas e manter os registos financeiros. Tal sistema identifica, agrega,
analisa, calcula, classifica, regista, resume e relata transcções e outros acontecimentos.
Por outro lado, os procedimentos de controlo interno devem estar de acordo as politicas, leis e
os regulamentos que para além do ambiente de controlo, o órgão de gestão estabeleceu afim de
atingir os objectivos específicos da empresa.
Como é evidente, os auditores têm a tarefa de obter o conhecimento suficiente quer do ambiente
de controlo, quer dos procedimentos de controlo, como fonna de avaliarem as atitudes,
consciencialização e acções dos Directores e Administrativos relativamente aos controlos
internos e a sua importância para a empresas.
- Fundo de maneio;
- Valor de vendas / custo das vendas;
- Rubricas individuais da Demonstração de Resultados
- Resultado operacional
O revisor/auditor passa em revista não só a quantia mas também a natureza das distorções que
chegam ao seu conhecimento. A natureza das distorções pode dar lugar a outras preocupações,
o revisor/auditor deve então estar alerta para os erros detectados de quantias relativamente
pequenas que possam ter um efeito materialmente relevante na informação financeira.
Exemplo: Pagamento ilegal de uma quantia que noutras condições seria irrelevante, no entanto
se chegar ao conhecimento do revisor/auditor pode ser considerada materialmente relevante se
existir uma possibilidade razoável de conduzir a uma responsabilidade contingente ou uma
perda materialmente relevante de activos.
4.3.2 - RISCOS
Existem inúmeros riscos associados ao trabalho do revisor/auditor:
a) Risco de revisão/auditoria: entende-se por risco da revisão/auditoria o risco que pode levar
o revisor/auditor a dar uma opinião não apropriada sobre as demonstrações financeiras.
b) Risco inerente: pode ser definido como a susceptibilidade de o saldo de uma conta (ou classe
de transacções) apresentar erros que podem ser materialmente relevantes quer sejam
considerados individual ou globalmente, antes de se considerar a existência de controlos
internos.
A avaliação do risco inerente deve ser considerada em relação aos seguintes aspectos:
c) Risco de controlo: pode ser definido como o risco de que possam ocorrer erros em saldos
ou transacções, que possam ser materialmente relevantes quer considerados individual ou
globalmente, e que não possam ser evitados ou detectados atempadamente pelo sistema de
controlo interno.
Conhecimento do Negócio
- As políticas contabilísticas adoptadas pela entidade e as alterações que possam surgir com
relação as mesmas.
Risco e Materialidade