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Os Fundos Imobiliários ainda são um investimento


envolto com certo “mistério” no Brasil.
Muitos investidores tradicionais fogem do mercado
financeiro por já estarem acostumados com a boa e velha
compra de terras, casas, apartamentos e afins, que
seriam supostamente seguros e rentáveis.
Você considera o investimento em imóveis uma boa
alternativa?
E se você pudesse ser dono de alguns dos maiores e
melhores prédios do país, com tecnologia de ponta, boa
localização nas principais capitais do país e contar com
inquilinos de grande porte e renome internacional?
Tudo isso sem esforço algum para administrar,
vender ou cobrar seus locatários.
Se ao ler isso você agora está rindo e pensando que
isso é fantasia ou alternativa apenas para verdadeiros
magnatas, então tenho boas novas pra te contar: esses
investimentos existem e se chamam Fundos Imobiliários!
Caso já tenha se interessado pelo assunto já deve
estar se perguntando como faz para investir nesses fun-
dos, quanto custa, como escolher os melhores fundos
imobiliários, quais os riscos, vantagens e desvantagens.
E é claro que eu não poderia deixar essas dúvidas
todas sem respostas simples e objetivas para cada um
desses questionamentos.
Por isso, continue lendo para saber mais sobre.

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O que são Fundos Imobiliários (FII) ��������������������������������������� 04

Rentabilidade dos Fundos Imobiliários ����������������������������������06

Custos dos Fundos Imobiliários ����������������������������������������������08

Riscos dos Fundos Imobiliários ����������������������������������������������� 10

Principais tipos de Fundos Imobiliários ���������������������������������� 12

Vantagens dos Fundos Imobiliários


Quando vale a pena.................................................................. 15

Desvantagens dos Fundos Imobiliários


Quando NÃO vale a pena..........................................................20

Indicadores fundamentais para


avaliar Fundos Imobiliários......................................................24
CONHECENDO OS TIPOS DE FIIS ������������������������������������������ 57

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Para facilitar ainda mais o seu entendimento sobre esta temática
produzimos uma série contando tudo para você, para acompanhar é só
clicar aqui abaixo:

https://youtu.be/4-KAYie9gwc?list=PLkn8Z_aj5X30cqoMnf-A8YhcmFgUEe7Z7

Imagine que na sua cidade haja um terreno extremamente bem


localizado, mas ainda subaproveitado sem nenhuma construção nesse
espaço.

Você então tem a ideia de comprar esse terreno e construir um


imóvel lá para ganhar tanto com a valorização do imóvel, como com os
aluguéis que receberá depois que a obra estiver concluída.

Parece uma excelente ideia, até que você percebe que para investir
numa construção naquele espaço, o ideal é que fosse um prédio de alto
padrão. E também percebe que já que vai iniciar uma construção toda,
talvez um prédio maior com vários andares, seja uma alternativa mais
interessante por proporcionar ainda mais ganhos.

Quando você vai cotar o valor dessa construção toda bate um


desânimo. Para por seu plano em prática, você terá que torrar todo o seu
patrimônio financeiro ou ainda ter que recorrer a financiamentos, ofere-
cer garantias e mais uma infinidade de burocracias e custos que tornam
todo seu plano inviável.

Até que surge uma segunda grande ideia: em vez de investir so-
zinho nesse empreendimento, por que não se juntar com alguns amigos
para dividir os custos e o trabalho de todo o projeto e no final dividir os
lucros e resultados?

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Pois é exatamente assim que funcionam os Fundos Imobiliários.
Claro, com muito mais profissionalismo e dimensões várias vezes supe-
riores.

Os Fundos de Investimento Imobiliário (famigerados FII) são um


formato de investimentos que permite que vários investidores com
interesses em comum (nesse caso investir em imóveis) se juntem em prol
desse objetivo.

E esses investidores não precisam ser amigos e nem mesmo


se conhecer.

Afinal, os investimentos em FII ocorrem diretamente pela Bolsa de


Valores, ou no caso do Brasil pela B3.

Atualmente já existem cerca de 150 FII negociados na B3, com


novos lançamentos e captações ocorrendo com uma frequência cada
vez maior.

Portanto quando você investir em Fundos Imobiliários, na ver-


dade estará comprando cotas de um fundo que são simplesmente a
representação de uma fatia da propriedade de um imóvel (ou vários imó-
veis) muito maior.

Ou seja, ao comprar uma cota de um fundo que tivesse 100 cotas


em negociação, você seria dono de 1% dos imóveis pertencentes àquele
fundo.

E como ganhamos dinheiro com isso?

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Os Fundos Imobiliários oferecem retornos da mesma maneira que o
investimento em um imóvel padrão, ou seja, tanto pela valorização do va-
lor investido (também conhecido como ganho de capital), como pela renda
mensal obtida com os aluguéis (que você também verá por aí chamarem de
yield).

De um lado, como o fundo terá imóveis em sua carteira que deverão


se valorizar, você que é dono desse fundo também terá seu patrimônio
aumentando conforme o passar do tempo.

E isso será refletido diretamente no valor das cotas que são


negociadas na bolsa, te dando uma atualização real de quanto seu patrimô-
nio está valendo a cada dia. Afinal, todos os dias tem gente comprando e
vendendo cotas de FII na bolsa e a conclusão desses negócios é o que dará
o valor de mercado dos seus fundos.

Isso é muito importante,


pois é muito comum no inves-
timento tradicional de imóveis
casos em que o proprietário
“acha” que possui um apar-
tamento ou terreno de de-
terminado valor. No entanto,
quando chega a hora de tentar
vender esse imóvel não conse-
gue ofertas que cheguem nem
perto do que esperava.

Já pelo lado do aluguel, a


coisa fica ainda mais legal.

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Todos os meses você receberá direto na conta-corrente do seu ban-
co ou corretora os valores dos aluguéis dos imóveis que o fundo receber,
já líquidos de impostos e quaisquer outros custos que o fundo tenha.

E não tem conversa do fundo não querer te pagar essa renda men-
sal, afinal como pontua o parágrafo único do 10º artigo da lei 8.668/93,
é obrigatório o repasse de no mínimo 95% dos lucros dos Fundos Imo-
biliários aos seus quotistas.

Esse aluguel obviamente vai depender dos imóveis que o fundo


possuir, bem como a devida ocupação do máximo de salas possíveis. Se
seu fundo acabar tendo uma vacância alta naturalmente a rentabilidade
dos seus alugueis será comprometida.

Já consigo te imaginar pensando: “Pô, só coisa boa né Felipe? É só


sair comprando umas quotas ali na bolsa e ficar tranquilão com renda
garantida!”

Bom, como prezamos muito pela transparência aqui no Mais


Retorno, vou ter que te puxar um pouco de volta para colocar seus pés
no chão.

Primeiro em relação aos custos desse investimento.

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Se você já for um investidor mais experiente já deve saber que tudo
tem seu custo nesse mundo.

Afinal, quem iria ter todo o trabalho de escolher os melhores imóveis


para comprar, administrar e deixar tudo prontinho e fácil pra você investir
e receber os ganhos desse trabalho sem ganhar nada em troca?

Não faria sentido né?

É por isso que os Fundos Imobiliários podem possuir taxas de


administração e performance que já estão embutidas direto na fonte dos
seus rendimentos mensais.

Além disso, outros custos da própria gestão dos FII também podem
acabar sendo abatidos dos rendimentos, como investimentos em ma-
nutenção e reformas dos imóveis.

Todos esse são custos indiretos, que você paga sem nem perceber,
dado que a rentabilidade que cai na sua conta já vem descontada de
todos esses itens.

No entanto, existem alguns custos diretos que você terá pagar


direto do seu bolso para investir em Fundos Imobiliários.

O primeiro deles é a Taxa de Corretagem, uma tarifa cobrada pelos


bancos e corretoras para qualquer operação da bolsa, seja para comprar
ou vender FIIs ou até mesmo ações e derivativos.

O valor da Taxa de Corretagem costuma variar entre cada instituição

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financeira, mas você encontrará desde corretoras que cobram R$0,80

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até outras que cobram mais de R$ 20,00. Tudo vai depender do tipo de
assistência, qualidade das ferramentas e demais serviços que você pro-
cura.

O segundo custo direto que você pode ter, é o da Taxa de Custódia


dos seus títulos. Essa é uma cobrança que graças ao crescimento da con-
corrência no mercado brasileiro, vem caindo em desuso. Afinal, pagar
apenas para manter seus títulos em carteira é um tanto quanto incon-
veniente.

Em geral as Taxas de Custódia costumam ser cobradas sobre um


percentual do valor investido que você tiver, como 0,3% ao ano, por
exemplo. Como já existem diversas instituições que estão isentando essa
taxa, você não precisa mais se preocupar com ela.

Como não é nenhuma instituição de caridade, a B3 também quer


levar a parte dela, e cobra uma taxa conhecida como Emolumentos. Essa
cobrança é padrão para todas as instituições financeiras e você pode
consultar diretamente a tabela de tarifas da B3 para saber mais.

Por último, mas não menos importante, temos que nos lembrar
sempre dos impostos!

A grande vantagem dos Fundos Imobiliários é a total isenção de IR e


IOF sobre os aluguéis que você recebe. Por outro lado, na valorização das
suas cotas você terá que pagar sempre a alíquota de 20% sobre o lucro
obtido, independente do valor ou tempo investido no fundo.

Passados os custos do investimento em Fundos Imobiliários, existe


mais um assunto importante que preciso te apresentar antes de começar
a investir neles.

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Se você já é um leitor mais assíduo do Mais Retorno, provavelmente
deve se lembrar do texto bem bacana em que descrevi os principais
riscos em Fundos Imobiliários que todos deveriam conhecer antes de
investir. Se ainda não conhecer esse texto, vale uma passada por lá de-
pois.

Por isso nesse texto vou fazer um pequeno resumo apenas dos
riscos mais comuns envolvidos no investimento em FIIs, listados a seguir:

• Risco de Mercado: Relacionado principalmente às oscilações de


preços das quotas dos FIIs. Portanto, apesar de estar investin-
do em imóveis, é possível que você tenha desvalorização do seu
dinheiro caso os fundos ou o mercado como um todo estejam
passando por momentos difíceis;
• Risco de Liquidez: O mercado de Fundos Imobiliários brasileiro
por mais que tenha crescido nos últimos anos, ainda é bastante
incipiente. Por isso, nem sempre você conseguirá as melhores
condições no mercado para comprar ou vender suas cotas pelo
valor que achar razoável;

• Risco de Crédito, Vacância e Ina-


dimplência: Por mais diversifica-
dos e selecionados que sejam os
imóveis pertencentes aos fundos,
ainda assim os imóveis estão sujei-
tos a problemas com inquilinos que
eventualmente não honrarem com
seus compromissos ou mesmo dos
imóveis passarem um tempo vazios;

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• Risco de Gestão: Assim como qualquer outra decisão de con-
sumo que você faz na sua vida, é importantíssimo selecionar
sempre as gestoras mais respeitadas e conhecidas pelo merca-
do, pois muitas vezes seu dinheiro pode acabar indo para o ralo
apenas por incompetência ou má fé de gestores e administra-
dores ruins.

Por isso, vale sempre aquela história de que você deve diversificar
seu dinheiro em diferentes fundos, além de evitar sempre que possível
fundos que possuem um único imóvel ou locatário.

E para diversificar seus investimentos com qualidade, também


é muito importante escolher diferentes tipos de Fundos Imobiliários.
Assim, você consegue se proteger de eventuais problemas em um setor
ou estratégia específicos. Para te ajudar, vou listar à seguir alguns desses
principais tipos de FII.

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Assim como acontece com os tipos de Fundos de Investimentos
comuns, a ANBIMA vem para nos salvar ajudando a organizar melhor
mercado de Fundos Imobiliários de acordo com categorias pré-definidas
por ela.

De acordo com essa classificação, existem 5 principais tipos de


Fundos Imobiliários negociados no Brasil:

1. Desenvolvimento para renda: Essa categoria é destinada para os


fundos que investem mais de 2/3 do seu patrimônio na construção de
imóveis novos com objetivo de geração de renda (aluguéis);
2. Desenvolvimento para venda: Assim como a categoria anterior, essa
se destina aos FII que investem 2/3 do seu patrimônio na construção
de imóveis novos, mas nesse caso com objetivo de venda dos imóveis
para ganho de capital com a valorização do empreendimento;
3. Renda: Esses Fundos Imobiliários tem como intuito comprar imóveis
já prontos dos quais os gestores visualizem boas oportunidades de
ganhos de aluguel. Assim como as outras categorias, pelo menos 2/3
do patrimônio do fundo deve ser alocado com essa finalidade;
4. Títulos e Valores Mobiliários: Finalmente algo um pouco diferente,
esses FII devem investir 2/3 do seu dinheiro em ativos que tenham
alguma relação com imóveis e não propriamente o ativo físico em si.
Ou seja, essa categoria irá investir o dinheiro em outros Fundos Imo-
biliários, em Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Certificados de Recebí-
veis Imobiliários (CRI), Fundos de Investimento em Direitos Creditórios
(FIDC), Fundos de Participações (FIP) e daí por diante. Obviamente os
investimentos devem sempre ter correlação com ativos imobiliários;
5. Híbrido: Essa última categoria serve como um”coringa”, em que não
há obrigação nenhuma de patrimônio mínimo alocado. Portanto ele
poderá ter todos os tipos de ativos de qualquer uma das categorias
anteriores na proporção que desejar.
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Apesar desse tipo de classificação mais detalhada, será muito
comum você também ouvir pelo mercado as pessoas falarem em “fun-
dos de tijolo” em referência aos fundos que investem em imóveis físicos
e “fundo de papel” para os FII que investirem em títulos.

Além disso, vale mencionar também os diferentes segmentos que


os Fundos Imobiliários costumam atuar no Brasil. Para fazer parte de um
segmento específico, o Fundo Imobiliário em questão deverá ter pelo
menos 2/3 do seu patrimônio investido em uma das opções da lista
abaixo:

• Agências: Fundos que investem predominantemente em


agências bancárias. Exemplos: BBPO11 e SAAG11;
• Educacional: São fundos que investirão principalmente em
universidades. Exemplos: AEFI11 e FAED11;
• Híbrido: Todos os fundos que investirem em mais de um
segmento. Exemplos: KRNI11 e HGRE11;
• Hospital: Nome bem sugestivo, são aqueles que investem em
imóveis destinados a instalações hospitalares. Exemplos: NSLU11
e HCRI11;
• Hotel: Sim, muitos hotéis na verdade são propriedade de Fundos
Imobiliários, bem como unidades de flats que tenham a mesma
atividade. Exemplos: HTMX11 e FLMA11;
• Lajes Corporativas: Investem basicamente em prédios voltados
a escritórios para empresas. Exemplos: RNGO11 e BRCR11;
• Logística: Investem em imóveis envolvidos com a atividade
logística como centros de distribuição, armazenamento e afins.
Exemplos: TRXL11 e SDIL11;
• Residencial: Fundos que investem em imóveis residenciais. Por
incrível que pareça não encontrei exemplos para esse segmento!
• Shoppings: Que tem como objetivo investir em imóveis destina-
dos a Shopping Centers e centros comerciais. Exemplos: HGBS11
e JRDM11.

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Para todas essas categorias e segmentações a gestão do fundo
ainda pode ser Ativa ou Passiva. Ou seja, o gestor pode ter maior liber-
dade de alocação do patrimônio no primeiro caso, enquanto no segundo
deverá seguir exatamente o que estiver estabelecido no estatuto do FII.

Se quiser, pode visualizar essas informações mais aprofundadas


diretamente no próprio documento de classificação de Fundos Imo-
biliários da ANBIMA.

Depois de tanta informação, finalmente vamos à melhor parte!

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Como você viu até aqui, nem tudo são flores no investimento em
FIIs. Ainda assim, eles podem ser uma excelente alternativa de investi-
mentos para quem busca algumas qualidades específicas, sobretudo em
comparação com imóveis tradicionais.

Separei as maiores vantagens dos Fundos Imobiliários abaixo para te


ajudar a decidir se esse é o seu caso.

Renda mensal passiva e isenta


Para aqueles investidores que buscam tirar uma renda mensal dos
seus investimentos financeiros, os Fundos Imobiliários são sem dúvidas
uma das melhores alternativas.

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Afinal de contas, com uma boa carteira diversificada de fundos imo-
biliários você pode obter rendimentos de quase 1% ao mês mesmo com
taxas de juros em sua mínima histórica.

E mais importante: como já explicado no começo do texto, esse


valor cai limpinho na sua conta-corrente isento de Imposto de Renda ou
qualquer outro custo.

Simplicidade de investimento
Você já pensou no trabalho que é pesquisar imóveis, lidar com
cartório, escritura, matrícula, imobiliária, infinitas negociações e por aí
vai?

Tudo isso pra investir em um único imóvel??

Para investir em um Fundo Imobiliário, por outro lado, você só preci-


sa de um computador, internet e energia elétrica e faz com alguns cliques
atrás da tela em poucos minutos.

Não tem como comparar.

Gestão Profissional
Além dos problemas do último tópico, que tal ter que lidar com
inquilinos problemáticos, inadimplência, reformas, burocracias sem fim
e ainda ter o trabalho de negociar as melhores condições de compra e
venda ou do aluguel?

Os Fundos Imobiliários não apenas tem uma gestão profissional


para esse tipo de atividade, como tem um time inteiro de pessoas foca-
das 100% do dia nessa tarefa (algo que você provavelmente não faz por
ter outras ocupações).

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Redução de Custos
Você já parou para fazer as contas de quanto dinheiro perde só com
documentação a cada compra ou venda de um imóvel? E em impostos
como IR e ITBI?

Por um lado, os imóveis físicos sofrem incidência de 15% de IR sobre


o ganho de capital + ITBI que pode chegar a 3% em São Paulo e incide
sobre o valor total do imóvel! Isso sem falar na taxa de registro público
que gira em torno de 1,7% do valor total do imóvel!

Os Fundos Imobiliários, por outro lado, tem apenas uma única


incidência de 20% sobre o ganho de capital e ponto final.

Na parte de aluguéis a comparação é ainda mais injusta. Enquanto


imóveis físicos sofrem incidência padrão do IRPF (de até 27,5%), como
visto acima os Fundos Imobiliários são isentos dessa cobrança.

Liquidez
Por mais que o mercado de Fundos Imobiliários ainda seja peque-
no no Brasil, a liquidez em comparação a um imóvel físico também é
infinitamente maior.

Se você possui um imóvel físico no valor de R$ 500 mil, corre o


risco de passar semanas, meses e as vezes até anos tentando vender
esse imóvel sem conseguir compradores (ou pelo menos alguém que
pague esse preço).

Se você precisar fazer exatamente a mesma venda com um fundo


imobiliário, existe uma grande chance de fechar esse negócio em apenas
alguns minutos (dependendo obviamente do fundo) e o dinheiro estará
limpinho na sua conta em 3 dias, sem burocracia alguma.

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Fracionamento do investimento
E se você precisasse apenas de R$ 30 mil reais daquele seu imóvel
para fazer uma viagem ou um algum procedimento médico? Provavel-
mente você estará em apuros e ou terá que vender todo seu imóvel a
preço de banana ou terá que pegar um empréstimo no banco para poder
bancar essas despesas.

Se você tivesse exatamente o mesmo valor em Fundos Imobiliários,


bastava vender uma parte das suas cotas e deixar os outros R$ 470 mil
aplicados e rendendo tranquilamente para você.

Acessibilidade e Diversificação
Caso você não seja um leitor magnata passando aqui pelo Mais
Retorno, será muito difícil que você consiga acumular uma grande
quantidade de imóveis (como investimento e não para moradia) ao seu
patrimônio pessoal.

A realidade brasileira é que infelizmente a maioria da população mal


tem um único imóvel para chamar de seu.

Como os FIIs são negociados em cotas que representam pequenas


frações de vários imóveis, é possível começar a investir nesse mercado
com menos de R$ 100,00.

E mesmo que você tenha uma quantidade significativa para investir


em imóveis, certamente conseguirá diversificar muito mais, tanto em
categorias como em segmentos, através dos Fundos Imobiliários por
conta disso.

Imóveis de ponta
Para concluir essa parte, uma última vantagem muito relevante dos
Fundos Imobiliários é em relação aos imóveis que você está comprando.

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Se você tiver, por exemplo, R$ 200 mil para investir em imóveis em
São Paulo, que tipos de imóveis imagina que conseguirá comprar?

Provavelmente apartamentos pequenos, mal localizados ou as duas


coisas juntas.

Com os mesmo R$ 200 mil reais investidos em FIIs, você terá aces-
so a imóveis localizados nas melhores regiões de São Paulo como a Av.
Brigadeiro Faria Lima, Av. Paulista, dentre outras.

E ainda imóveis de altíssimo padrão, com inquilinos de grande porte


como multinacionais e outras empresas reconhecidas no Brasil e mundo
afora. Com tanta coisa boa, como pode não valer a pena um investimen-
to desses?

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Além de todos os riscos e custos citados nos tópicos acima que po-
dem servir como desvantagens, é bom ser honesto consigo mesmo para
ter certeza de que esse tipo de investimento é para você.

Por isso, separei aqui algumas desvantagens que você deve levar
em consideração antes de investir.

Volatilidade, Liquidez e Perfil do Investidor


Por ainda ser um mercado pequeno em comparação a seus pa-
res como o mercado de ações e de renda fixa, alguns Fundos Imobiliá-
rios pequenos costumam sofrer com a pouca quantidade de negócios
diários.

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O que acontece é que em alguns casos poucas negociações podem
causar grandes variações no preço das cotas de um FII de um dia para o
outro.

Isso faz com que investidores que ainda não estão habituados com
esse mercado acabem se assustando e saindo antecipadamente (e em
um mal momento) do investimento, tomando um prejuízo desnecessário
na operação.

Levando isso em conta, acredito antes de decidir investir em Fundos


Imobiliários seja recomendadíssimo que você conheça seu perfil de risco
como investidor.

Sabemos que a maioria dos testes que existem por aí são chatos,
com respostas sem sentido e pouco intuitivas.

Por isso criamos aqui no Mais Retorno nosso próprio teste de perfil
de investimentos, em um formato muito mais amigável, intuitivo e diver-
tido de responder. Você não leva nem 2 minutos para terminar e ainda
recebe um presente no final! Faça o teste clicando abaixo:

https://maisretorno.com/blog/form/10

Concorrência com a Renda Fixa


Até pouco tempo atrás ainda tínhamos a infeliz primeira posição no
ranking mundial de taxas de juros. E isso traz muito mais impactos para
o país que simplesmente a taxa de juros absurda do nosso cartão de
crédito e cheque especial.

No caso dos Fundos Imobiliários, o que acontecia é que a Taxa SELIC


acabava concorrendo com esse tipo de investimento fazendo com que
eles se desvalorizassem na medida que ela subia.

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Afinal de contas, para que correr riscos em Fundos Imobiliários se a
Renda Fixa paga muito mais, não é?

Por isso, quando for investir em FII, fique sempre atento aos mo-
vimentos da Curva de Juros, pois isso poderá afetar no valor dos seus
investimentos.

Especialmente se no futuro voltarmos a buscar a liderança no


quesito dos juros (torçamos para que não)!

Realidade à vista
Saber o valor dos seus imóveis em tempo real pode ser uma bênção
ou uma maldição.

Apesar de eu particularmente achar ótimo ter uma Marcação a


Mercado para saber o valor exato dos meus imóveis, para o investidor
desacostumado isso pode ser um tormento!

Afinal de contas, a vida toda esse investidor de imóvel está acos-


tumado a contar com aquele valor estagnado atualizado de meses
em meses, geralmente sempre pra cima (claro, na expectativa desse
investidor). Afinal de contas, o telefone do investidor de imóveis físicos
não recebe uma ligação todos os dias de alguém fazendo uma oferta de
compra para saber quanto seu investimento está valendo de fato.

Como os Fundos Imobiliários são negociados na bolsa, ele terá


exatamente esse efeito, com preços mudando a cada minuto e que caso
forem pra baixo, podem acabar batendo o desespero no investidor.

Sentimento famoso por ser o campeão em produzir tomadas de


decisões geradoras de prejuízos.

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Apesar de quaisquer vantagens ou desvantagens dos Fundos
Imobiliários, é muito importante ter alguma ideia se o investimento que
eu escolher é bom ou não.

Mas como fazer isso? Dou algumas dicas no próximo tópico.

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Saber qual FII será a melhor escolha para sua carteira nem sempre é
uma tarefa fácil. Até mesmo os melhores e mais experientes analistas de
mercado levam um bom tempo analisando caso a caso para formar suas
carteiras recomendadas.

No entanto, alguns indicadores básicos já servem como um bom


guia inicial para te ajudar nessa tomada de decisão.

A seguir listei os principais deles.

Valor de Mercado e Valor Patrimonial


O Valor de Mercado de um Fundo Imobiliário é simplesmente o
quanto as pessoas estão pagando por esse fundo. Para calcular o Valor
de Mercado de um FII é bem simples, basta você multiplicar a quantida-
de de cotas pelo seu preço.

Portanto, se um fundo possuir 1 milhão de cotas em negociação e


cada uma delas for negociadas a R$ 130 reais, logo o Valor de Mercado
desse fundo será de R$ 130 milhões.

O Valor Patrimonial, por outro lado, é algo mais técnico e subjeti-


vo. Ele é calculado por especialistas do mercado imobiliário, geralmente
consultorias terceirizadas contratadas à parte.

Para chegar a esse valor, esses especialistas calculam quanto seria o


valor teórico de cada ativo do fundo, chegando a um valor final do patri-
mônio líquido desse fundo depois de todas as despesas e obrigações.

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O que é útil de verdade aqui é comparar um valor com


o outro, assim você consegue saber se um FII está sendo
negociado acima ou abaixo de seu valor patrimonial.

Para calcular isso de forma simples, é só você dividir o Valor de


Mercado pelo Valor Patrimonial e seguir a seguinte regra:

1. Se o resultado dessa conta for maior que 1, o fundo está sendo


negociado acima do Valor Patrimonial e portanto está caro;
2. Se o resultado dessa conta for menor que 1, então o fundo
está sendo negociado abaixo do Valor Patrimonial e portanto
está barato.

Dividend Yield
Outro indicador muito útil para avaliar se vale a pena investir em um
Fundo Imobiliário é o Dividend Yield, que apesar desse nome feiosão,
quer dizer simplesmente quanto do valor investido retorno para você em
formato de aluguel.

Para calcular o Dividend Yield é só você dividir o valor aluguel


recebido pelo valor total investido e depois multiplicar o resultado
por 100.

Ou seja, se você tivesse R$ 100.000,00 investidos em um FII e


recebesse R$ 1.000,00 de aluguel, então seu Dividend Yield seria de 1%
(1.000/100.000 x 100).

Quanto maior o Dividend Yield, melhor o retorno que você terá com
cada fundo.

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Liquidez
Um último indicador que vale a pena você ficar por dentro é a liqui-
dez de cada um dos fundos que você investir.

Para medir a liquidez você pode tanto medir a quantidade de negóci-


os que é feito em média por dia, como também pelo volume financeiro
médio negociado diariamente.

Isso é importante para você saber se quando precisar resgatar seu


dinheiro vendendo cotas, conseguirá fazer de forma tranquila.

Agora uma questão muito importante:

“ Lembre-se sempre que esses são indicadores


teóricos e nunca devem ser usados isoladamente para
tomada de decisão!

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CONCLUSÃO
Com o conteúdo de hoje, você provavelmente já estará com um
bom caminho andado para conseguir decidir por si próprio se os Fundos
Imobiliários são investimentos adequados para você ou não.

Continue sempre estudando mais e se atualizando das novidades,


pois esse é um mercado relativamente novo e em constante evolução.

Espero que tenha gostado desse texto e que ele tenha te ajudado
muito!

Mas como sempre, se ficou com qualquer dúvida, comente aqui


embaixo!

Compartilhe esse conteúdo com mais investidores que você


deseja ajudar a conquistar Mais Retorno investindo de forma inteligente
em Fundos Imobiliários.

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