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2.2.2 Cúpula da Terra / Rio-92 - 1992 .................................................................. 19
2.2.3 Conferência das Partes 3 - 1997 ................................................................. 20
Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo a Disciplina de Gestão Ambiental!
A preocupação dos povos passa a exigir uma Gestão Ambiental eficaz que encare o
desafio da redução do consumo dos recursos naturais, da sustentabilidade ambiental
conciliando esse interesse com o desenvolvimento, a industrialização e a economia de
cada país. Nesse sentido iniciaremos nossa discussão retomando a História da
Evolução do Pensamento Ambientalista no mundo e no Brasil para depois nos
aprofundarmos nos Instrumentos ao alcance dos Profissionais do Meio Ambienta para
a implantação de uma Gestão Ambiental eficaz.
Bons Estudos!
UNIDADE 1 - DO MOVIMENTO AMBIENTALISTA AO CONCEITO DE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UM BREVE HISTÓRICO
Até hoje ainda podemos observar remanescentes dessas sociedades que estão cada
vez mais raras como povos indígenas em algumas partes do planeta.
Figura 1
Fonte: https://pt.slideshare.net/marcelo1500/amrica-do-sul-indgena-14071285
A sociedade industrial que se inicia no século XVIII, chega ao século XXI e constata,
perplexa, o nível de degradação ambiental causado ao planeta.
Com o advento da Revolução Industrial, e a formação de uma classe que passa a deter
os meios de produção, os (capitalistas) e, por outro lado, de outra classe que passa a
vender sua força de trabalho, o (operariado) - as relações com a produção e com o
meio ambiente foram totalmente alteradas.
O autor defende que esta capacidade supõe uma intermediação entre o homem e a
Natureza, através das técnicas e dos instrumentos de trabalho inventados, o que
significa dizer que os “choques” ou impactos ambientais causados pela exploração dos
recursos naturais são, de certo ponto, inevitáveis em maior ou menor grau. (pag. 16).
Esse modelo econômico criaria uma nova equação: como escoar o excedente
produzido para garantir retorno do capital investido? Tem-se aí o estímulo a criação da
sociedade de consumo – base do novo sistema econômico, o capitalismo – que nasce
incentivada a suprir suas necessidades por meio do consumo de bens e serviços.
Para Baudrillard (1995), o mito da felicidade tornou-se mensurável pelo bem-estar dos
objetos, do conforto e dos signos. Ou seja, “ o homem vale pelo que tem. ”
O consumo se estabelece, não apenas em função da satisfação de necessidades
individuais e harmoniosas, mas como atividade social, já que as necessidades se
organizam segundo uma procura social objetiva por sinais e por diferenciação.
Dessa forma a sociedade do século XXI perplexa, passa a conviver com a crise
ambiental determinada pela sua escolha pelo modo capitalista que entendia como
forma de sobrevivência, iniciado na Idade Moderna e que perdura até os dias atuais.
De forma assustadora a problemática ambiental se torna cada vez mais visível a nossa
volta, e passa a constar como pauta de discussão governamental, disseminada de
forma global.
Basta observarmos os noticiários e os meios de comunicação de uma forma geral,
onde quase que diariamente são mostradas catástrofes ambientais que assolam todo
o planeta. Cabe destacar o recente desastre de Mariana (MG), ocorrido em 05
novembro de 2015, considerado o pior acidente da mineração brasileira. A tragédia
ocorreu após o rompimento de uma barragem (Fundão) da mineradora Samarco, que
é controlada pela Vale e pela BHP Billiton.
O próprio termo Ecologia só foi reconhecido nos fins dos anos 60, embora tenha sido
citado pela primeira vez em 1869 pelo biólogo alemão Ernst Haeckel. Entretanto, a
Ecologia, se definia apenas como “uma parte da Biologia que trata do estudo das
relações dos organismos, ou grupos de organismos, uns com os outros e com todos os
demais fatores que compreendem o seu meio”.
O termo surge vinculado à Ciência Moderna e acrescido exclusivamente às Ciências
Biológicas. Afirma-se assim enquanto Ciência, dentro de uma perspectiva explicativa e
corretiva, sendo reduzida à “ciência das leis que regulam o equilíbrio da natureza” e,
consequentemente, desconectada dos aspectos sócio – econômicos e culturais que
como vimos, produzem os “desequilíbrios ambientais”.
Inevitavelmente, devido aos agravamentos dos impactos ambientais, e na busca de
respostas, a Sociologia passa a debater sob os aspectos socioambientais, suas causas
e consequências para o meio ambiente e para o homem. Bem depois, despertou
interesse em outras áreas do conhecimento como: a Geografia, a Demografia, a
Antropologia e Economia.
Silva (2010), considera que a abordagem sociológica passa a evidenciar as incômodas
evidências da “questão ambiental”. Sublinha que: “os países capitalistas destroem o
meio ambiente e quem paga a conta é a população pobre, especialmente da periferia
do sistema. ”
Para Barbieri (2011, pag.11), “a preocupação com os problemas ambientais
decorrentes de crescimento e desenvolvimento deu-se lentamente e de modo muito
diferenciado entre os diversos agentes, indivíduos, governos, organizações
internacionais, entidades da sociedade civil, etc.” Destaca que a evolução da questão
ambiental se deu em 3 etapas: a primeira baseou-se na percepção de problemas
ambientais localizados e atribuídos à ignorância, negligência, dolo ou indiferença das
pessoas e dos agentes produtores e consumidores de bens e serviços.
Afirma que nessa fase, as ações para coibir estas práticas são de natureza reativa,
corretiva e repressiva, tais como: proibições, multas, e atividades típicas de controle da
poluição para combater os efeitos gerados pelos processos de produção e consumo.
Na segunda fase a degradação ambiental é percebida como um problema
generalizado, porém confinado nos limites territoriais dos estados nacionais. O autor
cita que a gestão inadequada dos recursos é apontada como a causa básica dos
problemas.
É preciso destacar, no entanto, que muito embora a esterilização não era o pensamento
dos ambientalistas, mas sim, o controle racional movido pela consciência de limite dos
recursos naturais.
Reafirmando os autores até agora citados, Magrini (2001), destaca que a evolução da
política ambiental no Brasil pode ser descrita através de importantes marcos de
referência, ou seja, por meio de grandes acontecimentos internacionais ocorridos a
partir da segunda metade do século XX.
A legislação que dava base a essa política era formada pelos seguintes códigos: de
águas (1934), florestal (1965) e de caça e pesca (1967). Não havia, no entanto, uma
ação coordenada de governo ou uma entidade gestora da questão.
Nessa época, o desenvolvimento do país tinha como uma de suas bases o investimento
público nas áreas de petróleo, energia, siderurgia e infraestrutura, associado aos
capitais privados investidos nas indústrias de transformação, que viabilizavam a
industrialização por substituição de importações, como vimos anteriormente.
Figura 2
Fonte:
https://www.google.com.br/search?q=limites+do+crescimento+clube+de+roma&biw=9
42&bih=537&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjJ17XD1cTSAhUGFpAKH
dD6A8AQ_AUIBigB&dpr=1.1#imgrc=_pKTUf6mNqqkzM:
Os objetivos desse documento eram: obter uma visão mais clara dos limites do planeta
e das restrições que ele impunha à população e às suas atividades e identificar os
elementos que influenciavam o comportamento dos sistemas mundiais e suas
interações, advertindo para uma crise mundial, caso essas tendências se
perpetuassem.
Uma das razões para isso dizia respeito à disputa com a Argentina em torno do uso da
Bacia do Prata. Assim, os elementos básicos da política externa brasileira da época –
de afirmação da sua soberania no sentido de optar por não sacrificar o desenvolvimento
econômico em nome do meio ambiente – “sairiam assim vitoriosos de Estocolmo e
viriam então a modelar as políticas ambientais internamente” [x]. Em 1973, pouco
depois da Conferência de Estocolmo, foi criada no Brasil a Secretaria Especial de Meio
Ambiente (Sema), órgão especializado no trato de assuntos ambientais sob a
coordenação do Ministério do Interior. Essa, se dedicava ao avanço da legislação e aos
assuntos que demandavam negociação em nível nacional, tais como a produção de
detergentes biodegradáveis, a poluição por veículos, a demarcação de áreas críticas
de poluição e a criação de unidades nacionais de conservação.
Após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (Declaração
de Estocolmo), que ocorreu de 5 a 16 de junho de 1972 na Suécia, houve uma mudança
no pensamento acerca do meio ambiente (DOTTO e CUNHA, 2010), e
consequentemente esse foi o período no qual iniciaram as maiores preocupações sobre
essa temática. Os conceitos abordados nesta conferência contemplaram a
necessidade de orientação da sociedade quanto à proteção do meio ambiente,
principalmente, no que se referia à poluição originada pelas emissões das atividades
industriais (MAGLIO, 2000).
Vejamos a seguir:
A Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento foi criada pela ONU
em 1983, após uma avaliação dos 10 anos de vigência das ações propostas na
Conferência de Estocolmo. Nos primeiros três anos, o novo organismo promoveu
discussões entre líderes de governo e membros da sociedade civil, que resultaram no
Relatório Nosso Futuro Comum (também chamado Relatório Brundtland, em
homenagem à presidente da comissão, Gro Harlem Brundtland, então primeira ministra
da Noruega).
Vinte anos depois da conferência de Estocolmo, foi a vez do Brasil sediar uma nova
reunião convocada pela Assembleia Geral das Nações Unidas. A Rio-92 ou Eco-92
reuniu líderes mundiais e entidades ambientais no Rio de Janeiro para analisar a
evolução das políticas de proteção ambiental. No encontro, os objetivos principais
foram:
A Cúpula da Terra produziu cinco documentos que, entre outros aspectos, alertavam
para a necessidade de uma urgente mudança de comportamento, com o objetivo de
preservar a vida na Terra. Foram eles:
• Agenda 21
• Princípios para a Administração Sustentável das Florestas
• Convenção da Biodiversidade
Em 1997 foi a vez de Quioto, no Japão, sediar a terceira Conferência das Partes (COP
3), que resultou no Protocolo de Quioto. O documento foi um dos mais importantes
marcos para a preservação do meio ambiente por definir compromissos mais rígidos
para redução da emissão de gases de efeito estufa, principal causador do aquecimento
global.
Tal como nos eventos anteriores, foi a vez da capital da Dinamarca sediar uma
conferência mundial em busca de soluções para o aquecimento global e firmar de vez
um acordo a ser seguido pelos países mais ricos em prol dos mais pobres. Porém, ao
contrário das expectativas, a COP-15 não obteve o sucesso que se esperava e o
Acordo de Copenhague, um documento de apenas 12 parágrafos, não possui a
representatividade ou até mesmo legalidade necessária. Após muita expectativa, o
planeta ainda se vê sem um acordo efetivo entre as nações que poderá lhe ajudar a
voltar a respirar.
Outra estrutura definida foi o Fundo Verde do Clima que, também a partir de 2020, dará
suporte financeiro para iniciativas de combate às mudanças do clima mundial.
Inicialmente o fundo terá aporte de US$ 100 bilhões.
Vinte anos após a Rio 92, mais de 45 mil participantes, entre chefes de governo e
sociedade civil, voltaram a se reunir na cidade do Rio de Janeiro, entre 13 e 22 de junho
de 2012. O documento final da conferência, intitulado “O Futuro Que Queremos”
(conteúdo em inglês), apontou a pobreza como o maior desafio a ser combatido.
Visite:
Ministério do Meio Ambiente
Organização das Nações Unidas
Rio+20
UNIDADE 3: INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL PÚBLICA
De acordo com a Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) – Lei nº 6.938/81
– os instrumentos de gestão ambiental são considerados os mecanismos utilizados pela
administração pública com o intuito de alcançar os objetivos da política ambiental
(BRASIL, 1981).
Com o aumento dos riscos das atividades humanas, o poder público viu-se obrigado a
ampliar o disciplinamento legal sobre a proteção ambiental, bem como seu papel
institucional, criando mecanismos para avaliação dos riscos, visando subsidiar os
processos decisórios, a fim de evitar a ocorrência de danos ambientais
(MASCARENHAS, 2009).
Souza (2005) ensina que as regras jurídicas existem para regulamentar os fatos e atos
da vida social, porém, algumas vezes observa-se certa dúvida sobre a efetividade
dessas regras diante do objetivo pretendido, quando se refere à realização e
praticidade, segundo a capacidade de adequação do comportamento social de acordo
com a previsão normativa.
Braga (2010) cita duas deficiências importantes que comprometem a base da estrutura
institucional responsável pela formulação e aplicação das normas ambientais
brasileiras, que são: o grande número de instâncias decisórias com o potencial para a
edição de normas ambientais (descentralização de poderes) e a baixa qualidade das
regras que disciplinam o processo administrativo. Somado a isso, verifica-se ainda
problemas advindos da burocracia exagerada, falta de profissionais que atuam na sua
devida área de formação; problemas na fiscalização por parte dos órgãos competentes;
problemas de logística; falta de equipamentos adequados para fiscalização e
programas integrados de educação ambiental.
Varela (2007) enfatiza que os instrumentos de políticas ambientais podem ser diretos
ou indiretos. Os primeiros são aqueles elaborados exclusivamente para resolver
questões ambientais (comando e controle) e os indiretos são desenvolvidos para
resolver outros problemas, mas acabam colaborando para as soluções relativas ao
meio ambiente.
Para ALMEIDA (1992), nos últimos anos, o debate sobre a escolha de instrumentos de
política ambiental no Brasil vem se intensificando. Atualmente observa-se que os
instrumentos de comando e controle são os mais utilizados na tentativa de se evitar
grandes impactos negativos ao meio ambiente.
O poder legislativo encontra facilidades para criar leis que, no entanto, não atingem a
meta de minimização dos impactos ao meio ambiente, seja pela ineficiência dos
agentes fiscalizadores da lei, ou pela inaplicabilidade ou falta de inteligibilidade da lei.
De acordo com Cunha e Coelho (2003), no Brasil, ocorreram três momentos na história
das políticas ambientais:
a) o primeiro período, de 1930 a 1971, foi caracterizado pela construção de uma base
de regulação dos usos dos recursos naturais;
c) o terceiro período, de 1988 aos dias atuais, Política & Sociedade - Florianópolis - Vol.
11 - Nº 22 - Novembro de 2012 155 – 179 159 caracterizou-se pelos processos de
democratização e descentralização decisórias, e pela rápida disseminação dos
conceitos de desenvolvimento sustentável.
Dessa forma, no país, a política ambiental ganhou arquitetura legislativa somente após
a Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA).
Assim, em 31 de agosto de 1981 foi publicada a Lei nº 6.938, criando a Política Nacional
do Meio Ambiente, e estabelecendo conceitos, princípios, objetivos, instrumentos,
penalidades, mecanismos de formulação e aplicação, no intuito de estabelecer normas
de gestão e proteção dos recursos ambientais.
A gestão ambiental no Brasil tem na PNMA (Lei 9.638/81) sua principal referência, que
por sua vez, é fundamentada nos incisos VI e VII do artigo 23 e artigo 225 da
Constituição Federal (ROSSI, 2009).
Segundo a Lei n° 6.938/81, artigo 3º, meio ambiente é considerado como o conjunto de
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que
permite abriga e rege a vida nas diferentes formas.
Após vários anos de discussão no Congresso Nacional, em 2012 foi publicado o novo
Código Florestal Brasileiro, por meio da Lei 12.651/12, regulamentando a proteção da
vegetação nativa e revogando a Lei 4.771/65. A publicação desta lei, apesar de ter
gerado grande polêmica durante a votação nas casas do Legislativo (Câmara e Senado
Federal), atinge um nível de detalhamento que fortalece o conceito de produção
econômica sustentável rumo à gestão territorial integrada, valorizando o capital social
presente em diferentes realidades (VIEIRA e BECKER, 2010).
A par com os indicadores, surgem neste âmbito os conceitos de sub - índices (constitui
uma forma de agregação intermédia entre indicadores e índices) e
de índices (corresponde a um nível superior de agregação, onde após aplicado um
método de agregação aos indicadores e/ou aos sub - índices é obtido um valor final).
No âmbito empresarial, o tema tem tomado proporções mundiais, o que pode ser visto
principalmente pelas propostas da Rio + 20 (Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável), que recentemente (13 a 22 de Junho de 2012)
abordou temas como Economia Verde e Estrutura Institucional para o
Desenvolvimento Sustentável.
Podemos analisar que ainda de forma tardia o Brasil está em plena expansão quanto
ao processo de construção de práticas de responsabilidade social e desenvolvimento
sustentável, mas apesar deste crescimento e atenção, ainda persiste a confusão do
que seja responsabilidade social e desenvolvimento sustentável no âmbito
empresarial, bem como as estratégias de disseminar corretamente o conceito.
Inicialmente, você deve entender os conceitos, responsabilidade e sustentabilidade.
Na língua portuguesa, Responsabilidade significa “Dever de arcar com o próprio
comportamento ou com as ações de outrem” (Dic. Online de Português), significado
este que nos direciona ao pensamento de que não somos responsáveis apenas pelos
nossos atos, mas, responsáveis pelos atos de terceiros, compreendesse também que,
nossos atos são impregnados de ações que causam e geram impactos efetivos ao
nosso redor.
Neste sentido, podemos perceber que responsabilidade social, não se trata somente
de ações eventuais e assistencialistas, mas de atitudes de valor no processo de
gestão, aonde se vai além do obrigatório, do legal, seja com os colaboradores ou com
os clientes, sobre este ponto, Lima (2000, p. 62) afirma:
As mudanças que a sociedade vem enfrentando nos últimos anos fez com que as
empresas diminuíssem o foco na maximização dos lucros, no cenário atual, não é raro
ver empresários de pequeno, médio e grande porte buscarem a participação em
projetos sociais ou apoio nos mesmos. Isso porque as pessoas estão cada vez mais
informadas, e impactos da poluição ambiental e outros aspectos relacionados à
responsabilidade social tais como, trabalho infantil, trabalho forçado, saúde e
segurança, começaram a pesar na decisão de compra dos consumidores.
- Comportamento ético;
A ISO tem como objetivo criar normas que facilitem o comércio e promovam boas
práticas de gestão e o avanço tecnológico, além de disseminar conhecimentos. Mais
especificamente sobre a ISO 26000, esta foi criada durante a reunião do Comitê de
Políticas de Consumidores da ISO, em 2001, que se cogitou, pela primeira vez, a
criação de uma norma global de Responsabilidade Social Corporativa.
No entanto, o documento só passou a ser discutido em 2005. Desde então, uma série
de encontros do comitê organizador já ocorreram em diversas partes do mundo.
Sua versão final foi publicada em 2010 com o objetivo de traçar diretrizes para ajudar
empresas de diferentes portes, origens e localidades na implantação e
desenvolvimento de políticas baseadas na sustentabilidade.
Essa norma traz a proposta de servir como um importante norte para as corporações
e não como uma certificadora, ou seja, a adesão das organizações será voluntária.
Por isso, além dos princípios de Responsabilidade, Transparência, Comportamento
Ético, Consideração pelas partes Interessadas, Legalidade, Normas Internacionais e
Direitos Humanos, o documento envolve também áreas de Práticas de Trabalho, Meio
Ambiente, Práticas Legais de Operação, Combate a Corrupção e a Propina e
Desenvolvimento aliado à participação comunitária.
consumo de água;
energia;
transporte;
consumíveis e matérias-primas ; e eliminação de resíduos de efluentes
Além de tudo o que foi citado, os resíduos têm custos ambientais na perda dos recursos
da terra e a geração de metano, um potente gás estufa.
Observe:
3.4.1 Água
Empresas pagam pela água duas vezes - primeiro para comprá-la e depois descartá-
la. Como alimentação de rede de esgoto, e o aumento do comércio cargas de efluentes,
controlando o uso da água oferece várias oportunidades para fazer economia de
custos. Para aproveitar ao máximo estas oportunidades, é preciso identificar
claramente onde a água é usada, e onde você pode reduzir o consumo.
3.4.2 Energia
Energia é uma despesa significativa para a maioria das empresas, mas o uso muitas
vezes pode ser reduzida em pouco ou nenhum custo. Além disso, os benefícios podem
ser aumentados por iniciativas governamentais e subsídios que incentivam as
empresas a ser mais eficientes em termos energéticos, tais como subsídios de capital
reforçada. Contas de gestão ambiental ajudará a identificar ineficiências e práticas de
desperdício e, assim, oportunidades de melhorias e redução de custos.
O fluxograma não deve ser excessivamente detalhado, mas deve ter informações
suficientes para mostrar claramente onde você pode fazer poupança. Assim como rever
a contabilidade geral e face-a-face entrevistas com gerentes e funcionários sênior irá
permitir-lhe lista de materiais, mão de obra, insumos e saídas de utilidade resíduos e
dar com precisão os custos ambientais e financeiros.
A maneira mais eficaz de cortar custos é definir objetivos e metas para que você tenha
objetivos claros para trabalhar.
UNIDADE 4: SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA)
Você deve ter observado que de fato a temática da sustentabilidade está em alta nos
dias de hoje, e fica cada vez mais evidente que a consciência ambiental desempenha
um papel definitivo na construção da cidadania. De forma crescente, as pessoas
avaliam seus comportamentos em sociedade e como eles se refletem na conservação
do nosso ecossistema. A atitude, inclusive, vai além do aspecto comportamental, já que
não são somente as pessoas físicas que geram impactos na natureza. Como temos
abordado com frequência ao longo dessa nossa conversa, as empresas
possuem responsabilidade de peso nesse contexto, sendo, aliás, cobradas por sua
postura ambiental no sentido legislativo e cada vez mais pelo público consumidor.
É neste cenário de mudanças que o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) vem para
balizar as ações corporativas em busca do equilíbrio do homem, da indústria e do meio
ambiente. Definição importante para esses novos tempos de valorização dos
empreendimentos verdes, o SGA é um conjunto de políticas, práticas e procedimentos
técnicos e administrativos de uma empresa com o objetivo de obter um melhor
desempenho ambiental.
Todas as oportunidades e melhorias nos processos do negócio também devem ser
buscadas pelo viés do SGA, a fim de reduzir os impactos de suas atividades produtivas
no meio. A norma ISO14001, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é
a responsável por regulamentar o sistema, estabelecendo os requisitos de
implementação e operação. É importante acrescentar, ainda, que este modelo
sustentável de gerenciamento está fundamentado nos cinco princípios a seguir, que
devem ser obedecidos pelas empresas:
1. Conhecer o que deve ser realizado, assegurando o comprometimento com o SGA e
definindo a política ambiental;
2. Elaborar um plano de ação voltado ao atendimento dos requisitos da política
ambiental;
3. Assegurar as condições para o cumprimento dos objetivos e metas ambientais e
implementar as ferramentas de sustentação necessárias;
4. Realizar avaliações qualiquantitativas periódicas de conformidade ambiental da
empresa;
5. Revisar e aperfeiçoar a política ambiental, os objetivos e metas e as ações
implementadas para assegurar a melhoria contínua do desempenho ambiental da
empresa.
Vimos na unidade anterior que a racionalização do uso dos recursos implica na
implantação de um SGA, pois, este aplicado à empresa como ferramenta de gestão,
traz inúmeros benefícios, como a redução de riscos de acidentes ecológicos e a
melhoria significativa na administração dos recursos energéticos, materiais e humanos,
o que tem um impacto positivo direto nas contas de água e luz.
O fortalecimento da imagem da empresa junto à comunidade, assim como aos
fornecedores, stakeholders, clientes e autoridades também entra na lista das vantagens
de se seguir um modelo verde de gerenciamento.
Devemos sublinhar e ter isso em mente que a tendência da procura por produtos e
serviços oriundos de empresas ecologicamente conscientes e socialmente
responsáveis, que já é comum na Europa, está se fortalecendo de forma
impressionante no Brasil.
Outro ponto positivo é a possibilidade de conquistar financiamentos governamentais e
bancários, assim como programas de investimento, que aumenta consideravelmente
com o bom histórico ambiental das empresas.
Você pode estar pensando: entendi a necessidade e os benefícios, mas, como
implantar um Sistema de Gestão Ambiental na Empresa? Por onde começar? Que tipo
de empresa pode implantar?
Bem, qualquer empresa pode implementar o SGA. Na etapa inicial do processo, é feito
um mapeamento de todas as atividades da empresa e suas necessidades. Depois
deste primeiro momento, a empresa interessada deve passar por quatro etapas,
organizadas do seguinte modo:
1. Definição e comunicação do projeto, bem como a geração de um documento
detalhando as bases;
2. Revisão ambiental inicial para planejamento do SGA;
3. Implementação;
4. Auditoria e certificação.
Quanto às ISOS, existem diferentes tipos de certificações, cada uma com suas
propostas para as empresas. Independente disso todas têm Independente disso todas
tem em comum o objetivo de introduzir reformas, arrumar o que não está dando certo
e incentivar a organização rumo à modernização administrativa. A proposta da
certificação ISO baseada na gestão da qualidade é oferecer vantagem competitiva e
melhoria contínua, corrigindo erros, reduzindo custos e processos ineficientes.
Com a ISO 9001, sua empresa alcançará níveis de excelência em gestão da qualidade
e isso resulta em colaboradores mais participativos, pois a comunicação melhora, os
processos definem padrões de eficiência no trabalho e envolvimento na solução de
problemas. Seus colaboradores serão mais eficientes e se sentirão mais motivados.
O processo de implantação da ISO pode não ser tão simples, mas se houver dedicação
e empenho de todas as pessoas e setores da empresa, com certeza ficará mais fácil.
Motivar toda equipe na busca desta melhoria é fundamental para que dê certo. A
contratação de uma consultoria especializada aliada à auditoria interna, é fundamental
para o sucesso da implantação.
Requisitos gerais:
3 - Implementação e operação;
4- Verificação;
5- Análise pela administração.
Uma organização que deseja beneficiar-se desta certificação deve validar as quatro
seguintes etapas:
http://www.ecycle.com.br/component/content/article/35/3074-o-que-e-avaliacao-analise-ciclo-vida-produto-acv-ferramenta-metodologia-estudo-eta
cadeia-produtiva-extracao-producao-embalagem-transporte-uso-deposicao-impactos-efeitos-riscos-poluicao-meio-ambiente-saude-sustentabilidad
A ACV hoje é regida pelas normas ISO 14040, criadas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT). De acordo com um estudo feito na Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, esse tipo de avaliação auxilia na identificação de oportunidades de
melhoria nos aspectos ambientais dos produtos nas várias fases do seu ciclo de vida,
visando assim minimizar o uso de itens tóxicos, reduzir o consumo de água e energia,
diminuir a geração de resíduos (e encontrar soluções para utilizá-los como
subprodutos), reduzir os custos dentro do processo, avaliar a utilização de máquinas e
equipamentos, e ainda gerenciar outras atividades ambientais referentes ao processo
industrial, entre outros fatores.
Resumindo, a partir da ACV, a indústria pode verificar o que está fazendo de errado em
termos ambientais, tentando corrigir falhas; e o consumidor pode escolher, dentro das
suas possibilidades, produtos de companhias que se adequam a uma lógica mais
sustentável.
Existe um conceito também bastante relacionado ao ACV, que são os "seis 'erres' da
sustentabilidade". De acordo com o artigo publicado pelo Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), essas são as etapas para o planejamento
de um novo produto ou para melhorar um que já existente. O pensamento se baseia
nos seguintes conceitos:
4.3.1 Repensar
Verificar a possibilidade de substituir algum item que seja tóxico por outro que impacte
menos a saúde humana e o meio ambiente;
4.3.3 Reparar
4.3.4 Reduzir
4.3.5 Reutilizar
4.3.6 Reciclar
Como esse tipo de analogia pode ser aplicado ao nosso dia a dia?
Dentro do nosso cotidiano, podemos incorporar também esse pensamento de ciclo de
vida, ao dar preferência a produtos naturais e biodegradáveis, pois têm um menor
impacto no meio ambiente e têm uma degradação muito mais rápida em contato com
ele. Quando procuramos utilizar produtos que apresentem selos verdes, demonstramos
consciência de estar consumindo itens que foram certificados por utilizarem métodos
que preservam o meio ambiente. Buscar utilizar produtos que sejam recicláveis também
é fundamental, pois assim contribuímos com o aumento do ciclo de vida desse
determinado produto.
LEITURA COMPLEMENTAR
Para obter mais informações sobre o desenvolvimento da Revolução Industrial e sua influência
na administração, sugerimos a leitura do seguinte texto:
SILVA, Patrícia Carla da. Revolução Industrial. Portal dos Administradores. 21 Janeiro 2009.
<http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/revolucao-industrial/ 27484/>.
Acesso em: 08 fev. 2014.
ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Geografia: geografia
geral e do Brasil, volume único. Ilustrações de Ingeborg Asbach; KLN Artes Gráficas,
Luís A. Moura. 1. ed. São Paulo: Ática, 2005.
Barbieri, José Carlos. Gestão Ambiental Empresarial. São Paulo: Saraiva, 2011.
BRAGA, A.R. (2010). Meio Ambiente e Educação: uma dupla de futuro. Campinas: Mercados
de Letras.
GONÇALVES, A. C. Pôrto. Cenários econômicos e tendências. Rio de Janeiro: FGV Ed., 2011.
HOBSHAWM, E. Era dos Extremos : o breve século XX : 1914-1991 Era dos Extremos : o breve
século XX : 1914-1991.
MAGRINI, A. Política e gestão ambiental: conceitos e instrumentos. In: Gestão Ambiental de Bacias
Hidrográficas, por Alessandra Magrini e Marco Aurélio dos Santos. Rio de Janeiro: Instituto Virtual
Internacional de Mudanças Globais - IVIG, 2001.
NOGAMI, Otto; PASSOS, Carlos Roberto Martins. Princípios de Economia. 5ª Edição. São Paulo:
Cengage Learning, 2008.
PEREIRA, B. Luiz Carlos (1986) Lucro, Acumulação e Crise. São Paulo: Editora Brasiliense, 1986.