Você está na página 1de 14

Contextualização da Autoestima

Nesse trabalho apresentaremos a contextualização do tema autoestima, que segundo


Rosenberg (2003), “é uma orientação positiva ou negativa em direção a si, uma avaliação
global de seu próprio valor”. (Apud Weber, L.N.D et al. 2003, p.5),e para muitos leigos
também pode-se definir como “Ter confiança em si e se sentir bem do jeito que você é”.
Assim, no discorrer deste texto, trataremos de assuntos que estão associados com a
autoestima, como a construção dos padrões de beleza e os comportamentos individuais que
estão associados com o tema e também será abordado a sua problematização na sociedade.
É válido citar que, de acordo com as pesquisas realizadas, ao longo da história,
diversas sociedades impuseram padrões de beleza ao ser humano, como por exemplo, na
Idade Média, o corpo era visto pela religião como algo espiritual. Logo, quem não se vestisse
de acordo com essa época, era alvo de preconceitos pelos indivíduos de tal sociedade. Além
de que, quando falado de beleza nessa época, haviam dois tipos de representações
consideradas paradoxal, a Eva e a Virgem Maria, a primeira representava o pecado e à
tentação sendo considerado a “beleza da mentira”, a segunda era a Virgem Maria que
representava a pureza. Dessa forma, as mulheres dessa época, tinham que seguir uma
padronização considerada recatada.
É válido ressaltar que, no século XIX, no romantismo, um ponto é que as mulheres
acima do peso eram consideradas saudáveis no quesito de fertilidade. Mas, nesse mesmo
século, houve a propagação da ideia de que havia a necessidade da realização do exercício
físico para alcançar o corpo ideal, tendo o início da relação entre saúde e elegância, tanto que
no século XXI, o corpo acima do peso deixou de ser considerado sinônimo de saúde e boa
aparência, dando espaço para a padronização do corpo magro, sendo assim, considerado um
ideal a ser seguido.
Em verdade, a construção histórica frisada acima, mostra que a preocupação com a
beleza não é algo do século XXI, mas também de séculos passados. A relação da
padronização se relaciona com a autoestima pois a maioria dos indivíduos, principalmente as
mulheres, já que de acordo com a marca de cosmético Dove que realizou uma pesquisa com
mulheres sobre a sua aparência física, apenas 4% das 6.400 entrevistadas se sentem seguras
para se definirem como belas. Entre as participantes 59% confessou sentir pressão para ser
bonita e seguir um padrão imposto socialmente, assim, tentam se encaixar nesses aspectos
impostos pela sociedade para se sentirem aceitas, ou seja, não existe uma admiração em si
mesmo, há uma reprovação da própria imagem, caracterizando a autoestima baixa. Logo, as
buscas pelas construções estéticas tornam-se para muitos a oportunidade de se encaixarem
nessa padronização da beleza e, conforme dados da Sociedade Internacional de Cirurgia
Plástica Estética (ISAPS), 86,2% das cirurgias plásticas no mundo são realizadas por
mulheres. Contudo, a autoestima é independente da beleza, ela é uma característica das
pessoas que se encaixam nessa padronização, como por exemplo, aquelas que possuem o
corpo magro e definido, e daquelas que fogem desses aspectos, ou sejas, ambas estão sujeitas
a ter uma autoestima elevada ou baixa, já que isto é construído ao longo da vida, a autoestima
é uma construção que é feita pelo indivíduo e o seu meio social.
Dando continuidade à contextualização sobre a autoestima, segundo algumas
pesquisas, é necessário ser trabalhado a autoestima desde a infância, pois é nessa fase que a
mesma se constitui no indivíduo, através da educação e no convívio com a sociedade ao seu
redor. O ambiente também diz muito a respeito da formação da confiança da criança, onde
dependendo do lugar que se é convivido pode ser destruída ou construída. De acordo com o
artigo, PERCEPÇÃO DA INTERAÇÃO FAMILIAR E AUTOESTIMA DE
ADOLESCENTE, há uma influência dos estilos parentais na construção da autoestima na
infância, pois de acordo com Klein e cols. (1996), o retorno avaliativo dos pais para os filhos
é a base inicial para a autoestima (Apud Weber, L.N.D. e cols, 2003, p.13), como por
exemplo o estilo parental autoritativo que é caracterizada pelos pais que mantêm um
equilíbrio entre exigências e responsabilidade – a maiores competências sociais na criança,
esse estilo está associado a uma construção positiva da autoestima na infância, já que nesse
estilo parental há uma conversa entre os pais e os filhos, de modo que há um retorno
avaliativo dos pais para eles.
Além disso, outro ponto abordado é que o pré-adolescente que mantém uma boa
relação com a sua família, consequentemente terá uma autoestima elevada e aqueles pais que
apresentam características afetivas, como por exemplo, abraços, beijos, e que demonstram
orgulhos dos seus filhos exibem comportamentos importantes na construção da autoestima
dos adolescentes e os que demonstram menor envolvimento com os seus pais exibem uma
baixa autoestima, de acordo com esse artigo. Os pais que estão presentes nas atividades dos
seus filhos, que dão conselhos e que acompanham o dia a dia deles, ajudam na prática
educativa da autoestima, ou seja, a construção da autoestima está ligada com a relação
familiar e o seu meio social, haja vista que a família é o primeiro tipo de socialização que a
criança tem, logo exerce uma grande influência na constituição dos seus primeiros
pensamentos. As pesquisas exibidas nesse artigo mostram que geralmente os adolescentes
que possuem uma autoestima elevada está relacionada com ausência de punições inadequadas
pelos pais.
Para além do que foi citado acima sobre a padronização de beleza e a influência da
família na autoestima, ainda existe a competência social e a rede social. O primeiro citado se
refere há como você consegue manter contato com outras pessoas ao seu redor nos afazeres
do cotidiano, e o segundo de como você constrói seus relacionamentos e como se relaciona
com as pessoas mais próximas. Estes dois fatores podem influenciar muito em relação à
diminuição da autoestima de uma pessoa, pois ao entrar em contato com pessoas que
frequentemente nos colocam pra baixo e diminuem a nossa identidade, passamos a perder o
reconhecimento de si e a adquirir uma autoimagem pessimista de quem somos. No entanto,
ao contrário de que muitas pessoas leigas pensam, não é necessário exercer um papel de
egoísmo, presunção ou arrogância para fazer valer a denominância de autoestima, pois de
acordo com a psicologia, esta se refere a estar em paz consigo mesmo e com os outros,
reconhecendo os seus valores e qualidades, e principalmente suas limitações e
potencialidades.
Pode-se concluir que ter uma autoestima em dias não significa está saudável apenas
nos pensamentos, decisões, comportamentos, valores, e entre outros, mas também está
relacionado diretamente ao bem-estar da nossa saúde em termos biológicos e intelectual. É
extremamente necessário que todos construam a sua autoestima durante a vida, pois os
problemas apresentados por quem aponta para uma autoestima baixa são sérios. Os primeiros
embaraços vêm quando não se consegue mais resolver as questões em que o cotidiano
apresenta, e devido a isso começa-se a ser envolvido por vários sentimentos negativos, por
exemplo, de culpa, vergonha, medo, inseguranças, entre outros. A partir desses sentimentos, a
pessoa vai se retraindo da sociedade e buscando seu isolamento constante. Assim, atraído
pela reclusão, o indivíduo começa a entrar em depressões profundas, e às vezes levando até a
morte, caso não haja um cuidado.
Um pesquisador em Londres, afirmou que a vida de uma pessoa sem autoestima pode
ser bastante reduzida. Já um doutor chamado, Michael Marmot, publicou em um jornal que
pessoas que desenvolvem depressão tendem a ficar em maior vulnerabilidade, enquanto que
outras que se sentem realizadas consigo mesmo tendem a viver melhor, reduzindo até os
riscos de doenças. Essa vulnerabilidade ocorre por razão da baixa atividade exercida pelo
nosso sistema imunológico. Ainda segundo um psicólogo chamado, Dr. Lars Madsen, a baixa
autoestima é “um fator chave tanto no desenvolvimento quanto na manutenção da
depressão”.
Relação do tema autoestima com o filme : Dumplin
Ao relacionar o tema com o filme proposto, é possível perceber que o filme traz de uma
forma objetiva a construção da autoestima e da auto imagem da personagem principal,
Willowdean. Por ter uma mãe que segue os padrões de beleza que a sociedade tem como
certo, Wil (como era chamada pelos mais íntimos) rejeita e critica o universo da mãe, que em
sua juventude já foi miss e que agora organiza o concurso no qual se sobressaiu por diversas
vezes, além de receber, treinar e avaliar cada uma das jovens participantes inscritas, em que a
filha resolve participar. Parte dessa indiferença com a mãe, resulta em uma falta de
participação da mesma em sua vida, por ser uma mulher muito ocupada e preocupada com o
universo da beleza, ela acaba não vendo que a relação com sua filha anda de mal a pior. O
que leva a filha a ser mais próxima de sua tia, Lucy, que mostra ser uma mulher que se aceita
do jeito que é, e que também ensinava Will a se aceitar, inspiradas em uma famosa cantora
chamada Dolly Parton, mas que ao longo do filme descobrimos que toda essa aceitação, no
fundo precisou passar por uma fase de “não aceitação”.
Quando sua tia morre, Will se vê meio perdida, cai em uma tristeza muito grande que é
evidenciada na cena que sua mãe está empacotando as roupas da sua tia para doação com o
objetivo de ter mais espaço para as coisas do concurso, Will não aceita tal atitude. Também
quando sua mãe a chama de “fofinha” e os colegas da escola escutam e a raiva a domina.
Conflitos em relação a sua autoestima começam a ser mais evidentes. Sua relação com as
pessoas ao seu redor mostram uma jovem insegura e de baixa estima. Nos parágrafos a seguir
será mostrado como a forma que ela lidava com as situações afetava seu relacionamento com
as pessoas mais próximas.
Começando por seu companheiro de trabalho, Bo. Bo trabalhava na mesma lanchonete
que Will, era um jovem aparentemente bonito, e que mostrava nutrir um sentimento por ela,
pois evidenciava isso em suas conversas. Mas, Willowdean não aceitava a ideia de que ele
poderia gostar dela, por ela se considerar gorda, e fora dos padrões. Ela não imaginava e nem
aceitava um garoto como ele, bonito e dentro dos padrões, está interessado por uma garota
como ela. Ela acreditava que não era suficientemente boa para ele. E isso é bem comum de
acontecer, visto que pessoas acimas do peso constantemente escutam que não são capazes de
conseguir alguém com uma aparência que se encaixe com os padrões de beleza da sociedade,
e assim, acabam por internalizar essas ideias e levam para vida. O próprio Bo tenta de
diversas formas mostrar para ela que o que importava para ele era o que ela era interiormente,
além de achá-la bonita fisicamente. Demorou um certo tempo para ela acreditar e aceitar que
poderia ser amada exatamente como era, aceitando assim, no final do filme, ter um
relacionamento com Bo.
Uma outra personagem era Ellen, sua amiga de infância. Ellen sempre a apoiou em
tudo e teve um importante papel na construção de sua autoestima. Vale ressaltar o quanto que
bons amigos são essenciais nos momentos difíceis , na descoberta e construção da identidade.
Mesmo com as críticas que Will fazia de si mesma e as que ouvia dos outros, Ellen tentava
mostrar que a beleza interior valia muito mais que a beleza exterior, ela só precisava se
aceitar e se amar do jeito que era. Em uma discussão entre as duas, na qual Will está
criticando a si mesma, Ellen diz: “Pra sua informação Willowdean, eu nunca te vi como uma
gorda”. Mas o grande problema era que Will se resumia nisso.
No filme também aparece Millie, uma outra jovem que também sofre bullying na
escola por ser gorda. Ela é uma garota muito doce, alegre e que se aceitava do jeito que era,
sempre foi acostumada a nunca desobedecer e descumprir regras. Porém, ao saber que Will
participaria do concurso de beleza, ficou empolgadíssima e resolveu participar também. Toda
essa empolgação incomodava Will, pois Millie não ligava para o que falavam dela. Seu sonho
era participar de um desses concursos. Ela queria de fato tentar ganhar, pois acreditava que
era capaz, enquanto Will pensava o contrário pois só queria participar do concurso para
provocar e provar para sua mãe e para outras pessoas que podia participar, mesmo estando
fora dos padrões. Mais uma vez é importante observar, o quando que as pessoas ao seu redor
podem influenciar de forma negativa ou positiva. No caso de Millie, com todo seu
entusiasmo e dedicação, influencia positivamente Willowdean. Mesmo que no começo não
seja perceptível, ao longo do filme pode-se ver que o jeito como Millie lidava com as
situações, interfere e ajuda na auto aceitação de Will.
Se tratando do concurso de beleza, já que boa parte do filme se desenrola por meio
dele, vimos que Will resolveu entrar nesse concurso como uma forma de protestar contra os
padrões que a sociedade e principalmente sua mãe impõe, sendo também um pontapé para
sua participação descobrir que sua tia também já havia tentado participar do concurso. Ela
estava no seu limite, pois havia passado pelo luto da sua tia, enfrentava problemas em seus
relacionamentos amorosos, com sua mãe, sofria com a aceitação do seu corpo e com todas as
pressões que o filme retrata. E já que o concurso era organizado por sua mãe, a qual não tinha
tempo para escutá-la e ajudá-la em seus conflitos, nada melhor para chamar atenção dela.
Não foi fácil para Will encarar todas as fases do concurso, algumas vezes ela até pensou em
desistir devido aos muitos olhares preconceituosos que haviam e que desacreditaram dela,
inclusive o de sua mãe.
Mesmo com todas as dificuldades, ela continuou e assim foi passando nas fases
eliminatórias do concurso, o que fez com que sua autoestima fosse aumentando cada vez
mais. E isso refletiu em todos os seus relacionamentos, inclusive com sua mãe, a qual
também passou por um processo de transformação ao assumir que ela realmente havia
cometido um erro por estar ausente todo esse tempo da vida da sua filha e, principalmente,
não apoiá-la em seus dilemas, ligando apenas para as coisas externas das quais o concurso
exigia.
Com tudo isso, podemos observar o quanto a participação no concurso foi importante
não somente para autoaceitação de Will, como para sua mãe passar a respeitá-la e amá-la do
jeito que ela é. Relacionando isso ao tema proposto, podemos ver o quanto a participação,
amor e diálogo da família faz total diferença na construção da autoestima de alguém, a
começar ainda na infância, visto que o que uma criança ouve acerca dela vai fazer muita
diferença durante toda a sua vida. Por exemplo, se desde cedo ouço que não sou capaz de
conseguir algo por alguma característica física minha, vou passar a acreditar nisso e
consequentemente, ser bem menos confiante em tudo que eu for fazer. Diferente de alguém
que tem ao seu lado pessoas que o apoiem independente de sua aparência física corresponder
aos padrões impostos pela sociedade ou não. É importante que ela sinta o amor das pessoas
independente de condições.
Outra coisa que podemos ver com o exemplo que o filme traz de Will é como cada
dia que passa a procura pelo corpo perfeito aumenta mais. Os padrões de beleza da sociedade
como um todo estão cada vez mais difíceis de serem alcançados, o que faz com que muitas
pessoas tenham uma autoestima baixa por não se encaixarem nesses padrões. E a mídia tem
grande influência nesse processo, já que é através das redes sociais que as pessoas exibem seu
corpo “perfeito”, a vida dos sonhos e toda essa questão acaba por muitas vezes, frustrando
quem não tem uma aceitação muito boa de si mesmo, podendo levar até a depressão.
É importante falar também que todas essas misses ganhadoras de concursos não
representam de fato, a maioria das mulheres brasileiras, pois precisam atender a requisitos
como: ser solteiras, terem no máximo 26 anos, além de medidas corpóreas bem difíceis de
serem atingidas. Sendo assim, mulheres com curvas maiores não podem sequer concorrer a
esses tipos de concurso, e são esses padrões, que Will e suas amigas tentam quebrar no filme
ao inscrever-se no concurso, mostrando que não é preciso seguir um só padrão para ser
bonita.
Atualmente temos o “Miss Brasil Plus Size”, concurso em que mulheres plus size têm
a chance de participarem sem serem discriminadas. O primeiro concurso Plus Size ocorreu
em 2012 e já fez muito sucesso mesmo sendo sua primeira versão. Depois dessa, tiveram
mais seis versões da competição, e neste ano de 2019 haverá a sétima. Mas apesar desse
movimento ter tomado grande popularidade, ainda é muito recente e pouco falado se
comparado aos outros concursos de beleza. Mas mesmo com essa dificuldade, o concurso
serve para elevar a autoestima dessas mulheres que quase em sua totalidade sofreram
preconceitos e que tiveram que desistir de muitos dos seus sonhos por conta de uma
aparência fora dos padrões daqueles que a sociedade tem por ideal.
Infelizmente, toda essa representatividade ainda não é o suficiente para acabar com os
olhares maldosos e preconceituosos, que é o que o filme retrata muito bem ao mostrar tudo
que a Will sofre das pessoas nos ambientes que ela frequenta. As pessoas ainda estão muito
presas na ideia de que para ser bonito precisa ser magro, quando na verdade isso não define
ninguém. Essa é a mensagem que o filme consegue nos passar: que não importa se a
aparência está dentro dos padrões ou não, o que importa é se aceitar e se amar como é.
Então, com tudo isso vemos o quanto a participação no concurso foi importante para
Will, fazendo-a aceitar mais o seu corpo, seus dilemas, a se descobrir, tanto esteticamente,
como também a sua capacidade de aprender algo novo, etc. E assim como foi para ela, o
concurso de Miss Plus size vem trazendo para as mulheres plus size força para se aceitar da
forma como elas são mesmo com toda pressão sofrida pela sociedade e muitas vezes até pela
família, como Will sofreu com sua mãe.
Depois dessa análise, que teve por intuito relacionar os personagens do filme ao tema
proposto, podemos concluir que “Dumplin” é realmente um filme que trata de auto estima de
uma forma bem atual e que faz parte do nosso cotidiano. Esse filme pode ser um grande
auxílio para as pessoas que estão passando pelos mesmos problemas que Will e os outros
personagens estava enfrentando.

Papel do professor diante da questão

O professor é uma figura de exemplo aos seus alunos, assim, ele precisa ter uma
elevada autoestima para poder influenciar positivamente seus educandos e gerar uma
formação de saberes. Além disso, a autoestima é responsável pela estima de si e do outro,
como também pelas reações diante dos acontecimentos da vida e também pela saúde mental,
pois, interfere psicologicamente a vida dos indivíduos.
Ademais, problemas como desvalorização da docência, violência na sala de aula e
baixa remuneração, consequentemente, facilitará a baixa autoestima dos educadores. De
certo, com a diminuição da autoestima, crenças negativas de si mesmos, comportamentos de
auto sabotagem e de exclusão social são manifestados. Por outro lado, profissionais de
educação com autoestima elevada tem um autoconceito positivo sobre si mesmos, pratica a
autovalorização e estão prontos para enfrentar novos desafios, pois, se sentem confiantes em
relação às suas capacidades. Não só os docentes, mas também os discentes com baixa
autoestima apresentam comportamentos agressivos, dificuldade de aprendizagem e até podem
atingir um fracasso escolar. Contudo, educandos com autoestima elevada tendem a ser mais
participativos, contribuem para o aprendizado em grupo e possuem uma relação interpessoal
de qualidade.
Portanto, em virtude das condições dos alunos adolescentes, nos quais estão num
processo de desenvolvimento físico, afetivo, cognitivo e social, muitos deles, acabam por
escolher seus professores como um referencial de crenças, comportamentos e valores. Assim,
é nesse período que os indivíduos estão formando suas identificações positivas e negativas,
na qual irão influenciar na constituição de sua autoestima.
Em suma, a autoestima é uma construção interna e poderosamente influenciada pelo
contexto cultural e social que o indivíduo se insere (SCHULTHEISZ e APRILE, 2013).
Dessa forma, é necessário que os docentes, antes de mais nada, desenvolvesse em si mesmos
uma autoestima de qualidade e um pleno conhecimento da questão para então, poder tratar e
influenciar positivamente esse impasse de seus alunos.

Papel do Professor na educação infantil

A autoestima é a percepção que o indivíduo tem de si próprio, podendo ela ser


positiva ou negativa. Na infância, é de grande importância que essa autoestima seja
construída com ajuda de pessoas como docentes, familiares ou amigos, para que no futuro
não tenham problemas como: emocionais, sociais e psicológicos.
Para a criança a opinião daquela pessoa que ela mais admira e gosta, vale muito para
sua vida social. Se caso, esse indivíduo o machuque-o com palavras negativas, isso irá
interferir muito na sua vida em maneira geral. Nisso destacamos desde a sua convivência
familiar, à sua relação com o docente na escola.
O papel do professor em trabalhar a autoestima na educação infantil é essencial para
os alunos, pois ele é uma referência na construção da personalidade, no amadurecimento e no
desenvolvimento daquele indivíduo. O estímulo adquire no carinho, na compreensão, respeito
para que se possa ter uma boa autoestima. Mesmo na infância, a criança tem uma autoestima
elevada e não deixa-se levar muito por críticas e opiniões, porém quando se vem de uma
pessoa muito importante para ela, a versão já muda, seus sentimentos ficam abalados
deixando até consequências na vida social e também na aprendizagem.
A aprendizagem do aluno também é muito influenciada pela autoestima, todo
pensamento crítico do outro ou próprio, pode causar danos e dificuldades na vida escolar da
criança. Por isso, a grande função do pedagogo, auxiliar na questão emocional e teórica do
aluno, dando estímulos, motivações, palavras positivas que faça aquele indivíduo a ter uma
melhora. Muitos casos também, são lecionados por um psicopedagogo, que se tenta envolver
- se com a família e o aluno para solucionar o caso ocorrido.
Portanto, ao longo do processo de aprendizagem o docente pode criar novos métodos
de ensino para que o aluno possa se sentir confiante, pois a criança é marcada pelo
conhecimento e atitudes adquiridas pelo educador, sendo assim, cada criança tem jeito e
modo de evoluir tanto no ensino como no equilíbrio emotivo, que muitas vezes é quebrado
pelas pessoas ao arredores com seus pontos críticos e inseguros.

Papel do professor com alunos do EJA

A autoimagem do jovem é construída através da comparação com o grupo. A


autoestima não deriva de uma cobrança de resultados, assim como a maioria das famílias
fazem, e sim da exaltação de resultados naturais. A mídia cobra você a ter objetos que por
vezes vêm uma realidade bem longínqua para serem adquiridos. Se não é na família e nem na
mídia, é no grupo que se busca a construção da autoestima, mas o grupo valoriza os defeitos
do adolescente, o que é chamado de bullying. Resta ao professor, que é um modelo como
uma espécie de ídolo para o aluno, trabalhar na ajuda da construção da autoestima dos
adolescentes, esse que é o adulto que mais passa tempo com eles.
Olhar pro aluno como um ser humano, como alguém que tem os seus valores, os seus
potenciais, as suas contribuições positivas e as valoriza, faz com que o aluno comece a
perceber que aquilo é bom, que ele faz coisas boas. Começa a perceber que ele como ser
humano pode desenvolver, pode crescer e através daquilo ser mais aceito. Temos a
necessidade de termos uma interação social positiva através dos nossos valores positivos,
talentos, competências, potencialidades.
O papel social da escola como integradora da formação da personalidade total da
criança é fundamental para demonstrar todas essas potencialidades que devem ser exaltadas
ao contrário do que acontece no âmbito familiar; ajuda a corrigir os defeitos sem causar
incômodos ao possuidor deles, diferente do que um grupo faz; e mostrar que eles são capazes
de ser alguém e fazer algo sem precisar dispor de objetos impostos pela mídia como
necessidades vitais.
O jovem que ingressa na Educação de Jovens e Adultos (EJA), geralmente já carrega
uma carga que facilita a baixa autoestima, muitos são os motivos que os fazem está na EJA:
evasão, decisão do gestor, reprovação, trabalho, distância da escola, gravidez precoce,
desmotivação, entre vários motivos que desviam o aluno da modalidade de ensino regular.
Esses aspectos afetam diretamente o bem-estar do aluno dentro de sala, e a motivação feita
pela Escola é essencial para o desenvolvimento dos alunos, justamente por ser bastante
comum os professores relatarem os medos dos alunos de não conseguir aprender, de se
acharem incapazes.
Muitos adolescentes ingressam na Educação de Jovens e Adultos com o intuito
somente de terminar os estudos, sem ter uma visão futura, cabe ao professor dentro de sala de
aula utilizar metodologias didáticas que facilitem o aprendizado, valorizar cada acerto e
auxiliar na correção do erro, para isso é necessário uma atenção maior a cada aluno, desde
pequenos gestos como, por exemplo, saber o nome de todos, o que já traz um bem estar aos
educandos que se sentem reconhecidos como pessoa e não por ser “o menino alto”, “a menina
loira”, “a moça que traz o filho e o irmão”.
O professor está incluído no ambiente escola, ele precisa do apoio dos outros
profissionais para poder realizar um melhor trabalho. Juntos, eles podem aumentar ou
diminuir a capacidade de sonhar e a força de vontade para acreditar nesses sonhos e tentar
realizar dos alunos. A intervenção na disciplina do aluno continua sendo fundamental,
objetivando que ele esteja naquele ambiente para obter aprendizado. Entretanto, mostrar
opções futuras também é algo essencial, mostrar que o aluno pode seguir a profissão que
quiser. Mas, antes disso, só começar dos detalhes já é um belo começo, telefonar para
perguntar a justificativa da falta, procurar dialogar e resolver qualquer problema. A solução
para muitas coisas pode ser somente a demonstração que aquela pessoa é importante, faz falta
dando atenção e diálogo para tentar resolver problemas que tantos alunos dessa modalidade
apresentam.
Referências Bibliográficas:

SANTANA, Ana Lucia. Auto-Estima. Infoescola, [s.d.]. Disponível em:


<https://www.infoescola.com/psicologia/auto-estima/> Acesso em: 06 de maio de 2019.

PAMELA. Autoestima (alta,baixa): significado, importância, como melhorar?.


Minuto Saudável, 2018. Disponível em: <https://minutosaudavel.com.br/autoestima/>
Acesso em: 06 de maio de 2019.

CONSEQUÊNCIAS da baixa autoestima. Academia de autoestima, 2018. Disponível em:


<https://academiadeautoestima.com/efeitos-da-baixa-auto-estima/> Acesso em: 06 de maio
de 2019.

ARAÚJO, Maria Cristina S. Como a autoestima pode levar à depressão. Psicorientação,


[s.d.]. Disponível em:
<https://www.psicorientacao.com/autoestima-pode-levar--depressao> Acesso em: 06 de
maio de 2019.
ENTENDA como a baixa autoestima pode minar sua vida pessoal. Minha vida, 2011.
Disponível em: <https://www.minhavida.com.br/bem-estar/materias/12861-entenda-como-a-
baixa-autoestima-pode-minar-sua-vida-pessoal> Acesso em: 06 de maio de 2019.

O que é autoestima? Nucleo.org.blog, [s.d.].


Disponível em: <https://nucleo.org.br/sobre-autoestima/> Acesso em: 06 de maio de 2019.

ADOLFO, Kalel. Autoestima: significado: dicas úteis para fortalecer e se sentir melhor
consigo. Minha vida, [s.d.].
Disponível em: <https://www.minhavida.com.br/bem-estar/tudo-sobre/34377-autoestima>
Acesso em: 06 de maio de 2019.
,http://www.ambitojuridico.com.br/site/?
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=18598&revista_caderno=24

https://www.huffpostbrasil.com/priscila-doneda/afinal-por-que-precisamos-falar-sobre-
concursos-de-beleza_a_21699188/

http://www.marisapsicologa.com.br/autoestima.html

Weber, L.N.D., Stasiack, G.R. & Brandenburg, O.J. (2003). Percepção da Interação Familiar
e Auto-estima de Adolescentes. Aletheia, 17/18, 95-105.

http://www.missbrasilplussize.com.br/o-concurso/

https://zenklub.com.br/autoestima-das-criancas/

Você também pode gostar