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representando a administração pública, que terá, em caso de desídia ou
corrupção passiva daquele, o direito de regresso, sem prejuízo de instaurar
inquérito anterior à propositura da ação (facultativo, mas tal inquérito
corresponde melhor ao senso de justiça), – instaurado pela pessoa jurídica
interessada ou pelo Ministério Público, quando o agente público apresentará sua
defesa preliminar. Se constatada alguma irregularidade ao cabo do inquérito
instaurado pela própria pessoa jurídica, esta endereçará representação ao
Ministério Público, para que denuncie o agente autor do delito, com fundamento
na Lei n.º 8.429/1992 (Lei da Improbidade). Se condenado, deverá o réu
ressarcir o erário, perderá o emprego a bem do serviço público, e terá seus
direitos políticos suspensos. Assim, escreve a ilustre professora: “Na obra
pública, a responsabilidade com relação a terceiros eventualmente prejudicados
é da administração pública, ainda que na avença se encontre cláusula eximindo-
a de tal responsabilidade, transpassando-a ao construtor.
Inútil, ilegal e ociosa tal cláusula, vez que, com esta, afronta-se o dispositivo do
art. 37, § 6.º do Texto Constitucional.” E mais adiante: “Na hipótese de obras
públicas é inarredável que o agente público, omitindo-se de fiscalizar, também
seja responsável (concorrência de culpas).”
Relativamente à responsabilidade penal, quanto ao desabamento ou
desmoronamento, Lúcia Valle Figueiredo afirma: “Quando se tratar de obra
pública, incontestavelmente, deverá responder criminalmente não apenas o
construtor, mas, também, o agente administrativo que, ao se omitir de fiscalizar,
é também responsável.”