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ÍNDICE

• PREFÁCIO
5. REDES SOCIAIS E
DOAÇÕES PROIBIDAS, OUTRA COMPORTAMENTO DO USUÁRIO
ELEIÇÃO EM JOGO
6. O USO DE SMARTPHONES E
O DEUS DOS CANDIDATOS MORREU TABLETS

EM COMUNICAÇÃO POLÍTICA MENOS 7. CONTRATAÇÃO DE EQUIPE E


É MAIS? FUNÇÕES

• 100 COISAS QUE TODO CANDIDATO 8. CRM


DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA
INTERNET 9. GESTÃO DE CRISE

1. INTERNET 10. GUERRILHA VIRTUAL E


SEGURANÇA
2. PESQUISA, MONITORAMENTO E
MÉTRICAS • O QUE O ELEITOR CONECTADO QUER

3. CONTEÚDO • GLOSSÁRIO

4. MOBILIZAÇÃO E RELACIONAMENTO • SOBRE O AUTOR


COM INFLUENCIADORES
• CONTATO

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 2
PREFÁCIO/

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 3
100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 3
DOAÇÕES
PROIBIDAS, Em campanhas majoritárias, a estratégia política
consistia em fazer alianças partidárias para obt-

OUTRA ELEIÇÃO er o maior tempo de televisão possível, dadas as


regras de distribuição do tempo de acordo com
o tamanho da bancada.
EM JOGO Havia, só no primeiro turno, 45 dias de campanha
televisiva. Hoje está limitado a 30 dias, com a
Até pouquíssimo tempo atrás, eleição era sinôn-
proibição do uso de recursos gráficos que trans-
imo de recursos, mobilização e forma. Bastava
formaram campanhas em peças cinematográfi-
ao candidato ter muito dinheiro, contratar muita
cas.
gente para a rua e ter um programa de televisão
bem produzido, para alcançar o eleitor. Não a
toa, campanhas eleitorais vitoriosas no Brasil Uma das mudanças mais importantes nas regras
custavam entre 5 e 10 vezes mais do que as der- eleitorais foi a permissão do candidato divulgar
rotadas. suas ideias antes do período eleitoral, por meio
de suas redes sociais e sites, com a proibição
apenas de pedir votos.
Os recursos arrecadados eram distribuídos entre
custos de produção para programas de televisão,
pesquisas, materiais de campanha, equipes de Com recursos limitas, pouco tempo de tele-
rua e apoios para outros candidatos. visão e pouco tempo de campanha de rua, a in-

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DOAÇÕES PROIBIDAS, OUTRA ELEIÇÃO EM JOGO

ternet passou a ser o foco principal do trabalho cia com as campanhas na televisão, programa-
de qualquer candidatura que tenha intenção de das para acertar o tom e a linguagem, apostando
vencer. no poder de repetição. Quem tem mais de trinta
anos vai se lembrar do “Lula lá, brilha uma estre-
Os elementos que faziam vencedores não mais la...”.
existem nessa nova realidade. Será preciso ter
um conhecimento excepcional da internet, suas Simpatizantes e eleitores só entregarão seus
possibilidades e sua forma de trabalhar, situação e-mails e telefones se sentirem proximidade com
que até hoje não foi plenamente encarada por as ideias do candidato e encontrarem ambientes
nenhuma campanha no Brasil. tecnológicos amigáveis para fazer esse tipo de
interação.
As campanhas de Obama mostraram o caminho:
é preciso investir em coletar leads (informações) Claro que esse tipo ambiente deve ser bem
dos eleitores e usá-las adequadamente para pro- construído, com segurança, e ter inteligência
mover engajamento. de tratamento de dados por trás, o que não o
deixa exatamente barato, mas, diante desse novo
Poucos entenderam o recado. Coletar leads não cenário, o investimento é essencial.
é a mesma coisa que ter uma página no Facebook
“bacaninha” ou ter um aplicativo mobile que so- Um ponto importante: usar os dados coletados
mente os parentes do candidato irão baixar. adequadamente não é a mesma coisa que man-
dar spam. Obama e o Democratas sabiam disso.
Coletar leads exige o comprometimento do can-
didato com bandeiras, com o debate de temas Nos Estados Unidos, os candidatos precisam pa-
polêmicos e coloca a qualidade do conteúdo em gar para anunciar na televisão, logo, arrecadar
primeiro lugar, muito diferente do que aconte- recursos foi a prioridade do uso da base de da-

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DOAÇÕES PROIBIDAS, OUTRA ELEIÇÃO EM JOGO

dos cadastrada ao longo de 5 anos pelo partido. Não adianta se enganar, os caminhos para candi-
datos brasileiros passam, em primeiro lugar, por
Eles sabiam o que estava por trás de cada en- endereços de e-mails e números de celular.
dereço de e-mail. Se o dono do endereço era
homem, se tinha filhos, a que grupo étnico per- Campanha na web é basicamente tecnologia
tencia, onde morava e outras informações. (boas e confiáveis plataformas), conteúdo (seg-
mentado de acordo com grupos de eleitores) e
A comunicação, por meio de envio de men- estratégia (que determina as abordagens e a mis-
sagens, era feita de forma a parecer pessoal. Cri- tura ideal entre o conteúdo e a tecnologia).
ando empatia com o receptor. Nunca houve no
Brasil uma campanha que utilizasse tamanha in- Vejo que muitos pré-candidatos não começaram
teligência. ainda a trabalhar de olho na mudança do jogo
eleitoral. A maioria ainda não entendeu que as
Os políticos brasileiros ficaram impressiona- condições que conheciam não existe mais.
dos com os feitos dos estadunidenses, mas não
se dispuseram a aprender que o fenômeno das Recapitulando, tentar fazer campanha como an-
campanhas de lá tinham muito mais a ver com tigamente é um contrassenso. As regras muda-
planejamento e estratégia do que com o uso de ram, os canais mudaram e os eleitores muda-
mídia social. ram. É loucura esperar obter o mesmo resultado
quando as variáveis são diferentes.
Ter muitos fãs no Facebook é pouco represen-
tativo para mobilizar. A legislação eleitoral con-
tinua proibindo qualquer tipo de investimento
publicitário na web, o que inclui o patrocínio de
publicações para fãs.

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O DEUS DOS
CANDIDATOS os para qualquer ser humano normal. A pressão por
desempenhar um bom papel, sem erros, e obter os
ESTÁ MORTO votos necessários é muito grande. Todos têm uma
opinião para dar, uma receita mágica para o sucesso,
principalmente as pessoas mais próximas ao candi-
Antes da reforma política, que tirou o dinheiro dos dato. Os marqueteiros tinham que, além de fazer o
empresários das campanhas, qualquer candidato re- trabalho deles, não deixar que outros atrapalhassem.
zava para um Deus, no caso, o marqueteiro: o ser
capaz de mudar a opinião pública por meio de seus O fato é que as campanhas brasileiras assemelha-
milagres. vam-se às grandes produções cinematográficas:
programas de televisão em alta definição, com os
Temendo desobedecê-lo, o candidato, com medo melhores profissionais e equipamentos; planos de
de ser punido nas urnas, seguia à risca todas as in- governo desenvolvidos pelos economistas mais re-
struções dessa divindade quase onipotente, por nomados do país; artistas e influenciadores envolvi-
mais absurdas que fossem. Assim nasceram grandes dos em eventos e na campanha.
vitórias e fracassos. Maluf, por exemplo, disse um dia:
“se Pitta não for um bom prefeito, nunca mais votem Para pagar uma conta desse tamanho, só com a aju-
em mim”. Com isso, provou que arrependimento não da de empresários, pois o fundo partidário, apesar de
mata. polpudo, não consegue cobrir as despesas de comu-
nicação, mobilização e de ordem política.
A verdade é que campanhas são verdadeiros calvári-

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O DEUS DOS CANDIDATOS ESTÁ MORTO

Boa parte do dinheiro que financiava o Deus acabou. Candidato que esperar o período eleitoral para fazer
Inclusive, operações da polícia federal acabaram co- campanha está morto caso encontre um adversário
locando alguns deuses no banco dos réus. É provável que se preparou.
que marqueteiros de renome nem venham mais a se
envolver com campanhas, agora que a fonte secou. Em suma, tudo o que políticos aprenderam sobre
comunicação eleitoral terá que ser revisto. A tele-
Como se a tragédia fosse pouca, a barata voa. Isto é, visão tinha a repetição da mensagem enlatada em
além do fim do financiamento corporativo, o perío- um visual de esperança como fórmula mágica do
do eleitoral ficou menor e o tempo da propaganda sucesso.
televisiva foi reduzido para meros 35 dias.
A forma de se comunicar deve mudar. A comuni-
Em contrapartida, há o fim de uma limitação impor- cação deve deixar de ser em massa para ser seg-
tante: a da exposição da pretensão de candidatura. mentada, algo que ainda não é bem compreendido.
Desde 2015, qualquer político pode se pronunciar Por exemplo, não dá para falar de educação ou de
como possível candidato a qualquer tempo. Por- segurança pública com jovens, profissionais e idosos
tanto, se eu quisesse lançar minha candidatura à da mesma forma, o que sempre foi prático na tele-
presidência em 2030, poderia divulgá-la hoje. visão.

Na prática, o que a reforma eleitoral fez foi reduzir a O posicionamento midiático também precisa evoluir.
importância das superproduções dos marqueteiros No Brasil, fora exceções, candidatos sempre fugiram
e aumentar a importância do trabalho contínuo. Os de questões polêmicas. Era fácil evitar falar de lib-
canais digitais dos candidatos são a nova televisão. eração do aborto, da descriminalização das drogas
Todo dia é dia de campanha. e de qualquer outra pauta que entrava em conflitos
com segmentos.

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O DEUS DOS CANDIDATOS ESTÁ MORTO

Muitos políticos ainda pensam que quanto menor a nação da campanha petista, foi publicado um vídeo
exposição do que pensa, mais fácil será seu camin- em que ele afirmava, dentre outras coisas, que Ser-
ho eleitoral. Essa máxima era verdadeira quando a ra era melhor candidato que Dilma, que o PMDB era
televisão concentrava o esforço de campanha. Nela, um agrupamento de bandidos e que o IBOPE vendia
por pouco tempo, era possível fugir de assuntos e pesquisas. No dia seguinte, deixou o cargo.
questionamentos.
Lula também foi lembrado por uma declaração sua
Na web essa conduta não funciona. Internet não é em vídeo, dizendo ser contra o assistencialismo do
televisão. Na televisão os expectadores não con- governo Fernando Henrique, afirmando que proje-
seguem interagir com o conteúdo e nem escolher tos como o Bolsa Família eram para “calar a boca do
o que querem ver. Na internet as pessoas querem povo com comida”.
saber como o político pensa, quem ele realmente é
e o que pretende. Menos frases motivacionais e mais Em outro vídeo, Bolsonaro, muito antes de imagi-
trabalho. nar-se candidato à presidência, afirma que fecharia
o congresso no dia seguinte de uma possível eleição
O digital é cruel com o político que se mostra inca- para Presidente. Isso quebra qualquer chance de
paz de tomar um posicionamento. A campanha de captar votos de pessoas que não são doentes por ele,
Marina Silva para a presidência em 2014 virou suco inviabilizando sua eleição majoritária.
assim. Memes e vídeos mostrando a incoerência de
seu discurso desconstruíram a candidata. Sim, caros candidatos, seu Deus morreu. Aceitem,
abandonem velhos vícios e sigam em frente.
Fora isso, a web tem o poder de reviver defuntos.
Aconteceu com Ciro durante a campanha de Dil-
ma em 2010. Dois dias após ele assumir a coorde-

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EM
COMUNICAÇÃO Primeiro, é preciso entender o que as ferramen-
tas de comunicação realmente representam para

POLÍTICA MENOS um político ou candidatura, coisa que pouca


gente entende como deveria.

É MAIS? ANTES DA QUANTIDADE,


Em cada curso que ministro, em turmas abertas PRECISAMOS FALAR SOBRE
ou fechadas para candidatos de diferentes parti-
dos, um dos questionamentos que mais recebo é
A QUALIDADE DO CONTEÚDO
relacionado a quantidade de conteúdo que deve
ser publicado no Facebook, blog e em outras re- Canais de comunicação não são brinquedos.
des sociais. Canais de comunicação são meios para inter-
locução entre o político e seu eleitorado. Uma
canal de Youtube é como se fosse a Rede Globo
A resposta nunca agrada aos presentes e, em al- de uma figura pública, o Twitter, o Instagram e o
guns casos, acaba me gerando desafetos por que- Facebook são como emissoras de rádio e o site
brar paradigmas amplamente divulgados como funciona como uma enciclopédia multimídia.
verdades absolutas. Não existe uma quantidade
exata de publicações, mas existe uma lógica por
trás de cada uma: o objetivo de cada comunicado. Se você fosse dona da Rede Globo, seria ca-
paz de montar vídeos caseiro, sem iluminação,

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EM COMUNICAÇÃO POLÍTICA MENOS É MAIS?

sem captação correta de áudio e os colocaria na Poucos querem ver frases motivacionais, os tais
grade? Duvido muito. “bom dia”, fotos com outros políticos ou agenda
política. O eleitor quer saber quem é você, o que
Outra provocação: alimentaria sua emissora de você pretende e como você pensa.
rádio com quantas frases motivacionais e chama-
das em terceira pessoa feitas em sua voz sobre Cada publicação deve ser encarada como uma
você mesmo? oportunidade de diálogo. Sendo assim, no
mundo off-line, como seria a sua postura? Se-
É isso que a maioria dos políticos faz e por esse ria aquela pessoa que fala pelos cotovelos, sem
motivo as pessoas não gostam do que veem. saber direito do que está falando, tentando ser
Só alguém muito militante verá uma publicação o centro das atenções? Seria aquela que se pro-
como “Bom dia povo lindo e inteligente” (sic) nuncia quando tem algo consistente a dizer?
como algo positivo.
É essa postura que deve ser seu reflexo na rede.
Segundo pesquisa realizada pela Presença On- Não dá para ser duas personas distintas e ainda
line, com mais de 1600 eleitores conectados, o assim cativar apoiadores.
interesse do público baseia-se em um tripé:
O eleitor precisa entender o que o político quer
• propostas e projetos; com uma publicação, qual a relação com seus
interesses e o que ele deseja.
• histórico e trajetória;

• opiniões sobre assuntos atuais.

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EM COMUNICAÇÃO POLÍTICA MENOS É MAIS?

AGORA SIM, QUAL A Será mesmo que Dilma tinha tanta informação
assim a passar? Não foi o que percebi ao analisar
QUANTIDADE DE o conteúdo, como mostrado no quadro abaixo.
CONTEÚDO IDEAL?
Quando você coloca o critério da “consistência”
Caso o político tenha muita propriedade e mui- em primeiro plano, acabará eliminando 90% do
to conteúdo para disseminar, pode fazer muitas conteúdo que deseja publicar, o que não é prob-
publicações por dia, pois serão do interesse de lema algum. É muito melhor ter uma publicação
seus eleitores. Mas, sabemos que serão raros os diária, mas muito consistente, do que cinco ou
que possuem essas condições. seis por dia, que pouco agregam a alguém.

Quando o entendimento da rede social é equiv- O uso político de redes sociais não é uma batalha
ocado, é comum que ocorra certa confusão so- por likes apenas, é uma guerra ideológica, com
bre a quantidade de interações. Assessores e o vitória ou derrota avaliada em um único dia, no
próprio político acabam virando reféns dos likes campo de batalha conhecido como urna.
e comentários, produzindo muito conteúdo raso
e superficial, em busca de popularidade. Em campanha, político que é genérico demais
acaba não marcando posição e não se destaca
Acabam fazendo mais publicações do que deve- da maioria. Você pode não concordar com Bol-
riam. Na campanha presidencial de 2014, contei sonaro ou Freixo, mas sabe que o primeiro é o
42 publicações de Dilma e 27 de Aécio, no Face- parlamentar ligado a segurança pública e o se-
book, em apenas três dias. Trocando em miúdos, gundo é ligado aos direitos humanos.
a equipe de Dilma publicou algo a cada duas
horas, contando um dia útil como 24h. Mas, e na questão de candidaturas majoritárias,
como fica? A consistência atua da mesma forma,

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EM COMUNICAÇÃO POLÍTICA MENOS É MAIS?

mas ao invés de marcar posição por meio de ban- ma social que diz que ninguém vota em candidato
deiras, o candidato deve mostrar ao público que Copa do Mundo, que só aparece de quatro em
detém as principais características necessárias quatro anos, para pedir votos.
para que seja escolhido como gestor.

De qualquer forma, a construção dessas men-


sagens deve ocorrer de forma gradual, sem dis-
persão, aproveitando cada oportunidade de fala
para promover juízo de valor.

E O QUE FAZER
NO FACEBOOK?
Minha sugestão é que pré-candidatos não as-
sumam publicamente seu interesse eleitoral e
nem publiquem propostas, atendo-se a fazer
promoção pessoal, o que pode ser amplamente
patrocinado até o momento da convenção par-
tidária.

Cabe usar as redes sociais para relacionamento,


não apenas como palanque para pedir votos. Há
uma máxima na política que diz que quem não é
visto não é lembrado, mas há também uma máxi-

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 13
100 COISAS
Selecionar as informações essenciais que todo • Planejamento e produção de conteúdo
candidato deveria saber foi uma tarefa bastante
árdua. Os cem itens foram subdivididos em dez Entenda como planejar com antecedência todo
categorias principais e contam com textos ex- o conteúdo será vital para que a produção ganhe
plicativos para cada uma delas: a empatia do eleitor e consiga impactá-lo.

• Internet • Mobilização e relacionamento com influen-


ciadores
Um apanhado geral sobre os principais conceitos
e informações sobre o meio digital, com dicas Engajar pessoas e grupos é uma das tarefas mais
úteis e práticas para serem utilizadas na cam- difíceis dentro da internet, é preciso informar,
panha. acabar com boatos e dar subsídios para a equipe
e simpatizantes.
• Pesquisa, monitoramento e métricas
• Redes sociais e comportamento do usuário
Como utilizar ferramentas para obter infor-
mações do eleitorado, qualificar e quantificar os Conheça as características mais importantes
impactos das ações e das estratégias adotadas. sobre o uso de redes sociais e como aproveitar
melhor a interação com os usuários.

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100 COISAS

• O uso de smarphones e tablets • Gestão de crise

Celulares e tablets podem ter papel de destaque Crises durante campanhas são muito frequentes.
na campanha pela facilidade de uso e, também, Quase sempre se sabe como começa, mas rara-
por causa das possibilidades que envolvem geo- mente como vai terminar.
localização e comunicação instantânea.
• Guerrilha virtual e segurança
• Contratação de equipe e funções
Com a dificuldade em identificar e localizar vân-
Quase tão importante quanto a estratégia, uma dalos virtuais, a segurança passa a ser ponto pri-
campanha digital eficiente só é possível com um mordial em uma campanha.
bom time e estrutura profissional.

• CRM

Lidar com os dados de militantes e simpatizantes


pode fazer diferença na corrida por votos. É pre-
ciso ter atenção redobrada no uso de e-mail.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 16
<
INTERNET

<INTERNET>
A internet não pode mais ser encarada Pessoas de todas as classes têm aces-
como uma mera coadjuvante em uma so por meio de celulares e aplicativos
campanha eleitoral. Apesar de ter sua portáteis em suas residências, mas tam-
penetração limitada quando comparada bém em centros públicos, escolas e lan
à mídia tradicional, sua abrangência pro- houses.
duz desdobramentos nos demais meios,
como rádio e televisão.

<
100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 1717
INTERNET
1. Campanha na internet não é sinônimo de
campanha barata. Com pouco investimento
os resultados não são significativos no
total de votos. Invista com parcimônia. 4. Geralmente, quando o usuário está
conectado, ele está com a atenção
2. Redes sociais não podem ser consideradas dividida em diversos canais. Estabeleça
como bons ambientes para ancorar a comunicação de forma direta e objetiva.
comunicação. Elas devem ser utilizadas para
propor discussões, tendo pouca serventia
para o eleitor que procura informações. 5. Mesmo em cidades pequenas ou com
Centralize a audiência em um blog. pouco acesso à internet, parte da
população é influenciada por ela. Neste
3. O Youtube é o segundo maior mecanismo caso, rádios podem cumprir o papel de
de busca, ficando somente atrás do Google. espalhar o conteúdo da web.
Publique vídeos, mas não se esqueça de
legendá-los. Além do fato de nem todos
os usuários terem caixas de som, isso fará
com que o seu vídeo seja encontrado com
mais facilidade.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 18
Colocar numeração no lugar
dos bullets
INTERNET
6. Já que arrecadação de fundos pela internet 8. A internet não te fará ganhar uma
por parte de pessoas físicas é legal no campanha, mas abrir mão de ter uma
Brasil, ela pode e deve ser empregada. presença considerável nela poderá
Cuidado com os meios de pagamento. te fazer perder. Fique alerta e seja
presente.

7. Mobilizar pessoas não é fácil. É preciso 9. Nenhum outro meio é tão eficiente para
criar relacionamento primeiro, o que não agrupar e se comunicar com pessoas que
se faz em 30 dias. Não deixe para última estão em diferentes locais. Cadastre as
hora, trabalhe no mínimo com 180 dias de pessoas.
antecedência.

10. Boa parte do acesso à internet hoje é


feito por celulares e tablets. E estes
estão acessíveis à quase todas as classes.
Cuide para que todo o conteúdo seja
multiplataforma.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 19
PESQUISA, MONITORAMENTO E MÉTRICAS

<PESQUISA, MONITORA-
MENTO E MÉTRICAS>
Saber quais os assuntos que serão discutidos, monitorar o que
está acontecendo em busca de oportunidades e mensurar re-
sultados não são um problema para campanhas digitais.

Com processos e metodologia é possível disseminar o conteú-


do segmentado, no tom adequado, na melhor hora, para o pú-
blico certo e ver os impactos das ações em tempo real.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 20
20
PESQUISA, MONITORAMENTO
E MÉTRICAS
11. Saiba o que as pessoas procuram na
internet utilizando ferramentas gratuitas,
segmentando região e período. 14. Não fique impressionado com número
de likes em publicações ou com o
12. Existem pessoas na internet com bastante número de fãs em uma página. Boa
influência sobre a comunicação de temas parte destes números foi inflacionada
ou regiões. Identifique-as e se relacione pela prática de anunciar na plataforma.
com elas.
15. O monitoramento só é útil se ele indica
uma ação ou é acompanhado de uma
13. Monitore tudo o que é dito a
análise sobre o ambiente. Somente
seu respeito, mas não esqueça
números não dizem muito.
de saber também sobre
concorrentes diretos e temas
relevantes para a campanha.
Oportunidades podem surgir.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 21
PESQUISA, MONITORAMENTO
E MÉTRICAS
16. Nenhuma ferramenta de monitoramento 19. A menção negativa ou positiva só pode
existente vai conseguir monitorar tudo que ser levada em consideração depois da
se escreve na internet. Boa parte do que avaliação do emissor. A qualificação da
é publicado é privado, estando disponível origem evita esforços desnecessários de
apenas para a rede de amigos de quem fez contenção ou propagação.
a publicação.
20. No período eleitoral é prudente fazer
17. O sucesso das ações não pode levar em monitoramento diário. Antes disso,
consideração apenas o caráter da audiência semanal.
como métrica. É importante ver se há
engajamento dos envolvidos. Não monitore apenas o que é publicado
em redes sociais. É importante
18. Faça com que a equipe contratada elabore identificar o que aparece nos primeiros
relatórios semanais ou quinzenais com 50 resultados de Google, Youtube e
todas as ações realizadas. Só assim a também em sites como Wikipedia.
produtividade será alcançada e mensurada.

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CONTEÚDO

“ <CONTEÚDO>
Campanha digital não é ciência
exata, mas passa longe de ser um
amontoado de palpites do que
será o futuro. Quanto mais cedo
e mais detalhado um planeja-
mento for elaborado, melhor as
chances de sucesso.

O conteúdo é a chave para a


audiência e o engajamento. A

estratégia por trás dele é que di-
tará se haverá mobilização ou se
servirá apenas para preencher
espaço.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 23
23
CONTEÚDO
21. O usuário quer se sentir parte do conteúdo, 24. A principal vantagem no uso da internet
portanto é importante deixar espaço para está na comunicação segmentada.
que ele contribua com o que é publicado e, Utilize para falar com grupos
até mesmo, incentivá-lo. específicos, com discurso adequado e
direcionado.
22. Geralmente há uma grande diferença entre
o que as pessoas querem saber e o que 25. Qualquer conteúdo produzido deve
uma campanha quer promover. É preciso levar o leitor para algum lugar.
associar as duas coisas. Portanto, devem conter links que o
direcionem para a página principal ou
para uma página de cadastro.
23. Usar a web apenas para replicar campanha
offline é abrir mão do potencial que a
rede pode oferecer. Mais útil pensar em
fornecer informações complementares.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 24
CONTEÚDO
26. O tom da comunicação deve,
obrigatoriamente, seguir a linha mestra da
campanha. Não dá para fazer um candidato 29. A periodicidade da publicação é
parecer simpático na rede quando ele não é. importante: antes da campanha, no
mínimo, deve-se postar um texto
27. Assegure-se de que sua biografia, feitos e por semana. Na pré-campanha, três.
história estejam completa, fácil de encontrar Durante a campanha, todos os dias.
e de entender. As pessoas
podem querer mais detalhes a
seu respeito. 30. Uma boa estratégia é relacionar
conteúdos novos com outros já
28. Publicar conteúdo na internet existentes, fazendo ligações entre
é uma tarefa complexa pontos da carreira com projetos e
quando se deseja audiência. outros tópicos.
É preciso pesquisar os termos certos,
usar regras para mecanismos de buscas e
formatação adequada.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 25
MOBILIZAÇÃO E RELACIONAMENTO COM INFLUENCIADORES

<MOBILIZAÇÃO E RELACIONAMENTO
COM INFLUENCIADORES>
Todo e qualquer relacionamento só pode Na web existem muitos influenciadores
ser construído por meio de transparência, que podem ajudar a multiplicar o alcance
honestidade e frequência. Com a internet da mobilização. É preciso estar atento e
e as redes sociais essa tarefa ficou muito estabelecer uma relação com eles.
mais fácil.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 26
26
MOBILIZAÇÃO E RELACIONAMENTO
COM INFLUENCIADORES
31. Deixar claro quem está no comando das
interações é uma prática de bom tom,
mesmo que ela seja feita pela equipe e não 34. Ninguém gosta de ficar vendo muitas
pelo candidato. fotos de carreatas e agendas de rua.
Elas nada acrescentam em intenções de
32. Não dá para excluir algo da internet. voto. Use, mas não foque nisso.
Recomendo muita cautela na hora de publicar
opiniões que possam desagradar grupos. 35. Os eventos são excelentes
oportunidades para arrecadar
33. Uma das coisas que mais incomoda o usuário cadastros. Coloque pessoas para fazer
é a falta de transparência do candidato na esta tarefa.
web. É essencial assumir erros, mantendo
um diálogo franco e aberto.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 27
#

MOBILIZAÇÃO E RELACIONAMENTO
COM INFLUENCIADORES
38. Antes de propor ações para
influenciadores, pesquise sobre
suas interações e veja qual o seu
36. Dependendo da agenda, recomendo não
posicionamento sobre temas
divulgá-la com muita antecedência para
importantes para a campanha.
evitar manifestações de adversários.
39. Reuniões presenciais com donos de
37. Para cobertura de eventos o ideal é usar audiência podem ser interessantes,
hashtags (#) para centralizar informações. mas desde que os convidados tenham
Twitter e Facebook são sinergia com a campanha. Tenha cuidado
ótimos para isso, o Whatsapp extra com a abordagem.
também parece ser uma boa
alternativa. Experimente. 40. Produzir pequenos vídeos exclusivos
para quem segue os perfis pode motivar
as pessoas a lhe acompanhar. Faça
regularmente.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 28
REDES SOCIAIS E COMPORTAMENTO DO USUÁRIO

<REDES SOCIAIS
E COMPORTAMENTO DO USUÁRIO>
Qualquer campanha minimamente estruturada deverá contar com uso intenso de
redes sociais, como o Facebook e outras redes, pois parte da população não é mais
impactada pelos meios tradicionais.

Entender a dinâmica do comportamento do usuário conectado é essencial para


estabelecer um relacionamento produtivo.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 29
29
REDES SOCIAIS E COMPORTA-
MENTO DO USUÁRIO
43. Fotos ou imagens produzidas, com
41. O Facebook é o maior concentrador de
pouco texto, são os elementos de maior
dados dos usuários
replicação.
brasileiros. Vale
desenvolver plataformas
que captem o perfil do 44. O usuário que deixa um comentário
visitante através de uma praticamente está pedindo alguma
conexão com ele. interação por parte da campanha. Vale
responder todos os comentários.
42. Geralmente, as pessoas
estão em uma rede 45. O poder de propagação de algo ruim
social para se entreter ou em uma rede social é infinitamente
socializar. Lembre-se disso ao interagir maior do que a de algo bom, assim como
com alguém. acontece na vida offline.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 30
REDES SOCIAIS E COMPORTA-
MENTO DO USUÁRIO
46. Caso a campanha tenha bandeiras definidas
como, por exemplo, melhorias no transporte 49. Quase nada vale ter uma fanpage
público de uma determinada região, vale a com milhões de seguidores se eles
pena pensar em uma página dedicada para forem provenientes de anúncios
discussões sobre esse tema. no Facebook ou comprados de
terceiros. Assim não haverá
47. Não existe uma regra fixa para a quantidade interação nem engajamento.
de publicações que devem ser feitas por dia em
uma campanha. Recomendo usar no máximo
quatro. Caso o conteúdo seja interessante, este 50. Google Plus, Instagram, Twitter e
número pode ser ampliado. LinkedIn também devem ser usados,
mas, com conteúdo ajustado para
48. Os horários de maior acesso são por volta explorar cada canal. O Instagram, por
das 10h, 16h e 21h. Porém vale a pena usar exemplo, além de fotos, permite vídeos
as ferramentas de análise para validar esta de até 15 segundos.
frequência. Pode ser que seu público seja atípico.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 31
O USO DE SMARTPHONES E TABLETS

O USO DE SMARTPHONES
E TABLETS
Como o acesso à internet por meio de smartphones e tablets está
crescendo muito nos últimos anos, as plataformas de campanha
precisarão se adequar para conseguir atingir essa audiência.

Uma ampla gama de possibilidades se abre quando entram em cena


as funcionalidades permitidas pelos dispositivos móveis.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 3232
O USO DE SMARTPHONES E TABLETS

51. Além das classes A e B, as C e D já possuem


smartphones capazes de acessar a 54. Qualquer aplicativo razoavelmente
internet. complexo leva, em média, dois meses
para ser desenvolvido.
52. Boa parte do acesso ao
Não deixe para a última
site da campanha ou a
hora.
outras ferramentas na
internet será originado
a partir de celulares 55. Um bom uso
ou tablets. Convém para telefones
estruturar o site celulares e tablets
pensando nesse tipo de acesso. é a mobilização de suas equipes com
53. Pouco adianta fazer um aplicativo para missões diárias. É muito mais eficiente
celulares e não avisar aos eleitores e à do que mandar e-mails ou fazer
equipe sobre a existência e finalidade dele. ligações.
Faça chamadas regularmente e o divulgue
em todos os materiais de campanha.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 33
O USO DE SMARTPHONES E TABLETS

56. Basicamente, os dois sistemas


operacionais mais utilizados são Android e
iOs. Qualquer aplicativo deve contemplá-los. 59. Faça uso de SMS com prudência. O
SPAM via celular não costuma cativar a
simpatia dos eleitores. Pode, inclusive,
57. Boa parte dos smartphones tem ter o efeito contrário.
capacidade de informar a sua localização.
É uma boa forma de controlar e mensurar
por onde anda o pessoal da mobilização. 60. Para facilitar a comunicação, faça
grupos de conversa utilizando
ferramentas como Whatsapp. Por
58. Facilite o cadastro de seus simpatizantes exemplo: mobilização SP, mobilização
ao desenvolver um aplicativo que permita Campinas, grupo de inteligência e crise.
ao militante cadastrar seu nome, e-mail e
região pelo celular.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 34
CONTRATAÇÃO DE EQUIPE E FUNÇÕES

<CONTRATAÇÃO
DE EQUIPE E
FUNÇÕES>
Selecionar, contratar e treinar equipes para
atuar em campanhas na internet é uma tare-
fa mais difícil do que parece. Existem poucos
profissionais capacitados e que entendem os
conceitos da política.

Resultados são obtidos com mais facilidade


quando se usa as capacidades de cada
profissional em tarefas e funções adequadas.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 35
CONTRATAÇÃO DE EQUIPE
E FUNÇÕES
61. Toda campanha na internet deve ter um
responsável pela estratégia. Escolha um
profissional que tenha experiência no meio 64. Caso deseje contratar os perfis
político, antes mesmo do meio digital. e tê-los sob controle, faça uma
agenda semanal com as tarefas
62. Terceirizar a campanha para uma agência é a para cada perfil, bem como uma
melhor decisão quando você não tem pessoas agenda diária. É muito fácil
capacitadas para coordenar a comunicação dispersar energia na internet.
digital dentro do seu time.
65. Em boa parte dos casos, os
63. Uma equipe digital completa é composta por alguns
profissionais do meio digital não
perfis: estrategista, coordenador ou gerente de
têm experiência em campanhas
projeto, redator, analista de pesquisa, analista
políticas. É preciso reforçar de
de monitoramento, analista de relacionamento,
forma contínua que a campanha
webdesigner, gestor de CRM e produtor de
tem prazo para acabar.
vídeos ou fotos. Nada impede que uma pessoa
exerça mais de uma função.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 36
CONTRATAÇÃO DE EQUIPE
E FUNÇÕES
66. Para a pré-campanha uma equipe reduzida 69. A não ser em campanhas majoritárias,
pode resolver: estrategista, coordenador, não há necessidade que a equipe
redator e produtor de vídeo/fotos. trabalhe em turnos acima de 9h, de
segunda a sexta. Nos finais
67. Para encontrar os melhores profissionais de semana deve-se adotar
faça provas que avaliem questões técnicas regime de plantão com
e entendimento digital, mas que demandem revezamento da equipe.
um mínimo de conhecimento político. Campanha planejada não
tem correria.

68. Durante a campanha é esperado que 70. Faça com que toda a equipe relate o
o candidato produza textos. Sendo seu trabalho diariamente. Você pode
assim, o conteúdo deve ser direcionado acompanhar por meio de ferramentas
diretamente por ele e produzido pela que compartilham dados, como o Google
equipe de redação. Docs. Isso mantém as pessoas focadas.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 37
CRM

<CRM>
Durante o período eleitoral, caso a cam-
panha seja bem trabalhada, um grande
número de cadastros e informações dos
eleitores serão capturados.

Estudos e análises de desempenho de-


vem ser colocados em prática constante-
mente, gerando histórico de aceitação e
propagação.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 38
CRM
74. É importante separar os cadastros
71. Ter uma boa base de dados é fundamental. por segmentos e fazer com que todos
Por “boa” entenda-se “consistente”. Listas recebam as notícias. Por exemplo:
pequenas, de dois ou três mil nomes, são imprensa, colaboradores, militantes,
ótimas se forem reais. lideranças políticas,
candidatos e políticos
72. Implemente rotinas para receber listas parceiros, simpatizantes,
de colaboradores. Boa parte delas foi fornecedores e
comprada em algum camelô no centro da patrocinadores.
cidade. É importante fazer higienização
antes de qualquer uso. Há ferramentas 75. Deve-se usar serviços
para essa tarefa. externos para o envio de
mensagens em massa. Empresas como
73. Qualquer evento presencial ou virtual deve Sendgrid, Mandrill e Mailchimp. Cuidado
ter dispositivos para cadastrar pessoas, com a política de SPAM que cada uma
mesmo pequenas reuniões ou comitês. possui.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 39
CRM
76. E-mails são uma excelente forma de
entender o que o eleitor deseja. Faça
newsletters com diversos temas e mensure a 79. Boa parte da motivação que o usuário
quantidade de cliques que cada área recebeu. tem para abrir uma mensagem é o
assunto do e-mail. Seja provocativo ou
informativo, mas não engane o usuário
77. Uma boa taxa de abertura de mensagens é
apenas para conseguir conversão.
próxima de 20%. Razoável, 10%. Ruim, de
1% a 2%. A taxa média de cliques é de 20%
das mensagens abertas. 80. Evite comprar listas. Raramente alguém
que possui uma boa quantidade de
cadastros confiáveis irá lhe vender isso.
78. Nunca envie mensagens a partir do Trabalhe a sua rede de contatos primeiro.
domínio principal. Para isso deve-se
criar um endereço alternativo como, por
exemplo, newscandidato.com.br.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 40
GESTÃO DE CRISE

<GESTÃO DE CRISE >


Mesmo com um bom trabalho preventivo, crises são inevitáveis em campanhas. Na
internet elas se espalham com muita velocidade e provocam danos que, em alguns
casos, são irreversíveis.

Não dá para pensar no que fazer quando o problema está acontecendo. Um bom
trabalho de preparação reduz os impactos e pode chegar a reverter quadros delicados.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 41
GESTÃO DE CRISE
81. A primeira coisa a ser feita quando algo 84. É importante verificar se a crise teve
dá errado é controlar a informação das impacto apenas em uma pessoa, um
pessoas próximas. Deixe claro para todos grupo ou se tem potencial para impactar
os envolvidos quem concede declarações. um número maior de eleitores.

85. O tempo que se leva para dar


82. Verifique se a crise é verdadeira ou é fruto
posicionamentos pode inflar ainda mais
de algum mal entendido. Em campanhas
a crise. Assim que tomar conhecimento
é natural que concorrentes tentem
do problema, use os canais digitais
manipular fatos para atrapalhar outros
para dizer que irá investigar
candidatos.
o ocorrido e que
dentro de um tempo
83. A internet é um ambiente onde não adianta determinado voltará
não ser transparente. Errou, assuma. Não a se posicionar.
errou, negue.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 42
GESTÃO DE CRISE
86. Para todo problema existe uma solução. 88. Crie uma estrutura capaz de lidar com
Caso o problema gerado não tenha uma crises, com pessoas que entendam
solução, não é um problema, é um fato. A sobre a dinâmica da imprensa e das
estratégia passa a ser a de contenção. relações interpessoais, mais do que sobre
tecnologia e internet.
87. Mantenha espaços abertos em seus canais
para que as pessoas possam interagir. Em
89. Tenha guardado um histórico de todos os
uma página de Facebook, por exemplo, deve
episódios que envolvam seu nome, partido ou
ter uma aba para contato, caso contrário o
concorrentes. Eles podem ajudar a identificar
reclamante usa a linha do tempo.
se haverá desdobramentos midiáticos.

Ignorar um problema não


fará ele se resolver. Com o 90. Não crie problemas para você mesmo.
tempo as pessoas deixarão Contrate um treinamento de boas práticas
de tocar no assunto, mas o para familiares e assessores próximos. Boa
dano causado na imagem parte das crises são geradas internamente.
será definitivo.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 43
GUERRILHA VIRTUAL E SEGURANÇA

<GUERRILHA
VIRTUAL E
SEGURANÇA>
Dependendo da posição em que o
candidato está, caso incomode a um
concorrente mal intencionado, será
alvo do jogo sujo na internet, a chama-
da guerrilha virtual.

Invasões nos sistemas, vídeos pejo-


rativos, imagens e textos podem ser
produzidos para tentar prejudicar uma
campanha em andamento.

100
100 COISAS
COISAS QUE
QUE TODO
TODO CANDIDATO
CANDIDATO DEVERIA
DEVERIA SABER
SABER SOBRE
SOBRE ELEIÇÕES
ELEIÇÕES NA
NA INTERNET
INTERNET 44
44
GUERRILHA VIRTUAL
E SEGURANÇA
94. Em campanha é normal
91. Quando se faz uma campanha que será que boatos se espalhem
atacada, é ideal hospedar toda a tecnologia com facilidade. Esteja
fora do Brasil e com sistemas que inibam o preparado para
ataque feito por máquinas zumbis (botnets). combatê-los. Use a
militância e as pessoas
92. Durante a fase de campanha exija backup cadastradas para desmenti-los e crie uma
diário de tudo. Outras campanhas podem área para isso em seus canais.
querer atrasar a sua.
95. Por mais que pareça tentador, não ataque
93. Faça um trabalho preventivo levantando outros candidatos. Profissionais que sabem
todos os pontos controversos de sua vida fazer esse tipo de tarefa sem deixar rastros
e carreira. Produza defesas antes que os são raros e, geralmente, muito caros.
questionamentos apareçam. Você terá mais chances de se prejudicar se
escolher o profissional errado.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 45
GUERRILHA VIRTUAL
E SEGURANÇA
96. Contrate treinamentos para que a
militância também possa combater ataques 99. O objetivo da guerrilha virtual é atrasar
na internet. Boa parte das equipes de rua a sua campanha, fazendo com que você
tem acesso à internet. se defenda e forme a opinião pública por
meio dos veículos tradicionais.
97. Na maioria dos casos, os ataques feitos na
internet são fáceis de identificar. Mantenha 100. Mesmo que não vá utilizar, peça o
uma linha aberta entre a área jurídica da registro de todas as variações possíveis
campanha e o seu monitoramento. do seu nome nas ferramentas e domínios,
incluindo grafia errada. Por exemplo,
98. É praticamente impossível excluir algo da
uma letra “i” quando maiúscula passa
internet, mas é possível produzir conteúdo
tranquilamente por um “l” minúsculo: “I”
que seja mais bem qualificado a ponto de
e “l”.
fazer o ruim não aparecer.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 46
INTERNET

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 47
GLOSSÁRIO
WEB/
100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 62
GLOSSÁRIO WEB

TERMOS DESCRIÇÃO TERMOS DESCRIÇÃO


São os seguidores de um perfil de maior, mais frequente.
Followers Twitter.
É a catalogação de informações
São os perfis que o usuário de apresentadas com conceitos de
Following
Twitter segue. relevância nos resultados da bus-
Indexação ca. O Google armazena, cataloga,
Qualquer conteúdo postado no de sites organiza e apresenta os primeiros
Tweet
Twitter. resultados a partir de um cálculo
matemático, diferente para cada
Ação de postar um tweet no Twit- mecanismo de busca.
Tuitar
ter.
É a sigla de Search Engine Opti-
É um tweet repetindo o tweet de mization, que significa otimização
Retweet outra pessoa, reconhecendo-a SEO de sites para melhor indexação em
como fonte de informação. buscas no Google.

É a ação de compartilhar um tweet É a otimização contínua das es-


Retuitar de outra pessoa, reconhecendo-a tratégias de marketing nas redes
como fonte de informação. SMO sociais, com o objetivo de gerar
visitas qualificadas ao site, blog,
É a importância que uma página na e-commerce, entre outros.
web tem para o Google. Essa avaliação
Page Rank Pode ser traduzida como “pági-
da relevância da página é divulgada
em uma escala de zero a 10. na de pouso”. É a página de des-
Landing tino quando um usuário clica em
É uma representação visual das pa- Page um resultado de busca ou em um
lavras-chaves mais comuns utiliza- anúncio de banner ou links patro-
Nuvem de
das no canal. São mostradas pela cinados.
tags frequência de uso, caracterizadas
pelo tamanho da fonte. Quanto Hubs Influenciador, formador de opinião.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 63
SOBRE O AUTOR/ SOBRE O AUTOR

OAUTOR
(TELA DE APRESENTAÇÃO PROVISÓRIA)

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 64
SOBRE O AUTOR

Marcelo Vitorino é estrategista de comunicação Desde 2008 capacita juventudes partidárias do PSDB,
e marketing digital, com atuação no mercado PMDB, DEM e PC do B, colaborando no planejamen-
desde 2000. Atua nos mercados corporativo, to e execução de projetos digitais como redes soci-
terceiro setor e político. ais partidárias e ferramentas de ensino a distância.

Fez parte, ainda na juventude, de movimentos par- Especializou-se na gestão de crises, planejamen-
tidários juvenis em São Paulo, participando ativamente to estratégico e na mobilização de militantes
de campanhas políticas tradicionais desde 2002. e simpatizantes, tendo conhecimentos com-
plementares na área de segurança virtual, bem
Sua migração para o ambiente digital ocorreu em como, na comunicação por meios eletrônicos.
2008, saindo da área de mobilização da militân-
cia para operar na área de inteligência de infor- Possui grande presença digital, sendo autor de
mação da campanha de Gilberto Kassab (prefei- blogs e portais com ampla acesso, além de ter
tura de São Paulo). ministrado aulas e palestras nos principais even-
tos digitais (Campus Party, Youpix, Intercon, So-
Em 2010 coordenou a campanha digital de Orestes cial Media Brasil) e em instituições como PUC,
Quércia para o senado e a campanha de Rodrigo ESPM, Mackenzie e FAAP.
Garcia para deputado federal, ambos pelo estado de
São Paulo. Atuou nas campanhas de José Serra para Atualmente é sócio fundador da Presença Online,
a presidência e de Raimundo Colombo para o gov- empresa especializada na gestão de presença,
erno do estado de Santa Catarina. gestão de crise e na capacitação de profissionais
para atuar na internet.
Em 2012, como consultor, esteve em campanhas
municipais no Mato Grosso do Sul, São Paulo e http://www.marcelovitorino.com.br
Paraná. Coordenou a campanha para vereador
de Netinho de Paulo em São Paulo. http://www.linkedin.com/in/marcelovitorino/pt
Na campanha de 2014, integrou núcleos de atu-
http://twitter.com/mvitorino_/
ação e gestão digital de Confúcio Moura (gover-
no de Rondônia) e Camilo Santana (governo do
http://facebook.com/marcelo.urso.vitorino/
Ceará), ambos vencedores do pleito.

100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 65
100 COISAS QUE TODO CANDIDATO DEVERIA SABER SOBRE ELEIÇÕES NA INTERNET 66
100 COISAS

Fundada por Marcelo Vitorino e Natália Mateus em meados de 2012, a


Presença Online é uma empresa focada em estratégias de gestão de imagem
para instituições, marcas, líderes, gestores públicos ou produtos; e na
formação de profissionais especializados para a área de produção de conteúdo,
marketing e estratégias digitais. Para atender os objetivos específicos de
cada cliente, a Presença Online desenvolve conteúdos e metodologias a
partir de uma necessidade específica e oferece consultoria, planejamento,
acompanhamento, palestras, treinamentos e oficinas práticas. Dentre seu
portfólio de clientes estão Casa André Luís, Sebrae, PMDB, Instituto Ethos,
Governo de Mato Grosso, Tribunal de Contas de Mato Grosso, Hospital São
Camilo (Gestão de Crise), entre outros.

CONTATOS

slideshare.net/ facebook.com/ contato@presencaonline.com twitter.com/ linkedin.com/company/


presencaonline presencaonline (11) 2548-9834 presenca_online presenca-online
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