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FACULDADE ÚNICA

DE IPATINGA

FUNDAMENTOS DA FÍSICA I
Sérgio Antônio Pinheiro
Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um
com uma função específica, mostradas a seguir:

São sugestões de links para vídeos, documentos


científico (artigos, monografias, dissertações e teses),
sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo
abordado.
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações
importantes nas quais você deve ter um maior grau de
atenção!

São exercícios de fixação do conteúdo abordado em


cada unidade do livro.

São para o esclarecimento do significado de


determinados termos/palavras mostradas ao longo do
livro.

Este espaço é destinado para a reflexão sobre


questões citadas em cada unidade, associando-o a
suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu
cotidiano.

4
SUMÁRIO

UNIDADE GRANDEZAS FÍSICAS E SUA MEDIÇÃO, LEIS E TEORIAS FÍSICAS..............8

01
1.1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 8
1.2 UNIDADES DE MEDIDA E O SISTEMA INTERNACIONAL (SI) .................................. 8
1.3 AS LEIS E TEORIAS FÍSICAS.................................................................................... 10
1.1.1 Princípio da Inércia ....................................................................................... 11
1.1.2 Princípio Fundamental da Dinâmica.........................................................11
1.1.3 Princípio da Ação e Reação ...................................................................... 11
1.1.4 Lei da Gravidade .......................................................................................... 11
1.1.5 Lei da Conservação de Massa e Energia ................................................ 12
1.1.6 Leis da Termodinâmica ................................................................................ 12
1.1.7 Lei Zero da Termodinâmica......................................................................... 12
1.1.8 Primeira Lei da Termodinâmica ..................................................................13
1.1.9 Segunda Lei da Termodinâmica ................................................................ 13
1.1.10 Terceira Lei da Termodinâmica .................................................................. 13
1.1.11 Leis da Eletroestática .................................................................................... 13
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 15

UNIDADE VISÃO PANORÂMICA DA FÍSICA………………………………………….. 18

02
2.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 18
2.2 UMA BREVE CRONOLOGIA DA EVOLUÇÃO DA FÍSICA ..................................... 18
2.2.1 Atomistas Gregos .......................................................................................... 18
2.2.2 Física Aristotélica ........................................................................................... 18
2.2.3 Primórdios da Hidrostática...........................................................................19
2.2.4 Yin e Yang ....................................................................................................... 20
2.2.5 Revolução Copernicana .............................................................................20
2.2.6 Física Clássica ................................................................................................ 21
2.2.7 Física Aplicada .............................................................................................. 22
2.2.8 Termodinâmica.............................................................................................. 23
2.2.9 Eletromagnetismo .........................................................................................24
2.2.10 Estrutura do Átomo ....................................................................................... 25
2.2.11 Era Quântica .................................................................................................. 26
2.2.12 Dualidade Quântica .................................................................................... 27
2.2.13 Relatividade ................................................................................................... 28
2.2.14 Relatividade Geral ........................................................................................ 28
2.2.15 Partículas Subatômicas ................................................................................ 30
2.2.16 Tendências Atuais ......................................................................................... 31
FIXANDO O CONTEÚDO ....................................................................................... 33

INTRODUÇÃO À MECÂNICA: MOVIMENTO EM UMA DIMENSÃO:


UNIDADE POSIÇÃO, VELOCIDADE E ACELERAÇÃO...............................................39

03
3.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 39
3.2 MOVIMENTO ......................................................................................................... 40
3.3 POSIÇÃO E DESLOCAMENTO .............................................................................. 40
3.4 DISTÂNCIA ............................................................................................................ 42
3.5 VELOCIDADE ......................................................................................................... 44
3.5.1 Velocidade Constante ................................................................................ 44
3.5.2 Velocidade Variável.....................................................................................44
3.6 ACELERAÇÃO ....................................................................................................... 45
FIXANDO O CONTEÚDO ....................................................................................... 48

5
UNIDADE FORÇAS E LEIS DE NEWTON......................................................................53

04
4.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 53
4.2 TIPOS DE FORÇAS ................................................................................................. 54
4.3 PESO ...................................................................................................................... 55
4.4 LEIS DE NEWTON ................................................................................................... 57
4.4.1 Primeira Lei de Newton ................................................................................ 57
4.4.2 Segunda Lei de Newton ..............................................................................58
4.4.3 Terceira Lei de Newton ................................................................................ 59
FIXANDO O CONTEÚDO ....................................................................................... 61

UNIDADE ENERGIA E TRABALHO; IMPULSO E MOMENTO.......................................65

05
5.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 65
5.2 TRABALHO E ENERGIA .......................................................................................... 67
5.2.1 Trabalho de Uma Força Constante ...........................................................67
5.2.2 Trabalho de Uma Força Variável ...............................................................70
5.2.3 Trabalho da Força Peso ...............................................................................71
5.2.4 Trabalho da Força Normal e da Resultante Centrípeta ........................72
5.2.5 Trabalho da Força Elástica .......................................................................... 73
5.3 IMPULSO E MOMENTO .......................................................................................... 74
5.3.1 Definição de Impulso ...................................................................................74
5.3.2 Quantidade de Movimento ........................................................................ 76
FIXANDO O CONTEÚDO ....................................................................................... 80

UNIDADE EXPERIMENTOS DE LABORATÓRIO; INCERTEZA NAS MEDIDAS..............84

06
6.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 84
6.2 ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS............................................................................ 84
6.3 CRITÉRIOS DE ARREDONDAMENTO ..................................................................... 85
6.4 OPERAÇÕES COM ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS............................................ 86
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 87

REFERÊNCIAS ...................................................................................... 91

6
CONFIRA NO LIVRO

 As unidades de grandezas físicas


 Sistema Internacional de Medidas (SI)
 Leis e teorias físicas

 Uma visão panorâmica da Física e sua história

 Introdução ao estudo da mecânica newtoniana


 Movimentos em uma dimensão
 Posição
 Velocidade

 Classificação de erros de medidas


 Instrumentos de medida de extensão
 Diferença entre massa e peso
 Instrumentos de medida de massa e peso

 Estudo da inércia, força e massa.


 As leis de Newton
 Aplicações das leis de Newton

 Trabalho e energia
 Tipos de energia
 Conservação de energia
 Impulso e quantidade de movimento
 Teorema do impulso
 Conservação do momento

7
GRANDEZAS FÍSICAS E SUA UNIDADE
MEDIÇÃO, LEIS E TEORIAS FÍSICAS

1.1 INTRODUÇÃO

Caro aluno, o conteúdo deste material didático segue a bibliografia básica do


curso de Física. O livro texto “Física I: Mecânica” de Halliday, Resnick e Walker (2018)
é adotada com principal referencial teórico. Aconselha-se a sempre relacionar o
conteúdo deste livro com o estudado nas Físicas básicas. Além do livro texto outras
referências usadas serão listadas no finall da obra para possíveis consultas.
Vamos juntos! Sucesso!

Os objetivos de aprendizagem da Unidade 1 são:


 As unidades de grandezas físicas de acordo com o Sistema Internacional de
Medidas (SI);
 As principais leis e teorias físicas.

1.2 UNIDADES DE MEDIDA E O SISTEMA INTERNACIONAL (SI)

Para cada grandeza física se estabelece uma unidade, e o Sistema


Internacional (SI) é o sistema mais difundindo no mundo. Para calcular medidas
confiáveis e precisas, necessitamos de medidas que não variem e que possam ser
reproduzidas por observadores em diversos locais. O sistema de unidades usado por
cientistas e engenheiros em todas as partes do é conhecido oficialmente como
Sistema Internacional ou SI (das iniciais do nome francês Système International).
(YOUNG; FREEDMAN, 2016).
Adotaremos o SI como padrão para nossas atividades experimentais e
exercícios, já que esse sistema abrange todas as situações práticas e teóricas. As
unidades básicas do SI são destacadas no Quadro 1. Unidades derivadas são
compostas a partir dessas básicas. Como exemplo a unidade de força é o Newton
(𝑁), onde um 1𝑁 equivale a 1 𝑘𝑔 ∙ 𝑚/𝑠 , ou seja, o newton é a força que fornece

8
para uma massa de 1 quilograma uma aceleração de um metro por segundo por
segundo.

Quadro 1: Grandezas, unidades e símbolos

Fonte: Adaptado de Young e Freedman (2016)

Definidas as unidades fundamentais, unidades maiores e menores podem ser


representadas usando notação científica (potências de 10). Toda quantidade deve
ser expressa por um número entre 1 e 10, seguido da multiplicação pela potência de
10 apropriada. Para facilitar ainda mais a notação são introduzidas os múltiplos e
submúltiplos adicionando-se um prefixo ao nome da unidade fundamental de
interesse. A Tabela 1 representa alguns prefixos usados no quotidiano da física.

Tabela 1: Alguns prefixos e suas representações

Fonte: Adaptado de Young e Freedman (2016)

Para usar os prefixos basta juntar o símbolo do prefixo com o símbolo da


unidade. Como exemplo 1ns (nanossegundo) equivale a 0,000000001s ou 10-9 s
(segundos).

9
Podemos descrever, por exemplo, o comprimento de uma avenida como 𝟏 𝒌𝒎
(quilômetro) ao invés de 𝟏𝟎𝟎𝟎 𝒎 (metros), ou seja: 𝟏 𝒌𝒎 = 𝟏𝟎𝟑 𝒎 = 𝟏𝟎𝟎𝟎𝒎. O mesmo vale
para unidade de massa, onde 𝟏 𝒌𝒈 (quilograma) equivale a 𝟏𝟎𝟎𝟎 𝒈 (gramas), sendo assim:
𝟏 𝑲𝒈 = 𝟏𝟎𝟑 𝒈 = 𝟏𝟎𝟎𝟎 𝒈.

Algumas unidades não pertencentes ao Sistema Internacional são aceitas


devido as suas utilizações no quotidiano. Vale ressaltar a unidade Tonelada (𝑇) (1𝑇
equivale a 1000 𝐾𝑔), e algumas unidades de tempo como o minuto, a hora e o dia
por exemplo.

Os americanos adotam a polegada (inch) milesimal, cujo valor foi fixado em


25,4mm a temperatura de 20ºC. É importante ressaltar a polegada em virtude do
grande número de máquinas, aparelhos e ferramentas utilizando esse sistema
americano. O símbolo da polegada é o 𝐼𝑁 ou a dupla plica (″)

1.3 AS LEIS E TEORIAS FÍSICAS

As 3 leis Criadas pelo famoso cientista Isaac Newton, em 1687, servem para
explicar diversos comportamentos presentes em nosso cotidiano e relativos aos
movimentos dos objetos. Mas, mesmo assim, durante mais de 200 anos essas leis foram
estudadas e testadas para comprovarem seu verdadeiro efeito. E como Newton era
um homem à frente de seu tempo, esses princípios, que veremos abaixo, continuam
atuais.

10
1.3.1 Princípio da Inércia

Segundo o cientista, sua primeira lei tem a seguinte razão: “Todo corpo, em
repouso ou em movimento em linha reta, tende a permanecer no mesmo estado, a
menos que algum tipo de força o obrigue a mudar de direção”.
A inércia é a propriedade que leva um corpo a manter-se em repouso ou em
movimento retilíneo constante quando livre de forças externas. Ou seja, algo em
repouso, prossegue como está. Um corpo em movimento, por sua inércia, segue em
ação constante. Isso muda apenas se algo ou alguém empregar algum tipo de força,
como fazer uma curva ou brecar um automóvel, que faça o corpo alterar sua rota.

1.3.2 Princípio Fundamental da Dinâmica

Nesta lei, Newton diz que “um corpo muda seu movimento de acordo com a
força imprimida nele”. Além disso, quando uma mesma força é aplicada em corpo
de massas diferentes, ela não produz o mesmo resultado, promovendo acelerações
desiguais.
Segundo ele, a força, batizada de “newtons – (N)”, exercida sobre um corpo
em movimento ou em repouso é que muda sua direção, velocidade, intensidade ou
sentido. Um exemplo que ilustra bem essa teoria é quando aceleramos ou freamos
um carro. Dependendo da força aplicada nos freios ou no acelerador, o veículo
muda de velocidade.

1.3.3 Princípio da Ação e Reação

Quando dois corpos agem um sobre o outro, suas forças são sempre iguais,
mas em direções diferentes. Esse é o princípio da ação e da reação, que defende
que a potência empregada tem a mesma intensidade, direção, natureza, mas
sentidos opostos. Porém, elas não se equilibram, pois são imprimidas em corpos de
massas diferentes.

1.3.4 Lei da Gravidade

Desde os primórdios, a gravidade intrigava a comunidade mundial. Filósofos,


como Aristóteles, e cientistas, como Galileu, tentaram desvendar esse fenômeno.
Porém, mais uma vez, foi Isaac Newton quem decifrou esse mistério e, assim como

11
suas teorias de movimento, publicou-a por volta de 1687, mudando a ciência
moderna e a compreensão do mundo.
Porém, o gênio desvendou, segundo historiadores, a gravidade de forma
simples: sentado sob uma árvore, ele viu uma maçã caindo ao solo e compreendeu
que a gravidade é um evento em que uma partícula de matéria atrai outra por meio
de forças que dependem das massas desses corpos e da distância entre eles.
Dessa forma, como o planeta Terra possui a maior massa de nosso Universo,
seu centro gravitacional atrai todos os objetos para si, por causa de sua força
poderosa. Esse mesmo princípio faz com que a Lua mantenha sua órbita em torno de
nosso planeta. Nosso satélite, por sua vez, por conta de sua gravidade, interfere nas
marés oceânicas aqui na Terra.

1.3.5 Lei da Conservação de Massa e Energia

Esse princípio, datado dos anos 1840, comprova que independentemente do


que ocorra, a energia nunca se perde, ela apenas se transforma. E para manter tanto
a massa quanto a energia constante, elas devem permanecer em um sistema
isolado, onde não haja nenhuma interferência, e a primeira pode se converter na
segunda, como em uma explosão.

1.3.6 Leis da Termodinâmica

Iniciado em 1650, os princípios da termodinâmica buscam explicar de que


forma trabalhos são realizados através da transformação da energia térmica. Com o
passar do tempo, diversos cientistas e pesquisadores foram aprimorando e criando
novas utilidades para esta vertente.

1.3.7 Lei Zero da Termodinâmica

Também chamada de lei ante primeira, esse princípio mostra como


acontecem às trocas de calor entre os corpos, uma vez que por conta do material
de composição ou do tamanho das massas esses corpos possuem temperaturas
diferentes, mas isso muda quando entram em contato.

12
1.3.8 Primeira Lei da Termodinâmica

Desenvolvida por James Joule, essa teoria mostra que a energia interna de um
sistema fechado pode variar de acordo com o calor trocado com o meio externo, e
o trabalho realizado por esse procedimento.

1.3.9 Segunda Lei da Termodinâmica

Como já vimos anteriormente, a energia não se cria, nem se perde ela se


transforma. Porém, essa transformação, de acordo com este princípio, nem sempre
é exata. Segundo Kelvin “é impossível retirar energia térmica de um sistema e
convertê-la totalmente em energia mecânica, sem que haja modificações em sua
estrutura”.
Da mesma forma, Kelvin-Planck mostra que “uma máquina térmica, mesmo
que operando em ciclos, não consegue apenas extrair calor de um sistema e
executar seu trabalho. Esse sistema precisa passar por um processo de resfriamento
para não entrar em colapso”.
Assim, conforme Clausius “em um sistema fechado, é impossível um corpo, ao
transferir calor, ficar ainda mais frio, enquanto o outro fica mais quente”. Eles se
equilibram como vimos no princípio básico da termodinâmica.

1.3.10 Terceira Lei da Termodinâmica

Dessa forma, baseado na segunda lei, a terceira diz que não é possível ocorrer
um processo termodinâmico completamente eficaz, sem que haja perda ou declínio
energético durante sua troca de calor ou seu trabalho.

1.3.11 Leis da Eletroestática

A eletroestática estuda a interação entre as cargas estacionárias e quase


estacionárias, uma vez que dois corpos eletrizados, independentemente de positivos
ou negativos, interagem entre si por meio do eletromagnetismo ou da atração
gravitacional. Este princípio, chamado de Lei de Coulomb, desenvolvido pelo físico
francês de mesmo nome por volta de 1780, foi o estopim para o desenvolvimento dos
estudos envolvendo a Eletricidade.
Já a Lei de Gauss, publicada quase um século depois – em 1867 – pelo famoso

13
matemático alemão de mesmo nome, complementa a teoria anterior, uma vez que
ela relaciona o fluxo de um campo magnético de uma superfície fechada com as
cargas que estão no interior desse espaço.
Essas são as principais leis da física e as que apresentam maior probabilidade
de serem utilizadas durante o dia a dia ou o trabalho prático.

14
FIXANDO O CONTEÚDO

1. No século XVI, as pessoas acreditavam que a Terra não se movia. Todavia,


atualmente sabemos que ela se move, e um conceito físico que sustenta e auxilia
na justificativa dessa ideia é o da:

a) pressão.
b) quantidade de movimento.
c) inércia.
d) ação e reação.
e) nenhuma das alternativas

2. Sobre as leis da Mecânica, é correto afirmar:

a) Quando uma força horizontal de valor variável e diferente de zero atua sobre um
corpo que desliza sobre uma superfície horizontal sem atrito, sua aceleração
permanece constante.
b) A força resultante é nula sobre um corpo que se movimenta, em linha reta, com
velocidade constante.
c) Todo corpo em queda livre, próximo da superfície terrestre, aumenta sua energia
potencial.
d) Quando um corpo de massa m exerce uma força F sobre um corpo de massa 2m,
o segundo corpo exerce sobre o primeiro uma força igual a 2F, uma vez que sua
massa é maior.
e) Quando um corpo gira com velocidade angular constante, a força que atua
sobre ele é nula.

3. O aparelho utilizado para a medição da massa de um objeto é denominado:

a) balança.
b) manômetro.
c) micrômetro.
d) Dinamômetro
e) Nenhuma das anteriores

15
4. Assinale a opção que apresenta a mesma unidade de medida de energia
cinética.
2
a) (movimento linear) massa
b) (movimento linear) massa
c) massa  comprimento
d) massa  aceleração
e) Nenhuma das anteriores

5. Um dispositivo eletrônico muito comum nos celulares tipo smartphones é o


acelerômetro. Dentre as funções desse dispositivo, nos celulares, está a detecção
da posição do celular em relação ao campo gravitacional da Terra. O
acelerômetro é capaz de identificar se o celular está na posição vertical ou
horizontal, alterando automaticamente a imagem e as posições das funções
disponíveis na tela do telefone.Considerando que uma das informações
disponibilizadas pelo acelerômetro seja o ângulo entre a normal à tela e o vetor
força peso do celular, do ponto de vista dimensional, esse ângulo medido pelo
acelerômetro .
a) é adimensional.

b) tem unidades de m s2 .

c) tem unidade de medida de m s.

d) é um vetor.
e) Nenhuma das anteriores

6. Pela lei da gravitação universal, a Terra e a Lua são atraídas por uma força dada

por 6,67  1011 Mm d2 , onde M e m são as massas da Terra e da Lua,

respectivamente, e d é a distância entre os centros de gravidade dos dois corpos

celestes. A unidade de medida da constante 6,67  1011 é:

a) Nm kg
b) N.
2
c) m .
2 2
d) Nm kg .
e) Nenhuma das anteriores

16
7. São várias as reportagens veiculadas na mídia que mostram pessoas tentando
construir um motor que não necessita fornecimento contínuo de energia externa
para funcionar, ao que se denomina de “moto perpétuo”. Essas máquinas têm
como objetivo gerar energia para manter o seu próprio movimento, bastando dar
um impulso inicial e o movimento se dará de forma perpétua.

Se essa máquina funcionasse, necessariamente se estaria violando a:

a) Lei da Conservação de Energia.


b) Primeira Lei de Newton.
c) Lei da Conservação de Quantidade de Movimento.
d) Lei da Gravitação Universal.
e) Equação geral dos gases.

8. Recentemente o tema combustível e caminhões ganhou destaque nos noticiários


com a greve de caminhoneiros. Suponha que o consumo (c) de diesel de um

caminhão, em m3 de combustível por metro viajado, seja proporcional à massa M


do veículo. Considere que o consumo seja descrito pela equação c  βM, onde β

é uma constante. No Sistema Internacional de Unidades β tem unidade de:

a) km L .
2
b) m kg.
c) L km .
d) m kg.
e) N.D.A

17
VISÃO PANORÂMICA DA FÍSICA UNIDADE

2.1 INTRODUÇÃO

A Física se desenvolve em função da necessidade do homem de conhecer o


mundo natural e controlar e reproduzir as forças da natureza em seu benefício.
É na Grécia Antiga que são feitos os primeiros estudos "científicos" sobre os
fenômenos da natureza. Surgem os "filósofos naturais" interessados em racionalizar o
mundo sem recorrer à intervenção divina (HEWITT, 2015).

2.2 UMA BREVE CRONOLOGIA DA EVOLUÇÃO DA FÍSICA

2.2.1 Atomistas Gregos

A primeira teoria atômica começa na Grécia, no século V a.C. Leucipo, de


Mileto, e seu aluno Demócrito, de Abdera (460 a.C. - 370 a.C.), formulam as primeiras
hipóteses sobre os componentes essenciais da matéria. Segundo eles, o Universo é
formado de átomos e vácuo. Os átomos são infinitos e não podem ser cortados ou
divididos. São sólidos, mas de tamanho tão reduzido que não podem ser vistos. Estão
sempre se movimentando no vácuo.

2.2.2 Física Aristotélica

É com Aristóteles que a Física e as demais ciências ganham o maior impulso


na Antiguidade. Suas principais contribuições para a Física são as ideias sobre o
movimento, queda de corpos pesados (chamados "graves", daí a origem da palavra
"gravidade") e o geocentrismo . A lógica aristotélica irá dominar os estudos da Física
até o final da Idade Média.
Aristóteles - (384 a.C. - 322 a.C.) Nasce em Estagira, antiga Macedônia (hoje,
Província da Grécia) . Aos 17 anos muda-se para Atenas e passa a estudar na
Academia de Platão, onde fica por 20 anos. Em 343 a.C. torna-se tutor de Alexandre,
o grande, na Macedônia. Quando Alexandre assume o trono, em 335 a.C., volta a

18
Atenas e começa a organizar sua própria escola, localizada em um bosque
dedicado a Apolo Liceu - por isso, chamada de Liceu. Até hoje, se conhece apenas
um trabalho original de Aristóteles (sobre a Constituição de Atenas). Mas as obras
divulgadas por meio de discípulos tratam de praticamente todas as áreas do
conhecimento: lógica, ética, política, teologia, metaFísica, poética, retórica, Física,
psicologia, antropologia, biologia. Seus estudos mais importantes foram reunidos no
livro Órganom .
Geocentrismo - Aristóteles descreve o cosmo como um enorme (porém finito) círculo
onde existem nove esferas concêntricas girando em torno da Terra, que se mantêm
imóvel no centro delas.
Gravidade - Aristóteles considera que os corpos caem para chegar ao seu lugar
natural. Na antiguidade, consideram-se elementos primários a terra, a água, ar e
fogo. Quanto mais pesado um corpo (mais terra) mais rápido cai no chão. A água se
espalha pelo chão porque seu lugar natural é a superfície da Terra. O lugar natural
do ar é uma espécie de capa em torno da Terra. O fogo fica em uma esfera acima
de nossas cabeças e por isso as chamas queimam para cima.

2.2.3 Primórdios da Hidrostática

A hidrostática, estudo do equilíbrio dos líquidos, é inaugurada por Arquimedes.


Diz a lenda que Hierão, rei de Siracusa, desafia Arquimedes a encontrar uma maneira
de verificar sem danificar o objeto, se era de ouro maciço uma coroa que havia
encomendado. Arquimedes soluciona o problema durante o banho. Percebe que a
quantidade de água deslocada quando entra na banheira é igual ao volume de seu
corpo. Ao descobrir esta relação sai gritando pelas ruas "Eureka, eureka!" (Achei,
achei !). No palácio, mede então a quantidade de água que transborda de um
recipiente cheio quando nele mergulha sucessivamente o volume de um peso de
ouro igual ao da coroa, o volume de um peso de prata igual ao da coroa e a própria
coroa. Este, sendo intermediário aos outros dois, permite determinar a proporção de
prata que fora misturada ao ouro.
Princípio de Arquimedes - A partir dessas experiências Arquimedes formula o
princípio que leva o seu nome: todo corpo mergulhado em um fluído recebe um
impulso de baixo para cima (empuxo) igual ao peso do volume do fluído deslocado.
Por isso os corpos mais densos do que a água afundam e os mais leves flutuam. Um

19
navio, por exemplo, recebe um empuxo igual ao peso do volume de água que ele
desloca. Se o empuxo é superior ao peso do navio ele flutua.
Arquimedes - (287 a.C. - 212 a.C.) - nasce em Siracusa, na Sicília. Frequenta a
Biblioteca de Alexandria e lá começa seus estudos de matemática. Torna-se
conhecido pelos estudos de hidrostática e por suas invenções, como o parafuso sem
ponta para elevar água. Também ganha fama ao salvar Siracusa do ataque dos
romanos com engenhosos artefatos bélicos. Constrói um espelho gigante que refletia
os raios solares e queimava a distância os navios inimigos. É também atribuído a
Arquimedes o princípio da alavanca. Com base neste princípio, foram construídas
catapultas que também ajudaram a resistir aos romanos. Depois de mais de três anos,
a cidade é invadida e Arquimedes é assassinado por um soldado romano.

2.2.4 Yin e Yang

Os chineses também iniciaram na Antiguidade estudos relacionados à Física.


Não se ocupam de teorias atômicas ou estrutura da matéria. Procuram explicar o
Universo como resultado do equilíbrio das forças opostas Yin e Yang. Estas palavras
significam o lado sombreado e ensolarado de uma montanha e simbolizam forças
opostas que se manifestam em todos os fenômenos naturais e aspectos da vida.
Quando Yin diminui, Yang aumenta e vice-versa.
A noção de simetria dinâmica de opostos inaugurada pela noção de Yin e
Yang será retomada no início do século XX com a teoria quântica (ver Princípio da
incerteza neste capítulo).

2.2.5 Revolução Copernicana

Em 1510 Nicolau Copérnico rompe com mais de dez séculos de domínio do


geocentrismo. No livro Commentariolus, diz pela primeira vez que a Terra não é o
centro do Universo e sim um entre outros tantos planetas que giram em torno do Sol.
Enfrenta a oposição da Igreja Católica, que adotara o sistema aristotélico como
dogma e faz da Física um campo de estudo específico.
Para muitos historiadores, a revolução copernicana se consolida apenas um
século depois com as descobertas telescópicas e a mecânica de Galileu Galilei
(1564-1642) e as leis de movimentos dos planetas dos planetas de Joannes Kepler
(1571- 1630).

20
Heliocentrismo - "O centro da Terra não é o centro do mundo (Universo) e sim o Sol ".
Este é o princípio do heliocentrismo (que tem o Sol do grego hélio - como centro),
formulado por Nicolau Copérnico e marco da concepção moderna de Universo.
Segundo o heliocentrismo, todos os planetas, entre eles a Terra, giram em torno do
Sol descrevendo órbitas circulares.
Nicolau Copérnico - (1473 - 1543) nasce em Torum, na Polônia. Estuda matemática,
os clássicos gregos, direito canônico (em Bolonha, na Itália) e medicina (em Pádua,
Itália) e só depois se dedica exclusivamente à área que realmente lhe interessava: a
astronomia. Em 1513 constrói um observatório e começa a estudar o movimento dos
corpos celestes. A partir dessas observações, escreve Das revoluções dos corpos
celestes com os princípios do heliocentrismo. Copérnico revoluciona a ideia que o
homem tinha de si mesmo (visto como imagem de Deus e por isso centro de tudo) e
dá novo impulso a todas as ciências ao colocar a observação e a experiência acima
da autoridade e dos dogmas.

2.2.6 Física Clássica

O século XVII lança as bases para a Física da era industrial. Simon Stevin
desenvolve a hidrostática, ciência fundamental para seus país, a Holanda, protegida
do mar por comportas e diques. Na óptica, contribuição equivalente é dada por
Christiaan Huygens, também holandês, que constrói lunetas e desenvolve teorias
sobre a propagação da luz. Huygens é o primeiro a descrever a luz como onda. Mas
é Isaac Newton (1642-1727), cientista inglês, o grande nome dessa época: são dele
a teoria geral da mecânica e da gravitação universal e o cálculo infinitesimal.
Isaac Newton - (1642- 1727) nasce em Woolsthorpe, Inglaterra, no mesmo ano
da morte de Galileu. (começa a estudar na Universidade de Cambridge com 18 anos
e aos 26 já se torna catedrático. Em 1687 publica Princípios matemáticos da filosofia
natural. Dois anos depois é eleito membro do Parlamento como representante da
Universidade de Cambridge. Já em sua época é reconhecido como grande cientista
que revoluciona a Física e a matemática. Preside a Royal Society (academia de
ciência) por 24 anos. Nos últimos anos de vida dedica-se exclusivamente a estudos
teológicos.
Cálculo diferencial - por volta de 1664, quando a universidade é fechada por
causa da peste bubônica, Newton volta à sua cidade natal. Em casa, desenvolve o

21
teorema do binômio e o método matemático das fluxões. Newton considera cada
grandeza finita resultado de um fluxo contínuo, o que torna possível calcular áreas
limitadas por curvas e o volume de figuras sólidas. Este método dá origem ao cálculo
diferencial e integral.
Decomposição da luz - Newton pesquisa também a natureza da luz.
Demonstra que, ao passar por um prisma, a luz branca se decompõe nas cores
básicas do espetro luminoso: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta.
Leis da mecânica - A mecânica clássica se baseia em três leis.

 Primeira lei - É a da inércia. Diz que um objeto parado e um objeto em movimento


tendem a se manter como estão a não ser que uma força externa atue sobre
eles.
 Segunda lei - Diz que a força é proporcional à massa do objeto e sua aceleração.
A mesma força irá mover um objeto com massa duas vezes maior com metade
da aceleração.
 Terceira lei - Diz que para toda ação há uma reação equivalente e contrária. Este
é o princípio da propulsão de foguetes: quando os gases "queimados"(resultantes
da combustão do motor) escapam pela parte final do foguete, fazem pressão
em direção oposta, impulsionando-o para a frente.

Gravitação universal - observando uma maçã que cai de uma árvore do jardim de
sua casa, ocorre a Newton a ideia de explicar o movimento dos planetas como uma
queda. A força de atração exercida pelo solo sobre a maçã poderia ser a mesma
que faz a Lua "cair" continuamente sobre a Terra.
Principia - Durante os 20 anos seguintes, Newton desenvolve os cálculos que
demonstram a hipótese da gravitação universal e detalha estudos sobre a luz, a
mecânica e o teorema do binômio. Em 1687 publica Princípios matemáticos da
filosofia natural, conhecida como Principia, obra-prima científica que consolida com
grande precisão matemática suas principais descobertas. Newton prova que a Física
pode explicar tanto fenômenos terrestres quanto celestes e por isso é universal.

2.2.7 Física Aplicada

No século XVIII, embora haja universidades e academias nos grandes centros,


mais uma vez é por motivos práticos que a Física se desenvolve. A revolução industrial

22
marca nova fase da Física. As áreas de estudos se especializam e a ligação com o
modo de produção torna-se cada vez mais estreita.

2.2.8 Termodinâmica

Estuda as relações entre calor e trabalho. Baseia-se em dois princípios: o da


conservação de energia e o de entropia. Estes princípios são a base de máquinas a
vapor, turbinas, motores de combustão interna, motores a jato e máquinas frigoríficas.
A partir de uma máquina concebida para retirar a água que inundava as
minas de carvão, o inglês Thomas Newcomen cria em 1698 a máquina a vapor, mais
tarde aperfeiçoada pelo escocês James Watt. É em torno do desempenho dessas
máquinas que o engenheiro francês Sadi Carnot estabelece uma das mais
importantes sistematizações da termodinâmica, delimitando a transformação de
energia térmica (calor) em energia mecânica (trabalho).
Os principais pontos a se destacar são:

Primeiro princípio - É o da conservação da energia. Diz que a soma das trocas de


energia em um sistema isolado é nula. Se, por exemplo, uma bateria é usada para
aquecer água, a energia da bateria é convertida em calor, mas a energia total do
sistema, antes e depois de o processo começar, é a mesma.
Segundo princípio - Em qualquer transformação que se produza em um sistema
isolado, a entropia do sistema aumenta ou permanece constante. Não há, portanto,
qualquer sistema térmico perfeito no qual todo o calor é transformado em trabalho.
Existe sempre uma determinada perda de energia.
Entropia - tendência natural da energia se dispersar e da ordem evoluir
invariavelmente para a desordem. O conceito foi sistematizado pelo austríaco
Ludwig Boltzmann (1844-1906) e explica o desequilíbrio natural entre trabalho e calor.
Zero absoluto - 0 Kelvin (equivalente a -273,15º C ou -459,6º F) ou "zero absoluto" não
existe em estado natural. A esta temperatura a atividade molecular (atômica) é nula.
Lord Kelvin - (1824- 1907) é como ficou conhecido o físico irlandês William Thomson,
barão Kelvin of Largs. Filho de matemático, forma-se em Cambridge e depois se
dedica à ciência experimental. Em 1832 descobre que a descompressão dos gases
provoca esfriamento e cria uma escala de temperaturas absolutas.

23
2.2.9 Eletromagnetismo

Em 1820, o dinamarquês Hans Oersted relaciona fenômenos elétricos aos


magnéticos ao observar como a corrente elétrica alterava o movimento da agulha
de uma bússola. Michel Faraday inverte a experiência de Oersted e verifica que os
magnetos exercem ação mecânica sobre os condutores percorridos pela corrente
elétrica e descobre a indução eletromagnética, que terá grande aplicação nas
novas redes de distribuição de energia.
Os principais pontos a se destacar são:

Indução eletromagnética - Um campo magnético (variável) gerado por uma


corrente elétrica (também variável) pode induzir uma corrente elétrica em um
circuito. A energia elétrica também pode ser obtida a partir de uma ação mecânica:
girando em torno de um eixo, um enrolamento de fio colocado entre dois imãs
provoca uma diferença de potencial (princípio do dínamo).
Michael Faraday - (1791-1867) é um caso raro entre os grandes nomes da ciência.
Nasce em Newington, Inglaterra. Começa a trabalhar aos 14 anos como aprendiz de
encadernador. Aproxima-se das ciências como autodidata e depois torna-se
assistente do químico Humphy Davy. Apesar de poucos conhecimentos teóricos, o
espírito de experimentação de Faraday o leva a importantes descobertas para a
química e Física. Consegue liquefazer praticamente todos os gases conhecidos. Isola
o benzeno. Elabora a teoria da eletrólise, a indução eletromagnética e esclarece a
noção de energia eletrostática.
Raios catódicos - São feixes de partículas produzidos por um eletrodo negativo
(cátodo) de um tubo contendo gás comprimido. São resultado da ionização do gás
e provocam luminosidade. Os raios catódicos são identificados no final do século
passado por Willian Crookes. O tubo de raios catódicos é usado em osciloscópios e
televisões.
Raios X - Em 1895 Wilhelm Konrad von Röntgen descobre acidentalmente os raios X
quando estudava válvulas de raios catódicos. Verificou que algo acontecia fora da
válvula e fazia brilhar no escuro focos fluorescentes. Eram raios capazes de
impressionar chapas fotográficas através de papel preto. Produziam fotografias que
revelavam moedas nos bolsos e os ossos das mãos. Estes raios desconhecidos são
chamadas simplesmente de "x".

24
Wilhelm Konrad von Röntgen - (1845-1923) nasce em Lennep, Alemanha, e estuda a
Física na Holanda e na Suíça. Realiza estudos sobre elasticidade, capilaridade,
calores específicos de gases, condução de calor em cristais e absorção do calor por
diferentes gases. Pela descoberta dos raios X recebe em 1901 o primeiro prêmio
Nobel de Física da História.
Radiatividade - É a desintegração espontânea do núcleo atômico de alguns
elementos (urânio, polônio e rádio), resultando em emissão de radiação. Descoberta
pelo francês Henri Becquerel (1852 - 1909) poucos meses depois da descoberta dos
raios X. Becquerel verifica que, além de luminosidade, as radiações emitidas pelo
urânio são capazes de penetrar a matéria. Dois anos depois, Pierre Curie e sua mulher,
a polonesa Marie Curie, encontram fontes radiativas muito mais fortes que o urânio.
Isolam o rádio e o polônio e verificam que o rádio era tão potente que podia
provocar ferimentos sérios e até fatais nas pessoas que dele se aproximavam.
Tipos de radiação - Existem três tipos de radiação; alfa, beta e gama. Á radiação alfa
é uma partícula formada por um átomo de hélio com carga positiva. Radiação beta
é também uma partícula, de carga negativa, o elétron. A radiação gama é uma
onda eletromagnética. As substâncias radiativas emitem continuamente calor e têm
a capacidade de ionizar o ar e torná-lo condutor de corrente elétrica. São
penetrantes e ao atravessarem uma substância chocam-se com suas moléculas.

2.2.10 Estrutura do Átomo

Em 1803, John Dalton começa a apresentar sua teoria de que a cada


elemento químico corresponde um tipo de átomo . Mas é só em 1897, com a
descoberta do elétron, que o átomo deixa de ser uma unidade indivisível como se
acreditava desde a Antiguidade.
Descoberta do elétron - Em 1897 Joseph John Thomson, ao estudar os raios X e
raios catódicos, identifica partículas de massa muito pequena, cerca de 1.800 vezes
menores que a do átomo mais leve. Conclui que o átomo não é indivisível, mas
composto por partículas menores.
Os principais pontos a se destacar são:
Modelo pudim - Thomson diz que os átomos são formados por uma nuvem de
eletricidade positiva na qual flutuam, como ameixas em volta de um pudim,
partículas de carga negativa - os elétrons.

25
Modelo planetário - Em 1911 Ernest Rutherford bombardeia uma lâmina de ouro com
partículas em alta velocidade. Observa que algumas partículas atravessam o
anteparo e outras ricocheteiam. Descobre que existem espaços vazios no átomo, por
isso algumas partículas passaram pela lâmina. Verifica também que há algo
consistente contra o que outras partículas se chocaram e refletiram. Conclui que o
átomo possui um núcleo (de carga positiva) em volta do qual orbitam elétrons, como
planetas girando em torno do Sol. O modelo planetário é aperfeiçoado por Niels Bohr
com fundamentos da Física quântica.
Prótons - 1919 Rutherford desintegra o núcleo de nitrogênio e detecta partículas
nucleares de carga positiva. Elas seriam chamadas de prótons. Segundo Rutherford,
o núcleo é responsável pela maior massa do átomo. Anuncia a hipótese de existência
do nêutron, confirmada apenas 13 anos depois.
Nêutrons - 1932 James Chadwick membro da equipe, de Rutherford, descobre os
nêutrons, partículas nucleares com a mesma massa do próton, mas com carga
elétrica neutra.
Ernest Rutherford - (1871 - 1937) nasce em Nelson, na Nova Zelândia, onde começa a
estudar Física. Suas maiores contribuições foram as pesquisas sobre radiatividade e
teoria nuclear. Em 1908 cria um método para calcular a energia liberada nas
transformações radiativas e recebe o prêmio Nobel de química. Em 1919 realiza a
primeira transmutação induzida e transforma um núcleo de nitrogênio em oxigênio
através do bombardeamento com partículas alfa. A partir daí dedica-se a realizar
transmutações de vários tipos de elementos. Em 1931 torna-se o primeiro barão
Rutherford de Nelson.

2.2.11 Era Quântica

A grande revolução que leva a Física à modernidade e a teoria quântica, que


começa a se definir no fim do século XIX. É a inauguração de uma nova "lógica"
resultante das várias pesquisas sobre a estrutura do átomo, radiatividade e
ondulatória.
Max Planck é quem define o conceito fundamental da nova teoria - o quanta.
Mas a teoria geral é de autoria de um grupo internacional de físicos, entre os quais:
Niels Bohr (Dinamarca), Louis De Broglie (França), Erwin, Schroedinger e Wolfgang,
Pauli (Áustria), Werner Heisenberg (Alemanha), e Paul Dirac (Inglaterra).

26
Os principais pontos a se destacar são:
Quanta - Em 1900 o físico alemão Max Planck afirma que as trocas de energia não
acontecem de forma continua e sim em doses, ou pacotes de energia, que ele
chama de quanta. A introdução do conceito de descontinuidade subverte o
princípio do filósofo alemão Wilhelm Leibniz (1646-1716), "natura non facit saltus"(a
natureza não dá saltos), que dominava todos os ramos da ciência na época.
Max Planck - (1858-1947) nasce em Kiel, Alemanha. Filho de juristas, chega a oscilar
entre a carreira musical e os estudos científicos. Decide-se pela Física e se dedica à
carreira acadêmica até o fim da vida. Em 14 de dezembro de 1900, durante uma
reunião da Sociedade Alemã de Física, apresenta a noção de "quanta elementar de
ação". Em sua autobiografia Planck diz que na época não previa os efeitos
revolucionários dos quanta. Em 1918 recebe o prêmio Nobel de Física.
Modelo quântico do átomo - Surge em 1913, elaborado por Niels Bohr (1885-1962).
Segundo ele, os elétrons estão distribuídos em níveis de energia característicos de
cada átomo. Ao absorver um quanta de energia, um elétron pode pular para outro
nível e depois voltar a seu nível original, emitindo um quanta idêntico.

2.2.12 Dualidade Quântica

A grande marca da mecânica quântica é a introdução do conceito de


dualidade e depois, com Werner Heisenberg, do princípio de incerteza. Para a
mecânica quântica, o universo é essencialmente não-determinístico. O que a teoria
oferece é um conjunto de prováveis respostas. No lugar do modelo planetário de
átomo, com elétrons orbitando em volta de um núcleo, a quântica propõe um
gráfico que indica zonas onde eles têm maior ou menor probabilidade de existir. Toda
matéria passa a ser entendida segundo uma ótica dual: pode se comportar como
onda ou como partícula. É o rompimento definitivo com a mecânica clássica, que
previa um universo determinístico.
Princípio da incerteza - Em 1927 Werner Heisenberg, formula um método para
interpretar a dualidade da quântica, o princípio da incerteza. Segundo ele, pares de
variáveis interdependentes como tempo e energia, velocidade e posição, não
podem ser medidos com precisão absoluta. Quanto mais precisa for a medida de
uma variável, mais imprecisa será a segunda. "Deus não joga dados", dizia Albert
Einstein, negando os princípios na nova mecânica.

27
2.2.13 Relatividade

A teoria da relatividade surge em duas etapas e altera profundamente as


noções de espaço e tempo. Enquanto a mecânica quântica é resultado do trabalho
de vários físicos e matemáticos, a relatividade é fruto exclusivo das pesquisas de
Albert Einstein.
Relatividade Restrita - Em 1905 ele formula a Teoria da Relatividade Restrita (ou
especial), segundo a qual a distância e o tempo podem ter diferentes medidas
segundo diferentes observadores. Não existe portanto, tempo e espaço absolutos
como afirmara Newton no Principia, mas grandezas relativas ao sistema de referência
segundo o qual elas são descritas.
Raios simultâneos - Einstein dá o exemplo dos raios e o trem. Dois indivíduos
observam dois raios que atingem simultaneamente as extremidades de um trem (que
anda em velocidade constante em linha reta) e chamuscam o chão. Um homem
está dentro do trem, exatamente na metade dele. O segundo indivíduo está fora,
bem no meio do trecho entre as marcas do raio. Para o observador que está no chão,
os raios caem simultaneamente. Mas o homem no trem dirá que os raios caíram em
momentos sucessivos, porque ele, ao mesmo tempo que se desloca em direção ao
relâmpago da frente, se afasta do relâmpago que cai na parte traseira. Este último
relâmpago deve percorrer uma distância maior do que o primeiro para chegar até
o observador. Como a velocidade da luz é constante, o relâmpago da frente "chega"
antes que o de trás.

2.2.14 Relatividade Geral

Dez anos depois, Einstein estende a noção de tempo-espaço à força da


gravidade. A Teoria Geral da Relatividade (1916), classificada pelo próprio Einstein
como "bonita esteticamente", é também uma teoria da gravidade capaz de explicar
a força de atração pela geometria tempo-espaço.
Os principais pontos a se destacar são:
A fórmula relativa - A "revolução" de Einstein Torna popular a fórmula Física E= mc2
(energia é igual a massa vezes o quadrado da velocidade da luz). A equivalência
entre massa e energia (uma pequena quantidade de massa pode ser transformada
em uma grande quantidade de energia) permite explicar a combustão das estrelas
e dar ao homem maior conhecimento sobre a matéria. É a expressão teórica das

28
enormes reservas de energia armazenadas no átomo na qual se baseiam os artefatos
nucleares.
Bomba atômica - Artefato nuclear explosivo que atinge seu efeito destrutivo através
da energia liberada na quebra de átomos pesados (urânio 235 ou plutônio 239).
Armas atômicas foram superadas pelas bombas termonucleares, que têm maior
poder destrutivo. As bombas termonucleares (bomba H e bomba de nêutrons) agem
por meio de ondas de pressão ou ondas térmicas. Produzem essencialmente
radiação, mortal para os seres vivos, sem destruir bens materiais. São bombas de
fusão detonadas por uma bomba atômica e podem ter o tamanho de um
paralelepípedo.
Velocidade relativa - A relatividade também revoluciona a noção de velocidade.
Ao demostrar que todas as velocidades são relativas, explica que, apesar do
movimento, nenhuma partícula poderia se deslocar a uma velocidade superior à da
luz (299.792.458 metros por segundo). À medida que se aproximasse dessa
velocidade, a energia e a massa da partícula também aumentariam, tomando cada
vez mais difícil a aceleração.
Geometria espaço-tempo - Enquanto Newton descrevera a gravitação como uma
queda, para Einstein é uma questão espacial. Quando um corpo está livre, isto é, sem
influência de qualquer força, seus movimentos apenas exprimem a qualidade de
espaço-tempo. A presença de um corpo em determinado local causa uma distorção
no espaço próximo.
Espaço curvo - Um raio de luz proveniente de uma estrela distante parece sofrer uma
alteração de trajetória ao passar perto do Sol. Isto não é causado por qualquer força
de atração, diz Einstein. Em função da enorme massa do Sol, o espaço a sua volta
está deformado. É como se ele estivesse " afundado". O raio apenas acompanha
esta curvatura, mas segue sua rota natural. E se a matéria encurva o espaço, é
possível admitir que todo o Universo é curvo. A confirmação experimental do espaço
curvo só acontece em 1987, com a observação de galáxias muito distantes.
Albert Einstein (1879-1955) nasce um Ulm, Alemanha, em 1879. Chega a ser
considerado deficiente mental porque até 4 anos não fala fluentemente. Durante o
secundário, é considerado pelos professores um estudante medíocre. Mas, fora da
escola, Einstein mostra desde jovem interesse pela matemática. Começa seus
estudos de matemática e Física na Alemanha e depois assume nacionalidade suíça.
Em 1921 recebe o prêmio Nobel. No apogeu do nazismo vai para os EUA e se

29
naturaliza norte-americano. Depois da 2a guerra, passa a defender o controle
internacional de armas nucleares. Morre em Princeton, EUA.

2.2.15 Partículas Subatômicas

A história das partículas que compõem o átomo é bastante recente. Só em


1932 confirma-se que os átomos são formados por nêutrons, prótons e elétrons. Em
seguida são encontradas partículas ainda menores como o pósitron, o neutrino e o
méson - uma partícula internuclear de vida curtíssima (um décimo milésimo
milionésimo de segundo).
Os principais pontos a se destacar são:
Quarks e léptons - Hoje já se conhecem 12 tipos de partículas elementares. Elas são
classificadas em duas famílias: quarks e léptons. Estes são os tijolos da matéria. Há seis
gerações de partículas quark e seis de léptons. A primeira geração de quarks é a dos
upe down (alto e baixo), que formam, por exemplo, os nêutrons e os prótons. Os
quarks de segunda e terceira geração, os charm e strange (charme e estranho) e os
bottom e top (base e topo), existiram em abundância no início do Universo. Hoje, são
partículas muito raras e só recentemente foram identificadas. O quark top foi
detectado pela primeira vez em abril do ano passado. Os mésons também são
formados por quarks. A família dos leptons reúne gerações de partículas mais leves.
Entre eles, os mais conhecidos são o elétron e o neutrino.
O tamanho do átomo - O diâmetro de um átomo é de aproximadamente 10-10 m,
ou um centésimo milionésimo de centímetro. Se uma laranja fosse ampliada até ter
o tamanho da Terra, seus átomos teriam o tamanho de cerejas. Uma proporção
semelhante é a que existe entre o átomo e o núcleo dele. Se um átomo pudesse ser
ampliado e ter o tamanho de uma sala de aula, ainda assim o núcleo não seria visível
a olho nu.
Estudo do núcleo - Apesar de todo avanço tecnológico, nunca foi possível ver o
interior do átomo. Para descobrir características e propriedades das partículas, os
físicos usam métodos indiretos de observação. Bombardeiam núcleos atômicos e
depois verificam os "estragos". Registram as ocorrências e fazem curvas de
comportamento. Depois fazem abstrações matemáticas (modelos) que serão
testados para confirmação.

30
Aceleradores de partículas - Os aceleradores são os aparelhos desenvolvidos para
"olhar " o núcleo atômico. São eles que fornecem altas doses de energia para que
partículas possam romper o campo de força que envolve o núcleo e atingi-lo. Essas
partículas podem ser elétrons, prótons, antiprótons. Em grandes anéis circulares ou
túneis, as partículas são aceleradas em direção oposta e produzem milhares de
colisões por segundo. Um detector registra o rastro das partículas que resultam de
cada choque e um computador seleciona as colisões a serem analisadas.

2.2.16 Tendências Atuais

A fusão nuclear controlada e a Física dos primeiros instantes do Universo são


atualmente os campos mais desafiantes da física.
Os principais pontos a se destacar são:

Fusão Nuclear Controlada - A fusão nuclear é um processo de produção de energia


a partir do núcleo do átomo. Este fenômeno ocorre naturalmente no interior do Sol e
das estrelas. Núcleos leves como o do hidrogênio e seus isótopos - o deutério e o trítio
-se fundem e criam elementos de um núcleo mais pesado, como o hélio. Neste
processo, há uma enorme liberação de energia. Até hoje, só foi possível produzir
energia nuclear pela fissão (quebra) do núcleo dos átomos. Esta "quebra"resulta em
energia, mas libera resíduos radiativos e por isso não pode ser considerada uma fonte
segura.
Combustível nuclear - Um dos desafios da Física atual é reproduzir o processo de
fusão de maneira controlada e obter combustível nuclear. Será uma alternativa mais
econômica e limpa. Pode ser obtida a partir de matéria-prima abundante (água) e
sem efeitos poluidores (como o monóxido de carbono, resultante da queima de
combustíveis, ou a radiação).
Deutério - O combustível para a fusão, o deutério, é um isótopo de hidrogênio
abundante na água. Na fusão nuclear, uma única gota de deutério (obtida a partir
de 4 litros de água comum) produziria energia equivalente à queima de 1.200 litros
de petróleo.
Teoria do Campo Unificado - Neste campo, as teorias sobre a evolução do Universo
a partir do seu momento inicial, o Big Bang (Grande Explosão), se encontra com as
teorias das partículas elementares. A hipótese aceita hoje em dia é que, logo após o

31
Big Bag, teria se formado uma espécie de "sopa" superquente de partículas básicas
das quais se constitui toda a matéria e que, ao se resfriarem, teriam dado origem à
matéria em seu estado atual. O grande desafio é estabelecer uma teoria do campo
unificado que descreva a ação das forças fundamentais (gravitacionais,
eletromagnéticas e nucleares) num único conjunto de equações ou a partir de um
princípio geral, que seria a "força" presente no início dos tempos.

32
FIXANDO O CONTEÚDO

1. O modelo de universo proposto por Kepler, apesar de Heliocêntrico, tinha


disparidades com o modelo de Copérnico. Marque a alternativa que contém tais
disparidades.

a) Copérnico acreditava também, de forma errada, que o movimento no céu era


circular e uniforme. A 2ª lei de Kepler nos mostra que o movimento dos planetas ao
redor do centro da galáxia é variado.
b) No modelo de Copérnico as trajetórias dos planetas eram circulares, enquanto no
de Kepler as trajetórias eram elípticas. Como sabemos hoje, as trajetórias dos
planetas ao redor do sol são elípticas.
c) No modelo de Copérnico as trajetórias dos planetas eram elípticas, enquanto no
de Kepler as trajetórias eram circulares. Como sabemos hoje, as trajetórias dos
planetas ao redor do sol são elípticas.
d) Copérnico acreditava que o movimento no céu era circular e uniforme. A 3ª lei de
Kepler nos mostra que o movimento dos planetas ao redor do Sol é variado.
e) Nenhuma das Anteriores

2. A experiência de queda dos corpos teria sido realizada por Galileu na torre de Pisa.
Embora, de acordo com o historiador Alexandre Koyré, isso não passe de uma
lenda, é interessante discutir o que pretendia Galileu com esse tipo de experiência.
O principal objetivo de Galileu era combater a hipótese de Aristóteles, segundo a
qual a velocidade de queda de um corpo é proporcional a seu peso. Para Galileu,
o peso não deveria ter qualquer influência na velocidade de queda. A
comprovação seria simples: bastava jogar do alto da torre corpos com diferentes
pesos e medir o tempo de queda. Há relatos na literatura de que bolas de 10
gramas e de 1 grama teriam sido lançadas, todas chegando ao solo ao mesmo
tempo. Isso poderia ser facilmente observado se não houvesse a resistência do ar
e outros fatores, como a forma e o material dos corpos lançados. Na verdade, a
afirmação “todas chegando ao solo ao mesmo tempo” só seria rigorosamente
verdadeira se a experiência fosse realizada no vácuo.
Fonte: http://www.if.ufrgs.br/historia/galileu.html (acesso 01/02/2020)

33
Sobre o movimento na vertical, são feitas algumas afirmações:
1) Desprezando a resistência do ar, o corpo de massa 10g tem o modulo da
aceleração da gravidade maior que o corpo de 1g.
2) Sabendo-se que os dois corpos de massas diferentes foram abandonados de uma
mesma altura e desprezando- se a resistência do ar, o corpo de maior massa
chega ao solo com velocidade maior do que o corpo de menor massa.
3) Os corpos de massas 1g e 10g cairão com a mesma aceleração, e suas
velocidades serão iguais entre si a cada instante, se forem abandonados de uma
mesma altura e quando for desprezada a resistência do ar.

Considerando as informações no texto e os conhecimentos sobre o assunto, é (são)


CORRETA(S) a(s) afirmação(ões) contida(s) em:
a) 1apenas.
b) 2 apenas.
c) 3 apenas.
d) 1 e 3.
e) 2 e 3.

3. Ao longo de centenas de anos, grandes estudiosos da física de dedicaram


integralmente a novos estudos, novas ideias, novas descobertas e realizações.
Alguns desses feitos foram extremamente relevantes não só para o contexto
científico da época, como também ainda são de enorme importância e útil nos
dias atuais. O quadro a seguir apresenta os nomes de quatro grandes cientistas.

34
As relações corretas com a sequência Autor, Contribuição e Fenômeno estão na
alternativa:
a) (I – d – F3), (II – a – F4), (III – c – F2) e (IV – a – F2).

b) (I – b – F3), (II – a – F4), (III – c – F2) e (IV – d – F1).

c) (I – b – F3), (II – c – F4), (III – a – F2) e (IV – d – F2).

d) (I – b – F3), (II – c – F4), (III – a – F2) e (IV – d – F2).

e) N.D.A

4. Zenão de Eleia nasceu por volta do ano de 489 a.C. Segundo Aristóteles, Zenão foi
o fundador da Dialética como arte de provar ou refutar a verdade de um
argumento, partindo de princípios admitidos por seu interlocutor. Para mostrar aos
seus adversários que o movimento ou pluralidade é impossível, Zenão inventou
alguns paradoxos (para = contra; doxa = opinião), que permitiam a ele refutar as
teses apresentadas sobre o movimento. Um dos exemplos clássicos dos paradoxos
de Zenão é o da corrida entre Aquiles (o herói mais veloz da mitologia grega) e a
tartaruga. Segundo Zenão, numa disputa entre os dois, se a tartaruga saísse
primeiro, Aquiles jamais a alcançaria, pois segundo ele, antes de ultrapassar a
tartaruga, Aquiles tinha que alcançar o ponto em que ela estava no momento de
sua partida. Enquanto fazia isso, a tartaruga, é claro, se afastava mais um pouco.
Repetindo esse processo ao infinito, o pobre herói jamais conseguiria ultrapassar o
animal. A elegância dos paradoxos de Zenão era inegável, mas eles mostravam
algo inconcebível, que era impossível o movimento. Esse problema confundiu e
confunde até hoje muitos filósofos e físicos e foi duramente atacado por Aristóteles.

CHERMAN, Alexandre. Sobre os ombros de gigantes:


uma história da física. Jorge Zahar Editor Ltda., 2004. (Adaptado)

Analisando a célebre corrida entre Aquiles e a tartaruga e supondo que a


velocidade a ser desenvolvida por Aquiles seja de 10 m/s e a da tartaruga de
1,2 m/min, qual o tempo máximo de vantagem Aquiles poderia dar a tartaruga
para que não perdesse a corrida, supondo um percurso de 1 km?

35
a) 19h 18min 59s.
b) 15h 27min 12s.
c) 13h 51min 40s.
d) 11h 38min 49s.
e) 17h 46min 27s.

5. O cientista inglês Michael Faraday (1791-1867) dedicou seus estudos a diversos


ramos da Física, entre eles o Eletromagnetismo. Nesse ramo, sua grande
contribuição foi, sem dúvida, a descoberta do fenômeno da indução
eletromagnética, que possibilitou o surgimento e o desenvolvimento dos grandes
geradores elétricos e transformadores, equipamentos imprescindíveis aos atuais
sistemas elétricos de energia, utilizados em todo o mundo. A respeito destas
informações, analise as proposições a seguir.

I . O fenômeno da indução magnética consiste na geração de uma força


eletromotriz entre os terminais de um fio condutor quando submetido a um fluxo
magnético que varia com o tempo.
II. Os transformadores podem aumentar ou diminuir a tensão a eles fornecida,
permitindo a adequação dos valores da intensidade de corrente transmitida e
reduzindo perdas por efeito Joule, mas só funcionam em corrente contínua.
III. A preferência pela distribuição de energia elétrica através de corrente alternada
em vez de corrente contínua deve-se à possibilidade de transformar e ajustar os
valores da corrente e da tensão de acordo com a necessidade.

A partir da análise feita, assinale a alternativa correta:


a) Apenas as proposições I e II são verdadeiras.
b) Apenas as proposições I e III são verdadeiras.
c) Apenas a proposição I é verdadeira.
d) Apenas a proposição II é verdadeira.
e) Todas as proposições são verdadeiras.

36
6. O físico italiano Galileu Galilei (1564-1642) realizou vários trabalhos fundamentais
para o surgimento da nova física, dentre estes, destacamos o estudo da queda
dos corpos, sobre o qual ele fez várias experiências com o objetivo de estudar as
leis do movimento dos corpos em queda. A respeito destas experiências, analise
as proposições a seguir, desprezando o efeito do ar.
I A aceleração do movimento era a mesma para todos os corpos.
II Se dois corpos eram soltos juntos, o mais pesado chegava ao solo no mesmo
instante que o mais leve.
III Se dois corpos eram soltos juntos, o mais pesado chegava ao solo com
velocidade maior que o mais leve.

A partir da análise feita, assinale a alternativa correta:


a) Apenas as proposições I e III são verdadeiras.
b) Apenas a proposição II é verdadeira.
c) Todas as proposições são verdadeiras.
d) Apenas a proposição I é verdadeira.
e) Apenas as proposições I e II são verdadeiras.

7. A existência de um núcleo atômico que concentra a carga positiva do átomo, e


de dimensões diminutas em relação às dimensões dele, foi reconhecida pela
primeira vez com a apresentação do modelo atômico de:
a) Demócrito.
b) Thomson.
c) Rutherford.
d) Bohr.
e) N.D.A

8. A teoria da relatividade de Albert Einsten é considerada um marco na história da


física. A relatividade do tempo e do espaço era algo inimaginável até o
momento em que se deu a publicação dos trabalhos de Einsten. O tempo e o
espaço eram tidos como absolutos, imutáveis. Partindo de uma das premissas
fundamentais da teoria da relatividade restrita, a de que a luz possui velocidade
sempre constante, agora o tempo e o espaço devem se “ajustar” de tal forma
que a velocidade da luz sempre seja constante. Einsten se valia de belíssimas e
intrigantes imaginações para explicar suas idéias acerca da relatividade. Uma

37
delas, diz respeito aos raios simultâneos. Neste experimento imaginativo, duas
pessoas (de referenciais distintos) observam dois raios “caindo”. Um observador
situa-se no interior do trem em movimento e o outro observador ao lado externo
parado em relação a terra. O Trem se movimenta no sentido se afastando de um
raio e se aproximando do outro. O raio “cai” no terreno paralelo ao percurso do
Trem, exatamente nas duas extremidades do Trem, um na parte trazeira (Final do
Trem) e outro na parte dianteira (Início do Trem). O observador que se encontra
no referencial externo ao Trem, situa-se no ponto médio da linha que une ambas
as posições onde ocorre as quedas dos raios, e o observador que se encontra
dentro do Trem se posiciona precisamente no centro. Baseado no contexto
acima e em seus conhecimentos, analise as afirmativas a seguir.

I. Ambos os observadores verificam que os raios “caem”


Simultâneamente.
II. O observador que se encontra no interior do trem percebe que o
evento de queda do raio situado à frente do trem (Para o mesmo
sentido do trem) ocorre primeiro do que a queda do raio de trás.
III. O Observador situado do lado externo ao trem percebe que ambos
raios caem simultanemanete.

a) Apenas a Alternativa I está correta


b) Apenas a Alternativa II está correta
c) As alternativas I e II estão corretas
d) Apenas as alternativas II e III estão corretas
e) Apenas as alternativas I e III estão corretas

38
INTRODUÇÃO À MECÂNICA: UNIDADE
MOVIMENTO EM UMA DIMENSÃO:
POSIÇÃO, VELOCIDADE E
ACELERAÇÃO

3.1 INTRODUÇÃO

Um propósito da física é estudar o movimento dos objetos – quão rápido eles


se movem, por exemplo, e quão longe eles podem ir dentro de um intervalo de
tempo. Os engenheiros que trabalham na nascar, categoria de stock car americana,
são fanáticos por esse ramo da física, pois eles determinam a performance de seus
carros antes e depois da corrida. Geólogos usam esta parte da física para medir os
movimentos das placas tectônicas, quando eles tentam prever terremotos. Médicos
pesquisadores precisam conhecer esta parte da física a fim de mapear o velocidade
de seu veículo quando o sensor do carro soa um alarme. Existem incontáveis fluxo de
sangue através de um paciente ao diagnosticar uma artéria que está parcialmente
fechada, e motoristas a usam para determinar a exemplos. Nesse blog estudaremos
o básico de movimento, aonde um objeto (carro de corrida, placa tectônica, célula
sanguínea ou qualquer outro objeto) move-se sobre um único eixo. Tal movimento é
chamado de movimento unidimensional.

39
3.2 MOVIMENTO

O mundo e tudo nele se movem, até mesmo as coisas aparentemente


paradas como um edifício, está se movendo devido à rotação da terra. A órbita da
terra em torno do sol, a órbita do sol em torno do centro da galáxia via láctea e o
movimento desta galáxia em relação a outras galáxias. A comparação e a
classificação dos movimentos (chamado de cinemática), é normalmente
desafiadoras. O que exatamente está se medindo e como é comparado? Antes de
tentar responder, devemos examinar algumas propriedades gerais do movimento
caracterizado das seguintes formas:

1) O movimento ocorre ao longo de uma única linha reta. A linha pode ser horizontal,
vertical ou inclinada, contanto que seja reta.
2) Forças (empurrando ou puxando) causam o movimento, mas não serão
discutidas.
3) O objeto que está se movendo é uma partícula ou é considerada uma partícula.
Uma cabeça de alfinete descendo por um escorregador pode ser considerada
como uma partícula, mas uma pessoa, não.

3.3 POSIÇÃO E DESLOCAMENTO

Localizar um objeto significa encontrar a sua posição em relação a um ponto


de referência, normalmente a origem (ou ponto zero) de um eixo, tal como o eixo x
na Figura 1. O sentido positivo do eixo é a direção na qual os números estão
aumentando (coordenadas), isto é o lado à direita da origem na Figura 1. O lado
oposto é o sentido negativo.

Figura 1: Sentidos de deslocamento

Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)

40
A posição é determinada sobre um eixo que é marcado em unidades de
comprimento (aqui em metros) e que se estende indefinidamente em sentidos
opostos. Na Figura 1, temos o eixo x Por exemplo, uma partícula pode estar localizada
na posição 𝑥 = 5 𝑚, significando que ela está 5 m no sentido positivo a partir da
origem. Se ela estivesse em 𝑥 = − 5 𝑚, ela estaria da mesma forma distante 5 m da
origem, só que no sentido negativo. No eixo 𝑥, a coordenada – 5 m é menor do que
a coordenada – 1 m e ambas as coordenadas são menores do que a coordenada
+ 5 m. O sinal + de uma coordenada não precisa ser mostrado, porém o sinal – deve
ser mostrado sempre. A mudança da posição 𝑥 para uma posição 𝑥 é chamada
de deslocamento 𝛥𝑥, como mostra a equação (1).

∆𝑥 = 𝑥 − 𝑥 (1)

A letra grega Δ (delta) representa a mudança de uma quantidade e


representa a diferença entre o valor final de uma quantidade e o seu valor inicial.
Quando números são substituídos nas posições 𝑥 e 𝑥 da Eq. (1), um deslocamento
no sentido positivo é representado como um valor positivo e um deslocamento no
sentido negativo aparece como um resultado negativo.
Por exemplo, se uma partícula se move de 𝑥 = 5 m para 𝑥 = 1 m, então Δx =
(1 m) – (5 m) = -4 m. O resultado negativo indica que o movimento ocorre no sentido
negativo. Por outro lado, se a partícula se movesse de 𝑥 = 5 m para 𝑥 = 10 m, então
∆𝑥 = (10 𝑚) – (5 𝑚) = 5 𝑚. O resultado positivo indica que o movimento ocorre no
sentido positivo. O número exato de metros percorridos, por exemplo, em uma
viagem é irrelevante, pois o deslocamento considera somente a posição inicial e a
posição final. Por exemplo, se a partícula se move de 𝑥 = 5 m até 𝑥 = 200 𝑚 e então
retorna para x = 5 m, o deslocamento do início até o fim será: 𝛥𝑥 = (5 𝑚) – (5 𝑚) =
0. Um sinal positivo (+) para um deslocamento não precisa ser colocado, porém um
sinal (-) deve ser indicado sempre. Se ignorarmos o sinal e, portanto, o sentido de um
deslocamento, estaremos representando a magnitude (ou o valor absoluto) do
deslocamento.
Por exemplo, um deslocamento 𝛥𝑥 = − 4 𝑚 tem uma magnitude de 4 m. O
deslocamento é um exemplo de vetor quantidade, que é uma quantidade que
possui sentido e magnitude, mas aqui, tudo que precisamos saber é a ideia de que o
deslocamento apresenta duas características:

41
1) Sua magnitude é a distância (assim como o número de metros) entre a posição
inicial e a final.
2) Seu sentido, da posição inicial para a posição final que pode ser representada
por um sinal + ou por um sinal -, caso o movimento aconteça sobre um único eixo.

3.4 DISTÂNCIA

A distância é uma quantidade escalar que se refere a quantidade de


comprimento (metros, por exemplo) que um objeto percorreu durante o seu
movimento. Por exemplo, considere o movimento ilustrado no diagrama da Figura 2
abaixo. Um professor de Física caminha 4 metros para Leste, 2 metros para o Sul, 4
metros para o Oeste e finalmente, 2 metros para o Norte.

Figura 2: Diagrama do movimento do professor de Física

Fonte: The Physics Classroom

Ainda que o professor de Física tenha caminhado uma distância total de 12


metros, o seu deslocamento é de 0 metros. Durante o curso do seu movimento, ele
percorreu 12 metros de comprimento (distância = 12 metros). Observe que ao
terminar a sua caminhada, o professor retornou ao mesmo local de origem (não “saiu
do lugar”), isto é, o deslocamento do seu movimento foi deslocamento = 0 metros).
Sendo o deslocamento um vetor quantidade, devemos levar em consideração os
sentidos que ele toma: Os 4 metros para o leste cancelam os 4 metros para o Oeste;
e os 2 metros para o Sul cancelam os 2 metros para o Norte. Quantidades vetoriais
tais como o deslocamento possuem um sentido, enquanto quantidades escalares
como a distância não precisam ter um sentido. Ao se determinar a distância total
percorrida pelo professor (comprimento da trajetória), os vários sentidos do
movimento podem ser ignorados.

42
Agora, vamos considerar outro exemplo: O diagrama da Figura 3 abaixo
mostra a posição de um esquiador em vários instantes. Em cada um dos tempos
indicados, o esquiador dá meia-volta e inverte o sentido do movimento. Em outras
palavras, o esquiador move-se de A para B para C para D.

Figura 3: Diagrama ilustrativo do problema

Fonte: The Physics Classroom

Usando o diagrama vamos determinar a distância viajada e o deslocamento


resultante do esquiador:

Distância = 180 m (A para B) + 140 m (B para C) + 100 m (C para D) = 420 m Sendo o


deslocamento a diferença entre a posição final e a inicial: Δx = x2 (ponto D) – x1
(ponto A) = 140 m – 0 m = 140 m para a direita.
Como exemplo final, considere um técnico de futebol indo para frente e para
trás ao longo da lateral do campo. O diagrama abaixo mostra as várias posições em
determinados instantes. A cada posição marcada, o técnico faz uma volta em “U” e
move-se no sentido oposto. Em outras palavras, o técnico move-se da posição de A
para B para C para D. Qual é o deslocamento resultante e a distância percorrida?

Figura 4: Diagrama ilustrativo do problema final

Fonte: The Physics Classroom

43
Distância = 35 m (A para B) + 25 m (B para C) + 40 m (C para D) = 95 m
Deslocamento: 𝛥𝑥 = 𝑥 (ponto D) – 𝑥 (ponto A) = - 5m – (+ 50 m) = - 5 m – 50 m = - 55
m para esquerda.
Para entender a diferença entre distância e deslocamento, você tem que
saber as definições. Deve saber que um vetor quantidade como o deslocamento
precisa de um sentido e uma quantidade escalar tal como a distância, não precisa
de sentido. Quando um objeto muda o sentido de movimento, o deslocamento leva
essa mudança de sentido em consideração; ao ir para um sentido oposto estará
efetivamente cancelando o deslocamento anterior.

3.5 VELOCIDADE

Podemos definir velocidade como a rapidez com que um evento ocorre, ou a


medida do quão rapidamente alguma coisa se move. Quando conhecemos tanto
a rapidez quanto a orientação do movimento de um objeto, conhecemos sua
velocidade.
Por exemplo, se um carro se desloca a 60 km/h conhecemos sua rapidez. Mas
se dissermos que ele se move a 60 km para o norte, estaremos especificando sua
velocidade. A rapidez é a medida de quão rápido ele é; a velocidade significa quão
rápido e em que direção e sentido (orientação).Uma grandeza tal qual a
velocidade, que especifica a orientação juntamente com o valor absoluto (módulo),
é chamada de grandeza vetorial.

3.5.1 Velocidade Constante

Rapidez constante significa rapidez uniforme. Algo que se mova com uma
rapidez constante não aumenta nem diminui sua rapidez. Velocidade constante, por
outro lado, significa que a rapidez e a orientação são constantes. Orientação
constante significa em linha reta – a trajetória do objeto não possui curvas. Assim,
velocidade constante significa movimento retilíneo com rapidez constante.

3.5.2 Velocidade Variável

Se a rapidez ou a orientação variar (ou ambas variarem), a velocidade variará.


Um vagão que se desloca sobre um trilho em curva, por exemplo, pode ter rapidez

44
constante, todavia, uma vez que sua orientação de movimento está variando, sua
velocidade não será constante. Na próxima seção, veremos que, neste caso, ele está
acelerando.

3.6 ACELERAÇÃO

Podemos alterar a velocidade de alguma coisa mudando a rapidez de seu


movimento, sua orientação ou ambos, rapidez e orientação. Esta mudança na
velocidade chama-se aceleração e demonstra na equação (2).

∆𝑉
∝= (2)
∆𝑡

Estamos todos familiarizados com a aceleração num automóvel. Quando um


motorista pisa no pedal do acelerador, os passageiros experimentam uma
aceleração ao serem pressionados contra o encosto de seus assentos. A ideia-chave
que define a aceleração é variação, suponha que estejamos dirigindo e que em 1
segundo aumentamos uniformemente nossa velocidade de 30 quilômetros por hora
para 35 quilômetros por hora, e daí para 40 quilômetros por hora no segundo
seguinte, depois para 45 quilômetros por segundo durante o próximo segundo e assim
por diante. Estamos variando nossa velocidade em 5 quilômetros por hora a cada
segundo. Essa mudança na velocidade é o que chamamos de aceleração.

45
Neste caso, a aceleração é de 5 quilômetros por hora por segundo (abreviado
para 5 km/h). Observe que a unidade de tempo aparece duas vezes: uma na
unidade de velocidade e outra para o intervalo de tempo em que ocorreu a
variação da velocidade. Note também que a aceleração não é apenas a variação
total da velocidade; ela é igual à taxa de variação com o tempo, ou variação por
segundo, da velocidade.

O termo aceleração aplica-se tanto para diminuição como para aumento na


velocidade. Dizemos que os freios do carro, por exemplo, produzem grandes valores
de aceleração retardadora; isto é, uma grande diminuição por segundo na
velocidade do carro. Com frequência, também chamamos isso de desaceleração.
Experimentamos uma desaceleração quando tendemos a ser jogados para a frente
no carro. Estamos acelerados sempre que nos movimentamos numa trajetória curva,
ainda que nos movamos com uma rapidez constante, porque nossa direção está
mudando – daí que nossa velocidade está mudando também. Experimentamos esse
tipo de aceleração quando somos jogados para a parte de fora da curva. Por essa
razão, fizemos a distinção entre velocidade e rapidez, e definimos a aceleração
como sendo a taxa com que varia a velocidade, englobando as mudanças tanto
na rapidez como na direção.
Qualquer um que tenha ficado em pé num ônibus lotado já experimentou a
diferença entre velocidade e aceleração. Exceto pelos efeitos de uma estrada
sacolejante, você consegue ficar em pé no ônibus sem fazer qualquer esforço
adicional se ele se move com velocidade constante, não importa quão rápido ele
seja. Você pode atirar uma moeda para cima e apanhá-la de volta em suas mãos,
da mesma maneira que faria se o ônibus estivesse parado. Apenas quando o ônibus
acelera – torna-se mais rápido, mais lento ou faz curva – é que você experimenta
dificuldades.

46
47
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Observe no gráfico a curva representativa do movimento de um veículo ao longo


do tempo, traçada a partir das posições registradas durante seu deslocamento.

O valor estimado da velocidade média do veículo, em m/s, corresponde a:

a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) N.D.A

2. A linha 1 (Azul) do metrô de São Paulo foi inaugurada em setembro de 1974 e


opera hoje com uma extensão aproximada de 21.000 metros distribuídos por 23
estações, da estação Jabaquara à estação Tucuruvi. O tempo médio, para
percorrer o trajeto entre as duas estações terminais citadas, é de,
aproximadamente, 45 minutos. Se um passageiro entra no vagão de um trem
(metrô) na estação Jabaquara e desce apenas na estação Tucuruvi, podemos

afirmar corretamente que a sua velocidade escalar média, em km h, é mais


próxima de:
a) 20
b) 30
c) 40
d) 50
e) 60

48
3. Um corpo descreve um movimento circular uniforme cuja trajetória tem 5 M de

raio. Considerando que o objeto descreve 2 voltas em 12 s, é possível afirmar que

sua velocidade tangencial, em m s, é de, aproximadamente (Considere π = 3,14)

a) 3,14
b) 5,2
c) 15,7
d) 6,28
e) 31,4

4. Maria, após colocar ração para o peixe Beta do irmão, fica observando seu
movimento no aquário e percebe que ele leva 5s para sair de sua posição e
chegar onde está a ração. Tentando lembrar-se de seus estudos, cria um esquema
do aquário no instante em que o peixe começou seu movimento (figura abaixo),
desenhando sua trajetória (linha tracejada que liga o peixe a ração), e faz
algumas afirmações.

Nesse sentido, julgue as afirmações da garota, marcando com V as verdadeiras e


com F as falsas.
(X) O espaço percorrido pelo peixe é numericamente igual ao módulo de seu
deslocamento.

(X) O deslocamento do peixe tem módulo de 26 cm.

(X) O peixe desenvolveu uma velocidade escalar média de 5,2 cm s.


(X) O peixe não realizou um MRU.
(X) A pressão hidrostática sobre o peixe, no início do seu movimento, é maior do
que a pressão hidrostática sobre a ração.

49
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) V – V – F – F – V.
b) F – F – V – V – V.
c) V – V – V – F – F.
d) F – V – F – V – V.
e) N.D.A

5. Um motorista se desloca de Passo Fundo em direção a Soledade, num trecho da


pista que é horizontal e retilínea. A sua frente um segundo automóvel está a uma
distância segura. O primeiro motorista percebe que durante alguns segundos essa
distância parece inalterada, nesse instante, olha para o velocímetro e verifica que

a rapidez de 80 km h se mantém, de acordo com o uso da função piloto


automático.
Baseado na situação descrita, qual das alternativas abaixo está CORRETA?

a) Os dois móveis, nesses instantes, se encontram em MRUV.


b) O primeiro móvel se encontra em repouso em relação a um referencial na pista.
c) O segundo móvel está freando.

d) Nesses instantes, a rapidez do segundo móvel é de 100 km h em relação a um


referencial na pista.
e) A rapidez relativa entre eles é nula.

6. Durante as férias, Caíque visitou os parentes que moram perto de um grande lago
navegável. Pela primeira vez ele experimentou pilotar um jet ski e gostou da
aventura. Durante o passeio, ele observou vários barcos que andavam
paralelamente à sua trajetória. Um primo que estava na margem do lago filmando

Caíque no jet ski verificou que ele percorreu 900 m em 3 minutos sem alterar sua
velocidade. Durante esse tempo, Caíque viu à frente uma lancha se aproximando
com velocidade constante. Seu primo constatou que a lancha gastava um terço
do tempo para percorrer a mesma distância. Com base nesses dados, marque a
afirmativa CORRETA:

50
a) Os módulos das velocidades do jet ski e da lancha em relação à margem eram

de 30 m s e de 10,0 m s, respectivamente.

b) O módulo da velocidade da lancha em relação ao jet ski era de 20,0 m s.

c) O módulo da velocidade da lancha registrado pelo primo de Caíque foi de 5,0 m s.

d) O módulo da velocidade do jet ski em relação à da lancha era de 10,0 m s.


e) O módulo da velocidade da lancha era o dobro do módulo da velocidade do jet
ski.

7. O avião identificado na figura voa horizontalmente da esquerda para a direita.


Um indivíduo no solo observa um ponto vermelho na ponta da hélice. Qual figura
melhor representa a trajetória de tal ponto em relação ao observador externo?

a)

b)

c)

d)
e) N.D.A

51
8. Grandezas físicas são variáveis de um objeto ou de uma situação que podem ser
medidas. Algumas dessas grandezas são relacionadas entre si de forma que
podemos aplicar uma regra de proporção entre elas.

Há apenas grandezas físicas em:


a) volume, velocidade, cor e deslocamento.
b) força, tempo, pressão e forma.
c) velocidade, aceleração, deslocamento e potência.
d) tempo, temperatura, odor e quantidade de calor.
e) energia, trabalho, aceleração e sabor.

52
FORÇAS E LEIS DE NEWTON UNIDADE

4.1 INTRODUÇÃO

É costume dividir a Mecânica Clássica em duas partes: Cinemática e


Dinâmica.
A Cinemática faz o estudo geométrico do movimento; ela que define o que é
o movimento e o que é trajetória a partir das noções de referencial, posição e tempo,
ou seja, ela se preocupa tão somente em descrever o movimento, independente de
sua causa.
A Dinâmica relaciona as grandezas observadas na cinemática com outras,
como por exemplo, massa, força, energia e quantidade de movimento. Dessa forma,
a Dinâmica estuda a causa do movimento.
Há dois conceitos que são básicos na Dinâmica Clássica: o conceito de massa
e o de força.
A massa de um corpo mede a quantidade de matéria contida nesse corpo.
As unidades de massa mais usadas são o quilograma (kg), grama (g) e a tonelada
(t), valendo as relações:

1 𝑘𝑔 = 1.000 𝑔 = 10 3 𝑔
1 𝑡 = 1.000 𝑘𝑔 = 10 𝑘𝑔

No SI, a unidade de massa é o quilograma.


Força, para Newton, é a "ação" que produz aceleração, isto é, variação de
velocidade. Convém lembrar que a velocidade e a aceleração são grandezas
vetoriais. Assim, quando se fala em variação de velocidade, essa variação pode ser
no módulo, na direção ou no sentido da velocidade.
Uma característica importante da força é que ela é uma grandeza vetorial,
obedecendo então a todas as propriedades dos vetores.

53
Exemplo 1

 
Consideremos o ponto material A da Fig. 1, submetido à ação das forças F1 e F2

    


Seja F a resultante de F1 e F2 (Fig. 2). O efeito produzido pelas forças F1 e F2

atuando juntas, é o mesmo efeito que seria produzido por F atuando sozinha.

No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de força é o newton cujo


símbolo é N e cuja definição daremos mais adiante.

4.2 TIPOS DE FORÇAS

Na mecânica newtoniana trabalhamos com as forças de campo e as forças


de contato. As de campo, necessitam deum agente transmissor de interações,
ocasionado a força; exemplo seria a força peso que existe devido ao agente
transmissor (campo gravitacional da terra), enquanto que as forcas de contato
devem existir uma interação física entre os corpos para a mesma existir, como por
exemplo a reação normal (força de reação à compressão de um corpo em uma
superfície).

54
Portanto temos como exemplos práticos:
 Forças de campo: peso, força elétrica, força magnética.
 Forças de contato: reação normal, força de atrito, tração em cabos.

Quando aplicadas em um mesmo ponto digamos que estas forças são ditas
de concorrentes, e quando aplicadas no mesmo plano digamos que são coplanares.

4.3 PESO

Como vimos, a massa caracteriza a propriedade da inércia de um corpo, e a


unidade no SI da massa é o quilograma (kg). No nosso quotidiano os termos massa
e peso, em geral, são mal-empregados e considerados sinônimos, porém e
extremamente importante saber a diferença entre essas duas grandezas físicas.

𝑴𝑨𝑺𝑺𝑨 ≠ 𝑷𝑬𝑺𝑶

O peso de um corpo é a força de atração gravitacional exercida pela Terra


sobre o corpo. Logo, o peso de um corpo é diretamente proporcional à sua massa.
Em modulo, sendo a 𝑔 a gravidade local, temos a equação (3):

𝑝 = 𝑚𝑔 (3)

Como se percebe, massa e peso se relacionam: um corpo que possui massa


grande também possui peso grande. A unidade de medida do peso é o Newton (𝑁 =
𝑘𝑔 ∙ 𝑚/𝑠 ). O peso e uma grandeza vetorial, ou seja, tem modulo, direção e sentido.
Na livro de Física Experimental 2 abordaremos melhor os princípios da dinâmica, por
agora focaremos apenas na definição de massa e peso, e como podemos fazer
medidas dessas duas grandezas.
A charge abaixo do Garfield (Jin Davis) satiriza o emprego incorreto da palavra
peso ao invés de massa. Como se observa na equação 4.1, em um planeta em que
a aceleração da gravidade seja menor que a da Terra, o gato Garfield apresentará
um peso menor, porém sua massa continuará a mesma, não emagrecendo como
Jon, seu dono, tentou sugerir.

55
Figura 5: Charge Garfield (Jin Davis)

Autor: Jin Davis; ©Paws, Inc.

Quando você segura uma fruta e a joga levemente para cima e para baixo,
você está aplicando uma força e observando quanto a fruta acelera para cima e
para baixo em resposta. Se uma força produz uma aceleração grande, a massa da
fruta é pequena; se a mesma força produz uma aceleração pequena, a massa da
fruta é grande. De modo semelhante, se você aplicar a mesma força em uma bola
de tênis de mesa e depois em uma bola de basquete, vai notar que a bola de
basquete possui uma aceleração muito menor porque sua massa é muito maior.
A unidade SI de massa é o quilograma (abreviado como kg), e, até o ano de
2019, era definida como a massa de um cilindro específico feito com uma liga de 90%
de platina e 10% de irídio (Figura 5). Esse cilindro é mantido e guardado em um cofre
sobre redomas de vidro na Agência Internacional de Pesos e Medidas em Sèvres,
próximo de Paris.

56
Figura 6: Réplica do Protótipo Internacional do quilograma mantido na Agência
Internacional de Pesos e Medidas em Sèvres, próximo de Paris.

Fonte: Wikimedia Commons (2007, online)

Após a 26.ª Conferência Geral dos Pesos e Medidas (CGPM), em Versailles, foi
atingido um marco histórico na revisão do Sistema Internacional de Unidades (SI). A
partir de 20 de maio de 2019 (data em que se comemora o Dia Mundial da
Metrologia) o quilograma passou a ser definido com base na constante de Planck. O
quilograma poderá ser definido através de qualquer método apropriado, não sendo
necessário o cilindro padrão.

4.4 LEIS DE NEWTON

4.4.1 Primeira Lei de Newton

Newton desenvolveu sua Dinâmica a partir de três leis, tendo a primeira delas
o seguinte enunciado:
Todo corpo em repouso ou em movimento retilíneo uniforme continua nesses
estados, a menos que seja obrigado a alterá-los por forças aplicadas sobre ele.

57
Assim, desde que nenhuma força atue sobre um corpo, estando ele em
repouso, deverá ficar eternamente em repouso. Para tirarmos o corpo do repouso
devemos aplicar sobre ele uma força; mas se, após iniciado o movimento, retirarmos
a força, o corpo deverá prosseguir eternamente em linha reta e com velocidade
constante, isto é, em movimento retilíneo uniforme (MRU). Consideremos agora um
corpo livre da ação de forças, que já esteja em movimento retilíneo uniforme; se
aplicarmos uma força a esse corpo, provocaremos uma alteração em sua
velocidade, isto é, uma aceleração.
Segundo Newton, a matéria possui inércia. A inércia de um corpo é a
propriedade que esse corpo tem de resistir à mudança de sua velocidade. Somente
conseguimos alterar a velocidade do corpo, aplicando sobre ele uma força.
Consideremos um corpo livre da ação de forças. É costume então dizer que a
Primeira Lei de Newton nos leva aos seguintes casos:
1.°) se o corpo estiver em repouso deverá, por inércia, permanecer em
repouso;
2.°) se o corpo estiver em MRU deverá, por inércia manter esse movimento.
A primeira Lei de Newton nos informa, então, qual é o comportamento de um
corpo na ausência de forças. Mas esta é obviamente uma situação ideal. Na prática,
nunca encontramos um corpo livre da ação de forças. No entanto, é possível
encontrar situações em que, apesar de haver forças atuando no corpo, a resultante
dessas forças é nula e, assim, é como se não houvesse força alguma atuando.
Ainda segundo Newton, a inércia de um corpo é proporcional à massa do
corpo. Assim, podemos considerar a massa como uma medida da inércia. A primeira
Lei de Newton é também chamada de Lei da Inércia ou Princípio da Inércia.

4.4.2 Segunda Lei de Newton

O enunciado abaixo constitui a segunda Lei de Newton, a qual costuma ser


chamada também de Lei Fundamental da Dinâmica ou Princípio Fundamental da
Dinâmica.
Sendo 𝐹⃗ a resultante de todas as forças que atuam sobre um ponto material
de massa m, temos a equação (1):

𝐹⃗ = 𝑚 ∙ 𝛼⃗ (4)

58
onde 𝛼⃗ é a aceleração do ponto material.
Observando a equação (1) e lembrando que a massa m é uma grandeza
escalar positiva, concluímos que 𝐹⃗ e 𝛼⃗ devem ter sempre a mesma direção e o
mesmo sentido (quando não-nulas). Se 𝐹⃗ for nula, 𝛼⃗ também será nula e caímos no
caso da Lei da Inércia: o ponto material permanecerá em repouso ou em MRU.
Vamos então concentrar nossa atenção nos casos em que 𝐹⃗ ≠ 0 . No entanto, por
enquanto aplicaremos a segunda Lei de Newton apenas para os movimentos
retilíneos. Os casos de movimentos curvos serão analisados em capítulos posteriores.
Suponhamos então que o ponto material esteja em movimento retilíneo e que
a força resultante 𝐹⃗ que atua sobre ele não seja nula. Podemos destacar dois casos.
1.° caso: 𝐹⃗ tem o mesmo sentido da velocidade 𝑉⃗ .
Neste caso, a aceleração 𝛼⃗ também tem o mesmo sentido de 𝑉⃗ e o
movimento é acelerado, isto é, o módulo de 𝑉⃗ aumenta com o tempo.

2.° caso: 𝐹⃗ tem sentido oposto ao da velocidade 𝑉⃗ .


Neste caso, a aceleração 𝛼⃗ também tem sentido oposto ao de 𝑉⃗ e o
movimento é retardado, isto é, o módulo de 𝑉⃗ diminui com o tempo.

4.4.3 Terceira Lei de Newton

O enunciado abaixo constitui a terceira Lei de Newton:


Se um corpo A exerce uma força 𝐹⃗ em um corpo B, então o corpo B exerce
uma força 𝐹⃗ em A, tal que:

𝐹⃗ = −𝐹⃗

59
Isto é, as duas forças têm a mesma direção, o mesmo módulo e sentidos
opostos. Assim, para Newton, as forças sempre aparecem aos pares. As duas forças
que compõem o par recebem o nome de ação e reação, porém cada uma das
duas forças pode ser chamada de ação ou reação, pois elas aparecem
simultaneamente. Essas forças podem ser de atração ou repulsão; no primeiro caso
a seguir, elas são de atração e, no segundo caso, elas são de repulsão:

É importante observar que as forças de ação e reação agem sobre corpos


diferentes. Convém também destacar que, embora as forças de ação e reação
tenham o mesmo módulo, isso não significa que vão produzir acelerações de
módulos iguais; a aceleração produzida por cada uma delas vai depender da massa
de cada corpo, de acordo com a segunda Lei de Newton. A terceira Lei de Newton
também é chamada de Lei da Ação e Reação ou Princípio da Ação e Reação.

60
FIXANDO O CONTEÚDO

1. No século XVI, as pessoas acreditavam que a Terra não se movia. Todavia,


atualmente sabemos que ela se move, e um conceito físico que sustenta e auxilia
na justificativa dessa ideia é o da:
a) pressão.
b) quantidade de movimento.
c) inércia.
d) ação e reação.
e) N.D.A

2. Um astronauta de massa m e peso P foi levado da superfície da Terra para a


superfície de um planeta cuja aceleração da gravidade, em módulo, é igual a
um terço da aceleração da gravidade registrada na superfície terrestre. No
novo planeta, os valores da massa e do peso desse astronauta, em função de
suas intensidades na Terra, serão respectivamente:
m
,P
a) 3
b) m, P
P
m,
c) 3

m P
,
d) 3 3
e) N.D.A

3. As grandezas físicas escalares são expressas apenas pelo seu valor numérico e
unidade de medida. As grandezas físicas vetoriais além do valor numérico e
unidade de medida, para serem expressas, necessitam de direção e sentido.
Com base nisso, assinale a opção que corresponde a uma grandeza física de
natureza vetorial.
a) massa.
b) energia.
c) temperatura.
d) força.
e) N.D.A

61
4. Assinale a alternativa a seguir que identifica a Primeira Lei de Newton.
a) Um corpo em movimento tende a permanecer o movimento em MRU.
b) Quando sobre um corpo a força resultante é nula, ele tende a permanecer em
repouso, se estiver em repouso, ou continuar o movimento em MRU, se estiver se
movimentando.
c) Um corpo tende a permanecer em repouso, caso sua velocidade seja diferente
de zero, em relação ao mesmo referencial.
d) Um corpo tende a permanecer em repouso ou a continuar seu movimento em
trajetória retilínea, caso a sua velocidade seja diferente de zero, em relação ao
mesmo referencial.
e) Um corpo pode alterar seu movimento desde que a força resultante sobre ele
seja zero.

5. Um estudante movimenta um bloco homogêneo de massa M, sobre uma


superfície horizontal, com forças de mesmo módulo F, conforme representa a
figura abaixo.

Em X, o estudante empurra o bloco; em Y, o estudante puxa o bloco; em Z, o


estudante empurra o bloco com força paralela ao solo. A força normal exercida
pela superfície é, em módulo, igual ao peso do bloco:

a) apenas na situação X.
b) apenas na situação Y.
c) apenas na situação Z.
d) apenas nas situações X e Y.
e) em X, Y e Z.
    
6. Sejam três vetores A, B e C. Os módulos dos vetores A e B são, respectivamente,
     
6u e 8u. O módulo do vetor S  A  B vale 10u, já o módulo do vetor D  A  C é nulo.
     
Sendo o vetor  B  C, tem-se que o módulo de F  S  R é igual a:
R

62
a) 16u.
b) 10u.
c) 8u.
d) 6u
e) N.D.A

7. O uso de hélices para propulsão de aviões ainda é muito frequente. Quando em


movimento, essas hélices empurram o ar para trás; por isso, o avião se move para
frente. Esse fenômeno é explicado pelo(a):
a) 1ª lei de Newton.
b) 2ª lei de Newton.
c) 3ª lei de Newton.
d) princípio de conservação de energia.
e) princípio da relatividade do movimento.

8. Na Amazônia, devido ao seu enorme potencial hídrico, o transporte de grandes


cargas é realizado por balsas que são empurradas por rebocadores potentes.
Suponha que se quer transportar duas balsas carregadas, uma maior de massa M
e outra menor de massa m (m<M), que devem ser empurradas juntas por um
mesmo rebocador, e considere a figura abaixo que mostra duas configurações (A
e B) possíveis para este transporte. Na configuração A, o rebocador exerce sobre
a balsa uma força de intensidade Fa, e a intensidade das forças exercidas
mutuamente entre as balsas é fa. Analogamente, na configuração B o rebocador
exerce sobre a balsa uma força de intensidade Fb, e a intensidade das forças
exercidas mutuamente entre as balsas é fb.

63
Considerando uma aceleração constante impressa pelo rebocador e
desconsiderando quaisquer outras forças, é correto afirmar que:

a) FA=FB e fa=fb
b) FA>FB e fa=fb
c) FA<FB e fa>fb
d) FA=FB e fa<fb
e) FA=FB e fa>fb

64
ENERGIA E TRABALHO; IMPULSO E UNIDADE
MOMENTO

5.1 INTRODUÇÃO

Um dos mais importantes conceitos da Física é o de energia. Embora seja um


conceito de difícil definição, pode-se compreender o que é energia, estudando suas
diferentes formas. Todos entendem que, se ligarmos um gerador elétrico (pilha,
bateria, dínamo etc.) a um motor elétrico, este consome energia elétrica, a qual será
transformada em energia mecânica (o eixo do motor gira) e em energia térmica,
que provoca certo aquecimento do motor. Obviamente, a energia elétrica
fornecida pelo gerador provém de outra forma de energia (energia química, nas
pilhas e baterias; energia mecânica, nos dínamos).
Além das formas de energia citadas, existem outras formas, como a energia
associada ao estado de movimento de um corpo, denominada energia cinética. Um
automóvel em movimento possui energia cinética. Esta resulta, em última análise, do
calor produzido pela combustão explosiva do combustível. Quando erguemos um
corpo até uma certa posição, despendemos energia que fica armazenada no corpo
e que recebe o nome de energia potencial gravitacional.

Se, a seguir, deixarmos o corpo cair livremente, ele adquire energia cinética
cada vez maior, proveniente da diminuição da energia potencial gravitacional do
corpo:

65
Da mesma forma, quando deformamos um sistema elástico, por exemplo, uma
mola e um corpo (Fig. a), a energia despendida fica armazenada no sistema e
recebe-o nome de energia potencial elástica (Fig. b). Abandonando-se o corpo, a
energia potencial elástica vai se transformando em energia cinética (Fig. c).

Em todas estas situações, a energia não é criada e nem pode ser destruída,
mas apenas transformada. Numa transformação, a soma de todas as energias
envolvidas permanece constante. Esta é a lei da conservação da energia.
No decorrer deste e do próximo capítulo, abordaremos o conceito de trabalho
e energia mecânica em suas diversas formas.

66
5.2 TRABALHO E ENERGIA

5.2.1 Trabalho de Uma Força Constante

Considere um ponto material que, sujeito a um sistema de forças cuja



resultante é F descreve uma trajetória qualquer, desde a posição A até a posição B.

  


Indiquemos por d  AB o vetor deslocamento e seja F uma força constante
 
dentre aquelas que agem sobre o ponto material. Seja θ o ângulo entre F e d ,Fa
 
intensidade da força F e d o módulo do vetor deslocamento d .

Por definição, o trabalho (τ) da força constante F segundo o vetor

deslocamento d é dado por:

  F.d.cos 
Da definição apresentada, notamos que o trabalho de uma força é uma
grandeza escalar e que o trabalho de uma força constante não depende da
trajetória entre os pontos A e B.
Também da definição anteriormente apresentada, podemos analisar 3 casos
particulares:
 
I) F e d têm a mesma direção e sentido:

67
Neste caso, θ = 0 e sendo cos(0) = 1, vem:

  F.d
 
F d
II) e têm a mesma direção e sentidos opostos:

Neste caso, θ = 180º e sendo cos(180º) = -1, vem:

  F.d
 
F d
III) e são perpendiculares entre si:

Neste caso, θ = 90º e sendo cos(90º) = 0, vem:

 0
O trabalho pode ser classificado em trabalho motor ou em trabalho resistente.

Se 0    90o , temos cos   0 e o trabalho da força F
é positivo. Dizemos que a
 
F F
força realiza nesse caso trabalho motor. A força favorece o deslocamento.

68

Se 90o    180o , temos cos   0 e o trabalho da força F
é negativo.
 
F F
Dizemos que a força realiza nesse caso trabalho resistente. A força
desfavorece o deslocamento.

A partir dos conceitos expostos, podemos entender o significado físico do


trabalho. Nos exemplos citados no item 1 (Introdução), notamos que a energia é
transferida ao sistema ou transformada através da ação de uma força, que realiza
trabalho.
Podemos, então, considerar o trabalho de uma força como uma medida da
energia transferida ou transformada.
Quanto a unidade de trabalho, esta é a unidade de intensidade de força,
multiplicada pela unidade de comprimento:
(unidade de τ) = (unidade de F) . (unidade de d)
Deste modo, no SI, a unidade de trabalho é o newton.metro, que recebe o
nome de joule (J):
1 J = 1 N.m
No sistema CGS, a unidade de trabalho é o dina.centímetro, que recebe o
nome de erg:
1 erg = 1 dyn.cm
A relação entre joule e erg é dada por:
1 J = 1 N.m
1 J = 105 dyn . 102 cm
1 J = 107 dyn.cm
1 J = 107 erg
Outras unidades de trabalho como o quilowatt-hora (kWh) e o elétron-volt (eV)
serão futuramente definidas, mas, antecipando suas relações com o joule, temos:
1 kWh = 3,6.106 J e 1 eV = 1,6.10-19 J

69
5.2.2 Trabalho de Uma Força Variável


No caso de uma força constante F agindo sobre um corpo, paralela e de

mesmo sentido que o deslocamento de módulo d, o trabalho pode ser calculado


pela área sombreada no gráfico da figura a seguir. Realmente, a área do retângulo
corresponde ao produto F.d, isto é, o trabalho é numericamente igual à área.

Se a força for constante, mas não paralela ao deslocamento, o cálculo gráfico


deve ser feito, como se indica na figura a seguir, utilizando o gráfico da projeção de
 
F na direção de d , ou seja, da componente tangencial ( Ft ).


Generalizando, se a força F atuante for variável em módulo, direção e

sentido, o cálculo por meio do gráfico pode ser feito como é mostrado na figura a

seguir.

Para o trabalho realizado num deslocamento infinitesimal Δs, temos que o


trabalho Δτ = Ft. Δs corresponde à área de estreita faixa retangular, sendo Ft a

70
projeção da força na direção do deslocamento. O trabalho total τ realizado pela
força é medido pela soma dos retângulos semelhantes ao anterior. Assim, esse
trabalho é numericamente igual à área total sombreada no gráfico da figura.
Portanto, podemos concluir da seguinte forma:
No gráfico cartesiano da componente tangencial Ft em função do espaço s,

a área A é numericamente igual ao trabalho da força F no deslocamento de A para

B.

5.2.3 Trabalho da Força Peso

Considere um ponto material de massa m que parte da posição A e chega à


posição B, segundo a trajetória mostrada na figura a seguir, num local onde a

g
aceleração da gravidade é constante.

   


P  m.g d  AB
Nestas condições, o peso é constante. Seja vetor
 
P d
deslocamento, e  ângulo entre e , e h o desnível entre as posições A e B. Da
definição de trabalho de uma força constante, resulta que o trabalho do peso é
dado por:

  P.d. c o s 

h
Mas no triângulo ABC, temos que cos   e substituindo, vem:
d

h
  P.d.
d
  P.h
  m.g.h

Observe que, mudando-se a trajetória entre os pontos A e B, o trabalho


permanece o mesmo. Isto significa que o trabalho do peso não depende da

71
trajetória entre os pontos de partida e de chegada, mas para um dado peso,
somente do desnível h entre os pontos A e B.
As forças cujos trabalhos não dependem da trajetória são denominadas forças
conservativas. A estas forças associa-se o conceito de energia potencial, que será
estudado oportunamente.
De maneira análoga, pode-se mostrar que se o ponto material se deslocasse
de B para A, o trabalho do peso seria negativo. Podemos sintetizar estes casos então
da seguinte forma:

  m.g.h : quando o corpo desce.


  m.g.h : quando o corpo sobe.
h : desnível entre os pontos de partida e chegada.
O trabalho não depende da trajetória, mas para um dado peso, somente do
desnível h entre os pontos de partida e chegada.

5.2.4 Trabalho da Força Normal e da Resultante Centrípeta


A forca normal N (no caso em que um corpo se move numa superfície fixa) e

a resultante centrípeta Fc são, em cada instante, perpendiculares à trajetória, ou

seja, perpendiculares ao deslocamento do corpo. Isto significa que se dividirmos a


 
trajetória em pequenos trechos, os trabalhos de N e Fc em cada trecho serão nulos

(pois  = 90° e cos 90° = 0).


Deste modo, ao longo do deslocamento AB da figura abaixo, o trabalho total
da força normal é nulo:

N  0

Da mesma forma, ao longo do deslocamento AB da figura abaixo, o trabalho


total da resultante centrípeta é nulo:

72
 Fc  0

Portanto, a força normal e a resultante centrípeta não realizam trabalho sobre o corpo.

5.2.5 Trabalho da Força Elástica


Vimos no capítulo de Força Elástica, que, aplicando-se uma força F em uma

mola, desenvolve-se na mesma uma força denominada elástica, que se opõe à


deformação. A força elástica tende a trazer a mola à sua forma inicial, conforme
mostrado a seguir.

Sabemos, ainda, que a intensidade da força elástica é diretamente


proporcional à deformação x:
Fel = k.x, onde k é a constante elástica da mola. Deste modo, como a força
elástica é variável, para o cálculo de seu trabalho devemos utilizar o gráfico de Fel
em função de x:

73
A área A do triângulo indicado na acima fornece o valor absoluto do trabalho
da força elástica na deformação x, uma vez que, conforme vimos no item 3 (Trabalho
de uma força variável), temos um gráfico cartesiano da força F (F = Fel) em
função do deslocamento s (s = x):

base.altura x. kx  kx2


Atriang   
2 2 2
N
  Atriang

kx2
 
2

Este trabalho será positivo se a força elástica restituir à mola sua forma inicial,
pois nesse caso a força elástica tem mesmo sentido do deslocamento. Nos
deslocamentos em que a mola está sendo deformado, o trabalho da força elástica
é negativo, pois nesse caso a força elástica tem sentido contrário ao deslocamento.
A força elástica, a exemplo do peso, é uma força conservativa. Seu trabalho
não depende da trajetória, mas, para uma dada constante elástica, somente da
deformação x sofrida pela mola.

5.3 IMPULSO E MOMENTO

5.3.1 Definição de Impulso


Considere uma força constante F atuando num ponto material durante um

intervalo de tempo t  t2  t1 .

74

Define-se o impulso dessa força F constante nesse intervalo de tempo,
 
representado por I ou IF , como a grandeza vetorial:
 
I  F . t
Observe que o impulso é uma grandeza vetorial e, portanto, é determinado
por uma intensidade (módulo), direção e sentido
O módulo I do impulso é dado pelo produto do módulo F da força pelo
intervalo de tempo t ( I  F.t ). Observe também que sendo t um escalar positivo,
 
então o impulso I tem mesma direção e sentido da força F .

Da definição de impulso de uma força constante, podemos deduzir que a


unidade de impulso é o produto da unidade de força pela unidade do tempo. Dessa
forma, no Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de impulso é newton x
segundo (N.s).
  
Também da definição de impulso de uma força F ( IF  F . t ), é fácil concluir
     
então que o impulso de uma resultante de forças R  F1  F2  F3  ...  Fn ( IR ) é igual à
   
soma vetorial dos impulsos de cada componente dessa resultante ( IF1  IF  IF  ...  IF
2 3 n

) no intervalo de tempo considerado. Demonstremos essa afirmação:


Da definição, de impulso, temos:
 
IR  R. t
    
 
IR  F1  F2  F3  ...  Fn .t
    
IR  F1.t  F2.t  F3.t  ...  Fn.t
    
IR  IF  IF  IF  ...  IF
1 2 3 n

Exemplo:

Na figura está representado um carrinho, inicialmente em repouso, sobre um


plano horizontal sem atrito.

75

Sobre ele é aplicada uma força F de direção horizontal, sentido da esquerda

para a direita e módulo de 8,0 N, conforme mostrado na figura. Sabendo que esta
força atua sobre o carrinho durante um intervalo de tempo de 5 s, determine o

impulso da força F .

Solução:

Da definição de impulso, sendo F = 8,0 N e Δt = 5,0 s, o impulso da força



F terá intensidade dada por:

I  F. t
I   8, 0  . 5, 0 

I  40 N.s

Confira mais sobre IMPULSO E MOMENTO no tópico 9.3 E 9.4 do capítulo 9 do livro
“FUNDAMENTOS DE FISICA”, AUTOR HALLIDAY &RESNICK disponível na “Minha
Biblioteca Única”:
Link:integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520454398/

5.3.2 Quantidade de Movimento

Consideremos um ponto material P, de massa m, dotado de velocidade



vetorial instantânea v .

Definimos quantidade de movimento do ponto material P como sendo a



grandeza vetorial Q , dada pelo produto entre sua massa e a sua velocidade vetorial

v .

 
Q m.v

76
A quantidade de movimento é também denominada de momento linear ou
ainda de momentum.
Observe que a quantidade de movimento é uma grandeza vetorial e,
portanto, é determinado por uma intensidade (módulo), direção e sentido.
O módulo Q da quantidade de movimento é dado pelo produto da massa m
pelo módulo v da velocidade ( Q  m.v ). Observe também que sendo m um escalar

positivo, então a quantidade de movimento Q tem mesma direção e sentido da

velocidade v :

Convém notar que a quantidade de movimento é uma grandeza instantânea


(pois é função da velocidade), enquanto o impulso, conforme vimos, é definido para
um intervalo de tempo.

A quantidade de movimento Q de um sistema constituído por n partículas,
  
cada uma com quantidade de movimento Q1 , Q2 ,..., Qn , é dada pela soma vetorial

da quantidade de movimento de cada partícula, isto é:

   


Q  Q1  Q2  ...  Qn

 
Da definição de quantidade de movimento ( Q m . v ), podemos deduzir que

a unidade da quantidade de movimento é o produto da unidade de massa pela


unidade de velocidade. Dessa forma, no Sistema Internacional de Unidades (SI), a
unidade da quantidade de movimento é quilograma x metro por segundo (kg.m/s).
Exemplo:

Uma partícula de massa 2,0 kg desloca-se numa trajetória retilínea e obedece


à seguinte equação horária de espaço: s  1, 0  5, 0.t  3, 0.t2 (em unidades do SI).
Determine:

A) o módulo da quantidade de movimento no instante t1 = 0,50 s;


B) o módulo da quantidade de movimento no instante t2 = 1,0 s;
C) o módulo da variação da quantidade de movimento no intervalo de tempo
entre t1 e t2.

77
Solução:

a 2
Sendo a equação horária do espaço para o MRUV da forma s  so  v o.t  .t ,
2

comparando com a equação fornecida s  1, 0  5, 0.t  3, 0.t2 , temos vo = 5,0 m/s e


a = -6,0 m/s2. Logo, a equação horária da velocidade, que é dada na forma geral
por v  vo  a.t , se torna para esse caso v  5, 0  6, 0.t .

A) Para t1 = 0,50 s, temos:


v1  5, 0  6, 0.t1  5, 0  6, 0.  0, 50 

v1  2, 0 m/s

Logo, o módulo da quantidade de movimento Q1 nesse instante, é dado por:
 
Q1  m . v1


Q1  2, 0  . 2, 0 


Q1  4, 0 kg.m / s

B) Para t2 = 1,0 s, temos:


v2  5, 0  6, 0.t2  5, 0  6, 0. 1, 0 

v2  1,0 m/s

Logo, o módulo da quantidade de movimento Q2 nesse instante, é dado por:
 
Q2  m . v2


Q2  2, 0  . 1, 0 


Q2  2, 0 kg.m / s


C) A variação de quantidade de movimento (  Q ) no intervalo  t1, t2  é dada

por:
  
 Q  Q2  Q1

Observe, entretanto que no instante t1 = 0,50 s a velocidade é dada por


v1  2, 0 m/s enquanto no instante t2 = 1,0 s a velocidade é dada por v2  1,0 m/s .
 
Assim sendo, e como o movimento é retilíneo, isto implica que v1 e v2 estão
 
orientados na mesma direção e em sentidos contrários. Como Q1 e Q2 devem ter a
 
mesma direção e sentido de v1 e v2 respectivamente, temos o esquema a seguir:

78
 
Como Q1 tem mesma direção e sentido contrário de Q2 , então, da definição

de subtração de vetores com mesma direção e sentidos opostos, temos:


  
 Q  Q2  Q1
  
Q  Q2  Q1


Q  2, 0    4, 0 


Q  6, 0 kg.m / s

Considere uma partícula de massa m = 3,0 kg sob a ação de duas forças


 
verticais: peso P e uma força F ascendente de módulo 50 N. No local tem-se

gravidade constante de módulo g = 10 m/s2. Determine, durante 2,0 s de


movimento:

A) o impulso de F ;

B) o impulso de P ;

C) o impulso da força resultante.

79
5.4 FIXANDO O CONTEÚDO

1. O trabalho é uma grandeza física relacionada à força e ao deslocamento por ela


produzido. Nunca realizam trabalhos as forças constantes:
a) centrífuga e elétrica.
b) peso e tração.
c) centrípeta e peso.
d) magnética e nuclear.
e) centrípeta e magnética.

2. O gráfico indica como varia a intensidade de uma força aplicada


ininterruptamente sobre um corpo enquanto é realizado um deslocamento na
mesma direção e no mesmo sentido das forças aplicadas. Na Física, existe uma
grandeza denominada trabalho. O trabalho de uma força, durante a realização
de um deslocamento, é determinado pelo produto entre essas duas grandezas
quando ambas têm a mesma direção e sentido.

Considerando o gráfico dado, o trabalho total realizado no deslocamento de 8 m,


em joules, corresponde a:
a) 160
b) 240
c) 280
d) 320
e) 520

80
3. Um corpo de 3 kg de massa, inicialmente em repouso, é puxado sobre uma
superfície horizontal, sem atrito, por uma força constante também horizontal de
4 N.
O trabalho realizado após percorrer 5 m, em J, foi:
a) 15
b) 12
c) 20
d) 9
e) 7

4. Um tipo de bate-estaca usado em construções consiste de um guindaste que


eleva um objeto pesado até uma determinada altura e depois o deixa cair
praticamente em queda livre. Sobre essa situação, considere as seguintes
afirmações:
I. na medida em que o objeto cai, aumenta sua energia cinética.
II. na medida em que o objeto cai, aumenta sua energia potencial.
III. na queda, ocorre um aumento de energia mecânica do objeto.
IV. na queda, ocorre a conservação da energia potencial
Está correto apenas o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e III.
e) I, III e IV.

5. O revezamento da tocha olímpica é um evento que ocorre desde os jogos de


Berlim 1936. Este rito é um retrato das cerimônias que um dia fizeram parte dos
Jogos Olímpicos da Antiguidade. Neste ano, nos Jogos Olímpicos Rio 2016, cerca
de 12 mil condutores percorrerão 329 cidades até o Rio de Janeiro. Considere que

a tocha utilizada na cerimônia tenha 1kg. Diante do exposto, assinale a alternativa

que apresenta o módulo do trabalho realizado pela força F3 de um condutor que


2
levante a tocha e se desloque por 200 m na horizontal (eixo x). Adote g  10 m s .

81
a) 2.400 J
b) 800 J.
c) 2.050 J
d) 0 J.
e) 900 J.

6. Em uma atividade experimental de física, foi proposto aos alunos que


determinassem o coeficiente de atrito dinâmico ou cinético e que também
fizessem uma análise das grandezas envolvidas nessa atividade. Tal atividade
consistia em puxar um bloco de madeira sobre uma superfície horizontal e plana

com uma força F, com velocidade constante.

Sobre esta situação, é CORRETO afirmar que



a) o trabalho realizado pela força F é nulo.
b) o trabalho total realizado sobre o bloco é negativo.

c) o trabalho realizado pela força de atrito f é nulo.

d) o trabalho realizado pela força de atrito f é negativo.

e) o trabalho realizado pela força F é igual à variação da energia cinética do bloco.

7. A colisão de um veículo em movimento contra um muro envolve a perda de


energia cinética. Esta perda constitui uma grande preocupação da indústria
automobilística, que projeta veículos capazes de, em um acidente, dissipar,

82
gradativamente, essa energia.
Comparando-se dois carros do mesmo modelo, com massas iguais e sob o ponto de

vista de um mesmo referencial terrestre, um movendo-se com velocidade de 10 m / s

e o outro com velocidade de 20 m / s, a energia cinética contida no carro mais veloz

m  v2
EC  ,
é Lembre-se que: 2 em que, EC é a energia cinética do corpo; m é a massa
do corpo; v é o valor da velocidade do corpo.
a) um quarto da energia cinética do mais lento.
b) a metade da energia cinética do mais lento.
c) igual a energia cinética do mais lento.
d) o dobro da energia cinética do mais lento.
e) quatro vezes a energia cinética do mais lento

8. Um torcedor de futebol, durante uma partida do campeonato brasileiro de 2015,


resolveu utilizar seus conhecimentos de Física para explicar diversas jogadas. Nesta
perspectiva, leia com atenção as afirmações a seguir e marque V para as
verdadeiras e F para as falsas:
( ) A força que o jogador exerce sobre a bola, ao chutá-la, é maior do que a força
que a bola exerce sobre o pé do jogador.
( ) A energia cinética da bola em movimento é diretamente proporcional ao
quadrado da sua velocidade.
( ) Se, em uma determinada jogada da partida, a bola cair verticalmente de uma
altura, a energia potencial em relação a Terra será diretamente proporcional ao
quadrado da altura.
( ) Na cobrança de um pênalti, o jogador altera a quantidade de movimento da
bola, que, por sua vez, é novamente alterada quando a bola se choca com a rede.

Assinale a opção que contém a sequência CORRETA das respostas, de cima para
baixo:
a) F, V, V, V.
b) V, F, F, V.
c) F, V, F, V.
d) F, F, V, V.
e) V, V, V, F.

83
EXPERIMENTOS DE UNIDADE
LABORATÓRIO; INCERTEZA NAS
MEDIDAS

6.1 INTRODUÇÃO

O mensurando é a grandeza a ser determinada num processo de medição.


Se você medir a espessura de um objeto qualquer com uma régua comum, por
exemplo, sua medida será confiável até o milímetro mais próximo devido as
limitações do dispositivo de medida. Portanto as medidas sempre envolvem
incertezas que são parâmetros associados ao resultado de uma medição. A
incerteza caracteriza a dispersão dos valores que podem ser razoavelmente
atribuídos ao mensurando, indicando o desconhecimento do valor exato do mesmo.
É importante ressaltar que a incerteza depende da técnica usada na medida. Para
indicar a exatidão de uma medida, se escreve primeiro o valor da medida seguido
do sinal ± e um segundo valor indicando a incerteza atribuída a essa medição. A
unidade de medida deve ser representada após os parênteses.
Grandeza = (medida ± incerteza)

Se o comprimento de uma mesa é indicado por (𝟑, 𝟏𝟓 ± 𝟎, 𝟎𝟒)𝒎, conclui-se que


o valor real não deve ser menor que 𝟑, 𝟏𝟏𝒎, nem maior do que 𝟑, 𝟏𝟗 𝒎

Os objetivos de aprendizagem da Unidade 6 são:


 Entender os parâmetros associados a uma medição;
 Entender o significado de uma grandeza física.

6.2 ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS

Em muitos casos, a incerteza de um número não é apresentada


explicitamente. Em vez disso, ela é indicada pelo número de dígitos confiáveis, ou
algarismos significativos, do valor da medida. A medida deverá conter os algarismos

84
exatos (valores certos da medida) mais o primeiro algarismo duvidoso ou incerto. O
comprimento 3,45 m, por exemplo, contém 3 algarismos significativos que são os
números 3, 4 e 5 sendo o número 5 o algarismo duvidoso.
O zero à esquerda da vírgula decimal não é contado. Zeros à direita são
algarismos significativos.
Para números muito grandes ou muito pequenos, pode-se representar os
algarismos significativos mais facilmente usando notação científica. Na notação
científica os zeros após a vírgula e antes da potência de 10 devem ser contados,
sendo assim 6 ∙ 10 terá um algarismo significativo, 6,0 ∙ 10 terá dois algarismos
significativos e 6,00 ∙ 10 terá três algarismos significativos. A notação científica
geralmente facilita na hora de fazer exercícios e cálculos, além de ser muito útil para
fazer comparações de ordem de grandezas.

A distância entre a Terra e a Lua é aproximadamente igual a 𝟑𝟖𝟒. 𝟎𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎𝒎, por ser um
número muito grande, essa distância fica melhor representado em notação científica:
𝟑, 𝟖𝟒 ∙ 𝟏𝟎𝟖 𝒎. Com a representação em notação científica conclui-se que esse número
possui três algarismos significativos.

6.3 CRITÉRIOS DE ARREDONDAMENTO

Ao se realizar operações matemáticas os resultados geralmente apresentam


uma quantidade de algarismos que não estão de acordo com a precisão da
medida. Para isso foram convencionados os critérios de arredondamento.

 Quando um número termina com algarismo menor que 5 abandona-se o


algarismo final. Por exemplo: 12,23 é arredondado para 12,2.
 Quando um número termina em um número maior que 5, abandona-se o
algarismo final e é somado uma unidade ao algarismo anterior. Por exemplo: 12,27
é arredondado para 12,3.
 Quando um número termina em 5 e se o algarismo precedente for par, apenas
abandona-se o 5. Se o precedente for ímpar abandona-se o 5 e soma uma
unidade a ele. Por exemplo: 12,45 é arredondado para 12,4 e 12,35 é arredondado
para 12,4.

85
6.4 OPERAÇÕES COM ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS

Ao se realizar operações levando em conta os algarismos significativos


algumas regras devem ser seguidas e a resposta final deve ser dada levando em
conta o critério de arredondamento.
 Adição ou subtração: O número de algarismos significativos é determinado pelo
termo com a maior incerteza (ou seja, menos algarismos à direita da vírgula
decimal). Exemplo:

27,153 + 𝟏𝟑𝟖, 𝟐 − 11,74 = 153,613 = 𝟏𝟓𝟑, 𝟔

 Multiplicação ou divisão: O resultado não pode ter mais algarismos significativos


que o fator com o menor número de algarismos significativos. Exemplo:

0,745 ∙ 𝟐, 𝟐
= 0,421879021879022 = 0, 𝟒𝟐 = 𝟒, 𝟐 ∙ 𝟏𝟎𝟏
3,885

Confira mais sobre o Sistema Internacional no tópico 1.2 do capítulo 1 do livro


“Física mecânica” disponível na “Minha Biblioteca Única”:
Link:integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520454398/
Confira tabelas e definições das unidades do Sistema internacional no Apêndice
A do livro “Física I, Sears e Zemansky: mecânica” disponível na Biblioteca Virtual:
Link: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/30961/pdf

86
6.5 FIXANDO O CONTEÚDO

1. Ao se realizar operações levando em conta os algarismos significativos a resposta


final deve ser dada de acordo com os critérios de arredondamento.
Considerando A=12,8 e B=1,07; podemos afirmar que a soma A+B equivale a:
a) 13,87
b) 13,8
c) 13,7
d) 13,9
e) 13

2. Quantos algarismo significativo deve ter a resposta da soma de 6,5 com 13,145?
a) 3
b) 5
c) 2
d) 1
e) 4

3. Quantos algarismo significativo deve ter a resposta da multiplicação de 3,05 por


12,45?
a) 3
b) 4
c) 5
d) 2
e) 1

4. Uma pessoa deseja calcular o volume de sua piscina circular. Em suas medidas
ele chega que a área da piscina equivale a 132,665 m2 e que a profundidade e
exatamente 5,0 m. Considerando a teoria dos algarismos significativos e as regras
de arredondamento, qual é o valor adequado para o volume desta piscina?
a) 663,325 m3
b) 6,7 ∙ 102 m3
c) 6,6 ∙ 102 m3
d) 6,64 ∙ 102 m3
e) 6 ∙ 102 m3

87
5. (CESGRANRIO) Um estudante, tendo medido o corredor de sua casa, encontrou
os seguintes valores: Comprimento: 5,7m e Largura: 1,25m. Desejando determinar
a área deste corredor com a maior precisão possível, o estudante multiplica os
dois valores anteriores e registra o resultado com o número correto de algarismos.
Assim fazendo, ele deve escrever:
a) 7,12 m2
b) 7,13 m2
c) 7,1 m2
d) 7 m2
e) 7,2 m2

6. (FÍSICA I, SEARS E ZEMANSKY) A densidade de um material é igual à divisão de sua


massa pelo seu volume. Qual é a densidade (em kg/m3) de uma rocha com
massa de 1,80 kg e volume de 6,0 ∙ 10–4 m3? Expresse sua resposta com o número
correto de algarismos significativos.
a) 3 ∙ 103 kg/m3
b) 3,0 ∙ 103 kg/m3
c) 3,00 ∙ 103 kg/m3
d) 3,000 ∙ 103 kg/m3
e) 3,0000 ∙ 103 kg/m3

7. (UPE – Adaptada) Um lápis teve seu comprimento medido com uma régua
milimetrada (17,25 cm) e o seu diâmetro com um paquímetro (0,750 cm).
Utilizando a teoria dos algarismos e as regras de arredondamento, marque a
alternativa que representa a área lateral do lápis, considerando-o como um
cilindro. A área lateral de um cilindro é dada por: 𝐴 = 2𝜋𝑟𝐿 = 𝐷𝜋𝐿. Considere
𝜋=3,14.
a) 40,62375 cm2
b) 40,6 cm2
c) 40,7 cm2
d) 40,62 cm2
e) 40 cm2

88
8. (FÍSICA I, SEARS E ZEMANSKY) A energia de repouso E de um corpo em repouso de
massa m é dada pela famosa equação de Einstein E = mc2, onde c é a
velocidade da luz no vácuo e seu valor exato é c = 2,99792458 x 108 m/s.
Determine E (até três algoritmos significativos) para um elétron para o qual a
massa m = 9,11x10-31 kg. (A unidade SI para energia E é o joule (J); 1 J = 1 kg ∙ m2/s2).
a) 8,18 x 10-14 J
b) 8,18 x 10-23 J
c) 8,19 x 10-23 J
d) 8,00 x 10-14 J
e) 8,19 x 10-14 J

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RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 01 UNIDADE 02

QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 D

UNIDADE 03 UNIDADE 04

QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 D

UNIDADE 05 UNIDADE 06

QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 A

90
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERNAL, J. D. A Ciência na História. Lisboa: Livros Horizontes, v. 1, 1965.

EINSTEIN, A.; INFELD, L. A Evolução da Física. Tradução de Giasone Rebuá. Rio


de Janeiro: Zahar, 2008.

GLEISER, M. A Dança do Universo. [S.l.]: Cia das Letras, 1997. 440 p.

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. 8. ed. Rio de


Janeiro: LTC, v. 1, 2009.

HEWITT, P. G. Física conceitual. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.

MARQUES, F. C. Física mecânica. 1. ed. São Paulo: Manole, 2016.

RAMALHO, F.; FERRARO, N. G.; TOLEDO, P. A. Os Fundamentos da Física. 11.


ed. São Paulo: Moderna , v. 1, 2015.

RONAN, C. A. História Ilustrada da Ciência.4 vol.ed. Zahar: [s.n.], v. 1, 1987. 136 p.

YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física I, Sears e Zemansky: Mecânica. Tradução


de Daniel Vieira. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016.

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