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Engenharia Elétrica
Notas de Aula
Eletromagnetismo para Engenharia
Sumário
INTRODUÇÃO 3
ÁLGEBRA VETORIAL 6
CÁLCULO VETORIAL 25
ELETROSTÁTICA 41
MAGNETOSTÁTICA 91
QUASE-ESTÁTICA 126
RESULTADOS 157
REFERÊNCIAS 162
Introdução
O Eletromagnetismo
Pouco depois da descoberta de Oersted, está foi confirmada por Andre Marie Ampère, quando
este verificou que uma bobina de fio percorrida por uma corrente elétrica comportava-se como
um imã, ao atrair pequenos pedaços de ferro e, por isso, batizou a bobina com o nome de
eletroímã. Ampére descobriu ainda que duas correntes de mesmo sentido se atraem e que duas
correntes de sentidos opostos de repelem.
Michael Faraday
Em 1832 o físico escocês James Clerk Maxwell reduziu, na sua célebre obra Tratado da
Eletricidade e Magnetismo, a descoberta de Faraday à seguinte forma matemática.
∇ × = −
Para exemplificar que a “quantidade de eletricidade” produzida pelo magnetismo era igual a
taxa de variação da força causadora. A esta equação matemática Maxwell acrescentou as três
seguintes:
× = +
∇
. = 0
∇
.
∇ =
Estas equações constituem hoje o que se desguina por equações de Maxwell. Elas são afinal o
elo final que unifica a eletricidade e o magnetismo em uma única entidade: o Eletromagnetismo.
Álgebra Vetorial
Escalares e Vetores
O termo escalar se refere a uma grandeza cujo valor pode ser representado por um único número
real (positivo ou negativo). Exemplo de grandezas escalares: temperatura, tempo, massa,
densidade, volume, tensão, etc. Uma grandeza vetorial tem magnitude, direção e sentido no
espaço. Exemplo de grandezas vetoriais: força, velocidade, aceleração, etc.
Um campo também pode ser definido como escalar ou vetorial. Um exemplo de campo escalar
é a temperatura em uma tigela de sopa, por outro lado, temos que o campo gravitacional e
magnético são exemplos de campo vetorial.
Notação:
Leis Básicas
A regra para subtração de vetores decorre facilmente da regra para adição, pois sempre podemos
−
expressar como
+ −
; o sinal, ou sentido, do segundo vetor é invertido, e este vetor
Vetores podem ser multiplicados por escalares. O módulo do vetor se modifica, mas sua direção
e sentido não, quando o escalar é positivo, embora ele inverta de sentido quando multiplicado
por um escalar negativo. A multiplicação de um vetor por um escalar também obedece às
propriedades associativa e distributiva da álgebra:
Observação: Neste curso não será feita distinção entre magnitude, módulo, intensidade e valor
absoluto de um vetor. A magnitude de um vetor sempre terá um valor positivo.
Representação de um Vetor
,
Um vetor pode ser escrito em função de vetores unitários fundamentais ! "
#
representativos dos eixos cartesianos x, y e z (Figura 1.2)
% da origem apontando para o ponto P(1,2,3), é dado, em função dos vetores
Um vetor $
unitários fundamentais, por:
Um vetor 1
%/ de origem no ponto P(1,2,3) e apontando para o ponto Q(2,-2,1) seria:
5 5 = 6 7
* + 7
, + 7
.
Cada um dos três sistemas de coordenadas, a serem discutidos, tem seus três vetores unitários
fundamentais e mutuamente independentes que são usados para representar qualquer vetor com
suas componentes vetoriais. Contudo, os vetores unitários não são limitados a esta aplicação,
()8 = =
5 5
6 7
* + 7
, + 7
.
Um campo (escalar ou vetorial) pode ser definido matematicamente como função de um vetor
que liga uma origem arbitrária a um ponto genérico no espaço. Note que o conceito de campo
invariavelmente está relacionado a uma região.
Em geral para o campo vetorial, o módulo e a direção da função irão variar à medida que nos
movermos através da região, e o valor da função vetorial deve ser determinado utilizando-se os
valores das coordenadas do ponto em questão. Se considerarmos apenas o sistema de
coordenadas cartesianas, devemos esperar que o vetor seja função das variáveis x, y e z.
Pode-se citar como exemplo de campo escalar o campo da temperatura de um líquido no interior
de um prato de sopa em função do vetor posição, ou ainda, o campo potencial elétrico de uma
carga pontual. Por outro lado, são exemplos de campo vetorial a velocidade da corrente de água
de um rio em função do vetor posição, o campo magnético de um fio condutor conduzindo
corrente contínua, o campo elétrico de uma esfera carregada, etc.
O Produto Escalar
e
O produto escalar entre dois vetores é definido como:
.
a) =
.
(Propriedade Comutativa)
b) .
= < →
⊥
.
= 5
5 = >
>
c)
Componente Escalar
? = . ()
é o vetor unitário.
Onde
Componente Vetorial
×
a) = −
×
(propriedade não comutativa)
×
b) = < →
⁄⁄
c) ×
= <
× = A* , . A
* , .
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 11
12
Representação dos vetores unitários nos três sistemas de coordenadas (Figura 1.8).
Exemplo:
Para encontrar qualquer componente de um vetor, recordando o que foi visto em produto
escalar, basta fazer o produto escalar entre o vetor é o vetor unitário na direção desejada.
B = . ()B
∅ = . ()∅
. = . ().
Desenvolvendo-se as equações tem-se:
. = .
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 13
14
B 9:∅ 4@∅ 0 *
D∅ E = F−4@∅ 9:∅ 0G D, E
. 0 0 1 .
Transformação de um vetor
– Coordenadas cilíndricas para retangulares.
* 9:∅ −4@∅ 0 B
D , E = F4@∅ 9:∅ 0G D∅ E
. 0 0 1 .
Elementos Diferenciais
A Figura 1.14 apresenta os elementos diferenciais de linha, superfície e volume para os três
sistemas de coordenadas.
Tópicos Importantes
Exercícios
Álgebra Vetorial
Exercício 1
Exercício 2
a) 1
JK
JK + 1
b) 1 J% ;
c) |$
J |;
J% .
d)
e) |>$ K |
% + M$
Exercício 3
O>P
N = + ! − >
Q − O ! + # + O
# R
− O> + ! − >> + # + O>
Exercício 4
começa no ponto (1,-1,-2) e termina no ponto (2,-1,0). Determine um vetor unitário
O vetor
na direção de .
Exercício 5
Dados os Vetores:
= >
− M
! + = >
# − −
! + M = S
# − + >
! − >
#
Exercício 6
Exercício 7
Dados os vetores:
=
+ >
! − M = M
# − − S = M
! − ! − S
#
Determine:
;
a) A e
ao longo de ;
b) A componente de
c) T ;
d) ;
×
e)
. ;
×
f) ×
;
×
.
×
g)
Exercício 8
Dado:
Exercício 9
Determine uma expressão para um vetor unitário direcionado para a origem e que inicia num
ponto arbitrário sobre a linha descrita por x=1 e z=2.
Exercício 10
Exercício 11
a) O vetor
U no ponto Q;
no ponto Q na direção
b) A componente escalar de U K = >
+
O
! − >
# ;
M
no ponto Q na direção
c) A componente vetorial de U K ;
$
d) O ângulo TU entre U V e
K .
Exercício 12
Transformação de Coordenadas
Exercício 1
a) Ponto P1(1,2,0);
b) Ponto P2(0,0,3);
c) Ponto P3(1,1,2);
d) Ponto P4(-3,3,-3).
Exercício 2
a) As coordenadas esféricas de A;
b) As coordenadas cartesianas de B;
c) A distância entre A e B.
Exercício 3
a) 2 ≤ ρ ≤ 5; π/2 ≤ φ ≤ π; 0 ≤ z ≤ 2;
b) 0 ≤ r ≤ 5; 0 ≤ θ ≤ π/3; 0 ≤ φ ≤ 2π
π.
Exercício 4
Exercício 5
Exercício 6
Exercício 7
Determine a área de uma superfície cilíndrica descrita por: r=5, 300≤ φ ≤600 e 0≤
≤ z ≤3
Exercício 8
A seção esférica mostrada na figura é uma seção de uma esfera de raio 3 cm. Determine a área
desta seção.
Exercício 9
Dado (ρ=2m, φ=200,z=3m) e (ρ=4m, φ=600, z=5m) determine o volume do sólido apresentado
na figura.
Exercício 10
W
= ρXYZφ
[ − ρZ"\φ
∅ + #>
#
π,2) está localizado na superfície do cilindro descrito por ρ=4. Determine para o
O ponto P(4,π
ponto P:
perpendicular ao cilindro.
a) A componente vetorial de W
b) A componente vetorial de
W perpendicular a superfície superiordo cilindro.
Exercício 11
a)
= !>
+ #
! + S
# no ponto P1(1,-1,2);
= > + !> + #>
b) ! − > + !>
# no ponto P2(-1,0,2);
= XYZ∅
c) [ − Z"\∅ ∅ + XYZ∅ Z"\∅
# no ponto P3(2,π
π/4,2);
= ^
d) ] − ^
` ! + S
` # no ponto P4(1,-1,2).
!> >
> _!> > _!>
Exercício 12
= O<
a) a − b
! + c
# no ponto P(10,-8,6);
b) U
= > + !
− ! − S
! no ponto P(ρ
ρ,φ
φ,z).
Exercício 13
= >
Um vetor é dado em coordenadas cilíndricas como: [ − M ∅ −
# . Descreva este
vetor em coordenadas cartesianas.
Exercício 14
Exercício 15
Cálculo Vetorial
O Operador Nabla
∇= ()* + (), + ().
h i j
,
Onde ! 4
# são os vetores unitários ortogonais do sistema de coordenadas retangulares.
Nabla é um operador matemático ao qual isolado não podemos associar nenhum sentido
geométrico.
O Gradiente
l l l
k l = ()* + (), + ()
h i j .
l l l
mn = mh + mi + mj
h i j
l l l
ml = ()* + (), + () . mh()* + mi(), + mh(). = ∇
l . mq
h i j .
Quanto ao significado geométrico do gradiente, suponhamos que exista uma superfície de
pontos como M(x,y,z) tal que para todos estes pontos temos U=constante (Figura 2.1). Portanto
para o deslocamento de M a M’nesta superfície, teremos o acréscimo du=0. Então:
= 0
∇l . mq
> 0
l . mq
∇
s e
Notamos que os vetores r oJ formam um ângulo agudo.
O Divergente
Considere um vetor
de componentes Ax, Ay e Az que dependam de um ponto M(x,y,z). O
. =
∇ + +
h i j
Definição de Fluxo:
qw
@) =
5
5qw
m = m@)
através da superfície ds o produto escalar abaixo, sendo θ o
Chamaremos de fluxo do vetor
ângulo entre
e \
.
= m 9:;
m∅ = . m
e
Evidentemente, o fluxo será máximo quando oZ forem paralelos, ou seja, quando
incide
perpendicularmente à superfície ds.
um vetor, ele possuirá três componentes que representarão as projeções da superfície
Sendo oZ
ds nos três planos do sistema 0xyz (Figura 2.4).
Tendo
os componentes (Ax, Ay e Az), obtemos:
m∅ = * mimj + , mhmj + . mhmi → ∅ = y . m
z
Teorema da Divergência
Como mostrado na Figura 2.5, a área da face inferior PQRS vale dx dy e seu valor
oZ .
m = 0,0, −mhmi
Observando a expressão o∅ = o!o# + ! oo# + # oo!, o fluxo de através desta face
vale:
−. mh mi
.
superior vale:
. + m. = . + mj
j
.
O fluxo é então
{. + mj| mh mi
j
A soma destes dois fluxos vale:
.
m}
j
+ + .
= ∇
h i j
A expressão de fluxo é então:
m∅ = ∇. m}
a integração sobre toda a superfície S(V) é:
Como o∅ = . oZ
= ∭ ∇
∅ = ∮z . m . m} – Teorema da Divergência
Fluxo Conservativo
Consideremos um tubo de fluxo, tal que o campo de vetores definido no volume do mesmo
possui vetores que serão tangente às paredes laterais do tubo (Figura 2.6).
O ,
S1 e S2 são superfícies arbitrárias que seccionam o tubo de fluxo. Chamaremos > 4
M os
vetores
nas superfícies S1, S2 e S3, indicadas na Figura 2.6, sendo que esta última representa
7 = 7 m7
m∅7 = 7 . m
= 0
m∅ = . m
∅ = − m + 7 m7
z z
a zero, pois o fluxo que entra no tubo é idêntico ao que sai do mesmo. Podemos notar então que
o somatório de fluxo através de uma superfície fechada, é neste caso nulo.
.
Notamos que = <.
Esta situação nos conduz à noção de que o fluxo é conservativo (fluxo se conservando em um
tubo de fluxo). Pelo exposto acima, concluímos que quando o fluxo de um campo de vetores é
conservativo, a divergência do mesmo é nula.
O Rotacional
Circulação do Vetor
Considere um vetor
de componentes Ax, Ay e Az que dependam de um ponto M(x,y,z). O
rotacional deste vetor é dado por:
∇ × = : =
h i j
* , .
0
&
0
= . m
&
Teorema de Stokes
O fluxo do rotacional de através de uma superfície aberta S é igual a circulação de um vetor
ao longo do caminho L(S) que delimita S (Figura 2.9).
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 33
34
y = ∇
. m
× . m
z z
e
Figura 2.9: Vetores ×
.
Identidades Vetoriais
× ∇
∇ } = 0 → (( n(n4 }
O Laplaciano
Podemos combinar duplamente dois operadores de primeira ordem atuando sob funções
l l l
escalares U. Por exemplo:
. ∇
∇ l = { ()* + (), + (). | . { ()* + (), + () |
h i j h i j .
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 34
35
O que dá:
.
∇
7l 7l 7l
l
h 7 i 7 j 7
7 7 7
7
7
h i 7 j 7
Operadores Vetoriais
Tópicos Importantes
Exercícios
Noções Matemáticas
Exercício 1
Exercício 2
a) W
M>
># # para P(2,-2,0);
> #
M XYZT M Z"\T
^
b) $
` ^ T para P(a/2,0,π
` π).
$> $>
Exercício 3
!#
Determine a divergência de !
S! # em (1,-2,3).
!
Exercício 4
:
.
Determine
a)
= "! XYZ
− Z"\
! .
b)
= > !#
+ #
#.
c)
= >
+ !#
! + !
#.
d)
= > + !> >
.
O
e)
= [Z"\∅
[ + [> XYZ∅
∅ + >["P#
# .
Exercício 5
Exercício 6
[
[ ∅
[Z"\∅ #
#
b) Calcule o fluxo do campo que atravessa a superfície lateral cilíndrica de raio R e altura L,
com o eixo coincidente com o eixo z, tal como mostra figura.
o
.
∅
Exercício 7
a) !#
!
S! # ;
!
> !#
b) # .
#
Exercício 8
!>
Calcule a circulação da função >! ! do ponto a(1,1,0) ao ponto b(2,2,0)
O
ao longo do caminho (i) e (ii) da figura.
Exercício 9
Exercício 10
Determine
para (2,0,3) em coordenadas cilíndricas para o campo vetorial
O<">[ XYZ∅
[ O< Z"\∅ #
Exercício 11
Exercício 12
> !#
+ <
! + #
#
= [ Z"\(∅)
[ + ([> #)
∅ + # XYZ(∅)
#
π/6,π
c) no ponto P(1,π π/3) em coordenadas esféricas.
O
= (>$ XYZ(T) XYZ(∅))
$ + (<)
T + $>
∅
Eletrostática
Equações de Maxwell
∇ × = +
∇ . = 0
∇ × = −
.
∇ =
Relações auxiliares:
=
Onde: ¡
é o campo magnético;
é a indução magnética; W
é o campo elétrico; ]
é a densidade
Pela formulação dessas equações, publicadas num tratado clássico em 1873, James Clerk
Maxwell estabeleceu a primeira teoria unificada da eletricidade e do magnetismo. Suas
fixas no espaço, ou, caso se movam, o fazem numa taxa constante, de forma que ρv e ¢ são
constante no tempo. Sob tais circunstâncias temos:
Eletrostática:
.
∇ =
=
Magnetostática:
∇ × =
∇ . = 0
As quatros equações de Maxwell estão separadas em dois pares independentes, sendo que o
primeiro par envolve apenas as grandezas de campo elétrico W e ]
e o segundo par envolve
Unidades
Eletrostática
= 4
∇.
Onde: ]
– Indução Elétrica; W
– Campo Elétrico; ε - Permissividade Elétrica; ρ - Densidade
volumétrica de carga.
Permissividade Relativa
H =
¥
Onde ε é a permissividade real do meio e ε0 é a permissividade do vácuo. Onde ε0 é:
¨
¥ = 8.854 107 { |
©
Para a maior parte dos materiais e sob a maioria das condições, o valor de ε dos materiais é
constante e independente do módulo e da direção de W
. Se ε é independente do módulo de W
,
Lei de Coulomb
Consideremos duas cargas q e q’, que são separadas pela distância r. A conhecida Lei de
atuando nas duas cargas, cujo vetor tem as seguintes
Coulomb diz que existe uma força a
particularidades:
′ 1 w©7
¨ = 7 → 8.99 10
4«¥ 7
A lei só é valida para cargas puntiformes, cujos tamanhos são menores que a distância que as
separa (idealização matemática).
Campo Elétrico
Uma carga elétrica perturba o espaço onde está inserida, criando um campo ao seu redor. Se
colocarmos, nesta região, uma carga de prova ela é puxada ou repelida. Portanto, temos nesta
região um campo de forças representado por um campo elétrico.
Definição:
Definimos o campo elétrico em um ponto como a força por unidade de carga que atua sobre
uma carga de prova (q’) positiva neste ponto.
¨ w }
p −
©
. Definamos na Figura 3.1 o vetor $
É interessante conhecer também o vetor W como sendo $
% − ®.
na direção de $
O vetor unitário ¯ pode ser obtido por ¯ ⁄$ Assim W
=$ , que está ligado a
noção de divergência em relação à q, poderá ser escrito como:
= n) =
4«¥
0 ±
= ^ `
²³
Levando em conta que as cargas podem não estar distribuídas uniformemente no volume em
questão, tem-se:
´ µ m}
¶·
´
¹ { | → ´ σ¹ m
º ©7 z
´
λ· { | → ´ λ· m
© ·
Lei de Gauss
Carl Friedrich Gauss (1777-1855) foi um matemático, astrônomo e físico alemão que contribuiu
significativamente em vários campos da ciência, incluindo a teoria dos números, análise
matemática, geometria diferencial, geodesia, magnetismo e óptica.
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 46
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.
m» m»
. m
= µ m» :n ¼ . m
= ´
z() z()
Considere uma carga pontual no espaço (Figura 3.2) envolvida por uma esfera de volume V. O
e a densidade volumétrica ρV são, pela equação de Maxwell, ligadas por um divergente.
vetor ]
será um vetor radial em relação a carga Q, sendo
Portanto, ] oZ também um vetor radial, temos:
´=¼ = ¼
. m
m
z() z
1 ´
´ ¼ m ¥ 4« 7 →
z 4«¥ 7
̂¶¿
Tem-se:
´
7
Distribuição de Cargas – Campo Elétrico
Distribuição Discreta:
O Campo Total de um conjunto de cargas é dado pela soma vetorial dos campos de cada uma
das cargas individuais.
À 0Á
ÃÄ
Distribuição Contínua:
Vamos agora considerar uma distribuição contínua de cargas, cujo campo gerado pode ser
calculado dividindo-se o volume em elementos infinitesimais de carga dq (Figura 3.3). Cada
elemento de carga produz um campo
oW num ponto P e o campo resultante é determinado pelo
princípio da superposição, somando-se (integrando-se) as contribuições de campo de cada
elemento dq, ou seja,
µ
m»()Å
27
=
¹
m()Å
z 27
=
λ·
m()Å
· 27
Trabalho
Se tentarmos movimentar uma carga de teste q’ contra a ação de um campo elétrico, deveremos
exercer uma força de igual módulo e sentido contrário àquela exercida pela força proveniente
do campo, e isto requer dispêndio de energia ou trabalho. O trabalho necessário para deslocar
a carga de uma distância finita é dado por:
Onde
o é o vetor deslocamento do ponto onde temos a carga q’ submetida a força a.
O Potencial Elétrico V
mÆ
}=
= − . m
′
Assumindo que o campo elétrico pode ser variável ao longo de um trajeto, a energia por unidade
de carga para levarmos uma carga de uma posição l1 a l2 pode ser expressa como:
·Ç
}:
}7 − } = − . m
·
Consideremos o exemplo da carga pontual (Figura 3.3), onde desejamos deslocar a carga de
O à posição definida pelo vetor $
teste q’ da posição definida pelo vetor $ > , afastando, portanto,
q’ de q.
O e V2 o potencial em $
Chamando V1 o potencial em $ > temos:
HÇ
}7 − } = − .
m
H
.
Escolhendo o caminho o = o$ − $ o = $o = $o$, tem-se:
1 1
}7 − } = { − |
7
.
Notemos que o sinal negativo introduzido na expressão o −W o, faz com que o binômio
do lado direito da expressão acima seja positivo, o que também obriga a que V2 seja superior a
V1. Efetivamente, pelas convenções adotadas o potencial mais próximo de q é superior ao
potencial em pontos mais distantes. Assim um campo elétrico se desenvolve do potencial maior
para o potencial menor, o que faz ser divergente em relação a carga q.
Por outro lado, notamos que o resultado da integração depende somente dos pontos inicial e
final do caminho a ser percorrido. Realmente, no caso de percurso fechado teremos:
= 0
y . m
Lembrando que a integral È representa o trabalho por unidade de carga. No exemplo
. m
·
acima, quando uma carga q’ foi deslocada de tal forma que ela voltou ao seu ponto inicial,
notamos que o trabalho efetuado é nulo. Neste caso, podemos dizer que estamos na presença
de um campo conservativo, significando que não houve perdas no caso de q’ voltar a sua
posição original.
Suponhamos que no domínio de estudo não existe variação temporal das grandezas. Neste caso,
podemos definir um potencial escalar V do qual deriva o campo elétrico conservativo tal que:
−
V
0 4
} 0 é 4©Ë4 @n:.
Carga Pontual:
Para os problemas de carga pontual definimos que o potencial no infinito é zero e o potencial
em qualquer ponto devido a uma carga Q localizada na origem se expressa como:
´
}=
Distribuição Discreta:
Ì
Ã
} = À
Ã
ÃÄ
Distribuição Contínua:
m m
m} = → } =
Superfícies Equipotenciais
Uma superfície ou linha equipotencial se define como o lugar geométrico dos pontos em que a
magnitude da quantidade física representada permanece constante.
Nos mapas de temperaturas, as linhas ou superfícies que unem os pontos de mesma temperatura
chamam-se isotermas, enquanto na eletrostática, as linhas ou superfícies que unem os pontos
com o mesmo potencial elétrico denominamos linhas ou superfícies equipotenciais (Figura 3.5).
Os campos elétricos estudados até esse momento foram considerados no vácuo. Portanto, não
levamos em conta os aspectos eletromagnéticos dos materiais dos corpos. Os campos elétricos
podem existir em meios materiais, de modo que os materiais podem ser classificados de acordo
com suas propriedades elétricas.
Condutores
Outra característica estabelecida para condições estáticas nas quais nenhuma corrente deve
fluir, segue a partir da lei de Ohm: a intensidade de campo elétrico dentro do condutor é igual
a zero, pois se um campo elétrico estivesse presente, os elétrons de condução se deslocariam e
produziriam uma corrente.
Resumindo: para um condutor isolado nenhuma carga e nenhum campo elétrico podem existir
em qualquer ponto dentro do material condutor. Entretanto a carga pode aparecer na superfície
como uma densidade superficial de carga.
Em geral os condutores são sistemas neutros (mesmo número de cargas positivas e negativas).
Definimos equilíbrio eletrostático como a situação em que todas as cargas livres estão em
repouso.
- A tensão entre dois pontos quaisquer no condutor, incluindo os pontos em sua superfície, é
zero. Isto significa que um condutor é um corpo equipotencial, ou seja, o potencial é o mesmo
em todo o condutor e na sua superfície.
Nas seções anteriores introduzimos a eletrostática como o estudo da interação entre cargas em
repouso. Não obstante, a eletrostática pode ser aplicada a situações em que o fluxo de cargas
permanece invariável no tempo (Corrente contínua). O estudo das cargas em movimento será
iniciado nesta seção. As cargas em movimento dão origem a uma corrente elétrica, da mesma
maneira que moléculas de água em movimento dão origem a uma corrente de água.
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 55
56
Para sustentar uma corrente, precisamos de uma fonte de energia pois uma corrente é um
movimento permanente de elétrons. Nesta situação, Figura 3.7, não há equilíbrio eletrostático,
já que o condutor não está isolado, mas ligado a uma fonte de potencial V. O movimento de
elétrons é impedido pela resistência do circuito e existe a dissipação de energia sob a forma de
calor (efeito Joule).
Corrente Elétrica
Se uma carga líquida dq passa através de qualquer superfície num intervalo de tempo dt,
dizemos que foi estabelecida uma corrente elétrica, cuja intensidade é definida por:
m
Í= ©Ëè4
m
Para a corrente, em um fio, dq é a carga que passa através de uma seção transversal em um
tempo dt.
Se uma bateria é usada para estabelecer uma corrente elétrica em um condutor de resistência R,
há uma continua transformação da energia química na bateria para energia cinética dos elétrons,
isto é, para a energia interna do condutor, o que resulta num aumento da temperatura do
condutor. Como o condutor está normalmente em contato com o ar, logo, como sua temperatura
aumenta, a energia interna é transferida para o ar na forma de calor. O processo pelo qual a
potência é perdida como energia interna em um condutor de resistência R é frequentemente
chamado de aquecimento Joule ou efeito Joule.
Exemplo:
Para transportar uma carga dq através de uma diferença de potencial V (por exemplo, de um
ao outro eletrodo da bateria), é preciso fornecer-lhe energia (dq)V. Logo, para manter uma
corrente i=dq/dt durante um tempo dt através de V, é preciso fornecer uma energia:
mÏ = (Ðm )}
O que corresponde a uma potência (energia por unidade de tempo):
mÏ
= = }Í
m
Em termos da Resistência R do condutor fica:
}7
= }Í = 2Í = 7
2
Imaginemos um fio condutor retilíneo e de seção S percorrido de forma uniforme por uma
corrente I, no sentido indicado pela Figura 3.8.
Í
=
º
em (A/m2). Podemos definir um vetor ¢ como possuindo um módulo igual a J e de direção e
.
sentido de ¯
.
∇ . →
. = 0
que é a equação da continuidade elétrica. Ela significa que a corrente de condução I, que é o
fluxo do vetor ¢ é conservativa. Assim, a corrente que entra em um volume é igual a corrente
que sai deste volume.
A equação ¢ = ¸W
Os meios condutores são caracterizados por sua condutividade σ. Esta última expressa a
capacidade do meio de conduzir mais ou menos corrente elétrica. A relação
=
Temos que:
Í
=
º
}
=
sendo V a tensão entre os limites desta parcela de condutor. Substituindo estas duas igualdades
na equação ¢ = ¸W
, temos:
Í } 1
= → } Í → 2
º º º
Note que esta relação só é valida para condutores homogêneos e isotrópicos de seção reta
uniforme e sujeitos a um campo elétrico também uniforme.
Åѹ (Ωm)
Ò
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 59
60
Resistência e Temperatura:
2 = 2¥ 1 + Ó (Ô − Ô¥ )
Semicondutores
Semicondutores são substâncias cuja resistividade elétrica, ao contrário do que acontece nos
condutores normais, diminui com a temperatura. Assim são condutores nas temperaturas usuais
e isolantes nas baixas temperaturas.
Capacitores
São dispositivos responsáveis por armazenar energia elétrica num circuito. São muito usados:
em circuitos eletrônicos para armazenar energia e para corrigir o Fator de Potência em
instalações elétricas industriais.
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 60
61
Capacitância:
Considere duas placas condutoras paralelas de seção S e separadas por uma distância d. Entre
essas duas placas temos um dielétrico de permissividade ε. Suponhamos que estas duas placas
estão ligadas exteriormente a uma fonte tensão V, conforme apresentado na Figura 3.10.
Aparecerá em uma das placas condutoras um acúmulo de cargas +Q, enquanto na outra teremos
a carga -Q correspondente. Este fenômeno é devido a estrutura do dispositivo e à presença da
fonte de tensão V. Caso dobremos a tensão desta fonte, as cargas dobrarão também. Há portanto,
uma proporcionalidade entre cargas e tensão que se mantém, à condição de não ultrapassarmos
a tensão critica que poderia provocar a ruptura do isolante.
´ ´ ´7
= =
} } }7
Este coeficiente de proporcionalidade é chamado de capacitância e será designado por C. Temos
então:
´
= ¨((m
} }
Duas placas paralelas de mesma área são separadas por uma distância d como apresentado na
Figura 3.11. Uma placa tem uma carga +Q e a outra carga –Q. A carga por unidade de área em
cada placa é ¸Z /⁄Z. Se as placas estão muito próxima uma da outra, comparada com sua
altura, podemos desprezar o espraiamento nos limites geométricos. E supor que o campo
elétrico é uniforme entre as placas e zero em qualquer outro lugar. O campo elétrico entre as
placas é obtido da Lei de Gauss:
´
¼ ´ →
. m
z ¥ º
´m ¥ º ´
} →
¥ º m }
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 62
63
¥ º
= H
m
A Tabela abaixo apresenta a permissividade relativa de alguns materiais utilizados em
capacitores.
Dielétrico εr
Vácuo 1
Ar 1.0059
Óleo de Transformador 2.24
Poliestireno 2.55
Baquelite 4.9
Papel Encerado 5
Vidro Pirex 5.6
Mica 6.5
Porcelana 7
Cerâmica 100
Água 80
Um capacitor carregado possui acumulada uma certa energia potencial elétrica U, que é igual
ao trabalho W dispendido para carrega-lo. Esta energia também pode ser recuperada,
permitindo-se a descarga do capacitor.
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 63
64
Suponha que q é a carga de um capacitor num dado instante de tempo t. Nesse instante, a
diferença de potencial entre as placas do capacitor é V=q/C. Sabemos que o trabalho necessário
para transferir uma pequena quantidade de carga dq de uma placa para outra é:
mÏ = }m = m
O trabalho total necessário para carregar o capacitor de q=0 até uma carga final q=Q é:
0
´7
mÏ = m =
¥ 2
O trabalho para carregar o capacitor aparece como uma energia potencial elétrica armazenada
no capacitor. Portanto, a energia potencial armazenada em um capacitor carregado é dada por:
´7
lÕ =
2
1
lÕ = } 7
2
Para um capacitor de placas paralelas, isto leva a:
1 ¥ º 7 1 } 7 1
lÕ = } = ¥ ºm { | = ¥ 7 ºm
2 m 2 m 2
Nesta expressão, Sd é o volume do espaço entre as placas do capacitor, no qual o campo elétrico
fica confinado (desprezando o espraiamento). Logo, podemos pensar na energia como estando
armazenada no campo, no espaço entre as placas, como uma densidade de energia dada por:
lÕ 1
lÕ = = ¥ 7
»:n©4 2
Apesar desta equação ter sido obtida para o capacitor de placas paralelas ela é valida para
qualquer caso onde temos uma fonte de campo elétrico, isto é, a densidade de energia em
lÕ = È 7
m» (J)
7 ¥
Dielétrico
A razão para o aumento da capacitância é que o campo elétrico entre as placas diminui na
presença do dielétrico. Mas por que razão o campo elétrico diminui? Vamos considerar que o
material dielétrico, composto por moléculas polares, é colocado entre as placas do capacitor.
Os dipolos formados pelas moléculas polares do dielétrico são orientados de uma forma
aleatória, na ausência de um campo elétrico, como mostrado na Figura 3.12a. Quando um
< devido às cargas nas placas do capacitor é aplicado, um torque é
campo elétrico externo W
exercido sobre os dipolos, causando um alinhamento parcial entre eles e o campo, conforme
apresentado na Figura 3.12b. O material dielétrico está então polarizado. O grau de alinhamento
das moléculas com o campo elétrico depende da temperatura e da magnitude do campo. Em
geral, o alinhamento aumenta com a diminuição da temperatura e com o aumento do campo
elétrico. O campo elétrico devido às placas do capacitor polariza o dielétrico, o que produz a
formação de uma densidade superficial de carga ¸Ö\o em cada face do dielétrico, com sinais
correspondentes à polarização produzida pelo campo externo (Figura 3.12c). As cargas
superficiais induzidas no dielétrico podem ser representadas por duas placas paralelas, de forma
que um campo elétrico é induzido no interior do dielétrico, possuindo sentido oposto ao do
campo elétrico externo W< . Portanto, o campo elétrico resultante no interior do capacitor é dado
por:
Assim, podemos dizer que a polarização do dielétrico leva a uma redução do campo elétrico
que o atravessa. É por isso que a intensidade de um campo elétrico não depende exclusivamente
da carga fonte que cria o campo elétrico, mas também do meio através do qual ele irá se
propagar. Essa influência do meio é computada através de uma propriedade física denominada
permissividade elétrica do meio.
Quanto maior a permissividade elétrica de um meio, mais cargas de polarização surgem quando
Ö\o devido a essas cargas, menor é o campo
ele é polarizado, mais intenso é o campo elétrico W
< que resultará nesse meio.
elétrico W
O vácuo é um meio não material, portanto, não apresenta moléculas que possam ser polarizadas
sob ação de um campo externo. É por esse motivo que a permissividade elétrica do vácuo é a
menor de todas, afinal, qualquer outro meio tem mais matéria que o vácuo.
Rigidez Dielétrica:
}Ù
Ø=
m
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 66
67
K representa a tensão máxima de ruptura que um isolante pode suportar sem que haja ruptura
do mesmo.
Capacitor Esférico
A Figura 3.13 pode ser interpretada como uma vista de perfil de um capacitor formado por duas
cascas esféricas concêntricas de raios a e b. O campo entre as cascas será, por razões de simetria,
radial e de módulo:
1
=
4«¥ 7
Ú
1
} − }7 = } = − m
? 4«¥ 7
e
1 1
}7 − } { − |
4«¥ ( Û
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 67
68
E a capacitância é:
4«¥ (Û
= = =
} 1 1 (−Û
^ − `
4«¥ ( Û
Observamos que a capacitância é diretamente proporcional a ε0 e depende da geometria do
sistema.
Capacitor Cilíndrico
A Figura 3.13 também pode ser considerada como a vista de perfil de um capacitor cilíndrico
de comprimento h formado por dois cilindros coaxiais de raios a e b. Estamos considerando
que h>>b de modo que o espraiamento pode ser desprezado. As duas placas contêm cargas de
valor absoluto q. O módulo do campo é dado por:
1
=
2«¥ ℎ
E a diferença de potencial é dada por:
Ú
m (
} − }7 = } = − = @
? 2«¥ ℎ 2«¥ ℎ Û
E a capacitância é:
2«¥ ℎ
= = (
} @
Û
Observamos, também, que a capacitância é diretamente proporcional a ε0 e depende da
geometria.
Associação de Capacitores
´ÑÝ = ´ = ´7 = ⋯ = ´Ì
}ÑÝ = } + }7 + } + ⋯ + }Ì
1 1 1 1 1
⋯
Õ0 7 Ì
´ÑÝ ´ ´7 ⋯ ´Ì
}ÑÝ } }7 } ⋯ }Ì
ÑÝ 7 ⋯ Ì
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 69
70
O campo elétrico na passagem de um meio para outro pode sofrer variação de direção. Este
efeito chamado de “refração’, é semelhante ao que ocorre com raios luminosos na passagem
por meios de índice de refração diferentes.
Suponhamos, conforme Figura 3.16, a existência de dois meios com permissividade elétrica
diferentes: ε1 no meio 1 e ε2 no meio 2. Faremos a suposição que na fronteira não existem cargas
estáticas acumuladas. Neste caso, tem-se:
= 7
2 – A componente normal da indução elétrica se conserva.
Ì = 7 7Ì
Através da observação da Figura 3.5, têm-se:
7
ß ; 4 ß ;7
Ì 7Ì
7Ì
ß ; 7Ì ß ;
7 →
ß ;7 Ì Ì ß ;7 7
Notamos que quanto maior a variação da permissividade, maior será a variação angular entre
os campos. Como exemplo, podemos observar, na Figura 3.17, a variação angular que sofre o
campo elétrico em uma estrutura onde temos meios com diferentes permissividades.
Suponhamos que no domínio de estudo não há variação temporal de grandezas (W à).
Neste caso, temos:
.
→
. →
.
}
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 71
72
} }
+ = −
h h i i
Está é a equação de Poisson que define a distribuição do potencial V no domínio dielétrico onde
temos um campo eletroestático. Para resolver está equação devemos conhecer as condições de
contorno, ou seja, os potenciais impostos na fronteira do domínio, a geometria dos meios
dielétricos existentes, bem como suas permissividades e as cargas estáticas.
No caso onde não há cargas estáticas (ρV=0) e que só exista um meio dielétrico no domínio de
estudo, a equação torna-se:
7} 7}
+ =0
h 7 i 7
Que é uma equação de Laplace. É importante ressaltar que a solução analítica desta equação,
para a maior parte dos problemas reais é muito difícil, optando-se, portanto, pela utilização de
métodos numéricos.
1 } 1 7} 7}
∇ }=
7
{ | + 7 7 + 7
∅ j
1 } 1 } 1 7}
∇ } = 7 { 7 | + 7
7
{4@; |
4@; ; ; 7 4@7 ; ∅7
Tópicos Importantes
3. A lei de Coulomb é representada por uma expressão explícita para o campo elétrico
devido a uma distribuição de carga especificada.
4. A lei de Gauss diz que o campo elétrico resultante que atravessa uma superfície fechada
é igual a carga líquida envolvida pela superfície.
em um ponto está relacionado com o potencial elétrico V no ponto
5. O campo elétrico W
por:
= −∇
V
1
lÕ = ¥ 7
2
Exercícios
Lei de Coulomb
Exercício 1
Exercício 2
Densidade de Carga
Exercício 1
≤x≥
a) Sobre uma linha. Dados: 0≤ ≥5m e λl=12x2 x 10-9 C/m;
b) Sobre um cilindro, com ρ=9m, 0≤
≤φ≥2π
π, 0≤ ≥4m, se σs=z2 x 10-9 C/m2;
≤z≥
O<
≤θ≥π, 0≤
c) Dentro de uma esfera, com 0≤ ≤φ≥2π
π, 0≤ ≥4m, se [ = $Z"\TC/m3.
≤r≥
Exercício 2
Exercício 3
Exercício 4
Campo Elétrico
Exercício 1
Duas cargas pontuais de 5nC e -2nC estão localizadas em (2,0,4) e (-3,0,5) respectivamente.
Exercício 2
Exercício 3
Uma carga Q1=4 x 10-9C está localizada no ponto P1(1,1,3)m. Uma outra carga Q2=2 x 10-9C
está localizada no Ponto P2(1,1,5)m. Calcular o valor da intensidade do campo elétrico no ponto
P3(4,-1,2).
Exercício 4
Exercício 5
Determinar o campo elétrico em P(1,1,1) causado por cargas idênticas de 3nC localizadas em
P1(1,1,0), P2((-1,1,0), P3(-1,-1,0) e P4(1,-1,0), conforme apresentado na figura.
Exercício 6
Encontre o campo elétrico a uma distância z do fim de um segmento de linha L que contém
uma linha de carga uniforme λ.
Exercício 7
Lei de Gauss
Exercício 1
= >( + !)
] + (M − >!)
!
Determine ρv.
Exercício 2
Encontrar . ]
na origem se:
Exercício 3
Uma esfera metálica de 10cm de raio adquire uma carga de 5nC. Encontre, utilizando a Lei de
Gauss, a intensidade do campo elétrico em:
Exercício 4
Um condutor linear indefinido tem uma densidade linear de carga de 3nC/m. Encontre,
utilizando a Lei de Gauss, a intensidade do campo elétrico no vácuo a uma distância de 20cm
do condutor.
Exercício 5
a) A indução elétrica ]
;
b) A densidade volumétrica ρ.
Exercício 6
Considere um cilindro longo de raio R com uma distribuição de carga uniforme ρ. Encontre o
campo elétrico a uma distância r do eixo, onde r<R.
Exercício 7
K
= M
Um campo elétrico não uniforme dado por W +4
! atravessa o cubo gaussiano
mostrado na figura (x em metros). Qual o fluxo elétrico através da face direita, da face esquerda
e da face superior?
Exercício 8
Calcule o campo elétrico a uma distância r de um fio infinito. Considere que as cargas se
distribuem uniformemente na superfície do condutor.
Trabalho e Potencial
Exercício 1
á
Dado o campo Elétrico W = M>
+2z
! +2y
# , determine o trabalho realizado para se
â
Exercício 2
Libera-se um próton num campo elétrico uniforme de 8 x 104V/m ao longo do eixo x positivo.
O próton se desloca 0.5m na direção do campo elétrico. Determine a variação do potencial entre
A e B.
Exercício 3
Exercício 4
Um campo elétrico de módulo 325V/m possui uma direção y negativa como apresentado na
Figura. As coordenadas do ponto A são: (-0.2,-0.3)m e para o ponto B são (0.4,0.5)m. Calcule
a diferença de potencial VB-VA utilizando o caminho azul.
Exercício 5
Exercício 6
Uma linha de carga com ρL=400pC/m encontra-se ao longo do eixo x e tem-se um superfície
de potencial zero no ponto (0,5,12)m em coordenadas cartesianas. Encontre o potencial para
(2,3,-4)m.
Dado:
[ã
W
>fä< $
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 80
81
Exercício 7
Um fino anel circular de raio R possui uma carga elétrica Q distribuída uniformemente.
Determine o potencial em um ponto P sobre o eixo do anel a uma distância x do seu centro.
Comprimento do anel (L).
Exercício 8
Exercício 9
µC localizadas nos
Determine o potencial elétrico para a origem devido a quatro cargas de 20µ
corners de um quadrado centrado sobre a origem no plano x-y.
Exercício 10
Uma haste fina não condutora de comprimento L possui uma carga positive de densidade
uniforme é . Determine o potencial elétrico no ponto P, a uma distância perpendicular d da
extremidade esquerda da haste.
Exercício 11
µC e 5µ
Duas cargas pontuais -4µ µC estão localizadas em (2,-1,3) e em (0,4,-2), respectivamente.
Determine o potencial em (1,0,1), considerando potencial zero no infinito.
Exercício 12
M
Dado o potencial = M!> #> encontre o vetor posição de W.
Exercício 13
O<
em (2,π
Dado o potencial = − $> Z"\T XYZ∅ determine a densidade de Fluxo elétrico ] π/2,0).
Exercício 14
Suponha que o campo elétrico em uma determinada região do espaço pode ser dado por: W
M êë! !
O # . Encontre o trabalho realizado para mover uma carga de 2µ
>#> µC
da origem ao ponto de coordenadas (2,2,2).
Exercício 15
Dado
Encontre W
na origem:
Condutores
Exercício 1
Exercício 2
Dois fios, um de alumínio e outro de cobre, foram encontrados possuindo a mesma resistência.
Se ambos fios têm o mesmo comprimento, determine a razão entre os seus raios.
Exercício 3
A barra apresentada na Figura é feita de dois materiais. Ambos materiais têm seção transversal
quadrada de lado 3mm. O primeiro material tem uma resistividade de 4 x 10-3Ωm com um
comprimento de 25cm e o segundo possui uma resistividade de 6 x 10-3Ωm com um
comprimento de 40cm. Determine a resistência da barra.
Exercício 4
Um segmento de fio de Nicrocromo está inicialmente 200C. Calcule a que temperatura o fio
deve ser aquecido para dobrar sua resistência.
Exercício 5
Exercício 6
Um fio de cobre de 2mm de diâmetro com uma condutividade de 5,8 x 107 S/m, está sujeito a
um campo elétrico de 20 (mV/m). Determine:
a) A densidade de corrente.
b) A corrente que percorre o fio.
Exercício 7
Um fio de cobre de 50m de comprimento tem uma seção reta circular de raio r=2cm. Sendo a
condutividade do cobre 5,8 x 107 S/m, determine:
a) A resistência do fio.
b) A potência dissipada pelo fio se a tensão ao longo do seu comprimento for de 1,5mV.
Exercício 8
Exercício 9
Em um condutor cilíndrico de raio 2mm, a densidade de corrente varia com a distância do eixo
# > . Determine a corrente.
de acordo com a equação ¢ = O<M "S<<[ ì
Capacitores
Exercício 1
Calcular a capacitância de um capacitor de placas paralelas, em pico farads, que tem mica como
dielétrico, uma área de placa de 6.45x10-3 m2 e distância entre elas de 2.45 x 10-4 m.
Exercício 2
Suponha que necessitamos de um capacitor que seja capaz de armazenar 0.126mJ de energia.
Tem-se uma bateria de 12V e duas placas com área de 1 x 102m2. Qual deve ser distância entre
as placas.
Exercício 3
Encontre a capacitância de um capacitor de placas paralelas que usa baquelite como dielétrico.
Se cada uma das placas tem uma área de 5cm2 e uma distância de 2mm entre elas.
Exercício 4
Exercício 5
Exercício 6
µF e C2=5µ
Dois capacitores C1=25µ µF são conectados em paralelo e alimentados por uma fonte
de 100V.
Exercício 7
µF, 10µ
Três capacitores de 8µ µF e 14µ
µF se conectam aos terminais de uma bateria de 12V.
Quanta energia deve fornecer a bateria se eles se conectam em:
a) Série;
b) Paralelo
Exercício 8
Exercício 9
Exercício 10
Remove-se de um capacitor metade da carga elétrica sem alterar a capacitância. Que fração da
energia eletrostática é removida com a carga?
Exercício 11
Laplace e Poisson
Exercício 1
Considere dois condutores paralelos como apresentado na figura, onde temos V=0V para z=0
e V=100V para z=d. Considerando a região entre as placas livres de carga e o domínio de estudo
por Laplace.
sem espraiamento do campo. Determine W
Exercício 2
Exercício 3
..
Magnetostática
Equações de Maxwell
Este capítulo que trata da magnetotástica se assemelha ao capítulo anterior sobre eletrostática.
Cargas estacionárias produzem campos elétricos estáticos, e correntes continuas (que não
variam no tempo) produzem campos magnéticos. Para (£⁄£¤ = <), os campos magnéticos em
um meio com permeabilidade magnética µ são regidos pelas equações:
∇ × =
∇ . = 0
∇ × = 0
= e
Nosso objetivo nesse capítulo é desenvolver uma compreensão das relações entre as correntes
constantes e os campos ¡
e
para os diversos tipos de distribuições de correntes e de meios.
A Experiência de Orsted
Em 1819, o físico dinamarquês Hans Christian Orsted (1777-1851), procurando ver se uma
corrente elétrica atuaria sobre um imã, colocou uma bússola perpendicular a um fio retilíneo
por onde passava uma corrente e não observou nenhum efeito. Entretanto, descobriu que,
quando a bússola era colocada paralelamente ao fio, a agulha da bússola sofria uma deflexão,
orientando-se perpendicularmente ao fio.
Dessa forma, uma corrente produz um campo magnético e, para um fio retilíneo que transporta
corrente, as linhas de força magnética são círculos em planos perpendiculares ao fio (Figura
A direção do vetor campo magnético em qualquer localização é a direção apontada pelo pólo
norte de uma agulha de uma bússola nesta localização. A figura 5.2 mostra como o campo
magnético de uma barra imantada pode ser traçado com a ajuda de uma bússola, definindo
linhas de campo magnético, de forma similar às linhas do campo elétrico.
A equação
= ð¡
Sendo
um vetor, é concebível que calculemos o seu fluxo através de uma superfície S
∅ . m
z
(T – Tesla)
4 7 7
Os fluxos φ1 e φ2 serão:
∅ º º 4 ∅7 7º 7 º
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 92
93
Obtemos:
∅
= =
∅7 7 7
Notamos então que quanto maior a permeabilidade do meio, maior sua indução e maior o fluxo
é chamado indução pois expressa a
que poderá passar em sua seção S. Em outras palavras,
capacidade de induzir fluxo em um dado meio. A permeabilidade do ar é:
4@i
¥ = 4« × 10ñ
©4 :
A equação ¡
¢ - Lei de Ampère
. m
= . m
z z
y = . m
. m
(z) z
onde L(S) é a linha que limita a superfície S. O lado direito da equação representa o fluxo do
vetor ¢ através de S, o que é a corrente de condução ò atravessando essa seção, obtemos então:
y = Í
. m
(z)
A Lei de Ampère é valida para correntes constantes. Além disso, embora ela seja válida para
todas as configurações de corrente, ela apenas torna-se útil para calcular campos magnéticos de
configurações altamente simétricas.
A equação
. = <
Esta equação tem sentido análogo a . ¢ = <, com a diferença que neste caso, fluxo magnético
é conservativo.
A equação × W
= <
× W
Esta equação é um caso particular da equação ⁄£¤ e nos indica que não há
= − £
A Lei de Biot-Savart
A partir das suas investigações no início do século XIX sobre a força entre um condutor com
corrente e um imã, os físicos franceses Jean Baptiste Biot (1774-1862) e Félix Savart (1791-
1841) chegaram a uma expressão para o campo magnético em um ponto do espaço em termos
da corrente que produz o campo. Neste sentido, o campo magnético é produzido por um
elemento infinitesimal de corrente que é parte de uma distribuição de corrente maior.
no ponto
Para apresentar esta lei, observamos a Figura 5.5, onde desejamos calcular o campo ¡
P criado pela corrente I passando por um condutor de forma qualquer. Esta lei é apresentada
sob forma diferencial na equação:
m
= Í
m
4«
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 94
95
O fio é dividido em pequenos segmentos aos quais podemos associar o vetor
o, cujo sentido é
o da corrente I. Devemos então definir o vetor $ =P-M . O somatório dos
como sendo $ o¡ nos
criado pelo condutor percorrido por I, no ponto P.
fornecerá o campo ¡
m
m Í 4@;
4« 7
Podemos aplicar a lei de Biot-Savart, sob forma analítica, em um número limitado de estruturas.
Assim como para o campo elétrico, o campo magnético também sofre uma variação angular ao
passar de um meio 1 para um meio 2 que possuem as permeabilidades µ1 e µ2 conforme
apresentado na Figura 5.5. Assumindo-se que não existam correntes na fronteira entre os meios,
tem-se:
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 95
96
= 7
Ì = 7 7Ì
Fazendo uma manipulação matemática, como no caso do campo elétrico, obtém-se:
ß ;
ß ;7 7
Observa-se que a variação, na passagem de um meio para outro, do campo magnético é muito
maior que a do campo elétrico. Na Figura 5.6 notamos as variações angular dos campos elétricos
(ε2/ε1=5) e campos magnéticos (µ2/µ1=1000).
Força Magnética
¨ = » ×
Sendo seu módulo dado por:
¨ = » 4@Ó
(Figura 6.1).
e
onde α é o ângulo entre
- A força elétrica age na carga ela estando em movimento ou não, enquanto a força magnética
age somente em cargas em movimento.
Força de Lorentz
e
Quando os campos W estão presentes em uma região ao mesmo tempo, a força sobre uma
carga é dada por:
¨ = + » ×
Esta força é chamada de Força de Lorentz.
m¨ = m» ×
o
=
Fazendo , com dl um deslocamento elementar, tem-se:
o¤
m m
m¨ = m × =
m ×
m m
Mas dq/dt=I (corrente), portanto:
×
m¨ = Ím
Está equação é chamada de formula de Laplace. A direção da força sobre um segmento
, é
elementar, de um condutor percorrido por uma corrente I, sob ação de uma indução
determinada pela regra da mão esquerda (Figura 6.2).
¨ = ×
m¨ = Ím
·
¨ = Ím () Í () Í
·
¨ Í 4@Ó
e o condutor na direção de I (Figura 6.3). A direção pode ser
Onde α é o ângulo entre
encontrada através da regra da mão esquerda. Se α=900, nos temos:
¨ Í
Se dois condutores percorridos por correntes forem colocados na vizinhança um do outro, cada
um exerce uma força magnética no outro. Vamos considerar dois fios retilíneos e bastante
longos (digamos infinitamente longos) no espaço livre, separados por uma distância d e sendo
percorrido pelas correntes I1 e I2 no mesmo sentido, conforme apresentado na Figura 6.4. A
corrente I1 está localizada em y=-d/2 e I2, em y=d/2, ambas apontando na direção z.
Identificamos como
O o campo magnético devido a corrente I1, definido na posição do fio
> o campo devido a I2 na
percorrido pela corrente I2, e, reciprocamente, identificamos
localização do fio percorrido por I1.
Considerando que
O para o fio infinito é dado por:
¥ Í
= ()
2«m *
A força a> exercida sobre um comprimento l do fio I2 devido a presença do campo
O pode ser
obtida através de:
¥ Í Í7
¨7 = Í7 (). × = − ()
2«m ,
E a força correspondente por unidade de comprimento é:
¨7 ¥ Í Í7
¨7p = =− ()
2«m ,
Uma análise similar realizada para a força por unidade de comprimento exercida sobre um fio
percorrido por uma corrente I1 resulta em:
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 100
101
¥ Í Í7
¨p = ()
2«m ,
Assim, F1’=F2’ significando que os dois fios se atraem com forças iguais. Se as correntes
estiverem em sentidos opostos, os fios se repelem com forças iguais.
As forças magnéticas sobre os lados 1 e 3 de comprimento b, são nulas pois este fios são paralelo
ao campo e, portanto,
o × = <. Para os lados 2 e 4 as forças não são nulas e a magnitude
destas forças é:
¨ = Í(
Se observarmos a espira pelo lado 3, como na Figura 6.5b, veremos as forças 2 e 4 direcionadas
como mostra a figura. Se a espira possui um eixo móvel perpendicular à página e passando pelo
ponto O, veremos que estas duas forças magnéticas produzem um torque em relação a esse eixo,
que gira a espira no sentido horário. A magnitude do Torque é:
Û Û Û Û
ó = ¨7 + ¨ô = (Í( ) + (Í( ) = Í(Û
2 2 2 2
Onde o braço do momento em relação a esse eixo é b/2 para cada força. Como a área da espira
é dada por A=ab, a magnitude do torque pode ser dada por:
ó = Í
Agora suponha que o campo magnético uniforme faz um ângulo θ com uma linha perpendicular
é perpendicular aos lados
ao plano da espira, como apresentado na Figura 6.5c. Neste caso,
2 e 4 e as forças magnéticas sobre os lados 1 e 3 se anulam e não produzem torque.
Û Û
ó = ¨7 4@; + ¨ô 4@;
2 2
Û Û
ó = (Í( ) 4@; + (Í( ) 4@; = Í 4@;
2 2
Onde A=ab é a área da espira. Uma expressão vetorial conveniente para o torque é:
ó = Í ×
Onde é um vetor perpendicular ao plano da figura e tem um módulo igual a área da espira.
ó = ×
Esta expressão é válida para uma espira com qualquer formato.
Materiais Magnéticos
Permeabilidade Relativa:
õ ÷
H = - ¥ = 4« 10ñ ^ `
õö ²
Consideremos o circuito magnético apresentado na Figura 5.7 com um meio onde µ possui um
valor muito alto. Inserimos neste circuito uma amostra de um meio magnético no qual
desejamos obter as características magnéticas. Veremos a seguir que:
wÍ ∅
= 4
º
Podemos medir a corrente I imposta na bobina e o fluxo que atravessa o meio. Partindo de um
valor baixo de I, notamos que o fluxo aumenta proporcionalmente com I. A partir de um certo
valor de I observamos que o φ não aumenta na mesma proporção que I (saturação). Como H e
B são diretamente proporcionais à I e φ obtemos a curva B(H) apresentada na Figura 5.7.
Considere o circuito apresentado na Figura 5.8 onde temos um fio infinito envolvido por um
meio ferromagnético. Suponhamos que este circuito tenha uma ruptura física; a zona relativa a
esta ruptura será chamada entreferro. Para o cálculo do campo magnético utilizamos a Lei de
Ampère.
y . m
= Í
(z)
Figura 5.8: Fio Infinito Envolvido por um Circuito Magnético com Entreferro.
+ y Ñ . m
y ø . m = Í
·ù ·ú
Assumindo que os campos sejam constantes nas suas respectivas regiões, obtemos:
ø ø + Ñ Ñ =Í (a)
Havendo duas incógnitas nesta equação, precisamos estabelecer uma outra equação, que é
obtida pela consideração segundo a qual o fluxo φf no ferro é igual ao fluxo φe no entreferro
∅ø = ∅Ñ → ø ø ºø Ñ Ñ ºÑ
õö
ø Ñ (b)
õù
Í
Ñ =
¥
+ Ñ
ø ø
Como µf>>µe, temos He=I/le. Se o circuito estiver muito saturado esta aproximação não vale.
Supondo que I=10A e que le=1mm (valor típico de entreferro em estruturas eletrotécnica)
obtemos He=10000A/m.
= wÍ
y Ñ . m
·ú
Suponhamos que nosso circuito magnético (Figura 5.9) seja constituído por um material
ferromagnético com alta permeabilidade. No entreferro do circuito é colocado um material
duro, mas que não tenha sido submetido a ação de qualquer campo magnético. Observemos que
H criado no entreferro, portanto no imã, é proporcional a I, pois H=NI/l e que B no imã é
proporcional ao fluxo mensurável φ, pois B=φ/S.
Este ciclo é chamado de histerese. A curva possui uma área relativamente grande para materiais
duros (imãs permanentes), enquanto materiais moles, como a chapas de ferro silício, têm ciclos
de pequena área. Um imã é definido por sua curva no segundo quadrante (Trecho M2 – M3).
Domínios de Weiss
Elétrico Magnético
Resistência - R Relutância - ℜ
aJJ
Lei de Ohm - 1 = = Lei de Ohm - ℜ = =
ò ¸Z ∅ ðZ
A fonte de FMM em circuitos magnéticos é usualmente uma bobina percorrida por uma
corrente, como apresentado na Figura 5.11. Definimos também a relutância ℜ (em ampère –
esp/Weber) como:
Ñ
ℜ= { |
º ÏÛ
Onde l e S são, respectivamente, o comprimento médio e a área da seção reta do núcleo
magnético.
O espraiamento do fluxo deve-se as linhas de fluxo que aparecem ao longo dos lados e das
partes magnéticas separadas pelo ar, provocando um aumento da área percorrida pelas linhas
de fluxo, conforme apresentado na Figura 5.12a.
Dessa maneira, se tivermos uma seção retangular, a área do núcleo (Sn), será dada por:
ºÌ = ( × Û
Sendo a área do entreferro (Se) dada por:
ºÑ = (( + Ñ ) × (Û + Ñ )
Onde le é o comprimento do entreferro. Para uma seção circular tem-se:
ºÌ = « 7 4 ºÑ « Ñ
Leis de Kirchoff:
As leis de Kirchoff de corrente e de tensão podem ser aplicadas aos nós e às malhas de um
determinado circuito magnético da mesma forma como em um circuito elétrico. As regras de
soma de tensões e de combinação de resistências em série e em paralelo também são validas
para FMM’s e relutâncias. Portanto, para n elementos de um circuito magnético em série:
∅ ∅7 ∅ ⋯ ∅Ì
∅ = ∅ + ∅7 + ⋯ ∅Ì
Equação de Laplace
Suponhamos que em certos domínios bidimensionais não haja corrente (¢ <). Temos então
as equações de Maxwell abaixo:
0
. = 0
,
Neste caso podemos definir um potencial escalar magnético V do qual deriva o campo ¡
através da expressão:
= −∇
}
. = ∇
∇ . = ∇
. −∇
} = 0
ou
7} 7}
+ =0
h 7 i 7
Que é uma equação de Laplace. É importante ressaltar que a solução analítica desta equação,
para a maior parte dos problemas reais é muito difícil, optando-se, portanto, pela utilização de
métodos numéricos.
1 } 1 7} 7}
∇ }=
7
{ | + 7 7 + 7
∅ j
1 } 1 } 1 7}
∇ }= 7
7
{7 | + 7 {4@; |
4@; ; ; 7 4@7 ; ∅7
Tópicos Importantes
1. A intensidade do campo magnético induzido por uma corrente é definido pela lei de
Biot-Savart.
ao longo do percurso fechado é igual
2. A lei de Ampère diz que a integral de linha de ¡
a corrente resultante que atravessa a superfície limitada pelo percurso.
3. Os materiais são classificados como diamagnéticos, paramagnéticos ou
ferromagnéticos, dependendo da estrutura cristalina e do comportamento que
apresentam sob a influência de um campo magnético externo.
4. Os materiais diamagnéticos ou paramagnéticos apresentam um comportamento linear
e ¡
entre , sendo ð ≅ ð< .
5. Os materiais ferromagnéticos apresentam um comportamento de histerese não linear
e ¡
entre .
6. A força magnética que atua sobre uma partícula carregada q movendo-se com uma
é:
em uma região com uma densidade de fluxo magnético
velocidade
¨ »
7. A força eletromagnética total, conhecida como força Lorentz que atua em uma carga em
movimento nas presenças dos campos elétrico e magnético é:
¨ »
8. As forças magnéticas que atuam em loops de corrente podem gerar torques magnéticos.
Exercícios
Exercício 1
Utilize a Lei de Ampère para encontrar o campo magnético em um fio infinito percorrido por
uma corrente I. Considere a seção circular apresentada abaixo.
Exercício 2
Determine o campo magnético para o ponto P localizado a uma distância x do corner de um fio
infinitamente longo dobrado em um ângulo reto, como apresentado na Figura.
Exercício 3
Encontre o fluxo magnético que cruza a porção do plano φ=π/4 definido por 0.01 < ρ < 0.05m
# .
e 0 < z < 2m (Figura) criado por fio de corrente de 2.5A ao longo do eixo z na direção
Dado:
ò
¡= " oZ o[o#
>f[
Exercício 4
O<S O [ f
¡
∅ →
{ > Z"\[ − XYZ[|
[ >[
Exercício 5
Em coordenadas cilíndricas,
>
(T). Determinar o fluxo magnético através de uma
[ φ
≤ ρ ≤2,5m e 0≤
superfície plana definida por: 0,5≤ ≤ z ≤2m.
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 114
115
Exercício 6
Exercício 7
Considere uma espira circular de fio de raio R localizada no plano yz e conduzindo uma corrente
constante I. Calcule a indução magnética em um ponto axial P a uma distância x do centro da
espira.
Exercício 8
Calcule o campo H criado por um fio infinito percorrido por uma corrente I, em um ponto P
distante do mesmo. Calcule em função de φ e R.
Forças
Exercício 1
Ache a força sobre uma partícula de carga 1 x10-19C se ela entra num campo = Pìü com
sejam perpendiculares.
"
uma velocidade de inicial de 83,5km/s. Suponha que
Exercício 2
Exercício 3
−
# /√>.
Exercício 4
O>
Um próton (1,6 x10-19C) move-se com uma velocidade ¯ − S
! # ì/Z em uma
região com ! − M
> # ü. Qual o módulo da força magnética agindo sobre a carga?
Exercício 5
O, S
Um elétron (-1,6 x10-19C) é projetado em um campo magnético uniforme com −
! ü. Encontre a expressão vetorial para a força no elétron quando sua velocidade é
>, O
! ì/Z.
M, O<P
Exercício 6
é uniforme
Um fio de 2,8m de comprimento carrega uma corrente de 5A em uma região onde
e tem um módulo de 0,39T. Calcule o módulo da força magnética no fio se o ângulo entre
e
a corrente é de: (a) 600, (b) 900 e (c) 1200.
Exercício 7
Uma bobina retangular de dimensão 5,4cm x 8,5cm contém 250 espiras e conduz uma corrente
de 15mA. Uma indução de 0,35T é aplicada paralela ao plano da bobina. Calcule o módulo do
torque agindo na bobina. Calcule o módulo do torque na bobina quando o campo faz um ângulo
de (a) 600 e (b) 00 com µ.
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 117
118
Exercício 8
Calcule o torque em uma bobina circular de 100 espiras com 3cm de raio, centrada no plano
z=0, com I=5A no sentido anti-horário se
= >
.
Exercício 9
Exercício 10
Encontre o Torque sobre o eixo z quando a bobina está na posição apresentada e conduz uma
corrente de 5A.
Exercício 11
Uma bobina circular tem diâmetro de 20cm e contém 1000 espiras. A corrente em cada espira
é 3A e a bobina é colocada em um campo com B=2T. Determine o máximo e o mínimo torque
exercido na bobina pelo campo.
Exercício 12
Uma corrente contínua de 10A flui por uma espira triangular no plano xy, como apresentado na
Figura abaixo. Suponha que temos uma densidade de fluxo magnético
= <. P
! ü na região.
Determine as forças atuando sobre a espira. Dimensões em (cm).
Circuitos Magnéticos
Exercício 1
Uma bobina contém 1000 espiras enroladas em um núcleo toroidal com R=6cm e r=1cm.
Exercício 2
Seja um núcleo de ferro com µr=2000 e com a=1cm, b=8cm, c=2cm, d=6cm, N=1000e
conforme apresentado na Figura. Qual o circuito Elétrico associado? Qual a corrente requerida
para estabelecer o fluxo de 0.2mWb no núcleo de Fe?
Exercício 3
O núcleo toroidal da Figura tem ρ0=10cm e uma seção reta circular com raio a=1cm. Se o
µ=1000µ
núcleo é feito de aço (µ µ0) e tem uma bobina com 200e, calcule a intensidade de corrente
que irá gerar uma densidade de fluxo de 0.5mWb/m2 no núcleo.
Exercício 4
No circuito magnético da Figura, calcule a corrente na bobina que irá gerar uma indução
magnética de 1.5 Wb/m2 no entreferro de ar, assumindo que µ=50µ
µ0, e que todos os trechos do
núcleo tenham a mesma área de seção reta de 10cm2.
Exercício 5
Calcular: (a) as relutâncias do circuito magnético apresentado na figura. (b) o fluxo e a indução
magnética. Considere que o ferro tem permeabilidade relativa igual a 10000, que o entreferro é
de 1mm e que a bobina de 400e é percorrida por uma corrente de 1A.
Exercício 6
ferro igual a 800Ae/m. Calcule a corrente que deve percorer as bobinas para obter uma indução
de 1,2T no entreferro.
Quase-Estática
Equações de Maxwell
∇ × =
∇ . = 0
∇ × = −
=
=
A equação
∇
× = −
cria um
Particulariza o domínio da quase-estática. Ela indica que a variação temporal de
campo elétrico W.
Devido ao termo no lado direito desta equação, os campos elétricos e magnéticos variáveis no
tempo são acoplados em conjunto e não podem ser analisados em separado, ao contrário dos
campos elétricos e magnéticos invariantes no tempo, que são totalmente independentes uns dos
outros. Por outro lado, como veremos no capítulo sobre ondas, as equações de Maxwell para
campo eletromagnético de variação rápida no tempo diferem das equações correspondentes
para o campo de variação lenta no tempo somente na Lei de Ampère generalizada. Ou seja, o
£]
termo existe no lado direito da equação. Expressando o fato que de que um campo elétrico
£¤
Lei de Faraday
é constante em
Considere um núcleo cilíndrico de material ferromagnético de tal modo que
sua seção S, mas variável no tempo (Figura 7.1).
Integrando a equação
∇ × = −
Temos:
∇ × . m
= −
. m
z z
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 125
126
y = ∇
. m
× . m
(z) z
y = −
. m
. m
(z) z
l=y
. m
(z)
m m
. m → = → −
. m
z m z m
m m∅
− = −
. m =l
m z m
A equação é conhecida como a Lei de Faraday.
Se tivermos N condutores:
m∅
−w =l
m
O sinal negativo que aparece nesta expressão pode ser mais facilmente assimilado na equação
original de Maxwell. Com o auxilio do esquema da Figura 6.1b, notamos que se a espira estiver
em curto-circuito, por ela circulará uma corrente que terá a propriedade de criar um campo
£
magnético no interior do núcleo. Este campo terá o sentido oposto a variação £¤
. Portanto, no
caso da Figura 6.1b, o campo criado penetrará no plano da figura, tentando minimizar o
, que se efetua no sentido que sai do plano da figura.
aumento de
Lei de Lenz
O sentido em que E
se estabelece foi determinado por Lenz, e a regra que o define é chamada
de Lei de Lenz, cuja essência é resumida na seguinte frase: “O sentido da corrente induzida é
tal que o fluxo produzido por esta corrente tende a se opor à variação do fluxo que a originou”.
Esta lei vale apenas para correntes induzidas que aparecem em circuitos fechados. Se o circuito
for aberto, podemos usualmente pensar em termos do que poderia acontecer se ele fosse fechado
e desta forma encontrar a polaridade da fem induzida.
A força eletromotriz induzida tem o mesmo sentido que a corrente induzida. Considere um imã
se aproximando de uma espira como mostrado na Figura 7.2. Se o imã estiver inicialmente
distante, o fluxo magnético que atravessa a espira é zero. Quando o polo norte do imã se
apontando para baixo, o fluxo através da espira aumenta. Para se
aproxima da espira com
Ö\o apontando para cima
opor a esse aumento de fluxo a corrente induzida I deve criar um
(Figura 7.2a). De acordo com a regra da mão direita, o sentido da corrente deve ser anti-horário.
As Figuras 7.2c e 7.2d mostram as situações em que o polo sul do imã se aproxima e se afasta
da espira, respectivamente.
Correntes Induzidas
Quando as correntes induzidas são nefastas ao bom funcionamento do dispositivo elas são
chamadas de correntes de Foucault, às quais serão associadas às perdas por correntes de
Foucault que aquecem a estrutura por efeito Joule. É importante notar que ambas, fisicamente,
constituem o mesmo fenômeno.
¨ = » ×
} = y» × . m
A
+ -
B
Galvanômetro
O Transformador Ideal
m∅
} = −w
m
e, de forma similar, no lado secundário,
m∅
}7 = −w7
m
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 130
131
} w
= (()
}7 w7
Em um transformador ideal sem perdas, toda a potência instantânea fornecida pela fonte
conectada à bobina do primário é entregue à carga no lado do secundário. Assim, nenhuma
potência é perdida no núcleo, e
= 7 ↔ = } Í ↔ 7 = }7 Í7
e
Í w7
= (Û)
Í7 w
A tensão e a corrente no circuito secundário estão relacionadas por V2=I2RL. Para o circuito de
entrada, o transformador pode ser representado por uma resistência de entrada equivalente Rent,
conforme apresentado na Figura 7.5, definida como:
}
2ÑÌ =
Í
Com o uso das equações (a) e (b), temos:
}7 w 7 w 7
2ÑÌ = { | = { | 2
Í7 w7 w7
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 131
132
w 7
ܼÑÌ = { | ܼ
w7
Consideremos o esquema apresentado na Figura 7.6, constituída por dois circuitos elétricos C1
e C2, colocados eventualmente em presença de materiais ferromagnéticos. Não consideraremos
perdas de qualquer ordem no circuito ferromagnético. No circuito C1 a uma corrente I1, que
será variável no tempo, porém com uma frequência suficientemente baixa para que possamos
desprezar perdas decorrentes desta variação de I1 (as perdas em questão serão examinadas
posteriormente).
A corrente I1 em C1 criará um fluxo magnético. Uma parte deste será enlaçada pelo
circuito C2. Este fluxo, chamado φ12 será o fluxo criado por C1 em C2. Admitindo que o campo
magnético não sofra o efeito da saturação, se, por exemplo, dobrarmos a corrente I1, φ12 será
também duplicado. Suponha que o circuito C2 possua N2 espiras, definamos então o “enlace de
fluxo” como sendo o produto do número de vezes que o circuito C2 enlaçará o fluxo φ12 pelo
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 132
133
próprio φ12, ou seja N2φ12. Sem a saturação existe então um fator de proporcionalidade k entre
o enlace de fluxo e a corrente I1, tal que k=N2φ12/I1. Este fator será chamado “Indutância Mútua
entre C1 e C2 e será designado por M12, tal que:
∅7
q7 = w7
Í
Notamos também que o circuito C1, possuindo N1 espiras, produz um fluxo na sua própria
região de existência φ11 e podemos então definir a “indutância própria” ou simplesmente
indutância de C1 como sendo:
∅
= ܮw
Í
Quando a saturação dos materiais magnéticos, a proporcionalidade entre φ12 e I1 ou φ11 e I1
deixará de existir, porém as definições de indutâncias acima continuarão idênticas. Com esta
perda de proporcionalidade, as indutâncias M12 e L1 variarão com o valor de I1 e serão portanto
funções de I1.
Para transportar uma carga dq através de uma diferença de potencial V é preciso fornecer uma
energia dqV. Logo, para manter uma corrente I=dq/dt durante um tempo dt, é preciso fornecer
uma energia:
mÏ = (Ím )}
O que corresponde a uma potência (energia por unidade de tempo):
mÏ
= = Í}
m
Num circuito, a tensão, U, induzida por um campo magnético variável tende a se opor a variação
de fluxo:
m∅
− =l
m
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 133
134
Logo, a potência necessária para se manter a corrente I pode ser escrita como:
m∅ m(ܮÍ) mÍ
= −lÍ = Í= Í = ܮÍ
m m m
Ignorando a perda de energia por efeito Joule (resistência desprezível) a energia total que
precisa ser fornecida para fazer passar a corrente no circuito do valor I=0, para t=0, ao valor
final de I num tempo t, é:
mÍ 1
l8 = m = ܮÍ m = ܮÍmÍ = ܮÍ7
¥ ¥ m ¥ 2
Neste caso, UB representa a energia armazenada no circuito de indutância L que é atravessado
por uma corrente I.
Corrente de Deslocamento
∇
× = +
Se aplicarmos a integral de superfície aos dois lados da equação ao longo de uma superfície
aberta S qualquer com um contorno C, temos:
= . m
× . m
∇ +
. m
z z
= ÍÙ +
y . m
. m
± z
O segundo termo do lado direito da equação tem que ter a mesma unidade (ampères) que a
corrente Ic, e por ser proporcional a derivada no tempo da densidade de fluxo elétrico ]
é
denominado de corrente de deslocamento Id.
∇ . = 0
∇
. ∇ × = 0
Unidade: Wb/m.
Campo Elétrico
A qual diz que o campo elétrico W é conservativo. De acordo, com as regras de cálculo de
vetores, se o campo é conservativo, ele pode ser expresso como o gradiente de um escalar.
Portanto, em eletrostática definimos W como:
= −∇
V
∇ × = −
=
E devido a relação ×
, temos:
∇ ×
∇
× = −
A qual pode ser escrita como:
∇
× + =0
Podemos colocar que
+ }
= −∇
pois o rotacional de um gradiente é nulo. Desta maneira podemos escrever que:
= − −∇
߮
= −∇
V
Tópicos Importantes
1. A lei de Faraday diz que uma tensão é induzida nos terminais de uma espira se o fluxo
magnético enlaçado na superfície varia com o tempo.
1 7
l8 = ܮÍ
2
Exercícios
Lei de Faraday
Exercício 1
Calcule a tensão induzida na área de 0,65m2, no plano z=0, apresentada na figura, encerrada por
um fio condutor. Dado;
<. <P
=
! +
XYZO<M ¤ # (ü)
√>
Exercício 2
A espira condutora circular, apresentada na figura abaixo, está no plano z=0 e tem um raio de
Ω. Dado:
0,1m e uma resistência de 5Ω
= <, ><ZÖ\O<M ¤
# (ü)
Determine a corrente:
Exercício 3
Ω e 4Ω
Determine as tensões V1 e V2 nos resistores de 2Ω Ω mostrados na figura. O loop está
= <, M¤
localizado no plano xy, tem área de 4m2, apresenta uma densidade de fluxo # (T) e
a resistência interna do fio pode ser ignorada.
Exercício 4
Considere que uma espira quadrada com centro na origem e tendo 20cm de lados paralelos aos
= < > XYZO<M ¤
eixos x e y. Se # e B0=100T encontre a corrente no circuito. Dado
Ω.
R=1000Ω
Exercício 5
Dado
= (M! − #)
+ >#
! (Wb/m) em uma certa região do espaço livre (µ
µ=µ
µ0). Encontre
para P(2,-1,3).
Indutância
Exercício 1
Um solenoide de comprimento 10cm e raio 1cm tem 450 espiras. Calcule sua indutância.
Exercício 2
O núcleo de um toroide tem 12cm2 de área de seção reta e é feito de um material com µr=200.
Se o raio médio do toroide é 50 cm, calcule o número de espiras necessário para obter uma
indutância de 2.5H.
Exercício 3
Uma bobina de comprimento 0.5m tem 500 espiras e conduz uma corrente I sendo sua área de
3 x 10-3m2. Uma segunda bobina está colocada em volta da primeira bobina. Determine a
µr=200 e N2=8).
indutância mútua do sistema (µ
Exercício 4
Sejam duas bobinas com N1=500 espiras, I1=2A, r1=1cm, l1=10cm e N2=150 espiras, I2=1A,
r2=0,5cm e l2=8cm. Considerando φ21 que atravessa as espiras da bobina 2 é 15% do fluxo
total no centro da bobina 1, calcule a indutância mútua.
Introdução
Portanto, quando um campo elétrico ou magnético está variando com o tempo, ocorre uma
indução do outro campo na região do espaço adjacente ao campo que está variando. Somos
levados a considerar a possibilidade da ocorrência de uma perturbação eletromagnética
constituída por campos elétricos e magnéticos variando com o tempo e que pode se propagar
de uma região do espaço para outra, mesmo quando não existe matéria entre essas regiões. Tal
perturbação caso exista, deve apresentar as características de uma onda, e chamá-la de onda
eletromagnética é bastante apropriado.
As ondas de rádio e de televisão, a luz, os raios X e muitas outras radiações são exemplos de
ondas eletromagnéticas.
Equações de Maxwell
A dimensão da razão entre essas duas grandezas era igual à dimensão de velocidade, e as
medidas mostraram que essa razão possuía um valor numérico precisamente igual ao valor da
velocidade da luz 3 x 108 m/s. Naquela época, os físicos observaram que isso era uma
extraordinária coincidência e não tinham como explicá-la.
Pesquisando esse resultado, Maxwell provou, em 1865, que uma perturbação eletromagnética
poderia se propagar no espaço vazio com uma velocidade igual à velocidade da luz e que a luz
era, provavelmente, uma onda eletromagnética. Ao mesmo tempo, ele descobriu, como visto
anteriormente, que os princípios básicos do eletromagnetismo podem ser descritos em quatro
equações.
Equações de Maxwell
-
k × = +
k . = 0
k × = −
k .
= µ
Relações constitutivas:
=
=
£]
O termo representa a corrente de deslocamento.
£¤
estático,
De acordo com essas equações, uma carga puntiforme em repouso produz um campo W
; uma carga que se move com velocidade constante produz tanto
mas não gera nenhum campo
quanto o campo
o campo W . As equações de Maxwell também podem ser usadas para mostrar
que, para uma carga puntiforme produzir ondas eletromagnéticas, e necessário que a carga
esteja acelerada. De fato, é um resultado geral da teoria eletromagnética que toda a carga
acelerada irradia ondas eletromagnéticas.
O escopo do nosso estudo se refere somente a uma introdução a ondas eletromagnéticas e não
como elas são produzidas. Para um estudo mais aprofundado, sugerimos aos interessados
cursarem a disciplina optativa Ondas e Antenas.
quanto
- A onda é transversal; tanto W são perpendiculares a direção de propagação da onda.
Os campos elétricos e magnéticos também são mutuamente perpendiculares.
- As ondas são irradiadas a partir de uma fonte, sem a necessidade de um meio físico para sua
propagação.
Vamos agora determinar as expressões matemáticas que mostram a propagação de uma onda
eletromagnética pela indução recíproca de campos elétricos e magnéticos. Para simplificar o
problema, vamos considerar a onda se propagando no vácuo, onde não existe cargas ou
correntes:
µ = 0 ↔ = 0
k × = ¥ → (1)
k . = 0
k × = −¥
k . = 0
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 145
146
7
k × k × = −¥ ¥ 7 → (2)
Identidade Vetorial
× ∇
∇ × A
= ∇ ∙ A
∇ ∙ −∇
7 A
7
7
k − ¥ ¥ 7 = 0
Analogamente para o campo elétrico:
7
7
k − ¥ ¥ 7 = 0
Velocidade de Propagação
No vácuo
1
n=9= = 3 × 10଼ ©/
ඥ¥ ¥
1 7
7
k − 7 7 = 0 → (3)
n
1 7
k 7 − = 0 → (4)
n7 7
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 146
147
quanto
Em uma onda eletromagnética senoidal tanto W em qualquer ponto do espaço são
funções senoidais do tempo e, em qualquer instante, a variação espacial dos campos também é
senoidal. Algumas ondas eletromagnéticas senoidais são ondas planas; elas possuem a
propriedade de, que em cada instante, os campos são uniformes sobre qualquer plano
perpendicular à direção de propagação. O conjunto todo se desloca na direção e no sentido de
propagação da onda com velocidade u. As direções de W e
são perpendiculares à direção de
propagação da onda (e são mutuamente perpendiculares), de modo que a onda é transversal. As
ondas eletromagnéticas produzidas por uma carga puntiforme oscilando são um exemplo de
ondas senoidais que não são ondas planas. Porém, se restringimos nossa observação a uma
região relativamente pequena e para pontos muito afastados da fonte, até essas ondas podem
ser consideradas aproximadamente ondas planas (Figura 8.2).
As soluções mais simples para as ondas das equações (3) e (4) são aquelas para as quais as
amplitude dos Campos de W (#, ¤) e ¡! (#, ¤) variam com z e t de acordo com as expressões
(Figura 8.3):
Onde:
w – frequência angular;
Cabe salientar que uma onda é uma função do tempo e do espaço, não tem inicio e nem fim.
Equações:
Velocidade de Propagação
n= → n = ݂λ
λ
Ô
Frequência angular
Ï = 2«݂
Constante de Fase
Æ 2«
β= =
n λ
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150
= ெ 9:(Æ − ߚj)(),
ou
ெ
= 9:(Æ − ߚj)(),
@¥
onde:
ெ ¥
@¥ = =ඨ = 377Ω − Í©Ë4mâ@9Ð( m: »á9n:
ெ ¥
Estamos perante a um campo elétrico que só tem variação ao longo dessa direção, quando isso
acontece dizemos que temos uma onda diretamente polarizada na direção do eixo x.
= * (j, )(),
O Vetor de Poyting
º = ×
Energia
Ondas eletromagnéticas transportam energia de uma região do espaço para outra. Esta energia
é associada com os campos elétricos e magnéticos em movimento. Assim a energia total
armazenada por unidade de volume em uma região do espaço onde temos uma onda
eletromagnética é dada por:
1 1 7
Ï = ÏÕ + Ï8 = ¥ + → ( )
2 2 ¥ ©
mas
¥
=ඨ
¥
ÏÕ = Ï8 → Ï = ÏÕ + Ï8 = ¥ 7 = ¥ 7
Exercícios
Ondas Eletromagnéticas
Exercício 1
Implemente um Script no SCILAB para construir o gráfico apresentado abaixo para t=0; t=T/4,
t=T/3 e t=T/2.
Utilize: x=linspace(0,4*%pi,1000);
Exercício 2
Dado:
Implemente um Script no SCILAB para construir o gráfico apresentado na figura abaixo. Por
motivos gráficos considere n0=0,707Ω. Utilize: x=0 e t=linspace(0,2*%pi,100);
Exercício 8
Resultados
−0,17()* − 0,7(), + 0,7().
1
() = 2()* + 2(), − ().
3
Exercício 10
d) θ=99,950
a) 5,95()* + 11,9(), + 23,8().
b) 0,22()* + 0,44(), + 0,87(). Exercício 12
Exercício 4
0,89; 5,76; 1,33
()* − 2().
√5 Transformação de Coordenadas
Exercício 5
Exercício 1
. = 0
a) √5, 63,4¥ , 0 - √5, 90¥ , 63,4¥
b) (0, 0¥ , 3) - (3, 0¥ , 0¥ )
Exercício 6
b) 12/5 Exercício 2
a) 21π/2 Exercício 13
2h 3i
݂ =
b) 125π/3
−
Exercício 4 ඥh 7 + i 7 ඥh 7 + i 7
2i 3h
a3 ݂7 = +
ඥh 7 + i 7 ඥh 7 + i 7
πR2H
Exercício 14
Exercício 6
π
4/3πR3
Exercício 15
Exercício 7
4«
(2 − 27 )
5π/2 3
Exercício 8
Cálculo Vetorial
2
20,9cm
Exercício 1
Exercício 9
a) 24 . 9:ℎi9:2h()* +
8π/3
4 . 4@ℎi4@2h(), −
4 . 9:ℎi4@2h().
Exercício 10
a) −4()B
Exercício 3
b) 4().
a) 16
Exercício 11 b) -16
a) 0
Exercício 12
b) 2xyz+x
a) 12,76()B + 0()∅ + 6(). c) 2x+z
4πr2L a) 0,5 µC
b) 121 nC
Exercício 8
c) 1579,1 C
a) 3+cosφ
Exercício 2
b) 2πR2L
c) 3πR2L 72 C
Exercício 9 Exercício 3
Exercício 10 2,62 mC
Exercício 12 Exercício 2
Exercício 14 Exercício 3
1 λ j
{−1 + 7 | ()
Densidade de Carga 4«߳¥ j (j + 7 )/7 *
+{ 7 | ()
Exercício 1 (j + 7 )/7 .
Exercício 7
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158
Exercício 5
Teorema de Gauss
-24 µJ
Exercício 1
Exercício 6
0
6,88V
Exercício 2
Exercício 7
´
a) 4495 N/C
√h 7 + 2 7
b) 0
c) 1123,75 N/c
Exercício 8
Exercício 3
72V
269,3 N/C
Exercício 9
Exercício 4
508,5V
a) hi()* + h (),
7
b) ¥ i
Exercício 10
V=k å ln((L+(l2+d2)1/2)/d)
Exercício 5
E=
Exercício 11
2¥ -5,872 kV
Exercício 6 Exercício 12
9
− 6hij
(36; – 12; 16) Nm3/C ൗ ൗ
−3i 7 j 7(
)* 7(
), − hi 7 j/7 ().
2
Trabalho e Potencial
Exercício 13
18,8nJ Exercício 14
Exercício 2 -64/3 µJ
-4 x 104 V Exercício 15
Exercício 3 0
Exercício 4 50.04lnr+345.75
Exercício 17 7,46mA
´
}= Capacitores
√h 7 + 27
Exercício 18 Exercício 1
Exercício 2
Condutores
10,8 pF
Exercício 1
Exercício 3
1,56R
40 µJ
Exercício 2
Exercício 4
1,25
a) 5,96 µF
Exercício 3 b) 63,2 µC, 26,3 µC, 26,3 µC
378 Ω Exercício 5
Exercício 4 a) 0,15 J
2520 0C b) 268 V
Exercício 5
Exercício 6
a) èH Ç H Ç
್ ೌ 2«¥ ܮ
Û
b) 37,4 MΩ ln(()
Exercício 6 Exercício 7
a) 1,16 x 106 A/m2 6,4mJ, 2,4mJ, 0,8mJ
b) 3,64 A
Exercício 8
Exercício 7
75%
a) 6,84 x 10 Ω -4
Exercício 9
b) 3,3 mW
1 1 1
= +
Exercício 8 ÑÝ 7
16A
Exercício 1 Forças
100
= − ()
m .
Exercício 1
4,2 x 10-17 N
Exercício 2
0 Exercício 2
Exercício 3 −2(). N
Exercício 3
a) V=lnρ+345,5
b) =
¥
()B
Bx=Bz=2,82µT
B
Exercício 4
Fluxo, Lei de Ampére e Biot-savart
75,94 x 10-19N
Exercício 5
Exercício 1
8,29 x 10-14(). N
I/2πR
Exercício 6
Exercício 2
a) 4,73 N
I/4πx
b) 5,46 N
Exercício 3 c) 4,73 N
Exercício 4 6 x 10-3 Nm
Exercício 5 b) 0
6,44Wb Exercício 8
Exercício 6 2,38(), Nm
0, I/2πa Exercício 9
µ0IR2/2(x2+R2)3/2 Exercício 10
Exercício 12 13,3sen103t mA
Indutância
Exercício 1
a) 190,98 A Exercício 1
b) 95,49 mA 799 µH
Exercício 2 Exercício 2
99,4 A 5103 e
Exercício 3 Exercício 3
1,25mA 6,03 mH
Exercício 4 Exercício 4
44,16 A 4,44µH
Exercício 5
Exercício 6
10A
Lei de Faraday
Exercício 1
23sen103t V
Exercício 2
-0,4cos103t A
Exercício 3
Referências