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Engenharia Elétrica

Notas de Aula
Eletromagnetismo para Engenharia

Texto Complementar as Aulas da Disciplina de Eletromagnetismo do Curso de Eng. Elétrica.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 1


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Sumário

INTRODUÇÃO 3

ÁLGEBRA VETORIAL 6

CÁLCULO VETORIAL 25

ELETROSTÁTICA 41

MAGNETOSTÁTICA 91

QUASE-ESTÁTICA 126

NOÇÕES DE ONDAS ELETROMAGNÉTICAS 144

RESULTADOS 157

REFERÊNCIAS 162

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3

Introdução

 O Eletromagnetismo

Decorreram vários séculos, desde a descoberta da eletricidade e do magnetismo (conjunto de


fenômenos associados aos campos magnéticos), durante os quais se pensava que a eletricidade
e o magnetismo tinham origens diferentes, até que, no decorrer do ano de 1820, o físico
dinamarquês Hans Christian Oersted descobriu que uma corrente elétrica fazia mover uma
agulha magnética colocada nas proximidades, como se a própria corrente elétrica se comporta-
se como um imã. A agulha ficava orientada perpendicularmente ao fio portador da corrente.
Estava descoberto o Eletromagnetismo.

Hans Christian Oersted

Pouco depois da descoberta de Oersted, está foi confirmada por Andre Marie Ampère, quando
este verificou que uma bobina de fio percorrida por uma corrente elétrica comportava-se como
um imã, ao atrair pequenos pedaços de ferro e, por isso, batizou a bobina com o nome de
eletroímã. Ampére descobriu ainda que duas correntes de mesmo sentido se atraem e que duas
correntes de sentidos opostos de repelem.

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4

Andre Marie Ampère

Estas descobertas chegaram ao conhecimento de Michael Faraday, filho do ferreiro James


Faraday. Embora com uma formação escolar rudimentar, Michael Faraday, que durante a sua
adolescência exercia o ofício de encadernador assalariado, era um autodidata com
conhecimentos apreciáveis de eletricidade e de magnetismo obtidos com a leitura dos livros
que encadernava. O conhecimento das descobertas de Oersted e Ampère levaram Faraday à
realização de numerosas experiências, de onde resultaram as leis fundamentais do
eletromagnetismo, às quais, em 1831, Faraday, então com 40 anos e membro da Royal
Institution, expressou-se da seguinte forma: Sempre que uma força magnética aumenta ou
diminui, produz eletricidade, quanto mais rápido se dá este aumento ou diminuição, mais
eletricidade se produz.

Michael Faraday

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5

Em 1832 o físico escocês James Clerk Maxwell reduziu, na sua célebre obra Tratado da
Eletricidade e Magnetismo, a descoberta de Faraday à seguinte forma matemática.

 
∇ ×  = −

Para exemplificar que a “quantidade de eletricidade” produzida pelo magnetismo era igual a
taxa de variação da força causadora. A esta equação matemática Maxwell acrescentou as três
seguintes:



 ×  =  +


 .  = 0

 . 
∇  = 

Estas equações constituem hoje o que se desguina por equações de Maxwell. Elas são afinal o
elo final que unifica a eletricidade e o magnetismo em uma única entidade: o Eletromagnetismo.

James Clerk Maxwell

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Álgebra Vetorial

 Escalares e Vetores

O termo escalar se refere a uma grandeza cujo valor pode ser representado por um único número
real (positivo ou negativo). Exemplo de grandezas escalares: temperatura, tempo, massa,
densidade, volume, tensão, etc. Uma grandeza vetorial tem magnitude, direção e sentido no
espaço. Exemplo de grandezas vetoriais: força, velocidade, aceleração, etc.

Um campo também pode ser definido como escalar ou vetorial. Um exemplo de campo escalar
é a temperatura em uma tigela de sopa, por outro lado, temos que o campo gravitacional e
magnético são exemplos de campo vetorial.

Notação:

- Escalar: A ou A (Itálico ou Normal);

- Vetor:  (Com seta).

 Leis Básicas

A adição vetorial obedece à propriedade comutativa, ou seja, 


 + 
 = 
 + 
 (Figura 1.1). A
 + 
adição também obedece à propriedade associativa, ou seja,   = 
 +   +  .
 + 

Figura 1.1: Regra do Paralelogramo.


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7

A regra para subtração de vetores decorre facilmente da regra para adição, pois sempre podemos
 − 
expressar   como 
 + −
; o sinal, ou sentido, do segundo vetor é invertido, e este vetor

é somado ao primeiro pela regra de adição vetorial.

Vetores podem ser multiplicados por escalares. O módulo do vetor se modifica, mas sua direção
e sentido não, quando o escalar é positivo, embora ele inverta de sentido quando multiplicado
por um escalar negativo. A multiplicação de um vetor por um escalar também obedece às
propriedades associativa e distributiva da álgebra:

 +  +  =  +  +  +  =  +   +  +  

Observação: Neste curso não será feita distinção entre magnitude, módulo, intensidade e valor
absoluto de um vetor. A magnitude de um vetor sempre terá um valor positivo.

 Representação de um Vetor

 , 
Um vetor pode ser escrito em função de vetores unitários fundamentais  ! " 
#
representativos dos eixos cartesianos x, y e z (Figura 1.2)

Figura 1.2: Vetores Unitários Fundamentais.

% da origem apontando para o ponto P(1,2,3), é dado, em função dos vetores
Um vetor $
unitários fundamentais, por:

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& = 1()* + 2(), + 3().

/ apontando da origem ao ponto Q(2,-2,1) é dado por:


E um segundo vetor $

0 = 2()* − 2(), + 1().

Um vetor 1
%/ de origem no ponto P(1,2,3) e apontando para o ponto Q(2,-2,1) seria:

2&0 = 0 − & = ()* − 4(), − 2().


Os vetores são apresentados na Figura 1.3.

Figura 1.3: Vetores & , 0 4 2&0 .

Portanto, qualquer vetor 


 pode ser escrito como 
 =  
 + ! 
! + # 
# . E o módulo de

, escrito como 5
5, ou simplesmente B, é dado por:

5 5 = 6 7
* + 7
, + 7
.

Cada um dos três sistemas de coordenadas, a serem discutidos, tem seus três vetores unitários
fundamentais e mutuamente independentes que são usados para representar qualquer vetor com
suas componentes vetoriais. Contudo, os vetores unitários não são limitados a esta aplicação,

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Então o vetor unitário de 


 é:
todo vetor tem seu vetor unitário que é facilmente encontrado dividindo o vetor por seu módulo.

 
()8 = =
5 5
6 7
* + 7
, + 7
.

 Introdução aos Campos

Um campo (escalar ou vetorial) pode ser definido matematicamente como função de um vetor
que liga uma origem arbitrária a um ponto genérico no espaço. Note que o conceito de campo
invariavelmente está relacionado a uma região.

Em geral para o campo vetorial, o módulo e a direção da função irão variar à medida que nos
movermos através da região, e o valor da função vetorial deve ser determinado utilizando-se os
valores das coordenadas do ponto em questão. Se considerarmos apenas o sistema de
coordenadas cartesianas, devemos esperar que o vetor seja função das variáveis x, y e z.

Pode-se citar como exemplo de campo escalar o campo da temperatura de um líquido no interior
de um prato de sopa em função do vetor posição, ou ainda, o campo potencial elétrico de uma
carga pontual. Por outro lado, são exemplos de campo vetorial a velocidade da corrente de água
de um rio em função do vetor posição, o campo magnético de um fio condutor conduzindo
corrente contínua, o campo elétrico de uma esfera carregada, etc.

 O Produto Escalar

 e 
O produto escalar entre dois vetores   é definido como:

.  = 555 5 9:;

Onde θ é o menor ângulo entre  e 


.

Propriedades do Produto Escalar

. 
a)   = 
. 
 (Propriedade Comutativa)

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b) . 
 = < → 
⊥


. 
 = 5
5 = >
>
c) 

Componente Escalar

 na direção do vetor 


A projeção escalar do vetor   é (Figura 1.4):

Figura 1.4: Componente Escalar.

? = . ()
 é o vetor unitário.
Onde 

Componente Vetorial

A projeção vetorial do vetor 


 na direção do vetor 
 é (Figura 1.5):

Figura 1.5: Componente Vetorial.

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? =  . ()()

O produto vetorial (Figura 1.6) entre dois vetores  e 


 é definido como:
 O Produto Vetorial

Figura 1.6: Componente Vetorial.

 ×  = 555 5 4@;


 e 
Onde θ é o menor ângulo entre  .

Propriedades do Produto Vetorial

 × 
a)   = −
 × 
 (propriedade não comutativa)
 × 
b)   = < → 
 ⁄⁄ 


c)  × 
 = <

()* (), ().


Para qualquer vetor:

 ×  = A* , . A
* , .
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 Sistemas de Coordenadas Cartesiana, Cilíndrica e Esférica

A Figura 1.7 apresenta a representação de um ponto nos três sistemas de coordenadas.

Figura 1.7: representação de um Ponto.

Representação dos vetores unitários nos três sistemas de coordenadas (Figura 1.8).

Figura 1.8: Vetores Unitários.

Na Figura 1.9 apresenta-se o quadro de transformações entre os três sistemas de Coordenadas.

Figura 1.9: Quadro de Transformação.

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 Transformação de Coordenadas - Vetores

Exemplo:

Dado o vetor cartesiano

 = * ()* + , (), + . ().


Para o qual cada componente é dada em função de x, y e z, encontrar o vetor em coordenadas
cilíndricas.

 = B ()B + ∅ ()∅ + . ().

No qual cada componente é função de ρ, φ e z.

Para encontrar qualquer componente de um vetor, recordando o que foi visto em produto
escalar, basta fazer o produto escalar entre o vetor é o vetor unitário na direção desejada.

B =  . ()B

∅ =  . ()∅

. =  . ().
Desenvolvendo-se as equações tem-se:

B = * ()* . ()B  + , (), . ()B  = * 4@∅ + , 4@∅

∅ = * ()* . ()∅  + , (), . ()∅ =− * 4@∅ + , 9:∅

. = .
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Para facilitar a transformação de vetores de um sistema de coordenadas para outro utilizamos


sistemas matriciais.

 – Coordenadas retangulares para cilíndricas.


Transformação de um vetor 

B 9:∅ 4@∅ 0 *
D∅ E = F−4@∅ 9:∅ 0G D, E
. 0 0 1 .

Transformação de um vetor 
 – Coordenadas cilíndricas para retangulares.

* 9:∅ −4@∅ 0 B

D , E = F4@∅ 9:∅ 0G D∅ E
. 0 0 1 .

 – Coordenadas retangulares para esféricas.


Transformação de um vetor 

H 4@; 9:∅ 4@; 4@∅ 9:; *


FI G = F 9:; 9:∅ 9:; 4@∅ −4@; G D, E
∅ −4@∅ 9:∅ 0 .

 – Coordenadas esféricas para retangulares.


Transformação de um vetor 

* 4@; 9:∅ 9:; 9:∅ −4@∅ H


D, E = F4@; 4@∅ 9:; 4@∅ 9:∅ G FI G
. 9:; −4@; 0 ∅
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 Elementos Diferenciais

Quando integramos ao longo de linhas, sobre superfícies ou através de volumes, os intervalos


das respectivas variáveis definem os limites de integração. Para avaliar estas integrais, temos
de definir adequadamente os elementos diferenciais de comprimento, superfície e volume no
sistema de coordenadas de interesse. A definição dos elementos diferenciais adequados de
comprimento (dl para integrais de linha) e área (ds para integrais de superfícies) podem ser
determinados diretamente da definição de diferencial de volume. Nas Figura 1.11, 1.12 e 1.13
apresentam-se os elementos diferenciais de linha, superfície e volume para os três sistemas de
coordenadas.

Figura 1.11: C. Cartesianas.

Figura 1.12: C. Cilíndricas.

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Figura 1.13: C. Esféricas.

A Figura 1.14 apresenta os elementos diferenciais de linha, superfície e volume para os três
sistemas de coordenadas.

Figura 1.14: Elementos diferenciais,

 Tópicos Importantes

1. A álgebra vetorial rege as leis da adição, subtração e multiplicação de vetores, sendo


que o cálculo vetorial, apresentado no próximo capitulo, compreende as leis da
diferenciação e da integração de vetores.

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2. Em um sistema de coordenadas ortogonais destro, os três vetores de base são


mutuamente perpendiculares uns aos outros em qualquer ponto do espaço e as relações
sequenciais regem os produtos vetoriais dos vetores de base que obedecem a regra da
mão direita.
3. O produto escalar de dois vetores produz um escalar, ao passo que o produto vetorial de
dois vetores produz um outro vetor.
4. Um vetor expresso em um dado sistema de coordenadas pode ser expresso em um outro
sistema de coordenadas por meio do uso de relações de transformação que relacionam
os dois sistemas de coordenadas.

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Exercícios

Álgebra Vetorial

Exercício 1

Especifique o vetor unitário, em coordenadas cartesianas, dirigido da origem ao ponto P(2,2,-


1).

Exercício 2

Dados os pontos M(-1,2,1), N(3,-3,0) e P(-2,-3,-4), determine:

a) 1
JK
JK + 1
b) 1 J% ;
c) |$
J |;
J% .
d) 
e) |>$ K |
% + M$

Exercício 3

Um campo vetorial N é expresso em coordenadas cartesianas como:

O>P
N =  + ! − >
Q − O ! + # + O
# R
 − O> + ! − >> + # + O>

a) Calcule N no ponto P(2,4,3);


b) Determine o vetor unitário que fornece a direção de N em P.

Exercício 4

 começa no ponto (1,-1,-2) e termina no ponto (2,-1,0). Determine um vetor unitário
O vetor 
na direção de .

Exercício 5

Dados os Vetores:


 = >
 − M
! +   = >
# −   − 
! + M  = S
# −   + >
! − >
#

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Mostre que  é perpendicular tanto a 


 quanto a 
.

Exercício 6

Em coordenadas cartesianas, os três vértices de um triângulo são P1(0,2,2), P2(2,-2,2) e P3(1,1,-


2). Determine a área do triângulo.

Exercício 7

Dados os vetores:


 = 
 + >
! − M  = M
# −   − S  = M
! −  ! − S
#

Determine:

;
a) A e 
 ao longo de ;
b) A componente de 
c) T ;
d)  ;
 × 

e) 
.  ;
 × 

f)  × 
 ;
 × 

.
 × 
g) 

Exercício 8

Dado:

 = > + M!


 − >! + M#
! + M − !
#

Determine um vetor unitário paralelo a  no ponto P(1,-1,2).

Exercício 9

Determine uma expressão para um vetor unitário direcionado para a origem e que inicia num
ponto arbitrário sobre a linha descrita por x=1 e z=2.

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Exercício 10

Determine um vetor unitário paralelo à direção da linha dada por: > − # = S.

Exercício 11

Considere um campo vetorial   − >, P


U = ! ! + M
# e o ponto Q(4,5,2). Deseja-se
encontrar:

a) O vetor 
U no ponto Q;
 no ponto Q na direção 
b) A componente escalar de U K = >
 + 
O
! − >
# ;
M

 no ponto Q na direção 
c) A componente vetorial de U K ;
$
d) O ângulo TU entre U V  e 
K .

Exercício 12

Dados os vetores  = >


 −  # e 
! + M  = M # determine um vetor  cujo módulo
 − >
 quanto a 
é 6 e cuja direção é perpendicular tanto a  .

Transformação de Coordenadas

Exercício 1

Converta as coordenadas dos seguintes pontos de coordenadas cartesianas para cilíndricas e


esféricas.

a) Ponto P1(1,2,0);
b) Ponto P2(0,0,3);
c) Ponto P3(1,1,2);
d) Ponto P4(-3,3,-3).

Exercício 2

Dado dois pontos, A(-3,2,1) e B(5, 200,-700), determine:

a) As coordenadas esféricas de A;
b) As coordenadas cartesianas de B;
c) A distância entre A e B.

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Exercício 3

Determine os volumes descritos de acordo com os seguintes dados:

a) 2 ≤ ρ ≤ 5; π/2 ≤ φ ≤ π; 0 ≤ z ≤ 2;
b) 0 ≤ r ≤ 5; 0 ≤ θ ≤ π/3; 0 ≤ φ ≤ 2π
π.

Exercício 4

Mostre que o volume de um cubo de aresta a é igual a3.

Exercício 5

Mostre que o volume de um cilindro de raio R e altura H é πR2H.

Exercício 6

Mostre que o volume de uma esfera de raio R é 4/3πR3.

Exercício 7

Determine a área de uma superfície cilíndrica descrita por: r=5, 300≤ φ ≤600 e 0≤
≤ z ≤3

Exercício 8

A seção esférica mostrada na figura é uma seção de uma esfera de raio 3 cm. Determine a área
desta seção.

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Exercício 9

Dado (ρ=2m, φ=200,z=3m) e (ρ=4m, φ=600, z=5m) determine o volume do sólido apresentado
na figura.

Exercício 10

Um campo vetorial é dado em coordenadas cilíndricas por:


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W
 = ρXYZφ 
[ − ρZ"\φ 
 ∅ + #> 
#

π,2) está localizado na superfície do cilindro descrito por ρ=4. Determine para o
O ponto P(4,π
ponto P:

perpendicular ao cilindro.
a) A componente vetorial de W
b) A componente vetorial de 
W perpendicular a superfície superiordo cilindro.

Exercício 11

Transforme para coordenadas esféricas:

a) 
 = !> 
 + #
! + S
# no ponto P1(1,-1,2);
 = > + !> + #> 
b)  ! − > + !> 
# no ponto P2(-1,0,2);
 = XYZ∅ 
c)  [ − Z"\∅ ∅ + XYZ∅ Z"\∅ 
# no ponto P3(2,π
π/4,2);

 = ^
d) ]  − ^
` ! + S
` # no ponto P4(1,-1,2).
!> >
> _!> > _!>

Exercício 12

Transforme para coordenadas cilíndricas:

 = O<
a) a  − b
! + c
# no ponto P(10,-8,6);

b) U
 = > + !
 − ! − S
! no ponto P(ρ
ρ,φ
φ,z).

Exercício 13

 = > 
Um vetor é dado em coordenadas cilíndricas como:  [ − M ∅ − 
# . Descreva este
vetor em coordenadas cartesianas.

Exercício 14

Encontre o comprimento da linha apresentada na figura. A linha c é um arco de um círculo com


raio ρ=2 e centro na origem.
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Exercício 15

Determine o volume da região definida por:


1O < $ < 1> , ∅e<, >fg" Te<, fg

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Cálculo Vetorial

 O Operador Nabla

O operador nabla é um vetor, que em coordenadas cartesianas possui os seguintes componentes:

  
∇= ()* + (), + ().
h i j

 , 
Onde  ! 4 
# são os vetores unitários ortogonais do sistema de coordenadas retangulares.
Nabla é um operador matemático ao qual isolado não podemos associar nenhum sentido
geométrico.

 O Gradiente

Considere uma função U(x,y,z), com derivadas parciais, dependendo de um ponto M de


coordenadas x, y e z (Figura 2.1). O Gradiente desta função é dado por:

l l l
k l = ()* + (), + ()
h i j .

Desejamos calcular a variação dU de U quando passamos do ponto M(x,y,z) a outro


infinitamente próximo M’(x+dx,y+dy,z+dz), através da expressão do diferencial total.

l l l
mn = mh + mi + mj
h i j

Definamos o vetor 


oJ = Jp − J que possuirá os componentes

 = mh, mi, mj


mq

dU pode ser escrito sob a forma

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l l l
ml = ()* + (), + () . mh()* + mi(), + mh().  = ∇ 
l . mq
h i j .
Quanto ao significado geométrico do gradiente, suponhamos que exista uma superfície de
pontos como M(x,y,z) tal que para todos estes pontos temos U=constante (Figura 2.1). Portanto
para o deslocamento de M a M’nesta superfície, teremos o acréscimo du=0. Então:

 = 0
∇l . mq

Figura 2.1: U=Constante.

 são ortogonais.


s e tu
Pela noção de produto escalar, nota-se que os vetores r

Suponhamos que o deslocamento de M à M’ seja agora na direção dos U crescentes (Figura


2.2).

Figura 2.2: U Crescentes.


Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 26
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Neste caso teremos du>0, ou seja:

 > 0
l . mq

s e 
Notamos que os vetores r oJ formam um ângulo agudo.

Podemos então concluir que r


s é um vetor perpendicular a uma superfície onde U é constante
s aponta para direção
e que ele aponta para direção dos U crescentes. Notamos também que r
s . 
da máxima variação de U, pois os = r oJ é o máximo quando 
oJ tiver a mesma direção
s.
de r

 O Divergente

Considere um vetor 
 de componentes Ax, Ay e Az que dependam de um ponto M(x,y,z). O

* , .


divergente deste vetor é dado por:

 .  =
∇ + +
h i j
Definição de Fluxo:

, bem como uma superfície


Consideremos que um ponto M em um campo de vetores 
elementar ds junto a esse ponto (Figura 2.3).

Figura 2.3: Fluxo do Vetor.

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Escolhemos um ponto N tal que o vetor   o vetor


JK seja perpendicular à ds. Chamaremos \
unitário normal, dado pela expressão:


qw
@) =
5
5qw

Definiremos então 


oZ como um vetor de módulo igual a ds e de mesma direção e sentido que
.
\


m = m@)
 através da superfície ds o produto escalar abaixo, sendo θ o
Chamaremos de fluxo do vetor 
ângulo entre 
 e \
.

 =  m 9:;
m∅ = . m
 e 
Evidentemente, o fluxo será máximo quando  oZ forem paralelos, ou seja, quando 
 incide
perpendicularmente à superfície ds.

 um vetor, ele possuirá três componentes que representarão as projeções da superfície
Sendo oZ
ds nos três planos do sistema 0xyz (Figura 2.4).

Figura 2.4: Componentes do Vetor.

 relativo a uma superfície elementar, seus componentes são:


Sendo oZ

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m* = mi mj ↔ m, = mj mh ↔ m. = mh mi

Tendo 
 os componentes (Ax, Ay e Az), obtemos:


m∅ = * mimj + , mhmj + . mhmi → ∅ = y  . m
z

 for definido. No caso de


Observemos que o fluxo só pode ser definido quando o sentido de \
 apontará sempre para o exterior do volume englobado por S.
uma superfície S fechada, \

 Teorema da Divergência

Examinemos o caso da superfície de um paralelepípedo infinitamente pequeno cujos lados são


dx, dy e dz, paralelos aos planos do sistema 0xyz.

Como mostrado na Figura 2.5, a área da face inferior PQRS vale dx dy e seu valor 
oZ .

Figura 2.5: Paralelepípedo Infinitamente Pequeno.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 29


30


m = 0,0, −mhmi

Observando a expressão o∅ =  o!o# + ! oo# + # oo!, o fluxo de  através desta face
vale:

−. mh mi

 aumentou de dAz. Assim Az na superfície


Sobre a face superior P’Q’R’S’ uma expressão análoga é aplicada. Porém a normal à esta
superfície é positiva e a componente Az do vetor 

.
superior vale:

. + m. = . + mj
j

.
O fluxo é então

{. + mj| mh mi
j
A soma destes dois fluxos vale:

.
m}
j

Sendo dV o volume do paralelepípedo.

Fazendo o raciocínio análogo para os outros 2 pares de lados, teremos:

* , .


m∅ = ~ + + 
h i j

* , .


Observemos que:

+ + . 
= ∇
h i j
A expressão de fluxo é então:

m∅ = ∇.  m}
 a integração sobre toda a superfície S(V) é:
Como o∅ = . oZ

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 = ∭ ∇
∅ = ∮z  . m .  m} – Teorema da Divergência


Esta igualdade entre integrais significa que o fluxo do vetor 


 através de uma superfície S(V) é

igual a integral tríplice do divergente de 


 estendida ao volume V envolvido pela superfície
S(V).

Fluxo Conservativo

Consideremos um tubo de fluxo, tal que o campo de vetores  definido no volume do mesmo
possui vetores que serão tangente às paredes laterais do tubo (Figura 2.6).

Figura 2.6: Tubo de Fluxo.

O , 
S1 e S2 são superfícies arbitrárias que seccionam o tubo de fluxo. Chamaremos  > 4 
M os

vetores 
 nas superfícies S1, S2 e S3, indicadas na Figura 2.6, sendo que esta última representa

a superfície lateral. Para facilitar a apresentação, suponhamos que O e \


 O . São vetores na
mesma direção, bem como 
> e \
 > . Podemos então calcular os diferentes fluxos.

ƒ = −ƒ mƒ


m∅ƒ = ƒ . m

7 = 7 m7
m∅7 = 7 . m

„ = 0
m∅„ = „ . m

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32

O fluxo total será então:

∅ = − † ƒ mƒ + † 7 m7
z‡ z‡

tenderá a S1, e simultaneamente > à 


O . Neste caso, a expressão do somatório de fluxo tenderá
Sendo S1 e S2 superfícies arbitrárias, iremos aproxima-las. Intuitivamente, sentimos que S2

a zero, pois o fluxo que entra no tubo é idêntico ao que sai do mesmo. Podemos notar então que
o somatório de fluxo através de uma superfície fechada, é neste caso nulo.

Utilizando o Teorema da Divergência, segundo o qual:

∅=y  = ˆ ∇.  m}


 . m
z 

. 
Notamos que ‰  = <.

Esta situação nos conduz à noção de que o fluxo é conservativo (fluxo se conservando em um
tubo de fluxo). Pelo exposto acima, concluímos que quando o fluxo de um campo de vetores é
conservativo, a divergência do mesmo é nula.

 O Rotacional

Circulação do Vetor

Considere um vetor 
 de componentes Ax, Ay e Az que dependam de um ponto M(x,y,z). O
rotacional deste vetor é dado por:

‹ Œ 
∇ ×  = :  = ŠŠ   Š
Š
h i j
* , .

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 32


33

A circulação de um campo vetorial 


 ao longo de uma linha L do ponto P ao ponto Q, é dada
pela integral de linha (Figura 2.7):

Figura 2.7: Linha entre P e Q.

0
Ž&
0 
=   . m
&

Pela própria noção de produto escalar, se  e 


o‘ são paralelos, conforme a apresentado na
 e 
Figura 2.8A a circulação é máxima. Se se  o‘ são perpendiculares, conforme a presentado
na Figura 2.8B, a circulação é nula.

Figura 2.8: Circulação do Vetor.

Teorema de Stokes

O fluxo do rotacional de  através de uma superfície aberta S é igual a circulação de um vetor
 ao longo do caminho L(S) que delimita S (Figura 2.9).

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 33
34

y  = † ∇
 . m 
 ×  . m
’z z

 e ‰
Figura 2.9: Vetores   × 
.

 Identidades Vetoriais

A seguir apresentam-se identidades vetoriais muito importantes para o nosso estudo.

∇ ×  +  = ∇


 ×  + ∇
 × 

 ×  = 0 → “(( ”n(”n4 


. ∇

 × ∇
∇ } = 0 → “(( ”n(”n4 }

 O Laplaciano

Podemos combinar duplamente dois operadores de primeira ordem atuando sob funções

   l l l
escalares U. Por exemplo:

 . ∇
∇ l = { ()* + (), + (). | . { ()* + (), + () |
h i j h i j .
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 34
35

O que dá:

 . 

7l 7l 7l
l  • –
h 7 i 7 j 7

Definimos o operador Laplaciano como:

7 7 7
 • 7
7
–
h i 7 j 7

 Operadores Vetoriais

O quadro com os operadores vetoriais para os três sistemas de coordenadas é apresentado na


Figura 2.10.

Figura 2.10: Operadores Vetoriais.

 Tópicos Importantes

1. As funções diferenciais fundamentais no cálculo vetorial são o gradiente, o divergente


e o rotacional.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 35


36

2. O gradiente é um vetor que indica o sentido e a direção de maior alteração no valor de


uma quantidade por unidade de espaço.
3. O divergente é um operador que mede a magnitude de "fonte" ou "poço/sorvedouro" de
um campo vetorial em um dado ponto, isto é, ele pode ser entendido como um escalar
que mede a dispersão ou divergência dos vetores do campo num determinado ponto.
4. O teorema da divergência transforma a integral de volume do divergente de um campo
vetorial em uma integral de superfície do fluxo do campo através de uma superfície
fechada que envolve o volume.
5. O rotacional é um operador que calcula por uma superfície infinitesimal o quanto os
vetores de um campo vetorial se afastam ou se aproximam de um vetor normal a esta
superfície.
6. O teorema de Stokes transforma a integral de superfície do rotacional de um campo
vetorial em uma integral de linha do campo sobre um contorno que limita a superfície.
7. O laplaciano de uma função escalar é definido como o divergente do gradiente dessa
função.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 36


37

Exercícios

Noções Matemáticas

Exercício 1

Determine os gradientes dos campos escalares:

a) —  "˜# Z"\ > ™š›œ !.


b) —  [> # ™š› >∅.

Exercício 2

Determine o divergente de cada um dos campos vetoriais, e em seguida calcule-os para os


pontos indicados:

a) W
  M> 
 
># # para P(2,-2,0);
> #
M XYZT M Z"\T
  ^
b)  $
` ^ T para P(a/2,0,π
` π).
$> $>

Exercício 3

  !#
Determine a divergência de   !
S! # em (1,-2,3).
!

Exercício 4

:
 . 
Determine ‰

a) 
 = "˜! XYZ 
 − Z"\ 
! .

b) 
 = > !#
 + #
#.
c) 
 = > 
 + !#
! + !
#.

d) 
 = > + !> ˜> 
 .
O

e) 
 = [Z"\∅ 
[ + [> XYZ∅
∅ + >["˜P# 
# .

Exercício 5

 na direção radial no ponto M da Figura, assumindo que o


Consideremos um campo vetorial 
 é constante para uma casca esférica centrada em M. Calcule o fluxo do vetor 
módulo de  
através de uma casca esférica de raio R. (Utilize Coordenadas Esféricas)

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 37


38

Exercício 6

 expresso em coordenadas cilíndricas por:


Considere o campo vetorial 


  [
[ ∅
[Z"\∅ #
#

a) Calcule a divergência do campo.

b) Calcule o fluxo do campo que atravessa a superfície lateral cilíndrica de raio R e altura L,
com o eixo coincidente com o eixo z, tal como mostra figura.

c) Encontre o fluxo através do cilindro usando a equação:

 o
. 
∅   ‰
—

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 38


39

Exercício 7

Determine o rotacional dos campos vetoriais

a)   !#
  !
S! # ;
!
  > !#
b)   # .
#

Exercício 8

  !> 
Calcule a circulação da função   >! ! do ponto a(1,1,0) ao ponto b(2,2,0)
O
ao longo do caminho (i) e (ii) da figura.

Exercício 9

Encontre o laplaciano de:

a) —  "˜# Z"\ > ™š›œ !.


b) —  S!> #M .

Exercício 10

Determine ‰
   para (2,0,3) em coordenadas cilíndricas para o campo vetorial

  O<"˜>[ XYZ∅ 
— [ O< Z"\∅ #

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 39


40

Exercício 11

, no ponto M, conforme apresentado na Figura.


Consideremos um campo vetorial 
 seja constante, observando
Suponhamos que para uma distância R constante, o módulo de 
também que este campo de vetores só possui componentes tangenciais. Definindo uma
superfície S como sendo o círculo de raio R, calcule a circulação de 
 ao longo de L(S).

Exercício 12

Encontrar o rotacional da função —:

a) no ponto P(1,-2,3) em coordenadas cartesianas

  > !# 
—  + <
! + #
#

π/8,3) em coordenadas cilíndricas.


b) no ponto P(1,π

 = [ Z"\(∅)
—  [ + ([> #)
∅ + # XYZ(∅)
#

π/6,π
c) no ponto P(1,π π/3) em coordenadas esféricas.
O
— = (>$ XYZ(T) XYZ(∅))
$ + (<)
 T + $> 
∅

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 40


41

Eletrostática
 Equações de Maxwell

O Eletromagnetismo moderno é baseado em um conjunto de 4 relações fundamentais conhecida


com as equações de Maxwell.



∇ ×  =  +


∇ .  = 0

 
∇ ×  = −


 . 
∇  = 

Relações auxiliares:

 = ž 

  Ÿ


  

Onde: ¡
 é o campo magnético; 
 é a indução magnética; W
 é o campo elétrico; ]
 é a densidade

elétrica; ¢ é a densidade superficial de corrente, ρ densidade volumétrica de carga; µ é a


permeabilidade magnética; σ é a condutividade elétrica e ε é a permissividade elétrica.

Pela formulação dessas equações, publicadas num tratado clássico em 1873, James Clerk
Maxwell estabeleceu a primeira teoria unificada da eletricidade e do magnetismo. Suas

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 41


42

equações, deduzidas através de observações experimentais descritas por Gauss, Ampère e


Faraday, entre outros, não apenas englobaram as relações entre o campo elétrico e a carga
elétrica e entre o campo magnético e a corrente elétrica, como também definiram a relação
bilateral entre as grandezas de campos elétricos e campos magnéticos. Juntamente com algumas
relações auxiliares, as equações de Maxwell formam o princípio fundamental da teoria do
eletromagnetismo.
No caso da estática, nenhuma das grandezas que aparecem nas equações de Maxwell é uma
£
função do tempo (ou seja, £¤ = <). Isso acontece quando todas as cargas estão permanentemente

fixas no espaço, ou, caso se movam, o fazem numa taxa constante, de forma que ρv e ¢ são
constante no tempo. Sob tais circunstâncias temos:

Eletrostática:

 . 
∇  = 

 = Ÿ


Magnetostática:

∇ ×  = 

∇ .  = 0

As quatros equações de Maxwell estão separadas em dois pares independentes, sendo que o
primeiro par envolve apenas as grandezas de campo elétrico W e ]
 e o segundo par envolve

apenas as grandezas de campo magnético 


 e ¡
. Os campos elétrico e magnético não são mais
inter-relacionados no caso da estática. Isso nos permite estudar a eletricidade e o magnetismo
como dois fenômenos distintos e separados, enquanto as distribuições espaciais de cargas e os
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 42
43

fluxos de corrente permanecem constantes no tempo. Referimo-nos ao estudo dos fenômenos


elétricos e magnéticos sob condições estáticas como eletrostática e magnetostática,
respectivamente. O estudo da eletrostática é o objetivo deste capítulo e em um capítulo
posterior estudaremos a magnetostática. As experiências assimiladas a partir de situações
relativamente simples em eletrostática e magnetostática se mostrarão valiosas no estudo dos
capítulos subsequentes, os quais tratam de campos, densidades de cargas e correntes variantes
no tempo.
Estudaremos a eletrostática não apenas como introdução ao estudo de campos variantes no
tempo, mas também porque é uma área importante. Muitos dispositivos e sistemas eletrônicos
são baseados nos princípios da eletrostática, como equipamentos de raios X, osciloscópios,
impressoras eletrostáticas de jato de tinta, displays de cristal líquido, máquinas copiadoras e
muitos dispositivos de estado sólido usados para controle. Os conhecimentos de eletrostática
também são usados no projeto de sensores de diagnóstico médico, tais como o
eletrocardiograma (usado para registros do bombeamento do coração) e o eletroenfacelograma
(para registro da atividade cerebral), bem como inúmeras aplicações industriais.

Unidades

Nome Símbolo Unidade


Intensidade de Campo Magnético  A/m
Densidade de Fluxo Magnético  T
Intensidade de Campo Elétrico 
 V/m
Densidade de Fluxo Elétrico 
 C/m2
Fluxo Magnético φ Wb
Permeabilidade Magnética µ H/m
Permissividade Elétrica ε F/m
Condutividade σ (Ωm)-1
Indutância L H/m
Capacitância C F

 Eletrostática

As equações fundamentais da eletrostática são:

  Ÿ 
 =  4 
∇. 

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 43


44

Onde: ]
 – Indução Elétrica; W
 – Campo Elétrico; ε - Permissividade Elétrica; ρ - Densidade
volumétrica de carga.

 Permissividade Relativa

Definimos permissividade relativa como:

Ÿ
ŸH =
Ÿ¥
Onde ε é a permissividade real do meio e ε0 é a permissividade do vácuo. Onde ε0 é:

¨
Ÿ¥ = 8.854  10˜ƒ7 { |
©
Para a maior parte dos materiais e sob a maioria das condições, o valor de ε dos materiais é
constante e independente do módulo e da direção de W
. Se ε é independente do módulo de W
,

então diz-se que o material é linear porque ]


 e W estão relacionados de forma linear, e se ele
, diz-se que o material é isotrópico. Materiais que não são
for independente da direção de W
usuais apresentam comportamento com permissividade não-linear, exceto quando a amplitude
 for muito alta ( em níveis que se aproximam das condições de ruptura do dielétrico), e a
de W
anisotropia é peculiar apenas a certos materiais com estruturas cristalinas particulares. Portanto,
 e W
exceto pelos materiais sob essas circunstâncias muito especiais, as grandezas ]  são
 ou W
efetivamente redundantes; para um material com ε conhecido, o conhecimento de ]  é
suficiente para especificar a outra grandeza.

 Lei de Coulomb

Consideremos duas cargas q e q’, que são separadas pela distância r. A conhecida Lei de
 atuando nas duas cargas, cujo vetor tem as seguintes
Coulomb diz que existe uma força a
particularidades:

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 44


45

1. Módulo – é diretamente proporcional ao produto das cargas e inversamente


proporcional ao quadrado da distância que as separa.
2. Direção – linha reta formada pelas duas cargas.
3. Sentido – de atração (sinais opostos) ou repulsão (mesmo sinal).

” ”′ 1 w©7
¨ =  7  →    8.99  10 ­
 4«Ÿ¥ Ž7
A lei só é valida para cargas puntiformes, cujos tamanhos são menores que a distância que as
separa (idealização matemática).

 Campo Elétrico

Uma carga elétrica perturba o espaço onde está inserida, criando um campo ao seu redor. Se
colocarmos, nesta região, uma carga de prova ela é puxada ou repelida. Portanto, temos nesta
região um campo de forças representado por um campo elétrico.

Definição:

Definimos o campo elétrico em um ponto como a força por unidade de carga que atua sobre
uma carga de prova (q’) positiva neste ponto.

¨ w }
 p  − 
” Ž ©
. Definamos na Figura 3.1 o vetor $
É interessante conhecer também o vetor W  como sendo $
 
% − ®.

Figura 3.1: Campo Elétrico.


Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 45
46

 na direção de $
O vetor unitário ¯  pode ser obtido por ¯ ⁄$ Assim W
=$ , que está ligado a
noção de divergência em relação à q, poderá ser escrito como:

”
 = n) =
4«Ÿ¥  „

 Densidade Volumétrica de Carga

É certamente uma grandeza de definição simples. Suponhamos que o somatório de cargas Q


ocupa um volume V, temos então a densidade volumétrica média de carga dada por:

0 ±
 = ^ `
 ²³

Levando em conta que as cargas podem não estar distribuídas uniformemente no volume em
questão, tem-se:

´  ˆ µ m}
¶·

Sendo dV uma quantidade elementar de volume.

Analogamente podemos definir a densidade superficial de carga ¸Z e a densidade linear de


carga λ‘.

´ Ž
¹  { | → ´  † σ¹ m
º ©7 z

´ Ž
λ·  { | → ´   λ· m
 © ·

 Lei de Gauss

Carl Friedrich Gauss (1777-1855) foi um matemático, astrônomo e físico alemão que contribuiu
significativamente em vários campos da ciência, incluindo a teoria dos números, análise
matemática, geometria diferencial, geodesia, magnetismo e óptica.
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 46
47

Retornemos agora a equação r


. ]
 = [ a qual associaremos um volume V, envolvido por uma
 seja definido em V e que existam cargas
superfície S(V). Suporemos que o campo de vetores ]
no interior desse volume. Temos assim:

ˆ . 
 m»  ˆ  m»
 

Aplicando o Teorema da Divergência nesta equação obtém-se a Lei de Gauss:

†  . m
  = ˆ µ m» :n ¼  . m
  = ´
z()  z()

 Campo Elétrico e a Lei de Gauss

Considere uma carga pontual no espaço (Figura 3.2) envolvida por uma esfera de volume V. O
 e a densidade volumétrica ρV são, pela equação de Maxwell, ligadas por um divergente.
vetor ]
 será um vetor radial em relação a carga Q, sendo 
Portanto, ] oZ também um vetor radial, temos:

Figura 3.2: Carga Pontual no Espaço.


Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 47
48

´=¼  = ¼
. m
  m
z() z

 é idêntico em qualquer ponto de S(V) e, portanto, independente de 


O módulo de ] oZ. Então:

1 ´
´  ¼ m  Ÿ¥  4« 7  →  
z 4«Ÿ¥  7

Definindo o vetor unitário $)Y½ como:


̂¶¿ 

Tem-se:

´ 
  
7 
 Distribuição de Cargas – Campo Elétrico
Distribuição Discreta:

O Campo Total de um conjunto de cargas é dado pela soma vetorial dos campos de cada uma
das cargas individuais.

  À 0Á
Ãă

Distribuição Contínua:

Vamos agora considerar uma distribuição contínua de cargas, cujo campo gerado pode ser
calculado dividindo-se o volume em elementos infinitesimais de carga dq (Figura 3.3). Cada
elemento de carga produz um campo 
oW num ponto P e o campo resultante é determinado pelo
princípio da superposição, somando-se (integrando-se) as contribuições de campo de cada
elemento dq, ou seja,


   ˆ m»()Å
 27

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 48


49

Figura 3.3: Densidade Volumétrica de Carga.

Analogamente para as distribuições superficial e linear de carga temos:

 =  †
¹
m()Å
z 27

 =  
λ·
m()Å
· 27

 Trabalho

Se tentarmos movimentar uma carga de teste q’ contra a ação de um campo elétrico, deveremos
exercer uma força de igual módulo e sentido contrário àquela exercida pela força proveniente
do campo, e isto requer dispêndio de energia ou trabalho. O trabalho necessário para deslocar
a carga de uma distância finita é dado por:

 → Æ = −”′   . m


mÆ = −¨ . m  ( :n4)
’
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 49
50

Onde 
o‘ é o vetor deslocamento do ponto onde temos a carga q’ submetida a força a.

 O Potencial Elétrico V

Define-se a diferença de potencial V como o trabalho realizado (por um agente externo) ao


deslocar uma carga positiva de um ponto a outro em um campo elétrico.


}= 
= −   . m
”′ ’

A razão sinal negativo será vista a seguir.

Assumindo que o campo elétrico pode ser variável ao longo de um trajeto, a energia por unidade
de carga para levarmos uma carga de uma posição l1 a l2 pode ser expressa como:

·Ç
 }: 
}7 − }ƒ = −   . m
·‡

Consideremos o exemplo da carga pontual (Figura 3.3), onde desejamos deslocar a carga de
O à posição definida pelo vetor $
teste q’ da posição definida pelo vetor $ > , afastando, portanto,
q’ de q.

Figura 3.3: Exemplo da Carga Pontual – Potencial.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 50


51

O e V2 o potencial em $
Chamando V1 o potencial em $ > temos:


”
}7 − }ƒ = −   .
 m
H‡ „

. 
Escolhendo o caminho o‘ = o$ − $ o‘ = $o‘ = $o$, tem-se:

1 1
}7 − }ƒ =  ” { − |
7 ƒ
. 
Notemos que o sinal negativo introduzido na expressão o—  −W o‘, faz com que o binômio
do lado direito da expressão acima seja positivo, o que também obriga a que V2 seja superior a
V1. Efetivamente, pelas convenções adotadas o potencial mais próximo de q é superior ao
potencial em pontos mais distantes. Assim um campo elétrico se desenvolve do potencial maior
para o potencial menor, o que faz ser divergente em relação a carga q.

Por outro lado, notamos que o resultado da integração depende somente dos pontos inicial e
final do caminho a ser percorrido. Realmente, no caso de percurso fechado teremos:

 = 0
y  . m

Lembrando que a integral È  representa o trabalho por unidade de carga. No exemplo
 . m
·
acima, quando uma carga q’ foi deslocada de tal forma que ela voltou ao seu ponto inicial,
notamos que o trabalho efetuado é nulo. Neste caso, podemos dizer que estamos na presença
de um campo conservativo, significando que não houve perdas no caso de q’ voltar a sua
posição original.

Cálculo do Campo Elétrico a partir do Potencial:

Suponhamos que no domínio de estudo não existe variação temporal das grandezas. Neste caso,
podemos definir um potencial escalar V do qual deriva o campo elétrico conservativo tal que:

  −
V

Observemos que a validade desta definição vem do fato que:

    0 4 
  
}  0 é 4©Ë4 @n:.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 51


52

Carga Pontual:

Para os problemas de carga pontual definimos que o potencial no infinito é zero e o potencial
em qualquer ponto devido a uma carga Q localizada na origem se expressa como:

´
}=


 Distribuição de Cargas – Potencial Elétrico

Distribuição Discreta:

Potencial em um ponto devido a contribuição de várias cargas no espaço.

Ì
”Ã
} = À

Ãă

Distribuição Contínua:

Potencial devido a uma distribuição contínua de carga (Figura 3.4).

m” m”
m} =  → } = 
 

Figura 3.4: Potencial – Distribuição Continua.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 52


53

 Superfícies Equipotenciais

Uma superfície ou linha equipotencial se define como o lugar geométrico dos pontos em que a
magnitude da quantidade física representada permanece constante.

Nos mapas de temperaturas, as linhas ou superfícies que unem os pontos de mesma temperatura
chamam-se isotermas, enquanto na eletrostática, as linhas ou superfícies que unem os pontos
com o mesmo potencial elétrico denominamos linhas ou superfícies equipotenciais (Figura 3.5).

Figura 3.5: Superfícies Equipotenciais.

 Propriedades Elétricas dos Materiais

Os campos elétricos estudados até esse momento foram considerados no vácuo. Portanto, não
levamos em conta os aspectos eletromagnéticos dos materiais dos corpos. Os campos elétricos
podem existir em meios materiais, de modo que os materiais podem ser classificados de acordo
com suas propriedades elétricas.

Os parâmetros constitutivos eletromagnéticos de um material são sua permissividade elétrica ε,


a permeabilidade magnética µ e a condutividade σ. Diz-se que o material é homogêneo se seus
parâmetros constitutivos não variam de um ponto para outro, e isotrópico se seus parâmetros
constitutivos são independentes da direção. A maioria dos materiais apresenta propriedades
isotrópicas, exceto alguns cristais. Ao longo destas notas de aula, todos os materiais citados são
considerados homogêneos e isotrópicos. Neste capítulo estamos interessados em ε e σ.
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 53
54

A condutividade de um material é uma medida da facilidade com que os elétrons podem se


mover através dele sobre a influência de um campo elétrico externo. Os materiais são
classificados como condutores (metais) ou dielétricos (isolantes) de acordo com os módulos de
suas condutividades. Em um dielétrico, os elétrons estão fortemente presos aos átomos, de
forma que é muito difícil desprende-los, mesmo sobre a influência de um campo elétrico
externo.

 Condutores

Suponhamos que repentinamente apareça uma quantidade de elétrons no interior de um


condutor isolado. Estes começariam a se repelir, acelerando-se para distanciar um do outro. Isto
ocorreria até que os elétrons atingissem a superfície externa do condutor, região em que a
distância média entre os mesmos seria máxima. Consequentemente nenhuma carga
permaneceria dentro desse condutor. Assim, o resultado final de carga no interior do condutor
é uma densidade de carga zero e uma densidade superficial de carga permanece na superfície
externa. Esta é uma característica de um bom condutor.

Outra característica estabelecida para condições estáticas nas quais nenhuma corrente deve
fluir, segue a partir da lei de Ohm: a intensidade de campo elétrico dentro do condutor é igual
a zero, pois se um campo elétrico estivesse presente, os elétrons de condução se deslocariam e
produziriam uma corrente.

Resumindo: para um condutor isolado nenhuma carga e nenhum campo elétrico podem existir
em qualquer ponto dentro do material condutor. Entretanto a carga pode aparecer na superfície
como uma densidade superficial de carga.

O Campo de um Condutor Carregado em Equilíbrio Eletrostático:

Em geral os condutores são sistemas neutros (mesmo número de cargas positivas e negativas).
Definimos equilíbrio eletrostático como a situação em que todas as cargas livres estão em
repouso.

Nestas condições temos (Figura 3.6):

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 54


55

Figura 3.6: Condutor em Equilíbrio.

- O somatório das cargas no interior do condutor é igual a zero.

- O campo elétrico no interior do condutor é nulo.

- O campo elétrico na direção tangencial à superfície do condutor é nulo.

- As cargas em excesso estão localizadas na superfície do condutor.

- A tensão entre dois pontos quaisquer no condutor, incluindo os pontos em sua superfície, é
zero. Isto significa que um condutor é um corpo equipotencial, ou seja, o potencial é o mesmo
em todo o condutor e na sua superfície.

 Corrente e Resistência Elétrica

Nas seções anteriores introduzimos a eletrostática como o estudo da interação entre cargas em
repouso. Não obstante, a eletrostática pode ser aplicada a situações em que o fluxo de cargas
permanece invariável no tempo (Corrente contínua). O estudo das cargas em movimento será
iniciado nesta seção. As cargas em movimento dão origem a uma corrente elétrica, da mesma
maneira que moléculas de água em movimento dão origem a uma corrente de água.
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 55
56

Para sustentar uma corrente, precisamos de uma fonte de energia pois uma corrente é um
movimento permanente de elétrons. Nesta situação, Figura 3.7, não há equilíbrio eletrostático,
já que o condutor não está isolado, mas ligado a uma fonte de potencial V. O movimento de
elétrons é impedido pela resistência do circuito e existe a dissipação de energia sob a forma de
calor (efeito Joule).

Figura 3.7: Circuito Elétrico.

 Corrente Elétrica

Se uma carga líquida dq passa através de qualquer superfície num intervalo de tempo dt,
dizemos que foi estabelecida uma corrente elétrica, cuja intensidade é definida por:


Í= ©Ëè4
m
Para a corrente, em um fio, dq é a carga que passa através de uma seção transversal em um
tempo dt.

 Perda por Efeito Joule

Se uma bateria é usada para estabelecer uma corrente elétrica em um condutor de resistência R,
há uma continua transformação da energia química na bateria para energia cinética dos elétrons,

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 56


57

isto é, para a energia interna do condutor, o que resulta num aumento da temperatura do
condutor. Como o condutor está normalmente em contato com o ar, logo, como sua temperatura
aumenta, a energia interna é transferida para o ar na forma de calor. O processo pelo qual a
potência é perdida como energia interna em um condutor de resistência R é frequentemente
chamado de aquecimento Joule ou efeito Joule.

Exemplo:

Para transportar uma carga dq através de uma diferença de potencial V (por exemplo, de um
ao outro eletrodo da bateria), é preciso fornecer-lhe energia (dq)V. Logo, para manter uma
corrente i=dq/dt durante um tempo dt através de V, é preciso fornecer uma energia:

mÏ = (Ðm )}
O que corresponde a uma potência (energia por unidade de tempo):


= “ = }Í
m
Em termos da Resistência R do condutor fica:

}7
“ = }Í = 2Í = 7
2

 Vetor Densidade de Corrente

Imaginemos um fio condutor retilíneo e de seção S percorrido de forma uniforme por uma
corrente I, no sentido indicado pela Figura 3.8.

Figura 3.8: Condutor com Corrente I.


Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 57
58

 perpendicular a seção S e no sentido no qual a corrente flui. A


Definamos um vetor unitário ¯
densidade superficial média de corrente atravessando a seção é dada por:

Í
=
º
em (A/m2). Podemos definir um vetor ¢ como possuindo um módulo igual a J e de direção e
.
sentido de ¯

 A equação da Continuidade Elétrica

Um aspecto importante da equação ‰ × ¡


 = ¢, aparece quando aplicamos a divergência a
ambos os lados desta equação:

    
 . 
∇  .  → 
 .  = 0

que é a equação da continuidade elétrica. Ela significa que a corrente de condução I, que é o
fluxo do vetor ¢ é conservativa. Assim, a corrente que entra em um volume é igual a corrente
que sai deste volume.

 A equação ¢ = ¸W


Os meios condutores são caracterizados por sua condutividade σ. Esta última expressa a
capacidade do meio de conduzir mais ou menos corrente elétrica. A relação

 = 

é a Lei de Ohm sob forma local.

Considere um condutor retilíneo de comprimento l e seção uniforme S (Figura 3.9)

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 58


59

Figura 3.9: Condutor com Comprimento l.

Temos que:

Í
=
º

E o campo elétrico neste caso é:

}
=

sendo V a tensão entre os limites desta parcela de condutor. Substituindo estas duas igualdades
na equação ¢ = ¸W
, temos:

Í } 1 
= → } Í → 2
º  º º
Note que esta relação só é valida para condutores homogêneos e isotrópicos de seção reta
uniforme e sujeitos a um campo elétrico também uniforme.

O inverso da condutividade é a resistividade:

ƒ
Åѹ  (Ωm)
Ò
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 59
60

Resistência e Temperatura:

A resistência de um material depende da temperatura. A resistência dos metais geralmente


aumenta com a temperatura. Se a variação da temperatura não é tão grande, a resistência dos
metais aumenta aproximadamente de forma linear com a temperatura, de acordo com a relação:

2 = 2¥ 1 + Ó (Ô − Ô¥ )

onde T0 (é a temperatura para 20 0C) R0 a resistência para T0 e α o coeficiente de temperatura.


A Tabela abaixo apresenta a Resistividade e o coeficiente de temperatura para alguns materiais.

Material Resistividade Coeficiente de Temperatura

Prata 1.59 x 10-8 3.8 x 10-3

Cobre 1.7 x 10-8 3.9 x 10-3

Ouro 2.44 x 10-8 3.84x 10-3

Alumínio 2.82 x 10-8 3.9 x 10-3

Tungstênio 5.6 x 10-8 4.5 x 10-3

Ferro 10 x 10-8 5.0 x 10-3

Platina 11 x 10-8 3.92 x 10-3

Nicromo 1.5 x 10-6 0.4 x 10-3

Semicondutores

Semicondutores são substâncias cuja resistividade elétrica, ao contrário do que acontece nos
condutores normais, diminui com a temperatura. Assim são condutores nas temperaturas usuais
e isolantes nas baixas temperaturas.

 Capacitores

São dispositivos responsáveis por armazenar energia elétrica num circuito. São muito usados:
em circuitos eletrônicos para armazenar energia e para corrigir o Fator de Potência em
instalações elétricas industriais.
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 60
61

Capacitância:

Considere duas placas condutoras paralelas de seção S e separadas por uma distância d. Entre
essas duas placas temos um dielétrico de permissividade ε. Suponhamos que estas duas placas
estão ligadas exteriormente a uma fonte tensão V, conforme apresentado na Figura 3.10.

Figura 3.10: Capacitor de Placas Paralelas – Fonte de Tensão.

Aparecerá em uma das placas condutoras um acúmulo de cargas +Q, enquanto na outra teremos
a carga -Q correspondente. Este fenômeno é devido a estrutura do dispositivo e à presença da
fonte de tensão V. Caso dobremos a tensão desta fonte, as cargas dobrarão também. Há portanto,
uma proporcionalidade entre cargas e tensão que se mantém, à condição de não ultrapassarmos
a tensão critica que poderia provocar a ruptura do isolante.

´ ´ƒ ´7
= =
} }ƒ }7
Este coeficiente de proporcionalidade é chamado de capacitância e será designado por C. Temos
então:

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 61


62

´ Ž
Ž = ¨((m  
} }

Capacitor de Placas Paralelas:

Duas placas paralelas de mesma área são separadas por uma distância d como apresentado na
Figura 3.11. Uma placa tem uma carga +Q e a outra carga –Q. A carga por unidade de área em
cada placa é ¸Z  /⁄Z. Se as placas estão muito próxima uma da outra, comparada com sua
altura, podemos desprezar o espraiamento nos limites geométricos. E supor que o campo
elétrico é uniforme entre as placas e zero em qualquer outro lugar. O campo elétrico entre as
placas é obtido da Lei de Gauss:

Figura 3.11: Capacitor de Placas Paralelas.

´
¼    ´ →  
 . m
z Ÿ¥ º

Considerando a diferença de potencial, Campo Elétrico Uniforme, V=Ed, temos:

´m Ÿ¥ º ´
} →  Ž
Ÿ¥ º m }
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 62
63

Portanto, a capacitância de um capacitor de placas paralelas é proporcional à área das placas e


inversamente proporcional a distância entre elas.

Quando temos um dielétrico entre as placas:

Ÿ¥ º
Ž = ŸH
m
A Tabela abaixo apresenta a permissividade relativa de alguns materiais utilizados em
capacitores.

Dielétrico εr
Vácuo 1
Ar 1.0059
Óleo de Transformador 2.24
Poliestireno 2.55
Baquelite 4.9
Papel Encerado 5
Vidro Pirex 5.6
Mica 6.5
Porcelana 7
Cerâmica 100
Água 80

 Energia Armazenada em um Campo Elétrico

Uma das principais funções de um capacitor em um circuito elétrico é armazenar energia no


campo elétrico que pode ser utilizada posteriormente por alguns dispositivos (Câmeras
Fotográficas). Neste caso, os dispositivos dependem da carga e descarga de capacitores.

Um capacitor carregado possui acumulada uma certa energia potencial elétrica U, que é igual
ao trabalho W dispendido para carrega-lo. Esta energia também pode ser recuperada,
permitindo-se a descarga do capacitor.
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 63
64

Suponha que q é a carga de um capacitor num dado instante de tempo t. Nesse instante, a
diferença de potencial entre as placas do capacitor é V=q/C. Sabemos que o trabalho necessário
para transferir uma pequena quantidade de carga dq de uma placa para outra é:

”
mÏ = }m” = m”
Ž
O trabalho total necessário para carregar o capacitor de q=0 até uma carga final q=Q é:

” 0
´7
mÏ =  m” =
¥ Ž 2Ž
O trabalho para carregar o capacitor aparece como uma energia potencial elétrica armazenada
no capacitor. Portanto, a energia potencial armazenada em um capacitor carregado é dada por:

´7
lÕ =

Usando a relação q=CV, podemos escrever este resultado como:

1
lÕ = Ž} 7
2
Para um capacitor de placas paralelas, isto leva a:

1 Ÿ¥ º 7 1 } 7 1
lÕ = } = Ÿ¥ ºm { | = Ÿ¥  7 ºm
2 m 2 m 2
Nesta expressão, Sd é o volume do espaço entre as placas do capacitor, no qual o campo elétrico
fica confinado (desprezando o espraiamento). Logo, podemos pensar na energia como estando
armazenada no campo, no espaço entre as placas, como uma densidade de energia dada por:

lÕ 1
lÕ = = Ÿ¥  7
»:n©4 2

Apesar desta equação ter sido obtida para o capacitor de placas paralelas ela é valida para
qualquer caso onde temos uma fonte de campo elétrico, isto é, a densidade de energia em

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 64


65

qualquer campo elétrico é proporcional ao quadrado da magnitude do campo em um dado


ponto.

A energia total armazenada no campo elétrico dentro de um volume é:

ƒ
lÕ = ȁ Ÿ  7
m» (J)
7 ¥

 Dielétrico

Observamos os seguintes fenômenos devido a presença do dielétrico:

- aumenta a capacidade do capacitor;

- aumenta a tensão máxima de operação;

- fornece sustentação mecânica as placas condutoras.

A razão para o aumento da capacitância é que o campo elétrico entre as placas diminui na
presença do dielétrico. Mas por que razão o campo elétrico diminui? Vamos considerar que o
material dielétrico, composto por moléculas polares, é colocado entre as placas do capacitor.
Os dipolos formados pelas moléculas polares do dielétrico são orientados de uma forma
aleatória, na ausência de um campo elétrico, como mostrado na Figura 3.12a. Quando um
< devido às cargas nas placas do capacitor é aplicado, um torque é
campo elétrico externo W
exercido sobre os dipolos, causando um alinhamento parcial entre eles e o campo, conforme
apresentado na Figura 3.12b. O material dielétrico está então polarizado. O grau de alinhamento
das moléculas com o campo elétrico depende da temperatura e da magnitude do campo. Em
geral, o alinhamento aumenta com a diminuição da temperatura e com o aumento do campo
elétrico. O campo elétrico devido às placas do capacitor polariza o dielétrico, o que produz a
formação de uma densidade superficial de carga ¸Ö\o em cada face do dielétrico, com sinais
correspondentes à polarização produzida pelo campo externo (Figura 3.12c). As cargas
superficiais induzidas no dielétrico podem ser representadas por duas placas paralelas, de forma
que um campo elétrico é induzido no interior do dielétrico, possuindo sentido oposto ao do
campo elétrico externo W< . Portanto, o campo elétrico resultante no interior do capacitor é dado
por:

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 65


66

 = ¥ − ÃÌ×

Figura 3.12: Dielétrico entre as Placas de um Capacitor.

Assim, podemos dizer que a polarização do dielétrico leva a uma redução do campo elétrico
que o atravessa. É por isso que a intensidade de um campo elétrico não depende exclusivamente
da carga fonte que cria o campo elétrico, mas também do meio através do qual ele irá se
propagar. Essa influência do meio é computada através de uma propriedade física denominada
permissividade elétrica do meio.

Quanto maior a permissividade elétrica de um meio, mais cargas de polarização surgem quando
Ö\o devido a essas cargas, menor é o campo
ele é polarizado, mais intenso é o campo elétrico W
< que resultará nesse meio.
elétrico W

O vácuo é um meio não material, portanto, não apresenta moléculas que possam ser polarizadas
sob ação de um campo externo. É por esse motivo que a permissividade elétrica do vácuo é a
menor de todas, afinal, qualquer outro meio tem mais matéria que o vácuo.

Rigidez Dielétrica:

Considere o capacitor apresentado na Figura 3.10. Com o aumento da tensão V, atingiremos


uma tensão critica Vc na qual haverá um acúmulo tal de cargas que criar-se-á uma corrente
(corrente de deslocamento – arco elétrico) entre elas, “perfurando” o isolante, e portanto,
fazendo com que ele perca suas propriedades de isolante. Definimos a rigidez dielétrica K como
sendo:


Ø=
m
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 66
67

K representa a tensão máxima de ruptura que um isolante pode suportar sem que haja ruptura
do mesmo.

 Capacitor Esférico

A Figura 3.13 pode ser interpretada como uma vista de perfil de um capacitor formado por duas
cascas esféricas concêntricas de raios a e b. O campo entre as cascas será, por razões de simetria,
radial e de módulo:

1 ”
=
4«Ÿ¥  7

Figura 3.13: Capacitor Esférico.

A diferença de potencial entre as cascas é dada por:

Ú
1 ”
}ƒ − }7 = } = −  m
? 4«Ÿ¥  7
e

” 1 1
}7 − }ƒ  { − |
4«Ÿ¥ ( Û
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 67
68

E a capacitância é:

” ” 4«Ÿ¥ (Û
Ž= = =
} ” 1 1 (−Û
^ − `
4«Ÿ¥ ( Û
Observamos que a capacitância é diretamente proporcional a ε0 e depende da geometria do
sistema.

 Capacitor Cilíndrico

A Figura 3.13 também pode ser considerada como a vista de perfil de um capacitor cilíndrico
de comprimento h formado por dois cilindros coaxiais de raios a e b. Estamos considerando
que h>>b de modo que o espraiamento pode ser desprezado. As duas placas contêm cargas de
valor absoluto q. O módulo do campo é dado por:

” 1
=
2«Ÿ¥ ℎ 
E a diferença de potencial é dada por:

Ú
” m ” (
}ƒ − }7 = } = −  = @
? 2«Ÿ¥ ℎ  2«Ÿ¥ ℎ Û

E a capacitância é:

” 2«Ÿ¥ ℎ
Ž= = (
} @
Û
Observamos, também, que a capacitância é diretamente proporcional a ε0 e depende da
geometria.

 Associação de Capacitores

Associação em Série: Se associarmos vários capacitores em série obtemos (Figura 3.14):


Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 68
69

Figura 3.14: Associação de Capacitores em Série.

´ÑÝ = ´ƒ = ´7 = ⋯ = ´Ì

}ÑÝ = }ƒ + }7 + }„ + ⋯ + }Ì

1 1 1 1 1
 ⋯
ŽÕ0 Žƒ Ž7 Ž„ ŽÌ

Associação em Paralelo: Se associarmos vários capacitores em paralelo obtemos (Figura 3.15):

Figura 3.15: Associação de Capacitores em Paralelo.

´ÑÝ  ´ƒ ´7 ⋯ ´Ì

}ÑÝ  }ƒ  }7  }„  ⋯  }Ì

ŽÑÝ  Žƒ Ž7 ⋯ ŽÌ
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 69
70

 A Refração do Campo Elétrico

O campo elétrico na passagem de um meio para outro pode sofrer variação de direção. Este
efeito chamado de “refração’, é semelhante ao que ocorre com raios luminosos na passagem
por meios de índice de refração diferentes.

Suponhamos, conforme Figura 3.16, a existência de dois meios com permissividade elétrica
diferentes: ε1 no meio 1 e ε2 no meio 2. Faremos a suposição que na fronteira não existem cargas
estáticas acumuladas. Neste caso, tem-se:

Figura 3.16: Refração do Campo Elétrico.

1 – A componente tangencial do campo elétrico se conserva.

ƒ = 7
2 – A componente normal da indução elétrica se conserva.

Ÿƒ ƒÌ = Ÿ7 7Ì
Através da observação da Figura 3.5, têm-se:

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 70


71

ƒ 7
ß ;ƒ  4 ß ;7 
ƒÌ 7Ì

7Ì
ß ;ƒ 7Ì Ÿ ß ;ƒ Ÿƒ
  7 → 
ß ;7 ƒÌ ƒÌ ß ;7 Ÿ7
Ÿƒ
Notamos que quanto maior a variação da permissividade, maior será a variação angular entre
os campos. Como exemplo, podemos observar, na Figura 3.17, a variação angular que sofre o
campo elétrico em uma estrutura onde temos meios com diferentes permissividades.

Figura 3.17: Variação Angular do Campo.

 As equações de Laplace e Poisson

  ‰
Suponhamos que no domínio de estudo não há variação temporal de grandezas (W à).
Neste caso, temos:

. 
    → 
. Ÿ   → 
. Ÿ
}  
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 71
72

Para duas dimensões tem-se:

 }  }
Ÿ + Ÿ = −
h h i i
Está é a equação de Poisson que define a distribuição do potencial V no domínio dielétrico onde
temos um campo eletroestático. Para resolver está equação devemos conhecer as condições de
contorno, ou seja, os potenciais impostos na fronteira do domínio, a geometria dos meios
dielétricos existentes, bem como suas permissividades e as cargas estáticas.

No caso onde não há cargas estáticas (ρV=0) e que só exista um meio dielétrico no domínio de
estudo, a equação torna-se:

7} 7}
+ =0
h 7 i 7
Que é uma equação de Laplace. É importante ressaltar que a solução analítica desta equação,
para a maior parte dos problemas reais é muito difícil, optando-se, portanto, pela utilização de
métodos numéricos.

Em Coordenadas Cilíndricas e Esféricas os Laplacianos são dados por:

1  } 1 7} 7}
∇ }=
7
{ | + 7 7 + 7
    ∅ j

1  } 1  } 1 7}
∇ } = 7 { 7 | + 7
7
{4@; |
    4@; ; ;  7 4@7 ; ∅7

 Tópicos Importantes

1. As equações de Maxwell são os princípios fundamentais da teoria eletromagnética.


2. Sob condições estáticas, as equações Maxwell podem ser desacopladas em dois pares,
sendo que um dos pares pertence a eletrostática e o outro a magnetostática.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 72


73

3. A lei de Coulomb é representada por uma expressão explícita para o campo elétrico
devido a uma distribuição de carga especificada.
4. A lei de Gauss diz que o campo elétrico resultante que atravessa uma superfície fechada
é igual a carga líquida envolvida pela superfície.
 em um ponto está relacionado com o potencial elétrico V no ponto
5. O campo elétrico W
por:

 = −∇
V

Sendo que V é referenciado ao potencial zero no infinito.

6. As condições de fronteira na interface entre dois materiais, sem cargas acumuladas na


 e W
fronteira, especificam as relações entre as componentes normal e tangencial de ] .
7. A capacitância de dois corpos condutores pode ser calculada conhecendo-se o campo
elétrico do meio entre eles.
8. A densidade de energia eletrostática armazenada em um meio dielétrico é dada por:

1
lÕ = Ÿ¥  7
2

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 73


74

Exercícios

Lei de Coulomb

Exercício 1

µC está localizada em A(-6,4,7) e uma carga qB=50µ


Uma carga qA=-20µ µC está localizada em
B(5,8,-2) no espaço livre. Se as distâncias são dadas em metros, determine o vetor força em qA
exercida por qB.

Exercício 2

µC encontra-se na posição P1(1,2,1)m, uma carga q2=-4µ


Se uma carga positiva q1 de 2µ µC em
µC encontra-se na posição P3(2,1,3)m. Encontre a
P2(-1,0,2)m e uma carga negativa q3 de -3µ
força sobre a carga q3.

Densidade de Carga

Exercício 1

Determine a carga total:

≤x≥
a) Sobre uma linha. Dados: 0≤ ≥5m e λl=12x2 x 10-9 C/m;
b) Sobre um cilindro, com ρ=9m, 0≤
≤φ≥2π
π, 0≤ ≥4m, se σs=z2 x 10-9 C/m2;
≤z≥
O<
≤θ≥π, 0≤
c) Dentro de uma esfera, com 0≤ ≤φ≥2π
π, 0≤ ≥4m, se [ = $Z"\TC/m3.
≤r≥

Exercício 2

Encontre a carga interna ao volume indicado por ρv =4xyz2 (µ


µC/m3). Dado: 0≤
≤ρ≥2m, 0≤
≤φ≥π/2,
≤z≥
0≤ ≥3m.

Exercício 3

Ache a carga no volume definido por: ρv =30x2y (µ


µC/m3) e 0≤
≤x≤
≤1m, 0≤
≤y≤
≤1m e 0≤
≤z≤
≤1m.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 74


75

Exercício 4

Um cubo de 2m de aresta está posicionado no primeiro octante do sistema de coordenadas


cartesianas, sendo que um dos seus vértices está na origem. Determine a carga total contida no
cubo se a densidade de carga for dada por ρv =xy2e-2z (mC/m3)

Campo Elétrico

Exercício 1

Duas cargas pontuais de 5nC e -2nC estão localizadas em (2,0,4) e (-3,0,5) respectivamente.

a) Determinar a força sobre uma carga pontual de 1nC localizada em (1,-3,7).


b) Encontre o campo elétrico em (1,-3,7).

Exercício 2

Uma carga Q=-10-8C está situada na origem de um sistema de coordenadas retangulares.


Escreva a expressão do campo elétrico para um ponto P de coordenadas (x,y,z). Qual o valor
do campo elétrico para P(1,1,2)m.

Exercício 3

Uma carga Q1=4 x 10-9C está localizada no ponto P1(1,1,3)m. Uma outra carga Q2=2 x 10-9C
está localizada no Ponto P2(1,1,5)m. Calcular o valor da intensidade do campo elétrico no ponto
P3(4,-1,2).

Exercício 4

µC está localizada em A(25,-30,15)cm e uma segunda carga de 0.5µ


Uma carga de -0,3µ µC está
localizada em B(-10,8,12)cm. Determine o campo elétrico na origem.

Exercício 5

Determinar o campo elétrico em P(1,1,1) causado por cargas idênticas de 3nC localizadas em
P1(1,1,0), P2((-1,1,0), P3(-1,-1,0) e P4(1,-1,0), conforme apresentado na figura.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 75


76

Exercício 6

Encontre o campo elétrico a uma distância z do fim de um segmento de linha L que contém
uma linha de carga uniforme λ.

Exercício 7

µC em (0,05) devido a uma carga de 500π


Ache a força sobre uma carga pontual de 50µ πµC que
esta distribuída uniformemente sobre um disco circular com ρ≤5 e z=0.
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 76
77

Lei de Gauss

Exercício 1

Dada a densidade de fluxo elétrico:

 = >( + !)
]  + (M − >!)
!

Determine ρv.

Exercício 2

Implemente um Script no SCILAB para resolver o exercício abaixo.

Encontrar ‰. ]
 na origem se:

 = "˜ Z"\(!)


]  − "˜ XYZ(!)
! + >#
#

Exercício 3

Uma esfera metálica de 10cm de raio adquire uma carga de 5nC. Encontre, utilizando a Lei de
Gauss, a intensidade do campo elétrico em:

a) Um ponto na superfície da esfera;


b) Um ponto situado a 5cm do centro da esfera;
c) Um ponto situado a 20cm do centro da esfera.
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 77
78

Exercício 4

Um condutor linear indefinido tem uma densidade linear de carga de 3nC/m. Encontre,
utilizando a Lei de Gauss, a intensidade do campo elétrico no vácuo a uma distância de 20cm
do condutor.

Exercício 5

Dado W = !


  + > 
! encontre:

a) A indução elétrica ]
;

b) A densidade volumétrica ρ.

Exercício 6

Considere um cilindro longo de raio R com uma distribuição de carga uniforme ρ. Encontre o
campo elétrico a uma distância r do eixo, onde r<R.

Exercício 7
K
 = M
Um campo elétrico não uniforme dado por W  +4
! atravessa o cubo gaussiano


mostrado na figura (x em metros). Qual o fluxo elétrico através da face direita, da face esquerda
e da face superior?

Exercício 8

Calcule o campo elétrico a uma distância r de um fio infinito. Considere que as cargas se
distribuem uniformemente na superfície do condutor.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 78


79

Trabalho e Potencial

Exercício 1
á
Dado o campo Elétrico W = M> 
  +2z
! +2y
# , determine o trabalho realizado para se
â

µC ao longo de um percurso incremental 10-4m de comprimento, na


mover uma carga de 20µ
 +<, Sb
direção −<, c ! − <, cS
# (Vetor Unitário) localizado no ponto (2,-2,-5)m.

Exercício 2

Libera-se um próton num campo elétrico uniforme de 8 x 104V/m ao longo do eixo x positivo.
O próton se desloca 0.5m na direção do campo elétrico. Determine a variação do potencial entre
A e B.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 79


80

Exercício 3

µC está localizada na origem, e uma carga q2=-6µ


Uma carga q1=2µ µC está localizada em (0,3)m.
Encontre o potencial elétrico devido a estas cargas para o ponto P, cujas coordenadas são
(4,0)m.

Exercício 4

Um campo elétrico de módulo 325V/m possui uma direção y negativa como apresentado na
Figura. As coordenadas do ponto A são: (-0.2,-0.3)m e para o ponto B são (0.4,0.5)m. Calcule
a diferença de potencial VB-VA utilizando o caminho azul.

Exercício 5

µC da origem para P(3,1,-1) no


Encontre o trabalho requerido para mover uma carga de 6µ
 − M!> 
 = > 
campo W ! # V/m. Dado 
S 
o‘  o !
o! # .
o#

Exercício 6

Uma linha de carga com ρL=400pC/m encontra-se ao longo do eixo x e tem-se um superfície
de potencial zero no ponto (0,5,12)m em coordenadas cartesianas. Encontre o potencial para
(2,3,-4)m.

Dado:


W
>fä< $
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 80
81

Exercício 7

Um fino anel circular de raio R possui uma carga elétrica Q distribuída uniformemente.
Determine o potencial em um ponto P sobre o eixo do anel a uma distância x do seu centro.
Comprimento do anel (L).

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 81


82

Exercício 8

Quarenta nanocoulombs de carga está uniformemente distribuída em um anel circular de raio


ƒ¥æç
r=2m. Encontre o potencial para um ponto a 5m do plano do anel. Dado å· =
è

Exercício 9

µC localizadas nos
Determine o potencial elétrico para a origem devido a quatro cargas de 20µ
corners de um quadrado centrado sobre a origem no plano x-y.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 82


83

Exercício 10

Uma haste fina não condutora de comprimento L possui uma carga positive de densidade
uniforme é‘ . Determine o potencial elétrico no ponto P, a uma distância perpendicular d da
extremidade esquerda da haste.

Exercício 11

µC e 5µ
Duas cargas pontuais -4µ µC estão localizadas em (2,-1,3) e em (0,4,-2), respectivamente.
Determine o potencial em (1,0,1), considerando potencial zero no infinito.

Exercício 12
M
Dado o potencial — = M!> #> encontre o vetor posição de W.

Exercício 13
O<
 em (2,π
Dado o potencial — = − $> Z"\T XYZ∅ determine a densidade de Fluxo elétrico ] π/2,0).

Exercício 14

 
Suponha que o campo elétrico em uma determinada região do espaço pode ser dado por: W

M êë! !
O # . Encontre o trabalho realizado para mover uma carga de 2µ
>#>  µC
da origem ao ponto de coordenadas (2,2,2).

Exercício 15

Dado

}  h − 27 i 27 j − 1„

Encontre W
 na origem:

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 83


84

Condutores

Exercício 1

Um fio de resistência R é comprimento l é alongado para 1.25l. Dado Sf lf=Si li determine a


resistência final do fio Rf em função de R.

Exercício 2

Dois fios, um de alumínio e outro de cobre, foram encontrados possuindo a mesma resistência.
Se ambos fios têm o mesmo comprimento, determine a razão entre os seus raios.

Exercício 3

A barra apresentada na Figura é feita de dois materiais. Ambos materiais têm seção transversal
quadrada de lado 3mm. O primeiro material tem uma resistividade de 4 x 10-3Ωm com um
comprimento de 25cm e o segundo possui uma resistividade de 6 x 10-3Ωm com um
comprimento de 40cm. Determine a resistência da barra.

Exercício 4

Um segmento de fio de Nicrocromo está inicialmente 200C. Calcule a que temperatura o fio
deve ser aquecido para dobrar sua resistência.

Exercício 5

Constrói-se uma resistência com um material de resistividade ρ com a forma de um cilindro


oco de comprimento L cujos raios interno e externo são ra e rb respectivamente. Ao usa-lo, se
aplica uma diferença de potencial entre os extremos de um cilindro produzindo uma corrente
paralela ao eixo.

a) Encontre uma expressão geral para a resistência do dispositivo em termos de L, ρ, ra e


rb.
b) Obtenha um valor numérico para R quando L=4cm, ra=0.5cm, rb=1.2cm e ρ=3.5 x
105Ωm.
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 84
85

Exercício 6

Um fio de cobre de 2mm de diâmetro com uma condutividade de 5,8 x 107 S/m, está sujeito a
um campo elétrico de 20 (mV/m). Determine:

a) A densidade de corrente.
b) A corrente que percorre o fio.

Exercício 7

Um fio de cobre de 50m de comprimento tem uma seção reta circular de raio r=2cm. Sendo a
condutividade do cobre 5,8 x 107 S/m, determine:

a) A resistência do fio.
b) A potência dissipada pelo fio se a tensão ao longo do seu comprimento for de 1,5mV.

Exercício 8

Encontre a corrente através do quadrado da Figura. Se a densidade de corrente é dada por:

 = 2()* + 4j(), + 4i().

Exercício 9

Em um condutor cilíndrico de raio 2mm, a densidade de corrente varia com a distância do eixo

#  > . Determine a corrente.
de acordo com a equação ¢ = O<M "˜S<<[  ì

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 85


86

Capacitores

Exercício 1

Implemente um Script no SCILAB para resolver o exercício abaixo.

Calcular a capacitância de um capacitor de placas paralelas, em pico farads, que tem mica como
dielétrico, uma área de placa de 6.45x10-3 m2 e distância entre elas de 2.45 x 10-4 m.

Exercício 2

Suponha que necessitamos de um capacitor que seja capaz de armazenar 0.126mJ de energia.
Tem-se uma bateria de 12V e duas placas com área de 1 x 102m2. Qual deve ser distância entre
as placas.

Exercício 3

Encontre a capacitância de um capacitor de placas paralelas que usa baquelite como dielétrico.
Se cada uma das placas tem uma área de 5cm2 e uma distância de 2mm entre elas.

Exercício 4

Carrega-se um capacitor de capacidade eletrostática de 5µF com carga elétrica de 20µC.


Calcule a energia armazenada no capacitor.

Exercício 5

Para o circuito da Figura:

a) Encontre a capacitância equivalente entre os pontos a e b.


b) Calcule a carga em cada capacitor se ∆—î = OP—.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 86


87

Exercício 6

µF e C2=5µ
Dois capacitores C1=25µ µF são conectados em paralelo e alimentados por uma fonte
de 100V.

a) Calcule a energia armazenada nos dois capacitores.


b) Qual a diferença de potencial requerida pelos dois capacitores ligados em série para que
a combinação armazene a mesma energia que a combinação em paralelo.

Exercício 7

Implemente um Script no SCILAB para resolver o exercício abaixo.

µF, 10µ
Três capacitores de 8µ µF e 14µ
µF se conectam aos terminais de uma bateria de 12V.
Quanta energia deve fornecer a bateria se eles se conectam em:

a) Série;
b) Paralelo

Exercício 8

Determinar a Capacitância de um capacitor coaxial de raios a e b (a<b).

Exercício 9

µF, 2 µF e 3 µF a uma fonte de 120 Volts, da forma apresentada


Conectam-se 3 capacitores de 1µ
na Figura. Calcule a energia elétrica armazenada em cada capacitor.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 87


88

Exercício 10

Remove-se de um capacitor metade da carga elétrica sem alterar a capacitância. Que fração da
energia eletrostática é removida com a carga?

Exercício 11

Calcular a Capacitância de um capacitor com dois dielétricos.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 88


89

Laplace e Poisson

Exercício 1

Considere dois condutores paralelos como apresentado na figura, onde temos V=0V para z=0
e V=100V para z=d. Considerando a região entre as placas livres de carga e o domínio de estudo
 por Laplace.
sem espraiamento do campo. Determine W

Exercício 2

Mostre que o potencial — = "˜P XYZOM! Z"\ïO># satisfaz a equação de Laplace.

Exercício 3

Encontre através da equação de Laplace a função potencial e a intensidade do campo elétrico


para a região entre dois cilindros circulares concêntricos, onde V=0V para ρ=1mm e V=150V
para ρ=20mm. Despreze os espraiamento. Considere o potencial constante em φ e z.

..

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 89


90

Magnetostática

 Equações de Maxwell

Este capítulo que trata da magnetotástica se assemelha ao capítulo anterior sobre eletrostática.
Cargas estacionárias produzem campos elétricos estáticos, e correntes continuas (que não
variam no tempo) produzem campos magnéticos. Para (£⁄£¤ = <), os campos magnéticos em
um meio com permeabilidade magnética µ são regidos pelas equações:

∇ ×  = 

∇ .  = 0

∇ ×  = 0

Acompanhadas das relações de passagens:

 = ž  e   

Nosso objetivo nesse capítulo é desenvolver uma compreensão das relações entre as correntes
constantes e os campos ¡
 e 
 para os diversos tipos de distribuições de correntes e de meios.

 A Experiência de Orsted

Em 1819, o físico dinamarquês Hans Christian Orsted (1777-1851), procurando ver se uma
corrente elétrica atuaria sobre um imã, colocou uma bússola perpendicular a um fio retilíneo
por onde passava uma corrente e não observou nenhum efeito. Entretanto, descobriu que,
quando a bússola era colocada paralelamente ao fio, a agulha da bússola sofria uma deflexão,
orientando-se perpendicularmente ao fio.

Dessa forma, uma corrente produz um campo magnético e, para um fio retilíneo que transporta
corrente, as linhas de força magnética são círculos em planos perpendiculares ao fio (Figura

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 90


91

5.1), cuja orientação (que dá o sentido de ¡


) é anti-horária quando vista por um observador que
vê o sentido da corrente atravessá-lo de baixo para cima.

Figura 5.1: Campo Magnético Criado por uma Corrente Elétrica.

Unidade SI: A/m.

A direção do vetor campo magnético em qualquer localização é a direção apontada pelo pólo
norte de uma agulha de uma bússola nesta localização. A figura 5.2 mostra como o campo
magnético de uma barra imantada pode ser traçado com a ajuda de uma bússola, definindo
linhas de campo magnético, de forma similar às linhas do campo elétrico.

Figura 5.2:Linhas de Campo Magnético.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 91


92

 A equação 
 = ð¡


Sendo 
 um vetor, é concebível que calculemos o seu fluxo através de uma superfície S


∅  †  . m
z

Este fluxo é chamado de fluxo magnético.

A permeabilidade µ de um meio expressa intrinsicamente sua capacidade de se mostrar mais


ou menos suscetível a passagem de fluxo magnético. Seria difícil introduzir estes conceitos sem
utilizar a relação de passagem:

  ž  (T – Tesla)

Imaginemos dois meios geometricamente idênticos porém possuindo permeabilidades µ1 e µ2


diferentes, sendo µ1>µ2 (Figura 5.3).

Figura 5.3: Campos em Meios com µ Diferentes.

 idênticos em ambos os meios, e que ¡


Suponhamos que, por meio externo, criemos campos ¡ 
seja constante em toda seção S. Temos, em módulo:

ƒ  žƒ  4 7  ž7 

Os fluxos φ1 e φ2 serão:

∅ƒ  ƒº  žƒ º 4 ∅7  7º  ž7 º
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 92
93

Obtemos:

∅ƒ ƒ žƒ
= =
∅7 7 ž7
Notamos então que quanto maior a permeabilidade do meio, maior sua indução e maior o fluxo
 é chamado indução pois expressa a
que poderá passar em sua seção S. Em outras palavras, 
capacidade de induzir fluxo em um dado meio. A permeabilidade do ar é:

4@i
ž¥ = 4« × 10˜ñ  
©4 :

 A equação ‰  ¡
  ¢ - Lei de Ampère

 a partir de ¢.


Esta equação indica qualitativamente quanto quantitativamente a formação de ¡
Definamos uma superfície S onde desejamos realizar um estudo envolvendo correntes e campos
magnéticos. Chamando de L(S) a linha envolvendo esta superfície; aplicando a integração em
S na equação, temos:

   . m
†   = †  . m

z z

Utilizando o Teorema de Stokes obtemos:

y  = †  . m
 . m 
’(z) z

onde L(S) é a linha que limita a superfície S. O lado direito da equação representa o fluxo do
vetor ¢ através de S, o que é a corrente de condução ò atravessando essa seção, obtemos então:

y  = Í
 . m
’(z)

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 93


94

Esta equação indica que a circulação de ¡


 ao longo do caminho L(S) que envolve a seção S é
igual a corrente atravessando essa seção. Esta equação é conhecida como Lei de Ampère.

A Lei de Ampère é valida para correntes constantes. Além disso, embora ela seja válida para
todas as configurações de corrente, ela apenas torna-se útil para calcular campos magnéticos de
configurações altamente simétricas.

 A equação 
‰ .  = <

Esta equação tem sentido análogo a ‰ . ¢ = <, com a diferença que neste caso, fluxo magnético
é conservativo.

 A equação ‰ × W
 = <

 × W
Esta equação é um caso particular da equação ‰ ⁄£¤ e nos indica que não há
 = − £

formação do campo elétrico por uma variação temporal de 


. Isto não significa que não haja
campo elétrico no domínio de estudo da magnetostática.

 A Lei de Biot-Savart

A partir das suas investigações no início do século XIX sobre a força entre um condutor com
corrente e um imã, os físicos franceses Jean Baptiste Biot (1774-1862) e Félix Savart (1791-
1841) chegaram a uma expressão para o campo magnético em um ponto do espaço em termos
da corrente que produz o campo. Neste sentido, o campo magnético é produzido por um
elemento infinitesimal de corrente que é parte de uma distribuição de corrente maior.

 no ponto
Para apresentar esta lei, observamos a Figura 5.5, onde desejamos calcular o campo ¡
P criado pela corrente I passando por um condutor de forma qualquer. Esta lei é apresentada
sob forma diferencial na equação:

  

 = Í
m
4« „
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 94
95

Figura 5.4: Lei de Biot-Savart.

O fio é dividido em pequenos segmentos aos quais podemos associar o vetor 
o‘, cujo sentido é
o da corrente I. Devemos então definir o vetor $ =P-M . O somatório dos 
 como sendo $ o¡ nos
 criado pelo condutor percorrido por I, no ponto P.
fornecerá o campo ¡

 terá a direção e sentido indicados na figura. Uma vez conhecida a


No caso da Figura 5.4, o¡
direção de 
o¡, facilmente obtida pelo produto vetorial 
o‘  $, podemos calcular o módulo de

o¡:


m Í 4@;
4« 7

Onde θ é o ângulo formado por 


o‘ e $.

Podemos aplicar a lei de Biot-Savart, sob forma analítica, em um número limitado de estruturas.

 A Refração do Campo Magnético

Assim como para o campo elétrico, o campo magnético também sofre uma variação angular ao
passar de um meio 1 para um meio 2 que possuem as permeabilidades µ1 e µ2 conforme
apresentado na Figura 5.5. Assumindo-se que não existam correntes na fronteira entre os meios,
tem-se:
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 95
96

Figura 5.5: Refração do Campo Magnético.

1 – A componente tangencial do campo magnético se conserva.

ƒ = 7

2 – A componente normal da indução magnética se conserva.

žƒ ƒÌ = ž7 7Ì
Fazendo uma manipulação matemática, como no caso do campo elétrico, obtém-se:

ß ;ƒ žƒ

ß ;7 ž7
Observa-se que a variação, na passagem de um meio para outro, do campo magnético é muito
maior que a do campo elétrico. Na Figura 5.6 notamos as variações angular dos campos elétricos
(ε2/ε1=5) e campos magnéticos (µ2/µ1=1000).

Figura 5.6: Variação dos Campos Elétricos e Magnéticos.


Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 96
97

 Força Magnética

Experimentalmente, podemos verificar que uma carga movimentando-se em um campo


 sofre a ação de uma força cuja magnitude é proporcional
magnético cuja densidade de fluxo é 
. A força é dada por:
 e ao próprio valor de 
a carga q, a sua velocidade 

¨ = ”» × 
Sendo seu módulo dado por:

¨ = ”» 4@Ó
 (Figura 6.1).
 e 
onde α é o ângulo entre 

Figura 6.1: Força Magnética.

A força magnética tem duas similaridades com a força elétrica.

- ambas as forças são proporcionais a carga;

- suas intensidades são proporcionais as intensidades de W e 


.

Suas diferenças são:

- A força elétrica age ao longo de W


 enquanto a força magnética age perpendicularmente a 
.

- A força elétrica age na carga ela estando em movimento ou não, enquanto a força magnética
age somente em cargas em movimento.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 97


98

 Força de Lorentz

 e 
Quando os campos W  estão presentes em uma região ao mesmo tempo, a força sobre uma
carga é dada por:

¨ = ” + » × 
Esta força é chamada de Força de Lorentz.

 Força sobre um Condutor

A força magnética para uma carga elementar dq é dada por:


m¨ = m”» × 

 =
Fazendo  , com dl um deslocamento elementar, tem-se:

m m”

m¨ = m” ×  = 
m × 
m m
Mas dq/dt=I (corrente), portanto:

  × 
m¨ = Ím
Está equação é chamada de formula de Laplace. A direção da força sobre um segmento
, é
elementar, de um condutor percorrido por uma corrente I, sob ação de uma indução 
determinada pela regra da mão esquerda (Figura 6.2).

Figura 6.2: Regra da Mão Esquerda.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 98


99

A força total em um condutor percorrido por corrente é:

¨ =    × 
m¨ =  Ím
·

¨ =  Ím ()    ͐ ()    ͐  
·

Onde l é o comprimento do fio. Se o campo é constante ao longo do condutor, temos:

¨  ͐ 4@Ó
 e o condutor na direção de I (Figura 6.3). A direção pode ser
Onde α é o ângulo entre 
encontrada através da regra da mão esquerda. Se α=900, nos temos:

¨  ͐

Figura 6.3: Força Magnética em um Segmento de Fio.

 Força sobre Condutores em Paralelo

Se dois condutores percorridos por correntes forem colocados na vizinhança um do outro, cada
um exerce uma força magnética no outro. Vamos considerar dois fios retilíneos e bastante
longos (digamos infinitamente longos) no espaço livre, separados por uma distância d e sendo
percorrido pelas correntes I1 e I2 no mesmo sentido, conforme apresentado na Figura 6.4. A
corrente I1 está localizada em y=-d/2 e I2, em y=d/2, ambas apontando na direção z.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 99


100

Identificamos como 
O o campo magnético devido a corrente I1, definido na posição do fio
> o campo devido a I2 na
percorrido pela corrente I2, e, reciprocamente, identificamos 
localização do fio percorrido por I1.

Figura 6.4: Forças sobre Condutores em Paralelo.

Considerando que 
O para o fio infinito é dado por:

ž¥ ̓
ƒ = ()
2«m *
A força a> exercida sobre um comprimento l do fio I2 devido a presença do campo 
O pode ser
obtida através de:

ž¥ ̓ Í7 
¨7 = Í7 (). × ƒ = − ()
2«m ,
E a força correspondente por unidade de comprimento é:

¨7 ž¥ ̓ Í7
¨7p = =− ()
 2«m ,
Uma análise similar realizada para a força por unidade de comprimento exercida sobre um fio
percorrido por uma corrente I1 resulta em:
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 100
101

ž¥ ̓ Í7
¨ƒp = ()
2«m ,
Assim, F1’=F2’ significando que os dois fios se atraem com forças iguais. Se as correntes
estiverem em sentidos opostos, os fios se repelem com forças iguais.

 Torque em uma Espira

Considere uma espira retangular conduzindo uma corrente I na presença de um campo


magnético uniforme externo no plano da figura, como mostrado na Figura 6.5a.

Figura 6.5: Espira Retangular.

As forças magnéticas sobre os lados 1 e 3 de comprimento b, são nulas pois este fios são paralelo
ao campo e, portanto, 
o‘ ×  = <. Para os lados 2 e 4 as forças não são nulas e a magnitude
destas forças é:

¨ = Í(
Se observarmos a espira pelo lado 3, como na Figura 6.5b, veremos as forças 2 e 4 direcionadas
como mostra a figura. Se a espira possui um eixo móvel perpendicular à página e passando pelo
ponto O, veremos que estas duas forças magnéticas produzem um torque em relação a esse eixo,
que gira a espira no sentido horário. A magnitude do Torque é:

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 101


102

Û Û Û Û
ó = ¨7 + ¨ô = (Í( ) + (Í( ) = Í(Û
2 2 2 2

Onde o braço do momento em relação a esse eixo é b/2 para cada força. Como a área da espira
é dada por A=ab, a magnitude do torque pode ser dada por:

ó = Í
Agora suponha que o campo magnético uniforme faz um ângulo θ com uma linha perpendicular
 é perpendicular aos lados
ao plano da espira, como apresentado na Figura 6.5c. Neste caso, 
2 e 4 e as forças magnéticas sobre os lados 1 e 3 se anulam e não produzem torque.

O torque produzido pelas forças F2=F4=IaB tem a magnitude:

Û Û
ó = ¨7 4@; + ¨ô 4@;
2 2

Û Û
ó = (Í( ) 4@; + (Í( ) 4@; = Í 4@;
2 2

Onde A=ab é a área da espira. Uma expressão vetorial conveniente para o torque é:

ó = Í × 

Onde  é um vetor perpendicular ao plano da figura e tem um módulo igual a área da espira.

 é definido como sendo o momento do dipolo magnético ð


O produto ò  da espira. A unidade
no SI do momento do dipolo magnético é (Am2). Usando esta definição, o torque pode ser
expresso como:

ó = ž × 
Esta expressão é válida para uma espira com qualquer formato.

 Materiais Magnéticos

Permeabilidade Relativa:

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 102


103

Definamos permeabilidade relativa como sendo:

õ ÷
žH = - ž¥ = 4«  10˜ñ ^ `
õö ²

Onde µ e a permeabilidade real do meio e µ0 é a permeabilidade do ar:

Tipos de Materiais Magnéticos:

a) Meios Moles – Materiais: Diamagnéticos; Paramagnéticos e Ferromagnéticos.


i. Diamagnetismo
Na prática, podemos considerar que o µr deste meio é um pouco abaixo de 1.
Tais substâncias são levemente repelidas por campos magnéticos
excepcionalmente fortes, porém está repulsão é tão fraca que são consideradas
não-magnéticas. As forças são muito fracas, sendo esses materiais considerados
não-magnéticos. Ex: ouro, prata, cobre.
ii. Paramagnetismo
Os materiais paramagnéticos possuem também um µr muito próximo a 1, porém
superiores a 1. São levemente atraídos por campos magnéticos muito fortes. As
forças também são muito fracas, sendo esses materiais considerados não-
magnéticos.. Nessa classe encontram-se um grande número de substâncias,
como o ar, o alumínio e a madeira.
iii. Ferromagnetismo
Os materiais ferromagnéticos possuem um µr muito superior a 1. Por exemplo o
ferro possui um µr=6000. Nessa categoria incluem-se substâncias como o ferro,
o cobalto, níquel e algumas ligas industriais. É interessante notar que se o meio
ferromagnético estiver em um ambiente aquecido, e se a temperatura em questão
ultrapassar um valor critico, chamado “Temperatura de Curie”, este meio passa
a ter um comportamento paramagnético. Para o ferro está temperatura é de
7700C.

Curva de Saturação – Curva B(H):

Consideremos o circuito magnético apresentado na Figura 5.7 com um meio onde µ possui um
valor muito alto. Inserimos neste circuito uma amostra de um meio magnético no qual
desejamos obter as características magnéticas. Veremos a seguir que:

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 103


104

wÍ ∅
= 4 
 º

Onde l e S são o comprimento e a área da amostra e N o número de espiras.

Podemos medir a corrente I imposta na bobina e o fluxo que atravessa o meio. Partindo de um
valor baixo de I, notamos que o fluxo aumenta proporcionalmente com I. A partir de um certo
valor de I observamos que o φ não aumenta na mesma proporção que I (saturação). Como H e
B são diretamente proporcionais à I e φ obtemos a curva B(H) apresentada na Figura 5.7.

Figura 5.7: Circuito Magnético e Curva B(H).

A Influência do Ferro em Circuitos Magnéticos:

Considere o circuito apresentado na Figura 5.8 onde temos um fio infinito envolvido por um
meio ferromagnético. Suponhamos que este circuito tenha uma ruptura física; a zona relativa a
esta ruptura será chamada entreferro. Para o cálculo do campo magnético utilizamos a Lei de
Ampère.

y  . m
 = Í
’(z)

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 104


105

Figura 5.8: Fio Infinito Envolvido por um Circuito Magnético com Entreferro.

Escolhemos l coincidindo com ¡


, dividiremos o mesmo em lf no ferro e le no entreferro.
Portanto, a expressão acima se transforma em:

 + y Ñ . m
y ø . m  = Í
·ù ·ú

Assumindo que os campos sejam constantes nas suas respectivas regiões, obtemos:

ø ø + Ñ Ñ =Í (a)
Havendo duas incógnitas nesta equação, precisamos estabelecer uma outra equação, que é
obtida pela consideração segundo a qual o fluxo φf no ferro é igual ao fluxo φe no entreferro

∅ø = ∅Ñ → žø ø ºø  žÑ Ñ ºÑ

Sendo Sf e Se as seções transversais no ferro e entreferro (perpendiculares ao plano da figura).


Supondo que estas possuam aproximadamente o mesmo valor, temos que:

õö
ø  Ñ (b)
õù

Utilizando a equação (b) na equação (a), temos:

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 105


106

Í
Ñ =ž
¥
 + Ñ
žø ø

Como µf>>µe, temos He=I/le. Se o circuito estiver muito saturado esta aproximação não vale.

Supondo que I=10A e que le=1mm (valor típico de entreferro em estruturas eletrotécnica)
obtemos He=10000A/m.

Observamos os seguintes fenômenos relativos a presença de meios ferromagnéticos em


circuitos magnéticos:

 Modificação da forma do campo magnético, em relação a um fio sem circuito


magnético, e condução do fluxo à região onde sua presença é necessária.
 A criação de campos de alta intensidade na região de entreferro.
 A circulação do campo magnético no meio ferromagnético é desprezível se µf>>µe pois
Hf<<He e temos que praticamente toda FMM (NI) é aplicada no entreferro. Onde:

 = wÍ
y Ñ . m
·ú

Onde N é o número de espiras.

b) Meios Duros – Imãs permanentes.

Suponhamos que nosso circuito magnético (Figura 5.9) seja constituído por um material
ferromagnético com alta permeabilidade. No entreferro do circuito é colocado um material
duro, mas que não tenha sido submetido a ação de qualquer campo magnético. Observemos que
H criado no entreferro, portanto no imã, é proporcional a I, pois H=NI/l e que B no imã é
proporcional ao fluxo mensurável φ, pois B=φ/S.

Acompanhemos então diferentes etapas no ciclo de funcionamento do imã.

a. Inicialmente, agindo sobre a corrente I, fazemos H passar de 0 a H1. A curva


percorrida será OM, chamada de curva de primeira imantação.
b. Diminuímos H de H1 até zero, (M1 à M2), ou seja fazemos I=0; é neste momento
que aparece a característica intrínseca dos meios duros, pois o imã guarda uma
imantação remanente considerável, indicada como Br na Figura 5.9. Notemos
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 106
107

que, neste momento, onde I=0 há um fluxo circulando no circuito magnético


devido ao Br do imã.

c. Colocamos a corrente I no sentido contrário, fazendo com que H passe para Hc


(trecho M2 - M3). No campo Hc, o fluxo do imã é idêntico em módulo, mas
contrário ao fluxo gerado pela bobina; não há fluxo no circuito magnético e B=0.
Este campo Hc é chamado de campo coercitivo.

d. Se continuássemos o ciclo (M3, M4, M5), novamente criaríamos um fluxo


magnético, porém a indução remanente Br no ponto M5 teria sentido contrário
ao Br no ponto M2.

Figura 5.9: Circuito Magnético e Ciclo de Histerese.

Este ciclo é chamado de histerese. A curva possui uma área relativamente grande para materiais
duros (imãs permanentes), enquanto materiais moles, como a chapas de ferro silício, têm ciclos
de pequena área. Um imã é definido por sua curva no segundo quadrante (Trecho M2 – M3).

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 107


108

 Domínios de Weiss

Os materiais magnéticos possuem pequenas regiões (porém macroscópicas) chamadas


Domínios de Weiss, compostas por várias moléculas do material em questão. Inicialmente,
estes domínios possuem campos magnéticos em todas as direções (Figura 5.10a), porém quando
aplicamos um forte campo externo ¡
, os campos dos domínios tendem a se alinhar com o
 é extinto, nos materiais duros, os campos dos
campo externo (Figura 5.10b). Uma vez que ¡
domínios tenderão a se manter na mesma situação de alinhamento. A ação conjunta dos
Domínios de Weiss formará a indução remanente no imã. Nos materiais moles, a situação é
aproximadamente a mesma, porém a aplicação de um pequeno campo externo no sentido
contrário será suficiente para eliminar esta indução remanente, ao contrário do imã.

Figura 5.10: Domínios de Weiss.

 Circuitos Elétricos e Magnéticos

O conceito de circuitos magnéticos está baseado na resolução de alguns problemas de campo


magnético utilizando a abordagem de circuitos. A analogia entre circuitos elétricos e
magnéticos está resumida na tabela e apresentada na Figura 5.11.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 108


109

Elétrico Magnético

Força Eletromotriz (FEM) - V Força Magnetomotriz - FMM

Resistência - R Relutância - ℜ

— ‘ aJJ ‘
Lei de Ohm - 1 = = Lei de Ohm - ℜ = =
ò ¸Z ∅ ðZ

Figura 5.11: Circuito Elétrico e Magnético.

A fonte de FMM em circuitos magnéticos é usualmente uma bobina percorrida por uma
corrente, como apresentado na Figura 5.11. Definimos também a relutância ℜ (em ampère –
esp/Weber) como:

 Ñ
ℜ= { |
žº ÏÛ
Onde l e S são, respectivamente, o comprimento médio e a área da seção reta do núcleo
magnético.

Espraiamento do Fluxo no Entreferro:

O espraiamento do fluxo deve-se as linhas de fluxo que aparecem ao longo dos lados e das
partes magnéticas separadas pelo ar, provocando um aumento da área percorrida pelas linhas
de fluxo, conforme apresentado na Figura 5.12a.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 109


110

Figura 5.12: Espraiamento e Fluxo de Dispersão.

Para levar em consideração o espraiamento das linhas de campo devido ao entreferro na


resolução de problemas, deve-se aumentar cada dimensão pelo comprimento do entreferro.

Dessa maneira, se tivermos uma seção retangular, a área do núcleo (Sn), será dada por:

ºÌ = ( × Û
Sendo a área do entreferro (Se) dada por:

ºÑ = (( + Ñ ) × (Û + Ñ )
Onde le é o comprimento do entreferro. Para uma seção circular tem-se:

ºÌ = « 7 4 ºÑ  « Ñ 
Leis de Kirchoff:

As leis de Kirchoff de corrente e de tensão podem ser aplicadas aos nós e às malhas de um
determinado circuito magnético da mesma forma como em um circuito elétrico. As regras de
soma de tensões e de combinação de resistências em série e em paralelo também são validas
para FMM’s e relutâncias. Portanto, para n elementos de um circuito magnético em série:

∅ƒ  ∅7  ∅„  ⋯  ∅Ì

¨qq  ¨qqƒ ¨qq7 ⋯ ¨qqÌ


Para n elementos do circuito em paralelo:

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 110


111

∅ = ∅ƒ + ∅7 + ⋯ ∅Ì

 Equação de Laplace

Suponhamos que em certos domínios bidimensionais não haja corrente (¢  <). Temos então
as equações de Maxwell abaixo:

    0

 .  = 0

,
Neste caso podemos definir um potencial escalar magnético V do qual deriva o campo ¡
através da expressão:

 = −∇
}

A validade desta expressão vem do fato que ¢ = <, pois temos ‰


 × −‰
— = ¢. Como ‰
 × ‰
— é
também nulo, temos 0=0, significando que esta definição não implica em nenhuma incoerência.
. 
A equação ‰  = <, pode então ser escrita sob a forma:

.  = ∇
∇ . ž  = ∇
. ž−∇
} = 0

ou

7} 7}
+ =0
h 7 i 7

Que é uma equação de Laplace. É importante ressaltar que a solução analítica desta equação,
para a maior parte dos problemas reais é muito difícil, optando-se, portanto, pela utilização de
métodos numéricos.

Em Coordenadas Cilíndricas e Esféricas os Laplacianos são dados por:

1  } 1 7} 7}
∇ }=
7
{ | + 7 7 + 7
    ∅ j

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 111


112

1  } 1  } 1 7}
∇ }= 7
7
{7 | + 7 {4@; |
    4@; ; ; 7 4@7 ; ∅7

 Tópicos Importantes

1. A intensidade do campo magnético induzido por uma corrente é definido pela lei de
Biot-Savart.
 ao longo do percurso fechado é igual
2. A lei de Ampère diz que a integral de linha de ¡
a corrente resultante que atravessa a superfície limitada pelo percurso.
3. Os materiais são classificados como diamagnéticos, paramagnéticos ou
ferromagnéticos, dependendo da estrutura cristalina e do comportamento que
apresentam sob a influência de um campo magnético externo.
4. Os materiais diamagnéticos ou paramagnéticos apresentam um comportamento linear
 e ¡
entre  , sendo ð ≅ ð< .
5. Os materiais ferromagnéticos apresentam um comportamento de histerese não linear
 e ¡
entre  .
6. A força magnética que atua sobre uma partícula carregada q movendo-se com uma
 é:
 em uma região com uma densidade de fluxo magnético 
velocidade 

¨  ”»  

7. A força eletromagnética total, conhecida como força Lorentz que atua em uma carga em
movimento nas presenças dos campos elétrico e magnético é:

¨  ” »  

8. As forças magnéticas que atuam em loops de corrente podem gerar torques magnéticos.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 112


113

Exercícios

Fluxo, Lei de Ampére e Biot-savart

Exercício 1

Utilize a Lei de Ampère para encontrar o campo magnético em um fio infinito percorrido por
uma corrente I. Considere a seção circular apresentada abaixo.

Exercício 2

Determine o campo magnético para o ponto P localizado a uma distância x do corner de um fio
infinitamente longo dobrado em um ângulo reto, como apresentado na Figura.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 113


114

Exercício 3

Encontre o fluxo magnético que cruza a porção do plano φ=π/4 definido por 0.01 < ρ < 0.05m
# .
e 0 < z < 2m (Figura) criado por fio de corrente de 2.5A ao longo do eixo z na direção 
Dado:

ò
¡= " oZ  o[o#
>f[

Exercício 4

Um condutor circular de raio ρ=1cm tem um campo interno de:

O<S O [ f

  ∅ →  
{ > Z"\[ − XYZ[| 
[   >[

Encontre, utilizando a Lei de Ampère, a corrente total no condutor.

Exercício 5

Em coordenadas cilíndricas, 
  > 
 (T). Determinar o fluxo magnético através de uma
[ φ

≤ ρ ≤2,5m e 0≤
superfície plana definida por: 0,5≤ ≤ z ≤2m.
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 114
115

Exercício 6

Um condutor cilíndrico fino de raio a, de comprimento infinito, conduz uma corrente I.


, através da Lei de Ampère, para os dois caminhos apresentados na figura.
Encontre ¡

Exercício 7

Considere uma espira circular de fio de raio R localizada no plano yz e conduzindo uma corrente
constante I. Calcule a indução magnética em um ponto axial P a uma distância x do centro da
espira.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 115


116

Exercício 8

Calcule o campo H criado por um fio infinito percorrido por uma corrente I, em um ponto P
distante do mesmo. Calcule em função de φ e R.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 116


117

Forças

Exercício 1

Ache a força sobre uma partícula de carga 1 x10-19C se ela entra num campo  = Pìü com
 sejam perpendiculares.
 " 
uma velocidade de inicial de 83,5km/s. Suponha que 

Exercício 2

Um condutor de 4m de comprimento localizado no eixo y com uma corrente de 10A na


direção    <, <P 
! . Encontre a força sobre o condutor se o campo na região tem   ü.

Exercício 3

Um condutor de 2,5m de comprimento, localizado em z=0 e x=4m, conduz uma corrente de


! . Encontre 
12A na direção −  (Uniforme) na região se a força é de 1,2 x 10-2N na direção

−
  # /√>.


Exercício 4

  O>
Um próton (1,6 x10-19C) move-se com uma velocidade ¯  − S
! # ì/Z em uma

  
região com   ! − M
> # ü. Qual o módulo da força magnética agindo sobre a carga?

Exercício 5

  O, S
Um elétron (-1,6 x10-19C) é projetado em um campo magnético uniforme com   −
! ü. Encontre a expressão vetorial para a força no elétron quando sua velocidade é 
>, O   
! ì/Z.
M,   O<P 

Exercício 6

 é uniforme
Um fio de 2,8m de comprimento carrega uma corrente de 5A em uma região onde 
e tem um módulo de 0,39T. Calcule o módulo da força magnética no fio se o ângulo entre 
 e
a corrente é de: (a) 600, (b) 900 e (c) 1200.

Exercício 7

Uma bobina retangular de dimensão 5,4cm x 8,5cm contém 250 espiras e conduz uma corrente
de 15mA. Uma indução de 0,35T é aplicada paralela ao plano da bobina. Calcule o módulo do
torque agindo na bobina. Calcule o módulo do torque na bobina quando o campo faz um ângulo
de (a) 600 e (b) 00 com µ.
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 117
118

Exercício 8

Calcule o torque em uma bobina circular de 100 espiras com 3cm de raio, centrada no plano
z=0, com I=5A no sentido anti-horário se 
 = >
 .

Exercício 9

Uma carga q=1C move-se com velocidade » através dos campos W  e 


 =   = 
# . Determine
 = 
a força sobre a carga. Dado:   + 
! + 
# .

Exercício 10

A bobina retangular apresentada na Figura está sob ação de uma indução:

 = 0,05 ?)ೣ _?)೤ (T)


√7

Encontre o Torque sobre o eixo z quando a bobina está na posição apresentada e conduz uma
corrente de 5A.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 118


119

Exercício 11

Uma bobina circular tem diâmetro de 20cm e contém 1000 espiras. A corrente em cada espira
é 3A e a bobina é colocada em um campo com B=2T. Determine o máximo e o mínimo torque
exercido na bobina pelo campo.

Exercício 12

Uma corrente contínua de 10A flui por uma espira triangular no plano xy, como apresentado na
Figura abaixo. Suponha que temos uma densidade de fluxo magnético 
 = <. P
! ü na região.
Determine as forças atuando sobre a espira. Dimensões em (cm).

Circuitos Magnéticos

Exercício 1

Uma bobina contém 1000 espiras enroladas em um núcleo toroidal com R=6cm e r=1cm.

a) Qual a corrente necessária para estabelecer um φ=0.2mWb em um núcleo não


magnético.
b) Repetir o exercício para um núcleo de Fe com µr=2000.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 119


120

Exercício 2

Seja um núcleo de ferro com µr=2000 e com a=1cm, b=8cm, c=2cm, d=6cm, N=1000e
conforme apresentado na Figura. Qual o circuito Elétrico associado? Qual a corrente requerida
para estabelecer o fluxo de 0.2mWb no núcleo de Fe?

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 120


121

Exercício 3

O núcleo toroidal da Figura tem ρ0=10cm e uma seção reta circular com raio a=1cm. Se o
µ=1000µ
núcleo é feito de aço (µ µ0) e tem uma bobina com 200e, calcule a intensidade de corrente
que irá gerar uma densidade de fluxo de 0.5mWb/m2 no núcleo.

Exercício 4

No circuito magnético da Figura, calcule a corrente na bobina que irá gerar uma indução
magnética de 1.5 Wb/m2 no entreferro de ar, assumindo que µ=50µ
µ0, e que todos os trechos do
núcleo tenham a mesma área de seção reta de 10cm2.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 121


122

Exercício 5

Calcular: (a) as relutâncias do circuito magnético apresentado na figura. (b) o fluxo e a indução
magnética. Considere que o ferro tem permeabilidade relativa igual a 10000, que o entreferro é
de 1mm e que a bobina de 400e é percorrida por uma corrente de 1A.

Exercício 6

Considere o circuito magnético representado, cujas dimensões são apresentadas em milímetros.


As duas bobinas estão ligadas em série tendo cada uma delas 500 espiras. Dado o campo no

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 122


123

ferro igual a 800Ae/m. Calcule a corrente que deve percorer as bobinas para obter uma indução
de 1,2T no entreferro.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 123


124

Quase-Estática

 Equações de Maxwell

As equações de Maxwell, junto com as equações constitutivas, para o campo eletromagnético


de variação lenta no tempo (quase-estática) são dadas por:

∇ ×  = 

∇ .  = 0

 
∇ ×  = −


 = ž 

 = 

A equação

 

 ×  = −

 cria um
Particulariza o domínio da quase-estática. Ela indica que a variação temporal de 
campo elétrico W.

Devido ao termo no lado direito desta equação, os campos elétricos e magnéticos variáveis no
tempo são acoplados em conjunto e não podem ser analisados em separado, ao contrário dos
campos elétricos e magnéticos invariantes no tempo, que são totalmente independentes uns dos
outros. Por outro lado, como veremos no capítulo sobre ondas, as equações de Maxwell para
campo eletromagnético de variação rápida no tempo diferem das equações correspondentes
para o campo de variação lenta no tempo somente na Lei de Ampère generalizada. Ou seja, o

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 124


125


£]
termo existe no lado direito da equação. Expressando o fato que de que um campo elétrico
£¤

que varia rapidamente com o tempo dá origem a um campo magnético.

 Lei de Faraday

 é constante em
Considere um núcleo cilíndrico de material ferromagnético de tal modo que 
sua seção S, mas variável no tempo (Figura 7.1).

Figura 7.1: FEM Induzida devido a uma Variação no Campo.

Integrando a equação

 
∇ ×  = −

Temos:

 
† ∇ ×  . m
 = − † 
. m
z z 
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 125
126

Utilizando o teorema de Stokes:

y  = † ∇
 . m 
 ×  . m
’(z) z

 
y  = − †
 . m 
. m
’(z) z 

- 10 Termo da Equação: Tensão nos terminais da espira.

l=y 
 . m
’(z)

- 20 Termo da Equação: Como 


 é constante na superfície S e só depende do tempo.

    m  m 
† 
. m → = → −† 
. m
z   m z m

Como a integração e a derivação são operações independentes:

m m∅
−  = −
† . m =l
m z m
A equação é conhecida como a Lei de Faraday.

Se tivermos N condutores:

m∅
−w =l
m

O sinal negativo que aparece nesta expressão pode ser mais facilmente assimilado na equação
original de Maxwell. Com o auxilio do esquema da Figura 6.1b, notamos que se a espira estiver
em curto-circuito, por ela circulará uma corrente que terá a propriedade de criar um campo

£
magnético no interior do núcleo. Este campo terá o sentido oposto a variação £¤
. Portanto, no

caso da Figura 6.1b, o campo criado penetrará no plano da figura, tentando minimizar o
, que se efetua no sentido que sai do plano da figura.
aumento de 

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 126


127

 Lei de Lenz

O sentido em que E
 se estabelece foi determinado por Lenz, e a regra que o define é chamada
de Lei de Lenz, cuja essência é resumida na seguinte frase: “O sentido da corrente induzida é
tal que o fluxo produzido por esta corrente tende a se opor à variação do fluxo que a originou”.

Esta lei vale apenas para correntes induzidas que aparecem em circuitos fechados. Se o circuito
for aberto, podemos usualmente pensar em termos do que poderia acontecer se ele fosse fechado
e desta forma encontrar a polaridade da fem induzida.

A força eletromotriz induzida tem o mesmo sentido que a corrente induzida. Considere um imã
se aproximando de uma espira como mostrado na Figura 7.2. Se o imã estiver inicialmente
distante, o fluxo magnético que atravessa a espira é zero. Quando o polo norte do imã se
 apontando para baixo, o fluxo através da espira aumenta. Para se
aproxima da espira com 
Ö\o apontando para cima
opor a esse aumento de fluxo a corrente induzida I deve criar um 
(Figura 7.2a). De acordo com a regra da mão direita, o sentido da corrente deve ser anti-horário.

Figura 7.2: Espira – lei de Lenz.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 127


128

Note que o fluxo de 


Ö\o sempre se opõe à variação do fluxo 
, mas isso não significa que 

Ö\o sempre tem sentidos opostos. Por exemplo, quando afastamos o imã da espira o fluxo
e
produzido pelo imã tem o mesmo sentido que antes (para baixo), mas agora está diminuindo.
Ö\o também deve ser para baixo, de
Nesse caso, como mostrado na Figura 7.2b, o fluxo de 
 e 
modo a se opor à diminuição do fluxo. Portanto,  Ö\o tem o mesmo sentido.

As Figuras 7.2c e 7.2d mostram as situações em que o polo sul do imã se aproxima e se afasta
da espira, respectivamente.

 Correntes Induzidas

Aprofundemos um pouco mais o exemplo da Figura 6.1: se a espira estiver em curto-circuito,


a corrente que circulará na mesma é chamada corrente induzida, pois ela é induzida por uma
. Na verdade não é necessária a existência de uma espira para que a
variação temporal de 
corrente se estabeleça, se o núcleo for constituído de material condutor, anéis de corrente se
formarão no próprio núcleo. É evidente que a estas correntes podemos associar perdas por efeito
 será, em grande parte,
Joule que farão com que a energia injetada no sistema para criar 
transformada em calor. Por outro lado, se inicialmente tínhamos um campo nulo no núcleo,
estas correntes induzidas se estabeler-se-ão de tal forma que a variação do fluxo será impedida;
 imposto pelo exterior e o 
então, a indução total (soma de   criado pelos anéis de corrente)
será praticamente nula.

Serão estes efeitos desejáveis? A resposta depende da aplicação do dispositivo. Se desejarmos


aquecer um núcleo a resposta é positiva. No caso de um motor de indução, a corrente induzida
no rotor é necessária para que o torque seja criado. Nestes dois exemplos a corrente induzida é
benéfica ao funcionamento dos dispositivos em questão. Como exemplo contrário, citemos o
transformador de tensão, cujo objetivo é transferir a potência da bobina primária para a
secundária. Se, neste caso, uma grande parcela de energia é consumida no núcleo em forma de
calor, o dispositivo terá um funcionamento inadequado. Para impedir que estes laços ou anéis
de corrente se formem no núcleo é necessário fazer com que a condutividade do núcleo seja
diminuída no sentido da corrente induzida e uma maneira usual de fazê-lo é laminar o núcleo.
Estas lâminas são isoladas eletricamente entre elas e impedem a formação de anéis de correntes
induzidas, que se estabeleceriam no plano da seção transversal do núcleo.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 128


129

Quando as correntes induzidas são nefastas ao bom funcionamento do dispositivo elas são
chamadas de correntes de Foucault, às quais serão associadas às perdas por correntes de
Foucault que aquecem a estrutura por efeito Joule. É importante notar que ambas, fisicamente,
constituem o mesmo fenômeno.

 Tensão Induzida por Movimento

A força exercida sobre uma carga q em movimento em um campo uniforme 


 é dado por:

¨ = ”» × 

Quando um condutor com um grande número de cargas move-se através de 


 (Figura 7.3) o

campo elétrico móvel (W ൗV = 


ì = a ) cria uma ddp, medida pelo Galvanômetro, entre
 × 
as extremidades do condutor. Para uma espira (circuito fechado) tem-se:


} = y» × . m

   A
+ -
B

Galvanômetro

Figura 7.3: Tensão Induzida por Movimento.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 129


130

 O Transformador Ideal

O transformador apresentado na Figura 7.4 consiste em duas bobinas enroladas em torno de um


núcleo magnético comum. A bobina do circuito primário tem N1 espiras e a do circuito
secundário tem N2 espiras. A bobina do primário é conectada a uma fonte de tensão ca V1(t) e
a do secundário é conectada a um resistor de carga RL. Em um transformador ideal, o núcleo
tem uma permeabilidade infinita (µ=∞) e o fluxo magnético fica confinado dentro do núcleo.
A s direções das correntes que percorrem as duas bobinas, I1 e I2 são positivas, o fluxo gerado
por I2 é oposto ao gerado por I1. O transformador recebe esse nome em função do fato de que
é usado para transformar correntes, tensões e impedâncias entre os circuitos conectados ao
primário e ao secundário.

Figura 7.4: Transformador.

No lado primário do transformador, a fonte de tensão V1 gera uma corrente I1 na bobina do


primário, a qual estabelece um fluxo φ no núcleo magnético. O fluxo e a tensão V1 estão assim
relacionados pela lei de Faraday:

m∅
}ƒ = −wƒ
m
e, de forma similar, no lado secundário,

m∅
}7 = −w7
m
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 130
131

A combinação dessas equações resulta em:

}ƒ wƒ
= (()
}7 w7
Em um transformador ideal sem perdas, toda a potência instantânea fornecida pela fonte
conectada à bobina do primário é entregue à carga no lado do secundário. Assim, nenhuma
potência é perdida no núcleo, e

“ƒ = “7 ↔ “ƒ = }ƒ ̓ ↔ “7 = }7 Í7
e

̓ w7
= (Û)
Í7 wƒ
A tensão e a corrente no circuito secundário estão relacionadas por V2=I2RL. Para o circuito de
entrada, o transformador pode ser representado por uma resistência de entrada equivalente Rent,
conforme apresentado na Figura 7.5, definida como:

Figura 7.5: Circuito Equivalente do Lado Primário.


2ÑÌ =
̓
Com o uso das equações (a) e (b), temos:

}7 wƒ 7 wƒ 7
2ÑÌ = { | = { | 2’
Í7 w7 w7
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 131
132

Quando a carga é uma impedância ZL e V1 é uma fonte senoidal, a representação da resistência


de entrada pode ser estendida para uma impedância de entrada equivalente Zent dada por:

wƒ 7
ܼÑÌ = { | ܼ’
w7

 Indutâncias e Indutâncias Mutuas

Consideremos o esquema apresentado na Figura 7.6, constituída por dois circuitos elétricos C1
e C2, colocados eventualmente em presença de materiais ferromagnéticos. Não consideraremos
perdas de qualquer ordem no circuito ferromagnético. No circuito C1 a uma corrente I1, que
será variável no tempo, porém com uma frequência suficientemente baixa para que possamos
desprezar perdas decorrentes desta variação de I1 (as perdas em questão serão examinadas
posteriormente).

Figura 7.6: Circuito Magnético com dois Circuitos Elétricos.

A corrente I1 em C1 criará um fluxo magnético. Uma parte deste será enlaçada pelo
circuito C2. Este fluxo, chamado φ12 será o fluxo criado por C1 em C2. Admitindo que o campo
magnético não sofra o efeito da saturação, se, por exemplo, dobrarmos a corrente I1, φ12 será
também duplicado. Suponha que o circuito C2 possua N2 espiras, definamos então o “enlace de
fluxo” como sendo o produto do número de vezes que o circuito C2 enlaçará o fluxo φ12 pelo
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 132
133

próprio φ12, ou seja N2φ12. Sem a saturação existe então um fator de proporcionalidade k entre
o enlace de fluxo e a corrente I1, tal que k=N2φ12/I1. Este fator será chamado “Indutância Mútua
entre C1 e C2 e será designado por M12, tal que:

∅ƒ7
qƒ7 = w7
̓
Notamos também que o circuito C1, possuindo N1 espiras, produz um fluxo na sua própria
região de existência φ11 e podemos então definir a “indutância própria” ou simplesmente
indutância de C1 como sendo:

∅ƒƒ
‫ = ƒܮ‬wƒ
̓
Quando a saturação dos materiais magnéticos, a proporcionalidade entre φ12 e I1 ou φ11 e I1
deixará de existir, porém as definições de indutâncias acima continuarão idênticas. Com esta
perda de proporcionalidade, as indutâncias M12 e L1 variarão com o valor de I1 e serão portanto
funções de I1.

 Energia Armazenada em um Campo Magnético

Para transportar uma carga dq através de uma diferença de potencial V é preciso fornecer uma
energia dqV. Logo, para manter uma corrente I=dq/dt durante um tempo dt, é preciso fornecer
uma energia:

mÏ = (Ím )}
O que corresponde a uma potência (energia por unidade de tempo):


= “ = Í}
m

Num circuito, a tensão, U, induzida por um campo magnético variável tende a se opor a variação
de fluxo:

m∅
− =l
m
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 133
134

Logo, a potência necessária para se manter a corrente I pode ser escrita como:

m∅ m(‫ܮ‬Í) mÍ
“ = −lÍ = Í= Í = ‫ܮ‬Í
m m m
Ignorando a perda de energia por efeito Joule (resistência desprezível) a energia total que
precisa ser fornecida para fazer passar a corrente no circuito do valor I=0, para t=0, ao valor
final de I num tempo t, é:

mÍ 1
l8 =  “m =  ‫ܮ‬Í m = ‫  ܮ‬ÍmÍ = ‫ܮ‬Í7
¥ ¥ m ¥ 2
Neste caso, UB representa a energia armazenada no circuito de indutância L que é atravessado
por uma corrente I.

 Corrente de Deslocamento

A Lei de Ampère na forma diferencial é dada por:




 ×  =  +

Se aplicarmos a integral de superfície aos dois lados da equação ao longo de uma superfície
aberta S qualquer com um contorno C, temos:



 =  . m
 ×   . m
 ∇  +  
. m
z z ஽ 

A integral de superfície de ¢ é igual a corrente de condução Ic através da superfície S, e a integral


de superfície de ‰
 × ¡
 pode ser convertida em uma integral de linha de ¡
 ao longo do contorno
C envolvendo o teorema de Stokes. Portanto:



 = ÍÙ + 
y  . m 
. m
± z 
O segundo termo do lado direito da equação tem que ter a mesma unidade (ampères) que a
corrente Ic, e por ser proporcional a derivada no tempo da densidade de fluxo elétrico ]
 é
denominado de corrente de deslocamento Id.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 134


135

⁄£¤ = <), esta corrente desaparece. Porém, mesmo em


Inicialmente, em casos estáticos (£]
frequências da ordem de 105 Hz, e com o campo elétrico intenso de 105 V/m, a corrente de
deslocamento é da ordem de 10-4 A/mm2, muito inferior as correntes de condução cuja
densidade é da ordem de 1 A/mm2. Podemos também desprezar os efeitos capacitivos parasitas
dos fios. Só não podemos desprezar este termo quando, no nosso domínio de estudo, houver
capacitores envolvendo grandes dimensões e fortes campos elétricos. Neste caso a corrente de
deslocamento pode assumir valores altos; porém, esta situação constitui um caso bastante
particular.

 Potencial Vetor Magnético

Para definir o potencial vetor nos focamos na equação:

∇ .  = 0

Lembrando que o divergente de um rotacional é zero.


 . ∇ ×  = 0

Portanto, podemos considerar 


 como o rotacional de um certo campo vetorial 
.

Unidade: Wb/m.

 Campo Elétrico

Para £⁄£¤ = <, a Lei de Faraday se reduz a:

∇ ×  = 0 - Eletrostática

A qual diz que o campo elétrico W é conservativo. De acordo, com as regras de cálculo de
vetores, se o campo é conservativo, ele pode ser expresso como o gradiente de um escalar.
Portanto, em eletrostática definimos W como:

 = −∇
V

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 135


136

No caso dinâmico, a Lei de Faraday é dada por:

 
∇ ×  = −


 = ‰
E devido a relação   × 
, temos:

∇ × 

 ×  = −

A qual pode ser escrita como:



 × • + –=0

Podemos colocar que


 + }
= −∇

pois o rotacional de um gradiente é nulo. Desta maneira podemos escrever que:


 = − −∇
߮


No caso estático se reduz a:

 = −∇
V

Quando potencial escalar V e potencial vetor 


 são conhecidos, W
 pode ser obtido da equação
anterior.

 Tópicos Importantes

1. A lei de Faraday diz que uma tensão é induzida nos terminais de uma espira se o fluxo
magnético enlaçado na superfície varia com o tempo.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 136


137

2. Num transformador ideal, as relações das tensões, correntes e impedâncias do primário


em relação às do secundário são regidas pela relação de espiras.
3. Em condições dinâmicas, o campo elétrico W
 está relacionado tanto ao potencial escalar
.
V quanto ao potencial vetor magnético 
4. A indutância de um circuito é definida como a razão entre o fluxo magnético de enlace
do circuito e a corrente através dele.
5. A energia armazenada no circuito de indutância L é dada por:

1 7
l8 = ‫ܮ‬Í
2

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 137


138

Exercícios

Lei de Faraday

Exercício 1

Calcule a tensão induzida na área de 0,65m2, no plano z=0, apresentada na figura, encerrada por
um fio condutor. Dado;

<. <P
 =
 ! + 
XYZO<M ¤  #  (ü)
√>

Exercício 2

A espira condutora circular, apresentada na figura abaixo, está no plano z=0 e tem um raio de
Ω. Dado:
0,1m e uma resistência de 5Ω


 = <, ><ZÖ\O<M ¤ 
# (ü)

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 138


139

Determine a corrente:

Exercício 3

Ω e 4Ω
Determine as tensões V1 e V2 nos resistores de 2Ω Ω mostrados na figura. O loop está
 = <, M¤ 
localizado no plano xy, tem área de 4m2, apresenta uma densidade de fluxo  # (T) e
a resistência interna do fio pode ser ignorada.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 139


140

Exercício 4

Considere que uma espira quadrada com centro na origem e tendo 20cm de lados paralelos aos
 = < > XYZO<M ¤ 
eixos x e y. Se  # e B0=100T encontre a corrente no circuito. Dado
Ω.
R=1000Ω

Exercício 5

Dado 
 = (M! − #)
 + >#
! (Wb/m) em uma certa região do espaço livre (µ
µ=µ
µ0). Encontre

 para P(2,-1,3).

Indutância

Exercício 1

Um solenoide de comprimento 10cm e raio 1cm tem 450 espiras. Calcule sua indutância.

Dados:  = µ< ¡ - H=NI/L

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 140


141

Exercício 2

O núcleo de um toroide tem 12cm2 de área de seção reta e é feito de um material com µr=200.
Se o raio médio do toroide é 50 cm, calcule o número de espiras necessário para obter uma
indutância de 2.5H.

Exercício 3

Uma bobina de comprimento 0.5m tem 500 espiras e conduz uma corrente I sendo sua área de
3 x 10-3m2. Uma segunda bobina está colocada em volta da primeira bobina. Determine a
µr=200 e N2=8).
indutância mútua do sistema (µ

Exercício 4

Sejam duas bobinas com N1=500 espiras, I1=2A, r1=1cm, l1=10cm e N2=150 espiras, I2=1A,
r2=0,5cm e l2=8cm. Considerando φ21 que atravessa as espiras da bobina 2 é 15% do fluxo
total no centro da bobina 1, calcule a indutância mútua.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 141


142

Noções de Ondas Eletromagnéticas

 Introdução

Quando a corrente de deslocamento é diferente de zero não podemos estudar os campos


elétricos e magnéticos separadamente. Temos que considerar as interações entre estes campos.
A Lei de Ampère incluindo a corrente de deslocamento mostra que um campo elétrico variável
no tempo cria um campo magnético. A Lei de Faraday, também, nos indica que um campo
magnético variável no tempo cria também um campo elétrico.

Portanto, quando um campo elétrico ou magnético está variando com o tempo, ocorre uma
indução do outro campo na região do espaço adjacente ao campo que está variando. Somos
levados a considerar a possibilidade da ocorrência de uma perturbação eletromagnética
constituída por campos elétricos e magnéticos variando com o tempo e que pode se propagar
de uma região do espaço para outra, mesmo quando não existe matéria entre essas regiões. Tal
perturbação caso exista, deve apresentar as características de uma onda, e chamá-la de onda
eletromagnética é bastante apropriado.

As ondas de rádio e de televisão, a luz, os raios X e muitas outras radiações são exemplos de
ondas eletromagnéticas.

 Equações de Maxwell

Como ocorre frequentemente no desenvolvimento da ciência, o entendimento teórico das ondas


eletromagnéticas seguiu originalmente um caminho meio tortuoso. No início da teoria
eletromagnética, dois sistemas diferentes de unidades de carga elétrica eram usados, um para
problemas de eletrostática e outro para fenômenos magnéticos envolvendo correntes. Nos
sistemas de unidades usados naquela época, essas duas unidades de carga possuíam dimensões
diferentes.

A dimensão da razão entre essas duas grandezas era igual à dimensão de velocidade, e as
medidas mostraram que essa razão possuía um valor numérico precisamente igual ao valor da
velocidade da luz 3 x 108 m/s. Naquela época, os físicos observaram que isso era uma
extraordinária coincidência e não tinham como explicá-la.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 142


143

Pesquisando esse resultado, Maxwell provou, em 1865, que uma perturbação eletromagnética
poderia se propagar no espaço vazio com uma velocidade igual à velocidade da luz e que a luz
era, provavelmente, uma onda eletromagnética. Ao mesmo tempo, ele descobriu, como visto
anteriormente, que os princípios básicos do eletromagnetismo podem ser descritos em quatro
equações.

 Equações de Maxwell
-



k ×  =  +


k .  = 0

 
k ×  = −


k . 
 = µ

Relações constitutivas:

 = ž 

 = Ÿ



£]
O termo representa a corrente de deslocamento.
£¤

 estático,
De acordo com essas equações, uma carga puntiforme em repouso produz um campo W
; uma carga que se move com velocidade constante produz tanto
mas não gera nenhum campo 
 quanto o campo 
o campo W . As equações de Maxwell também podem ser usadas para mostrar
que, para uma carga puntiforme produzir ondas eletromagnéticas, e necessário que a carga
esteja acelerada. De fato, é um resultado geral da teoria eletromagnética que toda a carga
acelerada irradia ondas eletromagnéticas.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 143


144

 Geração de Ondas Eletromagnéticas

Ondas eletromagnéticas com comprimentos de onda macroscópicos foram inicialmente


produzidas em laboratório no ano 1887, pelo físico alemão Heinrich Hertz. Como fonte
ondulatória, ele usou cargas oscilando em um circuito L-C (Figura 8.1). Hertz detectou as ondas
eletromagnéticas resultantes usando outro circuito sincronizado para a mesma frequência.
Sabendo a frequência de ressonância de seu circuito, ele então determinou a velocidade da onda.
Desse modo verificou que a velocidade da onda eletromagnética era igual a velocidade da luz;
isso confirma diretamente a previsão teórica de Maxwell.

Figura 8.1: Circuito L-C.

A possibilidade do uso de ondas eletromagnéticas para a comunicação através de distâncias


longas parece não ter ocorrido para Hertz. Coube ao entusiasmo e ao esforço de Marconi e de
outros a ideia de fazer as comunicações por meio do rádio se tornarem uma realidade cotidiana.
Em um transmissor de rádio, cargas elétricas oscilam ao longo do comprimento de uma antena
condutora, produzindo campos oscilantes. Visto que muitas cargas oscilam juntas em uma
antena, as perturbações são muito mais fortes que as produzidas por uma única carga oscilando
e podem ser detectadas em distâncias muito mais longas. Em um receptor de rádio, a antena
também é um condutor; os campos das ondas que emanam de um transmissor distante exercem
forças sobre as cargas livres no interior da antena receptora, produzindo uma corrente oscilante
que é detectada e amplificada pelo circuito receptor.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 144


145

O escopo do nosso estudo se refere somente a uma introdução a ondas eletromagnéticas e não
como elas são produzidas. Para um estudo mais aprofundado, sugerimos aos interessados
cursarem a disciplina optativa Ondas e Antenas.

 Propagação de Ondas Eletromagnéticas

 quanto 
- A onda é transversal; tanto W  são perpendiculares a direção de propagação da onda.
Os campos elétricos e magnéticos também são mutuamente perpendiculares.

- A onda se desloca no vácuo com uma velocidade definida e invariável.

- As ondas são irradiadas a partir de uma fonte, sem a necessidade de um meio físico para sua
propagação.

 Descrição Matemática de uma Onda Eletromagnética

Vamos agora determinar as expressões matemáticas que mostram a propagação de uma onda
eletromagnética pela indução recíproca de campos elétricos e magnéticos. Para simplificar o
problema, vamos considerar a onda se propagando no vácuo, onde não existe cargas ou
correntes:

µ = 0 ↔  = 0

Utilizando as relações constitutivas nas equações de Maxwell tem-se:


k ×  = Ÿ¥ → (1)


k .  = 0

 
k ×  = −ž¥


k .  = 0
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 145
146

Aplicando o rotacional a ambos os lados da equação (1), obtém-se:

 k ×  


k × k ×  = k × Ÿ¥ = Ÿ¥
 

 7 
k × k ×  = −Ÿ¥ ž¥ 7 → (2)

Identidade Vetorial

 × ∇
∇  × A
 = ∇  ∙ A
∇  ∙ −∇
7 A


Aplicando a identidade vetorial na equação 2, tem-se:

 7 
 7
k  − Ÿ¥ ž¥ 7 = 0

Analogamente para o campo elétrico:

 7 
 7
k  − Ÿ¥ ž¥ 7 = 0


Velocidade de Propagação

Os campos elétrico e magnético no decorrer do tempo se propagam no espaço, com uma


determinada velocidade de propagação.

No vácuo

1
n=9= = 3 × 10଼ ©/
ඥž¥ Ÿ¥

c é a velocidade da luz no vácuo. As equações da onda tornam-se:

1  7 
 7
k  − 7 7 = 0 → (3)
n 

1  7 
k 7  − = 0 → (4)
n7  7
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 146
147

 Ondas Eletromagnéticas Senoidais

 quanto 
Em uma onda eletromagnética senoidal tanto W  em qualquer ponto do espaço são
funções senoidais do tempo e, em qualquer instante, a variação espacial dos campos também é
senoidal. Algumas ondas eletromagnéticas senoidais são ondas planas; elas possuem a
propriedade de, que em cada instante, os campos são uniformes sobre qualquer plano
perpendicular à direção de propagação. O conjunto todo se desloca na direção e no sentido de
propagação da onda com velocidade u. As direções de W e 
 são perpendiculares à direção de
propagação da onda (e são mutuamente perpendiculares), de modo que a onda é transversal. As
ondas eletromagnéticas produzidas por uma carga puntiforme oscilando são um exemplo de
ondas senoidais que não são ondas planas. Porém, se restringimos nossa observação a uma
região relativamente pequena e para pontos muito afastados da fonte, até essas ondas podem
ser consideradas aproximadamente ondas planas (Figura 8.2).

Figura 8.2: Ondas Planas.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 147


148

 Solução das Equações

As soluções mais simples para as ondas das equações (3) e (4) são aquelas para as quais as
amplitude dos Campos de W (#, ¤) e ¡! (#, ¤) variam com z e t de acordo com as expressões
(Figura 8.3):

* (j, ) = ெ 9: (Æ − ߚj) → (5)

, (j, )= ெ 9: (Æ − ߚj) → (6)

Figura 8.3: Onda Eletromagnética.

Onde:

A (EM ou HM) – é a amplitude da onda;

(wt+βz) é a fase da onda, que depende do tempo t e da variável espacial z.

w – frequência angular;

β - constante de fase (número da onda) (rad/m).

É útil caracterizar as ondas eletromagnéticas através do comprimento de onda e da frequência


(Figura 8.4).

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 148


149

Figura 8.4: Período e Comprimento de Onda.

T - é o período – leva um tempo (T(s)) para se repetir.

λ - é o comprimento de onda – a onda se repete a uma distância (λ


λ(m)).

f – frequência – número de ciclos por segundo.

Cabe salientar que uma onda é uma função do tempo e do espaço, não tem inicio e nem fim.

Equações:

Velocidade de Propagação

n= → n = ݂λ
λ
Ô
Frequência angular

Ï = 2«݂
Constante de Fase

Æ 2«
β= =
n λ
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 149
150

Suponha que na onda da Figura 8.3 W (#, ¤) e ¡! (#, ¤) representem, respectivamente, os


 e do componente y de 
valores instantâneos da componente x de W  e que EM e BM representem
os valores máximos ou amplitudes desses campos. Nesse caso as equações (5) e (6) em termos
de vetores, tornam-se:

 = ெ 9:(Æ − ߚj)()*

 = ெ 9:(Æ − ߚj)(),

ou

ெ
 = 9:(Æ − ߚj)(),

onde:

ெ ž¥
@¥ = =ඨ = 377Ω − Í©Ë4mâ@9Ð( m: »á9n:
ெ Ÿ¥

 Ondas Planas Linearmente Polarizadas

Se fixarmos a direção z de propagação e verificarmos que a direção do campo elétrico W é


sempre constante (digamos no eixo x).

 = * (j, )()*

Estamos perante a um campo elétrico que só tem variação ao longo dessa direção, quando isso
acontece dizemos que temos uma onda diretamente polarizada na direção do eixo x.

Podemos, também verificar que

 = * (j, )(),

é linearmente polarizada. Portanto, os campos elétricos e magnéticos são perpendiculares entre


si (campos transversais (Figura 8.5)) e perpendiculares a direção de propagação z.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 150


151

Figura 8.5: Campos Transversais.

 O Vetor de Poyting

O Vetor de Poyting (


N ) nos dá a direção e o sentido de propagação da onda eletromagnética.

º =  × 

 Energia

Ondas eletromagnéticas transportam energia de uma região do espaço para outra. Esta energia
é associada com os campos elétricos e magnéticos em movimento. Assim a energia total
armazenada por unidade de volume em uma região do espaço onde temos uma onda
eletromagnética é dada por:

1 1 7
Ï = ÏÕ + Ï8 = Ÿ¥  + → ( „)
2 2 ž¥ ©

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 151


152

mas

 ž¥
=ඨ
Ÿ¥

ÏÕ = Ï8 → Ï = ÏÕ + Ï8 = Ÿ¥  7 = ž¥  7

 em nossa onda simples


Isso mostra que, no vácuo, a densidade de energia associada ao campo W
.
é igual a densidade de energia associada ao campo 

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 152


153

Exercícios

Ondas Eletromagnéticas

Exercício 1

Para o campo elétrico no espaço livre:

 = OP XYZ(PO<b ¤ + ࢼ#)


W   —/ì

Implemente um Script no SCILAB para construir o gráfico apresentado abaixo para t=0; t=T/4,
t=T/3 e t=T/2.

Utilize: x=linspace(0,4*%pi,1000);

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 153


154

Exercício 2

Dado:

 = O<™š›(M × O<˜b ¤ − ࢼ)


¡ 

Implemente um Script no SCILAB para construir o gráfico apresentado na figura abaixo. Por
motivos gráficos considere n0=0,707Ω. Utilize: x=0 e t=linspace(0,2*%pi,100);

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 154


155

Exercício 8
Resultados
−0,17()* − 0,7(), + 0,7().

Álgebra Vetorial Exercício 9

−()* − i(), − 2().


ඥi 7 + 5
Exercício 1

1
() = 2()* + 2(), − (). 
3
Exercício 10

Exercício 2 2()* + 4().


√20
a) 4()* − 5(), − ().
b) 3()* − 10(), − 6(). Exercício 11
c) √6
ƒ a) 5()* − 10(), + 3().
d) −()* − 5(), − 5(). 
√ହƒ
e) 17,72 b) -2
7
c) − 2()* + (), − 2(). 
Exercício 3 „

d) θ=99,950
a) 5,95()* + 11,9(), + 23,8().
b) 0,22()* + 0,44(), + 0,87(). Exercício 12
Exercício 4
0,89; 5,76; 1,33
()* − 2().
√5 Transformação de Coordenadas
Exercício 5
Exercício 1

Ž .  = 0
a) √5, 63,4¥ , 0 - √5, 90¥ , 63,4¥ 
b) (0, 0¥ , 3) - (3, 0¥ , 0¥ )
Exercício 6

S=9 c) √2, 45¥ , 2 - √6, 35,26¥ , 45¥ 


Exercício 7 d) (4,24, −45¥ , −3) -

a) 0,27()* − 0,53(), − 0,8(). (5,2, −54,76¥ , 135¥ )

b) 12/5 Exercício 2

a) √14, 74,5¥ , −33,7¥ 


c) 15,80
d) ()* + 4(), + 3().
b) (0,58, −1,61,4,70)
e) 13
c) 6,29
f) 54()* − 57(), − 20().
g) −4().
Exercício 3

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 155


156

a) 21π/2 Exercício 13

2h 3i
݂ƒ =
b) 125π/3

Exercício 4 ඥh 7 + i 7 ඥh 7 + i 7

2i 3h
a3 ݂7 = +
ඥh 7 + i 7 ඥh 7 + i 7

݂ƒ ()* + ݂7 (), − ().


Exercício 5

πR2H
Exercício 14
Exercício 6
π
4/3πR3
Exercício 15
Exercício 7
4« „
(2 − 27„ )
5π/2 3 ƒ
Exercício 8
Cálculo Vetorial
2
20,9cm
Exercício 1
Exercício 9
a) 24 ˜. 9:ℎi9:2h()* +
8π/3
4 ˜. 4@ℎi4@2h(), −
4 ˜. 9:ℎi4@2h(). 
Exercício 10

a) −4()B
Exercício 3
b) 4().
a) 16
Exercício 11 b) -16

a) 2,87()H − 2,9()I + 2,13()∅ Exercício 4


b) −0,85()H + 0,45()I + 5()∅
4
c) 0,86()H + 0,14()I − 0,71()∅
d) 3,69()H + 1,74()I + 0()∅
Exercício 5

a) 0
Exercício 12
b) 2xyz+x
a) 12,76()B + 0()∅ + 6(). c) 2x+z

b) (29: 7 ∅ − 4@7 ∅ + d) -1/2(x2+y2)-3/2

54@∅9:∅)()B + (49: 7 ∅ − e) senφ-ρsenφ-10ρe-5z

4@7 ∅ − 34@∅9:∅)()∅ Exercício 7

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 156


157

4πr2L a) 0,5 µC
b) 121 nC
Exercício 8
c) 1579,1 C
a) 3+cosφ
Exercício 2
b) 2πR2L
c) 3πR2L 72 C

Exercício 9 Exercício 3

a) ()* + j(), + (4i − j)(). 5 µC

b) (h 7 i − j)(), − h 7 j(). Exercício 4

Exercício 10 2,62 mC

1+10=11 Campo Elétrico


Exercício 11
Exercício 1
a) -4sen2xcoshy+e-
z
sen2xcoshy+ezsen2xcoshy a) −()* − 1,27(), + 1,39().  @w

b) 8xz3+24xy2z b) −()* − 1,27(), + 1,39().  wŽ

Exercício 12 Exercício 2

5()B −6,12()* + (), + 2().  }/©

Exercício 14 Exercício 3

2πRA 2,58()* − 1,72(), − 1,2(). }/©

Lei de Coulomb Exercício 4

86,17()* − 72,5(), − 86,99().  kV/m


Exercício 1

−0,03()* − 0,011(), + 0,025().


Exercício 5

6,82()* + 6,82(), + 32,8().  }/©


Exercício 2

5,2()* +6,6(), − 4,4(). (10˜„ )


Exercício 6

1 λ j
{−1 + 7 | ()
Densidade de Carga 4«߳¥ j (j +  7 )ƒ/7 *

+{ 7 | ()
Exercício 1 (j +  7 )ƒ/7 .

Exercício 7
Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 157
158

16,96 (). 260 V

Exercício 5
Teorema de Gauss
-24 µJ
Exercício 1
Exercício 6
0
6,88V
Exercício 2
Exercício 7

´
a) 4495 N/C

√h 7 + 2 7
b) 0
c) 1123,75 N/c
Exercício 8
Exercício 3
72V
269,3 N/C
Exercício 9
Exercício 4
508,5V
a) hi()* + h (),
7

b) ٴ i
Exercício 10

V=k å ln((L+(l2+d2)1/2)/d)
Exercício 5

E=
Exercício 11
2Ÿ¥ -5,872 kV
Exercício 6 Exercício 12

9
− 6hij
(36; – 12; 16) Nm3/C „ൗ „ൗ
−3i 7 j 7(
)* 7(
), − hi 7 jƒ/7 ().
2
Trabalho e Potencial
Exercício 13

Exercício 1 −2,5Ÿ¥ ()H

18,8nJ Exercício 14

Exercício 2 -64/3 µJ

-4 x 104 V Exercício 15

Exercício 3 0

-6,29 x 103 V Exercício 16

Exercício 4 50.04lnr+345.75

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 158


159

-50.04/ρ ()B Exercício 9

Exercício 17 7,46mA

´
}= Capacitores
√h 7 + 27

Exercício 18 Exercício 1

66,8V 5,06 x 10-4 m

Exercício 2
Condutores
10,8 pF
Exercício 1
Exercício 3
1,56R
40 µJ
Exercício 2
Exercício 4
1,25
a) 5,96 µF
Exercício 3 b) 63,2 µC, 26,3 µC, 26,3 µC
378 Ω Exercício 5
Exercício 4 a) 0,15 J
2520 0C b) 268 V

Exercício 5
Exercício 6
’
a)  èH Ç ˜H Ç 
್ ೌ 2«Ÿ¥ ‫ܮ‬
Û
b) 37,4 MΩ ln(()

Exercício 6 Exercício 7
a) 1,16 x 106 A/m2 6,4mJ, 2,4mJ, 0,8mJ
b) 3,64 A
Exercício 8
Exercício 7
75%
a) 6,84 x 10 Ω -4
Exercício 9
b) 3,3 mW
1 1 1
= +
Exercício 8 ŽÑÝ Žƒ Ž7
16A

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 159


160

Laplace e Poisson H=I/2πR

Exercício 1 Forças

100
 = − ()
m .
Exercício 1

4,2 x 10-17 N
Exercício 2

0 Exercício 2

Exercício 3 −2(). N

Exercício 3
a) V=lnρ+345,5

b)  =
˜¥
()B
Bx=Bz=2,82µT
B
Exercício 4
Fluxo, Lei de Ampére e Biot-savart
75,94 x 10-19N

Exercício 5
Exercício 1
8,29 x 10-14(). N
I/2πR
Exercício 6
Exercício 2
a) 4,73 N
I/4πx
b) 5,46 N
Exercício 3 c) 4,73 N

1,61 µWb Exercício 7

Exercício 4 6 x 10-3 Nm

8/π a) 5,21 x 10-3 Nm

Exercício 5 b) 0

6,44Wb Exercício 8

Exercício 6 2,38(), Nm

0, I/2πa Exercício 9

Exercício 7 2()* − (),

µ0IR2/2(x2+R2)3/2 Exercício 10

Exercício 8 5,66 × 10˜ô (). w©

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 160


161

Exercício 11 0,4 V, 0,8 V

5,66 × 10˜ô (). w© Exercício 4

Exercício 12 13,3sen103t mA

−0,5(). , −0,5(). , 1(). (w) Exercício 5

−4()* − (), + 3().


Circuitos Magnéticos

Indutância
Exercício 1

a) 190,98 A Exercício 1

b) 95,49 mA 799 µH

Exercício 2 Exercício 2

99,4 A 5103 e

Exercício 3 Exercício 3

1,25mA 6,03 mH

Exercício 4 Exercício 4

44,16 A 4,44µH
Exercício 5

a) 995223; 5971,3; 17914 Ae/Wb


b) 0,199mWb; 0,249T

Exercício 6

10A

Lei de Faraday

Exercício 1

23sen103t V

Exercício 2

-0,4cos103t A

Exercício 3

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 161


162

Referências

Bastos, J. P. A., Eletromagnetismo e Cálculo de Campos, Editora da UFSC, 1989.

Hayt Junior, William H. Eletromagnetismo, 6ª Edição, Ed. LTC, 2003.

Sadiku, Matthew N. O. Elementos de Eletromagnetismo, 3ª Edição,Ed. Bookman, 2004.

Paul , Clayton R. Eletromagnetismo Para Engenheiros, LTC, 2006.

Mateus Jr, Abílio Notas de Aula de Física Teórica B. UFSC, 2011.

Notas de Aula - Eletromagnetismo Página 162

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