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APLICAÇÕES DA FORÇA MAGNÉTICA EM UM CONDUTOR

A aplicação da força magnética sobre um condutor percorrido por corrente


elétrica e imerso em um campo magnético se dá em diversos aparelhos elétricos.
Quando uma carga elétrica penetra em um campo magnético uniforme,
verifica-se que essa carga fica sujeita a uma força magnética, também chamada
de força de Lorentz. A origem dessa força pode ser explicada sabendo que uma
carga elétrica em movimento gera campo magnético e este interage com o
campo magnético da região onde a carga se move. A mesma força surge
também quando um fio condutor de eletricidade, percorrido por uma corrente
elétrica, é colocado em um campo magnético uniforme.

A força magnética que age sobre o fio condutor, percorrido por uma
corrente elétrica, quando imerso em uma região onde há um campo magnético,
é usada em uma grande quantidade de aparelhos como, por exemplo, motores,
amperímetros, voltímetros e galvanômetros.

A FORÇA MAGNÉTICA USADA NOS MOTORES ELÉTRICOS

A maioria dos motores elétricos que encontramos em diversos aparelhos


elétricos funciona tendo por base o efeito de rotação das forças que agem sobre
as espiras que são imersas em um campo magnético. Vejamos a figura abaixo
onde temos um esquema geral de um motor de corrente contínua. Os motores
que apresentam essa configuração são os motores de arranque dos carros ou
os motores de carrinhos de brinquedo.
Basicamente, o princípio de funcionamento desses motores consiste em
um condutor em forma de um retângulo, que pode girar em torno de um
eixo e que é percorrido por uma corrente elétrica de intensidade i e imerso em
um campo magnético B. As forças magnéticas que atuam nos dois ramos do
motor criam um binário de forças que tendem a fazer com que o condutor
retangular gire em torno do eixo de rotação e.

A FORÇA MAGNÉTICA APLICADA NOS GALVANÔMETROS

Para que entendamos o que é e como funciona um galvanômetro,


vejamos a ilustração abaixo.

Na figura acima podemos ver que há, imersa em um campo magnético


uniforme de indução B, uma espira em forma de retângulo CDEG. Suponhamos
que uma corrente elétrica i percorra a espira retangular com o sentido indicado.
Podemos ver que após iniciar o fluxo da corrente elétrica os lados EG e
DC, da espira retangular, ficarão sujeitos à ação de forças magnéticas cujos
módulos são iguais e que provocarão torques na própria espira. Esse torque fará
com que a espira comece a girar em torno do eixo OP, no sentido indicado.
A fim de aumentar o efeito de rotação da espira, isto é, aumentar a
sensibilidade do aparelho, são usadas diversas espiras, comumente enroladas
em um cilindro.

AS EQUAÇÕES DE MAXWELL

Baseando-se nos estudos de Michael Faraday, Maxwell unificou, em


1864, todos os fenômenos elétricos e magnéticos observáveis em um trabalho
que estabeleceu conexões entre as várias teorias da época, derivando uma das
mais elegantes teorias já formuladas.

Maxwell demonstrou, com essa nova teoria, que todos os fenômenos elétricos e
magnéticos poderiam ser descritos em apenas quatro equações, conhecidas
atualmente como Equações de Maxwell.

Essas são as equações básicas para o eletromagnetismo, assim como a lei da


gravitação universal e as três leis de Newton são fundamentais para a Mecânica
Clássica.
Não serão apresentadas nesse artigo as deduções matemáticas das equações
de Maxwell, uma vez que essas necessitam do conhecimento do Cálculo
Diferencial e Integral, que somente é estudado na íntegra em cursos superiores.

As equações de Maxwell para o eletromagnetismo constam da unificação entre


as Leis de Gauss, para a eletricidade e para o magnetismo, a Lei de Ampère
generalizada e a Lei de Faraday para a Indução eletromagnética.
Segue então as equações de Maxwell:

1) Lei de Gauss para a eletricidade: Essa é a primeira das quatro equações de


Maxwell, proposta originalmente pelo matemático alemão Carl Friedrich Gauss
(1777-1855), é o equivalente à lei de Coulomb em situações estáticas. Ela
relaciona os campos elétricos e suas fontes, as cargas elétricas, e pode ser
aplicada mesmo para campos elétricos variáveis com o tempo.

2) Lei de Gauss para o magnetismo: Esta lei é equivalente à primeira, mas


aplicável aos campos magnéticos e evidenciando ainda a não existência de
monopolos magnéticos (não existe polo sul ou polo norte isolado). De acordo
com essa lei, as linhas de campo magnético são contínuas, ao contrário das
linhas de força de um campo elétrico que se originam em cargas elétricas
positivas e terminam em cargas elétricas negativas.

3) Lei de Ampère: A lei de Ampère descreve a relação entre um campo


magnético e a corrente elétrica que o origina. Ela estabelece que um campo
magnético é sempre produzido por uma corrente elétrica ou por um campo
elétrico variável. Essa segunda maneira de se obter um campo magnético foi
prevista pelo próprio Maxwell, com base na simetria de natureza: se um campo
magnético variável induz uma corrente elétrica, e consequentemente um campo
elétrico, então um campo elétrico variável deve induzir um campo magnético.

4) Lei de Faraday: A quarta das equações de Maxwell descreve as


características do campo elétrico originando um fluxo magnético variável. Os
campos magnéticos originados são variáveis no tempo, gerando assim campos
elétricos do tipo rotacionais.

Até o final do século XIX, acreditava-se que com estas equações não
havia mais nada para ser descoberto na física. Porém, em 1900, Max Planck deu
início à chamada Física quântica, com seus postulados sobre a radiação de
corpo negro.

Em 1905, Albert Einstein revoluciona de uma vez por todas os


conhecimentos da ciência, lançando a Teoria da Relatividade e o Efeito
Fotoelétrico, abrindo caminho para o maior desenvolvimento científico da
história.
As equações de Maxwell são consideradas o marco final do que chamamos de
Mecânica Clássica.

Maxwell foi o primeiro físico a encontrar através de cálculos matemáticos


a velocidade das ondas eletromagnéticas, tudo graças às suas famosas
equações.

FLUXO MAGNÉTICO E A LEI DE GAUSS

Estudamos recentemente o fluxo de campo elétrico (Fig.1a) através de


uma superfície fechada definindo para isto a lei de Gauss para a eletrostática.
Analogamente a isto, definiremos o fluxo de campo magnético F B através de
uma superfície Gaussiana como sendo a integral da componente do campo
magnético B normal à superfície S (Fig.1b). Isto é;

(1)

Fig. 1 - (a) Fluxo de campos elétrico produzido por diplo elétrico


(b) Fluxo de campo magnético induzido por imã
Em geral, pode ser uma tarefa difícil e morosa efetuar esta integral. O
trabalho é muito mais simples, contudo, se a indução magnética B for constante
em módulo, direção e sentido em todos os pontos e se a superfície S através da
qual o fluxo deve ser calculado for escolhida com a mesma simetria do campo
B. Sobre estas condições o produto escalar entre B e S tem o mesmo valor para
qualquer ponto da superfície.

As unidades de fluxo magnético são as de campo magnético vezes a


área, as quais podem ser escritas como N-m/A, ou J/A. Estas unidades no
sistema mks são muito freqüentemente referidas como webers (Wb), em
homenagem ao físico alemão Wilhelm Weber (1804-1891). Nós mencionamos
anteriormente que as forças magnéticas entre imãs, obedecem uma lei
semelhante a de Coulomb, isto é caindo inversamente com o quadrado da
distância entre os pólos. Precisamente esta dependência do campo magnético
pela distância que nos habilita a buscar uma lei de Gauss equivalente para
campos magnéticos. De forma análoga ao caso eletrostático podemos escrever
esta lei de Gauss como;

(2)

A integral de fluxo magnético é efetuada sobre qualquer superfície


fechada S, e a quantidade qm refere-se à carga magnética total encerrada dentro
desta superfície Gaussiana. Neste momento é procedente colocar as seguintes
questões:

As cargas magnéticas qm realmente existem? Podemos isolar os


monopolos magnéticos de forma semelhante que fizemos com as cargas
elétricas?

A resposta a estas questões é não. A única fonte de qualquer campo magnético


é a corrente elétrica, e os campos magnéticos são invariavelmente dipolares,
correspondendo com isto a uma carga magnética total equivalente a zero.
Portanto a quantidade qm à direita da equação (2) sempre tem valor zero e para
qualquer configuração de campo magnético plausível, a lei de Gauss para B der
ser;

(3)

Geometricamente, o significado deste resultado pode ser entendido,


relembrando-se que as linhas de campo sempre emanam, ou terminam, nas
cargas elétricas. Com não existem cargas magnéticas, contudo, as linhas de
campo magnético não podem começar ou terminar em lugar nenhum, mas em
vez disso formam circuitos fechados como mostra a figura (Fig.2). Com isto
notamos que o número de linhas de campo entra na superfície S é igual ao
número das que saem, isto implica que o fluxo total de linhas de campo
magnético em qualquer superfície gaussiana é nulo, veja Fig.2.

Fig. 2 - Fluxo de linhas de campo B para diferentes superfícies gaussianas


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL ESCOLA. Aplicações da força magnética em um condutor.


Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/aplicacoes-forca-magnetica-
um-
condutor.htm#:~:text=A%20aplica%C3%A7%C3%A3o%20da%20for%C3%A7a
%20magn%C3%A9tica,chamada%20de%20for%C3%A7a%20de%20Lorentz.
Acesso em: 24 mai. 2021.

MUNDO EDUCAÇÃO. As equações de Maxwell. Disponível em:


https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/as-equacoes-maxwell.htm. Acesso em:
24 mai. 2021.

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