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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

SELETIVO EM NÍVEL DE MESTRADO/ 2020

LINHA DE PESQUISA 6 – FILOSOFIA E HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

SOBRE OS PROGRAMAS DE ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS NA DITADURA


MILITAR: CONSIDERAÇÕES A PARTIR DA PERSPECTIVA HISTÓRICO CRÍTICA.

MARIA ANGÉLIC A BRANDÃO QUEIROZ ALBARDEIRO

1. RESUMO

Este projeto pretende realizar uma pesquisa historiográfica da época da ditadura militar,
estabelecendo uma reflexão no que se refere à tentativa de erradicação do
analfabetismo, durante os anos 1970. Objetivando-se dentro de uma reflexão à luz da
pedagogia histórico-crítica, postulada por Dermeval Saviani a partir dos anos 80, este
estudo visa trazer como pauta a discussão da incipiência e declínio das possibilidades de
alfabetização bem sucedida que se interpuseram à época e que ainda hoje se coloca como
uma questão problemática da política educacional. Além disso, para a realização deste
estudo analisar-se-á produções acadêmicas que versam sobre o tema, percebendo as
lacunas e possibilidades de avanço na produção sobre história da alfabetização de jovens
e adultos no Brasil. Serão considerados os determinantes dos currículos escolares
pensados à luz dos pressupostos tecnicistas.

Palavras chave: Ditadura militar. Erradicação do analfabetismo. Anos 1970. Pedagogia


histórico-crítica. Alfabetização. Pressupostos tecnicistas.

2. INTRODUÇÃO

Pode-se pensar que a luta pela erradicação do analfabetismo pode ter fracassado por um
entendimento de que a metodologia pedagógica adotada não foi capaz de dar conta de tal
feito por não ter sido capaz de apreender a realidade, dentro de uma perspectiva que
levasse em conta seus antagonismos e sua complexidade, para, então, poder empreender
com sucesso tal feito. Por outro lado, pode-se considerar que a pedagogia tecnicista e
utilitária está ancorada numa ideologia a qual não tem como primazia educar para o
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desenvolvimento humano. Esta última se objetiva na utilização do indivíduo como
homem objeto a serviço do capital, e promove, portanto, a desigualdade e a injustiça
social, como bem comenta Marsiglia:

No campo da pedagogia do “aprender a aprender”, que mantém vínculos com o


neoliberalismo e pós-modernismo, em lugar de possibilitar a apropriação da
riqueza material e intelectual humana, estas teoria contribuem para a preparação
do indivíduo para a exploração capitalista, ocultando seus reais vínculos
ideológicos por detrás de um discurso progressista, que a um só tempo
culpabiliza os professores pelo insucesso da escola, desqualifica a formação dos
alunos e alimenta uma sociedade injusta, desigual e desumana. (MARSIGLIA,
2013, p. 240).

Tendo em vista que os anos 70 foram marcados pelo slogan do pra frente Brasil e que o
senso comum da memória coletiva nos trás um informativo de que nesta época o país
viveu uma fase de muita prosperidade em vários segmentos, constata-se que, de fato, este
foi, na verdade, o marco para o início do desencadeamento de um declínio em diversos
setores.

Com a queda de Jango – João Goulart - e o golpe militar de 1964, a educação foi o
segmento social que sofreu maior impacto com a repressão aos educadores, o exílio de
muitos, inclusive de Paulo Freire para o Chile, e com a eliminação de algumas disciplinas
como história e geografia, condensadas em ciências sociais e com a introdução da
disciplina Moral e Cívica, em caráter doutrinador e proclamador do ufanismo nacionalista
à pátria. Contávamos, ainda, com a infiltração de militares nos ambientes da educação, o
que significou a expressão vívida da repressão em caráter ostensivo.

Segundo Dermeval Saviani, em seu livro História das Ideias Pedagógicas no Brasil (pag.
367), com a instauração do governo militar a pedagogia nova foi deixada de lado e a
educação se voltou para a preparação de alunos com a finalidade de executar tarefas e não
para se construírem em seres conscientes e sujeitos de sua condição histórica e de classe.

Complementando ainda, assim afirma Jacomeli:


A educação, no decorrer do período que vai de 1964 a 1985, relacionou-se à
repressão, à privatização do ensino, à exclusão de grande parcela das classes
populares do ensino público de boa qualidade, à institucionalização do ensino
profissionalizante, à desmobilização do magistério pela via de uma legislação
educacional complexa e contraditória e ao tecnicismo pedagógico. (JACOMELI,
2010, p. 77).

Com a promulgação do Ato Institucional número 5 (AI-5) em 1968, pelo então presidente
General Arthur da Costa e Silva, e no ano seguinte o Decreto-lei nº 477, muitos estudantes
e docentes foram presos e torturados por fazerem oposição ao então governo. Com o golpe

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de 64 o país passou a ser dirigido por militares e com isso se instaurou uma ditadura que
violou os direitos humanos.

Com a tomada do poder e a ampliação da globalização econômica, o Brasil precisava


erradicar o analfabetismo para se equiparar às demandas do mercado corporativo.
Caracterizou-se, então, uma corrida desenvolvimentista, aos moldes americanos, e o
Brasil, devido ao grande número de analfabetos - 33,7% em 1970 segundo o INEP -
implementou o Mobral – Movimento Brasileiro de Alfabetização.

Conforme Gustavo Ferreira:


O governo militar implantou a Cruzada ABC (Cruzada de Ação Básica Cristã) e
o Mobral (Movimento Brasileira de Alfabetização), como instrumentos de
controle político das massas (XAVIER; RIBEIRO; NORONHA, 1994). Nessa
época, a Educação foi marcada pelas tendências pedagógicas liberais
(Tradicional; Escola nova; e Tecnicismo), as quais refletiam a consciência
sociopolítico-econômica do momento, aliada às ideias de avanço e progresso por
meio do tecnicismo e da racionalização completa da sociedade.

A metodologia de ensino para o Mobral seria baseada nas premissas metodológicas de


Paulo Freire, com alterações, visto que este estava banido devido à incompatibilidade
político-ideológica com o então regime. Paulo Freire pretendia uma educação libertária
que visasse à conscientização do indivíduo, visto que vivemos numa sociedade dividida
em classes sociais a qual é constituída por interesses inconciliáveis e distintos e, portanto,
sua realidade se configura num contexto de contradições.

Segundo Terezinha Meneses, em seu artigo A Educação no Brasil na década de 70, o


MOBRAL (LEI Nº 5.379, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1967) foi criado para atender aos
jovens e adultos que não haviam tido a oportunidade de serem alfabetizados em idade
regular. Este programa foi definido no ano de 1967 e posto em prática a partir de 1970,
com o objetivo de erradicar o analfabetismo.

O que se pretendia no regime militar era um homem voltado para ocupar uma função
dentro do sistema de desenvolvimento econômico: para atuar em um posto de trabalho.
Esta visão estava em desacordo com os objetivos dos pressupostos da teoria criada por
Paulo Freire, qual era o de criar um indivíduo consciente de seu papel dentro do processo
histórico social no qual estava inserido. No entanto, a despeito de ser controverso a teoria
freireana, acabam por adotar procedimentos metodológicos para o trabalho com os
adultos.

Conforme afirma Freire:

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Infere que Conhecer não é o ato através do qual um sujeito transformado em
objeto, recebe dócil e passivamente os conteúdos que outro lhe dá ou lhe impõe.
O conhecimento pelo contrário, exige uma presença curiosa do sujeito em face
do mundo. Requer sua ação transformadora sobre a realidade. Demanda uma
busca constante e implica em inventar e reinventar. (FREIRE, 1970, p. 12).

Segundo Anna Rachel Ferreira:


Na Educação de adultos, as ideias de Freire deram lugar a um modelo
assistencialista por meio do Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral). A
leitura passou a ser tratada como uma habilidade instrumental, sem
contextualização. Os alunos aprendiam palavras acompanhadas de imagens,
faziam a divisão silábica e, por último, trabalhavam com frases e textos. Também
eram estudados os cálculos matemáticos, a escrita e hábitos para a melhoria da
qualidade de vida. De acordo com o livro História da Educação, de Maria Lúcia
de Arruda Aranha (256 págs., Ed Moderna, tel. 0800-7707-653, 65,90 reais), em
1970, 33% das pessoas com mais de 15 anos eram analfabetas e, dois anos
depois, a taxa caiu para 28,51%. No entanto, a autora ressalta que por causa do
método usado muitos alunos mal desenhavam o nome.

O regime militar, além do mais, buscava construir uma identidade nacional onde o
indivíduo servisse apenas como um cumpridor de funções que deveriam estar de acordo
com as necessidades e determinações do mercado corporativo. Com isto, lançou uma
programação para uma educação alienante e utilitária, em favor da classe dominante e
dentro da qual uma pedagogia libertária não teria lugar.

Paralelamente a toda esta ideologia, os investimentos na educação foram sendo reduzidos,


bem como os salários dos professores, e a própria condição de trabalho nas escolas, como
comenta Dermeval Saviani. Tais fatos trazem desdobramentos e repercussões inseridos
em nossa realidade contemporânea.

Outro aspecto a ser considerado seria o fato dos escolanovistas acabarem por dominar o
cenário da educação e o dominam até hoje. Esta pedagogia, porém, quando aplicada para
o ensino público, deixou como herança a secundarização do conteúdo, centrando-se no
aluno como autor de seu processo de conhecimento em forma de projetos, como bem fala
Saviani. O objetivo primeiro da escola nova era o de estabelecer uma escola democrática
e de direito para todas as classes sociais: a conclusão desta foi, infelizmente, uma
discriminação ainda maior, visto que os alunos não conseguiram aprender. Somente os
que tinham acesso ao ensino privado é que se beneficiaram deste método pedagógico,
contando ainda que o fomento da privatização do ensino foi instaurado por ocasião da
ditadura militar, o que criou um processo impactante, pois, a partir daí o ensino passou a
ser para os que podem pagar.

Assim comenta Lombardi:

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Para Romanelli, a Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional, aprovada em
20 de Dezembro de 1961, expressava não apenas a luta travada durante longos
anos entre forças que aparentemente se opunham, mas principalmente
representava uma vitória dos conservadores (ROMANELLI, 1978, p. 179). Para
Buffa e Nosella (1997) os benefícios que a legislação educacional acabou
trazendo, foi respaldar uma perspectiva conservadora da educação. A lei
possibilitou que recursos públicos fossem destinados às escolas particulares,
abrindo caminho para a privatização do ensino no país, o que se deu nas décadas
seguintes, sobretudo com o ensino superior. (LOMBARDI, 2016, p. 34).

Desta forma, vemos que a alfabetização de adultos, durante a ditadura militar, restringiu-
se a um direcionamento mecanicista, acreditando-se que com esta conduta e ação
fragmentada poderia, talvez, erradicar o analfabetismo. Ao analisarmos dados
disponíveis, deparamo-nos com resultados que indicam uma redução pouco significativa
do analfabetismo, além de se constituir num encaminhamento da massa escolarizada mal
formada a postos de trabalho precarizados.

3. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS

Este projeto de pesquisa tem por objeto de estudo o levantamento de conteúdos


disponíveis em acervo historiográfico a respeito da tentativa de erradicação do
analfabetismo, por ocasião da ditadura militar, no período de 1970 a 1980, visando uma
reflexão a respeito, a partir dos pressupostos da pedagogia histórico-crítica.

Para tanto, algumas questões serão postuladas: a- Que conteúdos de ordem ideológica
estavam em vigor? b - Que práticas pedagógicas estavam em pauta e estariam estas
justificando o cumprimento da prerrogativa de erradicação do analfabetismo? c - Quais
determinantes históricos e sociais estavam materializados nos embates conjecturais? d -
Como se estabelecem os entendimentos e justificativas para a frustração da erradicação
do analfabetismo? f – Em que dimensão pode-se entender a repercussão do analfabetismo
em direção às possibilidades de humanização do sujeito e quais as implicações da negação
de tal competência?

Podemos afirmar que, indubitavelmente, a alfabetização se coloca num grau de extrema


relevância ao encaminhamento do sujeito em direção à sua humanização, e ao
negligenciarmos o acesso a esta competência, estamos negando a socialização do
conhecimento acumulado pela humanidade e a possibilidade de humanização ao nível
que está disponível na realidade material e histórica, negando aos indivíduos sua plena
inserção social. Tal negação nos faz reféns de profissionais que se disponibilizam a uma

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atuação de baixa qualidade, devido ao empobrecimento dos conteúdos clássicos que
deixam de ser socializados no ambiente acadêmico escolar.

Ainda, vale dizer que a palavra, em seu registro escrito e através do ato da leitura,
representa o signo do signo da palavra verbalizada, representante do objeto ao qual esta
designa. Assim sendo, a aquisição da escrita e da leitura traz a possibilidade de operação
de um estímulo de segunda ordem que se desencadeia em reelaborações mentais
qualitativamente superiores se comparadas com o indivíduo não alfabetizado. Baseados
na teoria do desenvolvimento de Vygotsky, assim complementa Martins:

O signo, então, opera como um estímulo de segunda ordem que, retroagindo


sobre as funções psíquicas, transforma suas expressões espontâneas em
expressões volitivas. As operações que atendem aos estímulos de segunda ordem
conferem novos atributos às funções psíquicas, e por meio deles o psiquismo
humano adquire um funcionamento qualitativamente superior e liberto tanto dos
determinismos biológicos quanto do contexto imediato da ação. (MARTINS,
2011, p. 124-125).

E ainda, para Saviani, a educação na década de 70 entendia sua finalidade como


solucionadora dos problemas e das lacunas que viriam a favorecer o desenvolvimento
econômico e a possibilidade de ascensão social do indivíduo.

Deparámo-nos, portanto, com uma pedagogia que se objetiva no capital, o que nos coloca
num perigoso panorama que ameaça a própria evolução da humanidade. Assim, conforme
Duarte (2008): “Consegue assim explicitar as armadilhas destas pedagogias, que
desqualificam as ações efetivamente educativas, ameaçando a transmissão dos
conhecimentos historicamente acumulados”.

4. PLANO DE TRABALHO E CRONOGRAMA

1º Semestre Aprofundamento da Pesquisa sobre acervo historiográfico


disponível para aprofundamento teórico sobre o tema em questão.
Cumprimento das disciplinas e APP
2º Semestre Fichamento das obras principais, apresentação dos
resultados em seminários e escrita de artigos científicos.
Cumprimento das disciplinas e APP
3º Semestre Primeiro esboço da dissertação para eventuais correções e
para prestar o exame de qualificação do trabalho dissertativo;
apresentação dos resultados obtidos na pesquisa em simpósios,
seminários e escrita de artigos científicos.
4º Semestre Levantamento de informações gerais, escrita e finalização
da dissertação.

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5. REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO

Através de prévio levantamento bibliográfico e com a finalidade de atender às


expectativas de estudo deste projeto, serão analisados os cinco textos abaixo, buscando
entender o “estado da arte” a respeito da temática a ser abordada, observando-se as
devidas considerações:

Autor Título Ano Fonte Síntese


BRASIL História da 2016 docplayer O artigo trata de alguns
Alfabetização de programas de alfabetização
, C.C.
Adultos. de adultos a partir da década
de 60.
HADDA O PAPEL DAS 2013 ANPED O contexto e as intenções em
AGÊNCIAS DE
D, S. que práticas de educação não
COOPERAÇÃO
EUROPEIA NO escolar foram produzidas na
APOIO AOS
década de 70 e 80 no Brasil.
PROCESSOS DE
EDUCAÇÃO
POPULAR NO
BRASIL
RIBEIR Metodologia da 1992 INEP Estabelecer um “estado da
Alfabetização de arte” sobre a metodologia da
O, V. M.
Adultos: um balanço da alfabetização de adultos.
produção do
conhecimento.
SERRA, EDUCAÇÃO DE 2014 INESUL Este trabalho destaca a
Mª JOVENS E experiência de Paulo Freire
Luiza, ADULTOS: AS na alfabetização de jovens e
MOUR CONTRIBUIÇÕES DE adultos.
A, Vera PAULO FREIRE
Lúcia
VOVIO, Construções 2008 SCIELO Observa-se um movimento
Claudia identitárias: ser leitor e de autolegitimação por meio
Lemos alfabetizador de jovens de operações discursivas que
e adultos. têm como foco a exaltação de
propriedades pessoais, a
referência a objetos culturais
tomados como legítimos e o
trânsito por novas práticas
culturais.

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Dentre os estudos que foram identificados, nota-se que houve ênfase em aspectos
metodológicos das políticas de alfabetização e da forma como educadores pensam o
processo de alfabetização dos adultos: pode-se dizer que há ausência quanto aos
entendimentos que consideram a alfabetização em sua inserção material em nossa
sociedade, isto é, em seus compromissos políticos e econômicos. A pedagogia histórico-
crítica possibilita essa compreensão à luz da história.

À medida que se percorre dados referentes aos programas de alfabetização para a


erradicação do analfabetismo durante a época da ditadura militar no período de 70 a 80,
pretende-se traçar um paralelo reflexivo que se esclareça nos entendimentos de Newton
Duarte, Mara Jacomeli, José Claudinei Lombardi, Dermeval Saviani e alguns tantos mais,
visto que o resultado de tal expectativa com relação à erradicação do analfabetismo na
época desenvolvimentista dos anos 70 a 80 não se cumpriu.

Os pressupostos teóricos desta pesquisa e seu encaminhamento reflexivo estarão


baseados, portanto, no entendimento da pedagogia histórico-crítica, fundamentada a
partir dos anos oitenta por Dermeval Saviani, a qual foi impulsionada por questões
tangentes aos adventos das políticas educacionais que a antecederam, bem como de
justificativas ideológicas e filosóficas a respeito da educação.

Diante de tal entendimento, pretende-se analisar este momento histórico na busca de


entendê-lo em seus limites, seguindo uma reflexão fundamentada no materialismo
histórico-dialético, o qual está em conformidade com o que observa Saviani:

Assim, o saber que diretamente interessa à educação é aquele que emerge como
resultado do processo de aprendizagem, como resultado do trabalho
educativo. Entretanto, para chegar a esse resultado a educação tem que partir,
tem que tomar como referência, como matéria-prima de sua atividade, o
saber objetivo produzido historicamente. (SAVIANI, p. 7, 2011)

Com este aporte, que advém, ainda, dos fundamentos marxistas a respeito da
sobreposição da classe dominante sobre a classe dominada, observar-se-á como se
estabeleceram os indutos éticos e morais que legitimaram valores sociais aos quais
contavam com a escola como entidade guardiã das aspirações burguesas, aspirações estas
firmadas através do engodo das ideias positivistas de Auguste Comte, na busca do
conhecimento que se justifica por sua finalidade de acúmulo do capital em detrimento da

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aquisição do conhecimento, que deveria se sintetizar em prol do desenvolvimento
humano e da humanização do homem.

BIBLIOGRAFIA:

BARBOSA, Jefferson Rodrigues; GONÇALVES, Leandro Pereira; VIANNA, Marly


de Almeida; CUNHA, Paulo Ribeiro da. (Orgs.) Militares e política no Brasil. São
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