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ESTRATÉGIA GLOBAL DO ENSINO POR COMPETÊNCIAS

A. Avaliação

Níveis de
Competências/
1. Critérios de Avaliação Proficiência
Finalid
ade
Metas de final
de ciclo da
e Indicadores de
Referência
> (Frequência ou
grau de
disciplina
desempenho)

v ^
Competências
Conhecimentos a
Específicas/
2. Com mobilizar (Conteúdos
quê?
Metas
Intermédias da
< Nucleares da
Disciplina)
Disciplina

v A1
A Actividades e
Tarefas de
Obstáculos e/
3.
Como?
ou Dificuldades > Situações-Problema
(estratégia base) 2 demonstração e
sistematização
a superar
de técnicas e
> conteúdos

^v A2 v
Como, Quando e
Projectos > Onde

^
Conhecimentos
Suplementares
necessários
(Conteúdos
Complementares da
Disciplina ou de
outras áreas)

1. O ponto de chegada pretendido para o aluno deverá ser o ponto de partida


do professor, isto é, o que se pretende que o aluno adquira no final do
ano/ciclo deverá ser o indutor de toda a acção do professor.
2. O que o aluno necessita para atingir o que se pretende que será a
“finalidade” referida no ponto 1.
3. O que o aluno tem de fazer que lhe exija a necessidade de adquirir o “com
quê” do ponto 2.

A1. Avaliação Diagnóstica


A2. Avaliação Formativa

Obstáculo: convicção errada, fortemente estruturada, que na mente do


aluno tem o estatuto de verdade
Dificuldade: conhecimento ou técnica em falta ou não devidamente
estruturado na mente do aluno.

Uma situação-problema deve estar sempre organizada em torno da


superação de um obstáculo previamente identificado e oferecer uma
resistência suficiente que leve o aluno a investir os seus conhecimentos e
representações anteriores. Para ultrapassar um obstáculo o aluno deve ser
“forçado” a questionar as suas representações mentais de forma a elaborar
novas ideias (o “Ah! Agora percebi!” ou “Afinal era assim!).

Podemos considerar 2 tipos de situações-problema:


A – planeadas para finalidades específicas
B – resultantes do processo de desenvolvimento de um projecto
No entanto, é sempre importante que o professor saiba onde quer chegar, o
que quer trabalhar e quais os obstáculos cognitivos quer que os alunos se
confrontem. (O que torna necessária uma constante reflexão da parte do
professor no sentido de decidir de que forma irá utilizar as situações-
problema de tipo B que vão surgindo.)

Uma situação-problema pode mas não tem, nem deve, levar sempre a
projectos!
Efeitos perversos da pedagogia de projecto:
- O desejo de ser “bem-sucedido” sem, necessariamente, compreender o
que o levou a esse ponto;
- A lógica da acção é a optimização das competências o que leva a não
solicitar os intervenientes que teriam maior necessidade de progredir pois
eles retardariam ou poriam em perigo o empreendimento comum.
Diferenças entre as metas:
Pedagogia de projecto => tornar os alunos autónomos e activos
Utilização de situações-problema => confrontar os alunos com
obstáculos que impõem aprendizados novos

Estratégia: via usada para os aprendentes (colectivamente e/ou


individualmente) se apropriarem do conteúdo curricular em causa naquela
acção de ensino particular. Uma estratégia de ensino deve ser orientada
para a maximização da aprendizagem do discente.
Ao planificar uma estratégia é necessário ter em conta 5 questões:
1. Que acção ou acções cognitivas estamos a pedir ao aluno?
2. Qual a concepção orientadora a seguir?
3. Quais as finalidades privilegiadas para o aluno aprender?
4. Que meios e modos seleccionar para activar o que se pretende?
5. De que modo irá ser efectuada a avaliação?
Destas, a primeira é a questão fundamental, a base a partir da qual todas
as outras dependem. Uma vez respondidas estas 5 questões a planificação
de uma acção educativa fica com pouco mais que aspectos logísticos para
resolver.
Operações na concepção de uma estratégia:
1. Analisar: dificuldades previsíveis, potencialidades e interesses;
2. Integrar: articulação vertical e horizontal (sequenciação);
3. Colocar hipóteses: possibilidades de organizar a estratégia;
4. Seleccionar: opções didácticas;
5. Organizar: operacionalização dos diversos passos;
6. Decidir (todo o processo).

Classificação de estratégias quanto a:


1. Tipo de processo cognitivo que desencadeia:
1.1.Indutivas: o professor solicita que os alunos observam e analisem
dados ou exemplos para chegarem ao conceito ou generalização em
causa, depois são apresentados novos dados ou generalizações para
consolidar e/ou testar a compreensão dos mesmos.
1.2.Dedutivas: o professor apresenta o conceito ou generalização e
solicita aos alunos a clarificação dos termos utilizados para definir o
conceito ou descrever a generalização, depois apresenta um
exemplo e solicita aos alunos a organização de outros exemplos

2. Princípio da realidade:
2.1.Situações da vida real
2.2.Simulações da realidade
2.3.Abstracção da realidade

• Estratégias de questionamento:
 Questões fechadas – respostas curtas, concretas e precisas.
 Questões abertas – respostas com recurso ao pensamento divergente
e a julgamentos/apreciações de valor.

Só há competência estabilizada quando a mobilização dos


conhecimentos supera o tactear reflexivo ao alcance de cada um e acciona
esquemas constituídos.
A acção competente é uma “invenção bem-temperada”, uma variação
sobre temas parcialmente conhecidos, uma maneira de reinvestir o já
vivenciado, o já visto, o já entendido ou dominado, a fim de enfrentar
situações inéditas o bastante para que a mera e simples repetição seja
inadequada ou não seja suficiente.
A competência, ao mesmo tempo em que mobiliza a lembrança das
experiências passadas, livra-se delas para sair da repetição, para inventar
soluções parcialmente originais que respondem, na medida do possível, à
singularidade da situação presente.
A habilidade não é sinónimo de competência, embora seja uma ajuda na
acção competente, a habilidade por si só não consegue superar situações
inéditas pois falta-lhe o “processo inventivo” presente na competência.
A habilidade é uma inteligência capitalizada, uma sequência de modos
operatórios, de analogias, de intenções, de induções, de transposições
dominadas, de funcionamentos heurísticos rotinizados que se tornam
esquemas mentais de alto nível ou tramas que ganham tempo, que
“inserem” a decisão.

A mobilização ou transferência de competências supõe uma intenção.


A meta, mais que ensinar, é antes fazer aprender, ou, nas palavras de
Phillippe Meirien “aprender, fazendo, o que se não sabe fazer”.
Uma abordagem por competências convida o professor a:
1. Considerar os conhecimentos como recursos a serem mobilizados (os
conteúdos, por exemplo, devem ser encarados como um meio e não
um fim);
2. Trabalhar regularmente por problemas;
3. Utilizar e, mesmo, criar outros meios de ensino;
4. Negociar e conduzir projectos com os seus alunos;
5. Adoptar uma planificação flexível, indicativa e com margem para o
improviso;
6. Implementar e explicitar um contracto didáctico diferente do
tradicional;
7. Praticar uma avaliação formativa em situação de trabalho (e menos o
resultado do mesmo);
8. Dirigir-se para uma menor compartimentação disciplinar.

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