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Alexandre Bertini
Universidade Federal do Ceará
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Experimental characterization and vulnerability assessment of Portuguese-Brazilian historic buildings View project
All content following this page was uploaded by Alexandre Bertini on 03 December 2014.
A Deus em primeiro lugar que permitiu que eu chegasse até o fim deste
trabalho. Agradeço também a minha família que soube compreender pacientemente
todo este tempo que me dediquei ao doutorado.
Ao Professor João Bento de Hanai pela idéia inicial do trabalho e pela
orientação durante grande parte do trabalho.
Ao Professor Libânio Miranda Pinheiro pela orientação no momento final do
trabalho, pelo apoio, pela amizade, pela compreensão, pelo empenho, pela paciência
e dedicação, o meu muito obrigado.
Aos Professores Toshaki Takeia e José Samuel Giongo pelas valiosas
sugestões e pela prontidão com que eu era recebido sempre que os procurava.
Ao Dr. Luiz Vareda e aos técnicos: Amaury, Mauri, Jorge, Mário, Valdir,
João e Ricardo pelo empenho e dedicação nos trabalhos de laboratório.
Aos funcionários Rosi, Marta, Toninho, Júnior, Silvia, Chico, Massaki e
Nadir, que facilitaram meu trabalho durante todo este tempo.
Aos amigos Magid, Jorginho e Pedro pela amizade firmada e por terem sido
apoio em momentos difíceis.
Aos Diretores do Instituto Centro de Ensino Tecnológico (CENTEC) Prof.
Antônio Amaury Oriá Fernandes, Profa. Elda Fontineli Tahim e Prof. Carlos
Humberto Souza Andrade, pelo incentivo dado.
Ao Prof. Francisco Carvalho de Arruda Coelho, da Universidade Estadual
Vale do Acaraú, pelo apoio fornecido.
Aos Engenheiros Yuki e Danilo, diretores da empresa Código Engenharia,
pelo fornecimento dos painéis de EPS para realização dos ensaios.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP – e ao
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq - pelo
apoio financeiro.
SUMÁRIO
RESUMO......................................................................................................................................... i
ABSTRACT.................................................................................................................................... ii
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
1.1 IMPORTÂNCIA DO TEMA.......................................................................................... 1
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................. 5
1.3 CONTEÚDO DO TRABALHO ..................................................................................... 6
3 COMPORTAMENTO ESTRUTURAL.............................................................................. 27
3.1 TIPOS DE SEÇÃO SANDUÍCHE................................................................................ 27
3.2 CÁLCULO DE ESTRUTURAS TIPO SANDUÍCHE................................................... 29
3.3 ENSAIOS REALIZADOS EM ESTRUTURAS TIPO SANDUÍCHE ........................... 34
3.3.1 Ensaios realizados por BANSUNBUL et al (1991).................................................... 34
3.3.2 Ensaios realizados por LEE et al (1986)................................................................... 36
3.3.3 Ensaios realizados por HANAI & TAKEYA (1994) ................................................... 38
3.3.4 Ensaios realizados por BUSH & STINE (1994) ........................................................ 40
3.3.5 Ensaios realizados por por PFEIFER & HANSON (1965)........................................ 43
3.4 GRADIENTE DE TEMPERATURA E RETRAÇÃO ................................................... 48
3.4.1 Hipóteses de cálculo ................................................................................................ 48
3.4.2 Etapas de cálculo..................................................................................................... 49
4 ARGAMASSA E MICROCONCRETO PROJETADOS................................................... 52
4.1 DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES................................................................................... 52
4.2 PROCESSOS DE PROJEÇÃO DE CONCRETO.......................................................... 53
4.2.1 Processo via seca..................................................................................................... 54
4.2.2 Processo via úmida.................................................................................................. 55
4.3 CONCEITOS SOBRE ARGAMASSA E MICROCONCRETO .................................... 55
4.4 PROJEÇÃO DA ARGAMASSA .................................................................................. 56
4.5 CIMENTO ................................................................................................................... 60
4.6 AGREGADOS............................................................................................................. 60
4.7 ADITIVOS .................................................................................................................. 64
4.7.1 Aditivos redutores de água....................................................................................... 64
4.7.2 Aditivos minerais ..................................................................................................... 68
4.8 SOBRE A DOSAGEM DE CONCRETOS E ARGAMASSAS ..................................... 70
4.8.1 A resistência ............................................................................................................ 70
4.8.2 A durabilidade......................................................................................................... 71
4.8.3 A Trabalhabilidade.................................................................................................. 73
4.9 PROCEDIMENTOS PARA EFETUAR UMA DOSAGEM .......................................... 74
RESUMO
Elementos tipo sanduíche, com placas de argamassa projetada, têm sido utilizados na
construção de edificações em alguns países, inclusive no Brasil, apresentando boas
características de resistência mecânica, térmica e acústica. De maneira geral, a
aplicação desse tipo de elemento tem se restringido a obras de edificações, sendo
utilizado principalmente como painéis de fechamento, portantes ou não, existindo
ainda um potencial a ser explorado em obras de infra-estrutura, tais como: muros de
arrimo, canais, galerias e reservatórios de água. Apesar de ser um método utilizado
na construção de edificações, existem dúvidas, tais como: resistência efetiva da
argamassa projetada, colaboração entre as placas resistentes em função do tipo de
núcleo, modo de combater os efeitos de retração da argamassa, etc. Apresenta-se
neste trabalho um estudo sobre a resistência efetiva da argamassa projetada, no qual
se obteve que a sua resistência é de aproximadamente 80% da resistência à
compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Realizaram-se ainda ensaios para
analisar a ligação entre elementos tipo sanduíche e seu comportamento à flexão, que
comprovam o bom desempenho estrutural. Acredita-se que essa técnica de
construção sanduíche possa ser aplicada em obras de infra-estrutura de interesse
social, trazendo vantagens tecnológicas e econômicas em relação a sistemas
tradicionais.
ABSTRACT
Sandwich–type elements, with plates made of projected mortar, have been used in
the construction of buildings in some countries, including Brazil, showing expressive
thermical, acoustical and mechanical strength characteristics. In general, the
application of this kind of element have been limited to buildings, mainly used as
cladding panels, with carrying load capacity or not, and have other potential uses in
infra-structural works to be explored such as bearing walls, channels, and water
reservoirs. Although it is a method that have been conventionally applied in the
construction of buildings, there are uncertainties in some parameters, like the
effective strength of the projected mortar, interaction between the plates related to
the type of core, the mode against shrinkage of the mortar etc. It is showed in this
work a study concerning the effective strength of the projected mortar. As a result of
a series of tests in walls made of projected mortar, it is determined that the effective
strength of the projected mortar is 80% of that one measured from cylindrical
specimens in compression tests. As well, some tests have been executed to analise
the bending behaviour and the connections between the plates of the sandwich-type
specimens, which demonstrated a relatively high structural performance. It is
believed that this technical solution can be well applied to public works of social
interest, and can offer technological and economical advantages in contrast to the
traditional systems.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 3.18 – ETAPAS DE CÁLCULO PARA UM GRADIENTE DE TEMPERATURA (EINEA ET AL., 1991)
............................................................................................................................................. 51
FIGURA 3.19 – VARIAÇÃO DE TEMPERATURA ATRAVÉS DE UMA SEÇÃO TIPO SANDUÍCHE (EINEA ET
AL., 1991).............................................................................................................................. 51
FIGURA 4.1 – ESQUEMA DO SISTEMA DE PRÉ-UMIDIFICAÇÃO (FIGUEIREDO, 1992)....................... 54
FIGURA 4.2 - CASA CONSTRUÍDA PELA CÓDIGO ENGENHARIA EM COTIA-SP................................... 57
FIGURA 4.3 – CANECA DE PROJEÇÃO ............................................................................................. 58
FIGURA 4.4 – DETALHES DOS FUROS DE SAÍDA DA ARGAMASSA...................................................... 59
FIGURA 4.5 – PROJEÇÃO COM A CANECA........................................................................................ 59
FIGURA 5.1 – MOLDAGEM DA PLACA (FIGUEIREDO, 1997) ......................................................... 78
FIGURA 5.2 - ESQUEMA DAS PASTILHAS E XTRAÍDAS DOS CORPOS-DE-PROVA. ................................ 80
FIGURA 5.3 – SERRA CIRCULAR COM MESA DESLIZANTE................................................................. 81
FIGURA 5.4 - DETALHE DO CORPO-DE-PROVA DURANTE O PROCESSO DE SERRAGEM. ....................... 81
FIGURA 5.5 - DETALHE DO ELEMENTO DE DIMENSÕES 3CM X 6CM X 20CM ...................................... 82
FIGURA 5.6 –DA ESQUERDA PARA A DIREITA: PASTILHAS DE TOPO, MEIO E BASE. .......................... 82
FIGURA 5.7 - FÔRMAS PARA OS PAINÉIS DE EPS............................................................................. 83
FIGURA 5.8 – POSICIONAMENTO DOS PAINÉIS DE PROJEÇÃO............................................................ 84
FIGURA 5.9 – 1ª ETAPA DA PROJEÇÃO DOS PAINÉIS. ........................................................................ 85
FIGURA 5.10 - RETIFICAÇÃO DA ESPESSURA DOS PAINÉIS. .............................................................. 85
FIGURA 5.11 – CURVA TENSÃO X DEFORMAÇÃO. .......................................................................... 89
FIGURA 6.1 - DIMENSÕES DA VIGA T – MODELO VT 01. ................................................................ 97
FIGURA 6.2 - DIMENSÕES DA VIGA T – MODELO VT 02. ................................................................ 98
FIGURA 6.3 – DIAGRAMA FORÇA X DEFORMAÇÃO DA BARRA DE 6.3MM ......................................... 99
FIGURA 6.4 – DIAGRAMA FORÇA X DEFORMAÇÃO DA BARRA DE 8MM .......................................... 100
FIGURA 6.5 – DETALHE DE CORTE E DOBRAMENTO DA TELA SOLDADA. ........................................ 100
FIGURA 6.6 – POSICIONAMENTO DA ARMADURA DE TRAÇÃO NA VT 02. ....................................... 101
FIGURA 6.7 – DETALHE DO DOBRAMENTO DOS ESTRIBOS. ............................................................ 101
FIGURA 6.8 – CORTE DAS PLACAS DE EPS (VT 02). ..................................................................... 102
FIGURA 6.9 – SEÇÃO TRANSVERSAL DA ARMAÇÃO DA VIGA. ........................................................ 103
FIGURA 6.10 – DETALHE DOS ESTRIBOS E DA INTERSECÇÃO DOS ELEMENTOS SANDUÍCHE. ............ 103
FIGURA 6.11 – DETALHE DA CONEXÃO ENTRE A TELA DA ALMA E A TELA DA MESA. DISTRIBUIÇÃO DA
ARMADURA DE TRAÇÃO........................................................................................................ 104
FIGURA 6.12 – VIGA NA POSIÇÃO VERTICAL, PREPARADA PARA O INÍCIO DA ARGAMASSAGEM ....... 105
FIGURA 6.13 – ARGAMASSAGEM DA MESA E DA ALMA. PRIMEIRA ETAPA...................................... 105
FIGURA 6.14 – FINAL DA PRIMEIRA ETAPA DA ARGAMASSAGEM. .................................................. 106
FIGURA 6.15 – INÍCIO DA SEGUNDA ETAPA DA ARGAMASSAGEM. ................................................. 106
FIGURA 6.16 – FASE DE ACABAMENTO. ...................................................................................... 107
FIGURA 6.17 – VIGA PRONTA. ..................................................................................................... 107
FIGURA 6.18 – ESQUEMA ESTÁTICO, CARREGAMENTO E INSTRUMENTAÇÃO - VT 01 E 02. ............. 108
FIGURA 6.19 – MODELO VT 02. DETALHE DOS APOIO E DO MECANISMO DE APLICAÇÃO DE CARGA:
MACACO HIDRÁULICO E PÓRTICO DE REAÇÃO. ...................................................................... 108
FIGURA 6.20 – POSICIONAMENTOS DOS EXTENSÔMETROS. ........................................................... 109
FIGURA 6.21 – CONFIGURAÇÃO DAS FISSURAS PRÓXIMA AO APOIO DO MODELO VT 02. ................ 111
FIGURA 6.22 – CONFIGURAÇÃO DAS FISSURAS NO MEIO DO VÃO DO MODELO VT 02. .................... 112
FIGURA 6.23 – DIAGRAMA FORÇA X DEFORMAÇÃO DO AÇO NO ENSAIO DE FLEXÃO. ..................... 113
FIGURA 6.24 – DEFORMAÇÕES AO LONGO DA LARGURA – SUPERFÍCIE SUPERIOR DA MESA............. 114
FIGURA 6.25 – DEFORMAÇÕES AO LONGO DA LARGURA – SUPERFÍCIE INFERIOR DA MESA............. 114
FIGURA 6.26 – DEFORMAÇÃO AO LONGO DA ALTURA DA VIGA. .................................................... 115
FIGURA 6.27 – COMPARAÇÃO ENTRE OS DESLOCAMENTOS TEÓRICOS E EXPERIMENTAIS. ............... 117
FIGURA 6.28 – GRÁFICO FORÇA X DEFORMAÇÃO PARA OS ESTRIBOS. ........................................... 118
FIGURA 7.1 – DIMENSÕES DOS PAINÉIS E CONFIGURAÇÕES DAS NERVURAS ................................... 121
PSF-V .......................................................................................................................................... 121
FIGURA 7.2 – PRÉ-PAINEL (NÚCLEO DE EPS + TELA SOLDADA) .................................................... 123
FIGURA 7.3 – DIMENSÕES DA PLACA DE EPS (NÚCLEO) ............................................................... 123
FIGURA 7.4 – DETALHE DO PRÉ-PAINEL (EPS + TELA SOLDADA) .................................................. 124
FIGURA 7.5 – ESPAÇAMENTOS DA TELA SOLDADA ....................................................................... 124
FIGURA 7.6 – ARMADURA DE CISALHAMENTO DAS NERVURAS (DETALHE DE UM PEDAÇO DO PRÉ-
PAINEL) ............................................................................................................................... 125
v
LISTA DE TABELAS
1
Extraído de um folheto de propaganda da Patê Sadia em março de 1999.
Introdução 2
2
O termo Obras de Interesse Social é entendido aqui como obras de grande importância para a
sociedade, especialmente para as pessoas mais pobres, carentes de obras de infra-estrutura, que moram
na zona rural ou em locais distantes dos grandes centros.
Introdução 4
Por serem aplicadas com muita repetição ou por serem de grande extensão,
essas obras correspondem a uma parcela significativa nos custos de infra-estrutura, o
que torna importante o desenvolvimento de novas técnicas, na tentativa de oferecer
elementos estruturais eficientes e mais baratos.
Com a utilização deste tipo de composição estrutural e respectiva tecnologia
na execução dessas obras de infra-estrutura, pode-se usufruir as mesmas vantagens
do método utilizado em edificações, com moldagem posterior das faces resistentes,
tais como:
i) Estruturas rígidas e resistentes;
ii) Eliminação de fôrmas;
iii) Rapidez de execução
iv) Estrutura monolítica;
v) Redução de custos;
vi) Racionalização da construção, utilizando técnicas de projeção de argamassa;
vii) Possibilidade de execução em lugares distantes ou de difícil acesso;
viii) Possibilidade de utilização de mão-de-obra pouco especializada;
ix) Possibilidade de utilização de rejeitos industriais ou resíduos agrícolas na
confecção dos núcleos;
x) Possibilidade de execução da obra através da autoconstrução.
A economia no consumo de materiais de melhor desempenho (argamassa)
pode ser conseguida pela combinação com materiais menos nobres (núcleo),
adotando-se a idéia da estrutura mista (“sanduíche”).
Para que essas vantagens sejam transferidas na sua totalidade para obras de
infra-estrutura, são necessárias algumas adaptações.
Apesar de este método (pré-painéis com posterior projeção da argamassa) ser
utilizado na construção de edificações em vários países, entre os quais Estados
Unidos, Itália, Austrália, Venezuela, Brasil inclusive, ainda existem dúvidas que se
manifestam dentro do processo construtivo, como por exemplo resistência efetiva da
argamassa projetada, colaboração entre as placas resistentes em função do tipo de
núcleo, como combater os efeitos de retração da argamassa etc.
Na prática, tais dúvidas somente não impedem a aplicação do método porque
são considerados muitos dados obtidos da experiência dos construtores, e os esforços
Introdução 5
1.2 OBJETIVOS
iv) Análise dos resultados obtidos nos ensaios realizados, visando compreender
melhor o comportamento estrutural de elementos tipo sanduíche e definir
procedimentos mais adequados para o cálculo dessas estruturas.
2.1 TIPOLOGIA
Placas
Núcleo
O material das placas resistentes pode ser madeira, amianto, fibra de vidro,
alumínio, chapas de aço, concreto, argamassa, entre outros.
O material do núcleo pode ser EPS, poliuretano expandido, materiais
reciclados de rejeitos industriais, concreto celular, gesso, papelão etc. Em geral,
quando o núcleo não é responsável pela transferência de esforços entre as placas, a
exigência mínima para constituição do núcleo é que este seja leve (comparável a uma
placa de EPS) e tenha rigidez suficiente para a montagem do elemento sanduíche.
Núcleos leves facilitam o transporte. Porém, a leveza não constitui conditio
sine qua non para a escolha do material de núcleo. Para o sistema com posterior
execução das faces de argamassa, se fosse utilizada alvenaria de tijolos como núcleo,
este material poderia atender plenamente às exigências. No entanto, não é leve,
quando comparado com uma placa de EPS, por exemplo. Essa escolha é função
também da finalidade da estrutura, da viabilidade e da disponibilidade de material do
núcleo.
Placas de argamassa ou de concreto podem ser ligadas por conectores de
diversos tipos. O núcleo pode ou não participar da transferência de esforços. Quando
não há participação do núcleo, a transferência de esforços fica por conta dos
conectores. Mais detalhes serão vistos no item seguinte.
Estruturas mistas tipo sanduíche 10
2.2 CONECTORES
• 1 direção
Conectores rígidos • concentrados
• 2 direções
• contínuos
Conectores flexíveis • metálicos
• plásticos
Treliça metálica
Planta
Luva cilíndrica Painel tipo
Sanduíche
Seção AA
Planta Planta
Planta
Detalhe da alça
flexíveis podem ser utilizados para auxiliar os conectores rígidos, quando é grande o
espaçamento entre estes.
Exemplos de conectores flexíveis são os pinos metálicos, os plásticos, os de
fibra de vidro e as treliças deformáveis, como mostra a fig.2.6.
Treliça deformável
≈ 60cm
Conector rígido
≈ 60cm
< 120cm
≈ 60cm
Planta
Corte
Luva cilíndrica
Luva plana
Planta
Luva cilíndrica
vi) Conectores rígidos em uma direção também podem ser empregados em painéis
não-compostos, orientados ao longo dos eixos perpendiculares principais do
painel. Dessa forma restringem-se o cisalhamento e uma parcela do momento
de torção, sem impedir o funcionamento não-composto entre as placas
(fig.2.10).
Conector rígido
tela
soldada
Planta
barras
diagonais
2.3.1 Armadura
As armaduras utilizadas nesses painéis são do mesmo tipo que as usadas em
elementos tradicionais de concreto ou argamassa, ou seja, telas soldadas e barras de
aço de pequeno diâmetro.
Segundo os resultados apresentados por BANSULBUL e AL-SULAIMANI
(1991), podem ser feitos alguns comentários sobre as armaduras em painéis tipo
sanduíche:
i) O número de camadas de telas não apresenta influência significativa na rigidez
do painel no Estádio I, mas apresenta bons resultados no Estádio II;
Estruturas mistas tipo sanduíche 20
2.3.2 Núcleo
Do ponto de vista estrutural, o tipo de núcleo apresenta maior importância
quando se trabalha com elementos tipo sanduíche sem conectores, e isso pelo efeito
da aderência. À medida que se utilizam conectores mais eficientes, a importância do
núcleo limita-se apenas à sua eficiência térmica, no caso de edificações.
Às vezes pode ser mais importante obter-se o máximo de isolamento térmico,
independentemente do peso próprio ou do custo final. No caso de câmaras
frigoríficas, um bom isolamento térmico proporciona maior economia de energia e o
investimento inicial pode ser recuperado com folga, em decorrência dessa economia
de energia.
SPOSTO(1995) apud ABIT, enumera alguns isolantes térmicos mais
conhecidos no mercado mundial, os quais são enumerados a seguir:
§ amianto prensado;
§ amianto projetado;
§ argila expandida;
§ carbonato de magnésio;
§ cimentos isolantes;
§ concreto celular;
§ cortiça aglomerada;
§ ebonite expandida;
§ espuma de borracha;
§ espuma de vidro;
§ espuma de poliuretano;
§ espuma de uréia formadeído;
§ feltros;
§ fibras de madeira prensadas;
§ lã de escórias;
§ lã de vidro;
§ lãs isolantes refratárias;
§ massas isolantes;
§ multifoliados metálicos;
§ papelão ondulado;
§ perlita expandida;
Estruturas mistas tipo sanduíche 21
§ poliestireno expandido;
§ poliestireno extrudado;
§ PVC expandido;
§ sílica diatomácea;
§ sílica expandida;
§ silicato de cálcio;
§ vermiculite expandido.
Muitos desses materiais não são fabricados no Brasil, e outros ainda estão em
fase de experiência. Ainda outro material que pode ser utilizado como núcleo
isolante é a palha de arroz, por possuir baixo custo (referente ao transporte de regiões
beneficiadoras próximas de onde será utilizada), sendo, inclusive, considerada como
um resíduo.
Para residências em climas não tão rigorosos, não é necessário um isolamento
térmico muito eficiente, e sim um custo mais acessível. Nesses casos é mais
importante tirar proveito das características estruturais do painel.
A eficiência estrutural depende da associação de conectores, nervuras e
núcleos, que juntos forneçam a composição necessária ao elemento tipo sanduíche.
Há vários casos em que não há necessidade de isolamento térmico e acústico, como,
por exemplo, em muros de arrimo, reservatórios de água e galerias, entre outros. Os
núcleos, para esses casos, não precisam necessariamente ser leves como o EPS, e as
placas podem ser interligadas por nervuras de argamassa, com ou sem armadura.
Diante dos tipos de estrutura com painéis sanduíche com faces resistentes
projetadas percebe-se que existe um potencial ainda não explorado para obras de
infra-estrutura, como galerias, muros de arrimo, reservatórios de água, canais de
drenagem, entre outros (fig.2.21).
Estruturas mistas tipo sanduíche 26
M
a)
M
b)
M
c)
M
d)
determinar qual o grau de composição obtido com essa disposição. Esse limite
mínimo está intrinsecamente ligado ao fator econômico.
A determinação do grau de composição entre as placas exige um estudo
experimental para cada tipo de conector considerado. Como os tipos e a disposição
dos conectores podem ser de infinitas formas, de maneira geral torna-se difícil
caracterizar a composição de uma estrutura sanduíche.
Muitas vezes, em se tratando de painéis para uso em edificações, se faz
necessário admitir seções sanduíche sem interação das faces ou com interação
parcial. Em alguns casos, quando o processo de produção é a pré-fabricação, a
interação total só é considerada nas fases de moldagem, transporte e montagem dos
painéis na obra. Para dimensioná-lo para as ações de uso, os painéis são considerados
parcialmente compostos ou mesmo não-compostos.
Na seção não composta, o funcionamento entre as duas faces se dá de
maneira independente. Os conectores não são capazes de transferir o cisalhamento
entre as faces ou transmitem apenas uma parcela insignificante. Essas seções são
utilizadas em painéis tipo Π ou em lajes alveolares. Em regiões de inverno rigoroso,
as indústrias reforçam o isolamento térmico dos painéis tradicionais com camada de
material isolante, protegido por uma segunda placa de concreto, que pode ser um
outro painel ou simplesmente um revestimento. Pode-se ter, então, segundo as
figuras 3.1-c) e d), dois tipos de seção não composta: uma com duas placas
resistentes e outra com apenas uma placa resistente.
b
t
c d
t
Para os dois primeiros casos (faces muito finas e faces finas), não se
considera a contribuição das faces na rigidez da seção inteira. Para faces grossas, a
rigidez da seção inteira inclui a contribuição das faces.
Supondo-se um elemento tipo sanduíche com faces de argamassa de 3cm de
espessura e núcleo de 7 cm (dimensões bastante utilizadas na prática), esse elemento,
segundo a classificação de Allen, seria enquadrado como de faces grossas (d/t =
3,33). O método de solução desenvolvido para esse caso envolve a seguinte equação
diferencial:
Q′1′ − a 2 Q1 = −a 2 Q ,
onde:
Q1 = força cortante, considerando um núcleo rígido (G = ∞);
Q = força cortante total aplicada na seção tipo sanduíche;
AG
a2 = ;
EI f (1 − I f I )
A = bd2/c;
G = módulo de elasticidade transversal do núcleo;
b = largura da seção;
c = espessura do núcleo;
E = módulo de elasticidade longitudinal das faces;
If = momento de inércia da face;
I = momento de inércia da seção sanduíche, desprezando a seção do núcleo.
Para cada situação de carregamento do elemento, a equação é resolvida, e são
determinados os deslocamentos, as deformações, as tensões de compressão nas faces
e as tensões de cisalhamento no núcleo.
Neste método de solução, além de um desenvolvimento matemático
laborioso, existe o agravante de se necessitar do módulo de elasticidade transversal
do núcleo.
Para o caso específico de estruturas tipo sanduíche em que as faces são
moldadas no local da obra por meio de projeção da argamassa, fica difícil estimar
qual o valor da rigidez transversal (AG), já que as faces podem estar conectadas por
barras de aço, nervuras de argamassa etc. Para um determinado tipo de conector, é
Comportamento estrutural 32
I=
12
(
b 3
h − c3 . )
c h
Fc
t
ho
c LN
t
Ft
Fc
hequivalente LN
Ft
elementos são sujeitos ao içamento; logo, seu dimensionamento deve ser feito
considerando-se a seção não fissurada.
Elementos tipo sanduíche com faces moldadas na obra devem ser
dimensionados para as ações de uso, já que não existem as etapas de desmoldagem,
transporte e montagem.
A estabilidade de estruturas tipo sanduíche sujeitas à flexo-compressão pode
ser verificada conforme a NBR-6118 (1982), considerando-se a excentricidade total
em relação ao plano médio da seção, que é a soma das excentricidades do
carregamento com as ocorridas nas imperfeições de execução. A excentricidade
decorrente dos efeitos de segunda ordem deve ser considerada quando a esbeltez λ
for maior que 40.
espessura, variando o número de telas soldadas para cada modelo, com ou sem
armadura de reforço. As nervuras eram armadas com fios de 4mm de diâmetro
(shear connectors), variando o seu número entre 3 e 5, como mostra a fig.3.5. Estes
fios eram espaçados de 25cm longitudinalmente. O núcleo do painel era constituído
por uma espuma rígida de poliestireno de 11cm de espessura. A seção transversal do
painel tinha 120cm de largura por 15cm de altura, com comprimento de 240cm.
(a)
(b)
Tela soldada
Armadura de
shear connectors reforço
nervura
(c)
FIGURA 3.5 – SEÇÃO TRANSVERSAL TÍPICA DOS PAINÉIS ENSAIADOS POR
BANSUNBUL ET AL (1991). A) SHEAR CONNECTORS COM FIOS; B) SHEAR
CONNECTORS COM FIOS DE TELA SOLDADA; C) FACES COM ARMADURAS DE
REFORÇO (DIMENSÃO EM MM)
qual se obteve uma resistência à compressão de 26,2 MPa. Com essa mistura eram
possíveis tanto a projeção manual como a mecânica.
FIGURA 3.7 – GRÁFICO FORÇA X DESLOC. DOS PAINÉIS ENSAIADOS POR LEE ET AL
(1986)
LEE et al (1986), baseados em seus estudos, puderam designar, para cada tipo
de painel ensaiado, a sua melhor utilização, seja para painéis exteriores, mais sujeitos
a intempéries, ou interiores, não sujeitos a ações externas. Ainda LEE et al (1986)
ressaltam que a resistência da composição depende da taxa volumétrica de armadura
e que uma melhor distribuição dessa armadura ao longo da espessura das placas
resistentes proporciona melhor controle das fissuras. É recomendado que se
coloquem, no painel, armaduras de reforço nos cantos de portas e janelas.
As placas foram moldadas com argamassa que continha 0,1% (em volume)
de fibras de polipropileno. A argamassa apresentou resistência à compressão, na
idade da realização dos ensaios, entre 29,7MPa e 39,2MPa, dependendo da placa e da
série realizada. O painel simplesmente apoiado foi submetido a duas forças
concentradas, conforme esquema mostrado na fig.3.9.
dispositivo para
desforma
FIGURA 3.10 – GEOMETRIA DOS PAINÉIS ENSAIADOS POR BUSH & STINE (1986)
Para cada série foi verificada a eficiência dos conectores através de ensaios
tipo pushout (fig.3.12).
ensaiados até a ruptura, a análise dos resultados foi restrita a esforços inferiores ao
correspondente momento de fissuração da peça.
espessura
Espessura tipo de As por placa
Painel do isolante tipo de conector
(mm) isolante (cm2)
(mm)
A 57,2 poliuretano 25,4 treliça metálica 1,53 (1,05%)
B 63,5 poliuretano 25,4 chapa de metal 0,58 (0,54%)
C 63,5 poliuretano 25,4 135 blocos φ 25,4mm 0,58 (0,54%)
D 101,6 poliuretano 50,8 tela soldada 0,58 (0,25%)
E 152,4 poliuretano 50,8 nenhum 0,58 (0,12%)
F 127,0 poliuretano 50,8 tela soldada 0,58 (0,17%)
G 127,0 poliuretano 50,8 chapa de metal 0,58 (0,17%)
H 127,0 poliuretano 50,8 nervuras borda(50,8mm) 0,58 (0,17%)
J 127,0 poliuretano 50,8 22 blocos φ 38,1mm 0,58 (0,17%)
K 127,0 poliuretano 50,8 nervuras extr. (38,1mm) 0,58 (0,17%)
L 127,0 poliuretano 50,8 nervuras de borda + chapa 0,58 (0,17%)
M 152,4 poliuretano 50,8 tela soldada 0,58 (0,12%)
N 88,9 poliestireno 38,1 treliça metálica 1,53 (0,66%)
P 127,0 poliestireno 50,8 nenhum 0,58 (0,17%)
R 127,0 poliestireno 50,8 nenhum 0,79 (1,05%)
S 127,0 poliestireno 50,8 nenhum 0,58 (0,17%)
T 127,0 poliestireno 50,8 tela soldada 0,58 (0,17%)
U 127,0 poliestireno 50,8 treliça metálica 1,53 (0,44%)
V 127,0 poliestireno 50,8 treliça metálica 1,53 (0,44%)
W 127,0 poliestireno 50,8 chapa de metal 0,79 (0,23%)
X 127,0 poliestireno 50,8 135 blocos φ 25,4mm 0,58 (0,17%)
Y 127,0 poliestireno 50,8 nervuras borda (38,1mm) 0,58 (0,17%)
Z 152,4 poliestireno 50,8 treliça metálica 1,53 (0,44%)
AA 127,0 fibra de vidro 50,8 tela soldada 0,58 (0,17%)
BB 127,0 fibra de vidro 50,8 treliça metálica 1,53 (0,44%)
CC 127,0 fibra de vidro 50,8 treliça metálica 1,53 (0,44%)
DD 127,0 foamed glass 50,8 tela soldada 0,58 (0,17%)
EE 127,0 foamed glass 50,8 treliça metálica 1,53 (0,44%)
FF 76,2 concreto 38,1 nenhum 0,58 (0,33%)
celular
GG 88,9 concreto 38,1 nenhum 0,58 (0,25%)
celular
HH 127,0 concreto 50,8 nenhum 0,58 (0,17%)
celular
K
Y
(c) 15 % de área
X
J
σt = – εt Ec
FR = σt b t = – (C ∆T) b t Ec,
onde:
σt = tensão pela deformação térmica;
εt = deformação térmica na face;
Comportamento estrutural 50
δ =
ML2
=
(C∆T )bteL2 ,
8E c I c 8I c
onde:
δ = deslocamento no meio do vão;
M = momento equivalente;
L = comprimento do elemento;
b = largura da seção;
Ic = momento de inércia da seção sanduíche.
Comportamento estrutural 51
faces
núcleo T+ T
t1 T C T
+ +
a
t2
T diagrama de diagrama de diagrama de
L+ L temperatura deformação tensão
(a)
FR FR C T C TE
- -
(b)
FR FR
N.A.
e
(c)
(d)
FIGURA 3.18 – ETAPAS DE CÁLCULO PARA UM GRADIENTE DE TEMPERATURA
(EINEA ET AL., 1991)
T+∆T
T
FIGURA 3.19 – VARIAÇÃO DE TEMPERATURA ATRAVÉS DE UMA SEÇÃO TIPO
SANDUÍCHE (EINEA ET AL., 1991)
4 ARGAMASSA E MICROCONCRETO
PROJETADOS
4.5 CIMENTO
4.6 AGREGADOS
4.7 ADITIVOS
a fluidez sem aumentar o teor de água, ou reduzir o teor de água, mantendo uma
mesma consistência do concreto fresco. Por esta razão, os plastificantes são
chamados de aditivos redutores de água.
A ASTM 494, Standard Specification for Chemical Admixtures for Concrete,
divide os produtos químicos redutores de água e modificadores de pega nos sete tipos
seguintes: Tipo A, redutor de água; Tipo B, retardador; Tipo C, acelerador; Tipo D,
redutor de água e retardador; Tipo E, redutor de água e acelerador; Tipo F, redutor
de água de alta eficiência, e Tipo G, redutor de água de alta eficiência e retardador.
A distinção entre os agentes redutores de água normais (Tipos A, D, E) e os de alta
eficiência é que, comparados a uma mistura de concreto de referência com uma dada
consistência, os primeiros devem ser capazes de reduzir o consumo de água pelo
menos em 5% e o último em 12%.
Os produtos tensoativos englobam aditivos geralmente empregados para
incorporação de ar ou redução de água em misturas de concreto. O aditivo
incorporador de ar é definido como um dos constituintes do concreto que é
empregado com a finalidade de incorporar ar; o redutor de água é um aditivo que
reduz a quantidade de água de amassamento requerida para produzir um concreto
com uma dada consistência.
As substâncias tensoativas consistem essencialmente em moléculas orgânicas
de cadeia longa, com extremidade hidrófila (que atrai água) e uma hidrófoba (que
repele a água). Em tecnologia de concreto, a maior parte dos aditivos aniônicos
empregados contém tanto uma cadeia não-polar como uma cadeia com alguns grupos
polares. O primeiro atua como incorporador de ar e o segundo como redutor de água.
Os tensoativos são adsorvidos nas interfaces ar-água e cimento-água, com uma
orientação da molécula que determina se o efeito predominante é de incorporação de
ar ou de fluidificação do sistema água-cimento.
Os tensoativos empregados como aditivos incorporadores de ar geralmente
consistem em sais de resinas de madeira, materiais proteicos e ácidos graxos e alguns
detergentes sintéticos. Os tensoativos empregados como plastificantes são
geralmente sais, modificações e derivados de ácidos lignossulfônicos, ácidos
carboxílicos hidroxilados e polissacarídeos. Aditivos superplastificantes ou redutores
Argamassa e microconcreto projetados 66
4.8.1 A resistência
4.8.2 A durabilidade
4.8.3 A Trabalhabilidade
g) Compatibilidade entre quantidade de água por m3, relação a/c (limitada pelos
parâmetros de durabilidade) e consistência adequada ao processo de moldagem
dos elementos com argamassas estruturais, consistência essa que pode ser obtida
com o uso de aditivos redutores de água (plastificantes e superplastificantes).
5 RESISTÊNCIA EFETIVA DA ARGAMASSA
PROJETADA
de ser caro, ou mesmo pela falta de precisão quando da utilização de placas, devido à
representatividade do material (PRUDÊNCIO JR., 1993).
O citado autor ainda complementa: “a utilização de corpos-de-prova
cilíndricos de diferentes diâmetros pode conduzir a resultados distintos devido à
influência do processo de extração. Além disso, o uso de fatores de correção para
diferentes relações altura/diâmetro ou para conversão de resistência de corpos-de-
prova cúbicos para cilíndricos tem sido questionado por vários autores.”
A obtenção de corpos-de-prova de concreto projetado é feita através da
moldagem de placas, conforme a norma NBR 13070 (1994), que, segundo
FIGUEIREDO (1997), não pode ser classificada como uma operação simples. A
fig.5.1 mostra o sistema de moldagem da placa.
6,0 cm
3,0 cm
6,0 cm
FIGURA 5.6 –DA ESQUERDA PARA A DIREITA: PASTILHAS DE TOPO, MEIO E BASE
Resistência efetiva da argamassa projetada 83
O processo de extração das pastilhas foi modificado várias vezes até atingir o
procedimento ora descrito, o qual proporcionou lotes com melhor qualidade de
pastilhas, no que se refere à uniformidade de dimensões e paralelismo das faces.
Inclui-se nessas modificações, além do processo de serragem, o desenvolvimento dos
aparelhos de fixação de apoio, usados durante os cortes.
Deve-se destacar que essas pastilhas foram ensaiadas na mesma posição em
que o corpo-de-prova estaria, quer dizer, sua posição espacial foi mantida, como se
estivesse no corpo-de-prova.
Na segunda etapa de projeção, que foi realizada seis horas após a execução da
primeira camada, completaram-se os 3cm de espessura. Após o fim da projeção,
desempenou-se a superfície dos painéis com o uso de régua de madeira e
desempenadeira de alumínio, conforme o processo utilizado no desempeno de reboco
de paredes de edificações (fig.5.10).
Para cada um desses traços foi extraída uma série de pastilhas de topo, meio e
fundo, que foram rompidas por compressão axial, gerando os valores apresentados na
tab.5.1.
Com relação aos traços A e B, os dados são referentes a quatro conjuntos de
pastilhas. Para o traço C romperam-se sete conjuntos. A última coluna da tabela 5.1
refere-se à ruptura de corpos-de-prova de 10cm x 20 cm, tidos como valores de
referência.
60
50
40
Tensão (MPa)
30
E = 30.066,0 MPa
20
10
0
0 0.0005 0.001 0.0015 0.002 0.0025
Deformação (mm/mm)
Apresentam-se as análises dos resultados dos ensaios das pastilhas, com base
no Critério de Chauvenet.
Pode-se observar na tabela 5.4, em função dos valores médios das três
amostras, que uma pastilha de argamassa de 3cm x 3cm x 6cm, extraída de um
corpo-de-prova cilíndrico de 10cm x 20cm, ensaiada na direção de maior dimensão,
possui uma resistência à compressão 37,5 % menor que a resistência do corpo-de-
prova cilíndrico da qual ela foi extraída.
São apresentadas as análises dos resultados dos ensaios das pastilhas, com base
no critério de desclassificação das pastilhas defeituosas ou não-representativas.
Resistência efetiva da argamassa projetada 93
TABELA 5.7 – Resumo da análise da resistência das pastilhas extraídas das placas,
através do critério da desclassificação das pastilhas
Resistência Média das Desvio Coef. De Resistência de referência
Painel
pastilhas em MPa Padrão variação em MPa
01 31,1 2,386 0,08 56,2
02 29,3 4,068 0,14 56,2
03 28,9 4,134 0,14 56,2
Valores médios
29,8 3,530 0,12 56,2
dos 3painéis
Pode-se ainda observar que a média das resistências das pastilhas projetadas –
coluna 2 – é 47,0 % menor que a resistência média de referência – coluna 5 –
(resistência à compressão de corpos-de-prova cilíndricos moldados com a mesma
argamassa da projeção). Comparando este mesmo valor com o obtido da tabela 5.5,
verifica-se que o da tabela 5.7 é um pouco maior, com uma diferença de apenas
3,38%.
Da mesma maneira verificada no item 5.9.1, essa análise através do critério
de desclassificação das pastilhas defeituosas serviu principalmente para aferir os
resultados da análise referentes ao critério de Chauvenet.
A primeira viga confeccionada (VT 01, ver fig.6.1) serviu para ensaio piloto,
o qual permitiu programar melhor o ensaio do modelo VT 02.
A viga T simula, nesse estudo, uma ligação de dois elementos tipo sanduíche,
como o contraforte de um muro de arrimo, por exemplo. Propôs-se, então, aplicar
nos modelos o mesmo nível de carregamento de um arrimo hipotético, com as
seguintes características:
71,0cm
3,0 27,0cm 11,0 27,0 3,0
3,0
5,0 11,0
3,0
tela
EPS soldada
EQ 98
30,0
núcleo
2 0 6,3
7 0 8,0
3,0 5,0 3,0
11,0cm
6.2.1 Argamassa
25 801,990
20 641,592
Força Aplicada (kN)
Tensão (MPa)
15 481,194
5 160,398
0 0,000
0 2 4 6 8 10 12 14 16
o
Deformação ( /oo)
35 696,3026
30 596,8308
25 497,3590
Tensão (MPa)
Força Aplicada (kN)
20 397,8872
10 198,9436
5 99,4718
0 0,0000
0 2 4 6 8 10 12 14 16
o
Deformação ( /oo)
10cm
7cm
27,3cm
69cm
7cm
Como armadura de tração foram utilizadas nove barras de aço, sendo duas
com diâmetro de 6,3mm e cinco com diâmetro de 8mm. A distribuição das barras é
mostrada na fig.6.6.
Análise experimental de vigas T 101
EPS
1,0cm
0 6,3mm 3,7cm
1,0cm
1,0 1,0
0 8,0mm
5cm
38,5
8cm
6.2.3 Núcleo
27cm
26,3cm
F/2 F/2
D1 D5
D2 D3 D4
100cm 100cm 100cm
Para o modelo VT 02, a força foi aplicada em incrementos de 2kN, até uma
carga de 220kN, através de um cilindro hidráulico acoplado a uma bomba hidráulica
de acionamento mecânico. Para registro das leituras indicadas na célula de carga de
capacidade de 500kN, utilizou-se um sistema de aquisição de marca Measurements
Group, modelo System 5000.
A figura 6.19 mostra o modelo VT 02 pronto para o inicio do ensaio.
E8 E6 E5 E7 E9
EXTENSÔMETROS NO AÇO
TRACIONADO E2-E4
E16 E17
E2 E3 E4
EXTENSÔMETROS NA ARMADURA
DE CISALHAMENTO E16-E19 50
y = (h − x ) ,
M M
σt = (6.1)
I I
240
220
200
180
160
Força em kN
140
80
60
40
20
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
o
Deformação em /oo
Deformação em /oo
-0,65 Deformação em 199,68kN
o
-0,60
-0,55
-0,50
-0,45
-0,40
-0,35
-0,30
-0,25
-0,20
-0,15
-0,10
-0,05
0,00
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Largura em cm
Deformação em 180kN
0,225 Deformação em 199,68kN
0,200
0,175
0,150
0,125
0,100
0,075
0,050
0,025
0,000
0 10 20 30 40 50 60 70
Largura em cm
tracionada. Nota-se nesse gráfico uma variação praticamente linear das deformações,
validando as hipóteses feitas inicialmente.
45
Def. ao longo da altura em 11,973 kN
Def. ao longo da altura em 30,263 kN
40 Def. ao longo da altura em 40,46 kN
Def. ao longo da altura em 60,394 kN
Def. ao longo da altura em 80,328 kN
35 Def. ao longo da altura em 100,46 kN
Def. ao longo da altura em 120,26 kN
Def. ao longo da altura em 140,85 kN
30 Def. ao longo da altura em 160,39 kN
Def. ao longo da altura em 180 kN
Alturam em cm
20
15
10
0
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
o
Deformações em /oo
6.5.3 Deslocamentos
L = vão teórico;
E = módulo de elasticidade do material.
Mr
3
Mr 3
Ie = I + 1 − I < I1 , (6.6)
M 1 M 2
onde:
M: momento aplicado;
fig.6.27, onde se considera essa perda de rigidez, ao longo do ensaio, após a abertura
da primeira fissura.
A fig.6.27 mostra a comparação entre os valores teóricos dos deslocamentos e
os experimentais.
240
220
200
180
160
140
Força em kN
120
deslocamentos teóricos
100
deslocamentos experimentais
80
60
40
20
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Deslocamentos em mm
EXPERIMENTAIS
240
180
160
Força em kN
140
120
100
80
60
40
20
0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1
o
Deformações em /oo
7.1.2 Dimensões
250cm
a) b) c) d) e)
7.1.3 Tipos
A tabela 7.1 mostra um resumo dos tipos e das quantidades dos modelos
confeccionados. Os modelos ensaiados à flexão foram denominados PSF, podendo
ser do tipo I, II, III, IV, V, IIa, IVa e Va. O índice a refere-se à inexistência de
armadura de cisalhamento, no interior das nervuras.
ENSAIO À FLEXÃO
CONFIGURAÇÃO
TIPOS DOS MODELOS
Sem nervuras PSF-I —
Com nervuras longitudinais PSF-II PSF-IIa
Com nervuras transversais PSF-III —
Com nervuras em todas as
PSF-IV PSF-IVa
extremidades
Com nervuras nas extremidades PSF-V
PSF-Va
e uma longitudinal no centro
Quantidade de modelos 5 3
7.2.1 Argamassa
7.2.2 Núcleo
250cm
100cm
7,8cm
A armadura era composta por duas telas soldadas e por barras de reforço,
como parte do pré-painel (placa de EPS mais tela soldada). Foram dispostas nos dois
lados da placa de EPS e ligadas entre si por fios, do mesmo diâmetro dos fios da tela,
conforme a fig.7.4. Esses fios, ligados à tela por meio de solda, atravessavam a placa
de EPS, fazendo um ângulo de aproximadamente 45o com a superfície da placa. A
função principal desses fios, ou conectores, é manter as telas a uma distância de 1cm
da face da placa de EPS, dos dois lados, e fazer com que o pré-painel possua rigidez
suficiente para permitir a projeção da argamassa.
O aço empregado na tela e nos conectores foi o CA-60, com diâmetro igual a
2,4mm. Os fios longitudinais possuíam um espaçamento de 15cm e os transversais,
de 5cm, como mostra a fig.7.5.
φ2,4mm
15cm
15cm
5cm
FIGURA 7.5 – ESPAÇAMENTOS DA TELA SOLDADA
Análise experimental de painéis à flexão 125
6cm
φ4,2mmc/15cm
10,5cm
15cm 15cm 15cm
PEDAÇO DO PRÉ-PAINEL)
detalhe do gancho
LATERAIS
Análise experimental de painéis à flexão 128
F F
FIGURA 7.12 – PÓRTICO DE REAÇÃO UTILIZADO NOS ENSAIO DE FLEXÃO DOS PAINÉIS
D11 D7 D2 D9 D13
D4 D1 D5
D10 D6 D3 D8 D12
D4 D5
D10 D12
D11 D13
D6 D1 D8
D7 D2 D9
D3
E1
E2
E3
E4
E5
E7
E8
E9
E10
PSF-V, PSF-Va
E6
E7
E8
E9
E10
E13 E14
E15 E16
PSF-II, PSF-IV
E11
E12
PSF-V
E11
E13
E12
onde:
Icorrigido = momento de inércia da seção equivalente;
C = coeficiente de correção;
I = momento de inércia da seção tipo sanduíche.
I=
b 3
12
(
h − c3 , ) (7.2)
onde:
b = largura da seção;
h = altura da seção;
c = espessura do núcleo.
Análise experimental de painéis à flexão 134
h eq = 3 C(h 3 − c 3 ) . (7.4)
seção maciça de altura heq. A última coluna apresenta a relação entre os valores dos
momentos de fissuração experimentais e teóricos.
Na tabela 7.3 pode-se observar que todos os modelos obtiveram momentos de
fissuração teóricos maiores que os obtidos nos ensaios. Essa diferença é maior para o
modelo PSF Va, que apresentava fissuras iniciais.
O menor valor do momento de fissuração obtido do ensaio foi no modelo PSF
I. Verifica-se para esse modelo que a interação das placas de argamassa é
proporcionada, praticamente, apenas pela placa de EPS. É de se esperar uma
movimentação maior entre as faces, fazendo a seção tipo sanduíche comportar-se
como uma seção parcialmente composta, com um grau de composição em função da
placa de EPS. Essa composição parcial faz com que as placas apresentem
separadamente uma flexão adicional em torno de seu próprio eixo (ALLEN, 1969),
ocasionando uma fissuração precoce do painel.
Analisando os valores da tabela 7.3, para os modelos PSF II, PSF III, PSF IV
e PSF V, verifica-se que o número de nervuras parece não interferir
significativamente no valor do momento de fissuração. Nos Modelos PSFII e PSFIIa,
não se verificou redução significativa de Mr , decorrente da inexistência da armadura
de cisalhamento na nervura (redução de 6%). A mesma conclusão não vale para os
modelos PSF IV e PSF IVa, pois a redução foi de 24%. O modelo PSF Va
apresentava fissuras iniciais; por isso, o seu resultado foi desprezado na análise.
O cálculo do momento de fissuração, considerando a seção completamente
composta, resulta em valores da ordem de 10% maiores que os determinados a partir
da seção equivalente. A adoção dos valores do coeficiente de correção do momento
de inércia, sugeridos por SHEPPARD & PHILLIPS (1989), para compensar a perda
de rigidez pela composição parcial da seção, aproxima os resultados teóricos dos
experimentais. Nos casos estudados, essa redução não é suficiente.
Os valores do coeficiente C sugeridos por SHEPPARD & PHILLIPS foram
determinados a partir de ensaios de elementos tipo sanduíche com placas de concreto
pré-moldadas, nas quais o concreto foi adensado por meio de equipamentos de
vibração. Os modelos PSF, ensaiados no presente trabalho, foram executados
fazendo-se uso de técnicas de projeção da argamassa, como foi descrito
anteriormente. É evidente que a argamassa moldada dessa maneira não obtém o
Análise experimental de painéis à flexão 136
A tabela 7.5 mostra o resumo dos valores dos momentos de ruptura para cada
modelo ensaiado, bem como uma comparação desses com os valores teóricos,
calculados a partir das hipóteses do concreto armado.
18 18
ext. 03
14 ext. 04 14
ext. 05
12 12
Força em KN
Força em KN
10 10
ext. 06
8 8 ext. 07
ext. 08
6 ext. 09
6
ext. 10
4 4
2 2
0 0
-0,4 -0,2 0,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
o o
Deformação em /oo Deformação em /oo
14 14
12 12
Força em KN
Força em KN
10 10
ext. 01 ext. 06
ext. 02 ext. 07
8 ext. 03 8 ext. 08
ext. 04 ext. 09
ext. 05 ext. 10
6 6
4 4
2 2
0 0
-0,4 -0,2 0,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
o o
Deformação em /oo Deformação em /oo
comparando os valores da coluna 4 da tabela 7.5 dos modelos com armadura nas
nervuras e sem armadura, estas caracterizadas pela letra a.
Apesar de os modelos com nervuras longitudinais sem armadura terem
atingido os valores esperados, exceto o PSF IVa, é inteiramente recomendável que na
prática se utilize uma armadura mínima nas nervuras, que comprovadamente melhora
o comportamento à flexão.
As figuras 7.22 a 7.27 mostram os diagramas de deformações de compressão
no concreto e no aço tracionado, para os modelos PSF II, PSF IIa, PSF IV, PSF IVa,
PSF V, PSF Va.
No dimensionamento da seção dos modelos, obteve-se uma seção de
armadura de 1,54 cm2, considerando-se a peça no domínio 2. A deformação no
concreto determinada teoricamente foi de 0,4 o/oo, para uma deformação do aço de 10
o
/oo. Para os modelos com nervuras armadas (PSF II, PSF IV, PSF V), o valor médio
das deformações no concreto, obtido do ensaio para cada painel, está em torno de
0,4o/oo. A armadura tracionada se encontra em escoamento para esses mesmos
modelos no momento da ruptura, visto que o escoamento do aço CA 50 inicia com
2,07 o/oo. Dessa forma, confirmam-se as hipóteses utilizadas no dimensionamento.
Observa-se nos diagramas de deformações no concreto e no aço que os
modelos com nervuras sem armadura (PSF IIa, PSF IVa e PSF Va) obtiveram
deformações menores no momento da ruptura, se comparados aos respectivos
modelos com nervuras armadas (PSF II, PSF IV, PSF V). Comprova-se com isto que
as nervuras armadas desempenharam um papel importante, melhorando
sobremaneira o comportamento dos painéis à flexão, aumentando o grau de
composição entre as faces, fazendo com que se chegue a valores maiores de carga de
ruptura.
Análise experimental de painéis à flexão 142
34 34
32 PSF II 32 PSF II
30 30
28 28
26 26
24 24 ext. 06
ext. 07
22 ext. 01 22
ext. 08
20 ext. 02 20 ext. 09
Força em KN
Força em KN
ext. 03 ext. 10
18 ext. 04 18
16 ext. 05 16
14 14
12 12
10 10
8 8
6 6
4 4
2 2
0 0
-1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
o o
Deformação em / oo Deformação em / oo
34 34
28 28
26 26
24 24
22 22
20 20
Força em KN
Força em KN
ext. 01 18 ext. 06
18
ext. 02 ext. 07
16 16 ext. 08
ext. 03
ext. 04 14 ext. 09
14
ext. 05 ext. 10
12 12
10 10
8 8
6 6
4 4
2 2
0 0
-1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0 2 4 6 8 10
o o
Deformação em /oo Deformação em /oo
34 34
32 PSF IV 32 PSF IV
30 30
28 28
26 26
24 24
ext. 06
22 22
ext. 07
20 20 ext. 08
Força em KN
Força em KN
ext. 01
ext. 09
18 ext. 02 18
ext. 10
ext. 03 16
16
ext. 04
14 ext. 05 14
12 12
10 10
8 8
6 6
4 4
2 2
0 0
-1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0 2 4 6 8 10
o o
Deformação em /oo Deformação em /oo
34 34
32 PSF IVa 32 PSF IVa
30 30
28 28
26 26
24 24
22 22
20 20
Força em KN
Força em KN
18 18
16 ext. 01 16 ext. 06
ext. 02 14 ext. 07
14
ext. 03 ext. 08
12 ext. 04 12 ext. 09
ext. 05 10 ext. 10
10
8 8
6 6
4 4
2 2
0 0
-1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0 2 4 6 8 10
o o
Deformação em /oo Deformação em /oo
34 34
32 PSF V 32 PSF V
30 30
28 28
26 26
24 24
ext. 01 ext. 06
22 22 ext. 07
ext. 02
ext. 03 ext. 08
20 20
Força em KN
Força em KN
ext. 04 ext. 09
18 ext. 05 18 ext. 10
16 16
14 14
12 12
10 10
8 8
6 6
4 4
2 2
0 0
-1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0 2 4 6 8 10
o o
Deformação em /oo Deformação em / oo
34 34
32 PSF Va 32 PSF Va
30 30
28 28
26 26
24 ext. 01 24
ext. 02
22 22
ext. 03
20 ext. 04 20 ext. 06
Força em KN
Força em KN
ext. 05 ext. 07
18 18
ext. 08
16 16 ext. 09
14 14 ext. 10
12 12
10 10
8 8
6 6
4 4
2 2
0 0
-1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0 2 4 6 8 10
o o
Deformação em /oo Deformação em /oo
demais. Aconteceu o mesmo para os modelos com nervuras sem armadura (PSF IIa,
PSF IVa e PSF Va).
Pode-se concluir que um menor espaçamento entre as nervuras não representa
um ganho significativo no comportamento do painel tipo sanduíche à flexão, no
estado limite último. Pensando-se em termos de execução do elemento, não
compensa dobrar o número de nervuras, visto que o ganho em termos de resistência à
flexão não é proporcional ao aumento do número de nervuras.
7.5.3 Deslocamentos
22 PSFII-a
20
Força em KN
18 PSF-IVa PSF-III
16 PSF-I
14
12
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Deslocamentos em mm
FIGURA 7.28 – GRÁFICO FORÇA X DESLOCAMENTOS PARA TODO OS MODELOS
ENSAIADOS À FLEXÃO
cálculo foi feito considerando-se uma viga biapoiada, com forças aplicadas nos
terços.
34 34
32 32
C = 0,39
30 30
PSF-I PSF-II
28 28
26 26
24 24
22 22
20 20
Força em kN
Força em kN
18 18
C = 0,22
16 16
14 14
12 12
10 10
8 8
6 6
Valores experimentais Valores experimenttais
4 Momento de inércia corrigido 4 Momento de inércia corrigido
2 Não-composto Não-composto
2
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 5 10 15 20 25 30 35 40
Deslocamentos em mm Deslocamentos em mm
34 34
32 32
30 30
PSF-IIa PSF-III
28 28
26 26
24 24
22 C = 0,39 22
20 20
Força em kN
Força em kN
18 18
C = 0,39
16 16
14 14
12 12
10 10
8 8
6 6
Valores experimentais Valores experimentais
4 Momento de inércia corrigido 4 Momento de inércia corrigido
2 Não-composto 2 Não-composto
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 5 10 15 20 25 30 35 40
Deslocamentos em mm Deslocamentos em mm
34 34
32 32
30 PSF-IV 30 PSF-IVa
28 28
26 26
24 24
C = 0,39
22 22
20 20 C = 0,39
Força em kN
Força em kN
18 18
16 16
14 14
12 12
10 10
8 8
6 6
Valores experimenttais Valores experimenttais
4 Momento de inércia corrigido 4
Momento de inércia corrigido
2 Não-composto 2 Não-composto
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 5 10 15 20 25 30 35 40
Deslocamentos em mm Deslocamentos em mm
34 34
32 32
30 PSF-V 30 PSF-Va
28 28
26 26
C = 0,39
24 24
C = 0,39
22 22
20 20
Força em kN
Força em kN
18 18
16 16
14 14
12 12
10 10
8 8
6 6
Valores experimenttais Valores experimenttais
4 Momento de inércia corrigido 4 Momento de inércia corrigido
2 Não-composto 2 Não-composto
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 5 10 15 20 25 30 35 40
Deslocamentos em mm Deslocamentos em mm
34 34
32 32 C = 0,28
C = 0,30
30 30
PSF-I PSF-II
28 28
26 26
24 24
22 22
20 20
Força em kN
Força em kN
18 18
16 16
14 14
12 12
C = 0,135
C = 0,13
10 10
8 8
6 6
Valores experimentais Valores experimenttais
4 Momento de inércia corrigido 4 Momento de inércia corrigido
2 Não-composto Não-composto
2
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 5 10 15 20 25 30 35 40
Deslocamentos em mm Deslocamentos em mm
34 34
32 32
30 PSF-IIa 30 PSF-III
28 28
26 26
24 24
C
C == 0,28
0,30
22 22
20 20
Força em kN
Força em kN
18 C = 0,28
18 C = 0,30
16 16
14 14
12 12
10 10
8 8
6 6
Valores experimentais Valores experimentais
4 Momento de inércia corrigido 4 Momento de inércia corrigido
2 Não-composto Não-composto
2
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 5 10 15 20 25 30 35 40
Deslocamentos em mm Deslocamentos em mm
34 34
32 32
30 PSF-IV 30 PSF-IVa
28 28
26 26
C = 0,28
24 24
C = 0,30
22 22
C
C==0,28
0,30
20 20
Força em kN
Força em kN
18 18
16 16
14 14
12 12
10 10
8 8
6 6
Valores experimenttais Valores experimenttais
4 Momento de inércia corrigido 4 Momento de inércia corrigido
2 Não-composto 2 Não-composto
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 5 10 15 20 25 30 35 40
Deslocamentos em mm Deslocamentos em mm
34 34
32 32
30 PSF-V 30 PSF-Va
28 28
26 26
C C= =0,30
0,28
24 24 C = 0,28
C = 0,30
22 22
20 20
Força em kN
Força em kN
18 18
16 16
14 14
12 12
10 10
8 8
6 6
Valores experimenttais Valores experimenttais
4 Momento de inércia corrigido 4 Momento de inércia corrigido
2 Não-composto 2 Não-composto
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 5 10 15 20 25 30 35 40
Deslocamentos em mm Deslocamentos em mm
34
32
24
22
20
Força em kN
18
16
14
12
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Deslocamentos em mm
8.1 CONCLUSÕES
A revisão bibliográfica mostra que em edificações, sejam elas residenciais,
comerciais ou mesmo industriais, se encontra a principal aplicação de elementos tipo
sanduíche, que utiliza faces resistentes de argamassa moldadas no local da obra,
executadas por processos de projeção. Esse método construtivo tem sido aplicado no
Brasil e em outros países, baseando-se principalmente na experiência dos
construtores, existindo pouquíssima literatura tratando de projeto e execução de
acordo com esse método.
Considerando a deficiência nessa área do conhecimento científico, este
trabalho vem contribuir para viabilizar o projeto de elementos tipo sanduíche, que
utilizam faces resistentes moldadas por projeção da argamassa.
As vantagens inerentes ao sistema são: eliminação de formas; estrutura
monolítica; rapidez de execução; estrutura rígida e resistente; redução de custos;
racionalização da construção, utilizando técnicas de projeção de argamassa;
possibilidade de execução da estrutura em lugares distantes dos grandes centros e de
difícil acesso; utilização de mão-de-obra pouco especializada; utilização de rejeitos
industriais e resíduos agrícolas na confecção de núcleos; execução da obra através da
autoconstrução e possibilidade de criação de sistemas abertos (“estruturas híbridas”).
Com essas características, verifica-se um forte potencial de aplicação desse método
construtivo em obras de infra-estrutura, tais como galerias, muros de arrimo,
reservatórios de água, canais de drenagem, entre outros.
Considerações finais 156
8.1.1 Argamassa
Quanto à argamassa utilizada nos modelos, realizou-se um estudo inicial,
adotando-se um traço de 1:3 (relação cimento/areia) com fator a/c = 0,51. Adicionou-
se 10% de sílica ativa, em relação ao peso do cimento, que melhorou a mistura,
principalmente em termos de coesão e de resistência. Para garantir a trabalhabilidade
necessária, adicionou-se ainda 2% de superplastificante, em relação ao peso do
cimento. Essa mistura forneceu uma resistência média à compressão em torno de 60
MPa, medida em corpos-de-prova cilíndricos de 10cm x 20 cm. O módulo de
deformação longitudinal médio encontrado nos ensaios foi de 30 GPa.
Do estudo da resistência efetiva da argamassa projetada, pôde-se tirar uma
indicação desse valor, que consistiu num aspecto significativo do trabalho. Com este
estudo tornou-se possível estimar a resistência efetiva da argamassa projetada, a
partir de ensaios de compressão de corpos-de-prova cilíndricos.
Dos resultados encontrados, apresentados e discutidos no capítulo 3,
verificou-se que a resistência efetiva à compressão da argamassa projetada é cerca de
80% da resistência de corpos-de-prova cilíndricos de 10cm x 20cm, moldados
conforme a Norma Brasileira.
Essa estimativa da resistência efetiva foi fundamental para o
prosseguimento dos estudos sobre o comportamento à flexão de elementos de seção
tipo sanduíche.
8.1.2 Vigas T
Nos ensaios realizados nas vigas T de seção tipo sanduíche, procurou-se
compreender melhor o comportamento à flexão desse tipo de elemento, verificando-
se a eficácia da ligação mesa-alma.
A seção tipo sanduíche proposta para a viga VT 02 demonstrou ser
eficiente quanto à ligação mesa-alma, resistindo bem aos esforços de flexão.
Comparando-se os valores calculados com os experimentais, do momento
de fissuração, do momento de ruptura e dos deslocamentos relativos ao ensaio de
flexão das vigas, pôde-se verificar que, no cálculo de seções tipo sanduíche, podem
Considerações finais 157
8.1.3 Painéis
Quanto aos ensaios de flexão realizados em painéis tipo sanduíche, com
núcleo de EPS e faces executadas por projeção da argamassa, comprovou-se que as
hipóteses utilizadas em concreto armado podem ser adotadas para o cálculo do
momento de fissuração e dos deslocamentos, considerando no cálculo a uma seção
maciça equivalente, determinada a partir da redução do momento de inércia da seção
tipo sanduíche, multiplicando-se por um coeficiente C, que leva em conta a perda de
rigidez pela movimentação relativa entre as faces. Esse coeficiente deve ser
determinado através de ensaios, para cada tipo de núcleo ou conector utilizado.
Para o caso estudado – núcleo de EPS e placas resistentes de argamassa
projetada – pode-se utilizar os seguintes valores de C:
100
Acumulada
aculumlda
80
60
Porcentagem
Porcentagem
40
20
0
0 2 4 6 8 10
2 SÉRIES DE ENSAIOS
1
A trabalhabilidade ideal da argamassa refere-se a uma mistura que possa ser projetada manualmente.
2
É importante ressaltar que todas as proporções aqui apresentadas se referem a traços em massa.
Anexo A – Determinação do traço 162
O traço 1:4 foi abandonado já nessa série de ensaios, devido aos baixos
valores de resistência apresentados.
Com base nos dados da tabela A1 adotou-se como traço padrão o seguinte:
1:3 + SP (2%) + SA (10%)3. Esse traço foi escolhido pelo fato de, além de
proporcionar adequada resistência à compressão e trabalhabilidade satisfatória à
projeção, foi um dos que apresentou o menor potencial de retração por secagem,
decorrente de seu baixo consumo de cimento e de água.
Foram também realizadas projeções com esse traço, usando-se a caneca de
projeção, verificando-se a eficiência dessa técnica de projeção para o traço escolhido.
3
SA = Sílica Ativa; SP = Superplastificante.
ANEXO B – CRITÉRIOS DE TRATAMENTO DOS
RESULTADOS
1 CRITÉRIO DE CHAUVENET
1.1 Generalidades
O critério aqui apresentado para tratamento estatístico de um conjunto de
dados tem por objetivo eliminar valores não representativos de amostras pequenas
(menores que 50 elementos). Além disso, tem a vantagem de poder trabalhar
conjuntamente dados com valores numericamente diferentes, uma vez que todo o
cálculo é baseado na relação entre valores pontuais e a média da amostra, reduzindo
todos os dados a variações percentuais da média amostral.
1.4.1 Traço/Painel
1.4.2 Amostra
1.4.3 Qu
1.4.4 Qm
1.4.5 Qu/Qm
Relação entre cada valor de Qu e sua respectiva média amostral Qm. Esta
relação reduz os valores de tensão de ruptura de cada pastilha (e cada relação a/c) a
variações percentuais em relação à média amostral, o que permite um tratamento
conjunto de dados substancialmente diferentes.
1.4.7 C45
1.4.8 1 + C45
1.4.9 1 - C45
Todo valor de Qu que for menor que 1 - C45 também será eliminado.
Em cada iteração, os cálculos são refeitos, sendo que na posição referente a
cada valor eliminado aparece a mensagem FALSO. Portanto, os cálculos seguem
sem esses valores, fazendo com que o conjunto mantenha elementos cada vez mais
Anexo B – Critérios de tratamento dos resultados 166
uniformes, como evidenciado pelos valores decrescentes do desvio padrão (s) após
cada iteração.
O número de iterações fixado foi de três, sendo obrigatório interromper o
processo, mesmo que ainda haja valores a serem descartados.
Abaixo da tabela do critério de Chauvenet são encontrados quadros que
apresentam os resultados parciais e finais obtidos para cada conjunto. Esses quadros
serão discutidos a seguir.
1.5.1 Média
Refere-se à média dos valores de tensão de ruptura que não foram descartados,
para cada conjunto de amostras (A, B e C).
Refere-se ao desvio padrão dos valores de tensão de ruptura que não foram
descartados, para cada conjunto de amostras (A, B e C).
1.5.4 Corpo-de-Prova
Refere-se à média dos desvios padrões dos valores de tensão de ruptura que
não foram descartados, para o conjunto total de amostras.
1.7.1 Média
Refere-se à média dos valores de tensão de ruptura que não foram descartados,
para cada painel (1, 2 e 3).
Refere-se ao desvio padrão dos valores de tensão de ruptura que não foram
descartados, para cada painel (1, 2 e 3).
1.8.1 Média
Refere-se à média de tensão de ruptura média para cada painel (1, 2 e 3).
Refere-se à média dos desvios padrões dos valores de tensão de ruptura que
não foram descartados, para os painéis (1, 2 e 3).
2.1 Generalidades
Este é um critério subjetivo, baseado em análise crítica e visual das amostras.
Consiste basicamente em desclassificar os elementos que apresentaram alguma
imperfeição física, traduzindo-se em faces não planas ou não paralelas, ou que
tenham apresentado algum problema durante a ruptura. Foram também
desclassificados os elementos que apresentaram valores extremamente altos para a
tensão de ruptura.
2.2 Tabela II e IV
2.2.1 Traço/Painel
2.2.2 Amostra
2.2.3 Qu
2.2.4 Qm
2.3.1 Média
Refere-se à média dos valores de tensão de ruptura que não foram descartados,
para cada conjunto de amostras (A, B e C).
Refere-se ao desvio padrão dos valores de tensão de ruptura que não foram
descartados, para cada conjunto de amostras (A, B e C).
2.3.4 Corpo-de-Prova
Refere-se à média dos desvios padrões dos valores de tensão de ruptura que
não foram descartados, para as amostras (A, B e C).
2.5.1 Média
Refere-se à média dos valores de tensão de ruptura que não foram descartados,
para cada painel (1, 2 e 3).
Refere-se ao desvio padrão dos valores de tensão de ruptura que não foram
descartados, para cada painel (1, 2 e 3).
2.6.1 Média
Refere-se à média de tensão de ruptura média para cada painel (1, 2 e 3).
Refere-se à média dos desvios padrões dos valores de tensão de ruptura que
não foram descartados, para os painéis (1, 2 e 3).
3 TABELAS
TABELA I – CRITÉRIO DE CHAUVENET
Traço Amostra Qu Qm Qu/Qm Qu' Qm' Qu'/Qm' Qu'' Qm'' Qu''/Qm'' Qu''' Qm''' Qu'''/Qm'''
23,0 1,071 23,0 0,984 23,0 0,984 23,0 0,984
22,8 1,062 22,8 0,976 22,8 0,976 22,8 0,976
Base 15,8 21,48 0,736 FALSO 23,37 FALSO 23,37 FALSO 23,37
24,3 1,132 24,3 1,040 24,3 1,040 24,3 1,040
23,3 1,212 FALSO FALSO FALSO
19,4 1,009 19,4 1,086 19,4 1,086 19,4 1,086
A Meio 16,2 19,23 0,843 16,2 17,87 0,907 16,2 17,87 0,907 16,2 17,87 0,907
18,0 0,936 18,0 1,007 18,0 1,007 18,0 1,007
10,1 0,608 FALSO FALSO FALSO
18,6 1,119 18,6 1,110 18,6 1,110 18,6 1,110
Topo 22,9 16,63 1,377 FALSO 16,75 FALSO 16,75 FALSO 16,75
14,9 0,896 14,9 0,890 14,9 0,890 14,9 0,890
23,0 23,0
21,8 21,8
Base 28,9 26,20 28,9 26,20
31,1 31,1
20,6 20,6
27,1 27,1
B Meio 22,5 22,00 22,5 23,40
17,8 FALSO
26,7 26,7
26,1 26,1
Topo 25,7 24,65 25,7 24,65
20,1 20,1
25,1 FALSO
44,0 FALSO
36,4 36,4
Base 34,3 34,86 34,3 34,98
31,8 31,8
36,0 36,0
36,4 36,4
25,1 FALSO
32,4 32,4
19,9 FALSO
C Meio 23,8 27,27 FALSO 32,40
32,5 32,5
32,3 32,3
24,9 FALSO
39,7 FALSO
36,7 36,7
35,4 35,4
Topo 33,6 35,50 33,6 34,80
33,9 33,9
35,0 35,0
34,2 34,2
Painel Qu Qm Qu/Qm Qu' Qm' Qu'/Qm' Qu'' Qm'' Qu''/Qm'' Qu''' Qm''' Qu'''/Qm'''
28,5 0,963 28,5 0,999 28,5 1,030 28,5 1,050
35,2 1,189 35,2 1,234 FALSO FALSO
31,9 1,078 31,9 1,118 31,9 1,153 FALSO
27,8 0,939 27,8 0,975 27,8 1,005 27,8 1,024
25,9 0,875 25,9 0,908 25,9 0,936 25,9 0,954
28,2 0,953 28,2 0,989 28,2 1,019 28,2 1,039
26,9 0,909 26,9 0,943 26,9 0,972 26,9 0,991
2 33,9 29,60 1,145 33,9 28,53 1,188 FALSO 27,67 FALSO 27,14
39,8 1,345 FALSO FALSO FALSO
24,2 0,818 24,2 0,848 FALSO FALSO
23,0 0,777 FALSO FALSO FALSO
26,0 0,878 26,0 0,911 26,0 0,940 26,0 0,958
27,8 0,939 27,8 0,975 27,8 1,005 27,8 1,024
26,0 0,878 26,0 0,911 26,0 0,940 26,0 0,958
38,9 1,314 FALSO FALSO FALSO
Painel Qu Qm Qu/Qm Qu' Qm' Qu'/Qm' Qu'' Qm'' Qu''/Qm'' Qu''' Qm''' Qu'''/Qm'''
24,2 0,863 24,2 0,887 24,2 0,902 24,2 0,929
27,4 0,977 27,4 1,004 27,4 1,022 27,4 1,052
24,5 0,873 24,5 0,898 24,5 0,914 24,5 0,941
29,6 1,055 29,6 1,085 29,6 1,104 29,6 1,136
33,3 1,187 33,3 1,221 FALSO FALSO
25,1 0,895 25,1 0,920 25,1 0,936 25,1 0,964
26,1 0,930 26,1 0,957 26,1 0,973 26,1 1,002
3 30,9 28,05 1,101 30,9 27,28 1,133 30,9 26,82 1,152 FALSO 26,05
24,8 0,884 24,8 0,909 24,8 0,925 24,8 0,952
25,1 0,895 25,1 0,920 25,1 0,936 25,1 0,964
38,9 1,387 FALSO FALSO FALSO
25,6 0,913 25,6 0,938 25,6 0,955 25,6 0,983
28,1 1,002 28,1 1,030 28,1 1,048 28,1 1,079
26,0 0,927 26,0 0,953 26,0 0,970 26,0 0,998
31,2 1,112 31,2 1,144 31,2 1,164 FALSO
s 0,147 s' 0,101 s'' 0,081 s''' 0,067
C45 0,197 C45' 0,151 C45'' 0,131 C45''' 0,117
1 + C45 1,197 1 + C45' 1,151 1 + C45'' 1,131 1 + C45''' 1,117
1 - C45 0,803 1 - C45' 0,849 1 - C45'' 0,869 1 - C45''' 0,883
1 DESCRIÇÃO DO MODELO
Núcleo de EPS
2 MATERIAIS EMPREGADOS
2.1 Argamassa
10cm
5cm 20cm
30cm
5cm
FIGURA C2 – DETALHE DO DOBRAMENTO DA TELA SOLDADA (MODELO VT 01)
EPS
tela soldada
EQ 98
Ø 6,3mm Ø 6,3mm
Ø 6,3mm
FIGURA C3 – POSICIONAMENTO DA ARMADURA DE TRAÇÃO NA VT 01.
DISTRIBUIÇÃO DAS BARRAS
2.3 Núcleo
24cm
100cm 100cm 100cm
17cm
100cm 100cm 100cm
3 CONFECÇÃO DA VIGA T
F/2 F/2
D1 D5
D2 D3 D4
100cm 100cm 100cm
DE REAÇÃO E DEFLETÔMETROS
5.3 Deslocamentos
60
50
40
Força em kN
30
Resultado experimental
viga T sanduíche
20 Resultado teórico
viga T equivalente
10
0
0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 12,5 15,0 17,5 20,0
Deslocamento em mm
Da análise dos resultados obtidos nota-se que o tipo de seção adotada para a
viga VT 01 não proporciona uma ligação eficiente entre a mesa e a alma.
Esse ensaio funcionou principalmente como teste-piloto, com o intuito de
verificar as principais dificuldades de execução e de ensaio do protótipo. Com esse
ensaio pôde-se programar melhor a execução e o ensaio do modelo VT 02,
eliminando-se os erros cometidos e adotando-se uma seção mais eficiente, ao
reforçar a ligação mesa-alma.
ANEXO D – ENSAIO DE COMPRESSÃO EM
PAINÉIS TIPO SANDUÍCHE
D7 D8
D9 e D10 no
outro lado
Para registro das leituras indicadas pela célula de carga, pelos transdutores
elétricos e pelos extensômetros, utilizou-se um sistema de aquisição de dados de
marca Measurements Group, modelo System 5000.
para cada face do painel. Pode-se observar através dos gráficos que ocorreu, para
todos os modelos, somente compressão nas faces. Pode-se notar ainda que a máxima
deformação específica foi de 600 microstrain, que corresponde a 0,6 o/oo ; isto quer
dizer que a capacidade resistente da argamassa e do aço ficou longe de ser atingida,
ao mesmo tempo que não houve, nos ensaios, flambagem dos modelos.
A resistência média de compressão obtida dos ensaios de controle da
argamassa foi de 65 MPa. Pelo modo de execução das faces (por projeção da
argamassa), considerou-se uma redução da resistência de 20%, conforme descrito no
capítulo 3. Considerando-se a resistência minorada, painel perfeitamente no prumo e
carga aplicada perfeitamente no centro linear ao longo da largura, a força, que
provocaria ruptura do painel por compressão, desprezando-se as nervuras, seria de
aproximadamente 2700 kN, calculada a partir da eq.D1.
Fu = A c f c + A s f y , (D1)
onde:
Fu = força última devida à compressão simples;
Ac = área total da seção transversal das faces de argamassa;
As = soma das áreas das barras de armadura longitudinal;
fc = resistência média do concreto;
fy = resistência média de escoamento da armadura longitudinal.
Para a seção completamente composta, o valor da esbeltez do painel é λ = 45.
Por causa de um valor relativamente baixo de λ, era de se esperar uma ruína por
compressão da argamassa, com um valor da carga de ruptura próximo de 2700 kN, o
que não ocorreu. Supondo-se ter ocorrido flambagem elástica, a tensão crítica na face
seria de σcr=1,02 kN/cm2, enquanto a máxima tensão de compressão obtida nas faces
dos painéis foi de σc=2,0 kN/cm2, eliminando a possibilidade da ocorrência desse
tipo de ruína.
Anexo D – Ensaio de compressão em painéis tipo sanduíche 196
800
deformação média
PSC I
extensômetros 2,4,6
700 deformação média
extensômetros 1,3,5
600
500
Força em kN
400
300
200
100
0
-600 -500 -400 -300 -200 -100 0
Deformação em microstrain
800 800
PSC II PSC IIa
deformação média
700 700
extensômetros 1,3,5
deformação média
600 extensômetros 2,4,6 600
500 500
Força em kN
Força em kN
400 400
100 100
0 0
-600 -500 -400 -300 -200 -100 0 -600 -500 -400 -300 -200 -100 0
800 800
PSC III PSC IIIa deformação média
extensômetros 1,3,5
700 700
deformação média
extensômetros 2,4,6
600 600
500 500
Força em kN
Força em kN
400 400
deformação média
extensômetros 1,3,5
300 deformação média 300
extensômetros 2,4,6
200 200
100 100
0 0
-600 -500 -400 -300 -200 -100 0 -600 -500 -400 -300 -200 -100 0
Deformação em microstrain Deformação em microstrain
Outra suposição que pode ser feita é admitir que houve excentricidade da
força aplicada, o que configura uma solicitação por flexo-compressão. A partir dos
valores obtidos experimentalmente, das deformações, das características mecânicas
do aço e do concreto, pode-se determinar os valores dos esforços resistentes e
comparar com os respectivos valores experimentais.
Por hipótese considerou-se a seção completamente composta, e que as seções
planas permaneciam planas depois de deformadas. Assim, conhecendo-se o valor das
deformações nas faces 1 (face menos comprimida) e 2 (face mais comprimida),
pode-se determinar a variação ao longo da espessura da seção transversal do painel
tipo sanduíche.
Apesar de os valores das deformações nas faces serem conhecidos, optou-se
por utilizar os valores das deformações no aço, também conhecidas do ensaio, por
fornecerem resultados mais confiáveis que os da argamassa.
Desse modo, as deformações ao longo da espessura do painel tipo sanduíche
podem ser determinadas, a partir dos valores das deformações médias do aço, por
meio da expressão:
u − 1,5
ε = ε s 2 + (ε s1 + ε s 2 ) , (D2)
11
onde:
ε = deformação em uma posição qualquer, ao longo da espessura da seção sanduíche;
εs1 = deformação média na armadura mais comprimida;
εs2 = deformação média na armadura menos comprimida;
u = posição ao longo da espessura da seção sanduíche.
armadura
εs2
h ε
c
εs1
σ + σ c′ 2 σ + σ c′1
N teo = c 2 ⋅ t ⋅ b + c1 ⋅ t ⋅ b + A s (σ s1 + σ s 2 ) , (D5)
2 2
σ + σ c′1
M teo = c1 ⋅ t ⋅ b + A sσ s1 (h − t ) , (D6)
2
onde:
σc1 = tensão no concreto na face externa da placa menos comprimida;
σ’c1 = tensão no concreto na face interna da placa menos comprimida;
σc2 = tensão no concreto na face externa da placa mais comprimida;
σ’c2 = tensão no concreto na face interna da placa mais comprimida;
t = espessura das placas;
b = largura do painel.
Substituindo-se os valores nas expressões D5 e D6, determinam-se os valores
teóricos resultantes da força normal e do momento fletor.
A tab.D2 mostra os valores das deformações e das forças normais teóricas
resultantes, para algumas etapas de carregamento, dos ensaios de compressão dos
modelos da série PSC.
Anexo D – Ensaio de compressão em painéis tipo sanduíche 199
força aplicada
elemento de transição
núcleo
faces
AMIN, P.E.; SALMON, D.C.; FOGANASI, J.G.; CULP, T.D.; TRADOS, M.K.
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n.6, p.78-98, Nov.-Dec.
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sandwich panels with continuous truss connectors. PCI Journal, v.39, n.2,
p.112-121, Mar.-Abr.
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p.295-313, July.
LIBÓRIO, J.B.L.; MELO, A.B. (1996). Proposta metodológica para dosagem das
"argamassas estruturais" utilizando cura térmica (vapor) sob pressão
atmosférica. In: REUNIÃO DO IBRACON, 38., Ribeirão Preto. 19-23 ago.
1996. Anais. São Paulo, IBRACON. v.2, p.551-564.
Referências e Bibliografia Complementar 205
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TEXEIRA, P.W.G.N. (1999). Projeto e execução de coberturas em casca de
concreto com forma de membrana pênsil invertida e seção tipo sanduíche. São
Carlos. Tese (Doutorado) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade
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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
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