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O cálculo de uma seção de concreto armado sujeita a solicitações normais é feito por
meio de equações de equilíbrio e de equações de compatibilidade, com base nas hipóteses de
cálculo apresentadas anteriormente (Cap. 5). O caso mais geral está mostrado na Figura 12.1,
que representa uma seção sujeita a uma força de compressão aplicada fora dos eixos principais
da seção (flexão composta oblíqua). A partir das informações dadas na figura, os esforços
resistentes são calculados por meio das equações de equilíbrio, como mostrado a seguir.
Esforços resistentes
N Rd = ∫∫A σ c dAcc + ∑ Asiσ si (12.1)
cc
y
ex Nd
ey
A cc
x
y dA cc
εc
x
A si σc
εsi
σsi
Figura 12.1 - Tensões e deformações numa seção sujeita a flexão composta oblíqua
Capítulo 12 – Flexão Composta Oblíqua 2
Equações de compatibilidade
As equações de compatibilidade são equações que relacionam as deformações nas
barras da armadura com as deformações no concreto, escritas a partir da hipótese das seções
planas, i.e., a variação das deformações ao longo da altura da seção é linear.
Condições de segurança
NRd ≥ Nd
MRxd ≥ Mxd = Nd ex
MRyd ≥ Myd = Nd ey
PUC-Rio / DEC – ENG 1218 Estruturas de concreto armado I – Notas de aula Prof. Giuseppe Guimarães
Capítulo 12 – Flexão Composta Oblíqua 3
EXEMPLO 12.1
Dada a seção mostrada na figura abaixo, calcular os esforços resistentes NRd, MRxd e
MRyd adotando o diagrama retangular de tensões no concreto, para a configuração deformada
indicada.
25 25
3 1 5
8,5 2 3 4
6 7
8,5
8 9
40
x
10 11 cm
25
13 14 15 Nd
12 16
40
y
Rc
11,66 CG
9,33 32
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Capítulo 12 – Flexão Composta Oblíqua 4
Solução
ε σ A Fd = σ A x y Mdx = Fd x Mdx = Fd x
2 2
‰ kN/cm cm kN cm cm kN.cm kN.cm
Concreto - -1,37 640 -876,8 11,66 9,33 -10223 -8181
Barra 1 0 0,00 2 0,0 -22 17 0 0
Barra 2 -0,74 -15,54 2 -31,1 -11 17 342 -528
Barra 3 -1,48 -31,00 2 -62,0 0 17 0 -1054
Barra 4 -2,23 -36,81 2 -73,6 11 17 -810 -1251
Barra 5 -2,97 -39,96 2 -79,9 22 17 -1758 -1359
Barra 6 0,74 15,54 2 31,1 -22 8,5 -684 264
Barra 7 -2,23 -36,81 2 -73,6 22 8,5 -1620 -626
Barra 8 1,48 31,00 2 62,0 -22 0 -1364 0
Barra 9 -1,48 -31,00 2 -62,0 22 0 -1364 0
Barra 10 2,23 36,81 2 73,6 -22 -8,5 -1620 -626
Barra 11 -0,74 -15,54 2 -31,1 22 -8,5 -684 264
Barra 12 2,97 39,96 2 79,9 -22 -17 -1758 -1359
Barra 13 2,23 36,81 2 73,6 -11 -17 -810 -1252
Barra 14 1,48 31,00 2 62,0 0 -17 0 -1054
Barra 15 0,74 15,54 2 31,1 11 -17 342 -528
Barra 16 0 0,00 2 0,0 22 -17 0 0
Σ -876,8 -22011 -17289
Resposta
NRd = - 876,8 kN MRxd = - 22011 kN.cm MRyd = - 17289 kN.cm
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Capítulo 12 – Flexão Composta Oblíqua 5
Para uma dada seção, com disposição de armadura predefinida, sujeita a uma força normal e
momentos em torno dos dois eixos principais da seção, uma superfície de interação como a
mostrada na Figura 12.2 pode ser construída. Essas superfícies fornecem todos os valores da
força normal ν e dos momentos reduzidos µx e µy correspondentes ao estado limite último da
seção.
O emprego direto dessa superfície em problemas de dimensionamento, entretanto, não é
prático, pois se trata de uma superfície tridimensional representada no plano. A solução prática
é considerar os diagramas obtidos pela interseção de vários planos paralelos ao plano µx-µy,
cortando o eixo ν em vários pontos como mostrado no item seguinte.
SUPERFÍCIE DE INTERAÇÃO
Diagrama de interação - ν, µ y
Diagrama de interação
ν = const., µ x , µ y
µy
µx
Os diagramas de interação para o caso de flexão composta oblíqua são obtidos pela
interseção de um plano paralelo ao plano µx-µy, que corta o eixo ν num ponto qualquer (Fig
12.3).
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Capítulo 12 – Flexão Composta Oblíqua 6
µy
ν = 0,6
ω1
ω
2
ω3
µx
Os diagramas de interação são construídos para seções com disposição de armadura, valores de
d’/h e tipo de aço prefixados. A notação usada nesses diagramas é a seguinte:
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Capítulo 12 – Flexão Composta Oblíqua 7
EXEMPLO 12.2
Calcular a armadura As,total da seção mostrada na figura abaixo, empregando o digrama de
interação, considerando:
d' = 0,10 h y
Nd = 1915 kN (Compressão) ex Nd
ex = 12.5 cm
ey = 10 cm
ey
fck = 24 MPa
Aço CA-50B 40
Medidas em cm x
50
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