Universidade Católica Portuguesa

Faculdade de Psicologia Educação

Escola das Artes

Projecto de intervenção
Programação das aulas de Estudo de Instrumento

Unidade Curricular: Ensino, Aprendizagem e Avaliação II

Trabalho realizado por Rui Fontes

Fevereiro 2011
Problemática

Como em todas as unidades curriculares o processo de ensino fica mais rico com o
estudo feito fora da aula, no instrumento não é excepção. É de extrema importância que
os alunos se sintam motivados para a prática do instrumento fora da aula e que de
alguma maneira sintam que isso lhes possibilite a progressão nos estudos e o sucesso. A
grande dificuldade evidenciada pelos alunos é a falta de acompanhamento por parte dos
professores e pelos pais aquando o estudo. Na Artave/CCM neste momento existem
aulas de estudo de instrumento acompanhado com um professor que os ajudam na
prática do desenvolvimento cognitivo e técnico do instrumento. Em casa os Pais são de
pouca ajuda pois não têm conhecimento necessário e a linguagem técnica para que os
possam ajudar. Muias das vezes os pais dizem “…ò professor eu não percebo nada,
mas ele estuda…”. É muito difícil para maior parte dos alunos ter o conhecimento
necessário para conseguirem uma direcção no estudo do instrumento. Com isto achei
que seria muito profícuo dotar os alunos, pais e professores de estudo de instrumento de
fichas informativas dos saberes e estratégias que os alunos têm de possuir para
conseguirem ter um estudo de qualidade.

Programação das Aulas de Estudo acompanhado

Cada professor terá acesso a uma ficha informativa destinada aos professores de estudo
de instrumento e que se destina a uma orientação dos problemas que um aluno e outro
têm a resolver nas obras estudadas. Essas fichas ou programação da aula deve conter
toda informação necessária o professor de estudo de instrumento para que este possa
ajudar os alunos de uma forma diferenciada e justa pois não podem generalizar os
problemas quando existem aulas em grupo. No final de cada semana os professores de
estudo de instrumento devem reunir-se para fazerem uma avaliação qualitativa com
base na dedicação e desenvolvimento feito pelos alunos.
Quando este projecto arrancou estas reuniões foram bastante difíceis de se organizar
pois não se conseguiu por todos os professores presentes em reunião. Muito deles têm
horários diferentes e dão aulas nas horas próximas do almoço, que é quando maior parte
dos professores se encontram na escola. Na minha maneira de ver estas reuniões devem
estar marcadas no plano anual de escola e que devem servir não só para avaliar o
desempenho dos alunos nas aulas de instrumento mas também para promover o debate
das estratégias a adoptar nos diferentes graus dos cursos de instrumento.

O estudo em casa
Os alunos praticam mais o instrumento mais fora da aula do na própria aula de
instrumento. Muito desse estudo é feito em casa, sozinhos e sem acompanhamento. Os
pais podem unicamente controlar o tempo que os seus filhos passam á “frente” do
instrumento. Não sabem se eles realmente estão a estudar para a aula ou estão
simplesmente a brincar com o instrumento e assim a perder tempo. Não é que não o
possam fazer mas podiam aproveitar de uma forma construtiva e divertida o estudo do
seu instrumento.
Em relação aos meus alunos de instrumento muito poucos têm a capacidade de ter um
instrumento em casa para estudarem. Só três dos alunos é que têm instrumento em casa.
Por isso dotei os pais de três alunos com um compêndio de práticas e estratégias de
poderiam funcionar como um professor em casa. Elaborei um texto em cada aula com
uma linguagem mais livre e abrangente, sem os nomes técnicos que podiam suscitar
confusão e motivei-os para a o estudo dos seus filhos. Um dos pais era Músico amador e
outros dois não tinham formação nenhuma em música.
Resultados

Os resultados obtidos com este projecto de intervenção foram muito satisfatórios onde
mostrara claramente que a introdução de uma programação no estudo nas aulas de
estudo de instrumento e no estudo em casa. Os alunos referira que com esta
programação conseguem perceber melhor os objectivos do estudo e conseguem
organizar melhor o seu estudo em casa. Os pais referiram que com esta informação
conseguiam acompanhar melhor o estudo dos seus filhos e participarem na sua
formação artística. O pai músico referiu que esta prática lhe despertou para
aprendizagem e que o motivou para aprofundar os conhecimentos na área e assim
cosegir acompanhar melhor a evolução do seu jovem músico. Os dois pais que não têm
formação na área referiram que com esta programação conseguiram controlar melhor os
estudo em casa dos filhos e que começaram a ter uma posição mais crítica em relação ao
trabalho que os jovens músicos se propõem a realizar.
Como professor notei que os alunos que trabalharam em casa melhoraram significante a
execução do trabalho proposto e que mostraram mais concentração durante a aula pois
sentiram que as aprendizagens tinham um seguimento claro e que lhes motivara a ser
mais organizados. “… professor, se eu souber o que estou a fazer ou o tenho que fazer,
vou perder menos tempo, e tocar melhor…”