Você está na página 1de 2

1. Você deve ler o recorte do processo e ler a declaração da genitora.

Com
base nas informações obtidas, elabore 10 quesitos para serem
respondidos em Perícia.
A palavra perícia provém do latim peritia e significa habilidade, destreza, vistoria ou exame de
caráter técnico e especializado (Rodrigues, 2004; Rovinski, 2007). O principal objetivo da
perícia é fazer prova, ou seja, investigar e definir como ocorreu determinado fato, confirmando
a sua exatidão (Dorea, Stumvoll & Quintela, 2005).

1 Em que condições se encontra o estado de saúde mental da periciado?

2 O periciado apresenta dificuldades de aprendizagem no ambiente escolar, ou observam-se


alterações de comportamento em sala de aula?

3 Foram identificadas alterações psicológicas, emocionais e/ou comportamentais


considerando o período anterior e posterior ao suposto abuso sexual?

No ordenamento jurídico brasileiro, embora não haja hierarquização entre os diferentes tipos
de provas (material, documental ou testemunhal), a prova pericial/material, por estar
fundamentada em bases científicas, tem destaque em relação às demais. No artigo 158 do
Código de Processo Penal (CPP), é dito que "quando a infração deixar vestígios, será
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão
do acusado", sendo que, no artigo seguinte, é referido que "o exame de corpo de delito e
outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior"
(Brasil, 1941; 2008). Porém na identificação do abuso sexual, um grande problema é que atos
libidinosos podem não deixar vestígios, assim como marcas decorrentes de abuso físico podem
desaparecer até a data em que for realizada a perícia médica (Dobke, 2001; Echeburúa &
Subijana, 2008; Magalhães et al., 1998). Na ausência de provas físicas, não há um indicador
específico que determine se uma criança foi sexualmente abusada (Herman, 2005) e, em
virtude disso, especialistas ressaltam que análises abrangentes são as mais indicadas, já que
uma boa avaliação também reflete um processo integrado que vai muito além de qualquer
pontuação num teste isolado (Finnilä-Tuohimaa, Santtila, Sainio, Niemi & Sandnabba, 2009;
Friedrich, 2001).

4 Quando relatado que o periciado foi ao médico e por um problema no pênis e a Genitora não
conseguiu ir, porque após ela não levou o periciado para avaliar um possível abuso? Há algum
relatório médico referente a este atendimento, mesmo que vido do genitor? Ou ouve a
procura do médico que atendeu o menino na época?

5 Além do fator do problema do pênis do relatado do periciado, há alguma outra evidência


física anterior que possa demonstrar os abusos. Ou mesmo chamar atenção para tal?

6 Na escola, teria algum desenho ou trabalho que o periciado fez que pudesse chamar atenção
para algo de errado que estivesse acontecendo com ele?

7 Porque este caso não foi levado antes para a justiça? Porque a demora da para ser feito esta
acusação?

8 Como este caso foi levado depois de muito tempo da ocorrência, há possibilidades de a
genitora ter conduzido o periciado a depor da forma que ela gostaria para o então
afastamento do genitor?
“ Também é importante considerar se a situação descrita é condizente com experiências
narradas por outras vítimas, se o afeto é correspondente ao conteúdo da verbalização, se o
estilo de exposição se modifica quando o assunto específico da situação abusiva é introduzido
e se há evidências de treinamento, indução, sugestão ou alguma motivação para aquela
denúncia (Heiman, 1992).”

9 Como foram feitas as perguntas pelo Parecerista ao periciado?

Estudos têm investigado o processo de falsas memórias no relato de testemunhos,


identificando que perguntas feitas de forma tendenciosa podem influenciar o relato,
conduzindo a falsas confissões e a informações equivocadas, resultando, consequentemente,
em depoimentos inverídicos (Ceci & Huffman, 1997; Garven, Wood, Malpass & Shaw, 1998;
Stein et al., 2009). Deve-se, portanto, fazer perguntas abertas, não tendenciosas, de forma a
não influenciar a vítima (Felix & Pergher, 2010; Stein et al., 2009).

10 - Foram feitos testes que possam excluir qualquer possibilidade de transtornos ou


deficiências que poderiam influenciar seu comportamento, que possam apresentar uma
avaliação global do periciado, determinando seu grau de inteligência de atenção, memoria e
de representação do real

2. Você deve ler o parecer realizado pela psicóloga designada como perita,
apontar erros (ou não) em sua avaliação ou documento produzido pela
profissional.
Acredito que de diferente do parecer feito pela psicóloga incluiria o teste ASEBA, o D2R e
WISC-IV para excluir qualquer possibilidade de deficiências ou outros transtornos. Se houvesse
a possibilidade faria entrevista com o Genitor e outros professores apesar de da psicóloga ter
feito um debate com a assistente social que possivelmente pode ter feito este trabalho.

SCHAEFER, Luiziana Souto; ROSSETTO, Silvana; KRISTENSEN, Christian Haag. Perícia psicológica
no abuso sexual de crianças e adolescentes. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília , v. 28, n. 2, p. 227-
234, June 2012 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0102-37722012000200011&lng=en&nrm=iso>. access on 05 Dec.
2020

Você também pode gostar