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FACULDADE UNYLEYA

Engenharia de Desenvolvimento de Projetos Eletrônicos

Ruben Cruz Zambrano

Leis de Kirchhoff, Thevenin, Norton e Análise de Circuitos em Série e Paralelo

Belo Horizonte
2021
1. Introdução

Gustav Robert Kirchhoff é um físico alemão, nascido em 12 de março de 1824, em


Königsberg, na Prússia. A sua primeira pesquisa foi sobre a condução da eletricidade.
Essa pesquisa levou Kirchhoff a formular as Leis das Malhas de Circuitos Elétricos em
1845. Essas leis receberam o nome de Kirchhoff e agora são conhecidas como Leis de
Tensão e Corrente de Kirchhoff. Elas auxiliam no cálculo da resistência elétrica de um
circuito elétrico complexo ou impedância no caso de corrente alternada e a corrente nos
diferentes ramos do circuito. Essas leis se aplicam a todos os circuitos elétricos,
compreender seus fundamentos é fundamental para compreender como um circuito
eletrônico funciona. Embora essas leis tenham imortalizado Kirchhoff no campo da
Engenharia Elétrica, ele tem descobertas adicionais. Ele foi a primeira pessoa a
experimentar se um impulso elétrico viajava à velocidade da luz.

2. Primeira Lei de Kirchhoff (Corrente)

A corrente total que entra em um nó é igual à corrente que sai do nó, pois
nenhuma corrente é perdida. Em outras palavras, a soma algébrica de cada corrente que
entra e sai do nó deve ser zero. O termo nó refere-se a uma junção ou conexão de dois
ou mais ramos de corrente, como cabos por exemplo. Essa lei de Kirchhoff também
pode ser aplicada para analisar circuitos paralelos, o que detalhado mais adiante.

Figura 1 – A regra do nó

A Figura 1 mostra um exemplo da primeira regra de Kirchhoff, onde a soma das


correntes que saem do nó, é igual à soma das correntes de entram em um nó. Isso pode
ser expresso em forma de uma equação:
𝑛

∑ 𝐼𝑛 = 0
𝑖=1

I: Corrente
n: Número de ramos que um determinado nó possui
3. Segunda Lei de Kirchhoff (Tensão)

A tensão em torno de uma malha fechada é igual à soma de cada queda de tensão
na mesma malha é igual a zero. O que podemos deduzir a seguinte equação:
𝑛

∑ 𝑉𝑛 = 0
𝑖=1

V: Tensão
n: Número de elementos na malha

Em outras palavras, a soma algébrica de cada queda de tensão na malha deve ser
igual a zero e esta propriedade da lei de Kirchhoff é chamada de conservação de
energia.

Figura 2 – A regra da malha

Quando você começa a análise em qualquer ponto da malha fechada e continua


na mesma direção, observe que há queda de tensão em todos os sentidos, seja negativa
ou positiva, e retorna ao mesmo ponto. É essencial manter a direção no sentido anti-
horário ou horário, caso contrário, o valor final da tensão não será igual a zero, na figura
2, por exemplo, a soma algébrica fica como VR1 + VR2 + VR3 – 45 = 0. A lei da tensão
também pode ser aplicada na análise de circuitos em série.

4. Teorema de Thevenin

O Teorema de Thevenin (também conhecido como teorema de Helmholtz-Thévenin)


nos permite encontrar o equivalente de Thevenin de um circuito. O Teorema de
Thevenin afirma que qualquer circuito elétrico que contém apenas fontes de tensão,
fontes de corrente e resistências pode ser substituído por uma combinação equivalente
de uma fonte de tensão (VTh) em série com uma única resistência (RTh) conectada
através da carga. Este circuito simplificado é conhecido como Circuito Equivalente de
Thevenin.

Em outras palavras, o Teorema de Thevenin afirma que é possível simplificar


qualquer circuito elétrico (não importa o quão complexo) para um circuito equivalente
de dois terminais com apenas uma única fonte de tensão constante em série com uma
resistência (ou impedância) conectada a uma carga como mostrado na figura abaixo.

Figura 3 – Equivalente de Thevenin

O primeiro passo para resolver o circuito pelo método de Thevenin é retirar a


carga, conforme figura 4, e utilizar o método mais eficiente de analise de circuito para
achar a tensão de Thevenin.

Figura 4 – Circuito sem o resistor de carga

Depois é necessário achar a resistência de Thevenin, para nosso circuito


equivalente, precisamos pegar o circuito original (com o resistor de carga ainda
removido), remover as fontes de tensão substituídas por um curto e fontes de corrente
circuito aberto, e descobrir a resistência de um nó da carga para o outro.
Figura 5 – Circuito para calcular a RTh

Com o resistor de carga conectado entre os nós (figura 6), podemos determinar a
tensão e a corrente que atravessa ele como se todo o circuito fosse nada mais do que um
circuito em série.

Figura 6 – Circuito equivalente de Thevenin mais a carga

5. Teorema de Norton

O Teorema de Norton afirma que um circuito elétrico que consiste em fonte de


tensão, fontes de corrente e os vários elementos de circuito podem ser substituídos por
um circuito equivalente consistindo em uma fonte de corrente em paralelo com uma
resistência.
Figura 7 – Circuito equivalente de Norton

Para encontrar a corrente de Norton (para a fonte de corrente no circuito


equivalente do Norton), coloque um curto entre os nós do resistor de carga e determine
a corrente resultante. Esse passo é exatamente oposto ao respectivo passo do Teorema
de Thevenin, onde substituímos o resistor de carga por circuito aberto:

Figura 8 – Circuito para calcular o IN

Para calcular a resistência de Norton, é realizado exatamente o mesmo


procedimento que foi feito para calcular a resistência de Thevenin, pegar o circuito
original (com o resistor de carga ainda removido), remover as fontes de alimentação
(fontes de tensão substituídas curto e fontes de corrente substituídas por circuito aberto),
e calcular a resistência total de um nó da carga ao outro, conforme a Figura 5. Após isso,
se reconectarmos nossa resistência de carga original de 2 Ω (Figura 9), podemos
analisar o circuito de Norton como uma análise de circuito em paralelo.
Figura 9 – Circuito equivalente de Norton mais a carga

6. Análise de Circuito em Série

Dois componentes estão em série se eles compartilham um nó comum e se a mesma


corrente flui através deles. Aqui está um exemplo de circuito com três resistores em
série:

Figura 10 – Circuito em série

Observe que há apenas um caminho para a corrente seguir. Começando pelo


terminal positivo da bateria, a corrente passará primeiro pelo resistor R1. De lá, a
corrente fluirá direto para o resistor R2, depois para R3 e, finalmente, de volta para o
terminal negativo da bateria, ou seja, esses componentes estão em série. Em um circuito
em série podemos concluir sobre tensão, corrente e resistência:

• A soma das quedas de tensão nos resistores é igual a tensão total (bateria): VR1
+ VR2 + VR3 = VBAT.
• A corrente que flui por todos os resistores é a mesma: I1 = I2 = I3 = ITOTAL.
• Para a resistência equivalente do circuito é necessário somar todas a resistência
de todos os resistores: R1 + R2 + R3 = REQ.

6.1. Exemplo circuito em série

O primeiro passo é calcular a resistência equivalente:

𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2
𝑅𝑒𝑞 = 10𝑘Ω + 10𝑘Ω
𝑹𝒆𝒒 = 𝟐𝟎𝒌Ω

O segundo passo é calcular a queda de tensão em cada resistor, a corrente que passa
em ambos os resistores é igual:

𝑉𝑅1 = 𝐼1 ∗ 𝑅1
𝑉𝑅1 = 0.5𝑚𝐴 ∗ 10𝑘Ω
𝑽𝑹𝟏 = 𝟓𝑽

𝑉𝑅2 = 𝐼2 ∗ 𝑅2
𝑉𝑅2 = 0.5𝑚𝐴 ∗ 10𝑘Ω
𝑽𝑹𝟐 = 𝟓𝑽
7. Analise de Circuito em Paralelo

Se os componentes compartilham dois nós comuns, eles estão em paralelo. Aqui


está um exemplo esquemático de três resistores em paralelo com uma bateria:

Figura 11 – Circuito em Paralelo

Do terminal positivo da bateria, a corrente flui para R1 ... e R2 e R3. O nó que


conecta a bateria a R1 também está conectado aos outros resistores. As outras
extremidades desses resistores são conectadas de forma semelhante e, em seguida,
conectadas de volta ao terminal negativo da bateria. Existem três caminhos distintos que
a corrente pode percorrer antes de retornar à bateria, e os resistores associados estão em
paralelo. Em um circuito em paralelo podemos concluir sobre tensão, corrente e
resistência:

• A queda de tensão em cada resistor é igual a tensão total: VR1 = VR2 = VR3 =
VBAT.
• A soma das correntes que fluem por cada resistor igual a corrente total: I1 + I2 +
I3 = ITOTAL.
1 1 1 1
• Para a resistência equivalente do circuito usar a equação: 𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3
7.1. Exemplo circuito em paralelo

Primeiro passo é calcular a resistência equivalente:

1 1 1
= +
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2
1 1 1
= +
𝑅𝑒𝑞 10𝑘Ω 10𝑘Ω
𝑹𝒆𝒒 = 𝟓𝒌Ω

Sabendo que queda de tensão em cada resistor é a mesma da bateria, calcularemos a


corrente que flui por cada resistor:

𝑉𝑅1 = 𝐼𝑅1 ∗ 𝑅1
10𝑉 = 𝐼𝑅1 ∗ 10𝑘Ω
𝑰𝑹𝟏 = 𝟏𝒎𝑨

𝑉𝑅2 = 𝐼𝑅2 ∗ 𝑅1
10𝑉 = 𝐼𝑅2 ∗ 10𝑘Ω
𝑰𝑹𝟐 = 𝟏𝒎𝑨
8. Referências

https://www.allaboutcircuits.com/textbook/direct-current/chpt-10/thevenins-
theorem/#:~:text=Thevenin's%20Theorem%20states%20that%20it,resistance%20
connected%20to%20a%20load.

https://www.allaboutcircuits.com/textbook/direct-current/chpt-6/kirchhoffs-
voltage-law-kvl/

https://www.allaboutcircuits.com/textbook/direct-current/chpt-10/nortons-
theorem/#:~:text=Norton's%20Theorem%20states%20that%20it,resistance%20co
nnected%20to%20a%20load.

https://courses.lumenlearning.com/physics/chapter/21-3-kirchhoffs-rules/

https://www.allaboutcircuits.com/textbook/direct-current/chpt-5/what-are-series-
and-parallel-circuits/

https://www.bbc.co.uk/bitesize/guides/z437hyc/revision/1#:~:text=There%20are%2
0two%20types%20of,branches%20it's%20a%20parallel%20circuit.

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