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Faculdade Santa Maria – FSM

Graduação em Engenharia Civil

Unidade Curricular: Saneamento I

CONCEPÇÃO E ESTUDOS BÁSICOS DO PROJETO DO SISTEMA DE


ABASTECIMENTO URBANO PARA A CIDADE DE PETROLINA

RELATÓRIO DO PROJETO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA PARA A CIDADE DE


PETROLINA

Cajazeiras, PB
Março de 2020
JAVANE PEREIRA DE SOUZA
MIKEIAS ALVES FERREIRA

CONCEPÇÃO E ESTUDOS BÁSICOS DO PROJETO DO SISTEMA


DE ABASTECIMENTO URBANO PARA A CIDADE DE PETROLINA

Relatório apresentado em
cumprimento parcial às exigências de
avaliação da Unidade Curricular de
Saneamento I do Curso de
Engenharia Civil da Faculdade Santa
Maria - FSM, ministrada pela
docente Thalita Maria Ramos Porto.

Cajazeiras, PB
Março de 2020
3

LISTAS DE FIGURAS

Figura 1 Petrolina localizada no mapa do Brasil ..................................................................... 11

Figura 2 Petrolina localizada no mapa do estado de Pernambuco .......................................... 11

Figura 3 Bioma Caatinga do município de Petrolina- PE ....................................................... 14

Figura 4 Esquema gráfico sobre Pontos d´água existentes em Petrolina- PE ......................... 15

Figura 5 Mapa das Bacias Hidrográficas de Pernambuco. ...................................................... 15

Figura 6 Posicionamento entre a cidade de Petrolina e o Açude de Vira Beiju......................29

Figura 7 Açude Cruz De Salina ..............................................................................................29

Figura 8 Posicionamento entre a cidade de Petrolina e o Açude Cruz de Salina....................30

Figura 9 Posicionamento entre a cidade de Petrolina e o Rio São Francisco..........................31

Figura 10 Vista aérea de Petrolina/PE e Juazeiro/BA – Brasil................................................31

Figura 11 OPÇÃO 1 Perfil da adutora ....................................................................................33

Figura 12 OPÇÃO 2 Perfil da adutora ....................................................................................33

Figura 13 OPÇÃO 3 Perfil da adutora ....................................................................................34

Figura 14 Dados da bomba .....................................................................................................40

Figura 15 Zoneamento da cidade de Petrolina-PE...................................................................45

Figura 16 Loteamento para o dimensionamento da rede de distribuição................................45

Figura 17 Planta baixa do loteamento para o dimensionamento.............................................46

Figura 18 Traçado para dimensionamento..............................................................................46


4

LISTAS DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Umidade relativa, temperatura média, mínima e máxima em Petrolina, PE ........... 13

Gráfico 2 Curva do Sistema ....................................................................................................38

Gráfico 3 Modelo de bomba a ser utilizado ............................................................................40

Gráfico 4 Chuva de Bomba .....................................................................................................41

Gráfico 5 Ponto de funcionamento do sistema ........................................................................41


5

LISTAS DE QUADROS

Quadro 1 Evolução populacional do município de Petrolina (1970-2010) ............................. 12

Quadro 2 Crescimento Populacional ....................................................................................... 19

Quadro 3 Dados calculados de população estimada do município de Petrolina- Pe ............... 24

Quadro 4 Consumos médios “per capita” ............................................................................... 25

Quadro 5 Consumo médio da cidade de Petrolina- Pe ..........................................................25

Quadro 6 Parâmetros adotados para os cálculos .................................................................... 27

Quadro 7 Resumo dos resultados das vazões .......................................................................... 27

Quadro 8 Principais Parâmetros de Água Bruta .....................................................................32

Quadro 9 Cálculo das perdas de carga localizadas .................................................................37

Quadro 10 Características da bomba escolhida ......................................................................42

Quadro 11 Detalhamento da rede de distribuição....................................................................47

Quadro 12 Detalhamento da rede de distribuição....................................................................49


6

LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 Uso e ocupação do solo .......................................................................................... 15

Tabela 2 Dados da rede......................................................................................................... 48

Tabela 3 Capacidade máxima para pré-dimensionamento de sistemas de abastecimento de


água, utilizando tubos de ferro fundido..................................................................................48
7

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................9

1.1 JUSTIFICATIVA .....................................................................................................................9

1.2 OBJETIVO GERAL .................................................................................................................9

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................................9

2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .........................................................10

2.1 ASPECTOS GERAIS, LOCALIZAÇÃO E ACESSO ..........................................................10

2.1.1 HISTÓRIA .................................................................................................................... .................10

2.1.2 LOCALIZAÇÃO E ACESSO .......................................................................................................10

2.2 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS .....................................................................................11

2.2.1 POPULAÇAO ...............................................................................................................................11

2.2.2 ECONOMIA. .................................................................................................................................12

2.2.3COMÉRCIO. ................................................................................................................... ...............12

2.3 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS .............................................................................................13

2.3.1 CLIMA ..........................................................................................................................................13

2.3.2 FORMAÇÃO VEGETAL .............................................................................................................13

2.3.3 RELEVO ........................................................................................................................ ...............14

2.3.4 HIDROGEOGRAFIA ...................................................................................................................14

2.3.5 BACIA HIDROGRÁFICA QUE ABRANGE O MUNICÍPIO ....................................................15

2.3.6 USO DE TERRAS ........................................................................................................................16

2.3.7 PLANO DIRETOR .......................................................................................................................16

2.3.8 DADOS DEMOGRÁFICOS..........................................................................................................17

3 ESTUDO DA DEMANDA .............................................................................................19


8

3.1 ESTUDO DA POPULAÇÃO .................................................................................................19

3.2 PREVISÕES DE POPULAÇÃO ............................................................................................19

3.3 CONSUMO PER CAPITA .....................................................................................................24

3.4 QUANTIDADE REQUERIDA DE ÁGUA ...........................................................................25

4 MANANCIAIS.................................................................................................................28

4.1 ESTUDO DOS MANANCIAIS.............................................................................................28

4.1.1 AÇUDE DE VIRA BEIJU ...........................................................................................................28

4.1.2 AÇUDE CRUZ DE SALINA........................................................................................................29

4.1.3 RIO SÃO FRANCISCO................................................................... ............................................30

4.1.4 ESCOLHA DO MANANCIAL ....................................................................................................32

5 TRAÇADO ......................................................................................................................33

5.1 OPÇÃO 1 DE TRAÇADO......................................................................................................33

5.2 OPÇÃO 2 DE TRAÇADO......................................................................................................33

5.3 OPÇÃO 3 DE TRAÇADO......................................................................................................34

5.4 TRAÇADO ESCOLHIDO......................................................................................................34

6 CAPTAÇÃO ....................................................................................................................35

7 DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES............................................................36


7.1 DIMENSIONAMENTO DA ADUTORA DE ÁGUA BRUTA...........................................36

7.2 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE BOMBAS.......................................................37

7.3 ESCOLHA DA BOMBA..............................................................................................39

7.4 POTÊNCIA DA BOMBA.....................................................................................................42

7.5 DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO.................................................................42

7.6 DIMENSIONAMENTO DA REDE......................................................................................44

8 REFERÊNCIAS ..............................................................................................................43
9

1. INTRODUÇÃO

1.1. JUSTIFICATIVA
A utilização da água para abastecimento é indispensável para todos os seres vivos. A
necessidade de um sistema de abastecimento elaborado e projetado a partir de estudos
minuciosos e indivíduos especializados, torna-se essencial ao modo que preveem imprevistos
futuros, como aumento da população e desgaste dos materiais e equipamentos. Sendo
constituído pelas unidades de captação, tratamento, estação elevatória, adução, reservatórios e
rede de distribuição, esse sistema é voltado para o suprimento de água potável as diversas
sociedades para fins de consumo doméstico, industrial, público, desse detenção de animais e
entre outros.
A importância desse conjunto está relacionada, principalmente, com a saúde da
população, ao modo que proporciona higiene e alimentação, diminuindo a ocorrência de
doenças transmitidas por meio da veiculação hídrica.
Este seguinte relatório retrata as características do município de Petrolina-PE, quanto
aos aspectos socioeconômicos e fisiográficos para a elaboração de um projeto de sistema de
abastecimento de água.
1.2. OBJETIVO GERAL
O presente trabalho tem por objeto a Elaboração do Projeto de Abastecimento de água
(fictício) do Município de Petrolina-PE.

1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS


 Analisar as condições físicas e sociais do município bem como a coleta e estudo de
dados referentes à utilização da água pela população considerando a demanda total do
município;
 Projetar um sistema de abastecimento de água que atenda às necessidades comerciais,
industriais, agrícolas e populacionais em um período mínimo de 20 anos.
10

2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

2.1. ASPECTOS GERAIS: HISTÓRIA, LOCALIZAÇÃO E ACESSO


2.1.1. HISTÓRIA
Originariamente era denominada ‘Passagem de Juazeiro’ pois era caminho para a
vizinha cidade de Juazeiro, na margem oposta do rio São Francisco no Estado da Bahia. A
passagem servia como ponto de apoio do desenvolvimento da zona sertaneja do Estado, com
vias de acesso para os estados do Piauí, Ceará, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Por isso, Petrolina é conhecida como ‘Encruzilhada do Progresso’, por ser passagem obrigatória
para o norte e via de escoamento para o Centro Sul do País (IBGE, 2010).

O grande visionário de Petrolina foi o bispo Dom Malan, italiano de nascimento.


Construiu a Catedral, o Palácio Diocesano, os Colégios Nossa Senhora Auxiliadora e Dom
Bosco, e o Hospital Dom Malan. Há versões de que o nome da cidade foi em homenagem ao
então Imperador Dom Pedro II e sua esposa Dona Leopoldina. Outra história menciona a
existência de uma pedra linda que havia na margem do rio, pedreira da qual foi retirada matéria-
prima para a construção de um dos maiores monumentos históricos da cidade, a Igreja Catedral
(IBGE, 2010).

O escritor Santana Padilha deixou escrito em seu livro Pedro e Lina que o nome da
cidade se daria pelo fato de os dois primeiros moradores se chamarem Pedro e Lina e na ocasião
do seu casamento o Frei Henrique, de sotaque italiano, ao pronunciar seus nomes fez-se ouvir
Petrolina (IBGE, 2010).

2.1.2. LOCALIZAÇÃO E ACESSO


A cidade de Petrolina localiza-se no Nordeste do Brasil, na mesorregião do São
Francisco Pernambucano e situada nas coordenadas 9° 23’ 34”S / 40° 30’ 28”W (IBGE, 2010).
Está a 734 km da Capital Recife. Possui uma extensão territorial de 4.561,872 km², estando
244,8 km² em perímetro urbano e os 4.317,072 km² restantes integrando a zona rural. Pertence
a Região Metropolitana Polo Petrolina-Juazeiro. Na Figura 1 visualiza-se Petrolina no mapa do
Brasil e na Figura 2 o município de Petrolina demarcada no mapa do Estado de Pernambuco.
11

Figura 1- Petrolina localizada no mapa do Brasil.

Fonte: RESEARCHGATE, 2016.

Figura 2- Petrolina localizada no mapa do estado de Pernambuco.

Fonte: SESCPE, 2016.


Os limites geográficos são, ao sudeste com o município de Dormentes (PE), a leste com
Lagoa Grande (PE), ao sul com Juazeiro (BA), a oeste com Casa Nova (BA) e noroeste com
Afrânio (PE). O acesso a Petrolina pode ser feito pelas: BR-232/110; PE-360; e BR-
316/428/122.

2.2. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS


2.2.1. POPULAÇÃO
A população de Petrolina, conforme o Censo 2010 encontrava-se com 293.962
habitantes. Concluiu que o município de Petrolina (PE) apresentava uma densidade
demográfica de 64,44 hab./km² e uma taxa de urbanização em torno de 75%. A partir do
levantamento e análise de dados dos Censos Demográficos de 1970 a 2010, observa-se que, nas
quatro últimas décadas, o município de Petrolina (PE) apresentou níveis de crescimento
populacional maiores no ano de 1980. Podendo ser observado no quadro 1 (IBGE, Censos
Demográficos, 1970 - 2010).
12

Quadro 1- Evolução populacional do município de Petrolina(1970-2010).


Fonte: IBGE, Censos Demográficos, 1970 - 2010.
Sua população foi estimada em 349 145 habitantes no ano de 2019, o que faz de
Petrolina a quarta maior cidade do interior nordestino, após Feira de Santana, Campina Grande
e Caruaru (esta última a mais populosa do interior de Pernambuco).

2.2.2. ECONOMIA
Bottega S. 2018, a região de Petrolina tornou-se o segundo maior centro vinícola do
país. A apreciação dos vinhos e frutas do Vale do São Francisco se dá à sua temperatura elevada
quase o ano todo que expõe as frutas ao estresse contínuo e, assim, atribuindo gostos diferentes.
Na lista dos melhores vinhos do Brasil – escolhidos em criteriosa avaliação de especialistas de
várias partes do mundo, durante concurso internacional realizado em Petrolina, no Sertão do
Estado, em setembro de 2009 – o Vale do São Francisco marcou presença, tendo alguns vinhos
premiados.

Políticas de incentivo aplicadas nas últimas décadas tornaram a região um celeiro de


frutas tropicais, que são exportadas para as principais regiões do país e também para a América
do Norte, o continente Europeu e também o Sudeste Asiático, particularmente o Japão. As
características climáticas favorecem não somente a produção de vinhos, mas também de outras
frutas. É a 2ª maior Cidade Agropecuária do Nordeste e a 3ª do País ( Bottega S. 2018).

2.2.3. COMÉRCIO
O comércio de Petrolina é diversificado e descentralizado. O centro da cidade se
caracteriza por lojas de diferentes ramos. Já nas principais avenidas que circundam a cidade
pode-se encontrar principalmente o comércio de materiais de construção, peças e serviços para
automóveis. Os bairros contam com estruturas complexas de comércio. Petrolina é cidade-
tronco e seu comércio abastece a vizinhança o que a torna um centro atacadista de alimentícios,
medicamentos e vestuário (Prefeitura de Petrolina, p. 43, 2019).
13

2.3. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS


2.3.1. CLIMA
O clima nesta área apresenta-se como tropical semiárido, tipo BshW, seco e quente
na parte norte e semiárido quente estépico na parte sul, caracterizado pela escassez e
irregularidade das precipitações com chuvas no verão e forte evaporação em consequência das
altas temperaturas. O período chuvoso se inicia em novembro com término em abril. A
precipitação média anual é de 431,8mm (INPE, 2015).

A temperatura média do município de Petrolina varia de 23 ºC a 28 ºC apresentando


pequena variabilidade interanual, sendo julho o mês mais frio e novembro o mês mais quente
do ano como pode ser observado no gráfico 1.

Gráfico 1 – Umidade relativa, temperatura média, mínima e máxima em Petrolina, PE.


Fonte: Dados da Embrapa Semiárido, 2010.

2.3.2. FORMAÇÃO VEGETAL


A vegetação é basicamente composta por Caatinga Hiperxerófila com trechos de
Floresta Caducifólia, com a forte presença de arbustos com galhos retorcidos e com raízes
profundas. São encontrados os cactos, caroá, aroeira, angico, juazeiro, mandacaru e xique-
xique, apresentado na figura 3, características do Bioma da cidade de Petrolina-PE (Embrapa,
2003).
14

Figura 3 - Bioma Caatinga do município de Petrolina- PE

Fonte: BRITO, 2018.


2.3.3. RELEVO
O município de Petrolina está inserido na unidade agroambiental da Depressão
Sertaneja, que representa a paisagem típica do semiárido nordestino, caracterizada por uma
superfície de pediplanação bastante monótona, relevo predominantemente suave-ondulado,
cortada por vales estreitos, com vertentes dissecadas. Elevações residuais, cristas e/ou outeiro
pontuam a linha do horizonte. Esses relevos isolados testemunham os ciclos intensos de erosão
que atingiram grande parte do sertão nordestino (IBGE, 2010).

2.3.4. HIDROGEOGRAFIA
De acordo com a Secretaria de Recursos Hídricos o município de Petrolina está inserido
no Domínio Hidro geológico Intersticial e no Domínio Hidro geológico Fissural. O Domínio
Intersticial é composto de rochas sedimentares dos Depósitos Aluviares, Paleodunas
Continentais, Depósitos Colúvio-eluviais e dos Depósitos De tríticos e/ou Later ticos. O
Domínio Fissural é formado de rochas do embasamento cristalino que englobam o subdomínio
rochas metamórficas constituído da Formação Barra Bonita, Formação Mandacaru, Complexo
Saúde, Greenstone Belt Rio Salitre e do Complexo Sobradinho-Remanso e o subdomínio rochas
ígneas dos Granitoides e da Suíte intrusiva Rajada.

O levantamento realizado no município registrou a existência de 752 pontos d’água,


sendo 115 poços escavados e 637 poços tubulares, conforme mostra a figura 4.
15

Figura 4 - Esquema gráfico sobre Pontos d´água existentes em Petrolina- PE

Fonte: Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea / Diagnóstico do


Município de Petrolina-PE / Ministério das Minas e Energia, 2012.

2.3.5. BACIA HIDROGRÁFICA QUE ABRANGE O MUNICÍPIO


O município de Petrolina encontra-se inserido nos domínios da Macro Bacia do Rio São
Francisco, da Bacia Hidrográfica do Rio do Pontal e do Grupo de Bacias de Pequenos Rios
Interiores. O estado é composto de uma diversidade de bacias como mostra a figura 5, onde é
observado uma abundância de bacias hidrograficas no estado de Pernambuco.

Figura 5 - Mapa das Bacias Hidrográficas de Pernambuco.

Fonte: Plano Estratégico de Recursos Hídricos de Pernambuco – Secretaria de Recursos Hídricos de


Pernambuco, 2010.

2.3.6. USO DE TERRAS


16

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - 2014, o uso das
terras é bastante utilizado podendo se observar na tabela 1, tal que a pastagem natural detém a
maior parte do solo da cidade ocupando 55,06 %, também possui uma agricultura forte, com
características de produção de uvas.

Tabela 1- Uso e ocupação do solo.


Fonte: IBGE, 2012.
2.3.7. PLANO DIRETOR
A cidade de Petrolina dispõe de um plano diretor, feito através da lei n° 1875, de 14 de
novembro de 2006, publicado no diário oficial, na qual trata algumas questões como
Abastecimento d`água, saneamento Básico e Drenagem Urbana.

SEÇÃO I
DO ABASTECIMENTO D`ÁGUA

Art. 14 - O serviço público de abastecimento de água deverá assegurar a oferta domiciliar de


água para consumo residencial regular e outros usos, em quantidade suficiente para atender às
necessidades básicas e qualidade compatível com os padrões estabelecidos em planos e
programas federais e conforme as normas técnicas vigentes.

SEÇÃO II
DO SANEAMENTO BÁSICO

Art. 17 - O saneamento básico deverá assegurar à população o acesso a um sistema de coleta e


tratamento adequado dos esgotos sanitários e águas servidas, na área urbana e rural (ribeirinha,
irrigada e de sequeiro), objetivando melhorar as condições ambientais, de saúde e salubridade.

SEÇÃO III
17

DA DRENAGEM URBANA

Art. 20 - O serviço de drenagem urbana deverá assegurar, através de sistemas físicos naturais e
construídos, o escoamento das águas pluviais e atender à área urbana e à área rural (ribeirinha,
irrigada e de sequeiro).

2.3.8. DADOS DEMOGRÁFICOS

Segundo Censo apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),


no ano de 2010 a população foi contada em 293 962 habitantes, sendo 150 710 habitantes do
sexo feminino (51,27 % da população) e 143 252 habitantes do sexo masculino (48,73 % da
população). Ainda segundo os dados, 219 215 habitantes viviam na zona urbana (cerca de 74,57
% da população) e 74 747 habitantes na zona rural (25,43 %). Neste mesmo ano, a taxa de
urbanização do município alcançou os 74,57 %. Em 2014, o IBGE estimou a população do
município em 326 017 habitantes, sendo o quinto mais populoso município de Pernambuco e o
segundo maior do interior do estado. Das cidades do interior do Nordeste, Petrolina é a quinta
mais populosa. Em 2010, a densidade populacional era de 64,44 hab./km².

Segundo o IBGE(2010), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) de Petrolina era


de 0,697, sendo classificado como médio pela Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), ocupando a sexta colocação entre os municípios do estado e sendo
o mais alto do interior pernambucano, tendo um valor acima do estadual. Seu índice ainda
apresenta um resultado menor que a média nacional, ocupando a 1995° colocação no
ranking entre os 5 570 municípios que formam a União.
De acordo com os dados do Censo 2010, do IBGE, com a auto declaração de cada
petrolinense, a população era formada por 93 660 (31,86 %) brancos; 22 241 (7,57 %) negros;
3 138 (1,07 %) amarelos; 174 202 (59,26 %) pardos; e 719 (0,24 %) indígenas. Quando se
considera a região de nascimento, 284 660 eram nascidos no Nordeste (96,84 %); 5 434
no Sudeste (1,85 %); 625 no Norte (0,21 %); 669 no Sul (0,23 %); e 734 no Centro-
Oeste (0,25 %). 230 207 eram naturais de Pernambuco (78,31 %), sendo, desse total, 155 662
eram naturais de Petrolina (52,95 %). Dos 63 755 naturais de outras unidades federativas, a
Bahia era o estado com maior presença, com 29 876 pessoas (10,16 %), seguido pelo Ceará,
com 9 596 pessoas (3,26 %) e pelo Piauí, com 6 879 pessoas residentes no município (2,34 %).
18

De acordo com um levantamento, em 2000 cerca de 39,8 % da população petrolinense vivia


com renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00. No ano de 2010, novos dados mostraram
que este percentual havia reduzindo-se para 20,9 %. Apesar da redução de 47,6 % desse número,
ainda existe aproximadamente 60 123 pessoas vivendo na pobreza. Em 2010, 79,2 % da
população estava acima da linha da pobreza e indigência, 12,5 % estava entre essa linha e 8,3
% abaixo.

Ainda que apresente um número de habitantes modesto, existe no município registro de


pequenas favelas, regiões degradadas e que não possuem acesso aos serviços básicos, como
abastecimento de água potável, rede de coleta e tratamento de esgoto, além de ruas calçadas e
pavimentadas. Embora exista registro de moradias irregulares, em 2010 o Censo do IBGE não
contabilizou nenhum domicílio em aglomerado subnormal, visto que o número de aglomerados
existentes é bastante pequeno e ainda não preenchem todos os requisitos.
19

3. ESTUDO DA DEMANDA

3.1. ESTUDO DA POPULAÇÃO


 Determinação da população de projeto

Os métodos empregados para a estimativa do crescimento populacional de um


determinado núcleo urbano são fundamentados em dados estatísticos anteriores à época da
elaboração do projeto.

De acordo com alguns dados referentes a censos anteriores foi possível calcular uma
estimativa de população referente ao projeto que em torno de 25 anos, com esses dados foi feita
o quadro 2 com a população e seus respectivos anos.

Quadro 2- Crescimento Populacional

Crescimento Populacional

Censo (Ano) População (Hab)

2010 293 962

2014 (estimada) 326 017

2019 (estimada) 349 145


Fonte: Autores, 2020.

3.2. PREVISÕES DE POPULAÇÃO

Os métodos empregados para a estimativa do crescimento populacional de um


determinado núcleo urbano são fundamentados em dados estatísticos anteriores à época da
elaboração do projeto.

Métodos de Previsão de População Existem os métodos empíricos:


 Processo de prolongamento da curva de crescimento;
 Processo das curvas de crescimento em outras cidades.
Existem os métodos analíticos:
 Processo de crescimento aritmético;
 Processo do crescimento geométrico;
 Processo da curva logística.
20

 Processo de Crescimento Aritmético


Crescimento populacional segundo uma taxa constante. Método utilizado para
estimativas de menor prazo. O ajuste da curva pode ser também feito por análise da regressão,
para isso e preciso calcular o incremento populacional, dada pela equação 1:

𝑝1 − 𝑝0
𝑟=
𝑡1 − 𝑡0

Equação 1

r = Incremento populacional

349 145 − 326 017

𝑟= 2019 − 2014

r = 4625,6

Resulta a previsão da população P correspondente à data futura na equação 2:

𝑃 = 𝑃𝜊 + 𝑟 (𝑡 − 𝑡𝜊)
Equação 2

P = população final de projeto


Pο= população inicial de referência
tο= ano inicial
t= tempo final
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 Processo de Crescimento Geométrico


Crescimento populacional função da população existente a cada instante. Utilizado para
estimativas de menor prazo. O ajuste da curva pode ser também feito por análise da regressão,
para isso e preciso calcular o incremento populacional, dada pela equação 3:

Kg= Incremento populacional

ln 349 145 − ln 326 017


𝑘𝑔 =
2019 − 2014

𝑘𝑔 = 0,0137

Resulta a previsão da população P correspondente à data futura:

𝑃𝑡 = 𝑝𝜊 ∗ 𝑒𝑘𝑔(𝑡−𝑡𝜊)

𝑃𝑡 = 326 017 ∗ 𝑒0,0137(2045−2014)

𝑃𝑡 = 498 523 Hab

 Taxa Decrescente de Crescimento


Premissa de que, na medida em que a cidade cresce, a taxa de crescimento torna-se
menor. A população tende assintoticamente a um valor de saturação. Os parâmetros podem ser
também estimados por regressão não linear.

Faz-se a determinação de Kd e PS com os dados populacionais, resolvendo desta forma


as equações 4 e 5.

2𝑝𝜊. 𝑝1. 𝑝2 − 𝑝12. (𝑝𝜊 + 𝑝2)


𝑃𝑠 =
𝑝𝜊. 𝑝2 − 𝑝1²
Equação 4
22

2 ∗ 293 962 ∗ 326 017 ∗ 349 145 − 326 0172. (293 962 + 349 145)
𝑃𝑠 =
293 962 ∗ 349 145 − 326 017²

𝑃𝑠 = 392 204,5678

−ln[(𝑝𝑠 − 𝑝2)/(𝑝𝑠 − 𝑝𝜊)


𝐾𝑑 =
𝑡2 − 𝑡𝜊
Equação 5

−ln[(392 204 − 349 145)/(392 204 − 293


𝐾𝑑 = 962)

2019 − 2010

𝐾𝑑 = 0,091
23

 Processo Logístico

O crescimento populacional segue uma relação matemática, que estabelece uma


curva em forma de S. A população tende assintoticamente a um valor de saturação. Os
parâmetros podem ser também estimados por regressão não linear. Condições necessárias:
P0<P1<P2 e P0.P2<P1². O ponto de inflexão na curva ocorre no tempo [to-ln(c)/K1] e com
Pt=Ps/2. Para aplicação das fórmulas, os dados devem ser equidistantes no tempo. Expresso
nas equação 7, 8, 9 e 10.

2𝑝𝜊. 𝑝1. 𝑝2 − 𝑝12. (𝑝𝜊 + 𝑝2)


𝐾= 𝑝𝜊. 𝑝2 − 𝑝1²

Equação 7

2 ∗ 293 962 ∗ 326 017 ∗ 349 145 − 326 0172. (293 962 + 349 145)
𝐾=
293 962 ∗ 349 145 − 326 017²

𝐾 = 392 204,5678

(𝐾 − 𝑝𝜊)
𝐶=
𝑝𝜊
Equação 8
24

𝐾
𝑃 =
1 + 𝑐. 𝑒𝑘1(𝑡−𝑡𝜊)
Equação 10

392 204,5678
𝑃=
1 + 0,3342. 𝑒−0,0996(2045−2010)

𝑃 = 388 232 Hab

Após a realização dos cálculos de população estimada foi possível a construção do


quadro 3, onde mostra cada método utilizado e os valores encontrados de população estimada.

Quadro 3 - Dados calculados de população estimada do município de Petrolina- Pe.

Métodos de Previsão de População População Estimada (Hab)

Processo de crescimento aritmético 469 411

Processo de crescimento geométrico 498 523

Taxa decrescente de Crescimento 388 224

Processo Logístico 388 232


Fonte: Autores, 2020.
Como alguns processos possui uma discrepância muito alta, adotasse comumente a taxa
decrescente de Crescimento ou o processo logístico, entre os dois foi adotado a população do
processo logístico para o cálculo da vazão média diária e a quantidade requerida de água por
possuir o maior valor de habitantes.

3.3. CONSUMO PER CAPITA


Segundo a NB 587/79 item 5.3, no caso de comunidades que contam com sistema
público de abastecimento de água, o consumo será determinado através de dados de operação
do próprio sistema, a não ser que ocorram condições que tornem esses dados não confiáveis,
quantidade de água distribuída por dia, em média, e dada pela equação 11:

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑙


𝑞𝑚 = Equação 11
365 𝑥 𝑝𝑜𝑝. 𝑏𝑎𝑛𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑑𝑎 ℎ𝑎𝑏. 𝑑𝑖𝑎
25

A NB – 587/79 diz que inexistindo dados confiáveis, locais ou regionais, e não sendo
fixados previamente pelo órgão contratante, serão adotados os seguintes consumos médios “per
capita”, para satisfazer inclusive à demanda comercial, industrial (que não utilizam água em
seus processamentos), à demanda de usos públicos e as perdas no quadro 4.

Quadro 4 - Consumos médios ´´per capita´´

Fonte: NB- 587/79.


Segundo o plano municipal de saneamento básico de Petrolina (PE), feita pela empresa
PPSEC, Engenharia LTDA, no ano de 2019, Considerando todo o consumo utilizado em uma
cidade, tanto da categoria residencial quanto das demais, e dividindo pela quantidade de
habitantes, obtém-se um valor médio de quanta água deve ser produzida para a cidade,
auxiliando principalmente na previsão futura de consumo, desde que não haja fatores externos
significativos de crescimento industrial por exemplo.

Segundo o SNIS, a evolução desse indicador pode ser visualisada no quadro 5.

Quadro 5 - Consumo médio da cidade de Petrolina- Pe

Descrição 2013 2014 2015 2016


IN022 - Consumo médio per capita de
120,6 108,7 97,8 95,3
água (l/hab./dia)
Fonte: SNIS, 2018.
Ainda segundo o plano municipal de saneamento básico de Petrolina (PE), o valor
próximo de 95 l/hab.dia e considerado baixo para os padrões médios de consumo da região
Nordeste em cerca de 110 l/hab./dia.
Diante dos dados apresentados adotou-se um consumo per capita de 110 l/hab./dia,
consumo médio da região Nordeste.
3.4. QUANTIDADE REQUERIDA DE ÁGUA
Vazão média diária é encontrada pela equação 12.
26

𝑃. 𝑞
𝑄𝑚 = 3600. ℎ
Onde:

Q = Vazão média diária, l/s Equação 12

P= população a ser abastecida pelo projeto q = consumo per capita, em l/hab/dia

h = número de horas de funcionamento das unidades do sistema de abastecimento.

𝑄𝑚 = 494,2768 𝑙/𝑠

Vazão de adução (captação – ETA) expressa pela equação 13.

𝑃. 𝑞
𝑄𝑎 = 𝑥 𝑘1 𝑥 𝐶𝑒𝑡𝑎
3600. ℎ Equação 13

𝑄𝑎 = 494,2768 𝑥 1,2 𝑥 1,05

𝑄𝑎 = 622,7887 𝑙/𝑠

Vazão de adução (ETA – Reservatório) demostrada através da equação 14.

𝑃. 𝑞
𝑄𝑏 =
3600. ℎ 𝑥 𝑘1
Equação 14

𝑄𝑏 = 494,2768 𝑥 1,2

𝑄𝑏 = 593,1321 𝑙/𝑠

Vazão de adução (Reservatório – Rede) definida pela equação 15.

𝑃. 𝑞
𝑄𝑐 = 3600. ℎ 𝑥 𝑘1 𝑥 𝑘2

Equação 15
27

𝑄𝑐 = 494,2768 𝑥 1,2 𝑥 1,5

𝑄𝑐 = 889,6982 𝑙/𝑠

Os parâmetros adotados para os cálculos foram expostos no quadro 6.

Quadro 6 - Parâmetros adotados para os cálculos

PARÂMETRO VALOR ADOTADO

P 388 232 HAB

Q 110 L/HAB.DIA

K1 1,2 (ABNT)

K2 1,5 (ABNT)

CETA 5%
Fonte: Autores, 2020.
O quadro 7 apresenta o resumo dos resultados das vazões de projeto desde o
manancial até chegar a rede de distribuição final.

Quadro 7 - Resumo dos resultados das vazões

Sistema de distribuição Vazão (l/s)


Vazão média diária 494,2768
Vazão de adução (captação – ETA) 622,7887
Vazão de adução (ETA – Reservatório) 593,1321
Vazão de adução (Reservatório – Rede) 889,6982

Fonte: Autores, 2020.


28

4. MANANCIAIS

De acordo com a redação do Mundo Estranho 2011, mananciais são todas as fontes de
água doce, superficiais ou subterrâneas, que podem ser usadas para consumo doméstico após
tratamento e para o desenvolvimento de atividades econômicas. Isso inclui, por exemplo, rios,
lagos, represas e lençóis freáticos.

Os mananciais são os únicos locais em que a sociedade pode conseguir água para suas
principais atividades e para sobrevivência. Logo, mantê-los em quantidade e qualidade
adequadas é fundamental para o desenvolvimento, manutenção da saúde e o bem-estar social
(BRK Ambiental, Abril 2019).

Para a elaboração do projeto do sistema de abastecimento urbano para a cidade de


Petrolina-PE, foram analisados três mananciais, sendo eles: O açude de Vira Beiju localizado em
Uruás na Zona Rural de Petrolina, Açude de Cruz de Salinas que fica na Comunidade de Cruz de
Salinas e a tomada direta do Rio São Francisco.

4.1. ESTUDO DOS MANANCIAIS

O manancial é determinado a fim de atender a demanda de abastecimento da cidade.


Essa escolha é estabelecida por uma avaliação dos seguintes parâmetros:

 Vazão mínima e média anual superior a vazão de projeto prevista através dos cálculos
para a demanda do município de Petrolina, garantindo sua funcionalidade.

 Localização do manancial, verificando as distâncias e contornos do percurso até o


município estudado para uma possível adutora. Possibilitando uma economia na instalação.

 Análise da qualidade da água, quanto à cor, turbidez e quantidades de cloro, nitrato,


nitrito e amônia presentes. Através de ensaios de caracterização.

4.1.1. AÇUDE DE VIRA BEIJU

O açude de Vira Beiju, que fica em Uruás, na Zona Rural de Petrolina, comporta até 11,8
milhões de metros³ de acordo com o G1 de Petrolina, 2016. Sua distância em relação a Petrolina é
de 38 km como mostra a figura 6. Possui uma vazão de regularização 2.060 m3/s.
29

Figura 6- Posicionamento entre a cidade de Petrolina e o Açude de Vira Beiju.


Fonte: Google EARTH, 2020.
4.1.2. AÇUDE CRUZ DE SALINA

Açude de Cruz de Salinas apresentado na figura 7, que tem capacidade para 4 milhões de
metros cúbicos, as águas desses açudes se adequam ao cultivo de espécies moderadamente
tolerantes a sais, sem a necessidade de práticas especiais de controle da salinidade do solo. Para
uso na irrigação, por exemplo, a qualidade da água deve ser avaliada quanto salinidade,
permeabilidade e toxicidade (AYERS & WESTCOT, 1999). Na figura 8 é mostrado uma mapa
elaborado no Google EARTH da distância do açude em relação a cidade de Petrolina uma faixa de
61 km.

Figura 7 - Açude Cruz De Salina

Fonte: NOVAES M., 2016.


30

Figura 8 - Posicionamento entre a cidade de Petrolina e o Açude Cruz de Salina


Fonte: Google EARTH, 2020.
4.1.3. RIO SÃO FRANCISCO

Também conhecido como Rio da integração nacional, o São Francisco, descoberto em


1502, tem esse título por ser o caminho de ligação do Sudeste e do Centro-Oeste com o
Nordeste. Desde as suas nascentes, na Serra da Canastra, em Minas Gerais, até sua foz, na divisa
de Sergipe e Alagoas, ele percorre 2.700 km.

Ao longo desse percurso, que banha cinco Estados, o rio se divide em quatro trechos: o
Alto São Francisco, que vai de suas cabeceiras até Pirapora, em Minas Gerais; o Médio, de
Pirapora, onde começa o trecho navegável, até Remanso, na Bahia; o Sub médio, de Remanso
até Paulo Afonso, também na Bahia; e o Baixo, de Paulo Afonso até a foz (MDR, 2019).

De acordo com o DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), 2005. O


rio São Francisco recebe água de 168 afluentes, dos quais 99 são perenes, 90 estão na sua
margem direita e 78 na esquerda. A produção de água de sua Bacia concentra-se nos cerrados
do Brasil Central e em Minas Gerais e a grande variação do porte dos seus afluentes é
consequência das diferenças climáticas entre as regiões drenadas. O Velho Chico – como
carinhosamente o rio também é chamado – banha os Estados de Minas Gerais, Bahia,
Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Sua Bacia hidrográfica também envolve parte do Estado de
Goiás e o Distrito Federal.
31

Os índices pluviais da Bacia do São Francisco variam entre sua nascente e sua foz. A
pluviometria média vai de 1.900 milímetros na área da Serra da Canastra a 350 milímetros no
semiárido nordestino (DNOCS, 2005). Por sua vez, os índices relativos à evaporação mudam
inversamente e crescem de acordo com a distância das nascentes: vão de 500 milímetros anuais,
na cabeceira, a 2.200 milímetros anuais, possui uma distância de 2 km de Petrolina, visto na
figura 9.

Figura 9 - Posicionamento entre a cidade de Petrolina e o Rio São Francisco


Fonte: Google EARTH, 2020.
Às margens do Rio São Francisco, o famoso Velho Chico, Petrolina é uma cidade que
encanta qualquer pessoa em busca de tranquilidade, belezas naturais e muita cultura brasileira.
Como mostra a figura 10.

Figura 10 - Vista aérea de Petrolina/PE e Juazeiro/BA - Brasil

Fonte: Pinterest.
32

4.1.4. ESCOLHA DO MANANCIAL


O manancial escolhido para atender a demanda hídrica da cidade de Petrolina, por
apresentar os melhores parâmetros estabelecidos no item 4.1 é o rio São Francisco. Possui uma
vazão de regularização superior a vazão de captação calculada, a menor distância em relação
ao município, por dispor de uma disponibilidade hídrica.

Em resumo, o rio apresenta os seguintes números:

 Consumo atual de água da Bacia do rio São Francisco: 91 m³/s;


 Vazão firme na foz (garantia de 100%): 1.850 m³/s;
 Vazão média na foz: 2.700 m³/s;
 Vazão disponibilizada para consumos variados: 360 m³/s;
 Vazão mínima fixada após Sobradinho: 1.300 m³/s.

No quadro 8 é apresentado os principais parâmetros físico-químicos e bacteriológicos da água


bruta, do manancial do rio São Francisco.
Quadro 8 - Principais Parâmetros de Água Bruta.

Fonte: COMPESA
33

5. TRAÇADO

5.1. OPÇÃO 1 DE TRAÇADO

O trajeto do traçado, segue pela Rua Joaquim Nabuco com comprimento de 534 m,
depois pela Avenida Guararapes com comprimento de 278 m, em seguida pela Rua Souza Filho
com comprimento de 933 m e por fim pela Avenida Presidente Tancredo Neves com
comprimento de 107 m até a ETA.

Figura 11 - OPÇÃO 1 Perfil da adutora


Fonte: Google EARTH, 2020.

Na figura 11, a linha vermelha acima representa o caminho em que adutora percorre que
corresponde a 1, 89 Km sendo sua trajetória seguindo a faixa de domínio público.

5.2. OPÇÃO 2 DE TRAÇADO

O caminho do segundo traçado percorre pela Rua Joaquim Nabuco, e intercepta a


Avenida Presidente Tancredo neves, local de fácil acesso.

Na figura 12, a linha preta demostra o trajeto, por possuir condições topográficas propicias,
o caminho percorrido compreende desde o manancial de captação até a Estação de Tratamento de Água
(ETA), seguindo o percurso por estradas que ligam o reservatório até a cidade com comprimento
de 1,77 Km, com faixa de domínio público.
34

Figura 12 - OPÇÃO 2 Perfil da adutora


Fonte: Google EARTH, 2020.

5.3. OPÇÃO 3 DE TRAÇADO

Trata-se de uma rota de domínio público, segue pela Rua Joaquim Nabuco com
comprimento de 709 m, passando pela Rua Cel. Amorim com comprimento de 301 m, depois
pela Souza filho com comprimento de 425 m e por fim pela Rua Eng. Valmir Bezerra com
comprimento de 335m até a ETA. Percurso demonstrado pela faixa verde na figura 13, com
dimensão de 1,81 Km.

Figura 13 - OPÇÃO 3 Perfil da adutora


Fonte: Google EARTH, 2020.

5.4. TRAÇADO ESCOLHIDO

Foi utilizada a opção 2, levando em conta as características topográficas, trata-se de ser


a trajetória mais curta, permite uma econômica quanto a instalação de bombas e uma menor
perda de carga ao longo do trajeto.
35

6. CAPTAÇÃO

A captação tem por finalidade criar condições para que a água seja retirada do manancial
abastecedor em quantidade capaz de atender o consumo e em qualidade tal que dispense
tratamentos ou os reduza ao mínimo possível.

Optou-se pela captação do tipo em curso D´água já que o manancial é o rio São Francisco.
Para um projeto mais econômico, já que as condições topográficas são propicias, a adutora de
água bruta compreende o trajeto desde o manancial de captação até a Estação de Tratamento de
Água (ETA), adotou-se um conjunto misto, que é formado por um sistema de sucção e recalque
e um sistema por gravidade.

O sistema de recalque compreende a captação de água no manancial, até um


comprimento total de 1000 metros, e o sistema de adutora por gravidade compreende um
comprimento total de 770 metros.

De acordo com cada tipo de material do conduto, existem velocidades mínimas a serem
respeitadas para atender as especificações dos condutos. Para condutos forçados são impostas
condições que levam em consideração o bom funcionamento das canalizações associadas aos
fatores econômicos. O limite de velocidade nas canalizações do tipo tubos de ferro fundido que
foi utilizado no projeto em questão é de 4,5 m/s.

Vale ressaltar a existência de acessórios necessários para o bom funcionamento dos


condutos, que tem por finalidade a facilidade de manutenção, limpeza, e retirada de ar presente
nas tubulações, sendo necessários também para minimizar as perdas no sistema de
abastecimento de água em caso de rompimento de algum trecho.
36

7. DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES

7.1. DIMENSIONAMENTO DA ADUTORA DE ÁGUA BRUTA

Para o sistema de recalque foram estabelecidos alguns parâmetros para o


dimensionamento do diâmetro das tubulações, estes são:

 Vazão (Captação – ETA) = 0,495 m³/s;


 Dados do Google Earth:

o Diferença de cota:

ℎ𝑓 = 387 𝑚 − 357𝑚

ℎ𝑓 = 30 𝑚

o Comprimento da adutora (captação – ETA) = 1000m

 Material utilizado na adutora PVC;


 K trata-se de uma constante que leva em consideração os custos relacionados ao
material, mão-de-obra, operação, manutenção do sistema, etc. Seu valor está
compreendido no intervalo de 0,75< k < 1,4. Mas pode ser adotado para tubulações de
ferro fundido como k= 1,3;
 Adução por recalque;
 Dimensionamento

Nh é definido como o tempo de funcionamento dos equipamentos relacionados aos


serviços de recalque, seus valores variam entre 16 e 20 h. Será adotado o valor médio de 18h
para a equação 16, abaixo:

4 𝑁ℎ
𝐷𝑟 = 𝑘 ∗ √𝑄 ∗ √ 24 Equação 16

4 18
𝐷𝑟 = 1,3 ∗ √0,495 ∗ √
24

𝐷𝑟 = 0,851 𝑚 𝑜𝑢 851 𝑚𝑚
37

É necessário escolher o diâmetro através da disponibilidade de fornecimento local,


portanto, como diâmetro calculado foi de 851mm foi utilizado o valor comercial de diâmetro
igual a 900 mm. Para a sucção foi adotado um diâmetro comercial um pouco maior do que o de
recalque, sendo esse de 950 mm.

7.2. DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE BOMBAS

 Cálculo das perdas de carga

No sistema de recalque por completo, existe uma perda de carga que deve ser
considerada para efeitos de cálculo, associada com diferentes peças que compõe o sistema, tais
como: registro de gaveta, joelho de 90° raio médio, válvula de pé com crivo. A composição
dessas perdas nos trechos de sucção e recalque junto do desnível geométrico e da vazão
recalcada é o que possibilita a escolha da bomba que esteja adequado para as condições de
recalque impostas pela topografia do local. Para o cálculo das perdas de cargas foram realizadas
as seguintes operações que estão dispostas no quadro 9, abaixo. Com base nesses dados foi
gerado o gráfico 2 a curva do sistema.

Quadro 9- Cálculo das perdas de carga localizadas

CÁLCULOS DAS PERDAS DE CARGA

ETAPA PEÇAS QT DIAMETRO (m) FORMULA Le (m) Le.Total


(m)
SUCÇÃO Válvula pé de crivo 1 0,95 0,56+255,48*D 243,266
Registro de gaveta 1 0,95 0,01+6,98*D 6,641
Joelho 90° raio médio 1 0,95 0,114+26,25*D 25,051 279,958
Comprimento real da - 0,95 - 5
tubulação
𝟏𝟎,𝟔𝟓∗𝑸𝟏,𝟖𝟓 ∗𝟐𝟕𝟗,𝟗𝟓𝟖
∆𝐇𝐬 =
𝟏𝟒𝟎𝟏,𝟖𝟓 ∗𝟎,𝟗𝟓𝟒,𝟖𝟕
=0,409*𝑸𝟏,𝟖𝟓

RECALQUE Válvula de retenção 1 0,9 0,247+79,43*D 71,734


leve
Registro de gaveta 1 0,9 0,01+6,98*D 6,292 1153,86
Válvula de Descarga 1 0,9 0,396+62,32*D 56,484
Ventosa 2 0,9 0,54+20,9*D 19,35
Comprimento real da - 0,9 - 1000
tubulação
𝟏𝟎,𝟔𝟓∗𝑸𝟏,𝟖𝟓 ∗𝟏𝟏𝟓𝟑,𝟖𝟔
∆𝐇𝐫 =
𝟏𝟒𝟎𝟏,𝟖𝟓 ∗𝟎,𝟗𝟎𝟒,𝟖𝟕
= 2,197*𝑸𝟏,𝟖𝟓

𝐇𝐦 = 𝟑𝟎 + 𝟐, 𝟔𝟎𝟔*𝑸𝟏,𝟖𝟓

Fonte: Autores, 2020.


38

Gráfico 2- Curva do Sistema

Q(m³/h) Hm (m)
0 30,000
Curva do sistema
30,800
50 30,001
30,700
100 30,003
30,600
200 30,012
30,500
300 30,026
Hm (m)

30,400
400 30,045
30,300
500 30,068
30,200
600 30,095
30,100
curva do sistema
700 30,126 30,000
800 30,161 29,900
900 30,201 0 500 1000 1500 2000
Q m³/h
1000 30,244
1200 30,341
Fonte: Autores, 2020
1400 30,454
1600 30,581
1782 30,710
1800 30,723

Segunda parte: adutora por gravidade

 Cálculo da perda de carga unitária ao longo da tubulação é realizado pela equação 17.
∆𝒉
𝑱= Equação 17
𝑳

387−383
𝐽= = 0,00519 m/m
770

Com o valor da perda de carga unitária e utilizando a fórmula de Hazen-Williams,


calcula-se um valor de pré-dimensionamento para o diâmetro.

 Cálculo do diâmetro realizado pela equação 18

10,65∗𝑄 1,85
𝐽= Equação 18
𝐶 1,85 ∗𝐷 4,87
39

10,65 ∗ 0,4951,85
0,00519 =
1401,85 ∗ 𝐷4,87

𝐷 = 0,560𝑚 𝑜𝑢 560 𝑚𝑚

Diâmetro comercial utilizado – 600 mm.

 Cálculo da Vazão máxima realizado pela equação 19


𝑄 = 0,279 ∗ 𝐶 ∗ 𝐷2,63 ∗ 𝐽0,54 Equação 19

𝑄 = 0,279 ∗ 140 ∗ 0,62,63 ∗ 0,005190,54

𝑄 = 0,594 𝑚3 /𝑠

 Cálculo da velocidade pela equação 20


𝑄
𝑉=𝜋 Equação 20
∗𝐷²
4

0,594
𝑉=𝜋
4 ∗ 0,6²

𝑉 = 2,1 m/s

Observação: A velocidade deve ser de a mínima de 0,6 m/s, e a máxima de 3,5 m/s. De
acordo com o cálculo foi encontrado uma velocidade de 2,1 m/s, sendo assim, estando dentro
do intervalo.

7.3. ESCOLHA DA BOMBA

𝑚3 𝑚3
Através dos cálculos feitos por meio da vazão de 0,495 , equivalente a 1782
𝑠 ℎ

obteve-se uma altura manométrica de 30,709 m, esses valores são importantes para a escolha
da bomba que será ser usada, através do catálogo disponibilizado pela empresa Bombas King,
como mostra o gráfico 3.
40

Gráfico 3 - Modelo de bomba a ser utilizado

Fonte: Bombas King.

Com posse do campo de aplicação para um rpm de 1750 (300cv) de IRR 300-
300-350 é possível encontrar a curva correspondente ao diâmetro do rotor para a escolha da
bomba. Para os dados previamente citados de vazão e altura manométrica do projeto em
questão, determina-se um diâmetro de 345/345 mm. O processo é demonstrado na figura 14 e
através do gráfico 4.

Figura 14- Dados da bomba


Fonte: Bombas king.
41

Gráfico 4- Curva da Bomba

Curva da Bomba
50

40
Hm (m)

30

20

10

0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Q m³/h

Fonte: Autores, 2020.

De acordo com a curva do sistema e a curva da bomba, obteve-se o ponto de


funcionamento do sistema, com valores de 1914 (m³/h) para a vazão e 30,81 m para a altura
manométrica, demostrado através do gráfico 5 a seguir.

Gráfico 5- Ponto de funcionamento do sistema

Ponto de funcionamento do sistema


45 45,00

42
40 40 40,00
38 Curva da bomba
36
35 35,00
34 Curva do sistema
32
30 30 30,00 Polinômio (Curva da
29 bomba)
28
26 Polinômio (Curva do
25 y = -8E-06x2 + 0,0066x + 46,593 25,00
25 sistema)

20 20,00
0 200 400 600 8001000120014001600180020002200

Fonte: Autores, 2020.


42

Portanto foi possível determinar a bomba, suas características de modelo, tamanho e


velocidade nominal descritas no quadro 10, abaixo.

Quadro 10 - Características da bomba escolhida

Modelo King
Tamanho 300-300-350
Potência (C.V) 300
Velocidade nominal 1750 rpm
Diâmetro do rotor 345

Fonte: Autores, 2020.

7.4. POTÊNCIA DA BOMBA

O cálculo da potência determinada pela bomba é realizado pela equação 21:


ɣ ∗ 𝑞 ∗ 𝐻𝑚
𝑃(𝑐𝑣) =
3600 ∗ 0,75 ∗ 𝜂
Equação 21
1000 ∗ 0,495 ∗ 30,709
𝑃(𝑐𝑣) =
3600 ∗ 0,75 ∗ 0,7
𝑃(𝑐𝑣) = 8,047 𝐶𝑣

Processo de formação das cavidades (bolsões de vapor de fluido) no seio da massa


líquida em escoamento, como consequência ocorre a ruptura das mesmas cavidades, com
liberação de energia. É medida e determinada pela equação 22:
:
𝑃𝑎 𝑃𝑣
𝑁𝑃𝑆𝐻 = ∗ ( ɣ +hsg+Δhs)
ɣ
Equação 22
𝑁𝑃𝑆𝐻 = 9,86 − (0,43 + 5 + 0,111)
𝑁𝑃𝑆𝐻 = 4,319 𝑚

7.5. DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO

O dimensionamento é seguido de acordo com a NBR 12217 que retrata as principais


aplicações do reservatório: regularizar a vazão, proteger de incêndio e assegurar a segurança do
abastecimento.
43

No Brasil a capacidade mínima adotada de preservação é de 1/3 do volume distribuído


no dia de consumo máximo. Também existe a indicativa de utilizar um coeficiente de segurança
de 1,2 do volume calculado para considerar a incerteza dos dados calculados (Milton Tsutiya,
2001).

O volume do reservatório é calculado pela equação 23:

1,2 ∗ 𝑄𝑚𝑎𝑥 ∗ 24.3600


𝑉=
3
Equação 23

1,2 ∗ 0,594 ∗ 24 ∗ 3600


𝑉=
3

𝑉 = 20528,64 𝑚3

É considerado o volume da reserva de incêndio corresponde a 25% do volume máximo


(Milton Tsutiya, 2006).

O volume da reserva de incêndio é realizado pela equação 24:

𝑉𝑖𝑛𝑐𝑒𝑛𝑑𝑖𝑜 = 𝑉 ∗ 0,25
Equação 24

𝑉𝑖𝑛𝑐𝑒𝑛𝑑𝑖𝑜 = 1,2 ∗ 0,594 ∗ 24 ∗ 3600 ∗ 0,25 𝑚3

𝑉𝑖𝑛𝑐𝑒𝑛𝑑𝑖𝑜 = 15396,48 𝑚3

Por possuir dimensões econômicas quanto a relação entre a altura do reservatório e seu
diâmetro na relação 1 para 2, O modelo utilizado no reservatório é o de forma cilíndrica.

Reestruturando a equação 25, para determinar o diâmetro (D):

𝐷
𝐻=
2
Equação 25
𝐷 = 2H

Substituindo o diâmetro na equação 26 e encontrando a altura (H):

𝜋 ∗ 𝐷2 ∗ 𝐻
𝑉=
4
Equação 26
44

𝜋 ∗ (2𝐻)2 ∗ 𝐻
𝑉=
4

𝜋 ∗ 4𝐻 3
𝑉=
4

𝑉 = 𝜋 ∗ 𝐻3

3 𝑉
𝐻=√
𝜋

Para o cálculo do reservatório, já que o volume requerido e muito grande, foram


dimensionados três reservatórios, foi utilizado a equação 27:
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 35925,12 𝑚³
Equação 27
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
= 11975,04 𝑚³
3
3 11975,04
𝐻=√
𝜋

𝐻 = 15,62 𝑚
Para fins construtivos é aconselhado um valor fechado, optou-se pela altura de 16
metros. Assim temos:
𝐷 = 16 ∗ 2
𝐷 = 32 𝑚

Por fim o reservatório terá uma altura de 16 metros e um diâmetro de 32 metros.

7.6. DIMENSIONAMENTO DA REDE

Chama-se de sistema de distribuição o conjunto formado pelos reservatórios e rede


de distribuição, subadutoras e elevatórias que recebem água de reservatórios de distribuição,
enquanto que rede de distribuição é um conjunto de tubulações e de suas partes acessórias
destinado a colocar a água a ser distribuída à disposição dos consumidores, de forma contínua
e em pontos tão próximos quanto possíveis de suas necessidades (Guimarães, Carvalho e Silva,
2007).

Para execultar o dimensionamento de uma rede é necessário atender as seguintes


normas:
45

 NBR 12218 – Projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público;


 NBR 12211 - Estudos de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água –
Procedimento;
 NBR 12217 - Projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento
público –Procedimento.
Inicialmente foi delimitada a cidade de Petrolina-PE realizada através de um
zoneamento. Trata-se da divisão de área em unidades individualizadas, sendo demarcada em
seis diferentes áreas como mostra a figura 15.

Figura 15 – Zoneamento da cidade de Petrolina-PE.


Fonte: Google EARTH, 2020.

Para efetuar o dimensionamento da rede de distribuição foi escolhido um loteamento


inserido na área 3, como mostra a figura 16, por ser mais próximo a ETA, se trata de uma zona
de bairros, de lotes de casas e não está situada no centro da cidade.

Figura 16 – Loteamento para o dimensionamento da rede de distribuição.


Fonte: Google EARTH, 2020.
46

Foi desenvolvido no AutoCAD a planta baixa vista na figura 17, com levantamento
plani-altimétrico (curvas de nível de metro a metro) do loteamento para o dimensionamento da
rede de distribuição.

Figura 17 – Planta baixa do loteamento para o dimensionamento.


Fonte: AutoCAD, 2020.

A redes de distribuição de abastecimento de água constituem-se de seguimentos de


tubulação denominados de trechos. Normalmente se tem dois tipos de canalizações a principal
que possui o conduto tronco ou canalização mestra e detém do maior diâmetro e também a
secundária que abastece os pontos de consumo de água e utiliza um menor diâmetro. A rede
adotada no projeto foi a ramificada como mostra a figura 18 o traçado do loteamento.
26

24
20
17
14
11
23

2
RESERVATÓRIO
27
22
19
10
7
4
1

18
12
9

Figura 18 – Traçado para dimensionamento.


Fonte: Autores, 2020.
47

Para o detalhamento da tubulação da rede de distribuição, foi construído o quadro 11 a


seguir informando os trechos, extensões, vazões, diâmetros, velocidades reais e velocidade
máximas.
Quadro 11 – Detalhamento do dimensionamento da rede de distribuição

TRECHO EXTENSÃO(m) VAZÕES D(mm) V(m/s) Vmáx


Qj Qt Qm Qf (m/s)
1-2 213 0 23,2 23,2 11,6 200 0,37 0,92
1-3 237 0 25,8 25,8 12,9 200 0,41 0,92
1-4 56 55,2 6,1 61,3 58,2 300 0,82 1,07
4-5 222 0 24,2 24,2 12,1 200 0,39 0,92
4-6 237 0 25,8 25,8 12,9 200 0,41 0,92
4-7 52 110,9 5,7 116,5 113,7 350 1,18 1,15
7-8 213 0 23,2 23,2 11,6 200 0,37 0,92
7-9 236 0 25,7 25,7 12,9 200 0,41 0,92
7-10 51 165,4 5,6 170,9 168,1 450 1,06 1,3
10-11 255 0 27,8 27,8 13,9 200 0,44 0,92
10-12 237 0 25,8 25,8 12,9 200 0,41 0,92
10-13 50 224,4 5,5 229,9 227,2 500 1,16 1,38
13-14 276 0 30,1 30,1 15,0 200 0,48 0,92
13-15 237 0 25,8 25,8 12,9 200 0,41 0,92
13-16 53 286,1 5,8 291,9 289,0 600 1,02 1,53
16-17 302 0 32,9 32,9 16,5 250 0,34 0,99
16-18 237 0 25,8 25,8 12,9 200 0,41 0,92
16-19 53 350,7 5,8 356,4 353,5 600 1,25 1,53
19-20 324 0 35,3 35,3 17,7 250 0,36 0,99
19-21 237 0 25,8 25,8 12,9 200 0,41 0,92
19-22 57 418,0 6,2 424,2 421,1 600 1,49 1,53
22-23 164 0 17,9 17,9 8,9 200 0,28 0,92
23-24 184 0 20,1 20,1 10,0 200 0,32 0,92
23-25 70 0 7,6 7,6 3,8 150 0,22 0,84
25-26 218 0 23,8 23,8 11,9 200 0,38 0,92
22-27 80 496,1 8,7 504,8 500,4 700 1,30 1,68
27-R 3536 496,1 0 496,1 496,1 700 1,29 1,68

Fonte: Autores, 2020.


48

Para a construção do quadro 11, foi utilizado a tabela 2 com os dados da rede e a tabela
3 que informa a capacidade máxima para o pré-dimensionamento em tubos de ferro fundido.

Tabela 2- Dados da rede


Extensão total 8.087 m
Vazão de rede 886 l/s
Qt L* 0,109

Fonte: Autores, 2020.

Tabela 3- Capacidade máxima para pré-dimensionamento de sistemas de abastecimento de água,


utilizando tubos de ferro fundido.

Fonte: Batista e Lara, 2014.

Por fim, foi calculado a Perda de carga total, Perda de carga unitária, Cota
Piezométrica a montante, Cota Piezométrica a jusante, Cota do terreno a montante, Cota do
terreno a jusante, Pressão a montante e Pressão a jusante valores organizados no quadro 12.
49

Quadro 12 - Detalhamento da rede de distribuição.

Perda de Cota Cota Cota do Cota do


Perda de Carga Pressão a Pressão a
Trecho Extensão (m) Carga Total Piezométrica Piezométrica terreno a terreno a
Unitária (m/m) montante jusante
(m) a montante a jusante montante jusante
1-2 213 0,00087 0,186 396,690 396,504 372 362 24,690 34,504
1-3 237 0,00106 0,252 396,690 396,438 372 370 24,690 26,438
1-4 56 0,00239 0,134 396,824 396,690 375 372 21,824 24,690
4-5 222 0,00094 0,209 396,824 396,615 375 361 21,824 35,615
4-6 237 0,00106 0,252 396,824 396,572 375 370 21,824 26,572
4-7 52 0,00389 0,202 397,026 396,824 375 375 22,026 21,824
7-8 213 0,00087 0,186 397,026 396,840 375 364 22,026 32,840
7-9 236 0,00105 0,249 397,026 396,777 375 370 22,026 26,777
7-10 50 0,00236 0,118 397,144 397,026 373 373 24,144 24,026
10-11 255 0,00122 0,310 397,144 396,834 373 371 24,144 25,834
10-12 237 0,00106 0,252 397,144 396,892 373 370 24,144 26,892
10-13 50 0,00246 0,123 397,267 397,144 373 373 24,267 24,144
13-14 276 0,00141 0,389 397,267 396,879 373 372 24,267 24,879
13-15 237 0,00106 0,252 397,267 397,015 373 369 24,267 28,015
13-16 53 0,00158 0,084 397,351 397,267 374 373 23,351 24,267
16-17 302 0,00056 0,169 397,351 397,182 374 373 23,351 24,182
16-18 237 0,00106 0,252 397,351 397,099 374 369 23,351 28,099
16-19 53 0,00230 0,122 397,473 397,351 370 374 27,473 23,351
19-20 324 0,00064 0,207 397,473 397,266 370 374 27,473 23,266
19-21 237 0,00106 0,252 397,473 397,221 370 369 27,473 28,221
19-22 57 0,00318 0,181 397,654 397,473 365 370 32,654 27,473
22-23 164 0,00054 0,088 397,654 397,566 365 365 32,654 32,566
23-24 184 0,00066 0,122 397,566 397,444 373 373 24,566 24,444
23-25 70 0,00045 0,032 397,566 397,534 373 373 24,566 24,534
25-26 218 0,00091 0,198 397,534 397,336 378 378 19,534 19,336
22-27 80 0,00206 0,165 397,819 397,654 373 373 24,819 24,654
27-R 3536 0,00203 7,181 405 397,819 384 384 21,000 13,819

Fonte: Autores, 2020.


50

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