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Darlan K. E. de Carvalho (Dr.

)
Departamento de Engenharia Mecânica
Sumário
1. Conceitos Introdutórios
2. Relações p-v-t
3. Considerações Finais
4. Bibliografia

Termo. I - Aula_05 - Avali. Propried. Termo. - Prof.


Darlan K. E. Carvalho
1. Conceitos Introdutórios
 Como já vimos: o estado de um sistema fechado em equilíbrio é definido
pelos valores de suas propriedades termodinâmicas.

 Experimentalmente, observamos que existe uma propriedade independente


para cada modo pelo qual a energia de um sistema pode ser variada
independentemente (grau de liberdade energético).

 No caso de sistemas fechados, consideramos o calor e as diferentes formas


de trabalho.

 O “Princípio dos Estados” (Termodinâmicos) estabelece o número mínimo


de propriedades termodinâmicas intensivas necessárias para caracterizar um
estado.

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Darlan K. E. Carvalho
1. Conceitos Introdutórios
 Este princípio afirma que: “O número de propriedades intensivas
independentes necessárias para descrever um estado é igual a 1 (um),
(associado ao calor) mais o número de interações relevantes do sistema
devido a trabalho.”

 Em geral, é suficiente considerar apenas as interações que são significantes


em processos quase-estáticos.

 Num sistema simples, existe apenas uma forma pela qual a energia do
sistema pode ser alterada por trabalho à medida que o mesmo é submetido a
um processo quase-estático (ou de quase-equilíbrio).

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Darlan K. E. Carvalho
1. Conceitos Introdutórios
 Sistemas comumente associados à substâncias puras (tal como a água) ou
misturas uniformes de gases não reativos são classificados como “sistemas
simplesmente compressíveis” (ou compressíveis simples).

 Nestes sistemas, o princípio dos estados estabelece que o número de


propriedades intensivas termodinâmicas independentes é 2: associadas ao calor
+ 1 forma de trabalho (compressão ou expansão resistida).

 Outros tipos de sistemas simples são os “simplesmente elásticos”, os


“simplesmente magnéticos”, etc.

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Darlan K. E. Carvalho
1. Conceitos Introdutórios
 Como já vimos, o único modo de transferência de energia por trabalho que
ocorre em sistemas compressíveis simples, quando submetidos a processos de
quase-equilíbrio, é associado às mudanças de volume, sendo dado por:

W =  pd 

 Por exemplo, se a temperatura (T) e o volume específico (v) de um gás são


conhecidos, o princípio dos estados afirma que todas as outras propriedades
intensivas de estado podem ser determinadas como funções de “T” e “v”.

 Portanto, temos: p=p(T,v), u=(T,v), etc.

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Darlan K. E. Carvalho
1. Conceitos Introdutórios
 Obs. Propriedades intensivas que têm os seus valores estabelecidos com
respeito à referenciais externos ao sistema (ex. velocidade e altura) serão
excluídas da nossa análise.

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Darlan K. E. Carvalho
2. Relações p-v-T
 Neste estudo, vamos considerar as propriedades de substâncias
compressíveis simples e as relações destas propriedades com a pressão, o
volume e a temperatura.

 Por exemplo, a partir de experimentos pode-se obter a temperatura (T) e o


volume específico (v).

 A pressão (p) pode ser determinada a partir destas duas propriedades


independentes.

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Darlan K. E. Carvalho
2. Relações p-v-T
 A Superfície p-v-T: As coordenadas de um ponto numa superfíce p-v-T
representam os valores de p, v e T quando a substância está em equilíbrio.

a) Substâncias que se expandem no congelamento:

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2. Relações p-v-T
b) Substâncias que se contraem no congelamento:

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2. Relações p-v-T
 Há três regiões monofásicas num superfície p-v-T:
sólida, líquida e vapor (gasosa).

 Nestas regiões (monofásicas), o estado da substância é


estabelecido por duas propriedades quaisquer (p-v, p-T ou
T-v) já que, nestas regiões, estas propriedades são
independentes.

 Entre as regiões monofásicas, localizamos regiões


bifásicas, onde duas fases co-existem em equilíbrio:
líquido-vapor (domo de vapor), sólido-líquido e sólido-
vapor.

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Darlan K. E. Carvalho
2. Relações p-v-T
 Dentro de uma região bifásica, pressão e temperatura
não são independentes, i.e., uma não pode mudar sem a
outra variar.

 Portanto, nestas regiões, o estado não pode ser


estabelecido somente pela temperatura e pela pressão.

 Contudo, o estado pode ser definido pelo volume


específico (v) e: pela pressão (p) ou pela temperatura (T).

 Três fases podem co-existir em equilíbrio ao longo da


“linha tripla”.

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Darlan K. E. Carvalho
2. Relações p-v-T
 Um estado onde uma mudança de fase inicia ou termina é
chamado de “estado saturado”.

 A região em forma de domo composta pelos estados


bifásicos de líquido + vapor é conhecida como “domo de
vapor”.

 As linhas que limitam o domo de vapor são chamadas de


“linha de líquido saturado” e “linha de vapor saturado”.

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2. Relações p-v-T
 O ponto crítico é o ponto de encontro das linhas de
líquido saturado e vapor saturado.

 A temperatura crítica (Tc) de uma substância é a máxima


temperatura na qual as fases líquida e vapor co-existem em
equilíbrio.

 A pressão e o volume específico no ponto crítico são


naturalmente chamados de “Pressão Crítica” (Pc) e
“Volume Específico Crítico (vc)”.

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Darlan K. E. Carvalho
2. Relações p-v-T
 Tabela Termodinâmica A-1 com
dados para o ponto crítico (Fonte:
Moran & Shapiro 5a Edição).

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Darlan K. E. Carvalho
2. Relações p-v-T
 Projeções da Superfície p-v-T

1) O Diagrama de Fases (p-T): A projeção da Superfície p-v-


T no plano pressão-temperatura é conhecida como
diagrama de fases.

 Neste caso, as regiões bifásicas se reduzem a “linhas”.

 Um ponto em qualquer uma dessas linhas representa todas


as misturas bifásicas naquela condição particular de
pressão e temperatura.

 No diagrama de fases, a “Linha Tripla” é projetada no


“ponto triplo” .
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Darlan K. E. Carvalho
2. Relações p-v-T
 O termo “temperatura de saturação” designa a
temperatura na qual uma mudança de fase ocorre
numa dada pressão (pressão de saturação).

 Para a água, Tpt = 273.16 K e Ppt = 0.6113kPa


(medida).

 A linha representando a região bifásica sólido-líquido


é inclinada para à esquerda para substancias que se
expandem ao congelar e à direita para substancias que
se contraem ao congelar.

 Sólidos podem existir em diferentes fases sólidas (ex.


diferentes formas cristalinas existem para a água/gelo).
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2. Relações p-v-T
2) O Diagrama p-v: Consiste na projeção da
superfície p-v-T no plano p-v.

 Para temperaturas menores que Tcr a pressão se


mantém constante ao longo da região bifásica.
Diagrama p-v para uma subst. que se
 Nas regiões monofásicas de líquido ou de vapor, a expande durante o congelamento.

pressão decresce quando o volume específico


aumenta.

 Para temperaturas ctes. acima da Tcr, a pressão


diminui continuamente à medida que o volume
específico aumenta (fluido supercrítico).
Diagrama p-v para uma subst. que se
Termo. I - Aula_05 - Avali. Propried. Termo. - Prof. contrai durante o congelamento.
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2. Relações p-v-T
3) O Diagrama T-v: Consiste na projeção da região
bifásica líquido-vapor e das regiões monofásicas
de líquido e de vapor no plano T-v.

 Para pressões menores que Pcr (ex. 10 MPa) a


temp. se mantém constante ao longo da região
bifásica.

 Nas regiões monofásicas de líquido ou de vapor,


numa isobárica, a temperatura aumenta com o
aumento do volume específico.
Diagrama T-v para uma subst. que se
 Para p=ctes. acima da Pcr, a temp. aumenta expande durante o congelamento
continuamente à medida que o vol. esp. aumenta. (ex. água).

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2. Relações p-v-T
 Mudança de Fase para Substâncias Puras: Vamos avaliar os eventos que
ocorrem quando uma substância pura muda de fase.

 Considerando um sistema fechado formado por 1 kg de água líquida à 20oC


contida num dispositivo pistão-cilindro em que calor é adicionado
gradativamente à pressão cte., como mostrado a seguir:

P=cte.

Q Q Q
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2. Relações p-v-T
1. Inicialmente, a temperatura aumenta
consideravelmente e o volume específico
aumenta um pouco, enquanto o calor é
fornecido à pressão cte (P=cte).

2. Em seguida, o sistema atinge a temperatura


de saturação do líquido no ponto “f”, por
exemplo, na pressão P=1,014bar (i.e.,
100oC).
Obs. Os estados líquidos ao longo da linha 1-f são chamados de
líquidos “subresfriados” ou “comprimidos”.

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2. Relações p-v-T
3. O fornecimento adicional de calor ao líquido
saturado resulta na formação de vapor sem
nenhuma mudança de temperatura (T), mas
com aumento considerável de volume
específico (v).
Obs: O sistema consiste então numa mistura de líquido + vapor
saturados em equilíbrio ao longo da linha f-g.

4. Em seguida, o sistema recebe mais calor até


que a última gota de líquido é vaporizada, de
modo a só restar vapor saturado no ponto
“g”.

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2. Relações p-v-T
 Obs. Os diferentes estados da mistura
bifásica líquido + vapor saturados podem ser
obtidos a partir do uso da propriedade
termodinâmica conhecida como título ou
qualidade da mistura, definido por:
mvapor mvapor
x= =
mtotal _ mist mlíquido + mvapor

 Note que o título varia entre 0≤x≤1:


 x = 0, em estados de líquido saturado;
 x = 1, em estados de vapor saturado.

Frequentemente, o título é fornecido em termos


percentuais (%).
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2. Relações p-v-T
5. Se o sistema (i.e. vapor) for aquecido a uma
temperatura acima de sua temperatura de
vaporização com a pressão mantida
constante, o vapor terá seu volume específico
aumentado, sendo chamado de “vapor
superaquecido”.

 Obs.: Note que, se o processo anterior fosse repetido


para pressões iguais ou acima da Pcr, não haveria
mudança gradual da fase líquida para a fase de vapor.

 Na verdade, o fluido acima da Pcr e Tcr, constitui uma


única fase indistinguível. Porém, comumente, usamos o
termo “líquido” quando a temperatura T<Tcr e
“vapor”, quando T>Tcr.

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2. Relações p-v-T
 Liquefação (Derretimento): Neste caso, vamos
considerar a massa de uma substância numa
temperatura abaixo da temperatura do ponto triplo
(T<Tpt).

1. Inicialmente, partindo da fase sólida (ponto a) o


sistema é aquecido gradativamente à pressão
constante (P=cte)

2. A temperatura aumenta até o ponto em que a


substância é um sólido saturado (ponto b).

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2. Relações p-v-T
3. Transferência de calor adicional à pressão constante
causa formação de líquido sem nenhum aumento de
temperatura.

4. Com o fornecimento adicional de calor, o gelo


continua a liquefazer (derreter) até que a última
parte derrete completamente.

 Obs. Durante o processo de liquefação, a temperatura e a pressão mantém-


se constantes. Para a maioria das substâncias, o volume específico aumenta
(na água o inverso ocorre, i.e., vlíq<vsol).

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2. Relações p-v-T
 Sublimação: Neste caso, consideramos uma massa
de gelo (i.e. água) numa pressão abaixo da pressão
do ponto triplo (p<ppt).

1. Inicialmente, partindo da fase sólida (ponto a’) o


sistema é aquecido gradativamente à pressão
constante (P=cte)

2. A temperatura aumenta até o ponto em que o gelo é


um sólido saturado (ponto b’).

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2. Relações p-v-T
3. A transferência de calor adicional à pressão
constante causa formação de vapor sem nenhum
aumento de temperatura.

4. Com o fornecimento adicional de calor, o gelo


continua a sublimar até que a última parte vaporiza
completamente.

 Obs. Note que, neste caso, a fase sólida passa à fase de vapor diretamente
sem passar pela “fase intermediária” líquida.

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3. Considerações Finais
 Na presente aula, fizemos um estudo detalhado de algumas propriedades
termodinâmicas (i.e., p-v-T) para sistemas simplesmente compressíveis (ou
compressíveis simples).

 Apresentamos o princípio dos estados e informamos que são duas (2) propriedades
termodinâmicas independentes para sistemas compressíveis simples.

 Fizemos ainda um estudo da superfície p-v-T mostrando, com cuidado, os diagramas


p-T (diagrama de fases), p-v e T-v.

 Finalmente, acompanhamos em detalhes, os processos de mudança de fase de uma


substância pura.

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4. Bibliografia
[1] Fundamentos da Termodinâmica, G. J. Van Wylen, R. E. Sontag e C.
Borgnakke; 6a edição; Ed. Edgard Blucher, 2003.

[2] Thermodynamics, An Engineering Approach, Y. A. Çengel, M. A.


Boles, 6th Edition, 2006.

[3] Fundamental of Engineering Thermodynamics M. J. Moran e H. N.


Shapiro, 5th Edition, 2006.

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