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Projeto Xadrez na Escola 2016 - E.E.E.M.

José
Sampaio Marques Luz
SEDUC - SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO RS
19ª COORDENADORIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO
E.E.E.M. JOSÉ SAMPAIO MARQUES LUZ

PROJETO XADREZ NA ESCOLA

Responsável Professor Roberto Sanchez Lara

São Gabriel – RS, fevereiro de 2016.

1. RESUMO

Xadrez é um jogo de tabuleiro de natureza recreativa e competitiva, ele é um jogo dos mais populares do mundo, e
praticado por milhões de pessoas em torneios (amadores e profissionais), clubes, escolas, e pela internet. Existem
estimativas que cerca de 600 milhões de pessoas em todo mundo que sabem jogar xadrez e destas, 7,5 milhões são
filiadas a uma das federações nacionais que existem em 160 países, tendo à maior e mais antiga federação esportiva
do mundo.
Características da arte e da ciência são encontradas nas composições enxadrísticas e em sua teoria que abrange
aberturas, meio-jogo e finais, as frases em que subdividem o transcorrer do jogo. Na terminologia enxadrística os
jogadores de xadrez são conhecidos como enxadristas.
O xadrez, por ser um jogo de estratégia e tática, não envolve o elemento sorte. A única exceção, nesse caso, é o
sorteio das cores no início do jogo, já que a cor branca faz o primeiro movimento e teriam, em tese, uma pequena
vantagem por isso.
O “Projeto Xadrez na Escola” em tese trabalha todos estes aspectos, visando propiciar um desenvolvimento mental e
social do estudante.

2. APRESENTAÇÃO

Nas últimas décadas têm se estabelecido um consenso cada vez maior, na área educacional, de que o objetivo
primeiro da educação é a formação de um cidadão consciente, independente e solidário. Os documentos oficiais
produzidos, como os PCNs e a LDBEN, têm bem expressos estes objetivos. Um indivíduo que seja capaz, a partir do
conhecimento acumulado, interferir na sua comunidade de forma positiva, influenciando em decisões que permitam
que a vida comum seja sempre permeada pelo respeito ao próximo, pela tolerância para com as diferenças, pelo
sentimento de justiça, pelo ímpeto de cooperar e, ao mesmo tempo, pelo crescimento das possibilidades individuais
de cada um. Para atingir este objetivo é vital realizar uma escolha correta dos conteúdos escolares necessários em
cada área de conhecimento ou disciplina.
Hoje, tão importante quanto aprender é o aprender a aprender, tornando-se um bom aprendiz para toda a vida, visto
que as mudanças acontecem com velocidades crescentes exigindo indivíduos preparados para lidar e enfrentá-las.
Mudanças impulsionadas pela tecnologia da informação e seus avanços que acabam por imprimir novos enfoques e
pontos de vista relativos à natureza e à sociedade em que vivemos. Preparar-se para as mudanças que estão
acontecendo e que acontecerão com velocidade cada vez mais alta, desenvolvendo as habilidades de aprendizagem
de cada um, é a primeira tarefa dos educadores preocupados de fato com o futuro de seus educandos.
Neste tornado tecnológico a capacidade de pensar e de refletir de forma madura e independente, de julgar e de
decidir, tem a sua própria velocidade que é determinada pelo homem e seu cérebro, e esta capacidade é a principal
ferramenta de cada um de nós para sobrevivermos neste mundo tecnológico.
A educação formal deve de alguma forma estabelecer pontes entre o conhecimento científico e o nosso cotidiano,
contextualizar este conhecimento significa exatamente mostrar a sua utilidade e a sua aplicabilidade concreta que vai
muito além de justificativas abstratas e distantes. Obviamente, não significa uma rendição a um pragmatismo restrito e
utilitarista, mas a constatação de que somente aquilo que faz sentido e que ajuda a diminuir o “sofrimento humano”
pode ser estimulante no processo de aprendizagem. O conhecimento que se aprende deve poder ser útil para a tarefa
diária de resolver problemas.
O xadrez em certo sentido é contrário à rapidez contemporânea imposta pela globalização e pela tecnologia da
informação na nossa sociedade tão marcada pela cultura do consumo rápido e irrefletido. Mas aprender a jogar
xadrez pode de fato permitir a construção de um indivíduo que não vai ser “esmagado” pela avalanche de informações
e de mudanças dos nossos dias. Na verdade, jogos de estratégia, pelo fato de terem uma velocidade própria, são
perfeitos para desenvolverem a capacidade crítica de análise dos próprios atos e da realidade que nos cerca. Ser bom
aprendiz de xadrez é também ter personalidade própria e aprender a tomar decisões conscientes das suas
consequências. O jogo é uma necessidade básica da nossa constituição, um comportamento primário de nossa
espécie humana e isto também revela a importância do uso de jogos de estratégia nas escolas.
O xadrez caracteriza-se como sendo mais um método que um conteúdo, uma metodologia alternativa, na construção
de um caráter emancipador, capaz de potencializar o aprendiz de forma a investir-lhe de força, relacionada a sua
capacidade de análise e de, a partir da realidade e condições existentes, prever acontecimentos e traçar caminhos
que permitam atingir certos objetivos.
A seriedade com que as crianças passam a se dedicar ao xadrez, permite que elas lidem melhor com os seus
sentimentos de ansiedade, de raiva, e de frustração. A derrota, quando acontece, é racionalizada, e o desafio torna-se
vencer de certa forma a si mesmo, superando-se no futuro. A competição é parte da vida, ainda mais de nossa
sociedade capitalista, e uma boa parcela de energia da agressividade é sublimada em um jogo de xadrez para
transformar-se em reflexão e raciocínio estratégicos. Uma partida é a sua maneira uma construção artística, pois
demanda um processo criativo, com considerações estéticas: cada partida é uma reinvenção do jogo de xadrez.
Assim como na matemática, a simplicidade, associada ao antigo princípio conhecido como “navalha de Occam”, é um
valor importante no xadrez, pois dentre dois movimentos com os mesmos objetivos, quanto maiores forem os
condicionantes existentes, mais improvável será o desenrolar imaginado para os próximos lances de uma partida. Da
mesma maneira, a separação e a classificação entre o que é relevante e o que é superficial, uma característica do
jogo é a base também do método experimental: nos experimentos tenta-se sempre isolar as variáveis relevantes
daquelas que não influenciam no fenômeno estudado. O trabalho de investigação e de observação, intrínseco da
visão científica de mundo são vitais para o bom jogador de xadrez.

3. JUSTIFICATIVA

Considerando que a maioria dos professores de Educação Física prefere dar ênfase as modalidades específicas
como: voleibol, basquete, handebol, futsal entre outras; deixando de lado o xadrez, onde o mesmo é um esporte de
ordem intelectual, que objetiva proporcionar um desenvolvimento mental e social, possibilitando a resolução
dos problemas do dia a dia. Levando-se em consideração o fato dos professores terem a dificuldade de trabalharem a
modalidade devido a grande quantidade de alunos por turma e fazendo apenas uma pequena passagem pelo xadrez
e até mesmo deixando de lado, fazendo com que futuramente estes não tenham que aprender ou praticar este jogo,
podendo se tornar inferior aos que o praticam desde a infância. Portanto, sendo o xadrez uma atividade esportiva, a
mesma possibilita à criança o auxílio do seu desenvolvimento tanto intelectual como motor e social. Com isso,
pretendo com este projeto, mostrar aos professores e interessados, que o xadrez não seria apenas um jogo comum,
mas sim um método de firmamento intelectual e social do desenvolvimento humano, contribuindo assim, no
aprendizado.

4. OBJETIVO GERAL

Demonstrar de forma teórica e prática a importância do xadrez no ensino fundamental, podendo proporcionar um
melhor aprendizado em relação às outras disciplinas e até mesmo na aplicação da atividade motora e que diante de
difíceis situações, aprendem a poder tomar suas próprias decisões.

5. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1) Ensinar a história, fundamentos e regras do jogo;


2) Observar durante as aulas de xadrez, a influência do mesmo sobre o desenvolvimento dos educandos,
em conceitos como: atenção e concentração, imaginação e antecipação, memória, paciência e
autocontrole, criatividade, inteligência, entre outros;
3) Inserir os educandos em competições estudantis dentro e fora do município, de forma a utilizar o
aspecto de socialização do xadrez.

6. MATERIAIS E MÉTODOS

A ação deve obedecer a uma sequência, para que os resultados sejam eficientes. A sequência utilizada será a
seguinte:

1) Aquisição do material para aplicação do projeto, tabuleiros e peças, assim como, um quadro tabuleiro pela
escola ou por parceiros que doem ou emprestem o material para implantação do projeto;
2) Selecionar os educandos ou turmas a serem atendidos pelo projeto, dando preferência para os das séries
inicias;
3) Ensinar através de projeção de imagens um pouco sobre a história e evolução do xadrez, assim como, os
primeiros passos e movimentos das peças;
4) Inserir o tabuleiro e as peças gradualmente, para que os educandos vão reconhecendo os movimentos de
cada peça, com jogos específicos utilizando, para que desta forma possam ser gravados os movimentos
específicos de cada uma;
5) Ensinar as regras do xadrez e jogadas;
6) Fazer competições internas, dentro da sala de aula, e inseri-los em competições externas, promovendo
torneios abertos na escola, e levando os educandos a participar de competições locais como: JINCOP (Jogos
Intercolegias da Primavera), CEGaX (Circuito Estudantil e Gabrielense de Xadrez), Copa Feira do Livro de
Xadrez, Citadino entre outros. E competições de nível estadual como: JERGS (Jogos Escolares do Rio
Grande do Sul), Estudantil Paquetá entre outras. Para que possam melhorar o seu convívio social e até
mesmo os educandos possam viajar, já que muitos deles, por serem de regiões carentes de nosso município,
não possuem recursos para isso.

7. PÚBLICO ALVO

Educandos das séries inicias do 3º ao 5º ano, se estendendo, dentro das possibilidades de horários e hora-aula, para
os alunos das séries finais e ensino médio.

8. CRONOGRAMA

O funcionamento será durante o ano letivo de março a dezembro.

9. RESULTADOS ESPERADOS

Com este projeto o professor junto com a Direção e Supervisão, tem interesse em incentivar e despertar a vontade
pelo ensino e a prática do Xadrez na escola, por acreditar que essa atividade extracurricular contribui no
desenvolvimento da inteligência, do raciocínio lógico, e das emoções dos seus praticantes, oportunizando assim
possibilidades de êxito pessoal, acadêmico e profissional. O xadrez mostra também que por ser um jogo de
estratégia, coloca a criança em difíceis situações e que as estimula a criar, imaginar e atuar como um indivíduo
capacitado para solucioná-las.

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. (1996.) Parâmetros Curriculares Nacionais: Ministério da Educação;

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9394. 20/12/1996;

FERNANDEZ, Alicia. (1990.) A Inteligência Aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas;

FONTARNAU, A. S. (2003.) O ensino de xadrez na escola. Porto Alegre: Artmed, GIRONA, P. C. (2003.)
Iniciação ao xadrez para crianças. Porto Alegre: Artmed;

LOPES, Maria G.. (2000.) Jogos na educação – Cria, fazer, jogar. São Paulo: Cortez, MACEDO, Lino, PETTY,
Ana Lúcia Sicoli e PASSOS, Norimar Christe. (2000.) Aprender com jogos e situações-problema. Porto
Alegre: Artmed, MARCHESI, Álvaro. O que será de nós, os maus alunos? Porto Alegre: Artmed, 2006.

REZENDE, S. (2002.) Xadrez na escola: Uma abordagem didática para principiantes. Rio de Janeiro: Ciência
Moderna;

SANTOS, D. F. (2006.) Xadrez na educação escolar – Uma perspectiva psicopedagógica. Monografia do


curso de Especialização em Psicopedagogia da PUC-SP. São Paulo;
SANTOS, D.; Martins, M. & Teixeira, R. (2007) O jogo de xadrez como estratégia pedagógica para crianças
com problemas de aprendizagem. In, V. Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias (Orgs.) A Unicidade do
Conhecimento. Évora: Universidade de Évora.

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