Você está na página 1de 6

43

Revisão

Lesões císticas não tumorais intraselares: cisto de Rathke e


de aracnóide. Relato de dois casos e revisão da literatura
Intraselar non neoplasic cystic lesions: Rathke cystic and arachnoidal
cyst. Report of two cases and literature review
Leopoldo Prézia Araújo1
Marcelo Miguel Hueb2
Roberto Dezena1
Elisabete Aparecida Mantovani Rodrigues de Resende 3
Vanessa Delfino3
Beatriz Pires Ferreira3
Beatriz Hallal Jorge Lara3
Maria de Fátima Borges3
Elvi Cristina Rojas Fonseca3

RESUMO
Introdução
São discutidos os aspectos clínicos, endocrinológicos, ra-
diológicos e cirúrgicos de dois pacientes: um portador de
cisto de bolsa de Rathke e outro de cisto aracnóide, ambos As lesões císticas não tumorais intraselares são relativamente
em localização intraselar, de uma série de 123 pacientes por- raras e constituem os craniofaringeomas, cistos da bolsa de Ra-
tadores de lesão intra e supraselar abordados por via trans thke e cistos de aracnóide.
esfenoidal. Lesões císticas puras são raras e as dificuldades
diagnósticas pré-operatórias assim como os aspectos neuro- Apesar dos avanços da neuroimagem, as dificuldades de diag-
cirúrgicos relativos a estas patologias são destacados. É feita nóstico diferencial com os adenomas hipofisários com dege-
uma revisão da literatura. neração cística ainda persistem e algumas vezes o diagnóstico
é feito no trans-operatório ou somente com exame anátomo-
Palavras-chave : Cisto de Rathke, Cisto aracnóide intraselar,
patológico.
Cisto intraselar, abordagem transesfenoidal.
Baskin e Wilson2 classificaram os cistos dessa região, segun-
ABSTRACT do observações intraoperatórias e análise histológica da parede
do cisto, em quatro tipos: 1. pequenos cistos contendo líquido
Intraselar non neoplasic cystic lesions are very rare . The au- claro e localizados entre o lobo anterior e posterior da hipófise
thors present two patients, one with Rathke cleft cystic lesion (cistos da “pars intermedia”); 2. cistos que tinham comunica-
and other with arachnoidal cyst obtained among 123 patients
ção com o espaço subaracnóideo e a sua parede era formada
consecutively operated on by transesphenoidal approach .
Radiological , endocrinological and surgical approaches somente por tecido fibroso (cistos aracnóideos); 3. cistos de
were discussed and the literature was reviewed. bolsa de Rathke, que continham fluido amarelado, cristais e
fino material mucóide, com parede de epitélio cubóide, colu-
Keywords: non neoplasic intraselar cystic lesions, Rathke nar ou pseudocolunar estratificado; 4. cistos mistos, em que se
cleft cystic lesion, intraselar arachnoidal cyst, transesphenoi-
incluem a cisticercose e os epidermódes.
dal approach.
O presente trabalho tem por finalidade discutir duas lesões cís-
ticas pouco freqüentes: o cisto da Bolsa de Rathke e o cisto de
aracnóide, aspectos do diagnóstico pré-operatório sob aspecto
hormonal e radiológico e cirúrgicos, de uma série de 123 pa-
cientes operados por via trans esfenoidal associada com endos-
copia e microcirurgia.

1- Disciplina de Neurocirurgia - Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba - MG
2- Disciplina de Otorrinolaringologia - Departamento de Cirurgia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba - MG
3- Disciplina de Endocrinologia - Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba - MG

Recebido em julho 2009, aceito nov 2009

Araújo LP, Hueb MM, Dezena R, Resende EAMR, Delfino V, Ferreira BP, Lara BHJ, Borges MF, Fonseca ECR - Lesões císticas não tumorais J Bras Neurocirurg 21 (1): 43-48, 2010
intraselares: cisto de Rathke e de aracnóide. Relato de dois casos e revisão da literatura.
44

Revisão

Cisto da Bolsa de Rathke


Os cistos da bolsa de Rathke são lesões encontradas na região
da sela túrcica em 12% a 33% dos pacientes com função hipo-
fisiária normal 2,31. Habitualmente são assintomáticos. Quan-
do desencadeiam sintomas estes são decorrentes de distúrbios
endocrinológicos ou compressão de estruturas nervosas adja-
centes. Até 1977, apenas 34 casos de cisto da bolsa de Rathke
haviam sido relatados37. Vinte anos depois, 150 casos haviam
sido confirmados histologicamente21. Este aumento na incidên-
cia é devido ao desenvolvimento tecnológico, com maior po-
der de resolução como a ressonância magnética (RM). Embora
esta afecção já venha sendo estudada há alguns anos, pouco
se sabe a seu respeito, o que implica em grande dificuldade na
realização do seu diagnóstico tanto clínico quanto radiológico, Fig. 1: observa-se lesão cística intraselar que não se reforça com o contraste e
pois muitos de seus portadores não apresentam sintomatologia. com hiposinal em T1 e T2.
Cistos de bolsa de Rathke sintomáticos são incomuns. Yoshida
e col37 relataram que o primeiro foi descrito por Goldzeiher em
1913. Mukherjee e col21 observaram cerca de 150 casos histolo-
gicamente confirmados. Este aumento na incidência é atribuído Cisto de aracnóide
à introdução de modernos exames de imagem, de maior poder
de resolução como a RM. Em 1984, Baskin e Wilson2 apre-
CM, feminina, 36 anos, com queixas de irregularidade mens-
sentaram 10 casos de cistos de bolsa Rathke operados por via
trual, avaliação endocrinológica normal, RM mostrou lesão in-
transesfenoidal. Em 1992, Ross e col30 estudaram as alterações
traselar de aspecto regular, cístico , com hiposinal em T1 não se
radiológicas e o manuseio cirúrgico de 43 cistos selares e su-
reforçando com contraste e hipersinal em T2 (Fig. 2, 3 e 4), an-
prasselares. McGrath (citado por Mukherjee e col21) observou
giografia cerebral normal, avaliação oftalmológica normal. An-
incidência de 33% de cistos de bolsa de Rathke em 83 necróp-
tecedente familiar de uma irmã com macroadenoma hipofisário
sias realizadas para estudo da hipófise.
não funcionante operada por 2 vezes e com provável nova recidi-
va. Por via trans esfenoidal rino-septal endoscópica puncionou-
se um fino assoalho selar e houve saída de liquor, com abertura
dural evidenciou-se cisto aracnóide e hipófise normal deslo-
Caso de cisto da bolsa de Rathke cada para o lado esquerdo. Fechamento do assoalho selar com
cola biológica, e colocação de gordura dentro do seio esfenoi-
dal. Boa evolução pós-operatoria e exames hormonais normais.
CSC, masculino, 18 anos, acompanhado desde os 16 anos por
apresentar retardo na maturação sexual, genitália e caracteres
sexuais secundários. Avaliação endocrinológica normal, dis-
creta oligoespermia. RM aos 16 anos mostrou lesão intrase-
lar de 1,2 cm com hiposinal em T1 e T2 (Fig. 1), que não se
reforçava com gadolineo. Paciente foi acompanhado durante
2 anos com exames seriados, mantendo-se inalterado, exames
endocrinológicos normais , avaliação oftalmológica normal.
Neste período houve completa maturação sexual, contudo a
lesão estava sem diagnóstico. Por via transesfenoidal endoscó-
pica abordou-se a sela turca e imediatamente após a abertura da
dura mater selar houve saída de material mucoide, cujo exame
anátomo-patológico mostrou material compatível. Pós-opera-
tório sem intercorrências.
Fig. 2: RM T1 com contraste: lesão de conteúdo líquido que ocupa a sela turca
deslocando a hipófise posteriormente.

Araújo LP, Hueb MM, Dezena R, Resende EAMR, Delfino V, Ferreira BP, Lara BHJ, Borges MF, Fonseca ECR - Lesões císticas não tumorais J Bras Neurocirurg 21 (1): 43-48, 2010
intraselares: cisto de Rathke e de aracnóide. Relato de dois casos e revisão da literatura.
45

Revisão

causar qualquer distúrbio funcional. A bolsa é envolvida com


epitélio de células cubóides ou epitélio colunar que são, às ve-
zes, ciliados e podem conter células mucosas globóides30,33,36.
Esses cistos podem ser encontrados em cerca de 12% a 33%
das pessoas com função hipofisária normal, em necropsias
de rotina e em avaliações radiológicas da região hipotálamo-
hipofisária27,36. Geralmente são assintomáticos27,30, possuindo
diâmetro variável de, em média, 10 a 16 mm19,30,36 e se locali-
zam mais frequentemente na porção distal e intermediária da
região selar36.
Por vezes podem aumentar de volume a ponto de comprimir es-
truturas supra-selares e intra-selares, levando ao aparecimento
dos sintomas36. Os adultos são acometidos com uma freqüên-
cia três vezes maior que nas crianças25. Segundo alguns auto-
res, predominam em pacientes do sexo feminino na proporção
de 2:11, sendo que os sintomas surgem mais frequentemente
entre a 5ª e a 6ª décadas de vida. A síndrome inicial tende a
Fig. 3 RM: observa-se deslocamento da hipófise e a lesão cística com sinal ser, na maioria das vezes, de um distúrbio hipofisário-hipotalâ-
semelhante ao líquor. mico-quiasmático combinado29,36. Os sinais e sintomas costu-
mam ser sutis e de longa duração. Em crianças, os achados
mais freqüentes são perda visual e diabetes insípidus, seguidos
por adiposidade, cefaléia e vômitos, enquanto que em adultos
observa-se diminuição da libido, amenorréia, paresia espástica
discreta de um ou de ambos membros inferiores, cefaléia sem
papiledema, deficiência visual quiasmática e confusão men-
tal27,29,36. O distúrbio visual assume a forma de escurecimento
da visão, defeitos do campo, atrofia óptica e papiledema27,30.
Nas duas últimas décadas, o número de casos relatados de cisto
na bolsa de Rathke aumentou consideravelmente em relação
àqueles descritos até 197730. O aumento na incidência está di-
retamente relacionado com o emprego de modernos exames de
imagem, como TC e RM de encéfalo, que apresentam maior
poder de resolução27,28,30. Atualmente, a associação desses exa-
mes com os achados patológicos e cirúrgicos é de grande va-
lia para firmar o diagnóstico de cisto da bolsa de Rathke26. As
Fig. 4: em T2 sinal hiperintenso semelhante ao líquor.
imagens radiológicas características de cisto na bolsa de Ra-
thke são de uma lesão com epicentro selar, de contornos lisos,
ausência de calcificações e de realces internos e apresentação
homogênea à RM24. As lesões possuem a mesma densidade do
Discussão líquido cefalorraquidiano, apresentando baixa densidade à TC.
Essa característica também é observada em diversos processos
patológicos, como craniofaringioma, cistos epidermóide, cisto
O cisto na bolsa de Rathke é reconhecido como remanescente
aracnóideo, adenoma de hipófise, mucocele, cisticercose e abs-
da bolsa de Rathke que aparece em torno da quarta semana de
cesso27,30. Alguns autores são de opinião de que não existe qual-
gestação21,27,30,36, e se origina de células derivadas do neuroepi-
quer achado característico nas imagens de TC ou na RM que
télio3, do endoderma8,17 ou de metaplasia das células anteriores
diferencie os cistos da bolsa de Rathke de outras lesões muito
da hipófise23. A falha na obliteração da bolsa de Rathke, com
semelhantes, como o craniofaringioma3,27,34, cisto de aracnoi-
proliferação celular e acúmulo de secreção no seu interior, pode
de, o que torna relevante a apresentação destes casos. Lesões
resultar na formação desses cistos27,30,33,36. Essa bolsa persiste
com baixa intensidade em T1 e hipersinal em T2 sugerem um
na vida pós-natal entre a parte anterior e a posterior da hipófise.
conteúdo similar ao do líquido cefalorraquidiano27,30. Imagens
Por vezes, seu material mucoso permanece na vida adulta sem

Araújo LP, Hueb MM, Dezena R, Resende EAMR, Delfino V, Ferreira BP, Lara BHJ, Borges MF, Fonseca ECR - Lesões císticas não tumorais J Bras Neurocirurg 21 (1): 43-48, 2010
intraselares: cisto de Rathke e de aracnóide. Relato de dois casos e revisão da literatura.
46

Revisão

hiperintensas em T1 frequentemente estão associadas com pre- mostram uma lesão com conteúdo semelhante ao liquido cefalo-
sença de material mucoso no interior do cisto25,27,35 ou prote- raquiano; geralmente não existe reforço da parede do cisto pelo
ínas34. Por outro lado, alta densidade em T1 e T2 pode estar contraste30.Contudo seu conteúdo pode apresentar sinal hiperin-
relacionada com processos hemorrágicos envolvendo a lesão27. tenso em T1 em relação ao liquido cefaloraquiano, o que dificul-
A diversidade da composição cística pode explicar a grande ta o diagnóstico diferencial com os macroadenomas císticos13,34.
variedade da intensidade do sinal vista no exame de RM o que
Com relação ao tratamento, a literatura mostra que os cistos
provavelmente explica as imagens do caso em discussão.
devem ser operados quando produzem sintomas visuais e en-
As indicações para o tratamento cirúrgico dos cistos da bol- docrinológicos, ou quando se tem dúvida quanto a etiologia.
sa de Rathke são as mesmas que a dos adenomas não-funcio-
Quanto a via de acesso, a maioria dos autores relata a transes-
nantes, ou seja, compressão de estruturas nervosas, quiasma
fenoidal, destacando a grande incidência de fístulas pós-ope-
óptico, ou endocrinológicas, eixo hipotalâmico-hipofisário na
ratórias, a necessidade de se preencher o seio esfenoidal com
maioria dos casos pela via transesfenoidal32.
gordura e o uso de cola biológica. Caso exista extensão supra
A indicação do tratamento cirúrgico neste paciente foi a difi- selar, a via intracraniana deve ser utilizada6.
culdade de se estabelecer um diagnóstico, uma vez que os exa-
A análise da literatura mostra que a morbidade cirúrgica para
mes hormonais e o campo visual estavam normais. O tipo de
os cistos de aracnóide é maior que a dos adenomas pituitários
abordagem cirúrgica vai depender da sua localização em rela-
quando operados por via trans-esfenoidal. São descritas com-
ção à glândula hipofisiária, sendo a via transesfenoidal contra-
plicações graves como meningite, fistulas liquóricas que ne-
indicada quando o cisto, ao se localizar na haste hipofisiária
cessitaram reoperação e piora visual pós operatória6.
deslocar a glândula hipofisiária inferiormente sobre o assoalho
da sela túrcica. Pode haver recorrência do cisto após a remoção
cirúrgica3,15,16,21.

Outros cistos benignos da região selar

Cisto aracnóide intraselar Os cistos da pars intermédia são formados por material coloi-
dal produzidos por células foliculares ou pseudofoliculares lo-
calizadas na zona intermédia e a pars distalis, conseqüência
Cisto aracnóide em localização intraselar é raro. Uma revisão
de provável insuficiência vascular; geralmente são pequenos,
da literatura utilizando-se o medline revelou que apenas 42 casos
essencialmente intraselares, tem parede fibrosa e conteúdo li-
cirúrgicos foram relatados desde 19802,4,9,10,12,19,30,32. O quadro cli-
quido claro24.
nico é semelhante aos adenomas hipofisários não funcionantes
ou podem ser mesmo assintomáticos. Sua etiologia é incerta. Cistos epidermóides e dermóides podem eventualmente se lo-
calizar na região selar e supraselar, contudo são bastante raros
Acredita-se que se originem através de uma herniação da arac-
nesta localização e mostram nos exames de imagem sua conti-
nóide para dentro da fossa pituitária por incompetência do dia-
nuidade com a extensão supra e paraselar13,26,34.
fragma selar e que esta comunicação com o espaço aracnoide
acaba se fechando, funcionando como um sistema valvar uni- A cisticercose pode excepcionalmente produzir cistos em lo-
direcional. Outros possíveis mecanismos de formação seriam calização intraselar, contudo geralmente os exames de imagem
uma origem verdadeiramente intraselar por células mesoteliais mostram o comprometimento da doença em outras áreas no
abaixo do diafragma ou mesmo duplicação da aracnóide her- parênquima, sistema ventricular ou espaço subaracnóideo18.
niada para dentro da fossa pituitária19.
Outras lesões não neoplásicas da região selar e paraselar po-
Geralmente os cistos não se comunicam com o espaço suba- dem produzir cistos tais como abscesso pituitário5 aneurismas
racnóideo, contudo podem aumentar de tamanho ao longo do cerebrais gigantes ou mesmo angioma do seio cavernoso. Por
tempo e tardiamente podem vir a comprimir o quiasma e provo- esta razão, quando houver dúvida é importante se realizar uma
car panhipopituitarismo por compressão da haste e da hipófise. angiografia cerebral14, conforme fizemos neste caso. O cisto
Muitos são assintomáticos ou provocam cefaléia. Diferentemen- ósseo aneurismático do esfenóide geralmente é multilobulado
te dos outros cistos aracnoideos, que geralmente são congênitos e geralmente tem um alto conteúdo protéico, o que torna seu
e estão associados a cisternas subaracnóideas normais, as lepto- diagnóstico radiológico mais evidente14.
meninges são consideradas ausentes dentro da sela turca19.
A sela vazia também deve ser considerada como diagnóstico di-
Quanto ao diagnóstico por imagem, tanto a TC quanto a RM ferencial nestes casos. É provocada pela invaginação do espaço

Araújo LP, Hueb MM, Dezena R, Resende EAMR, Delfino V, Ferreira BP, Lara BHJ, Borges MF, Fonseca ECR - Lesões císticas não tumorais J Bras Neurocirurg 21 (1): 43-48, 2010
intraselares: cisto de Rathke e de aracnóide. Relato de dois casos e revisão da literatura.
47

Revisão

subaracnoide para dentro da sela, deslocando póstero-inferior- 7. Gallardo E,Schacter D , Cáceres E . The empty sella : results
mente a hipófise. Pode ser primária ou secundária a tratamento of treatment in 76 successive cases and high frequency of en-
docrine and neurological disturbances . Clin Endocrinol (Oxf)
de tumores hipofisários operados, à apoplexia hipofisária ou
1992; 37:529-33.
conseqüentes a tratamento radioterápico da região selar. A sela
vazia de causa primária está associada a um diafragma selar 8. Graziani N, Dufour H, Figarella-Branger D. Do the suprasellar
neuroenteric cyst, the Rathke`s cleft cyst and the colloid cyst con-
incompetente, cistos benignos intraselares, hipertensão intra- stitute a same entity. Acta Neurochir (Wien) 1995; 133:174-80.
craniana, hidrocefalia, mal formação de Arnold-Chiari, pseu-
dotumor cerebral7. Na maioria dos casos, não produz sintomas, 9. Hardy J, Vezina J. Transphenoidal neurosurgery of intracranial
neoplasm. Adv Neurol 1976; 15:261-74.
contudo pode causar distúrbios visuais, amenorréia ou galac-
torréia. O diagnóstico radiológico é feito pela RM que mostra 10. Harter LP, Silverberg GD, Brant-Zawadzki M. Intrasellar arach-
aumento do volume da sela turca e sinal hipointenso em T1 e noid cyst: Case report. Neurosurgery 1980; 7:387–390.
hiperintenso em T2 semelhante ao liquidocefaloraquiano, as- 11. Hasegawa M, Yamashima T, Yamashita J, Kuroda E. Symptomatic
sim como a presença do infundíbulo em localização intraselar, intrasellar arachnoid cyst: Case report. Surg Neurol. 1991; 35:355–9.
o que fecha o diagnóstico11. 12. Hoffman J, Barrow DL. Radiological evaluation of pituitary
lesions. In Barrow DL, Selman WR, eds. Neuroendocrinology,
Baltimore: Williams&Wilkins, 1992: p.237-57.
13. Hornig GW, Zervas NT. Slit defect of the diaphragma sellae
with valve effect: Observation of a “slit valve”. Neurosurgery
Conclusão 1992; 30:265–7.
14. Hua F, Asato R, Miki Y, Okumura R, Hashimoto N, KikuchiH, et
Lesões císticas não neoplásicas intraselares são raras e podem al. Diferentiation of suprasellar non-neoplasticcysts from cystic
neoplasms by Gd-DTPA MRI. J Comput Assist Tomogr. 1991;
ser classificadas segundo sua origem anatômica e seu aspecto 16(5):744-9.
histológico.
15. Iqbal J, Kanaan I, Al Homsi M. Non-neoplastic cystic lesions
O quadro clinico pode ser semelhante aos adenomas hipofisá- of the sellar region presentation, diagnosis and management
rios e o diagnóstico diferencial pré-operatório nem sempre é of eight cases and review of the literature. 1: Acta Neurochir
possível. A tomografia computadorizada e a ressonância mag- (Wien). 1999; 141(4):389-97.
nética são os exames de imagem que definem a lesão. A abor- 16. Iraci G, Giordano R, Gerosa M, Rigobello L, Di Stefano E. Ocu-
dagem transesfenoidal endoscópica associada à microcirurgia lar involvement in recurrent cyst of Rathke’s cleft: Case report.
é o acesso mais utilizado. Ann Ophthamol 1979; 11:94-8.
17. Marcincin R, Gennarelli T. Recurrence of simptomatic pitu-
itary cysts following transsphenoidal drainage. Surg Neurol
1982; 18: 448-51.
18. Matsushima T, Fukui M, Fujii K. Epithelial cells in symptom-
Referências atic Rathke’s cleft cysts. A light and electron-microscopic study.
Surg Neurol 1988; 30:197-203.
1. Agnetti V, Carreras M, Rocca A. Epithelial cysts related to the 19. McCormick GF, Zee CS, Heiden J. Cystercercosis cerebri. Re-
Rathke’s cleft. J Neurosurg Sci 1974; 18:65-9. view of 127 cases. Arch Neurol 1982; 39:534-59.
2. Baskin DS, Wilson CB. Transsphenoidal treatment of non-neo- 20. Meyer FB, Carpenter SM, Laws ER Jr: Intrasellar arachnoid
plastic intrasellarcysts. A report of 38 cases. J Neurosurg 1984; cysts. Surg Neurol 1987; 28:105–10.
60:8–13. 21. Meyer J, Quint D, McKeever P, Boland M, Ross D. Giant
3. Diengdoh J, Scott T. Electron-microscopical study of a Rathke’s Rathke’s cleft cyst. AJNR 1994; 15:533-6.
cleft cyst. Acta Neuropathol 1983; 60:14-8. 22. Mukherjee J, Islam N, Kaltsas G. Clinical, radiological and
4. Dietemann JL, Guessoum M, Schultz A, Zöllner G, Sanoussi pathological features of patients with Rathke’s cleft cysts: tumor
S, Maitrot D, et al. Intrasellar arachnoid cysts: CT-scan and that may recur. J Clin Endocrinol Metabol 1997; 82:2357-62.
MRI aspects. About 2 cases [in French]. J Neuroradiol 1997; 23. Murakami M, Okumura H, Kakita K: Recurrent intrasellar
24:168–73. arachnoid cyst. Neurol Med Chir 2003; 43:312–5.
5. Domingue JN, Wilson CB. Pituitary abscesses: report of seven 24. Naiken V, Tellem M, Meranze D. Pituitary cyst of Rathke’s cleft
cases and review of literature. J Neurosurg 1977; 46:601. origin with hypopituitarism. J Neurosurg 1961; 18:703-8.
6. Dubuisson AS, Stevenaert A, Martin DH, Flandroy PP.Fisher E, De- 25. Naylor M, Scheithauer B, Forbes G, Tomlinson F, Young W.
Girolami U, et al. Reversible visual deficit following debulking of a Rathke’s cleft cyst: CT, MR, and pathology of 23 cases. J Com-
Rathke’s cleft cyst: a tethered chiasm. J Neurosurg 1994; 81:459-62. put Assist Tomogr 1996; 20:171-8.

Araújo LP, Hueb MM, Dezena R, Resende EAMR, Delfino V, Ferreira BP, Lara BHJ, Borges MF, Fonseca ECR - Lesões císticas não tumorais J Bras Neurocirurg 21 (1): 43-48, 2010
intraselares: cisto de Rathke e de aracnóide. Relato de dois casos e revisão da literatura.
48

Revisão

26. Nemoto Y, Inoue Y, Fukuda T. MR appearance of Rathke’s cleft


cysts. Neuroradiology 1988; 30:155-9.
27. Netsky MG. Epidermoid tumors. Review of the literature. Surg
Neurol 1988; 29: 477-83.
28. Oka H, Kawano N, Suwa T. Radiological study of symptomatic
Rathke’s cleft cysts. Neurosurgery 1997; 35:632-6.
29. Raiti S, Albrink M, Maclaren N. Empty sella syndrome sec-
ondary to intrasellar cyst in adolescence. Am J Dis Child 1976;
130:1009-12.
30. Rodrigues F, Cappabianca P, Violante A. Cistos na bolsa de
Rathke: diagnóstico e tratamento. Arq Neuropsiquiatr 2001;
59:101-5.
31. Ross D, Norman D, Wilson C. Radiologic characteristics and
results of surgical management of Rathke’s cysts in 43 patients.
Neurosurgery 1992; 30:173-80.
32. Saeki N, Tokunaga H, Hoshi S, Sunada S, Sunami K, Uchino F,
et al : Delayed postoperative CSF rhinorrhea of intrasellar arach-
noid cyst. Acta Neurochir (Wien) 1999; 141:165–9.
33. Spaziante R, de Divitiis E, Stella L, Cappabianca P, Donzelli R:
Benign intrasellar cysts. Surg Neurol 1981; 15:274–82.
34. Steinberg G, Koening G, Golden J. Symptomatic Rathke’s cleft
cysts: report of two cases. J Neurosurg 1982; 56:290-6.
35. Sumida M, Uozumi T, Mukada K, Arita K, Kurisu K, Eguchi K
. Rathke cleft cysts: correlation of enhanced MR and surgical
findings. Am J Neuroradiol 1994; 39: 534-9.
36. Trokoudes K, Walfish P, Holgate R. Les kystes mucigenes de
l’hypophyse. Trois observations. Presse Med 1984; 13:1319-21.
37. Volker J, Campbell R, Muller J. Clinical, radiographic, and path-
ological features of symptomatic Rathke’s cleft cysts. J Neuro-
surg 1991; 74:535-44.
38. Yoshida J, Kobayashi T, Kageyama N, Kanazaki M. Symp-
tomatic Rathke’s cleft cysts: morphological study with light
and electron microscopy and tissue culture. J Neurosurg 1977;
47:451-8.

Corresponding author
Leopoldo Prézia Araújo
Rua Mozart Furtado Nunes, 303
Uberaba MG CEP-38060400
lprezia@mednet.com.br

Araújo LP, Hueb MM, Dezena R, Resende EAMR, Delfino V, Ferreira BP, Lara BHJ, Borges MF, Fonseca ECR - Lesões císticas não tumorais J Bras Neurocirurg 21 (1): 43-48, 2010
intraselares: cisto de Rathke e de aracnóide. Relato de dois casos e revisão da literatura.

Você também pode gostar