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Método Fusion – 4T20

01/03/2021

Análise Fusion - Resultados 4T20


Raphael Figueredo
Analista, CNPI-T
Irani Embalagem e Papel (RANI3)
Jéssica Feitosa
Analista, CNPI-T

Adeodato Netto
Estrategista-Chefe
não fusion pouco fusion muito fusion Resultado: ligeiramente acima do esperado
Maria Jaiane
*legendas explicativas no final do relatório. Assistente de análise

Highlights: O resultado da Irani do 4T20 foi acima das nossas expectativas, puxado pelo aumento das vendas de
papel ondulado e melhores preços.

Resultado: A Irani mostrou no 4T20 uma significativa evolução nas receitas, fruto de fortes volumes de vendas aliado
a preços melhores, demonstrando capacidade para superar o crescimento do mercado de embalagem no mercado
interno. A receita líquida do 4T20 atingiu R$291 milhões (+25% a/a), 19% acima de nossas expectativas. O EBITDA foi
de R$62 milhões (-24% a/a), 9% acima de nossas estimativas, com margem EBITDA de 21,3% (-13,5 p.p a/a). É
importante ressaltar que no 4T19 houve um efeito não recorrente no EBITDA de venda de madeira em R$ 39 milhões,
mas excluindo esse efeito, teria atingido crescimento de 48% a/a. O lucro líquido atingiu R$34 milhões (+142% a/a),
bastante acima da nossa estimativa, resultado das maiores vendas e efeito da variação cambial positiva no resultado
financeiro.

A principal contribuição para esse crescimento de receita veio de papel ondulado, cujo volume cresceu 8,1% a/a
enquanto que a Associação Brasileira de Papel Ondulado (ABPO) reportou um crescimento 7,6% das expedições no
4T20, mostrando um aumento na participação de mercado da Irani.

Com relação à rentabilidade, tanto a margem bruta quanto a margem EBITDA apresentaram ganhos a/a
desconsiderando o efeito não recorrente do 4T19 já citado. O aumento de volumes e preços compensaram os
significativos aumentos nos custos das aparas de 71,8% a/a e representam 36% do custo de produção de papel da
Irani.

Outro ponto positivo do resultado trimestral foi a redução da alavancagem. O endividamento bruto caiu para R$588
milhões, comparado a R$ 640 milhões no 3T20. A relação dívida líquida/EBITDA ajustado foi de 1,07 vezes no 4T20,
contra 1,10 vezes do final do 3T20.

Negociada a 7,5x EV/EBITDA 2021, nossa recomendação permanece de compra. Em nossa visão, o fato de os
produtos da companhia serem destinados majoritariamente para o setor de alimentos traz uma maior resiliência da
receita da companhia em um cenário de desaceleração e/ou recessão econômica, além de acreditarmos que a ação
está descontada em relação às demais companhias do setor (ex. Klabin 10x e Suzano 9,0x).

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Visão Fusion: Vem se recuperando desde o auge da crise, mas sem conseguir vir acima dos 6,30, onde destravaria
valor para buscar a máxima histórica dos 8,23. O saldo de volume segue sem direcionadores, no entanto, a
performance relativa frente ao Ibovespa vem ganhando força desde o final do ano passado, ultrapassando o último
topo. Considerando a região de resistência junto aos 6,30, esperaríamos o rompimento deste ponto para pensar em
entradas. No momento optamos por ficar de fora do ativo, destoando da recomendação de compra apresentada
pelos fundamentos.

fonte: Bloomberg

Hypera Pharma (HYPE3)

não fusion pouco fusion muito fusion Resultado: dentro do esperado

Highlights: A Hypera apresentou resultado positivo, porém abaixo das nossas expectativas no EBITDA (-2,3% no
EBITDA e -1,6p.p. na margem EBITDA, abaixo das nossas projeções). Neste trimestre houve a recuperação do sell out
com a maior circulação de pessoas. Com isso a Hypera reportou crescimento de 22,2% a/a na receita líquida, com
destaque para as categorias de genéricos e similares, produtos com prescrição e Consumer Health. A margem bruta
apresentou evolução de 2,1 p.p. a/a, mesmo com a desvalorização do dólar. Isto se deve à redução dos descontos e
aos menores descartes. O EBITDA também apresentou evolução de 55,7% a/a, refletindo o bom controle sobre as
despesas, o que se reflete na expansão de 6,6 p.p. a/a na margem EBITDA. Mesmo com o pior resultado financeiro,
impactado pela 10ª emissão de debêntures para o pagamento da Takeda, a companhia conseguiu obter expansão
na margem líquida de 2,0 p.p a/a. Além disso, a Hypera entregou resultados em linha com o guidance estipulado

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(receita líquida de R$ 4,08 bilhões vs. R$ 4,0 bilhões do guidance e lucro líquido de R$ 1,29 bilhão vs. R$ 1,3 bilhão
do guidance).

Resultado: A margem bruta apresentou evolução de 2,1 p.p. a/a, mesmo com a desvalorização do dólar. Isto se deve
à redução dos descontos e aos menores descartes. O EBITDA também apresentou evolução de 55,7% a/a, refletindo
o bom controle sobre as despesas, o que se reflete na expansão de 6,6 p.p. a/a na margem EBITDA. Mesmo com o
pior resultado financeiro, impactado pela 10ª emissão de debêntures para o pagamento da Takeda, a companhia
conseguiu obter expansão na margem líquida de 2,0 p.p a/a. No ano a Hypera apresentou fluxo de caixa livre negativo
em R$ 794,7 milhões, devido à aquisição dos ativos da Takeda e pela ampliação da fábrica de Anápolis. No entanto,
o endividamento segue sob controle com dívida líquida/EBITDA LTM de 0,6x. A companhia ainda aprovou a
distribuição de JPC de R$742,0 milhões em 2020, ou R$1,17 por ação.
Mesmo em um ano desafiador a Hypera conseguiu apresentar bons resultados, demonstrando a sua resiliência em
um contexto de pandemia e da alta volatilidade do dólar. Neste 4T20 os ativos do Buscopan já começaram a integrar
o portfólio da Hypera, o que deve gerar captura de sinergias nos próximos trimestres. Já a aquisição da Takeda foi
concluída em janeiro deste ano, e também temos uma visão positiva para a integração e na captura de sinergias,
principalmente na diluição de custos e despesas e ganhos fiscais. Diante do sólido resultado, mantemos a nossa
recomendação de compra para HYPE3.

Visão Fusion: Vem com formação de topos e fundos irregulares a alguns meses, assim como o saldo de volume, com
dificuldades de fazer nova máxima. Apesar de estar operando acima da sua média móvel exponencial de 200
períodos, o ativo vem perdendo força da performance relativa perante o Ibovespa, enfraquecendo desde março/20.
Enquanto o ativo permanecer congestionado e sem melhora dos indicadores técnicos, optaremos por ficar de fora
do ativo, decisão que destoa da recomendação apresentada pelo viés fundamentalista.

fonte: Bloomberg

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Legendas:
As notas para os resultados são classificadas de 1 a 5, levando em consideração como os resultados vieram em relação a expectativa dos
nossos analistas. 1 – Resultado muito abaixo do que nossa equipe esperava; 2- Resultado abaixo do esperado; 3 – Resultado em linha com
nossas estimativas; 4 – Resultado ligeiramente acima do esperado; 5 – Resultado muito acima das projeções dos nossos analistas.

O termômetro fusion é qualificado de acordo com: muito fusion – a visão fundamentalista e a técnica convergem, de modo que o ativo é um
bom candidato para recomendações futuras; pouco fusion – a visão fundamentalista e a técnica convergem, mas apresentam pontos de
atenção que serão estudados frequentemente; não fusion – a visão fundamentalista e a técnica divergem.

DISCLAIMER
Este documento foi elaborado e distribuído pela Eleven Financial Research unicamente para uso do destinatário original, e tem como objetivo somente informar
os investidores, não constituindo oferta de compra ou de venda de nenhum título ou valor mobiliário contido neste relatório. As decisões de investimentos e
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Conforme o artigo 20, parágrafo único da ICVM 598/2018, o analista Raphael Figueredo declara-se inteiramente responsável pelas informações e afirmações
contidas neste relatório de análise. De acordo com a exigência regulatória do artigo 21 previsto na ICVM 598, de 18 de abril de 2018, o analista de valores
mobiliários, responsável principal por este relatório, declara:
(i) que as recomendações contidas neste relatório refletem única e exclusivamente sua opinião pessoal sobre a companhia analisada e seus valores
mobiliários e foram elaborados de forma independente e autônoma.
(ii) que as informações, opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e estão sujeitas às mudanças, não
implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal mudança.
Para maiores informações, pode-se ler a Instrução CVM 598, de 2018, e também o Código de Conduta da Apimec para o Analista de Valores Mobiliários.

Este relatório é destinado exclusivamente ao assinante da Eleven que o contratou. A sua reprodução ou distribuição não autorizada, sob qualquer forma, no
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