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VÁLVULAS
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VÁLVULAS
1.0 Definições
1.1 Válvulas
São dispositivos destinados a estabelecer, controlar e interromper o fluxo em uma tubulação. São
os acessórios mais importantes para a segurança e operação dos dutos. De um modo geral a
localização das válvulas deve ser estudada com cuidado, para que a manobra das mesmas seja fácil. No
caso de gasodutos e oleodutos, a localização das válvulas de bloqueio instaladas ao longo da linha
tronco é determinada por normas e deve atender a requisitos ambientais.
É um número expresso em polegadas, igual ao diâmetro nominal do tubo ao qual a válvula será
acoplada.
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b) Quanto ao tipo de extremidade podem ser classificadas como:
- Extremidades roscadas
- Extremidades para solda de topo
- Extremidades com encaixe para solda
- Extremidades flangeadas
Figura 3.1 - Válvula gaveta pequena, castelo rosqueado Figura 3.2 - Válvula gaveta grande, castelo aparafusado
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Partes principais
a) Carcaça: parte externa;
b) Mecanismos internos;
c) Extremidades das válvulas.
a)Carcaça
- Divide-se em: corpo (parte externa) e castelo (parte superior removível).
- Ligação do corpo ao castelo;
- Castelo rosqueado - utilizado para pequenas válvulas e serviços de baixa pressão, conforme 3.1.
- Castelo de união - utilizado em válvulas de até 2" de diâmetro podendo ser aplicado a serviços
severos;
- Castelo aparafusado - utilizado em válvulas de grande diâmetro, normalmente acima de 3" de
diâmetro, admitem serviços severos e é considerado o melhor sistema em termos de vedação,
conforme 3.2.
b)Mecanismos internos
- Definição:
- São peças de fechamento, sedes e hastes. Normalmente são fabricadas de materiais mais
nobres que o corpo da válvula;
- Engaxetamento da haste.
- Caixa de gaxeta com sobreposta;
- Caixa de gaxeta com porca de união;
- Sistema especial de vedação (retentores, foles, etc).
- Rosca da haste.
- Esta pode ser externa (tipo sem-fim) ou interna. A externa apresenta a vantagem de não
entrar em contato com o fluido.
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4.0 Tipos de Válvulas
Estas válvulas são classificadas como de bloqueio (fechamento lento e não estanque) porque se
destinam apenas a estabelecer ou interromperem o fluxo e, conseqüentemente, devem funcionar
completamente abertas ou completamente fechadas. O fechamento destas válvulas é feito pelo
deslocamento de um componente chamado gaveta ou cunha e é obtido através da rotação de uma
haste. A gaveta desloca-se perpendicularmente ao fluxo, assentando-se entre duas sedes.
Uma característica deste tipo de válvula é que são sempre de fechamento lento, especialmente em
grandes diâmetros devido ao longo curso que a gaveta deve percorrer. Válvulas gavetas dificilmente dão
uma vedação “absolutamente estanque” (bubble-tight closing), característica importante para as válvulas
instaladas em dutos, figura 4.1.2. Válvulas “absolutamente estanques” são válvulas que quando
completamente fechadas, submetendo-se um dos lados da válvula à máxima pressão de serviço, não
há queda de pressão, que seria causada por qualquer vazamento ou gotejamento através da válvula
ainda que insignificante. Para emprego ao longo da linha tronco de dutos, devem ter construção especial
para conferir tanto a estanqueidade absoluta quanto à característica de ser pigável, isto é, quando
completamente abertas não devem obstruir a passagem dos pigs, figura 4.1.1. Alguns fabricantes de
válvulas de gavetas dispõem de construções especiais para atender estas características, porém não são
muito usadas.
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Figura 4.1.2 – Válvula de Gaveta
São classificadas como válvulas de bloqueio, devendo operar na mesma condição que as
válvulas de gaveta, completamente aberta ou completamente fechada. Industrialmente aplicam-se
principalmente a bloqueio de gases (de rua), figura 4.2.1 e figura 4.2.2. Neste tipo de válvula o
fechamento é feito pela rotação de uma peça (esfera), onde há um orifício vazado de formato cilíndrico,
encaixada no interior do corpo da válvula. São válvulas de fecho rápido, porque são fechadas com ¼
de volta da haste ou da esfera. O emprego de válvulas de esfera tem aumentado muito, principalmente
como substitutas das válvulas de gaveta, tanto no bloqueio de líquido quanto de gases. As válvulas de
esfera são de menor peso e tamanho, apresentam melhor vedação e maior facilidade de operação que
as válvulas de gaveta.
Aspectos construtivos importantes para válvulas de esferas atualmente usadas em dutos:
- São geralmente com sede metálicas atuadas por efeito de pistão e por molas. Seu sistema de
vedação é um sistema misto de vedação metálica (metal-metal) para atuação em altas pressões e
vedação macia (por elastômero), para atuação em baixas pressões.
- Sua forma construtiva lhe confere a característica de ser pigável, sem modificações no projeto.
- Devem ser do tipo duplo bloqueio, isto é, devem possuir vedação estanque (borracha vedante) em
ambas as sedes simultaneamente, conseqüentemente a cavidade do corpo permanece estanque
com a esfera posicionada tanto na posição completamente aberta quanto na posição completamente
fechada, em relação ao fluido que escoa na tubulação, conforme figura 4.2.3.
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- Devem possuir sistema de bleed (sistema de drenagem), isto é, o fluido aprisionado na cavidade
durante a abertura ou fechamento da válvula, pode ser drenado através do dreno de corpo em
qualquer das posições extremas da válvula, tanto na parte superior como na inferior.
- Para prevenir sobrepressões do fluido isolado na cavidade do corpo, as válvulas devem ser
equipadas com dispositivos de alívio de pressão.
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Figura 4.2.3 – Válvula de Esfera Duplo Bloqueio
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4.4 Válvulas de Retenção
São válvulas que aliviam a pressão à montante quando a pressão atinge níveis perigosos para
integridade do equipamento. As válvulas devem abrir automaticamente em um valor de pressão para o
qual foi calibrada, chamada pressão de abertura da válvula. A válvula fecha-se também automaticamente
quando a pressão atingir níveis normais de operação, geralmente abaixo da pressão de abertura. São
válvulas angulares, têm os bocais de entrada e saída a 90º um em relação ao outro. O obturador é
mantido assentado sobre a sede pela ação de uma mola, com porca e regulagem. A válvula é calibrada
regulando-se a tensão da mola de modo que a pressão de abertura alcance o valor especificado em
projeto. As válvulas são chamadas “de segurança” quando destinadas a trabalhar com fluidos
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compressíveis, gases, vapor, etc (figura 4.5.1) e “de alívio” quando destinadas a trabalhar com líquidos
que são fluidos incompressíveis (figura 4.5.2). Existem válvulas desenvolvidas para trabalhar tanto com
líquidos como para gases, válvulas de “alívio e segurança”. As válvulas de segurança podem descarregar
direto para atmosfera ou para um sistema fechado, esta última disposição irá influir diretamente no
projeto da válvula e na regulagem da pressão de abertura. Em dutos, podem fazer parte do sistema de
proteção e são instaladas nos terminais e estações de bombeio. São instaladas também nos
lançadores e recebedores para proteção dos dutos durante as operações com pigs.
Válvulas são, de uma forma geral, peças sujeitas à manutenção periódica, ou eventual
substituição, portanto em princípio deveriam ser desmontáveis da tubulação. Tanto válvulas rosqueadas
como válvulas flangeadas são desmontáveis para reparo ou substituição. Com o desenvolvimento dos
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processos de soldagem passaram também a serem empregadas válvulas com extremidade soldada, em
que o risco de vazamento pela ligação com a tubulação é significativamente menor. Em dutos as válvulas
instaladas na linha-tronco e enterradas, caso mais comum atualmente, são especificadas com
extremidade soldadas, enquanto que válvulas aéreas, situadas nas estações, podem ser especificadas
com ligação soldada ou flangeada conforme a especificação de material definida pelo projetista do duto.
Válvulas com extremidades flangeadas – é o sistema mais usado em tubulações industriais.
Válvulas com extremidade para solda de topo – sistema mais usado quando se deseja segurança
absoluta contra vazamentos.
a) Operação manual
É o sistema mais barato e mais comumente usado. O fechamento corresponde sempre à rotação
da haste no sentido dos ponteiros do relógio, para quem olha a haste do extremo para o corpo da
válvula. Para operação manual de válvulas situadas fora do alcance do operador utilizam-se volantes ou
alavancas com correntes, figura 5.1. Para válvulas que estejam relativamente próximas, porém fora do
alcance do operador são usadas hastes de extensão. Em projetos de dutos este tipo de operador pode
ser especificado para as válvulas aéreas nas estações de recebimento e lançamento.
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Figura 5.1 – Operação Manual de Válvulas
b) Operação motorizada é o sistema em que a válvula é operada por uma força motriz externa (não
manual), é empregada nos seguintes casos:
- Válvulas comandadas por instrumentos automáticos;
- Válvulas situadas em locais inacessíveis (caso típico de válvulas enterradas em dutos)
- Válvulas de operação freqüente;
- Válvulas de grande diâmetro para cuja operação seja exigido um grande conjugado motor ou um
número muito grande de voltas no volante (sistemas utilizados: hidráulico, pneumático, elétrico);
- Válvulas em que a operação deva ser feita por comando remoto, permitindo operação do sistema
em um único local (tendência dos projetos de dutos atuais), conforme figura 5.2.
- Válvulas com operação automática – dispensam qualquer atuação externa.
Por sistemas - atuam pela ação do próprio fluido, através de diferencial de pressão. Ex: Válvula de
retenção.
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Figura 5.3 – Válvula de controle pneumático
Na Operação Automática o sistema é auto-suficiente, dispensando qualquer ação externa para seu
funcionamento. A operação automática pode ser conseguida pela diferença de pressão do fluido
circulante (em válvulas de retenção, por exemplo) ou pela ação de molas ou contrapesos, integrantes da
própria válvula (válvulas de segurança e alívio), figura 5.5.
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Figura 5.5 – Painel de acionamento automático de uma válvula da linha de gás
Observação: é preciso não confundir válvulas comandadas por instrumentos automáticos com
válvulas de operação automática. Nas válvulas comandadas por um instrumento, o que é automático é
o conjunto instrumento-válvula, e não a válvula em si, que é de operação motorizada, isto é, necessita
uma força motriz externa para sua operação.
Para uso em dutos foram desenvolvidos operadores chamados operadores inteligentes, que
quando montados na válvula, conferem ao conjunto válvula-operador a capacidade de desempenhar as
seguintes funções:
- A partir de uma conexão com o fluido escoando na linha, perceber queda de pressão ou velocidade
de queda da pressão fazendo o operador (elétrico ou mais comumente em dutos, pneumático) da
válvula atuar;
- Enviar sinais de saída para um controlador lógico programável (CLP);
- Enviar sinal indicando deslocamento da haste;
- Permitir operação manual (local) da válvula;
- Permitir operação motorizada (local) da válvula;
- Permitir operação remota da válvula;
Atenção! Válvulas equipadas com este operador são válvulas motorizadas e não válvulas automáticas,
já que apesar de fecharem com a pressão do fluido da linha, necessitam de um sistema hidráulico ou
elétrico para fazer atuar a haste. Os operadores inteligentes combinam a atuação da haste com o
controle por instrumento.
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5.1 Principais Normas
API SPEC 6D -Specification for Pipeline Valves (Gate, Plug, Ball and Check Valves);
MSS - SP-44 - Steel pipe line flanges;
MSS SP-55 - Quality Standard for Steel Castings for Valves, Flanges and Fittings and other Piping
Components.
ASME B 31.4 -Liquid Transportation Systems for Hydrocarbons, Liquid Petroleum Gas, Anhydrous
Ammonia and Alcohols;
ASME B 31.8 -Gas Transmission and Distribution Piping Systems;
b) As válvulas deverão estar identificadas através de uma placa de identificação em aço inox ou alumínio
com as seguintes informações: Marca ou símbolo do fabricante; Especificação do material do corpo;
Especificação do material dos internos; Diâmetro nominal; Classe de pressão; Número de série de
fabricação.
As normas Petrobrás específicas para as válvulas e a norma API 6D, principal norma construtiva
de válvulas aplicadas a dutos, orientam as marcações e identificações aplicáveis.
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7.0 Inspeção de Recebimento
7.1 Documentação
Verificação dos certificados dos materiais aplicados aos principais componentes das válvulas:
corpo, haste, sedes e elastômeros (se aplicável). Os certificados devem confirmar que o material
aplicado está conforme as especificações de material estabelecidas nos documentos de projeto e normas
aplicáveis;
Verificação dos relatórios de inspeção de solda (no caso de válvulas com extensões soldadas no
fabricante), confirmando que o procedimento de soldagem, aplicado às extensões soldadas (pups), está
de acordo com o previsto. A EPS deve ter sido qualificada por Inspetor de Solda Nível 2. Deverá ter sido
realizada também a inspeção visual da junta soldada.
Verificação dos certificados de teste hidrostático e de vedação, feitos no fabricante. Os certificados
devem confirmar que os testes aplicados estão conforme a norma construtiva da válvula, indicando as
pressões aplicadas, o tempo de espera, e as seqüências utilizadas na pressurização da válvula. Devem
indicar também o laudo de aceitação e os números de séries das válvulas testadas.
Verificação dos relatórios de pintura. Os certificados devem confirmar que o sistema de pintura
aplicado foi o especificados nos documentos de compra e está conforme os documentos de projeto e
normas aplicáveis. A espessura de película deve estar conforme a norma aplicável. Devem indicar
também o laudo de aceitação do Inspetor de Pintura e os números de séries das válvulas inspecionadas.
Verificação dos certificados dos parafusos e porcas. Deve ser verificado se os certificados de
qualidade do material de todos os lotes de parafusos e porcas estão conforme especificação ASTM
aplicável.
Os certificados devem ter um modo formal de serem rastreados à cada válvula inspecionada, é
comum ser fornecido junto com o “ data- book” das válvulas, um relatório definindo a associação dos
certificados de material e de testes com o número de série das válvulas.
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7.2 Inspeção Visual
a)Verificação da identificação
Deve ser verificado se todas as válvulas estão com as placas de identificação.
b)Verificação da pintura
Deve ser verificado visualmente se a pintura aplicada sofreu algum dano. A pintura deve ser
efetivamente inspecionada no canteiro nos seguintes casos:
- Caso esteja definido no plano de inspeção do contrato, a inspeção de pintura na chegada ao
canteiro, deverá ser realizada por Inspetor de Pintura qualificado.
- Caso de dúvidas surgidas a partir da verificação dos relatórios no fabricante, ou na inexistência
destes relatórios.
c) Verificação visual das extremidades e dos componentes usinados
- Válvulas com conexão por solda de topo - devem estar com a extremidade preservada com graxa ou
verniz na sua chegada ao canteiro. Pode ser retirado a graxa ou o verniz, se necessário, e verificado
se houve algum dano no transporte e manuseio. Após a verificação a conexão deverá novamente ser
preservada com graxa ou verniz para armazenamento, até sua montagem.
- Válvulas com conexão flangeada - devem estar com os flanges protegidos por uma capa na sua
chegada ao canteiro. Deve ser retirada a capa e verificada se a superfície está preservada e se
houve algum dano devido ao manuseio e transporte. Danos mecânicos na região de vedação (área
de contato com junta) são considerados não conformidades graves, pois podem influenciar na
capacidade de estanqueidade da ligação. Após a verificação a conexão deverá novamente ser
preservada com graxa ou verniz e recoberta com a capa para armazenamento, até sua montagem.
- Componentes usinados: gavetas, esferas, extremidades das hastes, canais de vedação em flange de
vedação por anel, etc. devem estar preservados por graxa ou verniz em sua chegada ao canteiro.
Deve, se necessário, ser retirada a graxa ou o verniz e verificado eventuais danos mecânicos devido
ao transporte e manuseio. Devem ser verificados empenamentos da haste e aspecto geral do volante
(se aplicável). Após a verificação o componente deverá novamente ser preservado com graxa ou
verniz para armazenamento, até sua montagem.
d) Verificação dos acessórios
- Acessórios tais como drenos, válvulas de alívio, graxeiras, dispositivo para injeção de selante,
conexões para instrumentos, etc. se montados na válvula devem estar condicionados
adequadamente para evitar danos. Deve ser feita inspeção visual para verificação quanto a possíveis
danos durante transporte e manuseio.
- Anéis de vedação tipo RTJ - não devem apresentar corrosão, amassamento, avarias mecânicas e
trincas.
- Parafusos e porcas devem estar identificados com as seguintes características: especificação, tipo
de parafuso e dimensões. Deverão estar devidamente protegidos, livres de amassamentos, trincas e
corrosão.
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7.3 Inspeção Dimensional
Conforme definido no plano de inspeção do contrato, devem ser feitos testes hidrostáticos e de
vedação nas válvulas recebidas na obra. Os testes deverão ser realizados conforme a norma construtiva
da válvula em bancada apropriada. Imediatamente após os testes as válvulas devem ter os seus internos
(inclusive a cavidade interna do corpo) drenados e secos, com utilização de nitrogênio ou ar seco, e
mantidos limpos secos e engraxados e protegidos. As hastes devem ser condicionadas e
mecanicamente protegidas.
Tem como objetivo, testar a resistência do corpo da válvula. A pressão e o tempo de teste devem
ser conforme a norma construtiva da válvula. O teste hidrostático deve ser conduzido com a válvula
parcialmente aberta, para não danificar o sistema de vedação. Deve ser conduzido conforme
procedimento específico para teste da válvula, conforme figura 7.4.1.1.
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7.4.2 Teste de vedação ou teste de estanqueidade
Tem como objetivo avaliar a condição de estanqueidade das sedes das válvulas nas pressões
máximas de operação. As pressões e tempos de teste devem ser conforme a norma construtiva da
válvula. O critério de aceitação da estanqueidade de válvulas para dutos é “absolutamente estanque”,
não pode haver vazamentos.
De uma forma geral os testes devem ser conduzidos com aplicação da pressão:
- com a válvula fechada, em um dos lados, estando o outro lado aberto para atmosfera;
- com a válvula fechada, no outro lado da válvula não testado, estando o primeiro lado aberto para
atmosfera;
- com a válvula aberta, verificando a condição de vazamento para a cavidade;
A seqüência de pressurização deve estar conforme a norma para válvulas de simples e de duplo
bloqueio.
Sendo os testes de baixa pressão requisitos adicionais à norma, devem ser conduzidos
quando especificados na compra. Deverão estar mencionados nos documentos de projeto anexos à
autorização de fornecimento do material.
Os tempos de testes deverão ser considerados após a estabilização do ponteiro do manômetro.
A bancada deve ter um dispositivo para verificação de vazamento, por exemplo, um tubo de
pequeno diâmetro em forma de “U” conectado ao dreno do corpo. Estando a cavidade cheia com o fluido
de teste (não pressurizado) qualquer vazamento para cavidade fará com que o fluido contido no tubo
derrame permitindo verificação visual. O dispositivo deverá estar conectado em todas as fases de
aplicação da pressão de teste.
Os manômetros de teste, ou qualquer outro meio de medição de pressão, devem estar calibrados,
isto é, o valor do erro encontrado no processo da calibração deve estar conforme o valor aceitável
(precisão) definido no procedimento. O manômetro deve estar identificado de modo a permitir a
verificação do seu status de calibração e sua identificação deve permitir rastreabilidade aos certificados
de calibração. Geralmente a data limite da validade da calibração está registrada em uma etiqueta colada
no instrumento.
O teste de vedação deve ser conduzido conforme procedimento específico para teste da válvula.
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- Características dos instrumentos de medição, manômetros. Devem ser informadas as dimensões
do manômetro, o range (intervalo mínimo entre divisões da escala), e precisão aceitável para o
manômetro. Os manômetros devem ser especificados de modo que a leitura de pressão seja
feita no terço médio da escala.
- Os requisitos de segurança aplicáveis, especialmente os cuidados com a proximidade de
pessoas ao local onde está sendo pressurizada a válvula. O local deve ser cercado para evitar
transito de pessoas próximas à válvula em teste, e um aviso de teste de pressão deve ser
colocado. (perigo de parafusos de fixação se romperem).
A posição onde será fixado o manômetro também deve ser estudada para evitar a exposição do
inspetor em um tempo desnecessário de proximidade com a válvula pressurizada.
Após a aplicação da graxa, todas as válvulas devem receber um tampão de plástico em cada uma
das extremidades.
Todas as peças devem ser marcadas, em alto relevo com a classe de pressão e o diâmetro
nominal da válvula. As peças de diâmetro de 1/2”, 3/4”, 1”, 1 1/2”, 2”, 2 1/2” e 3” das classes 300 e 600,
conforme a norma ASME B16.5, devem ter marcação dupla por servirem para as duas classes.
Após a aplicação da graxa, todas as válvulas devem receber uma placa de borracha colada nas
superfícies externas dos flanges, de modo a impedir a entrada de poeira e umidade. Em seguida, as
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válvulas que não dispuserem de condições próprias para permanecerem na posição vertical, devem
receber uma tábua aparafusada a cada flange de modo que permita o seu posicionamento na vertical,
montadas sobre a proteção de borracha ou filme de plástico, conforme a FIGURA A-3 do ANEXO A.
Após a aplicação da graxa, estas válvulas devem receber um tampão de plástico, encaixando
internamente com pressão.
Após a aplicação da graxa, estas válvulas devem receber uma placa de borracha colada nas
superfícies externas, de modo a impedir a entrada de poeira e umidade, similar à usada nas válvulas
flangeadas de diâmetro de 6” e maiores.
8.4 Tampão
Os tampões citados devem ser fabricados em polietileno de baixa densidade ou material similar,
capaz de resistir ao tempo por um período mínimo de dois anos, normalmente nas cores azul ou preto
com o diâmetro correspondente em polegadas, conforme figura 8.4.1.
Observação: Acessórios tais como: drenos, extensões, tubulações auxiliares para injeção de selante,
conexões de vents e válvulas de alívio se montados no corpo deverão ter proteção especial para evitar
danos no transporte.
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Figura 8.4.1 – Sistema de armazenamento e proteção (Norma 464-H)
9.1 Deve ser verificado se todas as válvulas estão embaladas e acondicionadas de acordo com a norma
API Specification 6D.
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9.2 Deve ser verificado se todas as válvulas estão identificadas por plaqueta, de acordo com a
codificação de projeto.
9.3 Em todas as válvulas dotadas de acionadores, devem ser realizados, previamente à montagem,
testes de funcionamento. Quando aplicável, deve ser verificada a calibração do curso do obturador.
9.4 Os certificados de qualidade do material devem estar de acordo com a especificação ASTM aplicável,
e em conformidade com a especificação do projeto.
9.5 Deve ser verificado se as seguintes características das válvulas estão de acordo com as
especificações do projeto:
a) características dos internos e sistema de vedação;
b) flanges (item 5.1.3);
c) características e distância entre flanges;
d) diâmetro interno e nominal;
e) dreno, respiro e alívio do corpo;
f) Classe ANSI;
g) Revestimento externo.
9.6 O estado da superfície do corpo da válvula deve ser verificado quanto à corrosão, amassamento e
falhas de fundição, empenamento da haste e aspecto geral do volante, segundo critérios da norma MSS
SP-55.
9.7 Devem ser realizados na obra, logo após o recebimento, os testes hidrostáticos do corpo e da sede
para todas as válvulas de bloqueio conforme procedimento do fabricante. A pressão de teste, tempo de
duração e o critério de aceitação devem estar de acordo com a norma API Specification 6D. A água a ser
utilizada deve ter qualidade compatível.
9.8 Imediatamente após o teste hidrostático na obra, as válvulas devem ter os seus internos (inclusive a
cavidade interna do corpo) drenados e secos, com utilização de nitrogênio ou ar seco e mantidas limpas,
secas, engraxadas e protegidos. As hastes devem ser condicionadas e protegidas mecanicamente.
10.1 Após o teste hidrostático, todas as válvulas devem ser sopradas com ar comprimido seco, na
posição totalmente aberta, até ficarem totalmente secas.
Em seguida, as válvulas devem ser fechadas e suas superfícies internas recobertas com graxa
antioxidante, bem como todas as partes externas não pintadas como roscas, porcas, parafusos e biséis.
As válvulas tipo esfera e macho devem ser acondicionadas na posição totalmente aberta.
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10.2 Não é necessário proteger com graxa as válvulas de bronze, aço inoxidável e outras ligas metálicas
não oxidáveis, desde que todos os componentes da válvula sejam não oxidáveis, caso contrário esses
componentes devem ser protegidos com graxa. De qualquer modo as válvulas de bronze, aço inoxidável
e outras ligas metálicas não oxidáveis devem receber a proteção contra poeira e umidade.
10.3 A graxa antioxidante deve ter as seguintes características, conforme figura 10.3.1:
Ponto de fulgor (ASTM D92) 218ºC (mínimo);
Penetração (sem agitação) (ASTM D217) 130 a 160;
Ponto de fluidez (ASTM D127) 3ºC a 71ºC;
Cinzas % (ASTM D482) 0,40 a 0,60;
Índice de Saponificação (ASTM D94) 6 a 10.
Nota: O manuseio e transporte das válvulas devem ser feitos sob as condições de segurança e
cuidados, estando o pessoal envolvido portando os EPI’s adequados e utilizando um plano de içamento
de cargas (Rigger) de acordo com as especificações de projeto e procedimentos aprovados da
executante.
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EXERCÍCIOS
5) Ao estudarmos os meios de operação das válvulas são verificadas tais afirmações, dentre as
quais uma está incorreta:
(a) Operação manual é o sistema mais barato e comum.
(b) Operação motorizada aplicada em válvulas inacessíveis (enterradas).
(c) Operadores inteligentes enviam sinais para um C.L.P, pertencendo às válvulas de operação
automática.
(d) Válvulas comandadas por um instrumento, o automático é o conjunto instrumento-válvula.
(e) N.R.A.
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